Aula de Música
UNIVERSIDADE SÉNIOR DO ROTARY CLUB DA PÓVOA DE VARZIM
Amy Dine e José Sepúlveda
Agradecimentos
Os Autores agradecem:
Ao MutesPela empenho na execução artística da imagem
da capa.
À Associação Museu Cavaquinho na pessoa do seu Diretor, Júlio Pereira Pela autorização para uso das imagens
inseridas neste trabalho
Ao Carlos CoelhoPela cedência das músicas
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Ficha Técnica
EdiçãoE-Book
FormataçãoJosé Sepúlveda
Apoio PedagógicoJosé Abel Carriço
TítuloO Cavaquinho e as Artes
AutoresJosé Sepúlveda
Amy Dine
CapaMutes
NOTA
Trabalho elaborado no âmbito da Aula de Música da USRCPV - Universidade
Sénior do Rotary Clube da Póvoa de Varzim, tendo em vista a sua inclusão nas
Manifestações Paralelas do 38º Festival de Internacional de Música da Póvoa
de Varzim
Pintado por
Cristina Troufa(Museu Cavaquinho)
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Índice
Preâmbulo 07
Ao som do cavaquinho (poema) 10
O Cavaquinho e as Artes 11
O Cavaquinho no Mundo 18
Museu Cavaquinho 21
Setenta Violinos 31
- Exposição Itinerante 32
- Júlio Resende (Biografia) 36
- Mutes (Biografia) 38
Caraterísticas do Cavaquinho 39
Afinações do Cavaquinho 41
Alguns exemplares de músicas 48
Construtores de Cavaquinho 59
Fontes 64
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“…e quando o povo canta ao desafio,
o cavaquinho toca-se com brio!...”
Sepúlveda
Grupo de Cavaquinhos da Universidade Sénior
do Rotary Club da Póvoa de Varzim
(Inscrito no Museu Cavaquinho)
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Preâmbulo
Júlio Pereira, um nome incontornável como músico,
compositor, multi-instrumentista e produtor português
dedicou ao cavaquinho uma especial atenção, tendo
em 1981 gravado o LP Cavaquinho que obteve um
merecido êxito junto da crítica e desencadeou um
profícuo debate, tendo levado muita gente a interessar-
se pela pequena violinha e a integrá-la na redes-
coberta e reinvenção da música popular portuguesa.
Em 2012 grava Cavaquinho .PT com textos do histo-
riador João Luís Oliva e da musicóloga egípcia Salwa
Castelo Branco. Apesar da crise, foram vendidos cerca
de 4000 exemplares .
Mas Júlio Pereira não se fica por aqui e envida
esforços para dar a conhecer melhor ao povo
português e ao mundo este tetracórdio de origem nor-
tenha, diz-se, de Braga.
Forma assim a Associação Museu Cavaquinho, sem
fins lucrativos , a fim de apoiar e divulgar toda e qual-
quer iniciativa que tenha a ver com o dito instrumento.
O interesse no seu uso tem vindo a aumentar gra-
dualmente e as atenções tem-se virado cada vez mais
para o instrumento de conceção aparentemente
rudimentar.
07
Estima-se que em Portugal ele seja tocado por cerca de
2500 pessoas e existem construtores do mesmo desde
o Minho ao Algarve, passando pela ilha da Madeira.
(textos extraídos na sua maior parte do Jornal O Público
de 2 de Maio de 2016).
Um dia Júlio Pereira viu uma imagem no computador
que lhe sugeriu uma ideia: Porque não fazer uma
colagem num cavaquinho? Se assim pensou melhor o
fez e achou interessante o resultado. As imagens eram
de Pedro Cabrita Reis a quem enviou a montagem com
um email pedindo-lhe a opinião e perguntando se queria
apadrinhar a Associação. Este achou a ideia muito
interessante e respondeu: “Boa, força, muito giro”.
Continuou a fazer mais algumas colagens através do
computador e desta vez abordou os artistas plásticos
Julião Sarmento e Júlio Pomar pois tinha sido de obras
de ambos que havia feito idênticas montagens. Estes
também acharam a ideia interessante e foi assim que
estes três principais artistas apoiaram a Associação.
Depois Júlio Pereira foi contactando mais artistas uns
mais conhecidos, outros menos, mas não era ainda
verdadeiramente isto que ele tinha em mente.
08
Resolve então fazer um convite a diversos artistas
.Responderam ”sim “ muitos artistas plásticos e com a
doação de 70 cavaquinhos feita por diversos
construtores dos mesmos consegue uma magnifica
coleção de 70 cavaquinhos pintados na integra. A esta
obra dá o nome de “70 cavaquinhos, 70 artistas”.
Com ela, faz então uma exposição no Museu
Cavaquinho. Esta exposição tornou-se itinerante e visa
contribuir para a divulgação deste singelo cordofone.
Com esta exposição a palavra cavaquinho passa a estar
na cabeça das pessoas.
Amy Dine
09
Pintado porMutes
(Museu Cavaquinho)
Era o cantar do povo que eu ouvia
Ao som desse instrumento singular,
A alma que das cinzas renascia
No seu trinado simples, popular...
Os versos e os sons em sintonia
Aos ventos espalhava pelo ar
E o músico, tocando, se exibia
Abrindo a alma ao povo em seu tocar!
Uma após outra as notas esgrimia
E ao seu redor o sonho, a fantasia,
Em todos se sentia com prazer...
E embalado ao som do cavaquinho,
Desafiava a vida e com carinho,
Vibrava em si a força de viver!
José Sepúlveda
Ao som do cavaquinho ...
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Pintado por
Ana Pereira(Museu Cavaquinho)
O Cavaquinho e as Artes
Quando viajamos ao longo da nossa terra e mergulhamos
nas aldeias vilas e cidades desse Portugal profundo,
ouvem-se ao longe os trinados cheios de harmonia desse
pequenino instrumento, qual pequena violinha achatada,
num so-li-dó vivo e constante que nos enche a alma de
vigor e de alegria. É o cavaquinho, no âmago da tradição
popular.
Não sei se importa muito saber qual a sua verdadeira
origem - melhor deixar isso para os historiadores e
especialistas - o que sei é que a magia desses sons se
encontra enraizada no coração dos portugueses e quer
seja em grupos de folclore, de cantares populares, tunas
ou simples ajuntamento de amigos, a sua presença faz se
sentir a cada instante, arrastando cada um no cantarolar
dessas melodias simples, populares e folclóricas, tão
enraizadas na alma do povo que as canta com alegria e
espirito de poeta.
Vamos hoje abordar um nadinha sobre a história e
percurso desse pequeno instrumento cordofone que nos
inspira e delícia.
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Pintado por
Renata Pascoal DR(Museu Cavaquinho)
O CAVAQUINHO é, na sua essência, um cordofone de
pequenas dimensões, na forma de pequena violinha
achatada, de estilo popular, com quatro cordas presas por
cravelhas. Existem atualmente em Portugal dois tipos
principais de cavaquinho, correspondendo a áreas onde o
seu uso é mais frequente:
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O Cavaquinho Minhoto, ainda é construído por uma
indústria violeira ainda com características muito artesanais
sobretudo na região alargada de Braga, abrangendo
Guimarães, Felgueiras e estende-se ao Porto e arredores.
Em Guimarães, já no século XVII, era mencionado no
Regimento para o Início de Violeiro, de Guimarães, de
1719, que menciona entre as suas espécies maciços de
quatro e cinco cordas.
Algumas características:
As madeiras usadas no seu fabrico são diversas e variam
conforme a qualidade que se quer dar ao instrumento; os
melhores tampos são em pinho de Flandres, mas fazem se
também em tília, choupo, nogueira ou cerejeira; no geral, os
ramos são de uma folha única de uma dessas espécies,
mas há cavaquinhos em que o pau-preto é usado na
metade superior do tampo e as ilhargas e o fundo; o braço,
a cabeça ou cravelhas são comumente em madeira de
amieiro, sendo a cabeça ou cravelhas muito recortadas em
moldes variados e característicos.
Pintado por
Cristina Teixeira(Museu Cavaquinho)
13
os rebordos e a boca são enriquecidos com frisos
decorativos; os cavaletes são por norma em preto.
Geralmente, o cavaquinho minhoto tem a escala rasa com
o tampo de doze trastos. É um dos mais populares
instrumentos nas rusgas minhotas e tens características
essencialmente festivas, ao gosto popular que usa e abusa
da sua utilização em tudo o que sejam festejos tradicionais
profanos e vemo-lo muitas vezes nessas aldeias do interior
a acompanhar até o Compasso Pascal ou outras
manifestações profano-religiosas.
Não vai há muito tempo onde em qualquer casa rural de
Guimarães não existisse um cavaquinho para alegrar o
pessoal em momentos de lazer, festivos oou no exercício
das suas atividades agrícolas. Ora a solo, ora inserido em
grupos, ei-lo a vibrar na mão dos tocadores para alegria
das gentes que à sua volta se reúnem com o propósito de
usufruir da magia do som e dos cantares populares a ele
associados.
Pintado por
Gabriel Garcia(Museu Cavaquinho)
14
Quando acompanhado por viola ou violão, harmónica ou
acordeão, tambores ou ferrinhos, a sua presença torna-se
indispensável nesses momentos festivos e o seu pendor é
aumentar mais a sua presença nos tempos de hoje,
sobretudo através da ação dos grupos de cantares,
particularmente nas nas universidades seniores onde os
grupos vão proliferando por todo o país.
Este instrumento, usando afinações diversas, os seus
tocadores vão alimentando o gosto de cada executante ou
ouvinte com os sons por si produzidos. Transmitindo a
alegria que em cada um pulsa. Na sua forma comum, as
dimensões aproximando-se de 52 c, dos quais doze para a
cabeça, 17 para o braço e 23 para a caixa, sendo a largura
do bojo maior de 15 cm e a do menor 11 cm. O corpo
vibrante das cordas, da pestana ao cavalete, mede 33 cm.
A altura da caixa é menos constante regulando, na
generalidade, os 5 cm, mas não é invulgar encontrarem-se
cavaquinhos muito baixos que produzem um som mais
estridente, nas Terras de Basto, apelidados de maciços. É,
sobretudo, na região nortenha que o seu uso é mais
frequente. Este género musical aparece como espécie
popular ligadas ao folclore e à música mais tipicamente
enraizada no tradicional do nosso cancioneiro.
Pintado por
Catarina Garcia(Museu Cavaquinho)
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Pintado por
João Barros(Museu Cavaquinho)
O Cavaquinho de Lisboa, é semelhante ao minhoto pelo
seu aspeto geral, dimensões e tipo de encordoamento.
Difere essencialmente do Cavaquinho do Minho pela escala
que é elevada em relação ao tampo, e pelos seus
dezassete trastos. O cavalete difere do dos cavaquinhos
minhotos, tratando-se de uma espessa régua linear com
um rasgo horizontal escavado a meio onde a corda prende
por um nó corredio. Carateriza-se como um instrumento de
Tuna com carácter urbano e sobretudo burguês que, em
meados do século XIX, os mestres de dança da cidade
terão certamente utilizado nas suas lições, sendo
ocasionalmente tocado por intérpretes femininos. A sua
execução é de forma ponteada, com plectro, tal como os
instrumentos desse género do tipo dos bandolins,
produzindo-se tremolo sobre cada corda. Enfim, em certos
casos é um instrumento que se assemelha ao bandolim,
pelo seu formato e dimensões - um número superior de
cordas e um braço mais largo - leva também o nome
de cavaquinho, embora não partilhe com ele a mesma
estirpe e natureza
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Pintado por
Manuela Gandra(Museu Cavaquinho)
O Cavaquinho da Madeira (a Braginha) foi levado
por bracarenses que o espalharam por diversas
regiões, sendo-lhe muitas vezes dado outras
designações. Neste caso, a Braguinha é o nome
que os madeirenses dão ao pequeno instrumento,
ora porque era tocado por pessoas que usavam
bragas, ora porque era tido como originário de
Braga.
17
Numa viagem através do mundo, se bem que, como já foi
dito, o cavaquinho tenha a sua alma em Braga, cavaquinho
tenha a sua alma em Braga, este logo se espalhou pelo
Porto, Coimbra e outras cidades, tendo alcançado muito
rapidamente o coração de tantos portugueses. A partir
daqui, foram alguns emigrantes que o levaram para a
Madeira, para Cabo Verde, Brasil, Hawai e outros lugares,
muito embora, com as variantes então nascidas nesses
lugares fosse espalhado diretamente para os mesmos
lugares onde aos poucos os estilos se foram sofrendo
alterações, acabando por ocasionar o aparecimento de
outros instrumentos cuja génese está no Cavaquinho de
Braga.
Nas ilhas do Hawai transformou-se num instrumento em
tudo semelhante ao cavaquinho, designado por ukelelé - a
pulga saltadora. Pensa-se que levado por portugueses
emigrantes que aportaram aquelas paragens. O ukelelé é
um instrumento de quatro cordas . Este instrumentomuitas
vezes com o braço em ressalto e com dezassete trastos, tal
qual os cavaquinhos de Lisboa, Madeira e Brasil. Este
instrumento também aparece com fabrico inglês, do tipo do
cavaquinho minhoto, com braço raso, com tampo e apenas
com doze trastos.
Pintado por
Luísa Passos(Museu Cavaquinho)
Cavaquinho no Mundo
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A sua introdução no Hawai é atribuída a João Fernandes,
madeirense nascido em 1854 e que foi da sua terra para
Honolulu num contingente de emigrantes com destino às
plantações de açúcar, numa viagem pela rota do cabo Horn
que demorou mais de quatro meses, que ao desembarcar
carregava debaixo de um dos braços a sua inseparável
braguinha. Entre esse grupo iam cinco excelentes
executantes e três construtores, os quais vão ficar para
sempre ligados à história do cavaquinho nesse país. Manuel
Nunes, um dos construtores, abriu uma pequena indústria de
mobiliário e assim começou a fabricar exemplares da
braguinha. Com o tempo, os havaianos aperceberam-se que
o instrumento não era difícil de tocar e começaram a comprar
alguns exemplares, divulgando a característica música que se
foi espalhando gradualmente até se tornar uma referência
musical no país.
Foi um dos netos de Manuel Nunes, Leslie Nunes, o grande
impulsionador e cultor do ukelelé, a quem se deve a
informação do que hoje se sabe sobre o aparecimento e a
difusão do popular instrumento nessa zona geográfica.
Pintado por
Tiago Taron(Museu Cavaquinho)
19
Tendo por base esta resenha histórica, é possível aquilatar
que a partir do Minho, mais propriamente de Braga, através
de alguns emigrantes, o cavaquinho terá viajado para alem
de todo o pais, pela Madeira, Brasil e outros países sul-
americanos através de algum ou alguns emigrantes
minhotos e, da mesma cidade, através dos afluxos
migratórios, para o Brasil e outros países sul-americanos,
espalhando-se como uma bola de neve por diversos
continentes, onde hoje, sob as mais diversas formas, por
adoção ou pela criatividade dos residentes, se transformou
numa referência no panorama da música popular.
Pintado por
André Letria(Museu Cavaquinho)
20
Museu Cavaquinho
“A Associação Cultural e Museu Cavaquinho foi criada e
adquiriu natureza jurídica em Julho de 2013 com o
propósito de cobrir as necessidades e falhas encontradas
durante um estudo preliminar sobre a prática do
cavaquinho em Portugal, levado a cabo por Júlio
Pereira (sócio fundador e atual presidente).
Durante esse estudo, foi evidente uma realidade diferente
da conhecida no início dos anos 80, aquando da edição do
disco “Cavaquinho” de Júlio Pereira que mostraria ao país
este instrumento - a prática do cavaquinho não parou,
antes pelo contrário, manteve-se ativa. No entanto, não
existe documentação sobre esta prática, nem tão pouco um
método de Ensino ou um plano de preservação quer da
prática quer da construção e divulgação deste instrumento.
Esta Associação nasceu da urgência de juntar no mesmo
plano os intervenientes da prática do cavaquinho: por um
lado tocadores, músicos e construtores como agentes reais
e por outro, os investigadores, universidades e outras
entidades acreditadas que são o suporte científico para
uma construção rigorosa daquilo que é a viagem e prática
do cavaquinho””.
(Wikipédia)
Pintado por
Mutes(Museu Cavaquinho)
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Fotos cedidas peloMuseu Cavaquinho
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Decorações
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Ornamentos
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Cravelhas
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Pintura dum cavaquinho em construção(Museu Cavaquinho)
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Exposição Itinerante dos Setenta Cavaquinhos
Pintado por
Graça Bordalo Pinheiro(Museu Cavaquinho)
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Exposição itinerante70 Cavaquinhos 70 Artistas
Esta exposição encontra-se a percorrer dez Municípios, na maioria, transversais à prática
do Cavaquinho – Lisboa, Coimbra, Braga, Guimarães, Porto, Viana do Castelo, Funchal,
Horta, S. Roque do Pico e Vila Franca do Campo.
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Setenta Cavaquinhos, Exposição
Artistas convidados: Alberto D’Assumpção, Alberto Lopes, Alex Davico, Amélia
Muge, Ana Cristina Dias, Ana Pereira, Ana Romero, Ana Silva, André Letria,
António Bártolo, Benedita Serrano, Carla Cabral, Carla Regina, Carlos Mensil,
Carlos Zíngaro, Catarina Garcia, Constança Araújo Amador, Cristina Troufa,
Daniela Reis, Débora, Domingos Silva, Francisco Martins, Gabriel Garcia, Gil
Maia, Graça Bordalo Pinheiro, Helena Berenguer, Helena Trindade, Irene Gomes,
JAS, Joana Astolfi, Joana Miguel, Joana Rego, João Barros Mouro, Júlio Dolbeth,
Juma, Lara Parreira, Luís Calheiros, Luís Lázaro, Luísa Passos, Luiz Morgadinho,
Luz Henriques, Manuela Gandra, Manuela Pimentel, Margarida Cardoso,
MariaRafael, Mariana Dias Coutinho, Mário Fresco, Marta Madureira, Minela
Reis, Mutes, Oliveira Tavares, Paula Rosa, Paulo Sanches, Pedro Sousa Pereira,
Renatta Pascoal, Rita Melo, Rita Ventura, Rui Lacas, Rui Tavares, Rui Vitorino
Santos, Sameiro Sequeira, Sara Morais, Sofia Ribeiro, Susana Bravo, Susana
Chasse, Teresa Gil, Teresa Melo, Tiago Taron e Vítor Zapa.
34
Setenta Cavaquinhos, Exposição
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Biografias
“Júlio Fernando de Jesus Pereira nasceu em Lisboa, a 22
de Dezembro de 1953.
Músico, compositor, multi-instrumentista e produtor.
A sua música caracteriza-se pela utilização de instrumentos
tradicionais portugueses, como o cavaquinho e a viola
braguesa.
Apesar de ter iniciado a sua carreira como músico rock, nos
grupos Petrus Castrus e Xarhanga mais tarde, começou a
dedicar-se à música tradicional portuguesa.
Músico: Compositor, Multi-instrumentista e Produtor.
Júlio Pereira tem norteado a sua preocupação artística por parâmetros que tomam como
referência a universalidade das manifestações culturais. O que, de forma nenhuma,
contraria a importância do seu trabalho no âmbito da música tradicional portuguesa e da
consideração étnica dos sons e das suas raízes. É que esse trabalho sempre teve como
horizonte a incorporação da tradição portuguesa nas correntes estéticas que marcam as
sucessivas “contemporaneidades". João Luís Oliva
Com sete anos de idade aprende a tocar bandolim com o seu pai. Durante a adolescência
faz parte de várias bandas de rock entre as quais Xarhanga e Petrus Castrus com quem
grava quatro discos.
A partir dos seus vinte anos (ano da revolução de Abril de 74) e até aos trinta colabora –
em concertos e inúmeros discos - com os compositores mais importantes de Portugal
destacando-se a sua colaboração com José Afonso - a partir de 79 - com o qual colabora
regularmente tocando em vários sítios do Mundo e co-produzindo os seus últimos discos.
Ainda nesta década trabalha como músico em alguns grupos de Teatro com encenadores
como: Augusto Boal, Águeda Sena e João Perry .Grava os seus primeiros Álbuns de
autor: Bota-Fora, Fernandinho vai ó vinho, Lisboémia e Mãos de Fada.
Em 1981 lança o álbum Cavaquinho, um trabalho que veio abrir novas portas à música
portuguesa, totalmente instrumental, resultado de uma longa investigação – ganhando
todos os prémios de música do País – iniciando assim o seu percurso como
instrumentista.”
Destaque-se a sua colaboração com outros músicos como The Chieftains, Pete Seeger,
José Afonso, Kepa Junkera, Carlos do Carmo, Chico Buarque ou Sara Tavares.[2]
Júlio Pereira tem 20 discos de autor e participou em dezenas de discos de outros artistas.
A 9 de Junho de 2015, foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
36
.
A partir de 1983 e até 2003 grava regularmente os seguintes discos, alguns
premiados: Braguesa 1983, Nortada 1983,Cadoi 1984, Os sete
instrumentos 1986, Miradouro 1987 Janelas Verdes 1990, O meu
Bandolim 1991, Acústico 1994,Lau Eskutara 1995 (gravado no País Basco com Kepa
Junkera), Rituais 2000 (que serviu de base à coreografia com o mesmo nome de Rui
Lopes Graça e os bailarinos da Companhia Nacional de Bailado), e Faz-de-conta 2003 (o
primeiro CD Multimédia para crianças).
Faz vários concertos no Mundo, produz, orquestra e participa como Multi-Instrumentista
em vários discos de outros autores e colabora paralelamente com vários nomes da música
entre os quais: Kepa Junkera, Pete Seeger, Mestisay e The Chieftains - com os quais grava
o CD Santiago que ganha o Grammy Award, 1995.
Em 2006 Colabora no Filme Fados de Carlos Saura com Chico Buarque e Carlos do
Carmo produzindo o tema "Fado Tropical".
Ainda com o Bandolim, em 2008 grava o CD Geografias e cria um concerto com o mesmo
nome. Actua em Portugal e vários sítios do Mundo.
Em 2010 - lança Graffiti um álbum de canções que conta com a participação de cantoras
de vários países entre as quais: Dulce Pontes, Maria João, Sara Tavares, Olga
Cerpa (Espanha), Nancy Vieira (Cabo-verde) e Luanda Cozetti (Brasil).
Dos concertos dados ao longo deste tempo destaca-se aquele que dirige no Théâtre de la
Ville em Paris (2012) de homenagem a José Afonso com artistas da actualidade como
António Zambujo, Mayra Andrade, João Afonso, etc.
Em 2013 retoma, o Cavaquinho e grava o CD Cavaquinho.pt. como ponto de partida para
uma nova etapa dedicada a este instrumento. Actualmente é Presidente da Associação
Museu Cavaquinho que visa documentar, preservar e promover a história e a prática deste
instrumento.
Júlio Pereira conta com 20 discos de Autor e participa como Instrumentista, Orquestrador
ou Produtor em cerca de 80 discos de outros Artistas.
Em 2015 recebeu a medalha de honra da SPA - Sociedade Portuguesa de Autores e foi
condecorado pelo Estado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique
Pintado por
Ana Romero(Museu Cavaquinho)
37
Mutes Pintor
Mutes, autor da capa
Mutes (César de Barros Amorim) nasce em França,
Margny Les Compiegne em 1976, regressa a Portugal
em 1986, reside atualmente em Arcos de Valdevez.
È pintor autodidata, expõe com regularidade desde
2004.
Está representado em diversas coleções nacionais e
estrangeiras em vários Continentes, é amante do
Cubismo. Já ultrapassou mais de uma centena de
exposições, entre as quais Suíça, Espanha, Milão,
Londres, Lisboa, e agora Paris, já vão fazendo parte dasua caminhada. de se afirmar.
Através da sua arte somos transportados para um mundo de histórias
contadas através da tela, onde é possível ver uma certa crítica social, religiosa
e política em alguns dos trabalhos. São figuras mutantes com predominância
de fortes e atrativos campos pictóricos, que nos fazem viajar num mundo
imaginário.
´Mutes busca a desestruturação da obra em todos os seus elementos.
Decompondo a obra através de figuras mutantes imaginárias, regista os
elementos em planos sucessivos numa visão total da figura, contornando-a
nas suas dimensões, sob estranhas e variadas formas com o predomínio de
linhas curvas e retas, numa estruturação das figuras e dos objetos
desajustados.
São danças de uma mão que desenha de forma despreocupada, usando o(DES) Cubismo como forma
38
O cavaquinho
39
40
Técnicas afinação do cavaquinho
O cavaquinho geralmente toca-se rasgado com os quatro dedos
menores da mão direita, ou apenas com o polegar e o indicador
como instrumento harmónico. No entanto, um bom instrumentista
executa a parte cantante destacada do rasgado com os dedos
menores da mão esquerda sobre as cordas agudas, ao mesmo
tempo que as cordas graves fazem o acompanhamento em acordes.
Trata-se de um instrumento com um grande número de afinações
que, tal como no caso da viola, variam conforme as terras, as formas
tradicionais e até os tocadores. Porém, geralmente e para tocar em
conjunto, o cavaquinho afina pela viola com a corda mais aguda
colocada na máxima altura aguda possível.
A sua afinação natural parece ser ré-sol-si-ré (do grave para o
agudo), mas usa-se também sol-sol-si-ré (ou lá-lá-dó #-mi, do grave
para o agudo).
Certos tocadores de Braga usam ainda outras afinações além destas,
próprias de certas formas em que a corda mais aguda (ré) é ora a
primeira, ora a terceira: a afinação para o varejamento (com a
primeira mais aguda) que corresponde a sol-sol-si-ré, atrás indicada;
a afinação para malhão e vira na «moda velha» mais antiga (sol-ré-
mi-lá, também com a primeira mais aguda).
Em Barcelos, é preferida a de sol-dó-mi-lá (afinação da «Maia»)
existindo ainda outras afinações de malhão e vira, para além de
outras com a terceira mais aguda, etc.
Atualmente o cavaquinho é usado - tal como outros instrumentos
típicos das rusgas - também para o fado, seguindo aí uma afinação
correspondente com a primeira mais aguda.
Pintado por
Joana Miguel(Museu Cavaquinho)
41
Afinações do Cavaquinho
Pintado por
Manuela Pimentel(Museu Cavaquinho)
42
Pintado por
Carla Regina(Museu Cavaquinho)
43
Afinação de Lá-Lá-Dó-Mi
44
Afinação de Lá-Lá-Dó-Mi
45
Afinação de Sol-Sol-Si-Ré
46
Acordes
47
Alguns exemplares de músicas
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Músicas para Cavaquinho
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Músicas para Cavaquinho
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Músicas para Cavaquinho
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Músicas para Cavaquinho
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Músicas para Cavaquinho
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Músicas para Cavaquinho
54
Músicas para Cavaquinho
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Notas do Cavaquinho
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Notas do Cavaquinho
57
Notas do Cavaquinho
58
Construtores de Cavaquinho
Pintado por
Minela Reis(Museu Cavaquinho)
59
Construtores de Cavaquinho
60
Construtores de Cavaquinho
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Construtores de Cavaquinho
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Construtores de Cavaquinho
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Fontes
Museu Cavaquinho
Júlio Pereira (blog)
Mutes (Página Pessoal)
Wikipédia Maio 2016
Escola de Música Tradicional
Imagens do Google Maio 2016
Pintado por
Cristina Troufa(Museu Cavaquinho)
64
Mutes Pintor(Museu do Cavaquinho)
Aula de Música
UNIVERSIDADE SÉNIOR DO ROTARY CLUB DA PÓVOA DE VARZIM
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