UNITRI – CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO
GRADUAÇÃO TECNOLÓGICA ESTÉTICA
PROFESSORA: MARTA LÚCIA RESENDE
NICOLLE
O CORPO FALA
UBERLÂNDIA – MG
2011
O CORPO FALA
PIERRE WEIL E ROLAND TOMPAKOW
O livro procura descobrir a comunicação não-verbal do corpo humano,
inicialmente avaliando os princípios subterrâneos que conduzem e regem o corpo. A
partir desses princípios nascem as expressões, gestos e atos corporais que, de
modos característicos estilizados ou inovadores, anunciam sentimentos,
concepções, ou posicionamentos internos.
A obra busca desvendar a linguagem exprimida pelo corpo, nos múltiplos
tipos de relacionamentos humanos que se tem ao longo da vida. Os autores
empregam a esfinge, como referência para demonstrar a linguagem corporal.
Colocam as três partes da esfinge para indicar como é dividido o homem: o boi seria
a referência para os instintos (ou desejos); o leão refere-se aos sentimentos e, a
águia estaria ligada aos pensamentos (ou consciência).
O homem apenas alcançará o equilíbrio, quando sobrepujar os três animais
dentro de si e nada sucede na vida sem que este equilíbrio se constitua. A mesma
coisa acontece com os relacionamentos interpessoais: se não haver uma atração de
águia para águia, de boi para boi e de leão para leão, o relacionamento poderá ser
imperfeito.
Mesmo no dia-a-dia, podem-se observar estes sinais com que as pessoas
passam suas emoções em relação a si mesmas e aos outros. O corpo diz, em uma
linguagem não verbal se está havendo o feedback, ou seja, boa receptividade na
forma como esta tentando comunicar.
As formas como as pessoas se comportam, como colocam os membros em
direção de outra pessoa ou em direção antagônica pode pronunciar sobre seu
interesse em que permaneça a conversação, a interlocução ou não. Pela linguagem
do corpo; diz muitas coisas aos outros. Antes de tudo, o corpo é um centro de
informações, é uma linguagem que não mente.
Voltando a esfinge, esta era combinada por quatro partes: corpo de boi, tórax
de leão, asas de águia; e cabeça de homem. Existe uma tradição muito velha, que
cada uma destas partes representa uma parte do físico do homem e também na sua
correspondência psicológica. Sendo:
Boi – abdômen: vida instintiva e vegetativa;
Leão – tórax: vida emocional;
Águia – cabeça: vida mental (intelectual e espiritual);
Homem – conjunto: consciência e domínio dos três inconscientes anteriores.
Este esquema pode ser aplicado à expressão corporal:
O Boi, em proeminência na expressão corporal, tende a explanar por uma
acentuação do abdômen. O Leão se realça pelo tórax onde habita o coração; é o
cerne da emoção. A Águia, representada pela cabeça, indica o estado de controle
do corpo pela mente.
O corpo fala o que a mente contém, por exemplo: a inclinação do corpo fala
sempre, se a inclinação do corpo de uma pessoa está para trás; pode significar que
está simplesmente relaxando, confortavelmente descansado. Mas se está com os
músculos tensos, pode significar resistência ou rejeição. Se a pessoa está
interessada em alguém ou algo, a inclinação do seu corpo tende a mostrar
naturalmente esta sua inclinação emocional. Uma pessoa que encara com firmeza
mostra interesse amável com a outra e o olhar que te evita com o sorriso que não
chega a firmar - se mostra a fraqueza.
A Águia ama o raciocínio, o saber, a satisfação da sua curiosidade. O Leão
ama o sentimento, música, cores, poesia e forma. O Boi ama os prazeres simples,
aqueles que são importantes para a sobrevivência do ser humano.
No reino animal, a territorialidade apresenta muitas funções vitais, desde os
reflexos necessários para se esconder do inimigo até surpreender a presa,
comunicar ou reproduzir a espécie. O espaço social e humano, e a percepção do
mesmo; condiz que é o básico para compreender o outro.
A linguagem do livro é cíclica e nada do que foi discutido é inovação. O
cotidiano, já instrui quando o sujeito está sendo renunciado ou bem aceito. Não tem
como se fazer um manual e entregar tudo acabado, como se não fosse encontrar
pessoas dissimuladas que conseguirão fazer com que a linguagem corporal,
somente leve a acreditar em coisas que interessem apenas a eles.
Pode-se enfatizar também, que traz alguns desacertos, que um livro
consagrado a acadêmicos, não poderia fazer. Por exemplo: descodificar aparece em
vários fragmentos, quando o correto seria decodificar, que segundo o Grande
Dicionário Larousse Cultural da Língua Portuguesa quer dizer? v. t. 1. Efetuar uma
decodificação; decifrar. ? 2. Escrever em linguagem clara e comum um texto escrito
em código.
Outro ponto que pode identificar no livro é seu lado machista. A mulher surge
na maioria das caricaturas como inferior, subordinada, como caça, até mesmo
empregando uma forma pejorativa de mostrá-la como a sogra, que tenta dificultar
um relacionamento. O homem, sempre aparece como arquétipo de altivez, sempre
numa posição bastante elevada.
Este tipo de imagem subjetiva pode energizar o posicionamento machista que
prevalece no mundo e, isso, psicologicamente, não é bom. Por que em nenhuma
das charges aparece uma mulher, tentando seduzir um homem? Ou, quando a
relação é de trabalho, a mulher como chefe, administrando a ação? São
observações imprescindíveis quando lê um livro, sobretudo quando este tem
desígnios didáticos.
Ao finalizar a leitura tem-se a seguinte decodificação: o lado Boi diz para nem
mesmo terminar de lê-lo; o lado Leão o rejeita, mas vê alguns pontos importantes; o
lado Águia, o aceita e desenvolve uma resenha, mesmo que seja crítica.
O Corpo Fala é uma obra que talvez careça ser reeditada, repensada em
alguns pontos. Quando quer decodificar o que o corpo fala necessita-se que a
linguagem humana seja direta, sem filtros ou bloqueios, para que mensagem chegue
ao receptor de forma clara e objetiva.
Questões:
1. Escreva sobre os autores da obra.
Pierre Weil: Doutor em Psicologia pela Universidade de Paris, Professor na
Universidade de Minas Gerais, Diretor do Cento de Psicologia Aplicada – RJ,
Especialista em Psicoterapia de Grupo e Psicodrama e autor de vários livros
editados em diversos países, incluindo o conhecido bestseller “Relações Humanas
na Família e no Trabalho”.
Roland Tompakow: Professor de Comunicações dos Cursos de Administração
de Empresas da Fundação Getúlio Vargas – RJ, artista gráfico, técnico em
Informática Visual, jornalista, assessor de Informática em marketing de várias
Empresas e coordenador dos registros de Cinésica do grupo de Pesquisas chefiado
pelo professor Pierre Weil.
2. Qual é a temática da obra?
O tema abrange a comunicação psicossomática inconsciente do próprio
leitor .
3. Explique o processo de alfabetização segundo os autores.
Houve quem aprendesse o valor das letras do alfabeto, mas não as
decoraram todas de uma só vez; à medida que foi conhecendo as primeiras letras,
fixou o seu valor na mente por meio das curtas palavras bem simples da cartilha.
Depois, não precisou mais dela. Reconheceu, de pronto, os fonemas já seus
conhecidos, mas arrumados em ordem diferente nas novas palavras. Assim,
sabendo que "bo" e "ca", nesta ordem, significa "bo-ca", descobriu que, trocada a
posição das duas sílabas, o conjunto "ca" e "bo" significa "ca-bo". Nesta fase, já
entrou o "método global" de leitura, hoje usado em toda parte.
4. Caracterize o símbolo.
Desde tempos imemoriais, usa-se símbolos - mensagens sintéticas de
significado convencional. São como ferramentas especializadas que a inteligência
humana cria e procura padronizar para facilitar a sua própria tarefa - a imensa e
incansável tarefa de compreender. A característica dominante do símbolo é fugir da
palavra ou frase, escrita por extenso. Frase já é grupo de símbolos (palavras), por
sua vez também compostas de símbolos (letras) de fugazes vibrações sonoras. E
tudo isso sujeito a um código gramatical de origem empírica e lastrado com a
inevitável imprecisão semântica, especialmente a deterioração do significado
percebido através de gerações.
5. Explique a composição da Esfinge
Era composta de quatro partes: CORPO DE BOI, TÓRAX DE LEÃO, ASAS
DE ÁGUIA CABEÇA DE HOMEM.
6. Caracterize o boi na esfinge.
O Boi, quando colocado em evidência na nossa expressão corporal, tende a
se traduzir por uma acentuação do abdômen. A pessoa avança o abdômen; isto se
encontra em gente que gosta de boas refeições, que se senta à vontade diante de
uma farta mesa de jantar.
7. Caracterize o leão.
O Leão se evidencia pelo tórax onde reside o coração; é o centro da emoção.
Os especialistas em expressão corporal, sobretudo os coreógrafos, o consideram
como o centro do EU.
8. Caracterize a águia.
A Águia, representada pela cabeça, nos indica o estado de controle do corpo
pela mente.
9. Como fica a composição dos três animais na cabeça do ser humano.
Na própria cabeça temos representados os três animais: O boi, representado
pela boca por onde entram os alimentos. O leão, representado pelo nariz onde entra
o oxigênio para os pulmões. A águia, representada pelos olhos que são o espelho
da mente.
10. Diferencia harmonia de desarmonia.
Harmonia é disposição bem ordenada entre as partes de um todo; concórdia;
concordância. Desarmonia é má disposição das partes de um todo; discordância.
11. O que há em comum entre as pessoas?
Podemos afirmar que todos têm em comum precisamente isto: cada qual zela
pela sua individualidade, pela personalidade que lhe é própria.
12. Na escala de valores da vida, o que ocupa o primeiro lugar?
Na escala de valores da vida, a auto-preservação ocupa o primeiro lugar - é
sobrevivência antes do prazer. Quer segurança para ter a tranqüila paz, precisamos
de paz. Para manter o amor e vice-versa; quando inseguros, ficamos ansiosos. Em
todo comportamento interpessoal encontramos atitudes físicas e mentais cuja
finalidade é evitar a ansiedade de um "Não!" ao nosso EU, ou de obter a segurança
de um "Sim!" concordando com o que somos.
13. Explique a questão do discernimento no homem.
O homem é programado para discernir, mas o hábito de atentar para as
ferramentas-símbolos, chamadas palavras, afastou-o da percepção consciente total
imediata do "aqui e agora”. - Simpatia e antipatia, uma possível capacidade residual
deste tipo de percepção.
14. Segundo os autores como os animais símbolos amam?
A ÁGUIA - Ama o raciocínio, o saber, a satisfação da sua curiosidade. É
realista, foge da ilusão. E procura enxergar longe. Quer o "CERTO". "USA A
CABEÇA". Um congresso de sábios discutindo princípios de matemática é, naquele
momento, um bando de águias.
O LEÃO - Ama o sentimento, música, cores, poesia, forma. Distingue entre
lágrimas e o riso, o coração batendo de esperança ou o peito arfando em desespero.
Não raciocina, é impulsivo. Quer o "BELO", o "BONDOSO", o "SIMPÁTICO". Um
conjunto musical ou uma academia de poetas é, no momento de exercer aquelas
atividades, um bando de leões.
O BOI - Ama os prazeres simples, aqueles que são importantes para a
sobrevivência do ser humano: respirar o bom ar, fazer bater bem o sangue, dormir
comodamente, beber e comer bem, defender bem o corpo de todos os perigos
físicos e caprichar nos atos de excitação, cópula, fecundação, parto, amamentação
etc, que visam à continuidade da família humana sobre a terra.
15. Quais são os fatores básicos da territorialidade humana?
Pessoas em busca de (ou sujeitos a) intimidade {interação total). Assim é
também a linguagem do nosso corpo. E possível tornarmo-nos conscientes das
nossas posturas e querermos controlá-las.
16. Como é o homem consciente?
Na esfinge, a cabeça de homem que emerge dos animais simboliza
justamente o homem consciente, o homem que tenta despertar, que procura se livrar
dos seus reflexos e condicionamentos, que espera sair da sua alienação, a fim de
tomar-se a si mesmo nas suas próprias mãos. Isto consiste em ser não somente
consciente dos seus três “animais", mas ainda dominá-los, dirigi-los. E dirigi-los
corresponde a canalizar a energia, a serpente da esfinge, no nível que se quiser.
São muito raros os homens que conseguiram isto.
17. Explique a psicoterapia corporal.
Uma psicoterapeuta norte-americana, liana Churgin, procurou realizar uma
síntese entre a técnica de Rolf e Alexander e uma técnica de psicoterapia em grupo
chamada "Gestalt-Terapia". A Gestalt-Terapia consiste em colocar as pessoas
diante das suas grandes contradições e tensões, reconstituindo o que se chama em
psicologia a relação "Figura-Fundo", ou completando "Figuras inacabadas"; também
como em psicanálise, se faz a catársis de emoções reprimidas.
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