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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO SOCIAL,
EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO LOCAL
MARIA CRISTINA FEROLLA
O CUIDADO COM A APARÊNCIA EM MULHERES
BENEFICIÁRIAS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA:
empoderamento e desenvolvimento local
Belo Horizonte
2018
0
MARIA CRISTINA FEROLLA
O CUIDADO COM A APARÊNCIA EM MULHERES
BENEFICIÁRIAS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA:
empoderamento e desenvolvimento local
Dissertação apresentada ao Colegiado do
Programa de Pós-Graduação em Gestão
Social, Educação e Desenvolvimento Local
como requisito parcial para obtenção do título
de mestre.
Área de concentração: Inovações sociais e
desenvolvimento local.
Linha de pesquisa: Educação e
desenvolvimento local
Orientadora: Profª Drª Wânia Maria Araújo
Belo Horizonte
2018
1
Ficha catalográfica desenvolvida pela Biblioteca UNA campus Guajajaras –
Bibliotecário Júlio Ferreira Gomes – CRB 6 – 3227.
F387c Ferolla, Maria Cristina
O cuidado com a aparência em mulheres beneficiarias do programa bolsa
família: empoderamento e desenvolvimento local. / Maria Cristina Ferolla. –
2018.
136f.
Orientadora: Profa. Dra. Wânia Maria Araújo
Dissertação (Mestrado) – Centro Universitário UNA, 2018. Programa de pós-
graduação em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local.
Inclui bibliografias.
1. Mulheres - Cuidados com a beleza. 2. Programa Bolsa Família (Brasil). 3.
Gestão social. I. Araújo, Wânia Maria. II. Centro Universitário UNA. III. Título.
CDU: 658.114.8
2
3
NOTA INTRODUTÓRIA
No Programa de Pós-Graduação em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento
Local do Centro Universitário UNA, as dissertações de mestrado se orientam pelas seguintes
normas aprovadas por seu Colegiado:
Para os elementos textuais:
1. A Introdução deve trazer o tema, problema, questão central da pesquisa, hipótese
(facultativa), objetivo geral, objetivos específicos, justificativas e o plano de capítulos;
2. O primeiro capítulo deve trazer uma revisão teórica na área temática da pesquisa, dentro
de um recorte de tempo. É esperado que esse capítulo seja apresentado na forma de um
artigo de revisão, contendo: título, subtítulo, nomes e filiação institucional dos autores (o/a
mestrando/a e o/a orientador/a), resumo, palavras-chave, abstract, keywords, introdução,
desenvolvimento, conclusão, referências, notas, anexos e apêndices;
3. O segundo capítulo deve trazer o relato da pesquisa realizada pelo/a mestrando/a. É
esperado que esse capítulo seja apresentado na forma de um artigo científico, contendo:
título, subtítulo, nomes e filiação institucional dos autores (o/a mestrando/a e o/a
orientador/a), resumo, palavras-chave, abstract, keywords, introdução, discussão teórica,
metodologia, análise dos dados e/ou discussão dos resultados, considerações finais,
referências, notas, anexos e apêndices;
4. O terceiro capítulo deve trazer o produto técnico derivado da revisão teórica e da pesquisa
realizada pelo/a mestrando/a, sua proposta de intervenção na realidade. É esperado que
contenha: título, subtítulo, nomes e filiação institucional dos autores (o/a mestrando/a e
o/a orientador/a), resumo, palavras-chave, abstract, keywords, introdução, discussão para
introduzir o produto técnico e contextualização, descrição detalhada do produto técnico,
considerações finais, referências, notas, anexos e apêndices;
5. Por último, o/a mestrando/a deve trazer as considerações finais da dissertação;
6. Ficam mantidos os elementos pré-textuais e pós-textuais de praxe em dissertações e teses;
7. Alguma flexibilidade em relação a essa estrutura pode ser considerada, mas é
indispensável que o/a mestrando/a apresente pelo menos uma das suas partes na forma de
um artigo.
4
RESUMO
Este estudo tem como principal objetivo analisar os padrões de beleza na sociedade
contemporânea, suas diferentes formas de imposição ás mulheres ao longo do tempo e como
pode chegar a influir nas condições de vulnerabilidade social. As mulheres que participaram
desta pesquisa são beneficiárias do Programa Bolsa Família, atendidas na Clínica de Estética
de uma instituição de ensino superior, localizada no município de Formiga. Para compreender
a forma como a imposição de padrões de beleza alcança estas mulheres foi feita uma breve
diacronia para situar como tais padrões foram se transformando ao longo do tempo como
consequência das mudanças nos contextos sociais, políticos, econômicos, culturais das
sociedades. A intenção foi percorrer alguns momentos históricos para identificar os padrões
de beleza de cada época e perceber como as mulheres foram alvo das determinações do
próprio conceito de beleza como se o gênero feminino fosse o depositário dos ideais de beleza
de cada momento no tempo. Estes padrões pré-estabelecidos, durante décadas, estereotiparam
mulheres e as fizeram submeter-se a diversos procedimentos estéticos na busca de alcança-
los. Diante do exposto, é necessário pensar em ações que contribuam para a desconstrução de
conceitos que vêm ao longo de décadas aprisionando mulheres, visto que são ideais de beleza
impostos por uma sociedade machista, que afetam a autoestima feminina trazendo
consequências negativas para sua saúde física e psíquica. Para a realização deste estudo
delineado como qualitativo, foi realizada pesquisa bibliográfica em bases de dados eletrônicos
para o levantamento de artigos, dissertações e teses relativos ao tema desta pesquisa a partir
das palavras chave: Padrão de Beleza, Autoestima, Empoderamento Feminino, Bolsa Família,
Gestão Social, Desenvolvimento Local e seus equivalentes em inglês. Além disso, realizou-se
dez entrevistas com mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família que foram atendidas
na Clínica Escola de Estética do Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG. A partir da
análise dos dados coletados, foi elaborada uma proposta de ação extensionista com os
profissionais da estética e da psicologia para acompanhar as mulheres atendidas na Clínica de
Estética da Unifor em suas reflexões sobre o ―ser mulher‖ em condições de vulnerabilidade
social a partir da perspectiva da gestão social.
PALAVRAS CHAVE: Autoestima. Bolsa Família. Empoderamento. Gestão Social. Mulher.
Padrão de beleza.
5
ABSTRACT
This study has as main objective to analyze the standards of beauty in contemporary society,
its various forms of imposing women over time and how you can get the work under the
conditions of social vulnerability. The women who participated in this survey are
beneficiaries of the Family allowance program, served on Aesthetic clinic of a higher
education institution, located in the municipality of Ant. To understand how the imposition of
standards of beauty reaches these women was made a brief diachrony locating how such
patterns have been changing over time as a result of changes in social, political, economic
contexts, cultural societies. The intention was to traverse some historic moments to identify
patterns of beauty of each season and understand how women were the subject of the
determinations of the very concept of beauty like the female gender was the depositary of the
ideal of beauty of each moment in time. These pre-set standards for decades, estereotiparam
women and made them undergo various cosmetic procedures in seeking to reach them. On the
above, it is necessary to think of actions that contribute to the deconstruction of concepts that
come along decades trapping women, since they are ideals of beauty imposed by a sexist
society that affect the female self-esteem bringing negative consequences for your physical
and mental health. It is necessary also that esthetic professionals operate in order to contribute
to formation of happy and self-confident individuals who seek not only follow tax standards
of beauty, but the health and physical and emotional well-being. To complete this study
outlined and qualitatively, was carried out bibliographical research in electronic databases for
the removal of articles, dissertations and theses related to the topic of this research from the
keywords: standard of beauty, Self-esteem, female empowerment, Family, Social
management, Local development and their equivalents in English. In addition, ten interviews
with women beneficiaries of the Family allowance program which were met at the clinic
School of aesthetics of the Centro Universitário de Formiga-UNIFOR-MG. The interviews
were analyzed by categories (I'll check if the categories are proper coinciding with the chapter
2 because I think your set of categories are organized there otherwise), namely,
empowerment: psychological, social and political; From the analysis of the data collected,
was an elaborate proposal for extensionists action with the professionals of aesthetics and
psychology to accompany women met at the clinic of aesthetic Unifor in his reflections on the
"woman" in conditions of social vulnerability from the perspective of social management.
KEYWORDS: Self esteem. Bolsa Família. Empowerment. Social Management. Woman.
Beauty pattern.
6
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Categorias de Análise .............................................................................................. 54
7
Lista de siglas e abreviaturas
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
ODM Objetivos do Milênio
ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ONU Organização das Nações Unidas
PBF Programa Bolsa Família
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
WEPs Women's Empowerment Principles (Tradução Forum de Princípios
de Empoderamento)
8
Dedico a Deus que me conduziu a
trilhar este caminho e colocou anjos que me
sustentaram nesta caminhada;
Aos meus pais, que com seu exemplo
de amor, trabalho e garra, me ensinaram a
persistir, mesmo nos momentos de extrema
fraqueza. A dedicação e simplicidade deles
proporcionaram condições para que eu
estivesse aqui. Dentre tantas outras
oportunidades que me concederam na vida,
meu eterno reconhecimento e gratidão;
9
Agradecimentos
À estimada professora Drª Wânia Maria de Araújo pelo sorriso largo, apoio e pela
confiança em mim depositada ao longo deste percurso, me orientando de forma carinhosa e
precisa neste árduo caminho, presente de forma suave, acreditando em mim, quando nem eu
acreditava ser capaz, minha eterna gratidão.
À professora Dra Matilde Meire Miranda Cadete, esta mestre maravilhosa, que me
acompanhou nesta trajetória, sempre com uma palavra carinhosa, positiva e me empoderando
a cada momento, reafirmando minha capacidade. Pela sua ajuda nesta caminhada, levarei sua
competência, seu exemplo de eximia mestre, que não perdeu a doçura, simplicidade e acima
de tudo, o amor pelo próximo.
À professora Dra. Alexandra do Nascimento Passos, pela gentileza de contribuir de
forma importante no exame de qualificação. A qual me proporcionou uma melhor
investigação e correlação entre gênero, padrão de beleza e gestão social, com seus valiosos
questionamentos. Deixo também minha gratidão, você também colaborou com meu
empoderamento e com minha chegada até aqui. Mestre suave, eficiente, nos faz crescer de
forma harmoniosa. Você foi outro anjo protetor. Obrigada por ter feito parte de forma tão
especial desta minha caminhada.
Aos meus professores e colegas de mestrado pela convivência e troca diária que
proporcionaram meu enriquecimento pessoal e acadêmico. Diante de tantas trocas felizes, ou
não, saio com certeza que valeu a pena, que não foi em vão, que hoje sou uma pessoa e uma
cidadã melhor!
Às mulheres maravilhosas que me confiaram e compartilharam suas experiências,
sentimentos e possibilitaram a realização desse estudo, meu carinho e reconhecimento. Muito
Obrigada!
10
"Amar a si mesmo é o começo de um romance
para toda a vida."
(Oscar Wilde)
11
SUMARIO1
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13
CAPÍTULO 1: Empoderamento feminino, uma reflexão do padrão de beleza
estereotipado em mulheres de baixa renda .......................................................................... 18
1.1 Introdução ............................................................................................................... 19
1.2 Metodologia ............................................................................................................ 20
1.3 Discussão teórica .................................................................................................... 21
1.3.1 A centralidade da aparência ............................................................................. 21
1.3.2 Beleza: história e o ideal de beleza .................................................................. 22
1.3.3 Tratamentos estéticos ....................................................................................... 27
1.3.4 Empoderamento ............................................................................................... 28
1.3.4.1 Empoderamento psicológico......................................................................... 31
1.3.4.2 Empoderamento social .................................................................................. 31
1.3.4.3 Empoderamento político ............................................................................... 31
1.4 Autoestima .............................................................................................................. 32
1.5 Mulheres de baixa renda ......................................................................................... 32
1.6 O Programa Bolsa Família ...................................................................................... 35
1.7 Gestão social ........................................................................................................... 36
1.8 Políticas públicas e igualdade de gênero ................................................................ 37
1.9 Considerações finais ............................................................................................... 39
1.10 Referências............................................................................................................ 40
CAPÍTULO 2: A Percepção da autoimagem das mulheres beneficiárias do PBF
frente ao padrão de beleza estabelecido ............................................................................... 48
2.1 Introdução ............................................................................................................... 49
2.2 Metodologia ............................................................................................................ 50
2.2.1. Considerações sobre a coleta de dados ........................................................... 52
2.3 Análise e discussão dos resultados ......................................................................... 53
2.3.1 Padrão de beleza, autoimagem, autoestima, qualidade de vida e
empoderamento psicológico ................................................................................................. 54
2.3.2 Relação entre autoestima, educação e aprimoramento pessoal: o
empoderamento social .......................................................................................................... 63
1 Este trabalho foi revisado de acordo com as novas regras ortográficas aprovadas pelo Acordo
Ortográfico assinado entre os países que integram a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em
vigor no Brasil desde 2009. E foi formatado de acordo com a ABNT NBR 14724 de 17.04.2011
12
2.3.3 Padrão de beleza e bem estar; desigualdade social e poder; vulnerabilidade
social e empoderamento político ......................................................................................... 71
2.4 Considerações finais ............................................................................................... 74
2.5 Referências.............................................................................................................. 76
CAPÍTULO 3: Abordagem interdisciplinar no empoderamento feminino .......... 82
3.1 Introdução ............................................................................................................... 83
3.2 Desigualdade social e gênero .................................................................................. 86
3.3 Pobreza, gênero e politicas públicas: empoderamento para o desenvolvimento local
no contexto da emancipação feminina ...................................................................................... 87
3.4 Empoderamento, igualdade social .......................................................................... 91
3.5 Gestão Social: a construção do empoderamento feminino e o desenvolvimento
local .......................................................................................................................................... 94
3.6 Projeto de extensão ―Empoderamento Feminino a partir da Gestão Social‖ ........ 96
3.7 Proposta de projeto de extensão ―Pelas Trajetórias de Mulheres Construindo um
Espaço de Reflexão‖ ................................................................................................................. 97
3.7.1 Objetivos .......................................................................................................... 97
3.7.1.1. Objetivo geral .............................................................................................. 97
3.7.1.2 Objetivos específicos .................................................................................... 97
3.7.3 Metodologia ..................................................................................................... 98
3.8 Considerações finais ............................................................................................. 100
3.9 Referências............................................................................................................ 101
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 107
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 110
APÊNDICES ............................................................................................................. 127
APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DA
RESOLUÇÃO 466/2012 ........................................................................................................ 127
APÊNDICE................................................................................................................ 130
APÊNDICE B: ROTEIRO DE ENTREVISTA.......................................................... 130
ANEXO ...................................................................................................................... 134
ANEXO A – PARECER CONSUBSTANCIADO .................................................... 134
13
INTRODUÇÃO
A dedicação das mulheres a sua estética corporal é algo antigo, se verificarmos o
contexto histórico; já na antiguidade, o universo feminino sempre estava associado à beleza;
deusas, sacerdotisas, musas, mães-terra e as diversas figuras mitológico-religiosas jamais
deixaram de possuir, entre os requisitos principais, a beleza.
A beleza vem, ao longo da história, sendo discutida, transformada e cultuada, sempre
relacionada aos valores sociais de cada época. O conceito de belo é um tanto complexo, pois
fundamenta uma categoria do espírito, sendo aplicado a todos os objetos que nos transmitem
beleza, como um corpo humano, componentes da natureza, uma paisagem, uma atitude de
alguém que admiramos. Mas afinal o que é "beleza"? É, antes de tudo, a própria sensação, e
"belo" é o que desencadeia a tal sensação. A ideia de "belo" sempre esteve intimamente
ligada à ideia de "bem" e de "bom", como evidencia Umberto Eco em História da Beleza. O
autor constata que em várias épocas históricas correlacionou-se uma tênue ligação entre o
Belo e o Bom (ECO, 2010).
Segundo a sabedoria popular, beleza é algo subjetivo, influenciado pelos gostos
pessoais de cada um e difere de pessoa para pessoa. Como descrito pelo filósofo escocês
David Hume, "A beleza não é uma qualidade inerente às coisas. Ela existe apenas na mente de
quem as contempla, e cada mente percepciona uma beleza diferente" (HUME, 1987, p. 231)2.
Diante disso, é possível afirmar que o belo é algo de difícil catalogação, por depender de
vários e diferentes fatores. Dessa forma, o belo e, mais especificamente, a beleza feminina são
aqui tomados como ponto de partida para a compreensão das imposições de padrões de beleza
ao feminino ao longo da história. Ao tomar a beleza feminina como ponto de partida, tornou-
se inevitável discorrer sobre o corpo feminino, bem como sobre os riscos para a integridade
psicofísica das pessoas que se submetem a intervenções, inclusive cirúrgicas, para alcançar os
padrões de beleza impostos pela sociedade e terem os corpos ―perfeitos‖. O sofrimento das
mulheres em nome de um tipo de beleza preestabelecida é tão antigo como a humanidade, não
sendo exclusivamente um fenômeno contemporâneo. O que acontece nos dias atuais já
acontecia, conforme assinalam Lisboa e Suenaga (2006, p. 1):
A beleza é representada como um dever cultural, sobre influências da mídia e da
moda, onde o corpo é transformado em mercadoria e o objeto de desejo o corpo
padrão, ou, a beleza padrão. Entende-se que o padrão de beleza ideal é mutável e que
a busca por este, quando não concretizado, pode acarretar graves consequências ao
ser humano.
2 Tradução livre.
14
O trecho anterior evidencia o problema da mulher enquanto escrava das imposições
sociais em torno da beleza feminina, imposições criadas por uma sociedade machista.
A ideia de beleza sempre foi relacionada ao sexo feminino: anjo e diabo, exaltados e
condenados, reverenciados e maltratados, salvação e perdição ao mesmo tempo, a mulher tem
sido, e continua a ser considerada a materialização mais próxima do conceito de beleza. No
mundo ocidental, dominado por modelos de vida e de pensamento patriarcais, a mulher lutou,
tantas vezes sem sucesso, para ser o que efetivamente quer ser e é, para viver sua própria
individualidade e poder vivenciar um mundo em que ser pessoa, ser mulher, ser bela, não
insinuasse ser o que os outros definissem que fosse.
O século XX, pode-se dizer que consolida progressivamente ideais quase
inalcançáveis de saúde e perfeição e, por consequência, o esmagamento das mulheres. Ano
após ano a "beleza" afirma-se cada vez mais como sinônimo de "superpoder". É este o século
das grandes pressões e opressões, as quais, para as mulheres, muitas vezes vem com uma ideia
de crescente independência e autonomia, que podem se revelar como uma ilusão. A mulher
vive continuamente obrigada a responder a padrões, expectativas novas. Devido a isso que,
por outro lado, o desgaste e confusão sempre maiores às quais a mulher é sujeita determinam,
psicológica e antropologicamente, o desejo louco e descomedido de corresponder cada vez
mais a modelos ideais inalcançáveis, principalmente fisicamente, que juntam estilo de vida e
imagem exterior.
É nesta perspectiva que no presente trabalho analisarei a interferência da
autopercepção da imagem feminina frente aos padrões de beleza impostos com o objetivo de
trazer reflexões sobre a interferência histórica da beleza na subjetividade feminina, suas
consequências na autoestima, comportamento e qualidade de vida da mulher, bem como os
reflexos disso na presença ou ausência do empoderamento.
A construção da auto percepção é influenciada pelo meio no qual o individuo está
inserido. Vivendo em uma sociedade marcada por uma ideia de superioridade masculina, as
mulheres são as maiores vítimas da baixa autoestima. Além disso, existem outras interseções
na auto percepção feminina como gênero, raça e classe que, em relação às mulheres negras,
pobres e periféricas, por exemplo, observa-se que são duplamente penalizadas. Por isso, a
autoestima deve ser analisada também de acordo com o contexto social, idade, raça, peso etc.
Frente a isso, as mídias se tornam potencializadoras da imposição de padrões de beleza
o que, consequentemente, contribui para a baixa autoestima feminina. Na mídia, não há
representatividade positiva para as mulheres que se distanciam do padrão, pois estas entram
15
no ciclo de crescente cobrança referente a si próprias, para se encaixarem nos estereótipos.
Esses padrões acabam por influenciar de forma bastante negativa as suas autoestimas.
Muitas mulheres sofrem de baixa autoestima. Isso influencia na vida pessoal,
profissional e social. Este trabalho poderá conferir visibilidade a esses problemas, que são
muitas vezes deixados de lado, considerados como fútil e sem importância. Com efeito,
restabelecer a autoestima das mulheres é de extrema importância para que elas consigam lutar
pela igualdade de gênero em todas as esferas de sua vida. É necessário que se sintam nas
mesmas condições de desfrutar postos de trabalho contribuindo para uma sociedade mais justa
e harmônica.
Trabalho num Centro Universitário, referência de ensino de nível superior no
município de Formiga-MG, desde agosto de 2012, como docente do Curso de Bacharelado em
Estética. Em 2014, iniciei meu trabalho de supervisão em atendimento na Clinica Escola da
referida instituição, onde são realizados procedimentos estéticos faciais e corporais destinados
à comunidade. Tais procedimentos são oferecidos de forma gratuita e, entre as mulheres
atendidas, estão aquelas beneficiadas pelo Programa Bolsa Família – PBF. No contato diário
com estas pessoas, em especial com as mulheres beneficiadas pelo PBF, comecei a receber
relatos que me chamaram muito atenção pela complexidade e pela maneira que elas me
relatavam seus sentimentos positivos e/ou negativos e como isso interferia na qualidade de
vida delas. Nestes relatos, comecei a perceber que o padrão de beleza imposto socialmente e a
autopercepção destas mulheres lhes traziam angústia e sentimentos de baixa autoestima e
autocondenação, fato até então visto por mim como futilidade. Os relatos no início, meio e
final dos procedimentos eram alterados de forma significativa, quando se sentiam melhores
consigo mesmas. Por que as mulheres são tão escravizadas pelo padrão de beleza imposto?
Porque não ter a aparência das modelos magras, altas e com pele e cabelos bem cuidados, as
faz sofrer tanto e a se autopenalizar?
Diante deste quadro comecei a refletir sobre a complexidade da subjetividade feminina
e os valores sociais impostos ao longo da história que se internalizam e as escravizam. Frente
a estas inquietações, começo a ler e pesquisar sobre o tema: beleza, poder, autoestima e suas
interferências na qualidade de vida destas mulheres.
Em agosto de 2016, inicio um Mestrado em Educação, Gestão Social e
Desenvolvimento Local, no Centro Universitário UNA, que me possibilita um melhor
entendimento sobre as variáveis que estava estudando. Neste momento, começo a desvendar
estas variáveis e a necessidade de contribuir de alguma forma para a desconstrução dos
16
valores enraizados e internalizados pelas mulheres e construídos por uma sociedade machista
que as aprisiona.
A relevância deste estudo se apresenta pela intenção de abrir mais espaço para reflexão
e discussão sobre como os padrões de beleza pré-estabelecidos podem interferir na
subjetividade feminina e sua influência no comportamento das mulheres, em sua autoestima e
qualidade de vida. Como forma de gestão social pretende-se analisar os fatores que
aprisionam as mulheres e as impedem de tomar posse de suas vidas e decisões. Com isso,
busca-se um melhor enfrentamento a todo tipo de violência que lhes é imposta. E assim
colaborar para uma mudança de atitude e tratar da necessidade de se libertarem de valores que
contribuem para a baixa autoestima, visto que, interferem de forma negativa em sua qualidade
de vida e no meio social em que vivem.
Assim, essa pesquisa teve como principal objetivo analisar se a melhora da imagem
obtida após a realização de procedimentos estéticos nas mulheres beneficiárias do Programa
Bolsa Família do município de Formiga/MG contribuiu para o seu empoderamento e para o
desenvolvimento local de suas comunidades. São ainda os objetivos específicos:
a. Identificar como o padrão de beleza interfere na percepção da imagem
feminina e caracterizar a relação entre percepção da imagem e padrão de beleza da
sociedade contemporânea;
b. Analisar a relação entre a melhora na autoestima, aprimoramento pessoal e sua
influência no desenvolvimento social, cultural e econômico das mulheres beneficiárias
do Programa Bolsa Família do município de Formiga-MG;
c. Verificar a relação entre padrão de beleza da sociedade contemporânea e o
empoderamento feminino;
d. Enunciar as mudanças ocorridas após os procedimentos estéticos.
e. Propor, como produto técnico, a elaboração de uma proposta de ação
extensionista com equipe multidisciplinar no Centro Universitário de Formiga.
A estrutura da dissertação consiste em três capítulos, no formato de três artigos
científicos, atendendo à decisão do colegiado sobre a nova estrutura do trabalho de conclusão
do curso.
Neste arranjo, o primeiro artigo apresenta uma revisão teórica sobre as alterações dos
padrões de beleza ao longo da história e suas influências na imagem e comportamento
feminino até os dias atuais. O artigo tratará também das variáveis que são importantes para
que melhor se compreenda o tema estudado como autoestima, baixa renda, Programa Bolsa
17
Família, empoderamento. Finaliza-se esse capítulo com o tema gestão social e
desenvolvimento local no contexto da importância do tema para o empoderamento da mulher.
O segundo artigo apresenta os resultados da pesquisa desenvolvida com mulheres
beneficiárias do programa Bolsa Família que passaram por procedimentos estéticos no
município de Formiga. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com tais mulheres a
partir das quais se identificou a percepção delas frente ao padrão de beleza pré-estabelecido,
seus sentimentos e seu reflexo em suas atitudes e qualidade de vida, bem como a interferência
destes fatores na presença ou ausência do empoderamento feminino analisado à luz dos
preceitos da gestão social e do desenvolvimento local.
A partir dos relatos coletados pelas entrevistas surgiu então o terceiro artigo na forma
de um produto técnico. Este se constitui em uma proposta de ação extensionista voltadas para
as mulheres beneficiárias do PBF. A ideia é tornar possível a estas mulheres um espaço de
encontro e reflexão sobre sua condição de ser mulher. Espera-se que tais ações possam
oferecer contribuições para o debate sobre a percepção dessas mulheres e a necessidade de
desconstrução das imposições de uma sociedade machista que as escravizam e
dificulta/impedem o empoderamento feminino. Espera-se também contribuir para desenvolver
uma maior reflexão sobre a violência que as mulheres sofrem ao serem estereotipadas a partir
de padrões de beleza impostos ao longo de décadas.
18
Capítulo 1: Empoderamento feminino, uma reflexão do padrão de beleza
estereotipado em mulheres de baixa renda
Maria Cristina Ferolla3
Wânia Maria Araújo4
Resumo
Este estudo tem como objetivo analisar como o padrão de beleza interfere na percepção da
imagem, na autoestima e sua influência no empoderamento feminino das mulheres
beneficiadas pelo Programa Bolsa Família. Será apresentada uma breve contextualização
sobre algumas questões para um melhor entendimento do tema como beleza, empoderamento,
autoestima, mulheres de baixa renda, Programa Bolsa Família, gênero, gestão social e
desenvolvimento local. Os padrões de beleza pré-estabelecidos durante décadas, levaram as
mulheres a se submeterem a diversos procedimentos estéticos na busca de alcançá-lo. Para
tais procedimentos é necessário investimento financeiro, não acessível às mulheres de baixa
renda. Para a realização deste estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica. Este
levantamento foi executado em bases de dados eletrônicas: Scielo, Google Acadêmico, Lilacs,
sendo priorizados estudos realizados de 2010 a 2017. Esta pesquisa bibliográfica visa a
contribuir com a produção de conhecimentos sobre a importância da autopercepção da
imagem. Os artigos, dissertações, teses e capítulos de livros consultados abordam o tema da
violência psicológica produzida nas mulheres pela busca de alcançar os padrões de beleza
impostos, bem como os reflexos negativos em sua autoestima, qualidade de vida e no seu
empoderamento. Por meio desta pesquisa, foi possível concluir que a mulher vem, ao longo
da história, sendo escravizada por padrões estéticos pré-estabelecidos, na maioria das vezes
inatingíveis para a grande maioria dos indivíduos. É necessário publicizar estas reflexões para
que se possa pensar em ações que contribuam para a rejeição de modelos de beleza impostos
durante toda a vida para que as mulheres possam participar de forma efetiva em processos
decisórios de toda ordem, mas em especial, aqueles que digam respeito a si mesmas e as suas
comunidades.
Palavras Chave: Autoestima. Bolsa Família. Empoderamento feminino. Gestão Social.
Padrão de beleza.
Abstract
This study aims to analyze how the standard of beauty interferes with the perception of the
image, on self-esteem and your influence on female empowerment of women benefited by the
Bolsa Família Program. A brief background about some questions for a better understanding
of the topic as beauty, empowerment, self-esteem, women of low income Family allowance
program, gender, social management and local development. The pre-established standards of
beauty for decades, led women to submit to various cosmetic procedures in seeking to achieve
it. To such procedures is necessary financial investment, not accessible to low-income
women. To carry out this study was conducted a literature search. This survey was performed
in electronic databases: Scielo, Lilacs, Google Scholar being prioritized studies from 2010 to
2017. This bibliographical research aims to contribute to the production of knowledge about
3Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local
(GSEDL) do Centro Universitário UNA de Minas Gerais. 4 Wânia Maria Araújo Profª. do Programa de Pós-Graduação em Gestão Social, Educação e
Desenvolvimento Local (GSEDL) do Centro Universitário Una de Minas Gerais
19
the importance of the self-perception of the image. The articles, dissertations, theses and
chapters of books consulted cover the theme of psychological violence produced in women by
seeking to achieve the beauty standards taxes as well as negative reflexes in your self-esteem,
quality of life and in your empowerment. Through this research, it was possible to conclude
that the woman coming, throughout history, being enslaved by pre-established aesthetic
standards, mostly unattainable for most individuals. It is necessary to publicizar these
thoughts to think of actions contributing to the rejection of beauty models taxes throughout
life so that women are able to participate effectively in decision-making processes of all
kinds, but in particular, those that relate to themselves and their communities.
KeyWords: Self-esteem. Bolsa Família. Female empowerment. Social Management.
Standard of beauty.
1.1 Introdução
Na sociedade contemporânea, a beleza é sinônima de perfeição, de aceitação social
(FARIAS, 2017). Estar dentro do padrão de beleza atual, é sinônimo de sucesso e felicidade.
As mulheres que conseguem se mostrar belas para a sociedade, o que vai além de se sentir
bela, são as que conseguem ser vistas como belas destacam-se frente às outras e mostram
poder. Sendo assim, as que conseguem ser vistas socialmente pela perspectiva deste padrão,
são invejadas pelas próprias mulheres e percebidas como aquelas que possuem realização e
felicidade, como por exemplo, um grande amor, o melhor emprego, sucesso pessoal,
aceitação e admiração social. Com efeito, diante de tantas conquistas advindas através da
beleza reconhecida socialmente, muitas mulheres fazem verdadeiras ―loucuras‖ para adquiri-
la a qualquer preço, na busca de uma imagem social favorável (BEKEMBALL; CALAZANS,
2011).
A aparência pode ser considerada atualmente um dos fatores de inclusão ou exclusão
na sociedade. Esta exclusão social interfere negativamente na aceitação de si próprio, traz
graves distorções na percepção da imagem e leva a baixa autoestima. Segundo Debord (1997,
p.16), ―o espetáculo é a afirmação da aparência e a afirmação de toda vida humana [...] como
simples aparência‖. A percepção que o indivíduo tem de si próprio interfere diretamente em
suas relações interpessoais, em sua saúde, autoestima e bem estar. Diante disso, uma
avaliação ruim da própria imagem pode refletir de forma negativa na percepção de si próprio
e trazer distorções psíquicas desfavoráveis à qualidade de vida e bem estar (MIRANDA et al,
2017).
Neste contexto, as mulheres de baixa renda enfrentam um desafio maior, pois elas não
possuem acesso aos procedimentos estéticos que, em geral, têm custos financeiros altos, e
tampouco alcançam o padrão de beleza imposto pela sociedade machista e amplamente
20
divulgado pelas mídias. Isto significa estar fora das oportunidades e do alcance do sucesso
pessoal, o que interfere na autoestima e no desenvolvimento psicossocial dessas mulheres.
A mídia é utilizada para divulgar os padrões de beleza impostos pela sociedade e que,
na maior parte das vezes, não são atingíveis pelas mulheres. As revistas e campanhas
publicitárias impõem um estereótipo padrão: mulheres jovens, brancas, magras e de pele lisa.
Em decorrência disto, as mulheres do mundo real são acometidas por problemas de
autoestima e auto aceitação por não se encaixarem neste padrão. São mais penalizadas aquelas
que estão mais distantes do padrão, como as mulheres negras, as lésbicas, as gordas, as
pobres, as da terceira idade, as portadoras de deficiência física e todas aquelas que possuem
alguma característica que as distancia deste padrão imposto. A determinação de um
―parâmetro‖ ou padrão de beleza tem um peso em nossa cultura, configurando-se como uma
estratégia de poder, produtora de discursos qualificados como verdadeiros e convincentes,
logo, socialmente ―aceitos‖ por indivíduos sujeitados (FOUCAULT, 1979). A determinação
de uma norma de beleza é então analisada como um efeito das relações de poder. Conforme
Foucault (1979), estes efeitos do poder são disseminados em toda rede de relações sociais,
onde nada ou ninguém consegue ficar alheio.
Este capítulo tem como objetivo analisar, por meio de pesquisa bibliográfica como o
padrão de beleza interfere na percepção da imagem, na autoestima e sua influência no
empoderamento feminino das mulheres beneficiadas pelo Programa Bolsa Família no
município de Formiga, MG. São também objetivos deste capítulo identificar como o padrão
de beleza interfere na percepção da imagem feminina, analisar a relação entre a melhora na
autoestima e as possíveis relações com a gestão social e o desenvolvimento local.
1.2 Metodologia
Este capítulo foi construído por meio de uma revisão da literatura realizada para o
levantamento de dados. Este levantamento foi executado em bases de dados eletrônicas:
Scielo, Google Acadêmico, Lilacs no período de agosto de 2017 a março de 2018.
As palavras-chaves utilizadas para realização da busca foram: Autoestima, Bolsa
Família, Empoderamento feminino, Gestão Social e Padrão de beleza, e seus equivalentes em
inglês, sendo priorizados estudos realizados de 2010 a 2018.
Foram identificados artigos, teses e dissertações que versam sobre a temática aqui em
questão: cuidado com a aparência, história da beleza, empoderamento feminino, política de
assistência social, Programa Bolsa família, mulheres como chefes de família entre outros. Este
21
levantamento permitiu identificar os autores clássicos que corroboram para a discussão destes
temas, bem como a seleção de livros e artigos mais recentes que debatem tais temáticas.
A pesquisa pretende elucidar e compreender os fatores que influenciam na percepção
das mulheres de si próprias frente ao padrão de beleza estabelecido. A pesquisa também
pretende elucidar quais as influências comportamentais que esta autopercepção positiva ou
negativa gera e o impacto na vida das mulheres que se sentem distantes do padrão de beleza.
1.3 Discussão teórica
1.3.1 A centralidade da aparência
As imagens femininas divulgadas pelas mídias, em sua maioria, seguem o padrão das
mulheres magras, depiladas, cuidadas por esteticistas, sem marcas ou rugas, além de serem
brancas (CARNEIRO; FERREIRA, 2014). Os maiores inimigos na busca pela aparência ideal
são o envelhecimento e a gordura (NOVAES, 2014).
Segundo Sibilia (2010), na contemporaneidade, o objeto de veneração são os corpos
que demandam uma diversidade de cuidados. A visibilidade e a veneração dos corpos
constituindo-se o ―aparecer para ser‖ necessitam de técnicas cada vez mais sofisticadas. Essas
técnicas são apresentadas pelo mercado da beleza e fazem com que as pessoas submetam-se a
diversos procedimentos de modelagem corporal para ter o corpo desejado para si e perante os
outros.
Entretanto, nem todos conseguem atingir o objetivo de alcançar corpos jovens e
magros. Para se sentirem admirados, todas e todos almejam ter corpos assim. Técnicas
corporais como a depilação, inclusive a laser; tratamentos dermatológicos (a exemplo da
carboxiterapia); tratamentos faciais (Correntes Elétricas, Peelings, Radiofrequência), dentre
outros, são oferecidos em Centros de Estética e atendem geralmente, às classes sociais com
alto poder aquisitivo.
Os comportamentos são guiados por uma moralidade, visto que a pessoa vigia a si
própria, é também vigiada pelo olhar do outro e pela mídia. A beleza presume o olhar do
outro. É através da invasão do olhar do outro sobre o corpo, que esta se faz sentida,
principalmente se considerarmos o espetáculo como forma de estabelecimento dos laços
sociais (NASCIMENTO; SILVA, 2014).
É necessário fortalecer a reivindicação do direito e da autonomia das mulheres sobre
seus corpos e também reivindicar mudanças nos valores que continuam oprimindo-as,
22
aprisionando-as a padrões estéticos pré-estabelecidos ao longo da história. Diante deste
contexto, faz-se necessário alimentar discussões neste sentido e fomentar o desenvolvimento
de estudos a fim de problematizar relações entre padrões de beleza pré-estabelecidos e suas
implicações na aceitação e satisfação das mulheres com seus corpos, seus reflexos na
autoestima e no empoderamento feminino.
Discussões precisam ser travadas em torno dessas temáticas, principalmente em
espaços como instituições educacionais (do ensino fundamental ao superior) para fomentar
um debate sobre a necessidade de políticas públicas que promovam maiores acessos à
informação no sentido de libertar as mulheres destes padrões que muitas vezes as levam à
depressão e à exclusão social, por não conseguirem atingi-lo. Essas experiências vividas por
elas tocam em questões como o imaginário feminino, a aceitação da própria imagem e a
melhoria da qualidade de vida.
Eco (2004) compreende que o homem cria o belo a partir de sua própria imagem e
semelhança, nas representações de si próprio. É a partir desta perspectiva que Eco (2010)
destaca que no século XX as disputas entre as belezas provocantes e questionadoras do
futurismo, do surrealismo e do cubismo de Picasso são chamadas a dialogar com a diplomacia
pacificadora da ―beleza do consumo‖.
E eis que, ao fim e ao cabo, aqueles que visitam uma exposição de arte de
vanguarda, que compram uma escultura ―incompreensível‖ ou que participam de um
happening vestem-se e penteiam-se segundo os cânones da moda, usam jeans ou
roupas assinadas, maquiam-se segundo o modelo de beleza proposto pelas revistas
de capas cintilantes, pelo cinema, pela televisão, ou seja, pelos mass media (ECO,
2010, p. 418).
Segundo Gomes (2002), a beleza, ao longo do tempo, representa uma construção
histórica do humano, e por isso, sua associação a determinadas características de classe, idade
ou etnia interfere na nossa sensibilidade, que se altera de acordo com a cultura vigente. Diante
do exposto, não há como ignorar a importância social da imagem. Em uma sociedade
imagética, na qual que o sujeito é definido por sua aparência, não há como desconsiderar o
sofrimento psíquico decorrente de todas as regulações sociais que incidem sobre o corpo-
sobretudo o feminino (NOVAES, 2011, p.477).
1.3.2 Beleza: história e o ideal de beleza
O padrão de beleza pode variar conforme o contexto histórico e cultural. Cada
sociedade teve, ao longo do tempo, um ideal de beleza que de acordo com Mauss (1974 apud
23
GOLDENBERG, 2005, p. 68) poderia ser por meio da ―imitação prestigiosa: os indivíduos
imitam atos, comportamentos e corpos que obtiveram êxito e que viram-se bem-sucedidos‖.
Para remontar o histórico da beleza e os padrões de beleza, toma-se como uma das
referências a obra ―Beleza do Século‖ (FAUX, 2000). Segundo Faux, (2000) o belo é um
conceito que vem mudando ao longo da história e por isso varia a cada época. Isto implica em
dizer que, ao longo da história, houve a construção de ideais de beleza. A história evidencia
bem este conceito mutável do belo.
No Egito antigo, Nefertiti era considerada bela porque tinha a pele dourada graças a
um preparado de ocre amarelo; já a face era realçada com uma mistura ocre vermelha. Os
olhos sempre muito maquiados com kajal, sobrancelhas bem definidas e as veias têmporas
aparentes e azuis. Os cabelos considerados belos eram pretos e lisos. Quem não os tinha desse
modo, usava peruca com franja, confeccionada de seda ou crina de cavalo e com fios de ouro.
Já na Grécia antiga, a beleza era sinônima de harmonia, a maquiagem quase não
existia e o que era valorizado eram as sobrancelhas marcadas que formavam um único arco
(FAUX, 2000).
Chegando a Idade Média, ocorre uma mudança radical nas sobrancelhas. Estas já não
deveriam se tocar, e sim ser separadas e delicadas. As características femininas deveriam
seguir algumas características pré-estabelecidas, como ter uma boca pequena e vermelha, a
testa redonda e grande e longos cabelos loiros. Para conseguir uma testa perfeita, muito
valorizada para os padrões da época, a mulher deveria depilar polir e branquear a testa com
algumas substâncias como, por exemplo, o sulfureto de arsênico, cal viva, unguentos feitos de
cinza de ouriço, sangue de morcego, asas de abelhas, mercúrio e baba de lesma. Os cabelos
loiros eram conseguidos com uma decocção de lagartos verdes no óleo de noz, enxofre e
ruibarbo. Já o corpo deveria ser muito branco e delicado, ombros ligeiramente caídos, busto
comprido, membros longos, quadris arrebitados, ventre arredondado e uma cintura muito fina
(FAUX, 2000).
No Renascimento, a beleza feminina vem representando a maternidade e o ócio, com
formas arredondadas, seios grandes, coxas grossas e quadris largos. A beleza é sinal de fartura
(SILVA, 2011). Sendo assim, a beleza no Renascimento não continua a tendência da idade
Média. De magras na Idade Média, a beleza feminina no Renascimento mostrou mulheres
com formas arredondadas. O artista Botticelli retratou bem este tipo de beleza feminina do
Renascimento.
Durante o período da Reforma e da Contra-Reforma, a maquiagem era realizada de
forma marcante. As mulheres reagiram às normas impostas pela igreja como, por exemplo, o
24
comprimento de seus vestidos. Nesse período, a fartura não era mais valorizada. Um
preparado a base de Carbonato de Chumbo era usado para pintar a pele e torná-la bastante
branca, as maçãs do rosto eram evidenciadas com ruge, preparado este chamado Alvaidade.
Outra característica importante, eram as pintas falsas de tafetá, feitas no rosto com diferentes
simbologias de acordo com seus significados: a pinta apaixonada era colocada sob a
sobrancelha, já para esconder alguma imperfeição como acne, era colocada na ponta do nariz
e chamada descarada. Já próxima à boca significava beijoqueira. Neste período, ocorreu a
inauguração do primeiro salão para senhoras de Paris, precisamente no ano de 1635. Nesta
época, os recursos para a beleza eram precários e perigosos, como por exemplo, a maquiagem,
que era extremamente tóxica e corroía suas faces aos poucos ao longo do uso (XAVIER,
2006).
No século XVIII, as pinturas faciais, como a Alvaidade, ficam mais evidentes,
abusando-se ainda mais do ruge. ―Já foi belo cobrir a pele de alvaiade, para torná-la muito
branca, ou passar horas no sol para bronzeá-la, alisar os cabelos com soda cáustica ou
encrespa-los com enxofre‖ (MATTAR, 2004, p.1). Também ocorreu a valorização das
cabeleiras, erguendo-se verdadeiros monumentos; a duquesa de Chartres usou em sua cabeça
uma peruca com um boneco que representava seu filho nos braços da ama-de-leite, sob o
olhar de um papagaio vigiado por um negrinho em 1778.
De forma lenta e gradual, o ideal de beleza vai se modificando com rostos menos
maquiados, cabelos presos apenas por um simples laço de fita ou simplesmente soltos, os
corpos voltam a ser redondos, os seios pequenos e elevados, rostos delicados e com o queixo
fino e o nariz curto (XAVIER, 2006).
Já no Romantismo a mulher ideal procurava mostrar toda a angústia do amor, todos os
sonhos e sofrimentos através de uma pele muito pálida, olhar perdido. Para obter a palidez, as
mulheres costumavam passar cremes de açafrão ou tinta azul no rosto e bebiam sucos
apropriados. Para conseguirem o olhar parado ingeriam drogas como a beladona, o estramônio
e a atropina (OLIVEIRA, 2012).
Em 1900, a peça chave era o espartilho, com a cintura extremamente fina, o pescoço
longo e, na face uma maquiagem natural. No século XIX, na belle époque, época do
Iluminismo, as mulheres retiravam cirurgicamente duas costelas para utilizarem espartilhos,
de largura muito pequena para diminuir o tamanho da cintura, até apenas 40 centímetros, o
que era considerado belo (BEKEMBALL; CALAZANS, 2011).
Nos anos 1920, as mulheres abandonaram o espartilho e cortaram os cabelos muito
curtos, pleiteando liberdade e novas ideias. Neste período, o processo de industrialização já
25
estava amadurecido e a falta de mão de obra acabou por gerar a necessidade de recrutamento
de mulheres para trabalharem nas fábricas como operárias. As curvas tipicamente femininas
não eram mais valorizadas e as mulheres utilizavam bandagens para fazer desaparecer quadris
e seios. A beleza era andrógina.
Na década de 1930, o padrão da época seguia a estrela de Hollywood Jean Harlow,
com seus cabelos loiros platinados e suas sobrancelhas redesenhadas muito finas e arqueadas.
Período que teve seu fim já nos anos 1940, com a Segunda Guerra mundial e o surgimento de
Marilyn Monroe, com sua finíssima cintura e seus cabelos platinados (OLIVEIRA, 2012).
Os anos 1950 foram marcados por um padrão de mulher que deveria, acima de tudo,
cuidar do marido e do lar com a extrema elegância trazida por Dior. Sinônimos de beleza e
elegância, as atrizes Audrey Hepburn e Grace Kelly ainda apresentavam certa ingenuidade,
assim como Brigitte Bardot (XAVIER, 2006).
Ao final da década de 1950, o conceito de beleza deixou de ser uma dádiva dos céus
ou da natureza, este deveria ser conquistado pelo esforço individual com dietas, ginásticas. Os
produtos estéticos buscavam soluções para as correções das imperfeições da pele, do cabelo.
Este realinhamento foi acompanhado pelo crescimento do parque industrial e comercial
relacionado aos produtos cosméticos. O estabelecimento das indústrias de cosméticos, a
criação de uma rede de lojas e de revistas especializadas em moda e beleza, marcou um
grande crescimento no setor (SIMILI, 2014).
Nos anos 1960, a referência era o visual da modelo Twiggy, de cabelos curtíssimos,
olhos pintados para parecerem extremamente grandes, pose de menina e muito magra. Ícone
de beleza e estilo, Twiggy ostentava as medidas de 1,67m de altura e 41quilos colocados em
evidência. Inserem-se pela primeira vez na moda o padrão de magreza extrema, padrão este
que se mantém até os dias de hoje (CAMARGOS, 2017).
Ocorreu o desenvolvimento dos mecanismos científicos da cosmética para que todas
as mulheres pudessem usufruir dos prestígios da beleza. Junto a esta ―revolução‖ surgiram os
primeiros congressos internacionais e o desenvolvimento dos produtos de beleza pela
indústria cosmética que agregaram novos significados à estética feminina, fundamentada pelo
imperativo de que era necessário ―não ser, mas sentir-se bela‖, ou seja, era preciso que as
mulheres se sentissem felizes com a própria aparência (SIMILI, 2014).
Já nos anos 1970, havia uma mistura de mulheres de ar romântico com cabelos lisos e
longos enfeitados com penas e também as rockeiras, os punks que com seu estilo agressivo
procuravam chocar a sociedade com suas roupas rasgadas e piercings. Junto a isso, também
na década de 1970, a atriz estadunidense Jane Fonda determinou um padrão feminino: com o
26
olhar colocado na balança praticava exercícios físicos intensos para alcançar a magreza
(SANTOS; GARCIA; SANTOS, 2015).
Nos anos 1980 a estrela foi Madonna. Exagero na maquiagem, cabelo e formas
definidos para o corpo, considerados como perfeitos para aquela época. A moda dessa época
é o look da Madonna (SANTOS; GARCIA; SANTOS, 2015).
Já nos anos 1990, o visual da top model Kate Moss, com um corpo magro e
andrógeno, surge como a nova proposta de corpo a ser seguido, bem diferente das top models
da década anterior. Seu rosto quase sem maquiagem e seu corpo magérrimo é o desejo
feminino. Os músculos e as formas definidas cultivadas nos anos 1970 e 1980 saem de moda
(MAIA, 2014).
Na atualidade, as musas marcadas em cada época deixam de ser referência, e cada uma
pode parecer com si própria, desde que sejam altas magras e tenham a pele jovem
(PINHEIRO; FIGUEIREDO, 2014). Para alcançar o padrão de beleza atual, muitas mulheres,
se necessário, submetem-se a vários sacrifícios, pondo em risco até a saúde para atingi-lo.
Junto a isso, o sucesso ou fracasso em sua vida pessoal passa a ser demonstração do corpo e
da beleza (SANT‘ANNA, 2012). Conforme assinala Sant‘anna (2014, p. 136), é ―a beleza
atribuindo direitos, coroando estatutos e, acima de tudo, permitindo poderes, foi assim que
começou o estreitamento das relações entre poder e aparência‖.
Acima de tudo, ser bela é um agente de constatação determinante de sucesso,
prosperidade e de superioridade, agente esse que centra o seu sentido no parecer e é formador
de uma subjetividade real (NOVAES; ROSA, 2016). Na formação da subjetividade feminina,
o empoderamento produzido pela aparência é um dos poderes proporcionados pela beleza que
coloca as mulheres em destaque e socialmente aceitas e admiradas (NASCIMENTO; SILVA,
2014).
Ao longo do tempo, em busca de um determinado padrão estético, diversas sociedades
realizaram tentativas de aprimoramento das características físicas. É nesse cenário, em busca
do conceito de perfeito, que a mulher é encontrada como o gênero mais adepto às
modificações, o que muitas vezes é o oposto do ideal de saúde.
O corpo feminino é valorizado, desejado, buscado e comercializado pela mídia, através
de suas diversas áreas a partir do século XX. A grande exploração das mulheres é expressa
por meio das modelos femininas que são as divulgadoras da imagem corporal correta que
criam um padrão seguido como conceito de saudável, com medidas corporais obrigatórias. As
modelos super magras ditam a moda e servem de padrão de beleza para mais de dois bilhões
27
de mulheres. O culto a este corpo magérrimo, difundido pela mídia, ―assassina‖ a autoestima
e a autoimagem de crianças e adultos, inclusive homens (CURY, 2005).
O início do século XXI é marcado por um ideal corporal e comportamental marcado
por três recursos mais destacados são: dinheiro, tempo e dor (SIBILIA, 2010). Com efeito, a
beleza, o consumo e o sacrifício se entrelaçam e se confundem com a almejada felicidade e
saúde. Estar dentro dos padrões de beleza seria a garantia de sucesso em todos os âmbitos da
vida profissional, sexual, amorosa, o que poderia gerar bem-estar e satisfação.
Na sociedade contemporânea, a ideia de feminilidade e a ideia de ―supermulher‖
andam juntas. Essas ideias se personificam naquelas mulheres que administram o espaço
doméstico, cuidam dos filhos e marido, têm uma vida sexual ativa e, além disso, cuidam de
seu corpo e sua saúde. Fazem atividade física e dieta balanceada, usam bons cosméticos,
realizam os mais diversos tratamentos estéticos. São antenadas às tendências e a moda,
buscam atingir o ideal de beleza, estudam e trabalham (CARNEIRO; FERREIRA, 2014).
Com efeito, a ideia de felicidade, ligada diretamente à beleza, e, portanto, ao consumo,
não necessariamente nesta ordem, é alimentada por uma indústria que, além de oferecer a
solução, é também a que provoca, inflama as insatisfações. O mercado vende problemas e
soluções. Logo, para sentir-se melhor é necessário consumir.
1.3.3 Tratamentos estéticos
Conforme relatado por Abdala (2004) são vários os produtos e serviços que prometem
tornar as pessoas mais bonitas e são direcionados a gerenciar a impressão que a aparência nos
causa. Entretanto, de forma consciente ou não as mulheres buscam as oportunidades
vinculadas à beleza, como por exemplo, sucesso, elogios, amores, a melhora na aceitação da
própria imagem ou do autoconceito. A beleza está vinculada a inúmeras recompensas sociais,
servindo como incentivadora da vaidade física no mundo contemporâneo.
O consumo de produtos estéticos atrelados à vaidade física pode ser aumentado ou
equilibrado, dependendo do nível de envolvimento das pessoas com os produtos, dependendo
também das demandas e recompensas sociais relativas a esse processo. Para evitar
sentimentos desfavoráveis, como o descontentamento e a baixa autoestima, as opções de
embelezamento disponíveis no mercado compreendem cosméticos, exercícios, tratamentos
estéticos, dietas dentre outras (STREHLAU; CLARO; LABAN NETO, 2010).
De acordo com Strehlau; Claro; Laban Neto (2010), em uma capital brasileira, foi
realizado um estudo que mostrou que quanto maior a vaidade da mulher, maior a utilização de
28
cosméticos, tratamentos domésticos de beleza e disposição para a realização de procedimentos
cirúrgicos5.
Segundo Gomes e Damazio (2009), a estética como atividade profissional tem por
objetivo corrigir diversas disfunções, além de manter ou realçar a beleza, através de
tratamento específico.
Dentre as várias alterações dermatológicas e estéticas estão as rugas, as manchas, a
flacidez da pele, a gordura localizada, a celulite, entre outras condições provenientes do
envelhecimento (COIMBRA; URIBE; OLIVEIRA, 2014). Os avanços da ciência e tecnologia
oferecem diversos recursos disponíveis para amenizar e/ou prevenir os efeitos do
envelhecimento (MEYER; RONZIO, 2010).
O uso da técnica não ficou restrito nas demandas das dores, mas no bem estar físico, e
na vaidade do indivíduo que se preocupa com a qualidade de vida e visa melhoras no seu bem
estar. A estética, de acordo com as diversas pesquisas, tem se destacado por proporcionar a
melhoria do corpo, face, saúde, bem-estar, autoestima entre outras variáveis (CERVI, 2014).
A estética tem uma competência de inovar técnicas capazes de retardar o envelhecimento
físico e mental (CRUZ; BARCELOS, 2016).
1.3.4 Empoderamento
O termo empoderamento, foi criado a partir da tradução do inglês empowerment, que
traduz os seguintes significados: as pessoas possam assumir o controle de suas vidas,
capacidade de desenvolver e a fazer coisas e decidir suas próprias agendas (SCHEFLER,
2013).
O empoderamento é uma das ferramentas que atua, no sentido de desenvolver
planejamento estratégico de políticas de combate à pobreza, objetivando desenvolver o
conceito de sujeitos sociais. A partir desse conceito, busca-se apresentar possibilidades aos
indivíduos para exercerem sua cidadania, através de suas organizações, para poderem atuar
em defesa de seus direitos sociais, podendo chegar, inclusive, a influenciar as ações dos
governos na distribuição dos serviços e recursos públicos (SCHEFLER, 2013). O
empoderamento feminino, na sociedade contemporânea, tem avançado, mas ainda prescinde
de assumir de fato a presença feminina na política, na gestão, seja ela pública ou privada.
5 No artigo consultado não há referência sobre o local da realização da pesquisa, ou seja, não se
menciona qual capital brasileira o estudo foi realizado.
29
O termo empoderamento é aqui entendido como a possibilidade dos indivíduos
tomarem decisões livremente e escolherem seus próprios destinos, numa clara associação com
a conquista da cidadania (FRIDEMANN, 1996). No caso específico do empoderamento
feminino, o que se objetiva é a conquista de novos mecanismos de convivência que
desarticulem as relações patriarcais e o poder dominante dos homens, garantindo às mulheres
o controle de suas vidas (MOREIRA, 2012).
O Brasil, embora seja organizado politicamente como uma república federativa, possui
estados laicos, apresenta sólidas características das tradições cristãs, herdadas de uma cultura
europeia desde o século XVI. O papel secundário atribuído e herdado pelas mulheres muito se
apoia nestas tradições (CARVALHO, 2016).
A compreensão de que o Deus cristão não possui gênero é algo recente. A
representação da mulher nas sagradas escrituras as coloca como procriadoras submissas e
razão de todo pecado. O legado deixado ao homem os coloca como mantenedores da prole, da
conquista do mercado de trabalho e do exercício do poder (CARVALHO, 2016).
No início era o Verbo, mas o Verbo era Deus, e Homem. O silêncio é o comum das
mulheres. Ele convém à sua posição subordinada e secundária. Ele cai bem em seus
rostos, levemente sorridentes, não deformados pela impertinência do riso barulhento
e viril. Bocas fechadas, lábios cerrados, pálpebras baixas, as mulheres só podem
chorar, deixar as lágrimas correrem como a água de uma inesgotável dor [...]. O
silêncio é um mandamento reiterado através dos séculos pelas religiões, pelos
sistemas políticos e pelos manuais de comportamento (PERROT, 2005, p. 9).
Dessa forma, perante o Deus (homem), as mulheres foram podadas e silenciadas.
Além da religião, vários são os fatores que influenciam os valores sociais, como os próprios
sistemas políticos vigentes e as normas de conduta da mulher em sociedade.
Diante deste contexto, não se pode deixar de relatar o discurso religioso desde Adão e
Eva até os dias atuais, que endossa a designação do papel do homem e da mulher, reforçando
o corpo feminino como um objeto de desejo, mas também de medo, pecado, intriga e desvio
(TOLDY, 2010). Neste universo é perceptível que todas estas manifestações/apropriações do
corpo são protagonizadas por homens. Cria-se um sistema binário, de opostos, onde se
determina uma hierarquização em que um dos pares é sempre superior e o outro inferior.
Diante destas e tantas outras colocações, a médica e antropóloga Esteban (2004, p.115-
116) assinala que ―os corpos femininos estão falando, atuando, comunicando, expressando e
materializando em diferentes visões de mundo, que nem sempre coincidem com o que se diz
sobre elas‖. Com efeito, as mulheres foram inseridas em um discurso cuja construção não
participaram e agora, pouco a pouco, elas aliam teorizações a movimentos sociais, buscam
30
galgar progressos em termos de conquista de direitos e de reconhecimento social (GHISLENI;
LUCAS, 2016).
Entende-se que, a construção pela autonomia e empoderamento da mulher, parte
primeiramente da igualdade entre gêneros, para que a mulher ascenda em sua perspectiva
familiar e social. A autonomia, neste sentido, representa, para mulheres de baixa renda, a
independência financeira, psicológica e social para participar de diversos ambientes que
socialmente lhes foram proibidos (MARTINS; SILVA, 2017).
A inserção das mulheres na sociedade e sua conquista de cidadania têm o sentido de
sanar uma dívida histórica. Significa valorizar suas lutas e reivindicações para inseri-las nos
processos decisórios, no combate à discriminação, no combate ao machismo, no combate à
dupla jornada de trabalho. Haja vista que, para redesenhar um traçado novo de cidadania, faz-
se necessário o reconhecimento público das diferenças de gênero, não só do feminino, mas em
geral (GALEOTTI, 1995). Só assim, será possível galgar novos horizontes para classes
excluídas historicamente, visando uma sociedade mais equilibrada e com uma melhor
qualidade de vida.
O acesso à cidadania tem sido pleiteado pelas feministas e pelos movimentos sociais
indicadores do combate à injustiça e à exclusão social. Entretanto, sabe-se que, ante as marcas
de discriminação e subalternidade presentes no universo feminino, o acesso à cidadania requer
a desconstrução da supremacia do paradigma patriarcal e a construção de novas práticas, no
sentido de criar um imaginário de vida cotidiana que proporcione a valorização de cada
pessoa como ser humano, independente de gênero, etnia e classe. Neste processo de
desconstrução e construção, faz-se necessário a ressignificação do espaço das mulheres, com
visibilidade e poder, como sujeitos políticos protagonistas, defensores e praticantes dessa
concepção (OLIVEIRA, 2005).
Para Fridemann (1996) são destacados três pilares do empoderamento: o social, o
psicológico e o político, que constituem uma tríade intermitente. Assegura-se que, para as
mulheres, essa tríade de empoderamento constitui uma ―rede social de relações de
empoderamento que tem um potencial extraordinário para a mudança social‖ (FRIDEMANN,
1996, p.125).
Fridemann (1996) afirma ainda que a ação coletiva ativa o processo de
empoderamento social, psicológico e político das mulheres, através da mobilização social, da
inserção as bases de poder, das discussões a temas como divórcio, aborto, a paz, o ambiente, o
trabalho e o custo de vida.
31
1.3.4.1 Empoderamento psicológico
O empoderamento psicológico é manifestado através da autopercepção do indivíduo
que gera um comportamento autoconfiante. Assegurado muitas vezes como resultado de ações
bem sucedidas nos domínios do campo social ou político, o empoderamento pode ser firmado
também a partir de um trabalho intersubjetivo.
O sentimento de pertencimento, o restabelecimento da autoestima, o pertencimento a
um grupo, a valorização de cada indivíduo interferem na autoimagem. A relação do aumento
da autoestima está diretamente interligada: à mudança de mentalidade dos integrantes do
grupo em relação às suas capacidades, à apreensão da realidade, à participação no processo
decisório, ao ingresso à qualificação, as oportunidade e ampliação de suas capacidades de
trabalho e à agregação de renda. Esses fatores influenciam no posicionamento das mulheres
no âmbito familiar e na comunidade (OLIVEIRA, 2005).
1.3.4.2 Empoderamento social
O empoderamento social se estabelece quando há acesso à informação, ao
conhecimento, à participação em organizações sociais, aos recursos financeiros e refere-se
também ao acesso a outras técnicas laborais. As mulheres empobrecidas geralmente não têm
acesso à educação, muitas cursaram apenas os primeiros anos e por necessidades que
envolvem motivos econômicos acabaram abandonando os estudos para exercer práticas
domésticas e servir à família. A partir do momento que constituíram família, as dificuldades
de acesso à educação se ampliam devido à proibição dos maridos, priorizando a casa e o
cuidado com dos filhos (OLIVEIRA, 2005).
O empoderamento social possibilita o acesso à renda, à participação e qualificação.
Formando sujeitos críticos e conscientes da sua importância no processo de transformação, na
busca por inclusão social, por cidadania (LISBOA, 2008).
1.3.4.3 Empoderamento político
O empoderamento político se fundamenta no processo de tomada de decisão, tanto em
estruturas formais quanto informais e também na participação das formulações de políticas
que afetam a sociedade da qual os indivíduos fazem parte. O empoderamento atua na
32
valorização de cada pessoa, na construção do coletivo, no compromisso com os outros, com
as questões sociais (LISBOA, 2008).
1.4 Autoestima
Autoestima pode se descrita como uma avaliação que a pessoa faz de si própria, na
qual sugere um julgamento de valor, que é determinado por um componente
predominantemente afetivo, expresso numa atitude de aprovação/desaprovação em relação a
si mesmo (ROSENBERG, 1965 apud ROMANO; NEGREIROS; MARTINS, 2007).
Strehlau; Claro; Laban Neto (2010) verificaram que quanto maior a vaidade da mulher, maior
a relação entre sua autoestima e o corpo.
Como autoestima relaciona-se à avaliação que uma pessoa faz de si, pode-se deduzir,
que, quanto menor for a autoestima de um indivíduo, maior a possibilidade desta pessoa
avaliar como insatisfatória sua aparência, preocupar-se mais em melhorá-la e buscar produtos
ou serviços de embelezamento para aumentar sua autoestima (AVELAR; VEIGA, 2013).
1.5 Mulheres de baixa renda
Discursos médicos, filosóficos, religiosos e científicos já afirmaram que a
inferioridade feminina ocorria em função de diferenças biológicas, naturais, isto é, a
inferioridade estava determinada no próprio corpo dos indivíduos. Entretanto, estudos de
gênero defendem que a inferioridade que se confere às mulheres se deve a imposições
culturais e históricas que, fundamentalmente, podem imputar as diferenças entre o masculino
e o feminino (SILVA; GOMES, 2015).
Esta posição é cada vez mais buscada em estudos feministas para defender a ideia de
que a maneira como os indivíduos são socializados é que os leva a internalizar
comportamentos de submissão, insegurança, medo e fragilidade, no caso das mulheres, ou, de
outro lado, ousadia, coragem, arrojo, no caso dos homens (SILVA, 2014).
A situação das mulheres e o papel que desempenham na sociedade diante dos homens
são desvantajosos. Isto se torna mais evidente quando a análise é efetuada em países menos
desenvolvidos onde a desigualdade social tende a ser maior. Neste contexto, as mulheres
quase sempre ocupam cargos inferiores, recebem salários menores, executam funções menos
reconhecidas e têm pouca representatividade frente ao poder político. Esta situação torna-se
33
mais limitadora no caso das mulheres pobres, pois temos duas importantes variáveis de
exclusão: gênero – o feminino – e classe – os pobres (SILVA; GOMES, 2015).
Gênero e classe social são os dois princípios primários da estratificação social.
Segundo Silva (2014), a distinção de gênero é anterior a de classe. Nos estudos sociológicos,
as distinções de classe recebem maior atenção, constituindo-se em um mecanismo unânime de
estratificação social.
Quanto à definição de ―classe pobre‖ não há um único conceito que dê conta da
diferença que a singulariza. A pobreza é um grupo relativo, tornando impossível configura-la
em uma única classificação ou a um único registro, o que leva à redução do seu significado
social e simbólico.
Não existe unanimidade no que caracteriza um consumidor de baixa renda. Prahalad
(2005) e Karnani (2011) consideraram a posição do indivíduo na pirâmide econômica, sendo
os pobres os indivíduos com renda diária igual ou inferior a US$ 2,00. No Brasil, para definir
os consumidores de baixa renda, são utilizados tanto a renda familiar mensal, como a classe
social, na qual a pessoa se enquadra. Estes fatores caracterizariam a baixa renda. Segundo
Grossi, Motta, Hor-Meyll (2009) e Barbosa; Hor-Meyll; Motta (2009) os consumidores de
baixa renda são definidos pela renda familiar mensal de até três salários mínimos.
A baixa renda e as situações adversas inerentes a ela desencadeiam a sensação de
ausência de poder (FUSTAINO; YAMAMOTO, 2009). Foi constatado que o sentimento de
baixo ou ausência de poder e de baixa autoestima estão presentes em consumidores de baixa
renda, combinados ao sentimento de inferioridade e de exclusão social provocado pela
limitação de recursos financeiros (CHAUVEL; SUAREZ, 2009; FUSTAINO; YAMAMOTO,
2009; BARBOSA; HOR-MEYLL; MOTTA, 2009).
Outro importante fator que é necessário refletir são dois conceitos importantes, as
dimensões da extrema pobreza e a feminização da extrema pobreza. Através da leitura dos
indicadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), podemos apontar
cinco dimensões da pobreza: a) vulnerabilidade; b) acesso ao Conhecimento; c) acesso ao
trabalho; d) escassez de recursos; e e) desenvolvimento infantil. Cada uma dessas cinco
dimensões representa o entendimento da multidimensionalidade deste conceito, que vai além
da renda, mas a necessidade de acesso aos serviços básicos e a geração de oportunidades
(CARVALHO, 2017).
Através de uma análise da literatura disponível apresentadas sobre a
multidimensionalidade da extrema pobreza, é possível discutir em torno de seis definições do
que seja a feminização da pobreza: a) aumento da proporção de mulheres entre as pessoas
34
pobres; b) aumento da proporção de pessoas em famílias pobres chefiadas por mulheres; c)
aumento absoluto na incidência ou na intensidade da pobreza entre as mulheres; d) aumento
nos diferenciais de incidência ou de intensidade da pobreza entre mulheres e homens; e)
aumento na incidência ou na intensidade da pobreza entre as pessoas de famílias chefiadas por
mulheres; f) aumento nos diferenciais de incidência ou de intensidade da pobreza entre as
pessoas de famílias chefiadas por mulheres e de famílias chefiadas por homens
(CARVALHO, 2107).
A partir da Constituição de 1988 e seu artigo 3º, que coloca como objetivos
fundamentais da República, entre outros, ―erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais‖, a pauta da superação da pobreza está em alta. Entretanto, o
desafio de enfrentar o tema da pobreza e da extrema pobreza iniciou, efetivamente, em 2003,
com a criação do Programa Bolsa Família pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
representando a primeira incursão das políticas sociais centradas na pobreza.
No Brasil, as questões relacionadas à pobreza e à desigualdade sendo muito
conhecidas e reconhecidas, apenas em meados da década de 1990 as camadas excluídas
tornaram-se o público-alvo de políticas sociais específicas, por meio da profusão de políticas
focadas em transferência de renda aos mais pobres como tática de combate à pobreza
(LAVINAS et al., 2014).
Ao analisarmos desigualdades de gênero e empoderamento das mulheres pobres e
extremamente pobres, podemos dizer que o programa Bolsa Família (PBF) pauta-se pela
articulação de três dimensões essenciais à superação da fome e da pobreza: 1) Promoção do
alívio imediato da pobreza, por meio da transferência direta de renda à família; 2) Reforço ao
exercício de direitos sociais básicos nas áreas de saúde e educação, por meio do cumprimento
das condicionalidades, o que contribui para que as famílias consigam romper o ciclo da
pobreza entre gerações; e 3) A coordenação de programas complementares que têm por
objetivo o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários e beneficiárias do
programa Bolsa Família consigam superar a situação de vulnerabilidade e pobreza
(CARVALHO, 2017).
Buscar de forma insistente e exaustiva a autonomia e o empoderamento das mulheres
extremamente pobres é um fator decisivo para libertá-las da vivencia por diversas gerações no
ciclo de pobreza. Oferecer às mulheres o acesso a oportunidades econômicas, em destaque à
renda mínima e à educação, são fatores determinantes para que possam acessar as
oportunidades, transpondo um importante obstáculo à erradicação da pobreza (PASSOS,
2017).
35
Para se alcançar o empoderamento das mulheres é necessário combater a pobreza,
fortalecer sua inclusão a trabalhos com remuneração adequada, oferecer o acesso a educação e
capacitação profissional, combater a desigualdade de gênero, dentre outras.
1.6 O Programa Bolsa Família
Estabelecido na segunda metade do primeiro mandato do presidente Luís Inácio Lula
da Silva (2003-2006), o Programa Bolsa Família – PBF – é um dos programas do Governo
Federal que faz parte de uma rede de políticas sociais de enfrentamento à pobreza iniciada
com a Constituição de 1988, momento em que se inicia no Brasil a formulação e a
implementação das Políticas Sociais. A partir dessa década, a construção de um sistema de
proteção social é assegurada pelo Estado como um direito constituído (SILVA; GOMES,
2015). Embora seja considerado como um importante projeto social, também é um dos mais
controvertidos por seus opositores, visto como mero marketing político.
O Programa Bolsa Família é uma forma de transferência de renda, para indivíduos em
situação de vulnerabilidade social. Geralmente o benefício é solicitado por mulheres,
consolidando seu lugar de chefe de família (MARTINS; SILVA, 2017). Os programas de
Transferência de Renda são requisitados por mulheres pertencentes às classes sociais menos
favorecidas e estão incluídos na Política Social de Assistência Social para subsidiar famílias
em situação de pobreza (MARTINS; SILVA, 2017).
Cabral (2013) levantou dados que sinalizam as mães como responsáveis pelo beneficio
(89,2%) na maioria das famílias. Cerca de (55,5%) só trabalhavam no lar, sendo que cerca de
70% possuem baixa escolaridade e são analfabetas funcionais.
Conforme relatado por Moreira (2012), a detenção do cartão Bolsa Família
proporciona autonomia e autoestima às mulheres, pois a maioria delas nunca possuiu uma
conta bancária ou visitou uma agência bancária. De acordo com Moreira (2012), este fator
valoriza e legitima as mulheres como cidadãs. A partir dessa reflexão, se demonstra que a
melhoria nas condições de vida, a inclusão social, a educação e a qualificação indicam
reflexos de empoderamento individual e relacional das mulheres (GOMES; COSTA, 2015).
O objetivo elementar do programa é a superação da pobreza, e posteriormente fazer
com que as famílias beneficiadas adotem obrigações com a educação e com a saúde. Desta
maneira, terão acesso a serviços públicos que garantam os seus direitos básicos e também na
assistência social (MDS, 2015).
36
O PBF não tem a pretensão de assumir a resolução para todos os problemas sociais, já
que assinala também a importância do incentivo às discussões acerca do papel das mulheres
em seu contexto familiar para estimulá-las à inserção em oportunidades de empregos. Diante
disto, ocorre um debate entre duas vertentes ―uma que critica o reforço dos papéis maternos
pelo programa e outra que realça os benefícios da titularidade feminina para o
empoderamento das mulheres‖ (ITABORAI, 2015, p.6).
1.7 Gestão social
A gestão social tem raízes nos movimentos sociais, camponeses e operários, cujo
objetivo era o de democratizar as relações sociais e incentivar práticas de cidadania, busca o
desenvolvimento de processos decisórios e uma cogestão participativa e coletivizada. Inicia-
se aqui, uma das primeiras ideias, que é fundante na concepção de gestão social (BELFIORE,
2013). ―A gestão social tem um compromisso com a sociedade e com os cidadãos, de
assegurar, por meio de políticas e programas públicos, o acesso efetivo aos bens, serviços e
riquezas societárias. Por isso mesmo precisa ser estratégica e consequente‖ (BRANT
CARVALHO, 1999, p. 28).
A gestão social está fundamentada na gestão das ações públicas para combater as
lacunas e necessidades dos cidadãos, cujos retornos se dão no âmbito das políticas sociais.
Sendo de responsabilidade do Estado, distribuir e redistribuir a proteção social (BRANT
CARVALHO, 1999). Para Tenório (2013) a gestão pública em seu conceito inicial está
pautada nos processos decisórios socializados, ou seja, coletivos e comunitários. Quando se
atribuí, à Gestão Pública, um forte fundo gerencial, como nos países latino-americanos,
verifica-se um distanciamento do conceito inicial de gestão pública.
Diante disso, é de responsabilidade do Estado adotar seu papel como regulador da
sociedade e cumprir o controle social para assegurar o acesso, a qualidade da prestação de
serviços e os direitos dos cidadãos. Da participação desses sujeitos depende a governança, ou
seja, a competência mais ampla de gestão das políticas de governo e do controle de seus
efeitos (LESSA, 2013).
O conceito de gestão social ultrapassa a esfera da gestão de políticas públicas estatais,
e vem sendo amplamente discutido e usado pela sociedade civil e por organizações não
governamentais, que possuem caráter público não estatal (BELFIORE, 2013).
O papel imprescindível que exerce o Estado, na implantação de políticas públicas, e na
governança é fundamental para que se possa alcançar a qualidade de vida e o bem estar de
37
todos os cidadãos (BELFIORE, 2013). Frente a isso, a gestão social vem como uma
ferramenta para colaborar com planejamentos e ações do Estado para combater questões que
impossibilitam um bom andamento da implantação e gerenciamento das politicas públicas no
âmbito social.
A Gestão Social refere-se fundamentalmente à governança das políticas e programas
sociais públicos; intervém na qualidade de bem estar ofertada pela nação; na cultura política
impregnada no fazer social; nas prioridades inscritas na agenda pública; nos processos de
tomada de decisão e implantação de políticas e programas sociais; nos processos de adesão
dos sujeitos implicados. A Gestão Social guarda, assim, um caráter retotalizador no conjunto
das variáveis, constrangimentos, oportunidades, processos e projetos políticos que dão direção
e forma a gestão das ações sociais públicas (BRANT CARVALHO, 2013, p. 43).
1.8 Políticas públicas e igualdade de gênero
A disparidade de gênero, em muitas situações, não consegue ser combatida com o
desenvolvimento econômico. Em alguns setores do desenvolvimento social, é necessária a
adoção de políticas públicas específicas para atenuar as desigualdades existentes entre homens
e mulheres no campo da educação, do trabalho, da economia e da política (BANCO
MUNDIAL, 2011).
Na sociedade contemporânea houve mudanças estruturais impulsionadas pelas
inovações tecnológicas, que têm provocado novos arranjos dentro de instituições antigas
como a família, o ambiente acadêmico e as organizações profissionais. Tais mudanças
também estabelecem novos padrões de comportamento, dentre eles, mudanças significativas e
novos padrões de comportamento das mulheres do século XXI (RODRIGUES; MELO;
LOPES, 2016). Nesta conjuntura, Villas Boas (2010, p. 35) afirma que ―a cada geração, novos
padrões de comportamento vão se tornando aceitáveis. A sociedade evolui e com isso
diminuem as diferenças entre o que as mulheres podem fazer e o que está reservado aos
homens‖.
Segundo Louro (1997, p. 40) ―se as sociedades são e serão sempre constituídas por
sujeitos diferentes, que buscam serem politicamente iguais, suas múltiplas diferenças talvez
possam ser motivo de trocas, negociações, solidariedades e disputas‖. Então relações
fundamentadas no respeito às diferenças, que buscam a cooperação e a soma de talentos, pode
gerar uma sociedade mais igualitária que fomente discussões/ações para a quebra de
38
paradigmas e de velhos modelos sociais que aprisionam e oprimem pessoas como mulheres,
idosos, crianças etc.
No cenário contemporâneo as mulheres têm sido responsáveis por mudanças no
mundo do trabalho bem como nos novos arranjos familiares. A mulher tem sido igualmente
responsável pelos aportes financeiros dentro do ambiente familiar Com grande frequência a
figura do provedor é encontrada na figura feminina. (RODRIGUES; MELO; LOPES, 2016).
A imagem feminina tem se destacado como figura exemplar e também como modelo
de adaptação, de conquistas, sobressaindo frente aos grandes desafios. Muitos filhos têm
enxergado na mulher a figura vitoriosa na carreira profissional, ela se torna referência para
estes, quando forem fazer suas escolhas profissionais (SHUMBA; NAONG, 2012).
Mota e Silva (2011) evidenciam que a transformação de postura da mulher está
interligada a questões culturais, sociais e a representação forte da sua figura para a sociedade.
Melo e Lopes (2012) creem que essa nova postura da mulher frente ao mercado de trabalho
tem contribuído para o seu processo de empoderamento. Para De Felipe et al. (2014, p. 2)
―essa transformação, faz com que a mulher desenvolva a consciência da existência da
desigualdade entre gêneros, perpetuada culturalmente e, assim, busque formas de alterá-la‖.
De acordo com Pinto, Nunes e Fazenda (2014) o peso e o valor de homens e mulheres
variam em distintas sociedades, mas, o homem geralmente tem um valor mais expressivo que
as mulheres. Diante disto, as relações de gênero determinam uma distribuição desigual de
autoridade, de poder e de prestígio entre os indivíduos de acordo com o seu sexo (TORRES
et. al. 2017).
Neste contexto, é possível verificar que a igualdade de gênero tem impactos positivos
na produtividade devido ao aprimoramento das habilidades femininas e talentos. As mulheres
representam mais de 40% da mão de obra e participam das atividades econômicas;
representam cerca de 50% dos estudantes universitários do mundo (BANCO MUNDIAL,
2011).
Diante do exposto, admite-se que as ações que busquem as transformações sociais
devem levar em conta as modificações nas formas de distribuição de riqueza e nos processos
de alocação dos sujeitos na estrutura social (SCALON, 2011).
Neste contexto, observa-se que a igualdade de gênero tem relação direta com a
economia e com os padrões de progresso, particularmente nos resultados do desenvolvimento
e formulação de políticas públicas que obrigatoriamente impõem uma participação igualitária
no seu processo e formulação.
39
Refletir sobre o comportamento dos padrões de desigualdade de gênero é importante,
porque algumas destas desigualdades se mantêm mesmo com o avanço do processo de
desenvolvimento. A igualdade é um direito humano fundamental e tem importância
instrumental, pois colabora para a eficiência econômica e a aquisição de diversos resultados
substanciais de desenvolvimento, que não se atenta somente como processo econômico, mas
também como instrumento de ampliação de liberdades (BANCO MUNDIAL, 2011).
Verifica-se que, quando mulheres e homens não têm oportunidades igualitárias para
serem social e politicamente ativos e de influir nas leis e nas tomadas de decisão, as
instituições e políticas tendem a beneficiar constantemente os interesses hegemônicos de uma
sociedade. Assim, diminuem-se as chances de tratar as limitações institucionais e as falhas do
mercado que sustentam desigualdades de gênero, eternizando sua existência (BANCO
MUNDIAL, 2011).
A promoção da igualdade entre homens e mulheres comprova ser um aspecto relevante
das políticas sociais e econômicas, impondo ações que incentivem a participação igualada de
homens e mulheres em todas as instâncias (COMISSÃO EUROPEIA, 2008).
1.9 Considerações finais
Diante das reflexões aqui apresentadas, verificou-se que beleza não é algo fútil, sendo
um fator importante para a subjetividade feminina. A autoestima feminina está diretamente
ligada a uma auto percepção positiva da imagem e é influenciada pelo padrão de beleza
vigente.
Muitas mulheres são acometidas pelo sentimento de baixa autoestima o que interfere
na vida pessoal, profissional e social delas. Dar visibilidade a esses problemas, que na maioria
das vezes são vistos como questões fúteis e sem relevância, é algo importante não só para as
mulheres, mas para a sociedade como um todo. O debate, a reflexão são maneiras para chamar
a atenção do tema, bem como para trabalhar em prol da quebra dos estereótipos de beleza que
aprisionam mulheres. Foi possível perceber que a cada década, conforme os interesses
econômicos, os valores sociais impõem às mulheres um padrão de beleza, desde o Egito
antigo até as modelos magérrimas da atualidade.
A autoestima positiva é essencial para o empoderamento feminino. Observa-se que,
para as mulheres de baixa renda, a relação entre o padrão de beleza e uma auto percepção
positiva é algo mais difícil, geralmente sua aparência não está próxima ao padrão de beleza
imposto pela mídia. Muitas vezes, para o alcance deste padrão estereotipado, são necessários
40
procedimentos estéticos caros, sendo assim, elas não o fazem e não conseguem alcançar o
padrão estipulado. Além disso, somam-se a outros fatores negativos como: pobreza, baixo
nível educacional, subempregos. Todos estes fatores interferem de forma negativa em sua
autoestima.
A sociedade contemporânea abre demanda para discussões sobre a importância do
empoderamento feminino e a ligação deste com o desenvolvimento econômico dos países.
Entretanto, ainda há forte resistência ao tema, devido aos valores e práticas machistas. É
necessária a produção de conteúdo acadêmico e midiático feminista para contribuir no
processo educativo da sociedade de ruptura com os padrões estéticos, comportamentais,
ocupacionais impostos às mulheres.
Conclui-se que ainda há muito a se investigar sobre a relação entre a imagem
feminina, suas exigências sociais contemporâneas, somadas a sua subjetividade, frente a
valores culturais internalizados e o empoderamento no universo feminino. Também se faz
necessária a presença de dados mais robustos que dizem respeito às questões da mulher ao
longo da História e à interferência de seu empoderamento no desenvolvimento local.
1.10 Referências
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fev. 2018.
48
CAPÍTULO 2: A percepção da autoimagem das mulheres beneficiárias do
PBF frente ao padrão de beleza estabelecido
Maria Cristina Ferolla6
Wânia Maria Araújo7
Resumo
Este capítulo tem como objetivo apresentar dados relativos à pesquisa de campo, momento em que
ocorreu a escuta das mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família em relação a percepção da
autoimagem, as possíveis interferências na sua autoestima e seu reflexo no empoderamento feminino.
Trata-se de um estudo qualitativo descritivo realizado no ano de 2018, por meio de entrevistas
semiestruturadas junto às mulheres beneficiárias do PBF em Formiga. Os dados coletados foram
categorizados em três grupos para se processar a análise. São eles: 1) sentimentos frente à
autoimagem, 2) relação entre baixa renda, autoestima, educação, aprimoramento pessoal e
empoderamento social e 3) relação entre baixa renda, autoestima, educação e empoderamento político.
A pesquisa apontou que estar satisfeita com a autoimagem pode também ter ligação com o estado de
alegria e felicidade consigo própria. Isto pode refletir diretamente na autoestima positiva e pode estar
interligado com a vontade de melhorar, gerando vontade de fazer algo positivo em suas vidas.
Consequentemente, isto pode contribuir para o empoderamento psicológico, social e político. O estudo
sinaliza que é necessário criar metodologia e politicas publicas que se fundamentem no modelo
colaborativo interdisciplinar para trabalhar os pilares do empoderamento.
Palavras chave: Corpo. Empoderamento. Mulher. Programa Bolsa Família.
Abstract
This chapter aims to present data on field research, at which point the women beneficiaries of the
listening Program Bolsa Familia about the perception of self-image, the possible interference on your
self-esteem and your reflection in the female empowerment. This is a qualitative descriptive study
carried out in the year 2018, by means of semi-structured interviews with women beneficiaries of
GMP in Ant. The collected data were categorized into three groups to process the analysis. They are:
1) feelings in front of self-image, 2) relationship between low income, self-esteem, education, personal
and social empowerment, improvement and 3) relationship between low income, self-esteem,
education and political empowerment. From the search results it was verified the importance of
listening and approximate these women, since they are subject to standards of beauty, since antiquity.
Unattainable standards every time, that lead to dissatisfaction with the appearance and feelings of
sadness and low self-esteem. The research pointed to be satisfied with the self-image can also have
connection with the State of joy and happiness with itself. This may reflect directly on positive self-
esteem and can be connected with the desire to improve, creating desire to do something positive in
their lives. Consequently, this may contribute to the psychological, social and political empowerment.
The study indicates that it is necessary to create methodology and public policies that based on
collaborative interdisciplinary model to work the pillars of empowerment.
KEYWORDS: Body. Empowerment. Woman. Family Grant Program.
6 Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local
(GSEDL) do Centro Universitário UNA de Minas Gerais. 7 Wânia Maria Araújo Profª. do Programa de Pós-Graduação em Gestão Social, Educação e
Desenvolvimento Local (PPG GSEDL) do Centro Universitário Una
49
2.1 Introdução
A determinação de um ―parâmetro‖ ou padrão de beleza tem um peso em nossa
cultura, configura-se como uma estratégia de poder, produtora de discursos qualificados como
verdadeiros, convincentes e, consequentemente, socialmente ―aceitos‖ por indivíduos
sujeitados. A determinação de uma norma de beleza é então, analisada como um efeito das
relações de poder. Conforme Foucault (1979), estes efeitos do poder são disseminados em
toda rede de relações sociais, onde nada ou ninguém consegue ficar alheio.
Diante dessa disseminação de padrões de beleza, os efeitos do poder também são aí
assimilados socialmente com discursos presentes na sociedade que são enunciados como
forma de organizar a realidade. Materializa-se cada vez mais nos sujeitos uma verdade sobre
beleza no padrão normativo vigente, corroborando para o aumento das desigualdades entre
homens e mulheres, visto que, as mulheres ficam submetidas a padrões de beleza impostos,
por uma sociedade patriarcal e machista. Nem todas as mulheres conseguem atingir este
padrão preestabelecido o que passa a se configurar como um fator de inclusão ou exclusão
social.
A imagem corporal pode ser definida como percepções e pensamentos que são
construídos através de valores culturais, sociais e pode levar a um sentimento de uma
desigualdade de oportunidades nos indivíduos que tem uma percepção negativa de si próprio.
Como assinala Debord (1997, p.14), ―o espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma
relação social entre pessoas, mediada por imagens‖.
Esta pesquisa pretende refletir sobre padrões de beleza de uma sociedade para um
melhor entendimento das interferências na auto percepção da imagem, frente a estes padrões
preestabelecidos e os efeitos psicossociais em mulheres de baixa renda. Com efeito,
correlacionará questões relativas ao padrão de beleza com a auto percepção, autoestima e
empoderamento de mulheres de baixa renda.
Este estudo coaduna com a ideia de que grande parte das dificuldades encontradas ao
longo da história nas relações entre homens e mulheres sustenta-se e tem raízes na
desigualdade de gênero. Aos homens a valorização do trabalho, da força e da virilidade. Às
mulheres a valorização histórica da beleza, maternidade, reprodução, sensualidade e sedução.
A partir do século XX, a imagem assume de forma relevante uma função enquanto mediadora
cultural, sendo de grande importância sua apresentação e visibilidade.
É necessário fomentar discussões sobre o tema a partir de levantamento de dados
científicos para serem aplicadas em ações de intervenção, como políticas sociais, por
50
exemplo, nas diversas áreas da saúde física e psíquica. Também se faz necessário, propiciar
espaços de reflexão para que seja proporcionada às mulheres uma melhor aceitação frente as
suas características individuais. Desenvolver ferramentas que contribuam para instigar o
pensar e quebrar paradigmas culturais que escravizam, para que haja a valorização do
indivíduo como um todo.
Diante deste cenário, a questão norteadora desta pesquisa se constitui como a relação
na melhora da autoestima de mulheres de baixa renda beneficiadas pelo programa Bolsa
Família, submetidas a procedimentos estéticos corporais e faciais contribui para o seu
empoderamento e para o desenvolvimento local de suas comunidades.
Desde a antiguidade até os dias atuais as mulheres são valorizadas pela sua beleza,
sendo este valor cultuado historicamente, as agraciando com poder e admiração social.
Entretanto, as que não se encaixam neste padrão vigente de cada época, podem ser excluídas
socialmente e penalizadas com sentimentos de tristeza e baixa autoestima. Sentimentos que
interferem na qualidade de vida, no desenvolvimento psicossocial. Para as mulheres de baixa
renda, isto torna-se mais cruel, pois além de não possuir recursos para realizar procedimentos
estéticos que as proporcionariam chance de alcançar o padrão de beleza vigente, geralmente
só alcançados com recursos estéticos e cirurgias, ainda são acrescidas questões como
desigualdade de gênero, pobreza e baixa escolaridade. Todos estes fatores somados podem
interferir de forma negativa na sua autoestima e no seu desenvolvimento. As mulheres são
peças fundamentais para que ocorra o desenvolvimento das comunidades onde vivem, visto
que são em grande número chefes de família. Empoderar as mulheres, especialmente as de
baixa renda, que se constituem em uma parcela significativa da população é importante para o
desenvolvimento local.
2.2 Metodologia
Para esta pesquisa de natureza qualitativa os dados foram coletados por meio de
entrevistas semiestruturadas com mulheres beneficiárias do PBF que passaram por
procedimentos estéticos na Clinica Escola do UNIFOR, recrutadas através de amostragem em
cadeia ou bola de neve (snowball sampling).
Segundo Vinuto (2014) o tipo de amostragem nomeado como bola de neve é uma
forma de amostra não probabilística, que utiliza cadeias de referência, por exemplo, quando
um individuo é selecionado pelo pesquisador para participar da pesquisa, ele indica um ou
mais possíveis participantes para compor a amostra e assim sucessivamente. Portanto não é
51
possível determinar a probabilidade de seleção de cada participante na pesquisa, mas é muito
proveitoso quando se quer estudar grupos específicos, altamente especializados e difíceis de
serem acessados ou estudados.
Essas dificuldades são encontradas nos mais variados tipos de população, mas em
especial nos três tipos que seguem: as que contêm poucos membros e que estão
espalhados por uma grande área; os estigmatizados e reclusos; e os membros de um
grupo de elite que não se preocupam com a necessidade de dados do pesquisador.
[...] a amostragem em bola de neve também pode ser utilizada quando a pergunta de
pesquisa estiver relacionada a questões problemáticas para os entrevistados, já que
os mesmos podem desejar não se vincular a tais questões (VINUTO, 2014, p. 204).
Levando-se em consideração as questões éticas da pesquisa, os entrevistados foram
convidados a participar das entrevistas por livre e espontânea vontade, após leitura e
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)8. Após o aceite de cada
convidado para participar da pesquisa foi agendada a entrevista, no horário e local que o
entrevistado indicou como melhor, sendo-lhe garantido o sigilo total sobre seu nome e
responderam apenas as questões que se sentiram a vontade.
Foram realizadas um total de dez entrevistas até a ocorrência de saturação teórica. Os
critérios de inclusão na amostra era que as participantes fossem mulheres, beneficiárias do
Programa Bolsa Família; que tivessem passado por procedimentos estéticos na Clinica Escola
do UNIFOR, no município de Formiga, entre o ano de 2017 e 2018.
Para a entrevista semiestruturada foi utilizado um roteiro de questões fundamentada
por temas específicos ligados aos objetivos de pesquisa com registro de todas as falas. A
entrevista com roteiro aconteceu mediante uma relação fixa de perguntas9 em que a ordem e
redação permaneceram iguais para todas as entrevistadas. A duração média das entrevistas foi
de 30 minutos e o período de realização aconteceu entre os meses de junho e julho de 2018.
Registra-se também que os nomes das participantes da pesquisa foram mantidos em
sigilo e cada uma foi identificada com um número pela ordem da realização da entrevista.
Dessa forma, no momento da análise e utilização de seus discursos serão chamadas sempre
como participante 1, 2, 3 e assim sucessivamente.
A pesquisa, em todas as suas fases, obedeceu aos fundamentos da Resolução CNS
466/2012 e da 510/2016, sendo que a coleta de dados só foi iniciada após a aprovação do
8 Conferir Apêndice A.
9 Conferir Apêndice B.
52
projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o CAAE nº
57385216.0.0000.513210
.
2.2.1. Considerações sobre a coleta de dados
Ao escolher este tema, comecei o trabalho de divulgação da pesquisa a partir do
convite às mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família – PBF –, que já conhecia pela
convivência diária, visto que as acompanho diariamente em seu procedimentos estéticos
realizados na Clínica de Estética da UNIFOR. Diante do convite feito para participarem me
deparei com uma certa resistência que não esperava, o que me surpreendeu. Neste momento
parei e analisei as várias falas que escutei ao fazer o convite e explicar como seria feita a
entrevista. Dentre as falas relato algumas que considero relevantes: ―Dra, mas falar com a
senhora, eu não sirvo, tenho pouco estudo, não posso participar, escrevo errado”; “Gravar?
Nossa, falo errado, não sei conversar direito; acho que não posso ajudar não entendo as
coisas direito, cabeça ruim [...]”.
Após várias tentativas e negativas, percebi que minha abordagem deveria mudar,
expliquei com uma linguagem bastante acessível, expliquei o tema, como elas faziam parte e
eram importantes na sociedade e escutá-las seria muito importante. Escutei frases como ―será
que servimos para alguma coisa, mesmo?”. Ali já comecei a perceber como a falta de acesso
a educação influencia de forma negativa na autoestima e já é forte fator indicativo de
exclusão.
Houve o contato com todas as mulheres que passaram por procedimentos estéticos na
clinica Escola da UNIFOR. Atende-se a cada semestre uma média de quinze mulheres, mas as
que se colocaram a disposição para participar foram dez.
Diante dos relatos e falas coletados percebi como é complexa a variável gênero
correlacionada com as variáveis da pobreza, do baixo nível de escolaridade, da auto percepção
do padrão de beleza e da autoestima. Nas conversas realizadas elas relatam que começam a
trabalhar cedo, porque precisam contribuir desde já com o orçamento doméstico. Outra
consideração importante é que na maioria das vezes é necessário olhar alguém doente ou o
idoso da família, sendo estas as prioridades. A educação fica como um sonho para os filhos
realizarem. Geralmente constituem família cedo, pois a maternidade acontece precocemente,
dificultando ainda mais sua qualificação no que se refere à educação formal. Nas falas como
descrito no inicio deste tópico sentem-se incapazes, mas consideram que é assim mesmo.
10
Conferir Anexo A.
53
2.3 Análise e discussão dos resultados
Ao final das entrevistas e de suas transcrições, os dados coletados foram decodificados
posteriormente as leituras flutuantes, seletivas e analíticas e por meios de convergências,
foram distribuídas em categorias de análise que foram processadas pelo método de análise de
conteúdo, de acordo com os pressupostos de Bardin (2011) que a define como:
Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter por
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens
indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos
relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.
[...]. Esta abordagem tem por finalidade efetuar deduções lógicas se justificadas,
referentes à origem das mensagens tomadas em consideração (o emissor e o seu
contexto, ou, eventualmente, os efeitos dessas mensagens). O analista possui sua
disposição (ou cria) todo um jogo de operações analíticas, mais ou menos adaptadas
à natureza do material e à questão que procura resolver. Pode utilizar uma ou várias
operações, em complementaridade, de modo a enriquecer os resultados, ou aumentar
a sua validade, aspirando assim a uma interpretação final fundamentada (BARDIN,
2011, p. 48).
Assim, a análise de dados foi efetuada através da Análise de Conteúdo, que visa
pesquisar através do conjunto das falas dos participantes pontos comuns para compreensão do
objeto estudado (BARDIN, 2011). A análise do conteúdo pode ser definida como um
conjunto de instrumentos de cunho metodológico em constante aperfeiçoamento, que se
aplicam a discursos (conteúdos e continentes) extremamente diversificados (BARDIN, 2011,
p.15).
Bardin (2011) define descrição analítica expondo as prováveis aplicações da análise de
conteúdo como um método de categorias que consente a classificação dos componentes do
significado da mensagem em espécie de gavetas. Uma análise de conteúdo não deixa de ser
uma análise de significados, ao contrário, ocupa-se de uma descrição objetiva, sistemática e
quantitativa do conteúdo retirada das comunicações e sua respectiva interpretação (BARDIN,
2011).
As categorias de análise foram divididas da seguinte forma e contemplarão os critérios
enunciados no QUADRO 1:
54
Quadro 1- Categorias de Análise Categorias de análise Critérios orientadores da análise dos dados
1 Padrão de beleza,
autoimagem, autoestima,
qualidade de vida e
empoderamento
psiciológico
Como o padrão de beleza interfere na autopercepção da imagem e na
qualidade de vida;
Após os procedimentos estéticos houve melhora na auto percepção da
imagem;
A melhora na percepção da imagem interfere de que forma em sua,
autoestima, qualidade de vida e empoderamento psicológico;
A melhora na percepção da autoimagem após os procedimentos
estéticos, melhorou a autoestima;
O sentimento de sentir-se bela, as empodera;
2 Relação entre autoestima,
baixa renda, educação e
aprimoramento pessoal,
empoderamento social
A melhora da autoestima frente ao padrão de beleza, interfere no
aprimoramento pessoal e reflete no empoderamento social;
A melhora na autoestima interfere na renda feminina e em seu
potencial de trabalho;
Mulheres, padrão de beleza, autoestima, auto percepção tem
correlação direta com o empoderamento feminino;
3 Correlacionar padrão de
beleza e bem estar,
desigualdade e
vulnerabilidade social e
empoderamento político.
A melhora na autoimagem, reflete na autoestima. Interfere na
responsabilidade social e leva ao empoderamento político;
A melhora n autoimagem frente ao padrão de beleza as faz sentir
incluídas nos locais onde vivem, isto as conscientiza de sua responsabilidade
social.
A responsabilidade dos vários setores da sociedade como: mídia e as
campanhas publicitárias, arte, moda, instituições educacionais, diante de
padrões de beleza imposto ao longo de décadas as mulheres;
O debate e a reflexão para combater praticas machistas, como as
mulheres serem colocadas como ideais de beleza e submissão;
.
Fonte: Elabora pela autora (2018)
2.3.1 Padrão de beleza, autoimagem, autoestima, qualidade de vida e empoderamento
psicológico
Neste primeiro momento será relatado algumas características das mulheres
entrevistadas: sete delas estavam na idade entre trinta e cinquenta anos; três acima de
cinquenta anos; cinco trabalham fora e cinco não trabalham; nove são casadas e uma
separada. Quanto ao grau de escolaridade uma é analfabeta, quatro possuem ensino
fundamental completo e cinco delas possuíam ensino médio incompleto; cinco recebem ajuda
do companheiro. Todas moram em bairros periféricos da cidade.
Todas as entrevistadas disseram estar insatisfeitas com a aparência e nove delas
relataram quadro de tristeza, desânimo e depressão.
―Insatisfeita com a aparência. Manchas e cravos, triste, J.S.C‖
Insatisfeita com a aparência. Muitas rugas e linhas de expressão,
triste [...]”. (P.l).
55
―Não estar satisfeita com a própria aparência. Pelo tratamento ser
gratuito, porque não teria como pagar. Manchas na pele,
envelhecimento precoce” (P.3)
“Não estar satisfeita com a aparência. Meu rosto estava horrível, pele
preta, manchada e com rugas” (P.6)
“Não estar satisfeita com aparência” (P.4)
“Não estar satisfeita com a aparência. Não estava satisfeita com as
manchas na pele” (P.2)
―algum acontecimento desagradável. Melhorar a aparência para
oportunidade de trabalho‖ (P.7)
―não estar satisfeita com a aparência. Pela quantidade de cravos,
espinhas e manchas vermelhas nas bochechas sentia um grande
desconforto‖ (P.8)
―Não estar satisfeita, pelo tratamento ser gratuito, nunca teria como
pagar. Incomodava com as linhas rugas e pálpebras caídas” (P.9)
“Não estar satisfeita com aparência” (P.10)
A partir da exposição destes dados torna-se claro que as participantes da pesquisa
mostraram-se insatisfeitas com a aparência. Como compreender tamanha insatisfação? Em
busca de respostas para essa questão à reflexão em torno de da construção social do corpo se
faz necessária. Na obra ―A Sociologia do Corpo‖ Le Breton (2007) realizou uma revisão dos
clássicos da antropologia e sociologia que abordaram o tema em suas obras, demonstrando
que a ―corporeidade é socialmente construída‖ (LE BRETON, 2007, p. 19), sendo o corpo o
―efeito de uma elaboração social e cultural‖ (LE BRETON, 2007, p. 26). Le Breton (2007)
sinaliza que ―A sociologia do corpo constitui um capítulo da sociologia especialmente
dedicado à compreensão da corporeidade humana como fenômeno social e cultural, motivo
simbólico, objeto de representações e imaginários‖ (LE BRETON, 2007, p. 7).
Para Miranda et.al (2017) há uma relação entre corpo e estética, visto que os padrões
de beleza culturalmente instituídos balizam a percepção corporal, entretanto esta relação
estética pode estar submetida ao discurso da saúde como meio de justificar ou atenuar ações
que objetivam modelar o corpo por meio de dietas, exercícios físicos, procedimentos
cirúrgicos, medicações.
Estes mesmos autores, apontam que o culto ao corpo está associado e fundamentado
em uma condição do ―ser saudável‘ e não do ser simplesmente ‗belo‖. Nossas vidas são
56
modeladas também, a partir de um corpo idealizado próprio de cada época e de cada contexto
social. A mulher está vinculada a beleza desde os primórdios da humanidade e sempre
atrelada a padrões de cada época. Segundo, Sant‘Anna (2014) já em 1893 as medidas
anatômicas femininas, eram motivo de preocupação: a mulher ideal deveria ter 83-70-91 cm
(busto-cintura-quadris). Atualmente estamos sob a égide de um corpo ‗saudável‘ como uma
forma para atingir o sucesso, a felicidade, o reconhecimento social exatamente por atender
padrões socialmente.
A sociedade moderna é perpassada por estereótipos de gêneros, produtora de um
padrão masculino e feminino rígido, o qual determina corpos e comportamentos particulares
para cada um desses. As mulheres são os alvos históricos destes padrões, sendo mais
vulneráveis a estes. Sendo assim, as respostas das participantes da pesquisa sobre a
insatisfação com suas aparências pode dizer respeito a esta imposição de padrões sociais em
torno do corpo e do que é considerado belo e aceitável.
Vivemos numa sociedade marcada pela individualidade de caráter narcisista, pelo
culto às aparências e pela transformação do corpo em mercadoria (como algo que pode ser
oferecido e comprado). A mídia pode ser considerada a grande massificadora destes padrões
de comportamentos para se apropriar do corpo belo e saudável, aquele que se encaixa no
padrão estético que deve ser perseguido (SOUZA, 2017).
O indivíduo já não é mais visualizado como um ser humano, mas como um simples
objeto de modelagem social. A oratória da alma foi trocada pela do corpo sob a égide da
moral do consumo (LE BRETON, 2007). Na atualidade é possível a percepção de uma nova
divisão binaria, transferindo o dualismo alma e corpo, para uma oposição do próprio homem
ao corpo. O corpo então não estaria unido ao homem, seria um objeto que não estaria ligado a
este, podendo ser moldado, modificado e modelado. Entretanto, ao transformar o corpo
também se mudaria o homem, ficando então, neste sentido, o corpo equivalente ao homem
(LE BRETON, 2007).
A procura pela felicidade é então comandada pela produção e modelagem do corpo e
pela busca da beleza ideal. Contudo, a agregação da conquista do corpo ideal à felicidade,
sucesso e bem-estar pode ser uma prática perigosa. Os padrões corporais disseminados pela
mídia são inatingíveis para a maioria da população, originando um incansável, doloroso e
muitas vezes decepcionante processo de ―(re)construção do corpo‖.
A modificação do corpo concebe uma conquista social para o indivíduo, estabelecendo
laços sociais entre grupos que possuem as mesmas práticas, com um sentimento de pertença e
de afastamento de outras pessoas que não apresentem as características de beleza pré-
57
estabelecidas. Estabelece uma supervalorização do corpo em detrimento do próprio indivíduo.
Neste contexto as mulheres de baixa renda são novamente excluídas, por não terem acesso a
essa modificação corporal, visto que para isto é necessário alto recurso financeiro.
Para isto há um trabalho sincronizado no qual a mídia assume seu papel mediador de
divulgadora em massa de padrões, hábitos e ideais de beleza, felicidade e bem estar. Sendo o
corpo idealizado, dentro deste padrão:
A indústria corporal através dos meios de comunicação encarrega-se de criar desejos
e reforçar imagens, padronizando corpos. Corpos que se vêem fora de medidas,
sentem-se cobrados e insatisfeitos. O reforço dado pela mídia em mostrar corpos
atraentes, faz com que uma parte de nossa sociedade se lance na busca de uma
aparência física idealizada (RUSSO, 2005, p. 81).
A mídia colabora de forma massificadora para estereotipar corpos e Santaella (2004, p.
126) afirma que, [...] as representações nas mídias e publicidade [...] têm o mais profundo
efeito sobre as experiências do corpo. São elas que nos levam a imaginar, a diagramar, a
fantasiar determinadas existências corporais, nas formas de sonhar e de desejar que propõem.
Assim, a mídia vem influenciando os conceitos sociais, reforçando e determinando
uma cultura de corpos perfeitos, determinando padrões para todas as mulheres brasileiras e se
colocando em uma posição de suposto saber na construção de práticas e hábitos alimentares
disseminados como saudáveis. Diante disso, as mulheres ficam presas em ―campos de
concentração‖ administrados por elas mesmas (WOLF, 1992).
Diversos estudos sobre a perspectiva de gênero na exposição da figura feminina
(MIRANDA-RIBEIRO; MOORE; 2002; MOTA-RIBEIRO; 2003; SWAIN, 2001; NOVAES;
VILHENA, 2003; MATOS; LOPES, 2008) compreenderam algumas relações entre as revistas
consideradas ―femininas‖ e a construção de discursos nos quais os corpos de mulheres
tornam-se muito visuais ao reforçar conceitos de beleza, magreza, sedução, além da ampla
disseminação de produtos (EVANGELISTA; BAPTISTA, 2017).
Os corpos assumem papéis representativos e o próprio sujeito tenta modificar-se a
todo tempo para a integração desse corpo na sociedade. O corpo na sociedade contemporânea
tem grande valor mercadológico e sua exibição quando fundamentada nos princípios de
beleza estabelecida, são admirados, invejados, venerados por homens e mulheres, não
interessando qual ou quais os sacrifícios ou riscos, o individuo expos para consegui-lo. Vale a
pena a ―qualquer preço‖ (SOUZA, 2017).
O domínio da perfeição da imagem corporal qualifica o indivíduo como vencedor,
digno de prestígio social, venerado por seus pares – o corpo como ―carro chefe‖ de quem o
58
apresenta (ZOVIN; MARCELLOS, 2017). Para Soares (2004, p. 1), ―o corpo vigoroso, altivo,
autônomo é o primeiro sinal de um mundo em estruturação‖. A autora adiciona ―território
construído por liberdades e interdições, e revelador de sociedades inteiras, o corpo é a
primeira forma de visibilidade humana‖.
O discurso midiático apresenta a analogia entre saúde e beleza, isso pode desencadear
repercussões nas representações e vivências dos indivíduos (VAN DEN BERG et al., 2007;
DALLEY; BUUNK; UMITC, 2009). Essa ideologia é ampliada pelos programas de TV,
livros, revistas, blogs que abordam assuntos relativos à estética corporal agregada à saúde. A
diversidade sociocultural e as transformações tecnológicas transformaram o acesso à
informação e propiciaram repercussões subjetivas, individuais ou coletivas que devem ser
entendidas (MIRANDA et.al, 2017).
Para Cabeda (2004), a representação do corpo na contemporaneidade é uma máquina
frágil, que pode ser aperfeiçoada pelas técnicas da ciência e tecnologia, tendência fortalecida
pelos imaginários sociais que cultuam a juventude eterna. Especialmente, o corpo feminino é
esculpido pelas máquinas cirúrgicas, equipamentos de bodybuilding e softwares para correção
estética. O resultado disso não é um individuo ―sem idade‖ (SCHULER; SILVA, 2006), mas
pessoas com a mesma idade, no que se refere à aparência.
Frente a isso as mulheres de um modo geral, e em especial as participantes da
pesquisa, são os alvos históricos deste aprisionamento, trazendo-lhes sentimentos de baixa
autoestima e depressão, principalmente aquelas que por motivos econômicos não fazem parte
desta ―maravilhosa‖ roda-viva de sonhos, imposta socialmente como verdade, poder e
felicidade. Como assinalou uma das entrevistadas ―queria ter dinheiro, para fazer todas as
intervenções, silicone... tudo.‖ (P3).
Diante desta beleza pré-determinada a um padrão inatingível, o ilustrador N. Lamm,
reconhecido mundialmente por seus trabalhos com medidas corporais, desenvolveu um
gráfico comparativo entre as medidas de Barbie e de uma jovem comum, as duas
hipoteticamente com a mesma idade, verificou que além das proporções inatingíveis da
boneca, a moça teria um pescoço tão fino que mal suportaria o peso da sua cabeça. Comparar
uma mulher real à Barbie esmaga (no sentido mais profundo da palavra) o que foi criado pela
natureza (ZOVIN; MARCELLOS, 2017).
Também corroborando com estas reflexões Goldenberg (2002) descreve no que resulta
o aprisionamento estético individual e coletivo feminino:
O culto à beleza, juventude e ―boa forma física‖, o temor à velhice e o horror à
gordura, alimentados pela proliferação de imagens de corpos jovens, magros e cada
59
vez mais musculosos e desnudos, que se intensificou nas últimas décadas do século
XX, entram no século XXI como fenômenos que atingem um número sem
precedentes de homens e mulheres, permanentemente insatisfeitos com suas
aparências. [...] A mídia adquiriu um imenso poder de influência, expandiu o
consumo de produtos de beleza, generalizou a paixão pela moda e tornou a aparência
física responsabilidade de cada indivíduo, que não deve mais aceitar seu corpo tal
como ele é, como ―obra da natureza divina‖, mas sim procurar corrigir suas
―imperfeições‖ (GOLDENBERG, 2002, p. 112).
Quando por algum motivo, como envelhecimento, alterações estéticas, dentre outras,
possa se estabelecer a visão de ―perda‖ de beleza, pode ocorrer uma perda de autoestima, pois
ela geralmente está ligada a forma como o indivíduo, vê seu corpo e isso tem valor
significativo para os indivíduos em geral (ONESKO; MACUCH; CORTEZ, 2017).
Nas falas das mulheres entrevistadas esta constatação se estabelece, visto que elas
relataram o sentimento de tristeza associada a insatisfação da aparência:
―Triste. Estava sentindo desanimadas, triste e feia” (P.1)
―Muito triste. Filhos falava para se cuidar” (P.2)
―Tristeza, desânimo, chorando” (P.3)
“Triste. Sentia com baixa autoestima. Ficava deprimida, me sentia
feia, pele ruim e envelhecida. Sentia feia em relação as outras
mulheres, ficava deprimida, interferia no ânimo para sair” (P.4)
―Triste. Ficava olhando a pele de mulheres sem mancha, queria ter a
pele igual. Sentimento porque minha pele é assim? Ficava
incomodada com as pessoas olhando. Estavam olhando para minha
mancha. Impressão que a gente não está se cuidando” (J.M.C.F)
―Sentia feia, triste. Parecia ter 100 anos”(P.6)
―Não gostava de olhar para o espelho. Não gostava de si própria.
Sentia chateada, magoada. Marido e mãe falavam” (P.7)
―Triste, antes parecia condenada, vergonha de tudo, de andar,
aparecer” (P.10)
Apenas uma mulher, mesmo não estando satisfeita com a aparência, não apresentava
sentimento de tristeza, ―Normal, sinto feliz do jeito que é” (P.9)
A procura por um padrão estético determinado socialmente ganha grande espaço na
vida humana, sendo responsável por uma grande parcela da economia e do tempo dos
indivíduos. Ocorre uma grande luta pessoal na busca do corpo ideal, pois a estética corporal
passou a ter diversos valores associados a este. O corpo assume um papel cultural que integra
60
o sujeito a um grupo e os difere dos demais. Ter um corpo ―perfeito‖, ―bem delineado‖, ―em
boa forma‖ consagra o homem e concebe a vitória sobre a natureza, o domínio além do seu
corpo, o controle de sua própria existência. Em uma cultura, onde as pessoas são classificadas
a partir da forma física, a aparência é fator fundamental para o reconhecimento social do
indivíduo (GARRINI, 2007).
Ainda nesta reflexão, o padrão de beleza estabelecido pela mídia e pelo mercado – o
que inclui a publicidade, a moda, as telenovelas, artistas e brinquedos para meninas – é
inserido no cotidiano feminino e internalizado como um modelo aspiracional e colabora para
a formação da subjetividade e da autoestima das mulheres (MORENO, 2013).
A imagem corporal é um aspecto central no desenvolvimento psicológico e
interpessoal (ALVES et al., 2009). Para McKay, Mikosza e Hutchins (2005), pois é percebida
como uma imagem psíquica edificada a partir de um corpo físico, através da assimilação de
significados simbólicos, construídos socialmente e em transformação constante. Uma imagem
corporal positiva colabora para uma melhor qualidade das relações interpessoais, maior
segurança em relação ao corpo, e uma percepção favorável sobre a própria personalidade
(BARBOSA; MATOS; COSTA, 2011).
A percepção que o indivíduo tem de si próprio está diretamente ligada a suas relações
interpessoais, sua saúde, autoestima e bem estar (MIRANDA et.al, 2017). Diante disso, uma
avaliação negativa da autoimagem pode proporcionar repercussões psíquicas ocasionando
distúrbios como a depressão, anorexia e bulimia (FERNANDES, 2007; ALVES et al., 2009;
SECCHI, 2013; RECH, ARAUJO, & VANAT, 2010). Isso reitera o conteúdo das
entrevistadas quando relacionaram a tristeza com a aparência que consideraram não estar
adequadas aos padrões sociais impostos.
As autoimagens são o resultado das observações, em que a pessoa faz dela mesmo,
objeto da sua própria observação (VAZ-SERRA, 1986). De acordo com Vaz-Serra (1986,
p.5) a autoestima pode ser considerada ―[...] como um dos constituintes do autoconceito mais
importantes e com maior impacto na prática‖. E completa que este conceito é percebido como
o processo avaliativo que o indivíduo faz das suas qualidades ou dos seus desempenhos. É,
deste modo, o constituinte afetivo do autoconceito, em que o sujeito faz julgamentos de si
próprio, integrando à sua identidade sentimentos valorativos do ―bom‖ e do ―mau‖. O motivo
de autoestima é universal, na medida em que os aspectos positivos de cada indivíduo são
geralmente realçados (VAZ-SERRA, 1986, p.84).
A autoestima compõe um dos elementos categóricos mais importantes do bem estar
psicológico e do funcionamento social do indivíduo, constituindo o componente avaliativo do
61
autoconceito. A percepção de si, diz respeito aos atributos e capacidades que o indivíduo
possui ou deseja possuir, representando o aspecto cognitivo e o comportamento constitui a
apresentação de si próprio, significa, as estratégias empregadas para comunicar aos outros a
imagem positiva de si mesmo (SAUSEN et.al, 2017).
A autoestima é traduzida pela literatura como a avaliação que o indivíduo faz de si
mesmo, conferindo um valor de si, sendo acatado como um importante indicador de saúde
mental (ASSIS; AVANCI, 2004; MOSQUERA et al., 2006; BANDEIRA; HUTZ, 2010). Para
Bandeira et al. (2005), a autoestima está inteiramente conectada ao desempenho na interação
social, o que se confirma também com outros autores (MOSQUERA et al, 2006;
BANDEIRA; HUTZ, 2010).
Deste modo, compreende-se a autoestima e a autoimagem como características da
subjetividade humana que exibem um relevante papel na forma como uma pessoa se relaciona
com outras e consigo mesma, na composição de sua identidade. Os termos subjetividade e
identidade expõem uma abundante sobreposição de seus conceitos, consentindo que sejam
inter-relacionados (WOODWARD, 2014). Segundo Woodward (2014) a subjetividade está
relacionada com a forma como o indivíduo compreende a si mesmo, abarcando os
sentimentos e pensamentos do sujeito. Já a identidade indica as posições ostentadas pelo
sujeito no contexto social onde a subjetividade é vivida, a partir das interações feitas através
da linguagem e da cultura.
Diante do exposto na literatura, das respostas das mulheres participantes desta
pesquisa e da correlação entre o sentimento de bem estar e autoestima, percebe-se que os
relatos coletados indicam que após os procedimentos estéticos houve melhora na aparência,
na autoestima. Fato que desencadeou o empoderamento psicológico e uma atitude de pro
atividade em relação às suas vidas como enunciado a seguir em suas falas:
― Senti-me mais feliz em relação a minha aparência, (P.1)
―Sim, antes sentia vergonha da aparência, hoje sinto bem comigo
mesma. Aumenta a autoestima, sente-se bem. As pessoas percebem a
melhora. Estimula a buscar novas oportunidades na vida” (P.2)
―Sinto mais feliz, radiante e mais bem comigo mesma. Fico mais feliz
com meu rosto, com meu esposo. Autoestima melhora em tudo. Para
sair com o esposo, sente segura. Relaciona melhor” (P.3)
―Sente-se mais bonita. Autoestima elevada. Uma grande
transformação. Melhorou muito a aparência. Vontade de olhar no
62
espelho. Marido elogiou, pele bonita. Muito mais feliz em relação a
sua aparência” (P.4)
―Melhora na autoestima, nó! Maquiagem fica melhor. Se sente mais a
vontade. Me senti mais feliz, sente bem” (P.5)
―Rosto melhorou, marido e filhos falam. Antes sentia horrível, agora
sente-se bem. Melhora a convivência, bem melhor” (P.6)
―Prazer em olhar no espelho, sem aquelas manchas horríveis no
rosto. Tem mais ânimo para sair. Não gostava de tirar fotos. Hoje
gosta. Estou me amando, coisa que eu não fazia. Hoje não aceita
ninguém falar de qualquer jeito. O esposo acorda de manhã e passa a
mão no rosto. Uma coisa que não fazia. Sonhando mais,
possibilidades futuras. Sente mais segura e capaz” (P.7)
―Sinto muito feliz. Aprendi a fazer o uso do protetor solar e não ficar
tanto tempo no sol e a cuidar mais da pele. Minha autoestima
melhorou, os cuidados com a pele, e tudo que aprendi me ajuda a
cada dia. Me sinto mais bonita e também mais feminina. A
maquiagem realça mais, até sem ela me sinto bem. Me sinto mais
vaidosa e me vejo bonita”,(P.8)
―Sim, o artesanato. Vê que a pessoa não pode ficar na mesmice.
Estudo na internet, ajuda” (P.9)
―Mudou tudo, muito acomodada, do serviço pra casa. As, passeia,
vontade que os outros te vejam. Abre portas para outras coisas:
emprego, aceitação, família e social. Virei outra, não preocupa com
que as pessoas de fora vão falar, cresci como pessoa. Grande melhora
na autoestima. Antes estava desestimulada, não comprava nada. Hoje
tenho ânimo, seleciono melhor as coisas, cuida da
alimentação”.(P.10)
Nesta perspectiva, este estudo visualizou a existência de uma relação entre autoestima
elevada e empoderamento individual. Ao desenvolvê-lo, os indivíduos irão perceber um maior
sentimento de controle sobre a forma como lidam com a própria vida, permitindo também o
desenvolvimento de recursos que lhes admitam agir com maior autonomia frente às
adversidades (KLEBA; WENDAUSEN, 2009). Segundo, Horochovski e Meirelles (2007), o
empoderamento individual sofre interferência de aspectos subjetivos como a autoestima, só
podendo ser adquirido a partir da garantia de recursos de poder (como a autoestima e o
sentimento de devir).
O estudo evidenciou que a melhora na autoestima, pode estar diretamente relacionada
ao empoderamento psicológico, conforme respostas das entrevistadas. Empoderamento aqui
percebido como investimento nas possibilidades individuais e coletivas de aprendizado, como
63
reconhecimento da capacidade de cada indivíduo de viver a vida em suas diferentes etapas,
lidando com as possibilidades e limitações estabelecidas por eventuais enfermidades
(CARVALHO; GASTALDO, 2008).
Para Casimiro (2011, pg.11), o empoderamento feminino sugere,
O poder de escolher, ter autonomia, equaciona a possibilidade ou não que as
mulheres têm de tomada de decisão, enquanto mulheres com direitos e deveres, na
família, na comunidade ou na sociedade. Define, por isso um caminho próprio, e
não imposto, que reconheça e respeite o caminho das mulheres, no seu processo de
procura de melhores condições de vida, para si, para suas famílias e para suas
comunidades.
Este estudo buscou evidenciar que autoestima e autoimagem positivas podem atuar
como molas propulsoras para as mulheres beneficiárias do PBF a conquistar o seu
empoderamento para enfrentar as várias violências sofridas – imposições da mídia em torno
de um corpo ideal, machismo, desigualdade salarial, entre outras – por elas em seu cotidiano.
Deste modo, propõe refletir sobre a relação entre autoestima e empoderamento para o
enfrentamento das diversas questões culturais que aprisionam as mulheres e as impedem de
assumir papeis e locais que lhe são de direto, dificultando seu processo de empoderamento.
2.3.2 Relação entre autoestima, educação e aprimoramento pessoal: o empoderamento
social
Atualmente estereótipos de beleza impostos às mulheres por décadas têm sido
questionados. Padrões estes, produzidos e massificados pela indústria cultural. Esta veicula de
forma intensa e incessante a cada época imagens e discursos que contribuem para divulgar o
padrão estético vigente em cada momento histórico. Tais padrões acabam por se configurar
como uma ferramenta de inclusão ou exclusão social.
Frente ao padrão de beleza estereotipado, a indústria cultural tem muita interferência
nessa conformação, disponibilizando uma variedade de imagens de musas, competições de
beleza, maquiando e reparando imperfeições do corpo. Com tais características já
estabelecidas, mulheres negras, gordas, homossexuais, velhas, pobres e as que não podem
comprar determinados produtos oferecidos deparam-se com as barreiras para alcançar a
beleza e a aceitação social (EVANGELISTA; BAPTISTA, 2017).
E a beleza, quando tornada obrigação, dói. Seja porque não estimula as mulheres a
perceber que seus corpos são valiosos não pelo que de belo neles se pode observar
mas simplesmente porque estão neles. Seja porque faz com que interiorizem uma
64
mensagem que afirma como mais importante não seu desejo pelo outro mas o desejo
de ser desejada (GOELNER, 1999, p. 56).
A indústria cultural conforme Baptista (2013) garante felicidade e sublimação,
entretanto, os prazeres não podem ser atingidos, visto que a mesma cria a sensação de
complementação e as necessidades são infinitas. Desta forma, o corpo das mulheres caminha
junto às dietas, as cirurgias reparadoras, cosméticos, tratamentos pós-cirúrgicos e neste
contexto o corpo precisa de cuidados e atenções diárias, para isso, produtos específicos são
oferecidos. Cultuando uma beleza hegemônica, burguesa e edificada em padrões extremos e
que coloca a mulher em uma posição de dependência.
Evidentemente que as mulheres não são meros objetos sobre os quais dimensionam-
se padrões estéticos e comportamentais. Elas interagem com esses padrões,
aprendendo de diferentes maneiras as representações de beleza e feminilidade eleitas
para seu tempo, reconhecendo-se nelas ou não, assumindo-as ou não (GOELNER,
1999, p 57).
Esta cultura hegemônica imposta influencia de forma negativa no bem estar, na
subjetividade e na autoestima. Diante de uma busca infinita a um padrão inatingível é
necessário trabalhar a libertação destas mulheres e gerar a aquisição de valores que as
possibilitem alcançar um bem estar físico e psicológico.
Para Baptista (2013) a aparência, ―representa uma desumanização em níveis
avançados de desenvolvimento com perda significativa de autonomia por parte do homem,
haja vista que ele se perde como ser genérico‖ (BAPTISTA, 2013, p. 185). Frente o
depoimento que se segue a participante enuncia que a melhora na aparência por ela sentida a
impulsiona a buscar novas oportunidades, como se assim se sentisse mulhere novamente:
“Sim, antes sentia vergonha da aparência, hoje sente bem consigo
mesma. Aumenta a autoestima, sente-se bem. As pessoas percebem
melhora. Estimula a buscar novas oportunidades na vida.”
As mulheres de baixa renda em seus enfrentamentos diários vivem diversos desafios
como: desigualdade de gênero, pobreza, baixo nível de escolaridade, discriminação salarial
dentre outros, além do padrão de beleza imposto. Questões estas que as impedem de
desenvolver suas capacidades e influenciam de forma negativa no seu empoderamento social.
Dentre as questões relevantes para o empoderamento social feminino está a discussão
sobre gênero e trabalho. Após quarenta anos de inserção maciça da força de trabalho feminina
no mercado contemporâneo, como resultado do movimento feminista e das políticas públicas,
65
esperava-se que as desigualdades pudessem ter sido diminuídas, mas as pesquisas e análises
assinalam para resultados contrários, seja em termos de caracterização do trabalho feminino e
sua quantificação na França e no Brasil (ABREU; HIRATA; LOMBARDI, 2016).
Os estudos científicos de maneira geral chamam atenção para o fato de que as
desvantagens femininas no mercado de trabalho só podem ser compreendidas por meio de
uma análise de gênero interseccionada com classe, etnia, nacionalidade e geração. O conceito
de interseccionalidade busca contemplar eixos de poder como ―raça‖, etnia, classe e gênero
(PIZZINATO, et.al 2017). Para Moore (2000), ―raça‖, etnia e gênero são exemplos de
aspectos relevantes da vida social humana, em permanente intersecção, assim como são
marcadores significativos das diferenças sociais. Os posicionamentos das pessoas em relação
aos aspectos étnicos raciais ou de gênero, na conjunção das diversas formas discursivas,
surgem na formação do processo de subjetivação, tanto individual quanto coletivo.
Para Blackwell e Naber (2002) as questões de interseccionalidade entre gênero e
―raça‖ estão, na maioria das vezes, correlacionadas em formas de opressão, reveladas em
relações assimétricas de poder. Os autores discutem que a opressão pode potencializar tanto o
aumento da violência racista como da discriminação de gênero, dentre outras.
Essas discriminações, desigualdades e vulnerabilidades têm interferência direta no
desenvolvimento social, impedindo o progresso econômico, enfraquecendo a vida
democrática, ameaçando a união social e interferindo negativamente na formação dos seres
humanos e na eleição de seus valores morais (SOUZA, 2017).
Segundo Souza (2017) para corrigir estas distorções e possibilitar uma sociedade mais
igualitária é necessário implantar valores como a autoestima e a igualdade de oportunidades.
Através de algumas políticas sociais que atuam nesse sentido, tais como: a alfabetização de
adultos, a prevenção e o combate à violência contra a mulher e a valorização dos idosos. Estas
possuem, entre os seus objetivos, promover a autoestima das pessoas e gerar oportunidades
como forma de habilitar pessoas para enfrentarem situações desfavoráveis e alcançar maior
nível de desenvolvimento (ZAGURSKI, 2016).
Zagurski (2016) sugere nesta linha de ideias, investir no ser humano, em suas
particularidades pessoais, em especial a autoestima e fomentar oportunidades que contribuem
para seu desenvolvimento. As políticas públicas que valorizam as pessoas e restabelecem sua
autoestima reforçam sua capacidade de resposta e resiliência às adversidades. Indivíduos que
tem autoconfiança e autoconhecimento são mais preparados para enfrentar situações de crise e
não migrar para a violência, a indigência, o vício. Diante disso, é necessário oferecer
possibilidades para que as pessoas se capacitem para fazerem escolhas almejáveis em termos
66
de desenvolvimento econômico e social. Reforçando a questão da autoestima, da
autoconfiança as mulheres de baixa renda sinalizam a importância destes sentimentos
conforme os depoimentos a seguir:
“[...] Autoestima melhora tudo (P.3)‖.
―Mudou tudo, muito acomodada do serviço pra casa. Sai passeia,
vontade que os outros te vejam. Abre portas para outras coisas:
emprego, aceitação, família e social. Virei outra, não preocupa o que
as pessoas de fora vão falar, cresci como pessoa. Grande melhora na
autoestima. Antes estava desestimulada, não comprava nada. Hoje
tenho ânimo, seleciono melhor as coisas, cuida da alimentação.”
Outra relevante questão verificada nas falas das participantes da pesquisa é a
importância da educação para as mulheres de baixa renda, visto que todas têm um baixo nível
de escolaridade, todas apontam a importância da educação formal para o desenvolvimento
pessoal, estando nos desejos de todas elas.
“Sonho em voltar a estudar, pelo menos um técnico, ter uma
profissão. Essencial conhecimento, ninguém tira” (P.10).
“Concluir uma faculdade. Hoje o que me impede é minha condição”
(P.1).
“Sim. Melhorar e aprender cada dia mais. Fazer uma faculdade
engenharia Civil, Estética ou Arquitetura” (P7).
Para o exercício dos direitos dos cidadãos, a educação é um bem essencial para que
desenvolvimento humano e econômico. Como direito social assegurado no art. 6º da
Constituição brasileira de 1988, cabe ao Estado ofertá-la a todas as pessoas por meio de
políticas públicas (art. 205 da CF). Indivíduos analfabetos e/ou com baixa escolaridade em
sua grande maioria têm baixa autoestima e sentem-se incapazes para buscar novas
oportunidades, sendo muitas vezes estigmatizados e discriminados: ―O sentimento de
opressão e de inferioridade, a vergonha, o estigma por não saber ler e escrever e o temor do
preconceito são condições geradoras de baixa autoestima‖ (TRAVERSINI, 2009, p. 577-595).
Louro (1998) relata a escola como um agente reprodutor de valores e desigualdades
referentes às diferenças entre homens e mulheres, constituindo-se como um local não apenas
de aprendizado, mas de produção e fabricação de indivíduos. Conforme descreve a autora, ―os
sentidos necessitam estar aguçados para que sejamos capazes de ver, ouvir, sentir as múltiplas
formas de constituição dos sujeitos implicadas na concepção e no fazer cotidiano escolar‖
67
(LOURO, 1998, p. 59). O grande desafio dos educadores é trabalhar essas diferenças e as
implicações que elas exercem sobre os sujeitos, desconfiando do ―natural‖, provocando o
questionamento e instituindo possibilidades para sair dessa lógica de reprodução. Gênero já
está nas escolas, como defende Louro (1998, p.59), pois é uma ―categoria imersa nas
instituições sociais‖. É importante pensar se as relações acerca da diferenciação de gênero são
aparentes, reforçadas ou veladas dentro da escola; perpetuando tradições e emudecendo
diferenças, fomentando espaço para discriminações e a falta de representatividade das
minorias, como mulheres, negros, pobres, etc.
O sonho citado repetidamente nas falas das mulheres beneficiárias do PBF que
participaram da pesquisa foi o acesso à educação:
―Desejo estudar, mas dou preferência aos filhos,” (P.2)
―Aperfeiçoar na área de computador, ― (P.3)
―Vontade de voltar a estudar. Cabeça não ajuda dificuldade de
aprendizado. Tem problemas de saúde”, (P.4)
― Fazer Direito”, (P.7)
“Artesanato, já faço terço. Agora está estuando para fazer
bonecas”, (P.9)
As mulheres, mesmo após garantirem seus direitos básicos como o voto, a saída do
ambiente doméstico e a conquista do mercado de trabalho continuam a ser comandadas pelo
mito da beleza. As mulheres se libertaram da simbólica feminilidade referente ao âmbito
doméstico, o mito da beleza invadiu esse terreno perdido, expandindo-se enquanto a mística
definhava, para assumir sua tarefa de controle social (WOLF, 1992, p. 12-13).
Para discutir relações de gênero, pobreza e invisibilidade na perspectiva aqui relatada,
precisamos compreender algumas questões históricas. É necessário contextualizar fatos sócio-
histórico-culturais para situar o formato social vigente registrado e arquitetado por homens
que elaboraram as narrativas dos grandes feitos na política, nas guerras, na construção de
civilizações, nas revoluções, na filosofia, na arquitetura social (ROCHA et al. , 2017).
Ao voltar no tempo e relembrar alguns momentos, salta aos olhos a sociedade grega
onde a mulher não fazia parte dos processos políticos, juntamente com os escravos, ocupando
assim, uma posição inferior aos homens que desfrutavam da democracia. Já na Idade Média a
aquisição de terras é que garantia o poder sendo este desempenhado pela igreja católica que
em seus ensinamentos pregava a inferioridade e submissão da mulher em relação ao homem.
68
Observa-se assim que a história da humanidade foi permeada por situações onde a mulher foi
mantida longe do poder político e econômico, o que consequentemente contribuiu para sua
posição de desvantagem social e sujeição aos homens (SANTA RITA, 2006).
No decorrer da história é possível constatar que o percurso da mulher foi bastante
restrito e apagado, de maneira geral, não lhe sendo permitidos espaços nas decisões e vida
públicas. Essas constatações nos remetem à composição da ordem vigente nas sociedades
ocidentais, onde o saber científico também foi elaborado por homens, os quais formularam as
questões e as responderam denominando-as para o todo, homens brancos, pertencentes a
classe privilegiada. Estes possuidores de certa competência ―excepcional‖, os quais em todo o
tempo acabam por atribuir a esse mundo social conceitos e regras que são impostos e válidos
para todos (LOURO, 1997).
Soares (2004) apresenta que os comportamentos são levados por regras construídas a
partir da cultura, as condutas estão interligadas às formas de dominação do corpo. Ocorre
rotineiramente o processo de educação do corpo. As imposições contemplativas da
visibilidade corporal, fundadas na variedade cultural, apresentam-se nas obrigações de
reparações corporais, controle do peso, alimentação e o alcance de um corpo que se aproxima
do que pode ser apreciado pelo olhar coletivo.
Frente a essas constatações percebe-se como a divisão dos gêneros interfere tanto na
vida de indivíduos do sexo masculino como do feminino que são construídos segundo uma
ordem binária imposta: mulher-homem, já determinando nossas correspondentes funções
sociais e símbolos a serem acionados para expressar nossa feminilidade e/ou masculinidade
(ROCHA et al., 2017).
Desta forma, entender a estrutura diferenciadora dos sexos analisando como o gênero
determina, influência, taxa, molda, a vida de todos em padrões de representações de
feminilidade e masculinidade no campo histórico-cultural, é necessária para produzir
interpretações sobre a contemporaneidade, pois é analisando, aprimorando e entendendo a
complexa estrutura desta ―ordem‖ dos sexos estabelecida que podemos desconstruí-la
(ROCHA et al. , 2017). ―Alguém já afirmou que a desigualdade não se improvisa, é
construção de séculos de dominação. A sua desconstrução é, da mesma forma, um desafio
sempre presente aos sujeitos políticos‖ (OLIVEIRA, BARROS, SOUZA, 2010, p. 20).
As mulheres de baixa renda sofrem com as desigualdades de gênero como, por
exemplo, as que trabalham estão em subempregos e dá preferência a família a seus ideais.
Assim, propõe-se pensar as relações de gênero, como se manifestam, representam os corpos,
bem como se originam de uma construção cultural e política, situada em um tempo e espaço,
69
que constrói padrões desiguais, remodelados de diferentes maneiras. Segundo Spivak (2010,
p. 11):
Os sistemas econômicos, como o capitalismo, colonialismo, imperialismo,
liberalismo, quaisquer que sejam, defendem a unificação de sujeitos e de identidades
que esses possam assumir. Os interesses de qualquer sistema de dominação na
classificação estática dos sujeitos visam essa simplificação como oportunidade de
regulamentação e controle das pessoas. No caso da nossa sociedade,
caracteristicamente machista, a reprodução, manutenção e legitimação de certos
estereótipos ‗politicamente corretos‘ destinados às mulheres, configuram como
estratégia de reafirmação do poder dos homens sobre o corpo e desejo feminino.
Verifica-se o quanto estes padrões sociais como a divisão de gênero nos atingem, de
alguma maneira, gerando comportamentos que perpetuam valores patriarcais e legitimam o
poder por meio da subordinação e controle das mulheres, dominam os espaços, funções
sociais, estabelecendo uma ordem dominante. Este poder de uma sociedade machista imposto
para as mulheres desde a antiguidade até os dias de hoje impedem seu desenvolvimento e
aprimoramento de seus talentos, colaborando de forma negativa para seu empoderamento.
Diante disso, as relações desiguais se estabelecem socialmente, constituídas pelo
discurso nos campos de forças culturais simbólicas e se reproduzem automaticamente. Mesmo
com a conquista das mulheres em relação ao direito ao voto, ao mercado de trabalho, às leis
contra a violência, ainda continuam esses estereótipos de aparência, comportamento ditados a
cada época, que reforçam as desigualdades e dificuldades na vida de uma mulher, criando e
recriando novos formatos de dominação ao decorrer dos tempos, para manutenção da
submissão feminina (ROCHA et al.,2017).
Nesta perspectiva é necessário construir caminhos, alternativas para que as mulheres
possam se empoderar para transpor diversas questões que as escravizam. Para tanto, é
necessário criar possibilidades para que ocorra seu aprimoramento pessoal e a abertura de
novas possibilidades. Pois é através do aprimoramento pessoal como educação, capacitação
técnica, melhores empregos que as mulheres conseguirão ocupar espaços de visibilidade
social e respeito para que seu empoderamento social se estabeleça de forma sólida.
A presente pesquisa apontou, que no quesito aprimoramento técnico há uma
dificuldade destas mulheres em buscar oportunidades e desenvolver suas habilidades
sozinhas, mesmo com o aumento da autoestima. Após os procedimentos estéticos, com a
melhora na autoestima de todas participantes, conforme seus relatos, apenas duas
participantes conseguiram fazer algo para sua capacitação individual:
“fiz um curso na brigada de incêndio‖(P.8),
70
“de artesanato pela internet” (P.9),
Frente a isso, se faz necessário pensar que diante de tantos fatores a serem vencidos
por estas mulheres, sua transposição de pessoas vitimizadas – situação esta imposta e
favorecida diante séculos de dominação masculina-. Para cidadãs ativas é necessário criar
condições em seu entorno para que se possa promover o desenvolvimento de seus talentos
para seu empoderamento e com isso promover o desenvolvimento local de suas comunidades.
Para que ocorra o empoderamento destas mulheres, questões como escolaridade, etnia,
renda e trabalho são fatores essenciais. Segundo Assis e Santos (2017) o processo de
empoderamento através do trabalho é também demonstrado em contextos em que as mulheres
devem transpor as fronteiras de gênero, classe e raça/etnia/nacionalidade historicamente
traçadas. A pesquisa demonstra que além do baixo nível de escolaridade, metades das
mulheres estão fora do mercado de trabalho, outro dado relevante que aponta que as que estão
com alguma ocupação formal estão em subempregos, com baixos salários e sem
representação decisória. A questão financeira também é apontada por elas como fator decisivo
para sua qualificação, pois dão preferencia para os filhos como relato de alguns participantes:
“Mas preferência para os filhos. Está na realidade,” (P.3).”
―Concluir uma faculdade. Hoje o que me impede é minha condição
financeira, (P.1),”
Diante disso, as mulheres de baixa renda têm grandes desafios a superar, necessitando
da participação de toda sociedade. É necessário criar em seu entorno condições favoráveis
para que ocorra o desenvolvimento de ações correlacionadas que colaborem para o
empoderamento psicológico, social e político destas mulheres. Para a criação de ações
estratégicas e sua implantação a interferência do Estado e da sociedade civil é necessária, para
que seu empoderamento se estabeleça em função de sua capacitação técnica, através da
melhora de seu nível de escolaridade e a conquista de melhores condições de trabalho e renda.
Criar condições para que estas mulheres transponham estas barreiras e sejam incluídas
nas oportunidades reais do mercado é tarefa complexa, as instituições de politicas publicam
inclusivas, para combater a dívida histórica que a sociedade tem para com as mulheres é fator
importante para esta conquista.
71
2.3.3 Padrão de beleza e bem estar; desigualdade social e poder;
vulnerabilidade social e empoderamento político
O desafio da ditadura do estereótipo de beleza é algo urgente para as mulheres. A
beleza almejada é a que seja real, diversificada, despadronizada e que fique ao alcance de
todas, respeitando as individualidades e as valorizando enquanto sujeitos completos e felizes.
Na atualidade as discussões sobre felicidade antecedem e influenciaram o debate
referente à temática do bem-estar. A felicidade estava correlacionada com virtude desde os
princípios budistas, aristotélicos e catolicistas (SANCHES, 2015; ETIZIONI, 2015). Pode-se
dizer que conforme os preceitos destas correntes de pensamento, as pessoas buscam a
felicidade através do pensamento racional, do treinamento mental e dos hábitos de
comportamento virtuosos em relação aos outros. Os estudos atuais apontam que existe uma
preocupação acerca do quanto as pessoas se sentem bem ou estão felizes (CAZELLA et.al,
2017).
Na área das Ciências Sociais, a importância do tema ocasionou estudos sobre a
qualidade de vida principalmente depois dos anos 1950 (LAND, 1975) e levaram a pesquisas
acerca do bem-estar. O bem-estar passa a ser percebido como importante para o pleno
funcionamento das potencialidades humanas (RYAN; DECI, 2001; SIQUEIRA; PADOVAM,
2008). Ela tem base na concepção de eudaimônica de Aristóteles, expressando que provém da
ação em direção ao desenvolvimento dos potenciais únicos das pessoas (RYFF, 1989;
WATERMAN, 1993) e se intitula bem-estar físico e psicológico.
Existem várias teorias que amparam o conceito de bem-estar físico e psicológico.
Entre elas destacam as que tratam dos fenômenos da individuação (JUNG; BRAY; GINIS,
2008), do desenvolvimento humano (ERICKSON, 1959; NEUGARTEN, 1973), da saúde
mental (JAHODA, 1958), da maturidade (ALLPORT, 1961), do funcionamento completo
(ROGERS, 1961) e da ato realização (MASLOW, 1968).
Nesse sentido, as concepções teóricas de bem-estar físico e psicológico estão
embasadas sobre formulações acerca do desenvolvimento humano e dimensionadas em
capacidades para enfrentar os desafios da vida (KEYES; SHMOTKIN; RYFF 2002). Elas são
constituídas por teorias humanista-existenciais, do desenvolvimento humano e da saúde
mental.
Os dados da pesquisa indicaram que junto com a melhora da autoestima pode existir
um sentimento de felicidade e bem estar que se reflete em sua qualidade de vida, pois muitas
72
começaram a se cuidar mais após os procedimentos estéticos, após a melhora na avaliação da
autoimagem. Esta confirmação se faz nos relatos a seguir:
―..Quer cuidar mais de si própria”, (P.2)
“Se cuidando mais, com mais vontade se cuidar. Esta fazendo
hidroterapia. Pretende se cuidar mais”, (P.3)
―Acadêmia e massagem. Cuidar mais, tem mais vaidade, (P.4)
―Diminuiu o cigarro, passou para 08 por dia”, (P.7)
―Hoje faço academia, frequento clube e saio mais de casa para
passear”, (P.8)
―Mudou muito, todo mundo pergunta. Antes tinha vergonha, agora
tenho coragem de andar”, (P.10)
“Sinto mais feliz, radiante e mais bem comigo mesma. Fico mais
feliz com meu rosto, com meu esposo. Autoestima melhora em tudo.
Para sair com o esposo, sente segura. Relaciona melhor”, (P.3)
A pesquisa deixou pistas em torno do fato de que beleza pode gerar poder psicológico,
pois as participantes da pesquisa relataram ter mais segurança e atitude após passar pelos
procedimentos estéticos com consequente melhora a autoimagem. Entender a relação histórica
do poder social que a beleza confere às mulheres é fundamental para que se possa desenvolver
práticas que anulem esta escravidão cultural entre beleza feminina e padrão de beleza
estereotipado. Historicamente, a partir do século XIX, os corpos passaram a ser visualizados a
partir de suas diferenças. Weeks (2003) apresenta que nesse período o corpo passou a ser
avaliado por sua apresentação anatômica, dividido entre masculino e feminino. Essa maneira
de perceber o corpo é o inicio para tratar as relações de gênero, as quais não podem ser
avaliadas separadamente: sendo construções históricas que sofrem interferência da cultura.
Weeks (2003) pondera o gênero não como uma categoria analítica, mas como um conceito
que anuncia as relações de poder (EVANGELISTA; BAPTISTA, 2017).
É necessário combater as desigualdades sociais, pois, entre outras questões, as
mulheres de baixa renda são também vítimas dessa desigualdade face à desigualdade salarial,
desigualdade de gênero, entre outras. Frente a isso é necessário refletir sobre a desigualdade
para vislumbrar possibilidades de empoderar estas mulheres. O Brasil é o quarto País mais
desigual em distribuição de renda da América Latina, segundo o relatório sobre as cidades
latino-americanas elaborado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos
73
Humanos (ONU-Habitat) em 2012. No quesito distribuição de renda, ficamos atrás somente
de Guatemala, Honduras e Colômbia. Mais de 20% da população vive em situação de pobreza
ou indigência, percentual maior do que no Uruguai, na Argentina, no Chile, no Peru, na Costa
Rica e no Panamá (ZAGURSKI, 2016).
A desigualdade social e econômica no Brasil serão combatidas através do
desenvolvimento e implantação de políticas públicas, para possibilitar uma melhor
distribuição de renda e equiparar oportunidades. Os indivíduos que ficam excluídos destas
oportunidades, em sua maioria, não desenvolvem de modo pleno suas capacidades, não
conseguem fazer opções almejáveis em termos sociais e são mais vulneráveis. Entre as
políticas públicas que procuram propiciar oportunidades e capacitar sujeitos para fazer
escolhas, sobressaem aquelas que investem na autoestima e na igualdade de oportunidades,
conforme a teoria moral elaborada por John Rawls (ROCHA et.al , 2017).
Combater a desigualdade social através da implantação de politicas públicas corrobora
para retirar indivíduos que vivem em situação de vulnerabilidade social. O desenvolvimento
humano se fundamenta na ampliação das escolhas, a vulnerabilidade humana emana de uma
restrição das escolhas fundamentais para o desenvolvimento humano: em questões como
saúde, educação e de domínio sobre os recursos materiais e de segurança pessoal. Alguns
exemplos relevantes sãos: as mulheres economicamente independentes tendem a ser menos
vulneráveis do que as que dependem de outros para o seu sustento; os trabalhadores
analfabetos e não qualificados são mais vulneráveis do que as pessoas com mais educação,
pois possuem menos opções de trabalho. As famílias profundamente endividadas tendem a ser
mais vulneráveis à exploração e menos capazes de se proteger na adversidade (ZAGURSKI,
2016). As mulheres Beneficiárias do Programa Bolsa Família encontram-se em situação de
vulnerabilidade social em vários quesitos como baixa escolaridade, pobreza, baixa
qualificação dentre outros. Para empoderar estas mulheres são necessárias combater as
desigualdades e fomentar o desenvolvimento de seus talentos, conforme relatado por Deneulin
e Shahani (2009). O termo ―empoderamento‖ (empowerment) é comum nas Ciências Sociais,
nos Estudos Culturais, na Economia e na Psicologia, como o processo através do qual as
pessoas, individualmente ou agrupados socialmente, expandem a capacidade de conduzir suas
próprias vidas em função do modo como desenvolvem a sua inteligência sobre suas
potencialidades e de sua participação na sociedade. Entretanto, mais do que aumentar a
autonomia e o poder pessoais, o empoderamento abarca uma tomada de consciência coletiva
por grupos minoritários e/ou marginalizados contra a opressão social das elites e a
dependência política.
74
A pesquisa enuncia pelos relatos coletados que as mulheres não apresentam a
consciência da importância de sua participação nas decisões coletivas dos locais onde vivem,
das dez mulheres entrevistadas apenas uma começou a participar da Associação de seu bairro,
as outras nove não participam de nenhum processo decisório coletivo de seu bairro ou da sua
cidade. Senso assim, o aumento da autoestima e o empoderamento psicológico não
proporcionou o empoderamento político, mas pode ser considerado um pré-requisito para que
ele ocorra. A pesquisa aponta que apesar de ter ocorrido empoderamento psicológico não
houve empoderamento político.
2.4 Considerações finais
Entender o conceito de beleza para as mulheres nos faz pensar na relevância da relação
entre corpo feminino e gênero na atualidade, visto que o corpo é um lugar de intervenções,
disciplinas, cuidados e também violências. O arquétipo corporal apresentado nas revistas é de
mulher branca, jovem, magra e com poder aquisitivo razoável, modernizando e reproduzindo
padrões explorados pela indústria cultural (EVANGELISTA; BAPTISTA, 2017).
As percepções das mulheres frente ao padrão de beleza estereotipado inatingível e sua
autoimagem nos faz perceber através das falas das participantes desta pesquisa a
complexidade e a força desta internalização, pois todas as mulheres estavam insatisfeitas com
sua aparência.
Na primeira fala das mulheres no ato da entrevista já é percebido a insatisfação com a
autoimagem e seu sentimento de tristeza, depressão, desanimo. A relação entre imagem
positiva de si próprio ou negativo pode interferir diretamente no sentimento de bem estar e
qualidade de vida, gerando sentimentos de insegurança e tristeza.
Após a realização dos procedimentos estéticos, todas relataram melhora na aparência,
sentimento de felicidade, autoestima elevada. A melhora da autoestima pode contribuir para o
que se considera como empoderamento psicológico.
As mulheres participantes desta pesquisa relataram que a melhora da autoestima,
provocada pela melhora da aparência, gerou a vontade de fazer algo para si mesma, um
sentimento de pro atividade. Mas apenas duas relataram ter feito alguma capacitação após os
tratamentos estéticos. Ou seja, para gerar o empoderamento social são necessárias ações
conjuntas em seu entorno para que possam realizar ações que levem ao seu empoderamento
social. Diante disso, a melhora da autoestima frente ao padrão de beleza, influencia e é pré-
requisito para o aprimoramento pessoal e reflete no empoderamento social; mas é necessário
75
que se criem condições para que elas transformem seus sonhos e atitudes em realidade.
Sozinhas poucas conseguiriam desenvolver o empoderamento social, visto que nenhuma delas
conseguiu criar melhores condições de trabalho e renda. Além disso, duas relataram perda do
emprego devido a crise atual no país. Fatores externos desfavoráveis como a crise econômica,
social e política pela qual passa o país interfere de forma negativa para que essas mulheres
consigam transpor tantas dificuldades e se empoderar.
A revisão da literatura, como também as falas destas mulheres sinalizam a
complexidade de anos de dominação e submissão, sendo necessário um trabalho árduo na
sociedade pela mídia, publicidade, arte, moda, instituições educacionais públicas e privadas,
bem como o Estado; para fomentar o debate e a reflexão para contribuir na eliminação das
práticas machistas de obediência e invisibilidade social, nas quais as mulheres são colocadas
criadas por uma cultura hegemônica edificada e a serviço dos homens.
Como fatores que interferem de maneira negativa no empoderamento feminino estão a
falta de acesso a educação, a pobreza e uma visão crítica em relação ao contexto em que
vivem e suas possibilidades de ação para transformá-lo. Para as mulheres beneficiárias do
Programa Bolsa Família que participaram desta pesquisa, a família está acima de tudo e sua
responsabilidade maior está relacionada a este cuidado. As outras instâncias de suas vidas, são
como são e, de acordo com a visão delas está dentro da normalidade. Há um estado de apatia e
conformismo frente às desigualdades estabelecidas visto que não têm as ―armas‖ para o
enfretamento de tantas violências sofridas, dentre elas, a submissão aos padrões estéticos
estabelecidos e veiculados como narrativas válidas e correntes na sociedade contemporânea.
Diante dos limites da pesquisa, entre os quais o número de mulheres participantes e da
imensa diversidade de pessoas no cenário mundial que vivenciam diariamente diversas formas
de violências relacionadas às situações de pobreza e vulnerabilidade social nas quais estão
inseridas, é necessário ampliar a investigação para o levantamento de lacunas que a pesquisa
não consegue responder. Entretanto o estudo apontou pistas importantes como o fato de que a
avaliação positiva da imagem interfere na autoestima feminina, em seu bem estar físico e
psicológico; a complexidade do tema beleza e sua influência no empoderamento feminino.
Além disso, propõe reflexões sobre a interferência do padrão de beleza e sua influencia no
bem estar, na qualidade de vida e no empoderamento psicológico. Aponta também que é
necessário criar ações que propiciem o empoderamento social e político para que o
empoderamento feminino realmente se concretize e possa contribuir para o desenvolvimento
local. Oferece subsídios para a reflexão de algumas lacunas como a desigualdade de gênero e
trabalho, baixa renda, baixo nível educacional, falta de capacitação técnica, entre outras que
76
se sanadas podem colaborar de forma substancial para o desenvolvimento de estratégicas que
potencializarão o empoderamento feminino e gerarão riqueza e renda nas comunidades em
que se estabelecer.
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82
CAPÍTULO 3: Abordagem interdisciplinar no empoderamento feminino
Maria Cristina Ferolla11
Wânia Maria Araújo12
Resumo
Gênero, baixo nível escolaridade e renda são fatores presentes na exclusão social e compõem, de
forma expressiva, os pré-requisitos para a situação de vulnerabilidade social. As mulheres de baixa
renda acumulam estes pré-requisitos e compõem uma grande fatia dos indivíduos nesta situação. Junto
a isso, ainda somam-se questões internalizadas, fomentadas por uma sociedade de valores machistas
que acompanham as mulheres desde a antiguidade. Para o enfretamento da exclusão social das
mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família que vivenciam situações de vulnerabilidade social,
apresenta-se uma proposta de ações extensionistas para um Centro Universitário do interior de Minas
Gerais. Esta proposta contempla uma equipe interdisciplinar para atuar junto a essas mulheres com
vistas a pensar ações que possibilitem incitar nestas mulheres seu potencial para o desenvolvimento
local das comunidades onde residem. Este artigo tem como objetivo apresentar esta proposta de um
projeto de extensão direcionado às mulheres de baixa renda, beneficiárias do Programa Bolsa Família
que são atendidas na Clínica de Estética do referido Centro Universitário. A equipe interdisciplinar
formada com profissionais da Psicologia e Estética convidará estas mulheres para participarem de
Rodas de Conversa, dinâmicas e atividades que visam ao desenvolvimento do pensar e refletir sobre
sua situação em relação aos diversos aprisionamentos femininos de que são vítimas ao longo de suas
trajetórias. A troca de experiências e a discussão de temas propostos por elas podem contribuir para a
compreensão sobre seus direitos e o seu empoderamento em suas comunidades. Esta proposta do
projeto de extensão foi desenvolvida a partir de uma pesquisa realizada com mulheres beneficiárias do
Programa Bolsa Família em torno de questões referentes ao padrão de beleza socialmente imposto, a
percepção da autoimagem destas mulheres, suas interferências na autoestima e no empoderamento
delas. Empoderar as mulheres pode corroborar para o desenvolvimento local.
Palavras chave: Desenvolvimento Local. Empoderamento. Gestão Social. Interdisciplinaridade.
Mulheres de baixa renda. Programa Bolsa Família..
Abstract
Gender, low education and income are factors present in social exclusion and, significantly, the
prerequisites for the situation of social vulnerability. Low-income women accumulate these
prerequisites and make up a large share of individuals in this situation. Next to that, there are still
issues internalized, encouraged by a society of macho values that accompany women since ancient
times. To counter social exclusion of women in receipt of Family allowance program to experience
situations of social vulnerability, presents a proposal for extension actions to a University Center of
Minas Gerais. This proposal includes an interdisciplinary team to work with these women to think
actions that make it possible to encourage these women your potential for local development of the
communities where they reside. This article aims to present this proposal for an extension project
targeted at low-income women, beneficiaries of the family allowance program are met at the clinic of
aesthetic of the University Center. The interdisciplinary team formed with professionals of psychology
and Aesthetics will invite these women to participate in Conversation wheels, dynamics and activities
aimed at the development of the think and reflect on your situation in relation to the various women's
imprisonments suffered along their trajectories. The exchange of experiences and discussion of themes
proposed for them can contribute to the understanding of your rights and your empowerment in their
communities. This proposal of the extension project was developed from a research conducted with
11
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local
(GSEDL) do Centro Universitário UNA de Minas Gerais. 12
Wânia Maria Araújo Profª. Doutora Orientadora do Programa de Pós-Graduação em Gestão Social,
Educação e Desenvolvimento Local (GSEDL) do Centro Universitário UNA de Minas Gerais
83
women beneficiaries of the Family allowance program around issues related to socially imposed
standard of beauty, the perception of self-image of these women, their interference in the self-esteem
and empowerment of them. Empowering women can corroborate for local development.
KEYWORDS: Low-income women. Family Fellowship Program. Empowerment. Social
Management. Local development. Interdisciplinarity.
3.1 Introdução
Embora se verifique avanços significativos nos indicadores de desenvolvimento
humano no Brasil seus efeitos sobre as desigualdades sociais não se reproduzem na mesma
escala. Isso significa uma estrutura maior dos mecanismos de reprodução das desigualdades
atrelados às questões históricas, sociais, culturais e políticas da construção da sociedade
brasileira. É necessário, destacar que as dimensões das desigualdades sociais no Brasil
ultrapassam critérios de ordem excepcionalmente material e emanam, sobretudo, de padrões
culturais e práticas sociais, historicamente enraizadas que denotam um modo de vida em
sociedade (SOUZA, 2017).
Um dos grandes desafios na agenda de desenvolvimento brasileiro é o enfrentamento
das desigualdades sociais. E neste contexto, a questão social passa essencialmente pela
avaliação dos impactos das políticas públicas implementadas nas últimas décadas, com
objetivo de verificar avanços ou gargalos nas condições de vida, das populações em situação
de vulnerabilidade social, e dentre elas, gênero e baixa renda são relevantes (ZAGURSKI,
2016).
A abordagem interdisciplinar já é uma ação constante no meio acadêmico cientifico e
quando se trata de abordar temas que envolvem mulheres e questões de gênero, é inevitável
que se pense em uma perspectiva interdisciplinar. As diferenças de gênero tal como abordadas
pela filosofia, história, educação, ciências sociais, psicologia, literatura e direito, por exemplo,
demostram a complexidade do tema (FREITAS; OLIVEIRA, 2017).
Há vários estudos que apresentam reflexões e análises das características e
representações do corpo ao longo do tempo tornando possível observar que variam de
sociedade para sociedade. A preocupação com o corpo demostra uma necessidade científica
de aprofundar os estudos referentes às distintas sociedades e surge da necessidade de
compreender as rupturas culturais que se processam em relação aos estereótipos sobre o
corpo, principalmente o feminino (EVANGELISTA; BAPTISTA, 2017).
De acordo com Evangelista; Baptista (2017) a mídia é usada para construir modos de
viver: esse conjunto que dissemina ideologias e cria consciências coletivas conforme foi
84
nomeado por Adorno e Horkheimer (1998) como Indústria Cultural. A indústria cultural lança
uma grande quantidade de publicidade sobre as mulheres. Revistas designadas
particularmente para esse público projetam conceitos de feminilidade, beleza e aparência
física.
O Brasil ao assumir as inovações conceituais propostas pela Conferência Mundial
sobre a Mulher, comprometeu-se em seguir a transversalidade no âmbito das políticas e das
ações públicas como tática de ascensão de igualdade de gênero e empoderamento das
mulheres. Assim, reconhece a desigualdade entre homens e mulheres como uma constatação
da não obediência aos direitos humanos e do estabelecimento de uma ―agenda de gênero‖
empenhada com a participação social na construção de temas e propostas formuladas pelos
movimentos feministas e suas diferentes vertentes (FARAH, 2004).
Entretanto, Lemos (2005) acredita que mais do que criar políticas públicas, que
atendam às necessidades das mulheres, como prática isolada, estas deveriam inserir em todo o
processo de planejamento e formulação de ações, a perspectiva de gênero, no sentido de
considerar a diversidade de situações vividas por estas mulheres. Para isso, é relevante se ter
um olhar transversal sobre as questões de gênero ao elaborar planos de governo e políticas
públicas. Propiciar às mulheres a capacidade de assumir protagonismo e autonomia é
fundamental, uma vez que se tem observado uma multiplicidade de propostas, programas e
ações alternativas para os problemas sociais contemporâneos, advindos das opressões de
gênero e de suas disparidades e iniquidades como: a injustiça, as violências, a pobreza,
ignorância e a insalubridade (LAGARDE, 1996 apud LISBOA, 2010, p. 4).
Calvelli; Loreto e Silva (2014) evidenciam que em algumas políticas públicas, como
aquelas ligadas aos aspectos produtivos, a inclusão desta transversalidade não é tão simples,
uma vez que há uma divisão do trabalho entre os sexos, estando atividades de produção
ligadas aos homens e as atividades de reprodução atreladas às mulheres, na perspectiva do
Estado.
Em 2014, segundo o relatório da Organização das Nações Unidas – ONU – em estudo
sobre o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH – de 188 países, o Brasil ficou em 75º
lugar. No relatório consta que ―Sustentar o progresso humano é reduzir as vulnerabilidades e
reforçar a resiliência‖, o que evidencia a necessidade de requerer as escolhas das pessoas e
resguardar os resultados positivos da elevação do índice de desenvolvimento humano. Diante,
disso o referido relatório assinala que a vulnerabilidade social ameaça o desenvolvimento
humano, a menos que seja combatida de forma sistemática, pela mudança de políticas
públicas e normas sociais (ZAGURSKI, 2016).
85
Alguns avanços foram observados em função do processo de redemocratização e da
composição de espaços de participação com representação da sociedade civil e das instâncias
do poder público acatando a paridade de gênero. Entretanto, a normatização de direitos não
asseguram, a priori, a ampliação da autonomia e o empoderamento das mulheres. Questões
sociológicas agregadas a trabalho, à renda, à saúde, à violência, à sexualidade, ao corpo, entre
outras temáticas, devem também ser consideradas (ROCHA et.al 2017).
O desafio consiste nas palavras de Sen (2000), em aumentar e realçar o que conceitua
como ―papel ativo da condição de agente das mulheres‖. Ou seja, para o efetivo
empoderamento e autonomia, é necessário criar as condições para que as mulheres adotem a
sua condição de agente social, tanto no que diz respeito à eliminação das iniquidades ou
injustiças que prejudicam o seu bem-estar, quanto no reconhecimento de que seu bem-estar é
também associado à independência econômica e emancipação social. Reconhecer suas
liberdades de escolhas de forma que possam trabalhar fora do âmbito doméstico, ―ter direitos
de propriedade, ser alfabetizada e participar como pessoas instruídas nas decisões dentro e
fora da família‖, algo que Sen (2000) denomina como ―intitulamentos das mulheres‖ .
Diante deste cenário, percebe-se a necessidade de uma mudança significativa em todas
as esferas da sociedade e inclusive das próprias mulheres, pois são criadas envoltas em
valores patriarcais, replicando práticas culturais machistas já internalizadas, passadas de
geração a geração. A transposição destes valores que vem durante toda uma vida sendo
perpetuados de geração a geração não é tarefa fácil, mas é possível quebrar antigos
paradigmas e criar valores igualitários entre homens e mulheres, para que estas se empoderem
verdadeiramente. Os relatos colhidos nesta pesquisa sinalizam como o aprisionamento
feminino está presente em várias questões como a beleza, a submissão a padrões estéticos, a
baixa autoestima, o baixo grau de escolaridade e a baixa renda. Pelo expressivo número que
as mulheres representam na força de trabalho e no consumo, a necessidade de empoderá-las é
algo essencial para que haja desenvolvimento local.
Com efeito, embasado no resultado da pesquisa em estudo, foi desenvolvido uma
proposta de projeto de extensão no Centro Universitário de Formiga – UNIFOR –
fundamentada nas práticas interdisciplinares com os profissionais que atuam na área Estética,
que engloba uma equipe multidisciplinar composta de profissionais diversos da área da saúde
como: Esteticistas, Farmacêuticos, Nutricionistas, Fisioterapêutas, dentre outros e da
Psicologia para uma maior proximidade e conhecimento das vivências destas mulheres para
melhor discutir, junto a elas, ações que possam melhorar a sua qualidade de vida e promover o
seu empoderamento.
86
3.2 Desigualdade social e gênero
A dura realidade vivenciada no decorrer da história pelas mulheres em seu dia a dia,
com subempregos, salários menores, violência doméstica, desde a idade antiga até os tempos
atuais, tem sido tarefa árdua e ainda precisa ser superada. O universo feminino foi imposto
um período brutal de submissão, dominado por homens ao longo da história. As imposições
sociais a que as mulheres foram submetidas ao longo do tempo geraram comportamentos de
subordinação e exclusão, constituindo uma realidade complexa que hoje demanda politicas
públicas que possibilitem a emancipação feminina (VERGARA; SILVA; SPOLAVORI,
2015).
Goelner (1999) expõe que há vários anos permanece uma mesma construção para os
aspectos corporais da mulher, o corpo magro está ligado ao belo, enquanto o gordo precisa ser
eliminado. Para a autora, a beleza retratada está aportada em padrões estéticos clássicos, que
agrupou dimensões corporais proporcionais e harmoniosas com a espetacularização do
erotismo na sociedade capitalista.
Além do corpo perfeito, para ser bela, é necessário ter qualidades capazes de seduzir
e chamar para si o olhar do outro. Ser bela é ser atraente e sensual. E também
feminina: graciosa, virtuosa, submissa ao ponto de não ameaçar os conceitos
tradicionalmente demarcados para cada sexo (GOELNER, 1999, p. 49).
Diante de construções históricas tão profundas relacionadas à submissão das mulheres
e seus corpos a padrões estéticos e comportamentais a institucionalização de políticas públicas
configura-se como uma das ferramentas para o combate das disparidades de gênero, exclusão
social e das desigualdades. A ausência do empoderamento feminino e a exclusão social
comprometem o desenvolvimento das potencialidades femininas e interfere de forma negativa
no desenvolvimento dos países.
Estudos assinalam que a inclusão das mulheres junto aos homens nas esferas de poder
é necessária para a implantação de práticas e ações para a promoção da igualdade de gênero,
ou seja, relações mais igualitárias de trabalho para as mulheres, como também, estratégias que
proporcionem o desenvolvimento do gênero feminino.
Na atualidade, já é sabido que é necessário emancipar as mulheres, sendo foco de
inúmeras discussões e debates em todo mundo. Essa emancipação propicia uma mudança
ideológica e comportamental da sociedade. Viabilizar e promover debates que permitam as
mulheres visualizarem e compreenderem seus direitos, estarem cientes do papel que elas têm
87
a desempenhar para o estabelecimento da igualdade entre homens e mulheres é tema de
grande interesse mundial (COUTO; SOUSA, 2010). .
Promover condições para a emancipação feminina e a igualdade de gênero é uma
importante ação para combater as inúmeras formas de violência contra a mulher. Que vão
além da violência doméstica, pois estão nas desigualdades salariais, no assédio sexual e moral,
no uso do corpo da mulher como objeto nas campanhas publicitárias, no tratamento desumano
que muitas recebem nos serviços de saúde, o tráfico nacional e internacional de mulheres e
meninas (ZAGURSKI, 2016).
As políticas de proteção e segurança são essenciais para o enfrentamento à violência,
mas é preciso avançar tanto em políticas de prevenção como na ampliação de
políticas que articuladamente trabalhem para uma reversão da dependência
financeira, elevação da autoestima das mulheres, fortalecimento da capacidade de
representação e participação na sociedade, enfim, criem condições favoráveis de
autonomia pessoal e coletiva (BRASIL, 2003, p. 48.).
3.3 Pobreza, gênero e politicas públicas: empoderamento para o desenvolvimento local
no contexto da emancipação feminina
No Brasil o debate sobre pobreza e gênero apresentou-se de forma acentuada na
década de 1970, quando foi criada a expressão ―feminização da pobreza‖ para apresentar um
quadro de declínio das condições econômicas das mulheres integradas com as mudanças
demográficas, como a expansão da chefia feminina no País (IBGE, 2014)
É necessário entender que a luta contra as desigualdades de gênero na política está
inserida numa grande estratégia governamental de desenvolvimento e de promoção de
políticas sociais de combate à pobreza, que objetivam potencializar a geração de
oportunidades e ao enfrentamento das desigualdades que ainda permanecem na sociedade na
sociedade brasileira (BRASIL, 2015).
A desigualdade causa impacto negativo no desenvolvimento de um país porque não
possibilita o desenvolvimento dos recursos humanos disponíveis e afeta as externalidades
positivas advindas da maior igualdade entre homens e mulheres (DEVIÁ; JERABEK, 2016).
O desenvolvimento econômico tem provado ser insuficiente para diminuir as dispari-
dades de gênero, sendo indispensável à adoção de políticas públicas específicas para abrandar
as desigualdades existentes entre homens e mulheres no campo da educação, do trabalho, da
economia e da política (BANCO MUNDIAL, 2011). As políticas públicas devem ser
compreendidas como um processo extenso e aplicado de resolução de problemas no âmbito da
tomada de decisão governamental (HOWLETT; RAMESH; PERL, 2013) ou como entidades
88
que ―tratam do conteúdo concreto e do conteúdo simbólico de decisões políticas, e do
processo de construção e atuação dessas decisões‖ (SECCHI, 2013, p. 1) do qual as políticas
de combate à desigualdade fazem parte.
Diversas políticas sociais redistributivas e de compensação de desigualdades foram
implementadas no Brasil no período 2008-2015 para retificar as distorções que não foram
eliminadas pelo desenvolvimento econômico. Dentre as políticas implantadas neste período,
a de redução das disparidades de gênero é uma delas, visando a reduzir as desigualdades entre
homens e mulheres. (BRASIL, 2013, 2015).
Sua importância é observada ao revelar que a igualdade de gênero tem impactos na
produtividade, as mulheres com suas aptidões e talentos, participam das atividades
econômicas e representam mais de 40% da mão de obra e cerca de cinquenta por cento dos
estudantes universitários do mundo (BANCO MUNDIAL, 2011).
A ascensão da igualdade entre homens e mulheres e da autonomia das mulheres
encontra-se estabelecida pelos Objetivos do Milênio – ODM – proclamados em 2000 pelas
Nações Unidas e entre os dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS –
estabelecidos na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável –
Rio+20 (NAÇÕES UNIDAS, 2000-2015).
A inclusão de uma agenda social fundamentada em direitos está ligada à tradição de
defesa dos direitos humanos das Nações Unidas que instiga os cidadãos a participar dos
processos de tomada de decisões e de implementação de políticas sociais que lhes permitam
fazer satisfazer a seus direitos (BIELSCHOWSKY, 2009).
Nesse sentido, os Planos Nacionais de Políticas para as Mulheres (BRASIL, 2008,
2013) foram lançados para a ampliação da perspectiva de gênero nas ações desenvolvidas
pelo Estado e também pelo reconhecimento governamental de que as políticas de promoção
da igualdade e de valorização das diversidades são necessárias para combater injustiças,
dominação, exclusão e desigualdades. Neste contexto o papel do estado é fundamental.
Nenhum governo é legítimo a menos que demonstre igual consideração pelo destino
de todos os cidadãos sobre os quais afirme seu domínio e aos quais reivindique
fidelidade. A consideração igualitária é a virtude soberana da comunidade política –
sem ela o governo não passa de tirania (DWORKIN, 2005. p. IX).
No decorrer da história, observa-se que as mulheres vêm conquistando gradualmente
seus direitos, uma vez que, inicialmente, eram excluídas de muitas garantias sociais. Porém,
segundo Bandeira (2004), as políticas públicas, na maior parte das vezes, quando são
elaboradas e dirigidas às mulheres, não levam em consideração a perspectiva de gênero em
89
sua dimensão política, com objetivo de garantir ao segmento feminino maior equidade e
igualdade nos diversos lugares sociais (PEREZ, 2017).
Para conceituar as diferenças que são construídas socialmente entre homens e
mulheres, que, na maioria das vezes, são vistas como naturais, é necessário pensar na análise a
concepção de gênero. Conforme Scott e Cordeiro (2006):
Gênero é utilizado para designar relações sociais entre os sexos. Seu uso rejeita
explicações biológicas, como aquelas que encontram um denominador comum, para
diversas formas de subordinação feminina, nos fatos de que as mulheres têm
capacidade de dar à luz e de que os homens têm uma força muscular superior. Em
vez disso, o termo ‗gênero‘ torna-se uma forma de indicar‗construções culturais‘ –a
criação inteiramente social de ideias sobre os papéis adequados aos homens e às
mulheres. É uma maneira de se referir às origens exclusivamente sociais das
identidades subjetivas dos homens e das mulheres (SCOTT; CORDEIRO, 2006, p.
6).
Scott (1999) define gênero enquanto categoria útil não somente para entender o
cotidiano feminino, pois, além disso, é necessária uma melhor compreensão da história dos
homens, das relações entre homens e mulheres e das relações dos homens e das mulheres
entre si; viabilizando uma análise mais significativa sobre as desigualdades e hierarquias
sociais.
Ao debater sobre transversalidade de gênero em particular no campo das políticas
públicas, pode-se pensar, segundo Bandeira (2005, p. 5), que consiste em ―[...] elaborar uma
matriz que permite orientar uma nova visão de competências (políticas, institucionais e
administrativas) e uma responsabilização dos agentes públicos em relação à superação das
assimetrias de gênero, nas e entre as distintas esferas do governo‖. Assim sendo, através da
política de transversalidade de gênero seria provável reorganizar as políticas públicas, de
modo que a ação do Estado como um todo fosse a base da política para as mulheres.
Nesse contexto, como debate Felisberto (2012), a igualdade de gênero, particularmente
no que se refere a papéis e espaços sociais, se encontra ainda em construção, mesmo perante a
nova configuração da mulher na sociedade. Isso nos fundamenta para promover a discussão e
a reflexão exaustiva pela complexidade do tema e a necessidade de se construir novas práticas
e valores para que as mulheres ocupem o papel que lhes é de direito, saindo da condição de
cidadãs vitimizadas para indivíduos com direitos iguais aos homens, para construção de uma
sociedade mais justa e prospera.
Na busca pelo enfrentamento das diversas violências sofridas pelas mulheres ao longo
da história, o padrão de beleza estereotipado a cada época é sem dúvida um aprisionamento
que as mulheres devem se libertar, pois isso coloca em risco sua saúde física e psíquica.
90
Trabalhar o empoderamento feminino das mulheres de baixa renda significa também criar
meios para que esse processo de desenvolvimento se estabeleça de forma real.
Na classificação do índice sintético Global Gender Gap Index (GGI), revelado pelo
Fórum Econômico Mundial (2016) com aproximadamente 150 países o Brasil ostentou a 79ª
posição no geral, a 86ª posição no indicador ―empoderamento político feminino‖ e a 120ª
posição no indicador ―mulheres no parlamento‖.
Em função disso, é necessária a criação e implantação de politicas públicas,
instituições e profissionais a serviço deste grupo, visto que o Estado já reconhece
mundialmente à necessidade de empoderar as mulheres para que o desenvolvimento local
aconteça.
Dentre os ODS encontra-se o objetivo de alcançar à igualdade de gênero e empoderar
todas as mulheres e meninas. Mediante ações que afiancem a participação completa e efetiva
das mulheres e a equidade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de
decisão na vida política, econômica e pública e a adoção de políticas sólidas e legislação
aplicável com essa finalidade (NAÇÕES UNIDAS, 2000- 2015).
É necessário que a sociedade e principalmente as mulheres, contribuam para
aprovação de novas leis que apoiem e deem condições a essas mulheres de enfrentarem as
diversas formas de violência sofridas por elas em seu dia da dia. Neste sentido, para que
ocorra essa participação, é necessário promover o desenvolvimento humano, como: o acesso à
educação, a capacitação profissional, valorização do trabalho, dentre outros. Também é
necessário que haja ações que favoreçam o fortalecimento psicológico destas mulheres para
seu empoderamento se estabeleça.
Entretanto, só a criação de leis somente não institui por si só uma garantia de
empoderamento, mas sua existência sem dúvida elimina barreiras, o que pode contribuir para
que as mulheres hoje ―desempoderadas‖ tenham acesso a recursos e possam desenvolver suas
capacidades. A inserção destas mulheres, fazendo parte e sendo responsáveis pelos processos
decisivos é importante para que ocorra o desenvolvimento local (AZEVEDO, 2017). A
representatividade destas mulheres na construção de políticas públicas para o público
feminino é fundamental, assim, essas politicas públicas terão maior possibilidade para que se
possa combater de forma mais assertiva as lacunas existentes. A participação das mulheres em
todas instâncias de definição, implantação e monitoramento de políticas públicas para o
combate a desigualdade de gênero, a pobreza, a baixa escolaridade, a sua capacitação
profissional, será elemento constitutivo das estratégias de empoderamento. A viabilidade
desta participação será possível com o desenvolvimento de suas capacidades, com a melhora
91
em seu nível de escolaridade, com a oferta a estas mulheres de oportunidades de
conhecimento para promover seu empoderamento psicológico, político e social.
No campo da informação, outra maneira de viabilizar processos de empoderamento é
promover o acesso à informação não apenas às mulheres quanto aos seus direitos, mas
também com informações sobre questões como cidadania e sobre a importância da sua
participação nos processos decisórios coletivos. Uma das formas para manter o poder e as
distanciarem dos processos decisórios coletivos, como indivíduos inoperantes, é a falta de
informação e transparência. Um dos elementos essenciais para o empoderamento é o acesso às
informações de maneira clara e objetiva. O acesso à informação possibilita os indivíduos a
assumirem posturas proativas e saírem da condição de ―beneficiário‖, vulnerável a cidadãos
participativos.
A literatura científica também já sinaliza a complexidade do tema ao apontar os fatores
gênero, pobreza, baixa escolaridade das mulheres contribuindo para o seu aprisionamento,
vulnerabilidade e dificuldade em assumir e decidir sobre sua própria vida, bem como a
dificuldade de sua participação nos processos decisórios políticos. Com efeito, não é possível
que as mulheres enfrentem sozinhas tantos desafios.
3.4 Empoderamento, igualdade social
Em 20 de abril de 2017, o Insper, em São Paulo, recebeu o Fórum WEPs, promovido
pela Rede Brasil do Pacto Global e a ONU Mulheres para debater com representantes do setor
privado o papel das empresas em defender o empoderamento das mulheres. O evento contou
com a participação de 200 pessoas e ficou evidente que implementar um plano para eliminar a
desigualdade no mundo corporativo, além de promover uma transformação significativa na
sociedade como um todo, também é bastante interessante para os negócios (XAVIER, 2017).
Para Lasch (2014) o espaço privado tem se tornado um lugar legítimo de intervenção
do Estado e a política um novo dispositivo para a ―gestão da pobreza‖ (SPOSATI, 1988). A
presença do Estado, como mediador, inclusive no espaço privado é necessária. Sendo também
necessária para o combate às injustiças sociais, através das politicas publicas desenvolvidas e
implantadas objetivando a diminuição da pobreza, das desigualdades para o desenvolvimento
humano e crescimento dos países.
Segundo Xavier (2017) ao reafirmar a importância do empoderamento feminino para a
economia e para o desenvolvimento local, menciona alguns dados. ―Uma pesquisa
da McKinsey Global Institute mostrou que o desenvolvimento das mulheres no mercado de
92
trabalho pode acrescentar até US$ 12 trilhões ao PIB mundial até 2025‖, revelou a
representante do ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman. A seguir, ela alertou que nenhum
país pode ser orgulhar de já ter alcançado a equiparação salarial e que 95% dos cargos de
diretoria das empresas ainda são homens. ―A gente sabe, mas não faz e, no atual ritmo de
progresso, a igualdade de gênero no trabalho não será atingida antes de 2095. Temos que
apressar o passo‖. Segundo a representante da ONU, a cultura organizacional de uma empresa
interfere em seu quadro de funcionários, sua cadeia de valor e as comunidades onde atua,
sendo fundamental o envolvimento do setor privado, onde estão 80% dos empregos e os
maiores recursos financeiros (GASMAN, 2009).
A Secretária Executiva da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, Beatriz Martins
Carneiro, destacou que as mulheres estão subaproveitadas no poder e na tomada de decisões,
recebem salários desiguais por trabalho igualitário e ainda sofrem diversos tipos de violência
e discriminação. Também fazem 2,5 vezes mais trabalhos não remunerados. Ela ainda
evidenciou a importância de medir, documentar e publicar os progressos conquistados, um
dos sete WEPs (Forum de Princípios de Empoderamento) ou seja, os Princípios do
Empoderamento Feminino na sigla em inglês. ―Ao fazer isso, as empresas dão luz a essa
questão, conseguem visualizar as desigualdades e se tornam mais preparadas para enfrentar os
desafios da promoção da igualdade‖ ( XAVIER, 2017).
Para melhor entender esta dominação masculina é necessário refletir sobre o ―poder‖.
No decorrer da história da humanidade, o termo ―poder‖ suscita diversas interpretações, pois
pode estar associado a eventos negativos, como, por exemplo, a história da escravidão.
Somente após muitos séculos, as pessoas deram o verdadeiro sentido ao poder e das variadas
formas de seu uso no que diz respeito à vida social, aos relacionamentos entre pessoas, às
organização.
Diversos autores escreveram sobre poder, e a dois pontos que todos têm em comum :
relacionamento e influência. Bourdieu (1989, p. 7) define poder como sendo ―um estado de
autoridade onde há invariavelmente a dinâmica (relação de poder) entre dominador e
dominado‖. Para o autor, qualquer relação humana tem vínculos com a natureza simbólica
(poder simbólico) que, mesmo sem perceber, fatalmente acaba influenciando na equidade, na
conduta do indivíduo e nas relações – sejam elas de esferas de cunho religioso ou linguístico –
ou até mesmo nas relações e nos símbolos estabelecidos na cultura organizacional
(BOURDIEU, 1989). es e às nações.
Neste contexto também se insere o conceito de ―empoderamento‖ que remete à palavra
―poder‖, em destaque no que diz respeito às relações sociais (KRAUSZ, 1991). O
93
empoderamento detêm diversos significados, podendo expressar controle, emancipação e até
mesmo busca de poder social ou político. Empowerment ―é um conjunto de procedimentos
que visam a interação e o envolvimento das pessoas com o trabalho e que as impulsionam a
tomar iniciativas e a interferir com ações no processo produtivo‖ (HERRENKOHL, JUDSOS;
HEFFNER, 1999, p. 375). O poder pode gerar autoritarismo, entretanto pode proporcionar
valorização e crescimento profissional.
Segundo Lisboa (2010, p. 7), ―empoderamento é o mecanismo pelo qual as pessoas, as
organizações e as comunidades tomam controle de seus próprios assuntos, de sua própria
vida, de seu destino, tomam consciência da sua habilidade e competência para produzir, criar
e gerir‖.
Conforme descreve Fialho et al. (2018) o empoderamento consiste fundamentalmente
em autonomia, atuando como uma máquina pela qual as organizações ou até mesmo os
indivíduos tomam controle dos seus assuntos, destino, competências e habilidades. No quesito
empoderamento e gênero, Prá (2006, p. 40) esclarece empoderamento da mulher e inclui nas
relações de poder que ―o empoderamento da mulher se refere ao poder e às relações dentro da
sociedade que se entrecruzam com o gênero, a classe social, a raça, a cultura e a história‖.
Ao averiguar a distribuição desigual de poder e de controle pelos grupos na sociedade
atual, o empowerment comunitário reivindicaria a redistribuição desse arranjo. É um processo
que inicia como parte do enfrentamento de fatores referentes à estrutura de poder presentes na
esfera micro e macrossocial, o que logo implica a redistribuição do poder. Sendo esta
redistribuição é processo e resultado da ascensão de empoderamento.
O processo de empoderamento tem espaço na esfera pessoal, intersubjetiva e política,
em um processo contínuo, o que denota que o empoderamento só é presumível quando
conhece e transcorrem todas essas esferas e reconhece as relações recíprocas entre
macroestruturas e sujeitos individuais e coletivos (CARVALHO, 2004). No lugar de
proporcionar o aumento do poder em um indivíduo, o que já não seria alcançável se
avaliarmos os atravessamentos diversos de poder sobre ele, o poder é ajuizado como passível
de redistribuição pelos grupos. A existência de uma experiência subjetiva de empoderamento,
não é ignorada, mas esta é sempre abarcada em um contexto político amplo partindo da
premissa de que a desconstrução das relações sociais de poder pode ocorrer através da
educação libertadora e emancipatória.
Segundo Paulo Freire a educação libertadora e emancipatória podem remeter a um
processo simplista e individual de transformação. Mesmo que as pessoas consigam
desenvolver níveis de independência, transformações maiores são necessárias para se falar em
94
empoderamento (FREIRE; SHOR, 2011). Frente a essa ressalva, os autores entendem o termo
como empoderamento de classe social: ―Indica um processo político de classes dominadas
que buscam a própria liberdade da dominação‖ (FREIRE; SHOR 2011, p. 189).
De acordo com Gonçalves; Marinho (2016), para Freire é fundamental entender o
processo de empoderamento como amplo e não individual. Para que se compreenda o
processo de empoderamento em um sentido largo é necessário que os processos de
empoderamento sejam políticos, contextualizados e visem a mudanças sociais.
Ainda de acordo com Gonçalves; Marinho (2016) outro importante conceito de
empoderamento também pode ser bastante forte para a concepção e avaliação de práticas que
visem promover a autonomia e a superação de desigualdade de poder em que as mulheres se
encontram. A tradição latino-americana dos estudos de gênero, ou feminista, sinaliza alguns
fatores que induziram à intensificação da aplicação do conceito de empoderamento: a
transmissão do debate teórico sobre o poder nas experiências de base de mulheres (LEÓN
1997) e o planejamento de estratégias para o desenvolvimento das mulheres na década de
1980 (ROWLANDS, 1997).
Na luta pela cidadania por indivíduos historicamente estigmatizados, a necessidade de
ampliar seus horizontes para as mobilizações coletivas leva outros/as autores/as a se
posicionarem sobre o papel do Estado no cuidado. Podemos assegurar que no Brasil a
perspectiva politizada e setorizada que responde às demandas específicas de grupos em
desvantagem, como mulheres e idosos, são relativamente jovens (SANTOS; FERRAZ, 2017).
As políticas que têm como objetivo o atendimento a mulheres em situação de violência
precisam articular medidas que atendam às necessidades de educação e ascensão à saúde
física e mental das mulheres e seus filhos menores isenta de violência; acesso e inserção
profissional, por meio da capacitação profissional; e outras medidas de elevação de
autoestima que permitam a saída do ciclo de opressão (ZAGURSKI, 2016).
3.5 Gestão Social: a construção do empoderamento feminino e o desenvolvimento local
Nas últimas décadas a gestão social assume importante papel acerca de sua aplicação
em políticas sociais e ambientais, nas organizações do terceiro setor, no combate à pobreza,
no desenvolvimento territorial, na edificação de uma gestão mais colaborativa e democrática
(LEITE; ANDRADE, 2013).
A gestão social pode colaborar para a emancipação e autonomia dos indivíduos, estes
são elementos fundamentais para o funcionamento do desenvolvimento local. Na sociedade
95
contemporânea o desenvolvimento não é mais tratado como meta meramente econômica. Está
lenta transformação iniciada nas décadas de 60 e 70, não se mistura ou confunde a
crescimento ou progresso econômico, assim sendo, abarcam dimensões maiores à plena
realização da dignidade humana, como educação, saúde, sociedade civil e política.
Foi neste contexto, que se firmou a existência de um novo direito, o direito aos
desenvolvimentos, que hoje ocupa um lugar relevante e central no sistema internacional de
direitos humanos (ANJO FILHO, 2013).
Assim sendo, o desenvolvimento na sua amplitude, deixou de ser objeto de estudo
apenas da economia, mas hoje é tratado como um tema interdisciplinar, que envolve vários
aspectos como: jurídicos, políticos, sociológicos e culturais, além de suas particularidades
pelas diversas questões ideológicas que circulam ao redor do tema. O tema desenvolvimento é
dinâmico e evolui conforme contexto histórico social (FURTADO, 1980) .
O desenvolvimento pressupõe mudanças dinâmicas e um processo de mobilidade
social continua, ocorrendo um transposição de uma estrutura social para outra e a ascensão do
nível econômico, cultural e intelectual de toda uma população local (GRAU, 1981).
Para que isso ocorra, é necessária a atuação do estado na viabilização das reformas
estruturais necessárias, na politica dos países subdesenvolvidos, sendo pré-requisito para que
o desenvolvimento aconteça, sendo fundamental a participação do estado como coordenador
do planejamento. Tendo como foco modificar as estruturas sócias econômicas e a distribuição
e descentralização de renda, promovendo a interação com a população no âmbito social e
politico (BERCOVICI, 1988).
Neste contexto, a gestão social, a interdisciplinaridade venha colaborar de forma
relevante para o desenvolvimento local, conforme verificado na literatura. A Gestão Social
segundo Fischer (2007) pode ser conceituada como um ato relacional
de comando e regulação de processos em função da mobilização ampla de atores na
tomada de decisão, chamado de agir comunicativo que culmine em parcerias intra e inter
organizacionais, através da valorização de estruturas descentralizadas e participativas, tendo
como norte o equilíbrio entre a racionalidade em relação a fins e em relações a valores,
almejando alcançar um bem coletivamente planejado, viável e sustentável a médio e longo
prazo.
A participação efetiva da interdisciplinaridade na gestão social, e sua integração com
áreas diversas do conhecimento é uma realidade no combate das diversas demandas sociais
estabelecidas. Frente a isso apresentamos algumas considerações sobre o conceito de
interdisciplinaridade.
96
Segundo Leff (2000) a interdisciplinaridade pode ser compreendida como um processo
de inter-relação de processos, conhecimentos e práticas que transborda e transcende o campo
da pesquisa e do ensino no que se refere especificamente às disciplinas científicas e suas
prováveis articulações (LEFF, 2000). Apresentando assim:
[...] a noção de interdisciplinaridade se aplica tanto a uma prática multidisciplinar
(colaboração de profissionais com diferentes formações disciplinares), assim como
ao diálogo de saberes que funciona em suas práticas, e que não conduz diretamente à
articulação de conhecimentos disciplinares, onde o disciplinar pode referir-se à
conjugação de diversas visões, habilidades, conhecimentos e saberes dentro de
práticas (LEFF, 2000, p.22).
A interdisciplinaridade não sugere só a integração como a multidisciplinaridade, mas a
interação das disciplinas, de seus conceitos e diretrizes, de sua metodologia, de seus
procedimentos, suas informações na organização do ensino. Corrobora com a ideia de
trabalhar as diferenças, buscando, a partir disso, novos caminhos epistêmicos e metodológicos
como forma de entender e agregar conhecimentos sobre as mais diversas áreas do saber
(AZEVEDO; ANDRADE, 2007).
Assim sendo, a criação de um projeto de extensão para trabalhar o pensar, para refletir
sobre o que o pensar revela sobre a condição de ser mulher, para orientar ações que possam,
inclusive, ser pautadas nos princípios da gestão social e da interdisciplinaridade para
contribuir no combate à submissão feminina ao padrão de beleza estereotipado e aos diversos
valores até então praticados por uma cultura machista. Refletir sobre formas de transpor essas
práticas patriarcais pode ser considerada uma ferramenta de inovação social e melhora na
qualidade de vida destas mulheres.
3.6 Projeto de extensão “Empoderamento Feminino a partir da Gestão Social”
O projeto busca desenvolver o pensar e refletir sobre as vivencias e os aprisionamentos
das mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família atendidas na Clínica de Estética do
Centro Universitário de Formiga - UNIFOR, bem como propiciar momentos de troca de
informações relativas aos temas considerados relevantes para tais mulheres por meio de rodas
de conversas, dinâmicas e palestras.
A formação de uma equipe interdisciplinar é uma estratégia possível para que o
empoderamento feminino se estabeleça e possa colher seus frutos. Pensando nisso, foi
elaborada esta proposta de criação de um projeto de extensão, constituído por profissionais da
Estética e da Psicologia. Este projeto visa trabalhar de forma a criar um ambiente favorável
97
para que as mulheres de baixa renda beneficiárias pelo Programa Bolsa Família possam, junto
com a equipe, expor e refletir sobre as diversas questões vivenciadas por elas e sobre ações
que possam promover seu empoderamento. Apresentar os diversos tipos de empoderamento, o
papel das políticas públicas que contemplam a capacitação técnica, o desenvolvimento local, a
inserção profissional, o acesso à informação e ao conhecimento, a oportunidade à educação
tão importante para enfrentar essa complexa realidade e combater essa dívida histórica com as
mulheres. A criação e implantação do projeto de extensão interdisciplinar é uma oportunidade
para que as reflexões tenham espaço e se possam criar alternativas de ação em relação as suas
realidades para que essas mulheres ocupem o lugar que lhes é de direito como cidadãs.
Os encontros com as mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família, no Centro
Universitário de Formiga estão previstos para serão realizados quinzenalmente com a
participação dos profissionais do curso de Estética e Psicologia segundo agenda prévia
estabelecida em conjunto com as mulheres participantes e a equipe profissional. A divulgação
será feita no Clinica Escola de Estética e Psicologia e nos murais do Centro Universitário. Os
custos relacionados abaixo serão arcados pela instituição.
3.7 Proposta de projeto de extensão “Pelas Trajetórias de Mulheres Construindo um
Espaço de Reflexão”
3.7.1 Objetivos
3.7.1.1. Objetivo geral
Desenvolver o refletir e questionar sobre o aprisionamento histórico das
mulheres frente às imposições dos padrões de beleza e suas implicações na sua
qualidade de vida e no empoderamento das mulheres beneficiárias pelo Programa
Bolsa Família.
3.7.1.2 Objetivos específicos
Reunir com as mulheres do Programa Bolsa Familia que frequentam o Centro
de Estética do UNIFOR para o exercício do pensar sobre suas trajetórias de vida;
Realização de Rodas de Conversa com as mulheres beneficiárias do PBF para
refletir sobre o seu cotidiano, para trocas de experiências sobre suas trajetórias e para
98
que elas possam identificar o que desejam pensar e refletir em torno de sua condição
de ser mulher;
Efetuar dinâmicas que colaborem para o pensar, questionar, agir frente as
adversidades sofridas;
Compartilhar ideias sobre as diferentes formas de enfretamento das lutas
diárias femininas;
Identificar possibilidades de incitar o exercício da cidadania para que possam
conhecer a importância da participação dos cidadãos de direito, como elas, na
construção de politicas públicas atuais, em especial as de enfretamento das demandas
femininas como: salários desiguais, submissão a padrões estéticos impostos por uma
sociedade machista, violência domestica, baixo nível de escolaridade etc.
Proporcionar espaço para reflexões sobre a importância de empoderar e
participar de forma consciente dos processos a respeito da construção de politicas
públicas sociais para mulheres, idosos, negros, e ou pessoas em vulnerabilidade social.
3.7.3 Metodologia
O projeto será desenvolvido no Centro Universitário de Formiga/MG – UNIFOR com
mulheres beneficiárias do programa Bolsa Família qu são atendidas na Clinica Escola da
entidade.
Será desenvolvida uma agenda em conjunto as mulheres participantes e os
profissionais integrantes do projeto para organização dos encontros. Os temas dos encontros
serão definidos numa primeira reunião e poderão ser alterados com o passar do tempo, visto
que as mulheres participantes podem identificar novos interesses por novas informações e
reflexões. A partir dos temas sugeridos pelas mulheres participantes é que os temas que esta
pesquisa enuncia como importantes como: empoderamento, educação e capacitação técnica,
construção social do gênero feminino e masculino, violências sofridas pelas mulheres em seu
dia a dia poderão ser trazidos para as reflexões nas Rodas de Conversa e Dinâmicas a serem
desenvolvidas.
A Roda de Conversa é uma modalidade de metodologia participativa muito utilizada
para promover uma cultura de reflexão sobre os direitos humanos. Diante deste conceito ,
procura-se instigar a participação e a reflexão, através adoção de uma postura de escuta e a
circulação da palavra, como também o uso de dinâmicas de grupo conduzidas por um(a)
facilitador(a), o diálogo entre os participantes é estimulado. Segundo Afonso e Abade (2008)
99
definem Roda de Conversa: ―É uma proposta dialógica que visa relacionar cultura e
subjetividade‖.
Segundo Oliveira; Araújo-Jorge; Carvalho (2107) a educação Freireana apresenta o
diálogo problematizador como uma forma de aguçar a criatividade, pois o individuo age
problematizando o que vê, ouve e percebe-se no mundo e desta maneira aprende,
desenvolvendo a autonomia e o desejo de transformação. O homem crítico está inserido em
um contexto social, dele participa, nele aprende e nele se liberta. (FREIRE, 2008). Para o
desenvolvimento de uma prática pedagógica inovadora, facilitador e mulheres participantes,
integram-se em um processo de troca que favorece o conhecimento, a conscientização, a
superação e, sobretudo, o desejo de transformação pessoal e coletiva (BERBEL, 2012).
Geralmente na fase inicial é aplicada uma técnica de relaxamento e integração do
grupo, na qual os facilitadores buscam atingir o objetivo de deixar as participantes confiantes
e seguras. Isto facilita a integração do grupo e que as pessoas narrem suas histórias e as
sugestões de quais caminhos poderiam ser percorridas para o enfrentamento das diversas
demandas femininas e corroborar para seu empoderamento. Afonso e Abade (2008) ressaltam
que a sensibilização é um momento crucial, uma vez que chama lembranças, sentimentos e
ideias e se for realizada de maneira compartilhada no grupo, traz resultados melhores.
Outro importante instrumento é a dinâmica de grupo sendo utilizada como técnica de
socialização e aprendizagem dos indivíduos. Frente a isso, é necessário entender o que vêm a
ser um grupo. Alguns autores asseguram que para existir um grupo deve haver comunicação
entre seus membros e objetivos comuns, sendo assim, para existir um grupo é necessária a
interação entre duas ou mais pessoas, essa comunicação se dá através das necessidades. A
formação de um grupo é viabilizada em função de seus objetivos, que são diferentes dos
objetivos individuais, que se comprometem, fundamentalmente, na ajuda entre seus membros
(ALCANTARA; SILVA; CUNHA, 2017).
A dinâmica de grupo tem como objetivo facilitar o entendimento das pessoas para que
ela seja uma ferramenta de capacitação na aprendizagem. Atualmente, a dinâmica de grupo é
empregada no campo da gestão de pessoas, na expansão de treinamento, desenvolvimento e
de habilidades em relações humanas, entre outras. Está prática torna interessante porque o
indivíduo é sociável por natureza e apenas vive, ou sobrevive, em função de seus inter-
relacionamentos grupais. A partir do nascimento, o sujeito participa de diferentes grupos, em
uma constante exposição entre a procura de sua identidade particular, coletiva e social
(ZIMERMAN; OSORIO, 1997)
100
Este projeto tem como objetivo colaborar para impulsionar o empoderamento
feminino, através da discussão e reflexão das questões que aprisionam as mulheres. Neste
contexto, o empoderamento feminino coligado ao empreendedorismo auxilia e impulsiona a
economia e contribuem para o desenvolvimento de uma sociedade onde estão inseridas.
A Entidade das Nações Unidas para igualdade de gênero e empoderamento das
mulheres - ONU MULHERES (2016) estimula o empoderamento feminino com o objetivo de
inserir as mulheres em todos os níveis e atividades econômicas. O projeto condiciona que o
empoderamento pode: construir economias fortes; estabelecer sociedades mais estáveis e
justas; atingir objetivos ligados à sustentabilidade e direitos humanos reconhecidos
internacionalmente; melhorar a qualidade de vida das pessoas e comunidades além de
impulsionar operações de metas e negócios.
A literatura cientifica aborda que o empoderamento das mulheres tende a criar redes
sociais, exercer o poder em favor de outras mulheres, gerar inclusão profissional e social,
arquitetar oportunidades por meio de relacionamentos discursivos com homens, trabalhar a
questão da inovação social e inclusão social nos processos de inovação social, aumentar a
confiança e autoestima, gerar renda para proporcionar uma vida melhor para suas famílias,
trabalhar para combater as desigualdades envolvidas no capitalismo competitivo, colaborar
para reduzir a pobreza, incentivar as atividades empresariais femininas, e as mulheres carecem
conquistar seu espaço e buscar seu potencial máximo para conquistar a capacidade de tomada
de decisão e o empoderamento (DUMINELLI; TOPANOTTI; YAMAGUCHI, 2017)
3.8 Considerações finais
A responsabilidade da sociedade como um todo por grupos em vulnerabilidade social,
em especial as mulheres, é cada dia mais clara para sociedade contemporânea.
Nós mulheres e a sociedade como um todo tem vivido dias árduos convivendo com
casos de violência doméstica, feminicídios, remuneração salarial baixa, assédio, estupro,
dentre tantas outras. O enfrentamento das inúmeras violências sofridas pelas mulheres, não é
tarefa para amadores, é necessário capacitar para empoderar. Nesta perspectiva visualiza-se
que é necessário apoiar essas mulheres para a criação de politicas públicas com a participação
delas para o enfrentamento destas violências, bem como a participação de toda sociedade.
A sociedade precisa reconhecer a mulher como sujeito de direitos e de escolhas e
colaborar, através de informações consistentes, claras e objetivas alternativas que promovam
101
seu empoderamento para decisões sobre o seu corpo, sua profissão, sua maternidade, sua
opção sexual ou quaisquer escolhas que venham assumir.
A formação de uma equipe interdisciplinar para trabalhar os diversos aspectos da
subjetividade feminina favorece uma abordagem que considera a mulher em todos os seus
aspectos. As diferentes percepções dos profissionais integrantes do projeto poderá propiciar a
abordagem de questões apresentadas pelas mulheres beneficiárias do PBF a partir de
diferentes perspectivas e juntas poderão pensar alternativas sobre caminhos possíveis para o
enfretamento de seus dilemas cotidianos e, quem sabe, poderão sentir-se empoderadas para
tais enfrentamentos.
É importante refletir e compreender as amarras a que foram submetidas historicamente
por serem mulheres pelas imposições de valores culturais machistas sobre si mesmas e seus
corpos. Reflexões podem contribuir para a disseminação de valores que ressaltem as mulheres
como cidadãs de direito, direito à inclusão social real, à conquista da igualdade de gênero, à
participação nos processos decisórios, à inclusão política, à equiparação salarial. O ao
reconhecimento do seu lugar na sociedade. A ruptura com os velhos paradigmas de submissão
e o fortalecimento dos valores de respeito e igualdade entre os gêneros. É preciso que se
entenda o contexto histórico do papel social da mulher até os dias atuais para que se possa
situar a origem e os valores que as levaram a este quadro de vulnerabilidade.
O projeto de extensão, com seus integrantes de áreas distintas, integradas com as
mulheres beneficiárias do PBF poderá se constituir como um espaço para a reflexão de
informação de importantes temas pra a construção de indivíduos emancipados. Estando
fundamentada com referenciais teóricos críticos e reflexivos, presentes no processo de
construção do conhecimento colaborando para que as mulheres se apropriem de seu poder e
consigam se emancipar.
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107
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O aprisionamento da mulher a um padrão de beleza estereotipado, sua submissão e sua
invisibilidade nos processos decisórios e políticos tem início desde os primórdios da
sociedade. Ao longo do tempo ocorreram mudanças socioculturais, entre elas um
reposicionamento do feminino na sociedade e, consequentemente, a luta pelo reconhecimento
de uma representação social não cunhada pelo patriarcado. O feminismo vem há décadas
reivindicando a libertação das mulheres dos diversos aprisionamentos praticados por uma
sociedade hegemônicamente machista, com valores e práticas perpassados pelo machismo.
Tais aprisionamentos veem mudando ao longo dos anos, apresentando-se com roupagens
diferentes, mas se mantém presente nos dias atuais, como uma realidade mundial, sendo mais
violento nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
Neste contexto através de pactos internacionais o Brasil implementa politicas públicas
contra os diversos tipos de violências praticadas contra as mulheres. Para enfrentar situações
como violência doméstica, pobreza, baixo nível educacional, subempregos e baixos salários,
além de uma desigualdade avassaladora frente aos homens, corada por anos de obediência e
submissão, o empoderamento das mulheres é ferramenta reconhecida por organismos
internacionais como a ONU, a ODS, dentre outras. O empoderamento feminino consiste em
ações que possibilitem às mulheres a compreensão de que podem ocupar espaços na
sociedade, podem desempenhar atividades, podem escolher como se comportarão, podem
decidir quem desejam ser como cidadãs e assumem um papel protagonista nas decisões que
irão conduzir suas vidas, libertando de valores culturais machistas. Sendo assim, a presença e
participação das mulheres nas esferas de poder, nos processos decisórios e sua inserção
politica, são fatores que irão viabilizar seu empoderamento e favorecer a implantação de
politicas publicas voltadas para as demandas femininas e corroborar com o desenvolvimento
dos locais onde elas vivem. Órgãos governamentais mundiais, já reconhecem a importância
do empoderamento feminino para a geração de riquezas e o desenvolvimento dos países. Nas
conferencias mundiais de órgãos como a ONU e o Banco Mundial a questão do combate das
desigualdades de gênero e ações que promovam o empoderamento feminino são assuntos em
pauta. A cobrança destes órgão, através de acordos internacionais, para que o Estado assuma
seu papel, através de politicas inclusivas de combate a pobreza, desigualdade e melhora nos
índices de desenvolvimento humano, principalmente nos países em desenvolvimento e
subdesenvolvidos.
108
Este trabalho teve como objetivo geral analisar como o padrão de beleza estereotipado
e sua interferência na percepção da autoimagem feminina e seus reflexos na autoestima e em
seu empoderamento. Foi realizada uma pesquisa junto a mulheres benfeiciárias do PBF
atendidas em uma Clínica Escola de Estética do UNIFOR/MG. Esta pesquisa contou com a
realização de entrevistas semiestruturada com tais mulheres para o levantamento de dados em
torno da questão central desta pesquisa.
Após a análise das entrevistas, foram verificadas as seguintes considerações: o padrão
de beleza interfere diretamente na auto percepção feminina, todas as participantes da pesquisa
estavam insatisfeitas com a aparência. Uma avaliação negativa da imagem interfere
diretamente na autoestima das mulheres e pode levar a quadros de depressão, desânimo e
contribuir, inclusive, para que a exclusão social seja composta por mais um elemento: a
aparência.
Todas as mulheres após os procedimentos estéticos relataram uma avaliação positiva
da imagem, descrevendo sentimentos de felicidade e vontade de fazer algo, sentimentos estes
que coadunam com autoestima elevada. Isto, ao mesmo tempo que confirma a incorporação
dos valores estéticos estereotipados provoca uma reflexão em torno das demais sensações que
acometem estas mulheres após alguns cuidados estéticos. Oito delas descreveram sentimentos
que denotam empoderamento psicológico. Visto que o empoderamento psicológico é
manifestado através auto percepção do indivíduo que gera um comportamento autoconfiante
e está ligado a autoestima elevada, as mulheres descrevem estes sentimentos após passarem
por procedimentos estéticos e visualizarem melhora na imagem e com consequente melhora
na autoestima. Dentre estas mulheres duas mencionaram ações relativos ao empoderamento
social que, por sua vez, está ligado também ao aprimoramento técnico do individuo. O
empoderamento social se estabelece quando há acesso à informação, ao conhecimento, à
participação em organizações sociais e aos recursos financeiros. Ocorre nos níveis
educacionais e refere-se também ao acesso a outras técnicas laborais. Duas mulheres após se
sentirem mais autoconfiantes e com a autoestima melhorada, conforme relatado na entrevista
buscaram melhorar seu nível de capacitação técnica através de cursos realizados manifestando
atitudes de empoderamento social após o empoderamento psicológico.
Apenas uma mulher apresentou características de empoderamento político ao buscar a
Associação de Bairro do local onde mora e relatou que após os procedimentos estéticos,
sentiu melhor consigo mesma, viu que é necessário participar das decisões de sua
comunidade. Esta ação é um indicador de empoderamento político, visto que este tipo de
empoderamento que atua na valorização de cada pessoa, na construção do coletivo, no
109
compromisso com os outros, com as questões sociais (LISBOA, 2008). Esta mulher foi a
única a indicar em seus depoimentos os três tipos de empoderamento: psicológico, social e
político. Esta manifestação foi verificada através de melhora em sua autoestima e ao assumir
uma postura mais segura frente a vida, procurar fazer um curso de capacitação técnica na
brigada de Incêndio e participar das reuniões da Associação de Bairro descrevendo que
visualizou a importância de colaborar.
Um dado relevante é que nove participantes descreveram como sonho a vontade de
estudar, de melhorar e se capacitar profissionalmente, mas não conseguiram transformar
sonhos em atitudes reais. Dentre as dificuldades apresentadas em maior escala a noção de
cidadania e participação nos processos coletivos é para elas a mais distante. As entrevistadas
têm baixa escolaridade aliada a limitações de ordem econômica e de baixa autoestima como
fatores que dificultam seu empoderamento. Ainda, apresentam sentimentos de depressão,
angústia, tristeza afetando seu bem estar físico e psicológico, interferindo de forma negativa
em sua qualidade de vida. Neste contexto, o empoderamento feminino é uma forma de libertar
essas mulheres e promover sua emancipação proporcionando melhores condições de trabalho,
igualdade, renda e educação, para construção de valores que as libertem de tantos
aprisionamentos históricos edificados por homens, inclusive da beleza preestabelecida e da
submissão feminina.
Como produto técnico dessa pesquisa apresentou-se uma proposta de projeto de
extensão interdisciplinar com objetivo de refletir e pensar sobre as questões femininas, vividas
ao longo da história de mulheres beneficiárias do PBF com o apoio de uma equipe
interdisciplinar para estabelecer uma comunicação direta, horizontal com profissionais de
diferentes áreas como: psicologia, saúde e beleza, levando em conta a complexidade da
subjetividade feminina para provocar reflexões em torno da necessidade de alternativas para o
enfrentamento das diversas violências históricas sofridas.
A pesquisa não pretende esgotar o assunto sobre o tema. E sugere que novas
pesquisas sejam realizadas para entender melhor a subjetividade feminina e sua influência em
seu empoderamento.
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127
APÊNDICES
APÊNDICE A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido da Resolução
466/2012
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Programa: Mestrado Profissional em Gestão Social, Educação e
Desenvolvimento Local do Centro Universitário UNA, Belo Horizonte/MG
Título: O Cuidado com a Aparência em mulheres beneficiárias do Programa
Bolsa Família: empoderamento e desenvolvimento local
Nome da Pesquisadora Orientadora: Profª. Drª. Wania Maria Araújo
Nome da Pesquisadora Aluna: Maria Cristina Ferolla
Natureza da pesquisa: você está sendo convidado a participar desta
pesquisa para fins acadêmicos, com a qual se pretende conhecer quais
os sentimentos que levaram as mulheres, beneficiadas pelo programa
bolsa família, a procurar procedimentos estéticos e as mudanças
ocorridas após o final do tratamento. É esperado que este estudo
contribua com as pesquisas na área de gestão social e
desenvolvimento local por meio da produção de conhecimentos que
possibilitem uma abordagem sobre a interferência da auto percepção
da imagem no comportamento e atitudes femininas, levando ao
fortalecimento feminino, sob a visão delas, após terem passado por
procedimentos estéticos em um município de Minas Gerais.
Participantes da pesquisa: participarão desta pesquisa dez mulheres,
beneficiadas pelo programa bolsa família que foram atendidas na Clínica
Escola do Centro Universitário de Formiga nos anos de 2017 e 2018.
Envolvimento na pesquisa: Ao participar deste estudo a Sra permitirá que a
pesquisadora colabore para o levantamento de informações, contribuindo para
o fortalecimento do conhecimento e a melhora no atendimento e
desenvolvimento de ações dos atores sociais envolvidos (mulheres,
profissionais de saúde, professores, governo, dentre outros) a fim de provocar
reflexões e intervenções para um melhor enfrentamento das questões que
128
podem interferir no empoderamento feminino. A Sra tem a liberdade de
recusar a participar e ainda se recusar a continuar participando em qualquer
fase da pesquisa sem qualquer prejuízo. Sempre que quiser poderá pedir mais
informações sobre a pesquisa através do telefone da pesquisadora do projeto,
e, se necessário através do telefone do Comitê de Ética em Pesquisa. A
pesquisadora se compromete a divulgar os resultados obtidos.
Sobre as entrevistas: Todas as informações coletadas serão tratadas com
sigilo e reserva, em relação a citação das fontes das opiniões e fatos
coletados. Nossa entrevista consiste em uma conversa, onde algumas
perguntas serão feitas para orientarem os assuntos abordados e será
registrado pela pesquisadora. Exclusivamente para fins dessa pesquisa,
tomando-se os devidos cuidados para não expor os entrevistados a quaisquer
formas de constrangimentos.
Riscos e desconforto: Todos os procedimentos dessa pesquisa foram
aprovados pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário UNA, e
obedecem, integralmente, aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres
Humanos, conforme Resolução n.466/2012 e 510/2016 do Conselho Nacional
de Saúde. Os possíveis riscos, para os entrevistados, encerram no mínimo de
constrangimento, inerente à situação de ser pesquisado e dar entrevistas.
Porém, isso pode ser revelado, uma vez que eles têm o direito de recusar-se a
participar ou suspender a sua participação a qualquer momento da pesquisa.
Forma de Acompanhamento e Assistência: caso você queira nos procurar
ou tirar dúvidas, colocamo-nos a sua inteira disposição. Pode também nos
telefonar caso queira saber em que momento se encontra nosso trabalho.
Confidencialidade: Todas as informações coletadas neste estudo são
estritamente confidenciais, ou seja, ficarão em segredo. Somente a
pesquisadora e a orientadora terão conhecimento dos dados, que serão
utilizados apenas para fins científicos, preservando a identidade dos sujeitos, e
para nenhum outro fim.
Forma de Acompanhamento e Assistência: durante a entrevista, você terá
orientação e assistência da pesquisadora em campo. Ao longo de toda
pesquisa e depois do seu término, você poderá entrar em contato com os
129
pesquisadores ou Comitê de Ètica da UNA, pelos telefones aqui fornecidos.
Benefícios: A participação e colaboração nessa pesquisa não é passível de
remuneração nem de oferecimento de qualquer benefício direto por parte da
pesquisadora ou de sua orientadora. Contudo, os resultados dessa pesquisa
serão divulgados e disponibilizados, após seu término, permitindo, como se
espera, contribuir com a oferta de ferramentas que colaborem para o
empoderamento feminino.
Pagamento: Sua participação e colaboração nessa pesquisa ocorrerá de
forma totalmente voluntária, sem nenhum tipo de remuneração financeira
envolvida, ou quaisquer outras formas de benefícios materiais.
Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre
para participar desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, o quadro a seguir.
Obs.: Não assine esse termo se ainda tiver dúvida a respeito.
Consentimento Livre e Esclarecido Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu consentimento em participar da pesquisa. Declaro que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a realização da pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo. Assinatura do Participante da Pesquisa: _______________________________________________________________ Nome do Participante da Pesquisa: _______________________________________________________________ Assinatura da Pesquisadora Aluna: _______________________________________________________________ Assinatura da Pesquisadora Orientadora: Contatos: Pesquisadora Orientadora: Profª.Drª Wânia Maria Araújo– email: [email protected] Pesquisador Aluno: Maria Cristina Ferolla– (37) 99860 2489 – email: [email protected] Comitê de Ética em Pesquisa: Rua Guajajaras, 175, 4º andar, Belo Horizonte/MG, CEP 30.180-100. Telefone do Comitê: (31)3508-9110. [email protected]
130
APÊNDICE
APÊNDICE B: ROTEIRO DE ENTREVISTA
Grau de Escolaridade, _____1grau _____2grau _____ 3grau _____
_____ Outros
5.1- Você fez algum curso ou voltou a estudar após o tratamento
estético
APÊNDICE A – ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM AS MULHERES BENEFICIADAS PELO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
Tema. O Impacto Social na Melhora da Aparência em
Mulheres de Baixa Renda
Entrevista
Nome (iniciais).
Idade. Filhos. Qtos
Renda Familiar.
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
___________________________________________
Estado Civil. _____Solteira _____Casada____ Separada____
Divorciada _____ Outros ______
Há quanto tempo _____________________________________
Recebe ajuda do companheiro __________________________
Perguntas
1- Motivos que a levaram a procura dos tratamentos estéticos
_____Não esta satisfeita com a aparência
_____ Pelo tratamento ser gratuito
131
_____Sentimento de tristeza e desânimo
_____ Algum acontecimento desagradável
_____ Outros
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
2- Qual seu sentimento antes do tratamento estético.
_____ Muito Feliz
_____ Feliz
_____ Normal
_____ Triste
_____ Outros
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
3 – Trabalha fora ______ Sim _______ Não
3.1- Qual seu Ofício
____ Mesmo emprego
____ Mudou de emprego
____ Não trabalha
Se mudou de emprego. Qual o motivo.
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
132
4- Profissionalmente você tem algum desejo.
________ Sim ________ Não
4.1 Se sim, relate para mim
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
4.2- Ocorreu alguma mudança em sua vida após o tratamento
estético.
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
5- O que gosta de fazer para se divertir
_____ Eventos sociais e Bares
_____ Esportes
_____ Igreja
_____ Eventos Culturais
_____ Outros
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
5.1- Mudou após o tratamento estético.
_____________________________________________
_____________________________________________
133
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
6- 6. Você participa de algum conselho, associação ou algo semelhante
no seu bairro ou onde você trabalha ou frequenta. Se sim, qual a
frequência.
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
6.1- Foi antes ou depois do tratamento estético
______ Antes
______ Depois
6.2- Se a reposta foi depois. O que a levou a decisão desta
participação
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
Formiga _____/______/______
Entrevistado
Entrevistador
134
ANEXO
ANEXO A – Parecer Consubstanciado
135
136
137
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