O Estudo Platino e sua implicção em políticas de
Saúde Pública
José Jardim
Pneumologia
Universidade Federal de São Paulo, Brasil
Belo Horizonte - Agosto 23-25, 2007
Projeto LATino Americano de INvestigação de Doenças Obstrutivas
Projeto PLATINOAmostra
• Setores censitários• Total: 11.000• Randomizados de acordo com renda familiar (IBGE)• Selecionados:
• 42 em São Paulo• 26 nas cidades vizinhas
1.039 residências elegíveis
1.150 indivíduos elegíveis
1.113 residências selecionadas74
excluídas
6 falhas de contato
150 recusas ou falhas de contato 1.000 indivíduos
entrevistados
984 elegíveis para realizar espirometria
16 indivíduos excluídos
21 recusas ou falha de contato 963 espirometrias
pré-broncodilatador
918 espirometrias completas pré e pós-
broncodilatador
45 espirometrias e / ou pessoas excluídas:- 5 não entenderam as instruções- 2 razões médicas- 7 incapazes de fazer o teste- 3 se recusaram a realizar o exame- 20 só teste pré-broncodilatador
93,3% aproveitamento
Prevalência de DPOC na Grande São Paulo
0
10
20
30
40
50
Relação fixa ERS GOLD
Prev
alên
cia
de D
POC
(IC
95%
)
VEF1/CVF < 0,70
15,8%( 13,5- 18,10)
14,3%( 12,0- 16,4)
6,0%( 4,5 - 7,5)
%Mernezes A et al Lancet 2005
Menezes A et al. Cad Saude Pub Rio Jan 2005
Prevalência de DPOC no Brasil
Menezes et al Cad Saude Pub Rio Jan, 2005
Por espirometria pós-broncodilatador Projeto PLATINO (ALAT)
- Acima de 40 anosVEF1 / CVF < 0,70 : 15,8 %
8.052.709 pessoas - VEF1 / CVF < 0,70 e VEF1 < 80 % : 6 % 3.057.991 pessoas IBGE (2006) estimativa da população brasileira :
187.376.900 pessoas maiores de 40 anos : 50.966.517 (27,2%)
Proporção de portadores de DPOC sem diagnóstico médico prévio
87,5%
12,5% Diagnóstico prévio debronquite crônica e/ouenfisema e/ou DPOCNunca receberamdiagnóstico
Estudo PLATINO (Amostra total = 918 pessoas)
Portadores de DPOC = 144 pessoas (15,8%)• Espanha: 78,2%• Suécia:
• 50% nos graves• 81% nos leves e moderados
Nascimento O et al
VEF1/CVF < 0,70 GOLD
Tabagismo
em curso 21,9% 8,4%
ex-tabagista 15,5% 7,0%
não tabagista 12,5% 3,9%
Total 918 918
Prevalência de DPOC Relação com tabagismo
Menezes et al Cad Saude Pub Rio Jan, 2005
Prevalência de DPOC Distribuição da amostra
VEF1/CVF < 0,7 GOLD
Sexo
Homens 18 % 6,8%
Mulheres 14% 5,4%
Idade ( anos)
40-49 8,4% 2,9%
50-59 16,2% 6,8%
60-94 25,7% 9,6%
Total 918 918Menezes et al Cad Saude Pub Rio Jan, 2005
São Paulo Santiago México Montevidéu Caracas
% % % % %
40–49 8,4 7,1 2,2 5,1 5,4
50–59 16,2 13,0 4,5 12,7 9,8
> 60 25,7 30,3 18,4 32,1 23,4
Prevalência de DPOC por faixa etária
América Latina - Projeto Platino 2003
Menezes et al, Lancet 2005
São Paulo Santiago México Montevidéu Caracas
% % % % %
Estádio I 10·1 11·0 5·2 12·5 6·4
Estádio II 4·6 4·9 1·9 6·4 4·9 Estádio III 0·9 0·7 0·5 0·6 0·7 Estádio IV 0·2 0·3 0·2 0·1 0·1
Prevalência de DPOC por gravidade
América Latina - Projeto Platino 2003
Menezes et al, Lancet 2005
Estadiamento N (%)
Estádio I (Leve) 90 (62,5)
Estádio II (Moderado) 43 (29,9)
Estádio III (Grave) 9 (6,2)
Estádio IV (Muito grave) 2 (1,4)7,6%
Prevalência de DPOC Estadiamento - GOLD
92,4%
Co-morbidades na DPOC
Cardiovascular Diabetes tipo II Ansiedade / depressão Hipercoaguabilidade, anemia GERD Doenças endocrinológicas Fraqueza muscular progressiva Densidade mineral óssea reduzida
Prevalência de doenças por faixa etária em pacientes com DPOC
São Paulo - Projeto Platino 2003
40 a 49 50 a 59 60 a 69 > 70n = 31 n = 49 n = 36 n = 28
% % % %
Asma ou alergia 16,1 20,4 13,9 25,0 Doença do coração 8,3 14,3Hipertensão arterial sistêmica 38,7 34,7 50,0 50,0Diabetes 10,2 11,1Câncer no pulmão 0,0 4,1 7,1Acidente vascular encefálico 0,0 5,6 3,6Gastrite ou úlceraObesidade, IMC >25 54,8 61,2 35,7
IMC: índice de massa corpórea
16,1
16,1
6,1
21,40,0
0,019,4 32,7 50,0 32,1
61,1
Carvalho, AK et al
Prevalência de doenças por faixa etária em pacientes com DPOC
São Paulo - Projeto Platino 2003
40 a 49 50 a 59 60 a 69 > 70n = 31 n = 49 n = 36 n = 28
% % % %
Asma ou alergia 16,1 20,4 13,9 25,0 Doença do coração 8,3 14,3Hipertensão arterial sistêmica 38,7 34,7 50,0 50,0Diabetes 10,2 11,1Câncer no pulmão 0,0 4,1 7,1Acidente vascular encefálico 0,0 5,6 3,6Gastrite ou úlceraObesidade, IMC >25 54,8 61,2 35,7
IMC: índice de massa corpórea
16,1
16,1
6,1
21,40,0
0,019,4 32,7 50,0 32,1
61,1
Carvalho, AK et al
Prevalência de doenças por faixa etária em pacientes com DPOC
São Paulo - Projeto Platino 2003
40 a 49 50 a 59 60 a 69 > 70n = 31 n = 49 n = 36 n = 28
% % % %
Asma ou alergia 16,1 20,4 13,9 25,0 Doença do coração 8,3 14,3Hipertensão arterial sistêmica 38,7 34,7 50,0 50,0Diabetes 10,2 11,1Câncer no pulmão 0,0 4,1 7,1Acidente vascular encefálico 0,0 5,6 3,6Gastrite ou úlceraObesidade, IMC >25 54,8 61,2 35,7
IMC: índice de massa corpórea
16,1
16,1
6,1
21,40,0
0,019,4 32,7 50,0 32,1
61,1
Carvalho, AK et al
Prevalência de comorbidade por gravidade em pacientes com DPOC
São Paulo – Projeto Platino 2003
Leve Moderado Grave e muito grave
Comorbidades n = 90 n = 43 n = 11% % %
Asma ou alergia 12,2 14,0 18,2Doença do coração 15,6 11,6 27,3Hipertensão arterial sistêmica 43,3 27,9 63,6Diabetes 11,6 9,1Câncer no pulmão 1,1 0,0 0,0Acidente vascular encefálico 4,4 4,7 0,0Gastrite ou úlcera 30,0 44,1 27,3Obesidade, IMC > 25Kg/m 60,7 64,3 81,8
13,3
Carvalho, AK et al
Prevalência de comorbidade por gravidade em pacientes com DPOC
São Paulo – Projeto Platino 2003
Leve Moderado Grave e muito grave
Comorbidades n = 90 n = 43 n = 11% % %
Asma ou alergia 12,2 14,0 18,2Doença do coração 15,6 11,6 27,3Hipertensão arterial sistêmica 43,3 27,9 63,6Diabetes 11,6 9,1Câncer no pulmão 1,1 0,0 0,0Acidente vascular encefálico 4,4 4,7 0,0Gastrite ou úlcera 30,0 44,1 27,3Obesidade, IMC > 25Kg/m 60,7 64,3 81,8
13,3
Carvalho, AK et al
Prevalência de comorbidade por gravidade em pacientes com DPOC
São Paulo – Projeto Platino 2003
Leve Moderado Grave e muito grave
Comorbidades n = 90 n = 43 n = 11% % %
Asma ou alergia 12,2 14,0 18,2Doença do coração 15,6 11,6 27,3Hipertensão arterial sistêmica 43,3 27,9 63,6Diabetes 11,6 9,1Câncer no pulmão 1,1 0,0 0,0Acidente vascular encefálico 4,4 4,7 0,0Gastrite ou úlcera 30,0 44,1 27,3Obesidade, IMC > 25Kg/m 60,7 64,3 81,8
13,3
Carvalho, AK et al
A espirometria é necessária parao diagnóstico
• Para o diagnóstico e a avaliação da DPOC, a espirometria é o padrão ouro
• A presença em exame pós-broncodilatador deVEF1/CVF < 0,7 e VEF1 < 80% do previsto confirma a presença de limitação do fluxo aéreo que não é completamente reversível
GOLD 2006SBPT 2004
Realização de espirometria de acordo com critérios do Projeto GOLD Brasil
Estudo PLATINO – São Paulo
Indivíduos com indicação = 252 (27,5%)
Critérios do Projeto GOLD:• Maior de 40 anos ?• Tem tosse crônica ?• Tem expectoração ?• Falta de ar ?• Tabagista ou ex-tabagista ?
Fizeram espirometriaantesNunca fizeramespirometria
88,1%11,9 %
Nascimento O et al
Por que a DPOC é subdiagnosticada?
• Tosse e catarro são freqüentemente considerados normais em fumantes
• Os sintomas da DPOC costumam ser confundidos com o envelhecimento (menor condicionamento físico, ganho de peso)
• O nome DPOC é pouco reconhecido
Nascimento O et al
Sem diagnóstico
prévio
Com diagnóstico
préviop
Tosse crônica 9,5% 44,4% < 0,001
Dispnéia 34,9% 72,2% 0,002
Chiado 34,9% 77,8% 0,001
Qualquer sintoma 54,8% 88,9% 0,006
Razões para o subdiagnóstico da doença São Paulo
Nascimento O et al
• Tabela de valores espirométricos para AL
• Estado nutricional na AL
• Associação de obstrução e tuberculose
• Estabilidade dos espirometros utilizados
• Utilização de VEF1/VEF6 como diagnóstico
• Valor do broncodilatador para o diagnóstico
• Subdiagnóstico de DPOC na AL
• Baixo tratamento do paciente com DPOc
Custo-Efetivo = 15 artigos publicados ou aceitos
• Existe subdiagnóstico de DPOC : 87,5 % dos
indivíduos não tinham diagnóstico prévio.
• A espirometria , que é o instrumento diagnóstico
da DPOC, está muito pouco difundida.
• A prevalência de DPOC em São Paulo pode
variar de 6% a 15,8%, a depender do valor de
referência utilizado.
Conclusões
• O subdiagnóstico de DPOC é altamente
relacionado ao desconhecimento da doença
pela população e parte dos médicos.
Políticas de Saúde Pública só podem ser
implementadas com dados objetivos
• A maior porcentagem os pacientes encontram-
se nos estádios leve e moderado, ainda em fase
produtiva.
Conclusões
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