Download - O Fenomeno UFO - Johannes Von Buttlar

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  • Johannes von Buttlar

    O FENMENO

    UFO

    Ttulo do original: "Das UFO-Phnomen"

    Copyright 1978 by C, Bertelsmann Verlag GmbH, Munique

    Traduo: Trude von Laschan Solstein Arneitz

    CRCULO DO LIVRO S.A. Caixa postal 7413 So Paulo, BrasilEdio integral

    Licena editorial para o Crculo do Livro por cortesia da Cia. Melhoramentos de So Paulo, Indstrias de Papel

    ndice

  • guisa de esclarecimento...........................................................................................4Antecedentes................................................................................................................5Contato mortal...........................................................................................................13Manobra de despistamento........................................................................................23As audacssimas mquinas de voar............................................................................33Brincando de esconde-esconde..................................................................................42"Gru-fo".....................................................................................................................47A ordem de captura....................................................................................................52A rede.........................................................................................................................67O contato fantstico, vivido por Antnio Villas Boas...............................................77Absolutamente autntico...........................................................................................95A fase de transio.....................................................................................................99Haveria vida inteligente na Terra?...........................................................................110Ceta Reticuli 1..........................................................................................................117Manipulao............................................................................................................124Interrogatrio...........................................................................................................138Anexo: Tomada de posio no mais alto nvel........................................................149Agradecimentos.......................................................................................................164

    "H um princpio que servede barreira contra todae qualquer informao, de provacontra todo argumentoe que jamais pode falhar, a fimde manter o homem

  • em permanente estadode ignorncia. Este princpiocondena, antes de pesquisar."

    Herbert Spencer

    guisa de esclarecimento

    Somente aps vencer pesados escrpulos e depois de srias e profundasreflexes que resolvi redigir este relato sobre os motivos que se ocultampor trs do mundialmente conhecido fenmeno dos objetos voadores noidentificados.

    evidente que estou perfeitamente cnscio de que este assuntoproporciona material explosivo para ataques e polmicas inimaginveis,visto que ele desatrela as mais discrepantes emoes. Alis, no h outrotema que suscite tantos preconceitos, suposies, dvidas, afirmaes,deturpaes e at intrigas como este dos OVNIS l.

    1 Objetos Voadores No Identificados. (N. da T.)

    No caso em foco, no h nenhum compromisso, mas apenas duasatitudes extremas a serem tomadas a do pr e a do contra.

    Existem inmeros relatos oriundos de todas as partes do globo terrestreque falam de confrontaes com objetos voadores desconhecidos. Segundouma pesquisa, por exemplo, s na Amrica nada menos que 15 milhes depessoas inclusive o prprio Presidente Jimmy Carter afirmam ter vistoos ditos OVNIS. Independentemente da maneira como o queiramos encarar,semelhante fenmeno merece ateno. E, visto que todo escritor deveria seconscientizar de que a sua misso consiste em buscar a verdade, achei porbem aceitar o desafio.

    Efetivamente, neste domnio a procura da verdade est juncada de riscose perigos e no deixa de ser uma prova de coragem e denodo, que j fez suasvtimas.

    Por sua vez, a leitura deste livro exige coragem no sentido de se criaremdisposies para um reposicionamento de nossos preconceitos.

    Antecedentes

    Na estrada que leva a Coral Gables uma pequena cidade do interior,

  • na Flrida, Estados Unidos , o carro-patrulha da polcia do condado deDade passou pela segunda vez por um veculo que ali se achava parado, demaneira descuidada.

    "Aqui tem algum problema; pare o carro!", falou o policial, desconfiado,ao seu colega ao volante.

    Quando, s 18:30 horas do dia 20 de abril de 1959, os policiais abriram aporta daquele carro, depararam com o corpo inerte e todo encolhido de umhomem. Logo constataram a causa da morte: inalao de gases quepenetraram no interior do automvel, atravs de uma mangueira ligada aocano de escapamento. Conseqentemente, as investigaes policiaisconcluram que a morte se deveu ao suicdio por ingesto de monxido decarbono. O morto foi facilmente identificado atravs dos documentos comele encontrados: "Dr. Morris K. Jessup", leu um dos policiais, "nascido a 2de maro de 1900, no Estado de Indiana".

    "Jessup? Voc disse Jessup?", exclamou o seu colega, perplexo. "Serque o Prof. Jessup? Estou pensando naquele Jessup que deu o que falar, porcausa dos OVNIS. Mas por que justamente ele teria cometido suicdio?"

    No decorrer dos anos, essa pergunta foi repetida com muita freqncia edeu ensejo s mais ridculas conjeturas e especulaes; isso porque, se osuicdio de Jessup j constitua em si um enigma, esse acontecimento erarealmente de estontear, pelos fatos que o antecederam, que se revelavamainda mais incompreensveis.

    Por que o Dr. Jessup teria procurado a morte, ele que era um astrofsicodiplomado e altamente qualificado?

    Alm de catedrtico nas universidades de Michigan e Drake, ondelecionou astronomia e matemtica, fora tambm responsvel pela instalaoe funcionamento do telescpio refrator, na frica do Sul, o maior e maispotente existente no hemisfrio meridional. Alm disso, Jessup descobriunumerosas estrelas fixas, que, entrementes, foram classificadas pelaSociedade Real de Astronomia, de Londres. Os conhecimentos dessecientista eram to vastos que at o Departamento de Agricultura dos EstadosUnidos deles se valeu, incumbindo-o da pesquisa de reservas potenciais deseringueiras na Amaznia.

    No entanto, ao avistar um disco pulsante, uma luz que haviarepentinamente surgido no cu, a vida de Jessup mudou radicalmente. Hojeem dia, j no mais possvel precisar se tal acontecimento ocorreu nafrica do Sul ou na regio amaznica. Em todo caso, essa vivncia foidecisiva para toda a sua vida, como o prprio Jessup confidenciou a umamigo, e at o levou a uma morte misteriosa, de acordo com a opinio decertas pessoas.

  • medida em que crescia em todo o mundo o nmero de relatos deaparecimento de objetos voadores no identificados, Jessup mergulhou maisprofundamente na problemtica desse desconcertante fenmeno. Dedicou-sesistematicamente aos relatos dos OVNIS, que registrou, analisou e elaborou,em sua qualidade de cientista. No tardou e ele teve a certeza de que umaporcentagem relativamente elevada desses relatos no poderia ser explicadacomo simples equvocos, embustes, logros, fantasmagorias, ou coisasquejandas. Em sua opinio, os OVNIS eram exatamente aquilo que o prprionome diz: Objetos Voadores No Identificados. E foi como logo seapresentaram a Jessup.

    No vero de 1947, o conceito Objetos Voadores No Identificados, almde inaugurar uma nova era para a humanidade estupefata, forneceu ainda umassunto explosivo para debates acalorados, que seriam travados nas dcadasseguintes.

    Estranhamente, essa nova era se iniciou com o aparecimento poucoespetacular de um OVNI e nem se sabe muito bem por que esseacontecimento levantou tanta celeuma e mereceu tamanha ateno. Talveztudo aquilo se devesse ao sugestivo nome OBJETO VOADOR NOIDENTIFICADO, que na ocasio foi lanado e que os jornalistas do mundointeiro exploraram sobejamente, pois esse nome oferecia uma definio quecorrespondia exatamente s observaes que haviam sido feitas. Finalmente,os surpreendentes e assombrosos acontecimentos chegaram a seridentificados: os OVNIS so, de fato, objetos voadores no identificados!Chamavam o fenmeno de "pires voador". Como o pires normalmente novoa sozinho, os reprteres nada arriscaram ao comentar com ironia aapario de tais objetos voadores, bastante esquisitos. Em todo caso, a siglaOVNI tornou-se a definio mais popular do aparecimento de objetosvoadores no identificados no mundo inteiro.

    Em 24 de junho de 1947, Kenneth Arnold, o autor dessa definio, falouaos reprteres:

    "Teria sido uma deslealdade para com a minha ptria, se eu tivessedeixado de anunciar esse acontecimento".

    Arnold, presidente de uma firma de extintores de incndio, em Boise,Idaho, pilotou seu prprio avio e, na tarde daquele dia 14 de junho, s 14horas, decolou do aeroporto de Chehalis, em Washington, D.C., rumando emdireo a Yakima, Washington.

    De acordo com o relato da comisso de inqurito da Fora Area, o vode Arnold atrasou uma hora, por ter participado nas buscas de um avio de

  • carga da Marinha, que deveria ter cado de uns 3 000 metros de altitude, nasimediaes ou a sudoeste do monte Rainier; aproximadamente na altura doplanalto sobre o qual se eleva o monte Rainier. Aps cerca de uma hora debuscas inteis, Arnold retomou a sua rota original, dirigindo-se para Yakima.

    "Naquele dia, as condies atmosfricas eram to boas, que o vo setornou um verdadeiro prazer", relatou Arnold. Assim, ele ajeitou seuaparelho e, bastante descontrado, refestelou-se no assento, para observar ocu e apreciar a paisagem que se descortinava l embaixo. sua esquerda,havia um DC-4 voando a cerca de 4 500 metros de altitude.

    Dois ou trs minutos depois de Arnold ter retomado sua rota original, oavio refletiu um deslumbrante raio de luz cuja fonte ele no conseguiuidentificar. Da mesma forma, ao norte do monte Rainier, ele avistou, suaesquerda, uma srie de estranhos objetos voadores, que se dirigiam ao sul,voando a uma altitude de aproximadamente 3 000 metros. Como aquelesobjetos se aproximaram em alta velocidade do monte Rainier, Arnold julgouque fossem avies a jato.

    Em poucos segundos, dois ou trs daqueles objetos voadores sumiram,ou mudaram de rumo, apenas o bastante para serem atingidos pela luz solar;porm, como se achassem bem distantes, Arnold no conseguiu distinguirsuas formas, nem a formao de vo. Todavia, quanto mais perto chegavamdo monte Rainier, mais distintos se tornavam seus contornos. No depoimentoperante a comisso de inqurito, Arnold confirmou que no observounenhuma cauda naqueles objetos voadores. No entanto, achou que seriamavies a jato, de um tipo qualquer. No seu vo, acompanharam mais oumenos a linha do horizonte, com diferenas que oscilavam 300 metros paracima e para baixo. Arnold chegou a essa concluso, baseando-se na altitudedo vo dos objetos estranhos que acompanhavam seu aparelho.

    Nos depoimentos, Arnold frisou que os objetos voaram em formaoquase diagonal, a exemplo de um bando de gansos selvagens, dando aimpresso de estarem ligados entre si; mantiveram-se em determinadadireo, circunvoando os cumes das montanhas. Arnold avaliou em cerca de40 quilmetros a distncia entre seu avio e os estranhos objetos e calculouseu tamanho em aproximadamente dois teros de um DC-4. Ao sobrevoarema serra coberta de neve, Arnold observou como o primeiro OVNI passou pelopico sul, enquanto o ltimo atingiu o pico norte.

    O levantamento topogrfico da serra feito posteriormente acusou seucomprimento como sendo da ordem de cerca de 8 quilmetros; portanto, aformao dos OVNIS teria coberto uma rea de uns 8 quilmetros.

    O monte Rainier est situado a cerca de 80 quilmetros do monteAdams. Arnold cronometrou a durao do vo dos estranhos objetos entre

  • esses dois pontos e obteve 1 minuto e 42 segundos, o que corresponde a umavelocidade de 2 600 quilmetros por hora.

    "Eles voaram pelo ar cristalino como discos arremessados por cima dagua", disse Arnold aos reprteres, naquela tarde do dia 14 de junho. Alis,poucas horas aps seu pouso em Yakima, estes j o bombardeavam comperguntas sobre sua aventura, pois, com o instinto aguado prprio de todobom jornalista, pressentiram que o tipo de mistrio que agora envolvia a vidade Arnold garantiria por muito tempo excelentes manchetes.

    Com quem se teria Arnold encontrado? O que seriam aqueles piresvoadores?

    Ser que se tratava de um novo tipo de avio, mantido em segredo pelaFora Area dos Estados Unidos, com o qual Arnold deparara por acaso? Ouseriam objetos voadores aliengenas, oriundos das profundezas do cosmo?Em todo caso, tratava-se de um fenmeno que devia ser levado a srio, poisArnold no era nenhum idiota, mas, sim, um homem de negcioscompetentssimo e piloto experimentado. Logo, o assunto prometia, e muito,oferecendo timas expectativas para os jornais.

    A julgar pelas manchetes que falavam do acontecimento vivido porArnold, parecia tratar-se de objetos voadores no identificados, de umfenmeno indito, jamais visto. Mas, a rigor, no se tratava disso, porque, aolongo da histria, sempre foram mencionados objetos voadoresdesconhecidos.

    Por exemplo, durante a Segunda Guerra Mundial, foi registrado umfenmeno raro. Vez ou outra, estranhos objetos voadores em forma de discoacompanharam numerosos pilotos durante os vos. Os pilotos dosbombardeiros das foras aliadas chamaram de "foo fighter" (fighter =combatente; foo = fantasma) os objetos que 'Mancavam acima das asas dosseus aparelhos ou os acompanhavam a pouca distncia, frente ou atrs;invariavelmente, demonstravam extraordinria facilidade de manobra evelocidade. At as tripulaes de navios de guerra observaram as evoluesareas desses incrveis foo fighters. Inicialmente, os Aliados acreditaramtratar-se de cargas eltricas; depois, correram rumores dizendo que osalemes ou os japoneses teriam lanado uma nova arma secreta parainterferir na ignio dos bombardeiros inimigos. No entanto, quando os foofighters deixaram de tomar qualquer atitude inamistosa, as tripulaes dasnaves areas acharam que faziam parte da guerra psicolgica do inimigo,que visava enervar os pilotos americanos e ingleses.

    Por ironia do destino, foi somente aps o fim da Segunda GuerraMundial que a opinio pblica americana soube que os pilotos alemes ejaponeses tiveram contatos idnticos e que tambm eles pensaram tratar-se

  • de uma arma secreta do inimigo.Seja como for, os foo fighters foram levados a srio, a ponto de o 8.

    Exrcito americano ordenar a primeira investigao do fenmeno. E tudoresultou numa alucinao coletiva, uma vez que nenhuma potncia militarpossua os requisitos tecnolgicos necessrios para a produo de taisobjetos voadores. Por outro lado, os foo fighters eram inofensivos, o quediminuiu sensivelmente seu interesse nos crculos do Pentgono. Em todocaso, a sua procedncia continua sendo ignorada at hoje.

    Aps a Segunda Guerra Mundial, Charles Odom, ex-piloto de um B-17,descreveu seu contato com foo fighters, no outono inverno europeu de1944-45 , sobre a Alemanha. Em sua descrio, dizia ele:

    "Tinham a aparncia de esferas de cristal e eram do tamanho de umabola de basquete. Foram observados com maior freqncia sobrevoando ascidades de Munique e Viena, bem como outros alvos importantes. Nunca seaproximaram a mais de 100 metros de uma formao de bombardeiros;depois, pareciam ser atrados por nossa formao, como por um m, econtinuavam voando conosco, lado a lado. Aps certo tempo, abandonavama nossa formao, como faria um avio, e desapareciam".

    Quanto mais Jessup se aprofundava em suas pesquisas particulares, tantomais relatos de aparecimentos inesperados chegavam a seu conhecimento,por intermdio de amigos, colegas ou pilotos, que lhe faziam confidencias.

    Estranhamente, at 1947, as observaes desse tipo suscitaram poucasensao; porm, a partir do aparecimento relatado por Arnold, as coisasmudaram: foi como uma bolha que estourasse. De repente, em todo o mundoas pessoas comearam a falar daquilo que viram ou acreditaram ter visto,inclusive de coisas que, absolutamente, jamais tinham avistado.

    No entanto, aquilo que os pilotos da United Air Lines presenciaram a 4de julho de 1947 era manifestamente a pura realidade. Eles decolaram comseus avies comerciais de Boise, Idaho, rumo a Seattle, Washington; oCapito-Aviador Emil J. Smith estava no comando, tendo a seu lado o co-piloto Ralph Stevens. Por mera casualidade, pouco antes de levantar vo,ambos foram entrevistados e solicitados a dar o seu parecer a respeito dosobjetos voadores no identificados. Smith respondeu prontamente que sacreditaria neles depois de v-los com seus prprios olhos.

    Oito minutos mais tarde, o avio da United Air Lines sobrevoavaEmmett, Idaho, e quase atingia sua altitude de vo, cerca de 2 400 metros,quando Smith avistou algo sua frente, que imaginou ser um avio. Apertouento o boto dos faris de aterrizagem para acend-los.

    Posteriormente, Smith falou aos reprteres que, de incio, pensou tratar-se apenas de uma formao de avies pequenos; porm, a seguir, percebeu

  • que no eram avies comuns, mas, sim, objetos voadores, planos, redondos.Como Smith e Stevens queriam ter plena certeza daquele aparecimento,chamaram a aeromoa e, sem dizer o motivo, mandaram-na olhar o cu.Imediatamente, a moa avistou os estranhos objetos voadores. Eram 21:15horas; o cu noturno estava ainda claro e os objetos voavam diante do avioda United Air Lines, destacando-se do cu como silhuetas grandes, cinzentase sinistras. Sua aparncia era "lisa embaixo e spera em cima", como Smithrelatou mais tarde.

    O Comandante Smith comunicou-se com a torre de controle de Ontrio,Oregon, qual deu sua posio e perguntou se no seu itinerrio haveria algode estranho no cu. Como a resposta da torre foi negativa, Smith concluiuque os objetos voadores deveriam se encontrar a uma distncia bem maiorque aquela por ele avaliada. Antes de sumirem do alcance visual dostripulantes do avio comercial, desaparecendo na direo noroeste, osobjetos pareciam fundir-se, tornando-se um s.

    Porm, isso ainda no era tudo. Pois, ao desaparecer o primeiro grupo, esquerda, em frente ao avio da United, surgiu um segundo; os objetosvoavam em fila, com trs bem prximos um do outro e um a pouca distnciados demais. A exemplo da primeira, tambm essa segunda formaodesapareceu de repente, a altssima velocidade.

    Depois de receber 156 relatos oficiais, a Fora Area dos EUA concluiuque os mtodos de pesquisa at ento usados pelo AMC (Air MaterialCommand Comando de Material Areo) nos estudos do problema dosdiscos voadores eram deficientes.

    A 23 de setembro de 1947, o Tenente-General Nathan V. Twining,comandante do AMC, submeteu seu relatrio, estritamente confidencial, aocomandante em exerccio da Fora Area do Exrcito dos EUA, qualificandocomo real o fenmeno dos objetos voadores no identificados e frisando que,quanto a isso, no se tratava nem de fantasmagorias nem de fico. Issoporque tudo indicava que aqueles objetos, que tinham a forma de um disco eo tamanho de um avio, deveriam ser comandados manualmente ou pormecanismo automtico ou ento por controle remoto.

    O relatrio de Twining diz, textualmente:

    1) A pedido do AC/AS-2, submetemos as seguintes concluses,referentes aos assim chamados discos voadores, elaboradas por estecomando... Em reunio realizada com a presena de colaboradores doInstituto de Tecnologia de Vo, do Servio de Inteligncia Area T-2, do

  • chefe da Diviso de Engenharia e Naves Areas, dos laboratrios da UsinaGeradora e de Propulso, da Diviso de Engenharia T-3, chegou-se aosseguintes resultados.

    2) As partes supracitadas so de parecer que:a) O fenmeno em apreo se trata de uma realidade e no de imaginao

    ou fico;b) existem objetos que, com toda a probabilidade, tm a forma de discos

    e cujo tamanho corresponde ao de avies construdos pela mo do homem;c) existe a possibilidade de alguns desses incidentes estarem

    relacionados a fenmenos naturais, como meteoros;d) as caractersticas funcionais descritas, como, por exemplo, a

    extraordinria capacidade de subida vertical, a enorme mobilidade (emespecial, a de rolar), a extrema habilidade na execuo de movimentos quedevem ser definidos como manobras de desvio, no instante da sua detecopor avies amigos ou pelo radar, levam a supor que alguns desses objetosdeveriam ser dirigidos manual ou automaticamente, ou por controle remoto.

    e) A seguir, a descrio dos objetos em apreo, evidentemente vlidapara todos eles:

    1) Superfcie metlica ou refletindo a luz.2) Salvo em poucos casos excepcionais, no existem vestgios

    visveis no local onde os objetos obviamente operaram.3) Sua forma esfrica ou elptica, achatada embaixo e dotada de

    cpula em cima.4) Alguns relatos mencionam vos em formao, de grande

    exatido, dos quais participam de trs a nove objetos,5) Via de regra, os objetos operam em silncio, excetuando-se trs

    casos, nos quais foi registrado um trovejar retumbante.6) Em geral, avalia-se em cerca de 550 quilmetros por hora a

    velocidade do seu vo horizontal.

    3) Recomenda-se a emisso de ordens, pelos quartis-generais doExrcito e das Foras Areas, estabelecendo diretrizes e determinandoprioridades, graus de tratamento confidencial e cdigos para uma pesquisaem profundidade do assunto.

    4) Na expectativa de serem baixadas diretrizes precisas, o AMCcontinuar por enquanto com suas pesquisas, nelas empregando os meios aseu dispor, (assinado)

    N. F. Twining, tenente-general dos Estados Unidos, comandante em

  • exerccioMotivada por esse relatrio, a Fora Area dos EUA organizou o UFO-

    Projet Sign (Projeto Sinal dos OVNIs), sigiloso.

    Contato mortal

    Em resposta ao relatrio estritamente confidencial de Twining, o Major-General L. C. Craigie ordenou a organizao de um projeto da Fora Area,com o objetivo de pesquisar o fenmeno dos objetos voadoresdesconhecidos.

    A base area de Wright Patterson foi encarregada do Projeto Sinal, decarter sigiloso, em grau 2-A, e teve o patrocnio da Diviso de IntelignciaTcnica do AMC.

    O Projeto Sinal, ou Projeto Pires, como tambm era chamado pelos seuscolaboradores, iniciou suas atividades a 22 de janeiro de 1948. Sua primeiratarefa consistia em coletar todos os dados referentes a aparecimentos efenmenos de OVNIS na atmosfera e, dentre o material coletado, selecionaros dados considerados importantes para a segurana nacional dos EstadosUnidos. Em seguida, os dados deviam ser comparados, elaborados e,finalmente, apresentados a determinadas autoridades governamentais. Ameta principal do Projeto Sinal consistia, portanto, em verificar se os OVNISrepresentavam ou no uma ameaa segurana nacional.

    Duas semanas antes de o Projeto Sinal comear a funcionar, registrou-seum aparecimento extraordinrio, que quase provocou um estado de histeriacoletiva. Esse acontecimento foi de tamanha amplitude que durante quaseum ano deu muito trabalho ao Projeto Sinal.

    A 7 de janeiro de 1948, algumas pessoas avistaram sobre Louisville,Kentucky, um objeto prateado em forma de disco, que emitia umaluminosidade avermelhada. Seu dimetro media cerca de 80 a 100 metros;seu vo era dirigido para o sul. Logo aps o aparecimento, a polcia estadualavisou a base area de Fort Knox e seu respectivo aeroporto, Godman Field;quinze minutos mais tarde, o pessoal da torre avistou o OVNI. Depois de tercerteza de no se tratar de um avio nem de um balo meteorolgico, oaparecimento foi comunicado ao oficial de servio, ao oficial encarregado daDefesa e, por fim, ao comandante da base, Coronel Guy F. Hix. Estecomunicou-se com o Capito Mantell, ao qual ordenou a decolagem

  • imediata do seu F-51, em misso de reconhecimento.O Capito-Aviador Thomas Mantell, de 25 anos, era um piloto altamente

    qualificado, veterano da Segunda Guerra Mundial, na qual se distinguiu porbravura e foi condecorado com a ordem da Cruz ao Mrito Aeronutico.Mantell fez parte do primeiro grupo de pilotos que bombardearam alvosalemes em Cherbourg e na costa francesa do Atlntico, quando operavamem misses preparatrias para a invaso britnico-americana.

    Naquela tarde do dia 7 de janeiro, alm de Mantell, decolaram ostenentes Hendricks, Clements e Hammond, em perseguio ao objeto voadordesconhecido. Os instrumentos de radar acompanharam o rastro dos caas,at que, s 15 horas, Mantell comunicou pelo rdio:

    "Nada vejo, por enquanto; estou desviando em direo a Ohio RiverFalls".

    Em seguida, Mantell fez os seguintes comunicados pelo rdio:

    15:02 h Viso boa ainda no vejo nada altitude de vo: 9 500metros continuo subindo.

    15:09 h Altitude de vo: 10 400 metros ainda nada.15:11 h Agora aqui est o objeto em forma de disco enorme,

    grande difcil de calcular talvez 70 metros de tamanho partesuperior com anel e cpula parece rotar com incrvel velocidade em tornode um eixo vertical, central altitude de vo: 10 500 metros. Fim.

    Na torre as atividades fervilhavam. Como que hipnotizados, os tcnicosem radar olhavam seus instrumentos. E l estava o objeto um enormedisco!

    15:12 h Comunicado do piloto no flanco direito: vejo a coisa estoufotografando-a Mantell est no seu encalo, O objeto se encontra a uns150 metros acima do meu aparelho. Procuro me aproximar dele, intercalou opiloto no flanco esquerdo.

    15:14 h Mantell: mais 900 metros estou dobrando a minhavelocidade devo alcanar o objeto a todo custo. Tem aparncia metlica,brilha est mergulhado numa luz amarela, clara muda de cor, torna-severmelho, laranja...

    15:15 h Cheguei a uma distncia de somente 350 metros o objetoacelera procura escapar sobe a um ngulo de quase 45 graus.

    15:16 h Comunicado do piloto direita: Mantell quase conseguiupeg-lo pode ser questo de uns poucos metros o disco est acelerando no posso mais acompanh-lo Mantell desapareceu na camada de

  • nuvens.

    Depois de perderem Mantell de vista, Hammond e Clements desistiramda caa e pediram autorizao para aterrizar; a essa hora, Hendricks j haviavoltado base.

    15:18 h Mantell: o objeto enorme sua velocidade incrvel agora

    Aproximadamente s 16 horas o grupo de buscas e salvamento,imediatamente mobilizado, localizou os destroos do avio sinistrado dentrode um permetro de 1,5 quilmetro. O relgio de Mantell havia parado s15:18 h.

    Naturalmente, a imprensa noticiou esses acontecimentos com manchetessensacionalistas, explorando-os ao mximo. Sem dvida, uma coisa ocomportamento estranho de uma luz surgida no cu noturno, e outra amorte de um piloto experimentado, em condies dramticas, provocadaspor um "disco voador", em plena luz do dia!

    A opinio pblica ficou alvoroada e algumas pessoas, at entoincrdulas, comearam a mostrar-se preocupadas. Afinal de contas, no setratava apenas de um misterioso fato desconhecido, mas de algopotencialmente perigoso. Ser que Mantell teria perseguido uma naveextraterrestre, com tripulao inimiga? Ou seria uma nova arma secreta dosrussos? No ar no pairavam seno perguntas e dvidas.

    Por sua vez, a Fora Area e a equipe de pesquisadores do Projeto Sinaltambm ficaram desorientadas. Pelo menos, essa seria a nica desculpa paraa explicao simplria apresentada imprensa e ao pblico em geral, nointuito de acalmar os nimos. O respectivo comunicado oficial, pattico emsua singeleza, dizia apenas: "Mantell teria perseguido o planeta Vnus epereceu quando dele se aproximou em demasia". Essa teoria foisimplesmente arrasada pelos astrnomos e cientistas, contra-argumentandoque, naquele dia (mormente luz do dia), o cu estava encoberto de nuvens,a ponto de tornar invisvel o planeta Vnus. Ento, era necessrio encontraroutra desculpa menos esfarrapada; explicaram que Mantell havia perseguidoum sky hook, um balo de reconhecimento. Pesquisas posteriores, realizadaspela ATIC (Air Technical Intelligence Center Central de IntelignciaTcnica Area), revelaram a impossibilidade da presena de um balo dereconhecimento na regio, hora do acidente, j que essa central possui arelao completa de todos os bales de reconhecimento soltos no espao. Da

  • mesma forma, naquele dia memorvel, um engenheiro chamado Scott esteveno aeroporto de Godman Field; segundo seu depoimento, a ltima frasepronunciada por Mantell teria sido a seguinte:

    "Meu Deus, como enorme! Tem janelas".Scott afirma ter ouvido novamente a fita magntica, com esse derradeiro

    pronunciamento de Mantell. No entanto, o relatrio oficial suprimiu essedetalhe.

    No de estranhar que o Prof. Jessup tenha se interessado de modoespecial pelo caso Mantell. Todavia, a priori, ele excluiu a possibilidade deesse fenmeno se tratar de um novo tipo secreto de avio. Pois ele sabiamuito bem que no mundo no havia potncia capaz de produzir um objetovoador com as caractersticas observadas nos OVNIS. Para tanto,simplesmente inexistiam as condies tcnicas que permitissem alcanar afacilidade nas manobras, a incrvel acelerao, as guinadas de 90 graus,qualidades essas reveladas pelos OVNIS ... No, aquilo era totalmenteimpossvel, fora de toda e qualquer cogitao! As provas coletadaspermitiam uma nica concluso: os OVNIS so de procedncia extraterrestree operam segundo uma tecnologia superior nossa, em alguns anos-luz.Decerto, Mantell perseguiu uma dessas naves espaciais extraterrestres. Serque se teria aproximado demais dela? Teria invadido o campo magntico dosistema de propulso daquela nave e, por conseguinte, teve seu aviodestroado?

    Como revelaram posteriores relatrios confidenciais, fato interessanteque tambm os peritos do Projeto Sinal cogitaram de tais eventualidades,que investigaram, em sigilo.

    Em sua qualidade de astrnomo, Jessup sabia do elevadssimo grau deprobabilidades da existncia de vida extraterrestre, j que, na atual fase doprogresso cientfico, equivaleria a praticamente uma loucura considerar ahumanidade como sendo a nica forma de vida inteligente no universo.Afinal de contas, o nosso sistema solar no o nico no seu gnero, mas,sim, apenas um entre uma infinidade de sistemas planetrios espalhados nasimensides do cosmo.

    A vida pouco importa sua forma depende de combinaesqumicas complicadas e sujeitas a rpidas mudanas. Porm, isso no tudoainda; tambm as condies de temperatura constituem requisitos prviosessenciais. Isso porque, se, de um lado, o calor excessivo influi nas

  • complexas combinaes qumicas, de outro, o frio extremo pode chegar aenrijec-las. Assim, em ambos os casos, fica excluda a hiptese detransformaes qumicas. A criao de formas superiores de vida depende detrs fatores, que constituem as condies prvias para sua origem eevoluo:

    1) Uma estrela que, por um espao de tempo suficientementeprolongado, fornea a temperatura certa, ou seja, a esfera ecolgica;

    2) um planeta que, no mnimo, tenha a idade de nossa Terra, isto , cercade 5 bilhes de anos, a fim de permitir a origem e a evoluo da vida;

    3) um meio ambiente apropriado, a biosfera, para que a vida sejamantida.

    Segundo as estimativas atuais, somente no mbito do nosso sistemaplanetrio, a Via-Lctea, j existem bilhes de estrelas, com planetas, nosquais deve haver vida. Em todo caso, lcito supor, com segurana, apossvel existncia de vida e inteligncia, pouco importa seu tipo, em todaparte do universo onde houver ambiente apropriado e espao de temposuficientemente longo para tal evoluo. Alis, dentro da Via-Lctea deveriaexistir vida em todas as fases de desenvolvimento; uma vida que, emcomparao com a nossa, se acharia ainda "nos prdromos da criao", bemcomo outra, adiantada em milhes de anos e proporcionalmente superiorquela do planeta Terra. Em escala csmica, a diferena entre 5 000 e 50 000anos de evoluo bem pouco expressiva.

    Mas, alm de visar o seu prprio mundo imediato, a meta final deinteligncias altamente evoludas no seria porventura a de aceitar o desafiooferecido por mundos desconhecidos e explorar o cosmo, para estabelecercontato com inteligncias aliengenas?

    Para Jessup, tais especulaes foram confirmadas pelos aparecimentosdos OVNIS.

    Em 6 de abril de 1948, cientistas observaram um objeto voadordesconhecido, de forma oval, sobre o campo de provas para armasteleguiadas de White Sands. Com base em medies feitas com teodolito,sua velocidade foi calculada em 27 000 quilmetros por hora. Quando, derepente, o OVNI subiu verticalmente, o teodolito acusou sua velocidade desubida na ordem de 40 quilmetros por 10 segundos.

    Em 2 de julho de 1948, oito entre dez pessoas avistaram um OVNI quesobrevoava a localidade de Disma e aterrizou numa colina nas proximidadesde St. Maries, Idaho.

    Na noite daquele mesmo dia, Dannie Kelley, comentarista de rdio,

  • avistou uma formao semelhante de OVNIS que sobrevoavam em altavelocidade sua cidade natal, Augusta. Os objetos pareciam cinzentos evoavam a uma velocidade jamais observada por Kelley em qualquer avioconvencional.

    Mais tarde, soube-se que OVNIS foram avistados simultaneamente emmais outros 33 Estados dos Estados Unidos, inclusive em Knoxville, onde oProf. C. E. Grehm, da Universidade de Knoxville, observou um cilindrocomprido, de aparncia metlica, que voava em alta velocidade.

    Em 24 de julho de 1948, s 2:45 horas da madrugada, um DC-3 daEastern Air Lines se encontrava entre Mobile e Montgomery, Alabama,quando o Comandante Ch. Chiles e seu co-piloto J. Whitted perceberam aomesmo tempo uma luz opaca, vermelha, cerca de 250 metros sua frente.

    "Veja l, a vem um novo tipo de avio a jato projetado pela ForaArea", comentou Chiles, despreocupadamente.

    O objeto voador parecia aproximar-se do DC-3 em leve vo rasante; noltimo instante, desviou com uma repentina guinada para a esquerda, passou direita do DC-3, no mesmo nvel e sentido paralelo direo de vo doaparelho comercial.

    Naquele instante, os pilotos do DC-3 calcularam a distncia do objetoem cerca de 800 metros. Depois de ultrapassar o avio de carreira, o OVNIsubiu em ngulo reto e desapareceu nas nuvens. As enormes ondas depresso geradas por esse contato casual desequilibraram o pacato DC-3,fazendo-o balanar de um lado para outro. Posteriormente, Chiles e Whitteddescreveram o objeto como desprovido de asas, com cerca de 35 metros decomprimento, forma semelhante a um charuto e com o dobro do dimetro deum B-29. Os pilotos no conseguiram distinguir qualquer tipo de sistema depropulso ou asas, mas notaram que na parte dianteira havia um objetosobressalente, semelhante a antenas de radar. Alm disso, Chiles teve aimpresso de ter visto uma cabine com janelas. O objeto voador pareciapossuir possante iluminao interna e, ao passar pelo DC-3, ambos os pilotosperceberam uma luminosidade azul-escura, concentrada no seu "casco" e quese espalhou ao longo de todo o comprimento; na sua esteira deixou um raiolaranja.

    Como se soube mais tarde, outro piloto tambm se encontrava com seuavio naquela mesma hora, no mesmo local; ele relatou ter observado umobjeto brilhante no cu. As pessoas que se encontravam em terra tambmafirmaram ter avistado um objeto no cu, na mesma hora em que o DC-3havia entrado em contato com o OVNI.

    Outro incidente ocorrido dois anos antes, em 1. de agosto de 1946, eraestranhamente semelhante. O Capito-Aviador Jack E. Puckett, ex-piloto de

  • combate na Segunda Guerra Mundial e, desde ento, assistente-chefe daSegurana Area do Comando Areo Ttico, voou precisamente naquele dia,com o co-piloto e um engenheiro de vo, a bordo de um avio de carga C-47, da sua base de Langley para McDill. A 50 quilmetros de Tampa,avistaram um grande OVNI, que a eles se dirigiu em curso de coliso.

    "Cerca de 900 metros nossa frente, desviou bruscamente e cruzou anossa rota de vo", relatou Puckett. "Observamos sua forma alongada,cilndrica, e seu tamanho, que era aproximadamente o dobro de umbombardeiro B-29. Em sua esteira deixou um 'rastro' laranja e desapareceu auma velocidade estimada em 2 500 a 3 200 quilmetros por hora."

    Contudo, para os peritos da Fora Area, o detalhe mais interessantedesse contato foi a descrio do objeto feita pela tripulao do C-47, queinformou ter observado "vigias" no OVNI. Seriam janelas? Isso implicaria aconcluso eventual de o estranho objeto ser tripulado por seres dotados deviso!

    Trs anos mais tarde, em 1. de novembro de 1948, peritos de radar dabase area de Goose Bay, no Labrador, captaram um esquisito objeto voadorque cortava os ares a cerca de 1 000 quilmetros por hora.

    Dois dias aps, operadores de radar da Fora Area japonesaacompanharam durante mais de uma hora as evolues altamente estranhasde dois objetos voadores que pareciam estar travando um combate areo.Nas telas do radar, indicavam ser avies; porm, naquela hora, no havianenhum aparelho convencional voando na regio.

    Trs semanas depois desses acontecimentos, peritos da vigilncia areaalem enfrentaram um problema. Com efeito, na noite de 22 para 23 denovembro, um caa F-80, que sobrevoava Fuerstenfeldbruck, na Baviera, a 9000 metros de altitude, teve contato com um objeto de luzes vermelho-claras, que evolua em crculos. Ao mesmo tempo, em terra, o pessoal deradar deparou com aquele estranho objeto voador. Quando o caa dele seaproximou, o objeto vermelho-brilhante perdeu-se no espao, subindorepentinamente; porm, antes de desaparecer da tela do radar, sua altitude devo pde ser calculada em 13 000 metros.

    "Todos esses acontecimentos geraram confuso", comentou mais tarde oProf. Allen J. Hynek, do Departamento de Astronomia da UniversidadeNorthwestern, astrofsico e conselheiro para assuntos de OVNIS, da ForaArea dos EUA.

    Os relatrios sobre OVNIS, oriundos de todas as partes do mundo, eramassinados, em sua grande maioria, por pessoas responsveis, dignas de toda a

  • confiana, como pilotos encarregados da segurana nas montanhas, policiais,capites de vo e centrais de segurana area militar. Tudo isso dizia respeitoimediato Fora Area americana, responsvel pela defesa area nacional.

    Obviamente, a concluso a que chegaram era de que a segurananacional estava ameaada, com a inveno sinistra de uma potnciaaliengena. O raciocnio militar logo aceitou e assimilou tal explanao, pois,embora tais perspectivas fossem das mais temerrias possveis, ainda eramsuscetveis de controle.

    Por outro lado, as caractersticas observadas nos OVNIS no seenquadravam na conceituao do progresso militar e apenas uma pequenapercentagem dos aparecimentos podia ser atribuda seguramente a objetos ouocorrncias de ordem astronmica.

    Por esse motivo, surgiram posteriormente opinies divergentes nombito do Projeto Sinal. Os debates giraram em torno dos seguintes pontos:tratar-se-ia de uma tecnologia extraterrestre, ou terrestre, mesmodesconhecida? Tratar-se-ia de naves espaciais extraterrestres ou apenas deuma psicose coletiva, uma neurose de ps-guerra?

    Dentro em breve, as explicaes convencionais escassearam. Restaramapenas duas possibilidades: o problema deveria ser apresentado como sendode fundo psicolgico, um subterfgio freqentemente empregado naausncia de explicaes convincentes, ou, de fato, o fenmeno implicariaalgo que ningum estava disposto a admitir.

    Sempre que a mente humana depara com fatos destoantes da suatradicional viso do mundo, no poupa esforos para vencer tal dilema e,para tanto, prefere recorrer s suas emoes, deixando de lado seuraciocnio, que acusaria uma lacuna no seu saber.

    Em 1948, o Projeto Sinal chegou a um beco sem sada; impossibilitadode oferecer qualquer explicao plausvel, recorreu a seus assessorescientficos, no mbito da Fora Area e do establishment cientfico dos EUA.quela altura, tomou-se a deciso expressa de que "no pode ser, o que nodeve ser"!

    Nessa fase, a Fora Area desempenhou um papel chave, pois o mundo,ou seja, as autoridades governamentais de outras naes orientaram-sesegundo as diretrizes por elas promulgadas. Hynek comentou a esse respeito:"Quando indaguei o que aqueles pases estavam fazendo em relao aofenmeno dos OVNIS, freqentemente recebi a seguinte resposta: 'Como osEUA esto tratando do problema com toda a sua potencialidade e por todosos meios a seu dispor, os outros pases, menos privilegiados, poderiam

  • promover o assunto de uma maneira bem menos intensa. Assim, elesaguardam os resultados das pesquisas americanas' ".

    Meses a fio, colaboradores do Projeto Sinal analisaram os dadoscoletados, como pesquisas de opinio realizadas com pilotos de avies,rastros em telas de radar, observaes feitas por cientistas e testemunhas,especificamente treinadas para esse fim.

    De acordo com os resultados da pesquisa, a maioria dos OVNIS apresentaa forma de um disco, possui uma cpula e dimetro dez vezes maior que suaespessura, no centro. Freqentemente, os objetos voam em formao regulare so avistados por testemunhas oculares, bem como na tela do radar.Ademais, h objetos elpticos, em forma de charutos, alguns dos quais so"biplanos", com duas carreiras de janelas, uma acima da outra. Ambos ostipos permitem extrema acelerao, voam a uma velocidade literalmentefantstica e durante o vo evoluem em guinadas de 180 graus.

    Por certo, possuem sistemas de propulso verdadeiramenterevolucionrios e sem comparao superiores a todos os tipos de propulsohoje conhecidos na Terra.

    Por fim, os cientistas e oficiais encarregados da defesa que colaboravamno Projeto Sinal chegaram unanimemente seguinte concluso ultra-secreta:os OVNIS so naves espaciais extraterrestres, que observam a Terra, de cujosmotivos no temos sequer a menor idia. Por conseguinte, foi elaborado umrelatrio pormenorizado, que ser submetido ao chefe do Estado-Maior daFora Area, General Hoyt S. Vandenberg. No seu trecho final, essedocumento ultra-secreto, registrado sob nmero F-TR-2274-IA, diz oseguinte:

    3) Naves espaciais extraterrestres: as especulaes se referem aos pontosabaixo citados:

    a) Caso exista uma civilizao extraterrena, capaz de produzir objetoscomo os mencionados neste relatrio, seria altamente provvel que a suaevoluo supere e em muito a nossa, no seu atual estgio. Esse argumento jfoi consubstanciado por clculos de probabilidade, dispensando hiptesesastronmicas.

    b) Tal civilizao poderia observar a existncia de bombas atmicas naTerra, bem como a nossa atual fase de progresso acelerado, quanto tcnicados foguetes. Em vista do passado histrico do planeta Terra, taisobservaes deveriam ser alarmantes para a civilizao extraterrena emapreo. Por isso, cumpre-nos aguardar mormente agora visitasextraterrestres.

    Pelo fato de as bombas atmicas representarem as aes dos humanos,

  • que podem ser observadas com maior facilidade a grandes distncias, seria ocaso de contarmos com um nexo direto entre: a poca da exploso debombas atmicas, a poca do aparecimento dos OVNIS e o tempo necessriopara tais naves espaciais viajarem de seus planetas ao nosso e retornarem sua terra natal.

    Esse relatrio, dirigido ao General Vandenberg, fez at a recomendaosegundo a qual a Fora Area deveria treinar pessoal especializado ecompetente para equacionar o fenmeno dos OVNIS. Ao mesmo tempo,recomendou-se a adoo de novas tcnicas de processamento, nos campos dafotografia e do radar, a fim de se obterem exatas medies dos objetosavistados.

    Dessa forma, o "gato saiu do saco", considerando-se o carter ultra-secreto, em grau 1-A, do assunto. No mbito do Projeto Sinal no havia maissequer a menor dvida de que, com muita probabilidade, os OVNIS eramnaves espaciais extraterrestres, em misso de reconhecimento do planetaTerra, o qual observaram e estudaram profundamente.

    Ser que a opinio pblica deveria ser informada dessa concluso ultra-secreta? Os colaboradores do Projeto Sinal eram de opinio que talinformao deveria ser divulgada e tentaram convencer o GeneralVandenberg das vantagens de uma tal divulgao imediata, ao invs deesperar at acontecer algo de irreparvel. No entanto, o general, chefe doestado-maior da Fora Area americana, aps a leitura do relatrio, emitiuuma ordem contundente de "queim-lo".

    Assim, evitou-se que a verdade chegasse luz do dia. Todavia, para essasua deciso, o general foi motivado pelas seguintes reflexes: no se poderiacogitar de inquietar o pblico em geral com urna concluso de tamanhagravidade, pois isso seria totalmente inaceitvel. Alm do mais, a afirmaoem foco carece de toda e qualquer prova fsica. Afora isso, de que maneira aopinio pblica deveria ser levada a compreender que nada teria a recear dosOVNIS, OS quais seriam inofensivos e deixariam de empreender aesinamistosas, quando nem os prprios peritos tinham certeza disso? Adivulgao de tal matria 'provocaria pnico. Portanto, o relatrio foiconsumido pelas chamas com exceo de uma cpia "esquecida" poralgum.

    Manobra de despistamento

    Logo aps a entrega e destruio do relatrio do Projeto Sinal, o Dr.

  • James E. Lipp, do Departamento de Armas Teleguiadas da RandCorporation, em Santa Monica, Califrnia, submeteu seu parecer aoGeneral-Brigadeiro Putt, na poca diretor do Departamento de Pesquisa eDesenvolvimento da Fora Area. Esse parecer tratou dos OVNIS navesespaciais extraterrestres.

    Nesse relatrio, datado de 13 de dezembro de 1948, Lipp afirmou quetais objetos voadores no poderiam proceder de um planeta do nosso sistemasolar, visto que somente a Terra portadora de vida inteligente. Se,efetivamente, fossem algo real, deveriam proceder de um outro sistemaplanetrio. No entanto, mesmo supondo que a civilizao de um outrosistema planetrio reunisse condies para praticar o vo espacial, asdistncias seriam demasiadamente grandes, para permitir a concretizao detal viagem. No obstante, Lipp no excluiu a possibilidade de visitasextraterrenas, embora as reputasse muito pouco provveis.

    E Lipp continuou argumentando:"Se eles viessem para c, ento deveriam procurar estabelecer contato

    conosco".Alis, seu pronunciamento realmente incompreensvel no trecho em

    que afirma que os objetos voadores avistados no correspondem a navesespaciais, pois, justamente no seu parecer, faz ele a seguinte afirmao, quecorresponde paradoxalmente s caractersticas observadas nos OVNIS:

    "Por conseguinte, h duas possibilidades: 1) Poderia ter surgido umnmero de naves espaciais, formando um grupo. Isso aconteceria to-somente no caso de se procurar estabelecer contato formal. 2) Inmerosobjetos voadores poderiam ter descido de uma nave me, girando em tornoda Terra (a exemplo de um satlite), em rbita prxima da terrestre. Paratanto, pressupe-se a existncia de pequenos aparelhos voadores,semelhantes a foguetes, que operassem como satlites. Alm disso, a naveme deveria ser verdadeiramente enorme, para carregar todos aquelesobjetos".

    O relatrio do Projeto Sinal provocou uma mudana radical na atitude daFora Area com respeito aos OVNIS. E, de uma maneira bastantesignificativa, com essa nova orientao surgiu tambm um novo cdigo,"Grudge" ("Rancor"), para o projeto sigiloso, visando aos OVNIS.

    De um dia para outro, os OVNIS passaram a ser declarados como "purabobagem". Os analistas do Projeto Rancor receberam ordens expressas de, apriori, considerar todos os aparecimentos de OVNIS como embuste,alucinao, equvoco. Algum tempo depois, o Capito Edward Ruppelt,oficial do servio secreto encarregado do Projeto Rancor, comentou arespeito:

  • "... Para toda e qualquer pesquisa sria dos discos voadores, o climatornou-se progressivamente mais adverso. Essa mudana drstica na atitudeoficial foi inexplicvel e incompreensvel para muita gente familiarizadacom os procedimentos, no mbito do Projeto Sinal... De uma hora para outra,tudo ficou subordinado tese segundo a qual os OVNIS no podem... existir,Apesar disso, continuamos a receber relatos de aparecimentos de OVNIS cerca de dez por ms , os quais no foram confirmados nem pesquisados,mas, sim, em sua maioria, simplesmente arquivados".

    A esse respeito, o Prof. A. Hynek escreveu no seu livro The UFOexperience ("A experincia com os OVNIS"): "A mudana de orientao, quedeu origem ao Projeto Rancor, era nada mais nada menos do que o sinal parao encerramento definitivo do problema dos OVNIS. Em certos casos, astomadas de posio oficiais eram apenas vagamente relacionadas com osfatos reais".

    Embora essa nova poltica em relao aos OVNIS fosse incompreensvelpara muita gente que lidava com o assunto, ela no deixou de ter as suasrazes, e muito boas, que no entanto eram conhecidas to-somente de umpequeno grupo, dos mais altos escales do governo e do servio secreto. Nosescales inferiores reinaram a incerteza e a confuso, o que, por sua vez,explica os pronunciamentos contraditrios dos rancorosos colaboradores doProjeto Rancor. Apesar do fato de a equipe do Projeto Rancor praticamenteno ter percebido como estava sendo manobrada de cima, o Capito Ruppeltsentiu que algo estava errado.

    Neste caso, "de cima" queria dizer a CIA. No entanto, embora isso possasugerir manobras escusas, a CIA teve alguns motivos bastante vlidos parademonstrar interesse no fenmeno dos OVNIS e tratar deles. A fim de elucidaressa trama, urdida pelo prprio destino, preciso conhecer inclusive seupano de fundo.

    Como se j no bastasse o problema dos OVNIS ilustrado pela revelaode Arnold, para colocar em evidncia o ano de 1947, ele adquiriunotoriedade ainda bem mais expressiva por outros motivos e bem menosostensivos.

    Naquele ano de 1947 foi organizada a CIA.Terminada a Segunda Guerra Mundial, o Presidente Harry Truman

    dissolveu o Escritrio de Servios Estratgicos (Office of Strategic Services OSS), alegando que, em tempos de paz, dispensam-se manipulaespolticas, bem como tticas blicas, com relao a operaes paramilitaresou psicolgicas. Mas, apesar disso, Truman sentiu a necessidade de criaruma instituio cujas tarefas consistissem em coletar, analisar e coordenarinformaes, mormente de carter sigiloso. Assim, em 1947 o presidente

  • americano submeteu ao Congresso o Ato de Segurana Nacional, cujaaceitao implicou a organizao da Agncia Central de Inteligncia CIA.Naquele ambiente de guerra fria, carregado de tenses, os peritos em serviosecreto lograram convencer o Congresso da necessidade de se organizar umatal agncia especializada e, com a aceitao do Ato de Segurana Nacionalpelo Congresso, a CIA recebeu privilgios especiais. Ela ficou isenta dasmedidas de controle, normalmente exercidas pelo Congresso, e, em 1949, oAto da Inteligncia Central acabou ampliando ainda mais esses privilgios.Todavia, as conseqncias mais graves resultaram de um artigo da lei de1947 que conferia CIA "plenos poderes para o exerccio de outras funes etarefas no imediatamente relacionadas com as de carter informativo".

    Essa formulao sucinta e inofensiva do Congresso permitiu CIAconstituir, no decorrer dos anos, a sua prpria carta constitucional secreta,que, de um lado, estava em pleno acordo com as disposies do Ato deSegurana Nacional, regulamentado pelo presidente americano, ao passoque, de outro, contrariava quase literalmente o sentido inequvoco da lei quecriara a CIA. Respaldando-se em algumas palavras "insignificantes" doCongresso, a CIA achou-se no direito de imiscuir-se em assuntos sigilosos,que nada tinham a ver com suas tarefas fundamentais. E assim a CIA setransformou na organizao que tinha o maior poder no mundo ocidental.

    Em meio atmosfera densa da guerra fria, multiplicaram-se osaparecimentos dos OVNIS. Ser que o Ocidente estava sendo ameaado poruma nova arma secreta russa? No seria, talvez, uma arma desenvolvida porcientistas alemes, capturados no fim da Segunda Guerra Mundial pelossoviticos? Durante algum tempo, essas especulaes estiveram bastante emvoga e foram at aceitas pela CIA. Naquela poca, a CIA baixou uma ordem,de carter sigiloso, a qual ultrapassou o grau de ultra-secreto, no sentido dese pesquisar a procedncia dos OVNIS. Como, nos Estados Unidos, osservios secretos militares esto subordinados CIA, foi ela quem recebeuautomaticamente todos os dados, anlises de projetos e relatrios pertinentes.Quando chegou concluso de que os OVNIS no eram uma inveno russa,nem de qualquer outra nao, a confuso criada por aqueles inexplicveisobjetos voadores foi to grande, tanto na URSS como no mundo ocidental,que a CIA resolveu reestudar a situao.

    O relatrio final do Projeto Sinal que definiu os OVNIS como navesespaciais extraterrestres colocou a CIA diante de um fato novo, indito.Quantas possibilidades inesperadas poderiam surgir dali!

    Conquanto se tratasse sobretudo dos interesses da CIA, era lcito suporque, com um pouco de sorte, fosse bastante possvel apoderar-se, de um sgolpe, de uma tecnologia absolutamente nova, de noes cientficas

  • revolucionrias. Para os EUA tal aquisio teria sido de valor incalculvel.Por outro lado, no podia ser excluda a probabilidade de os soviticos j

    terem capturado uma daquelas naves espaciais extraterrestres, o querepresentaria um golpe duro para os americanos. Logo, para a CIA constituauma necessidade premente e indiscutvel ela chegar primeiro, adiantando-seaos seus concorrentes. Naturalmente, essa mesma necessidade prevaleceutambm na URSS, e, assim, iniciou-se a batalha para capturar um OVNI etraz-lo para o solo terrestre.

    Naturalmente, o grande pblico devia ignorar esse fato, pois, afinal decontas, no se tratava apenas de "capturar" um OVNI; alm disso, era precisodespistar a URSS. Para isso, a CIA elaborou um mtodo de usar o serviosecreto russo para semear confuso na URSS, e, simultaneamente, por todosos meios, procurar inteirar-se da tecnologia e dos sistemas daqueles OVNIS,visando a ganhar a corrida no espao. Como os meios de comunicao demassa e a opinio pblica constituam fatores contrrios aos empenhos daCIA (bem como da KGB sovitica, como se soube mais tarde) em manter oassunto em estrito sigilo, ela resolveu ridicularizar ou ironizar o fenmenodos OVNIS.

    Anos mais tarde, o Almirante R. H. Hillenkoetter, na poca diretor daCIA, confirmou que o grande pblico sempre foi desinformado a respeito dosobjetos voadores desconhecidos.

    Assim explica-se tambm a "tcnica de despistar" adotada pelo ProjetoRancor. Contudo, isso era apenas o comeo.

    No incio dos anos 50, soviticos, americanos, canadenses e outros povosdesistiram da perseguio intil aos OVNIS e, em 1955, peritos e dirigentesdos servios secretos dos EUA, da URSS, Frana e Inglaterra reuniram-seem Genebra, resolveram unanimemente adotar uma poltica de estrito sigilodiante da opinio pblica mundial com relao ao problema dos OVNIS .

    J nos tempos do Projeto Rancor, quando comearam a circular asprimeiras histrias fantsticas a respeito de contatos com tripulantes deobjetos voadores desconhecidos, tanto a CIA como a Fora Area dos EUA semostravam altamente favorveis divulgao desses "fatos", poisdificilmente haveria uma maneira mais apropriada de desacreditar ofenmeno dos OVNIS perante a opinio pblica.

    Em 1950, a Aerojet General Corporation incumbiu o engenheiro DanielW. Fry da instalao de instrumentos nos sistemas de comando de armasteleguiadas, no campo de provas para foguetes de White Sands, perto de LasCruces, Novo Mxico. Posteriormente, Fry colaborou destacadamente no

  • desenvolvimento do sistema de comando do foguete portador Atlas eassessorou temporariamente o Instituto de Tecnologia da Califrnia. Emvista dessas suas atividades, seria o caso de supor que Fry era um realista eno um sonhador. Mas teria ele sido mesmo um realista?

    Segundo o depoimento prestado por Fry, deu-se o seguinte contatosinistro:

    A 4 de julho de 1950, Fry fez o seu costumeiro passeio vespertino edirigiu-se para o antigo campo de provas estticas da V-2. O trajeto at ocentro do campo de provas era de aproximadamente 2,5 quilmetros, e, aopercorr-lo, Fry olhou distraidamente para o cu, quando reparou quealgumas estrelas estavam encobertas por um objeto. Observando aqueleobjeto mais detidamente, Fry percebeu que era de forma oval e que descialentamente para o solo, onde chegou a pousar, cerca de 20 metros suafrente. No se ouviu nenhum barulho, alm do rudo de galhos quebrando.

    Fry correu em volta do objeto, cuja altura calculou em cerca de 8 metros,com um dimetro de aproximadamente 9 metros. Nele no notou nenhumafenda ou abertura; se fosse tripulado, os tripulantes s poderiam sair pelaface superior ou inferior do estranho objeto. Fry aproximou-se e tocou nasuperfcie metlica, aparentemente polida e de um fraco brilho violeta, quaseimperceptvel. A superfcie era incrivelmente lisa e um pouco mais quente doque o ar. Em seguida, Fry bateu nela e sentiu um formigamento na mo e nosdedos. No mesmo instante, ouviu-se uma voz que parecia vir do infinito:

    "Meu caro, acho melhor voc no tocar na capa externa, pois ela aindaest quente".

    Fry levou tamanho susto que recuou e acabou tropeando, caindo nocho. Posteriormente, ele disse que ficou to surpreso com o inglscorretssimo falado pela estranha voz, pensou tratar-se de um cidadoamericano. Porm, mal chegou a terminar este pensamento e a voz tornou afalar:

    "No, no sou americano, como voc. Mas a minha presente missoexige a adoo do comportamento dos americanos. E o fato de voc me tertomado por um conterrneo seu confirma o bom xito dos meus esforosnestes ltimos dois anos, para aprender o emprego correto de sua lngua e doseu linguajar. Jamais pisei no seu planeta, pessoalmente. Antes deacostumar-me atmosfera e gravitao terrestres e ficar imune s bactriasdas doenas do planeta Terra, devero passar-se mais outros quatro anos.Esta nossa expedio visa, principalmente, pesquisa da adaptabilidade dohomem da Terra. Antes de mais nada, queremos verificar se o homem sercapaz de assimilar, em suas idias, concepes totalmente estranhas suamentalidade convencional, oriundas de mundos longnquos, perdidos no

  • universo. Os nossos antepassados j realizaram tais expedies, sculos afio, mas, lamentavelmente, no foram bem sucedidos. Desta vez, esperamosencontrar terreno mais positivo e pessoas mais inteligentes, pois nossameta ajudar os terrestres a promover seu progresso".

    Fry estava ali, perplexo, plantado na areia, enquanto a voz estranhacontinuou falando:

    "Posso imaginar como deve ser cansativo para voc ouvir as minhasexposies, de p, a na areia. Talvez aceite passear comigo, fazendo umbreve vo. Esta cpsula espacial, teleguiada, foi construda apenas para otransporte de carga, mas, mesmo assim, h uma pequena cabine parapassageiros, com algumas poltronas, Eu mesmo me encontro na central decomando, na nave me (como chamada na Terra), 1 450 quilmetros acimado globo terrestre".

    Quando essas palavras foram pronunciadas, uma parte da capa externadeslizou para o interior do objeto e Fry entrou por essa abertura, numacabine de 2,70 metros de comprimento e 2,10 metros de largura; l haviaquatro poltronas enormes, anatmicas.

    A voz tornou a falar, sugerindo a Fry um vo de trinta minutos, de ida evolta para Nova York. Fry concordou, admirado; instintivamente, agarrou-sena poltrona e firmou os ps no piso. Segundos mais tarde, "a terra sumiudebaixo de ns, com incrvel velocidade", conforme Fry se expressou,posteriormente. Ele no sentiu sequer a menor acelerao e, para ele, oobjeto voador nem saiu do lugar; da a expresso: "a terra sumiu debaixo dens". Logo aps a decolagem, apareceram as luzes da cidade de Las Cruces,que podiam ser vistas pelo canto esquerdo da abertura da porta, que setornou transparente. Fry concluiu que, em dois ou trs segundos, subiu cercade 3 300 metros, mas no compreendeu por que durante a subida no sentiua acelerao.

    Ao formular sua pergunta recebeu as seguintes explicaes: a forapropulsora acelerando o objeto voador equivale, aproximadamente, a umcampo de gravitao e age no somente sobre cada tomo da prpria naveespacial, mas, ainda, sobre cada tomo-massa que se encontrar no seuinterior, ou seja, o piloto e/ou o passageiro. O limite da acelerao condicionado somente fora mxima da propulso. Como, no entanto, essaenergia proporcional massa e gravitao terrestres, ela influiirrestritamente em ambos esses fatores, sendo que a energia originria entre apoltrona e o corpo permanece constante. Existe apenas uma restrio: essaenergia diminui proporcionalmente reduo do campo de gravitao daTerra, com o progressivo afastamento do globo terrestre. Em vosinterestelares, com enormes distncias a serem vencidas entre um planeta e

  • outro e suas respectivas fontes de gravitao, torna-se necessria a geraoartificial de campos de gravitao.

    "Estamos acostumados com uma gravitao que no chega nem metadedaquela da Terra", concluiu a voz do espao.

    Ao sobrevoar Nova York, o objeto desceu para 32 000 metros de altitude."Do mar de luzes, at ento um tanto embaadas, cristalizaram-se

    milhes de pontos luminosos, esparsos, semelhantes a diamantes branco-azuis, sobre um fundo escuro", foi como Fry descreveu a sua "vivncia noespao".

    No entanto, a parada sobre Nova York foi muito breve e a volta paraWhite Sands deu-se com rapidez maior do que a ida.

    Depois da aterrizagem, Fry saiu da nave espacial, com a cabea um tantozonza, tropeou e deu alguns passos na areia, antes de olhar para trs. Aporta desapareceu, mas, bem no meio do objeto voador, flamejou um brilhocor de laranja, avermelhado, at que o OVNI subiu verticalmente para o cu.A fortssima corrente de ar gerada naquele momento empurrou Fry algunsmetros para a frente e quase o fez perder o equilbrio.

    Mas, mesmo assim, ele no queria perder o objeto de vista, quedesapareceu somente depois de o brilho cor de laranja ter mudado para umatonalidade violeta-escura.

    Dizem que Fry teria descrito imediatamente aquela sua vivncia numrelatrio pormenorizado, fornecendo todos os dados tcnicos. Porm, devidoao rigoroso regulamento que exigia manter em sigilo absoluto tudo quantoacontecesse em White Sands, zona militar, esse relatrio s chegou a serpublicado doze anos mais tarde.

    Essas histrias de contato, esses chamados encontros imediatosrepresentam a maior barreira para a compreenso dos OVNIS, porqueconstituem o lado negativo de um fenmeno que se reveste de uma seriedadeexcepcional. Tais histrias eram responsveis por uma espcie de religiosucednea, que ia se formando, por um sectarismo ovniano, que acabaramdesacreditando totalmente o fenmeno dos OVNIS.

    Por causa disso, porm, seria lcito afirmar que todos esses relatos decontatos (dos quais existe, alis, uma infinidade) so mentiras descaradas,que procuram to-somente o sensacionalismo? E todos eles, sem exceo?Essa seria a explicao mais cmoda e simplificaria muita coisa. Pois,ainda.que aceitssemos um s desses "contatos imediatos" ou, pelo menos, oconsiderssemos como provvel, as concluses a serem tiradas tornar-se-iamde alcance imprevisvel. O problema est no fato de alguns desses relatosserem bastante convincentes. Eles convencem, sim; mas, afinal de contas,no passam de relatos de "segunda mo", e o ponto principal continua sendo

  • o de no haver nada de concreto, nada de substancial, nada de definitivo, aser devidamente comprovado.

    A 7 de julho de 1952, a Aliana da Imprensa Norte-Americana noticiou aaterrizagem de um OVNI na Repblica Democrtica Alem. O respectivorelato era de autoria de Oskar Linke, ex-prefeito de Gleimershausen, cidadeprxima a Meiningen. Sob juramento, Linke prestou o seguinte depoimento,perante autoridades britnicas e americanas:

    "Como eu pretendia evadir-me para o Ocidente, diversas vezes fui para alinha de demarcao, com a minha motocicleta, em companhia de minhafilha de doze anos. Assim, os guardas soviticos, encarregados do controleda fronteira, vieram a conhecer-nos e foram enganados quanto s nossasverdadeiras pretenses. Uma semana antes da nossa fuga, retornamos paracasa de tarde, de volta de um daqueles passeios at a linha de demarcao,passando por um pequeno bosque, a uns 5 quilmetros da fronteira com aAlemanha Ocidental. De repente, minha filha apontou para uma claridadeentre as rvores. Paramos, escondemos a motocicleta entre uns arbustos eaproximamo-nos lentamente daquela claridade. A uns 25 ou 30 metros nossa frente, avistamos, numa clareira, um objeto em forma de disco, comum dimetro de uns 8 metros. Parecia iluminado e bem no meio da sua partesuperior distinguimos uma estrutura quadrada que sobressaa debaixo deoutra, cupuliforme. Essa sobreestrutura era mais escura do que o prprioobjeto e lembrava alumnio polido.

    "Escondemo-nos atrs de uma pequena colina e observamos dois seresparecidos com homens, com cerca de 1,20 metro de altura, os quais vieramdo outro lado da clareira. Vestiam roupa de uma s pea, de brilho prateado.Um deles levava no peito um objeto em forma de caixa, do tamanho de trsmaos de cigarros. Na frente, levava uma luz azulada, que piscava. Essesseres andavam em fila indiana, com o homem de trs tocando no capacete,-aparentemente de vidro, do homem da frente. Depois, ambos pararam.Quando um deles se virou em nossa direo, a minha filha deu um suspiromal dissimulado; eles correram para uma abertura existente na estruturaquadrada e desapareceram no interior do objeto. Somente ento reparamosnas duas fileiras de aberturas redondas, dispostas em toda a circunfernciado objeto voador, que lembravam vigias. Aos poucos, a estrutura quadradapenetrou na estrutura cupuliforme e o objeto decolou. Na sua parte inferior,apareceu ento mais outra estrutura quadrada, talvez fosse o sistema depropulso. O objeto voador subiu uns 30 metros, ficou parado e, depois,continuou subindo a uma velocidade incrvel."

  • Ao depor, sob juramento, perante autoridades britnicas e americanas,Linke manifestou sua convico de ter avistado um novo tipo de avio russo;at aquele instante, ele jamais ouvira falar em OVNIS.

    Carece de todo e qualquer fundamento a teoria segundo a qual osaparecimentos de OVNIS, em geral, e os relatos de contato, em especial,representam um derivado do nosso mundo progressivamente desumanizadoe tecnolgico, pois, no decorrer dos sculos, sempre houve relatos deaparecimentos de OVNIS, bem como de contatos imediatos.

    Por exemplo, em 1790, Liabeuf, um policial francs, foi mandado deParis para Alenon, a fim de esclarecer um acontecimento estranho. Vejamoso que ele relatou aos seus superiores:

    "s 5 horas da manh do dia 12 de junho, alguns camponesesobservaram um enorme globo, envolto em chamas. Inicialmente, pensaramtratar-se de um balo Montgolfier, que estava ardendo no ar; no entanto, elesficaram admirados com a sua enorme velocidade e com os estranhos rudosde assobio que ele emitia. O globo reduziu a velocidade, evoluiu nummovimento basculante e caiu sobre o topo de uma colina, arrancando, emsua queda, toda a vegetao da rea. Alis, o calor emitido pelo objeto eraintenso, a ponto de queimar arbustos e capim.

    "Os camponeses conseguiram dominar o incndio que ameaavaespalhar-se por toda a regio. noite, o globo continuava quente. Depoisaconteceu algo extraordinrio, poder-se-ia dizer at incrvel, que foipresenciado por dois prefeitos, um fsico e mais trs outras autoridadeslocais, que confirmaram o meu relato, alm de uma dzia de camponeses,tambm presentes no local.

    "O globo, em cujo interior caberia uma carroa, continuou perfeitamenteintato aps a queda. A notcia se espalhou imediatamente e de toda parte opovo acorreu ao local para ver a novidade.

    "De repente, uma porta, ou algo parecido, abriu-se e dela saiu umapessoa, com aspecto de homem, mas com trajes esquisitos, de roupa colante,apertada. Quando aquele homem viu o povo ali reunido, murmurou algumacoisa e correu para o bosque.

    "Os camponeses, amedrontados, retiraram-se, salvando assim a sua vida,pois, logo em seguida, o globo explodiu, sem provocar qualquer rudo, eseus pedaos voaram em todas as direes, desintegrando-se numa espciede p.

    "As buscas do homem misterioso foram inteis. Ao que parece, eledissolveu-se no ar, pois, at agora, dele no foi encontrado o menor vestgio,

  • como se ele tivesse desaparecido deste nosso mundo."Ser que ele no era da Terra, por ter surgido de uma maneira to

    esquisita? No entendo desse assunto, mas esse pensamento me passou derepente pela cabea."

    Esse relato foi encaminhado Academia de Cincias, em Paris, ondecientistas de renome o receberam com o devido sarcasmo. Eles declararam,com certeza absoluta, a virtual inviabilidade de um ser vivo chegar Terrada maneira descrita. Tambm se recusaram a vistoriar o local para verificar,in loco, o buraco aberto com o impacto do globo e que continuouperfeitamente visvel, anos a fio.

    Um ser vivo, cado do cu, e, ainda mais, nas circunstncias descritas no, aquilo era o cmulo! J no bastavam os aborrecimentos com o fsicoErnst Friedrich Chladni, alis, de capacidade comprovada? Qual teria sido omotivo que levou aquele cientista a revolucionar todas as leis da fsica e aafirmar que "do cu caem pedras meteoritos"? Pois bem, ele recebeu omerecido castigo e foi alvo de ataques mordazes e zombeteiros. Alis, oqumico Antoine Laurent Lavoisier, membro da Academia Francesa, foiquem mais se desgostou com a tese lanada por Chladni, pois, dizia ele, "no possvel pedras carem do cu, porque l em cima no h pedras".

    Mas Chladni no se deu por satisfeito e, em 1794, provou que h pedrascaindo do cu, no obstante o parecer dos acadmicos. Na realidade, pormuitos anos a Academia ignorou esse fato, na v esperana de poder negar aexistncia das pedras csmicas.

    Chladni no teria sido a sorte dele igual de Morris K. Jessup? ParaJessup, os OVNIS eram naves espaciais extraterrestres mesmo quando oscolegas o ridicularizavam e comeavam a evit-lo. O estudo de casoshistricos, que mereceram seu interesse especial, reforou ainda mais aconvico de Jessup, de que inteligncias extraterrenas continuavamvisitando a Terra. Para ele tornou-se progressivamente mais plausvel epatente o fato de o homem sempre ter usado as idias e expresseslingsticas da sua poca para descrever os enigmticos aparecimentos dosOVNIS. Isto se tornou mais evidente para Jessup com os aparecimentos emmassa, que foram registrados nos anos de 1896 e 1897.

    As audacssimas mquinas de voar

    Na passagem do sculo, ou, mais precisamente, nos anos de 1896 e1897, milhes de cidados americanos, no Texas e na Califrnia, ficaram

  • admirados e perplexos com o repentino aparecimento de objetos voadores,de estranho brilho, semelhantes a enormes charutos. Isso aconteceu sete anosantes do primeiro vo dos irmos Wright, realizado em 1903, em KittyHawk, com seu avio a motor; e quatro anos e meio antes de o CondeZeppelin maravilhar o mundo, a 2 de julho de 1900, com o seu primeirobalo dirigvel, sobrevoando o lago de Constana.

    Nessa poca, no cu de Sacramento subiram e desceram luzes multicoresem profuso, ao passo que, em Oklahoma o povo pde admirar um veculode cerca de 50 metros de comprimento, com asas semelhantes a rotores e umgigantesco holofote na sua parte inferior, perscrutando o solo.

    No entanto, tais objetos voadores no foram observados apenas em terrafirme, mas igualmente em alto-mar, onde as tripulaes de navios avistarambolas luminosas ou objetos em forma de disco que surgiam das guas esubiam aos ares. Nas costas do Japo e da China, freqentemente foramvistos "discos" ou "rodas" estranhos, observados na Europa apenas uma vezou outra.

    Nos meses de maro e abril, os relatos de tais aparecimentosaumentaram desproporcionadamente, continuando a concentrar-se nasregies entre os Estados do Texas e Michigan. Por exemplo, o DailyTexarkanian, um jornal de Texarkana, Arkansas, noticiou, em 25 de abril de1897, uma aventura fantstica vivida pelo Juiz Lawrence A. Byrne; era ahistria contada por um cidado merecedor de toda a confiana dos seusconterrneos: "Na sexta-feira passada, o juiz conferiu, no local, dadosgeodsicos levantados em um brao lateral cheio de lama do rio McKinney.Ao proceder quele levantamento, ele chegou a uma clareira, onde, para suagrande surpresa, deparou com um objeto estranho. Ao se aproximar,percebeu que se tratava de um daqueles objetos voadores dos quaisultimamente os jornais haviam falado com tanta freqncia. Byrne avistoutrs homens barbudos, de estatura excepcionalmente baixa, traosfisionmicos mongis, conversando numa lngua aliengena. Os trshomenzinhos olharam para Byrne e, quando notaram sua perplexidade,fizeram-lhe sinais com as mos, convidando-o a segui-los para o interior doobjeto voador, que, segundo Byrne, era de alumnio".

    Ser que era um sinal daqueles tempos o fato de as ento chamadas"testemunhas de contato" terem sempre descrito a tripulao de tais objetosvoadores como homens barbudos? Alis, foi o Courier Herald, de Saginar,que publicou a histria mais divertida de todos os "contatos" registradosnaquele ano de 1897:

    "Os moradores de Linn Grove declararam categoricamente que, a partir

  • de agora, no duvidavam mais da existncia de uma mquina voadora, pois,na vspera, foi observado no cu um grande objeto que se movimentavalentamente, em direo norte, e que, aparentemente, queria aterrizar. Deimediato, James Evan, comerciante, F. G. Ellis, vendedor de arreios, BenBuland, corretor, e mais outros dois homens subiram numa carroa e sedirigiram ao local em que aquele estranho objeto havia aterrizado, cerca de 6quilmetros ao norte da cidade.

    "Ao chegarem a aproximadamente 250 metros do objeto, este decolou eretomou o vo, para o norte. Antes disso, porm, alguns dos seus passageirosainda jogaram duas pedras grandes na direo dos seus perseguidores; aspedras foram levadas para a localidade, a ttulo de trofus, e l exibidas aopblico. Linn Grove estava em grande alvoroo, pois quase todos oshabitantes observaram o objeto, quando este sobrevoou o local."

    Em 15 de abril, o Argus Leader, de Sioux Falls, Dakota do Sul, bemcomo vrios outros jornais, noticiaram o seguinte fato, na coluna Springfield,Illinois:

    "Os trabalhadores rurais Adolph Winkle e John Hulle declararam, sobjuramento, que a cerca de 3 quilmetros de Springfield teria aterrizado umobjeto voador, para consertos de algo parecido com aparelhos eltricos.Esses trabalhadores afirmaram ainda que teriam conversado com ocupantesdaquele objeto, dois homens e uma mulher, quando souberam que, no espaode meia hora, o objeto teria voado os 160 quilmetros, aproximadamente,que separam Quincy de Springfield".

    Em 8 de maio de 1897, o Xerife J. Sumpter Jr. e seu assistente JohnMcKenire, do condado de Garland, Arkansas, assinaram, sob juramento, umprotocolo, relatando aquilo que haviam presenciado dois dias antes.

    noite, quando patrulhavam a cavalo a regio na direo norte,repararam numa luz brilhante no cu, que, de repente, desapareceu. Como osdois policiais estavam procura de marginais, evitaram levantar a voz, parano chamar a ateno. Quando cavalgaram em silncio por algum tempoentre as colinas, a luz reapareceu repentinamente desta vez, porm, j seencontrava bem mais prxima ao solo.

    Os policiais pararam e observaram como a luz desceu progressivamentepara, afinal, sumir atrs de uma colina. Ento, tornaram a cavalgar eseguiram, um quilmetro mais ou menos, na direo da luz desaparecida,quando, de repente, os cavalos se espantaram e recusaram-se a prosseguir.Foi quando os dois policiais avistaram, a cerca de 35 metros, duas pessoascarregando luzes; eles apontaram suas Winchesters e gritaram:

    "Quem est a? O que est fazendo a?"

  • Com uma lanterna na mo, apareceu um homem baixo, barbudo,respondendo que estava fazendo uma viagem de avio, em companhia de umcasal de jovens. Os policiais distinguiram nitidamente os contornos de umobjeto em forma de charuto, de uns 180 metros de comprimento,parecidssimo com um objeto voador cuja foto havia sado outro dia nosjornais. Eles perguntaram ao estranho indivduo por que a luz brilhante doavio estava sendo intermitentemente ligada e apagada; este informou que,desta maneira, estavam economizando energia de propulso. Como ospoliciais estivessem em servio, continuaram sua patrulha e quando,quarenta minutos depois, voltaram para o local do contato com o estranhoobjeto voador, no havia mais ningum. Tampouco eles viram ou ouviramquando e como se deu a decolagem ao deixar a regio.

    Cabe aqui uma reflexo: ser que em tudo aquilo no houve o dedomisterioso de um inventor sinistro? No entanto, em caso afirmativo, caberiaperguntar onde teriam ficado o inventor e a inveno. Se tal idiaprocedesse, poderia ter-se tratado to-somente de um precursor do CondeZeppelin, pois o primeiro dirigvel rgido, o LZ 1, levantou vo somentealguns anos aps esses acontecimentos; seu comprimento era de 128 metros,possua dois motores Daimler de 15 HP cada e atingiu a velocidade mximade 32,4 quilmetros por hora. provvel que alguns anos antes os jornais jtivessem publicado esboos ou esquemas de aerstatos; contudo, convmlembrar que o primeiro Zeppelin era de construo bastante rudimentar, emcomparao com os objetos voadores descritos.

    H muitos elementos que apiam a tese segundo a qual, em 1897, houveautnticos aparecimentos. Mesmo dando o devido desconto fantasia dosobservadores, sem dvida incentivada pelas diversas notcias publicadas naimprensa contempornea, os depoimentos prestados em diversas regies dosEUA, a respeito de um objeto voador, revelam uma estranha coincidncia.Todos eles mencionam objetos em forma de charuto, de alumnio ou metalsemelhante, com agregados de propulso; e, segundo as descries, essesobjetos pairam no ar, decolam verticalmente, voam a altssimas velocidadese emitem uma luz brilhante, ofuscante.

    Da mesma forma, ao acompanhar no mapa o noticirio de taisaparecimentos, surge um fato concreto: os locais de aparecimento e aseqncia cronolgica dos respectivos relatos constituem roteiros de vo emlinha retssima, cobrindo distncias extensas.

    Mas, se pelos relatos citados o leitor for levado a considerar essesaparecimentos em massa de objetos voadores desconhecidos um problema

  • exclusivamente americano, estar cometendo um erro, pois no foi isso oque aconteceu.

    No incio da dcada de 30, surgiram grandes mquinas voadoras, de corcinzenta, sem qualquer identificao, nos cus da Europa, no espao areoescandinavo. Com freqncia, apareceram durante violentas tempestadessobrevoando cidades, ferrovias, praas, fortes e navios, em alto-mar, cujosmotores chegaram a parar. Muitos relatos daqueles aparecimentosmencionaram mquinas enormes, dotadas de uma srie de motores; e umgrupo de cinco testemunhas afirmou ter avistado um avio gigantesco, deoito hlices. Naquela poca, quase no havia avies particulares naEscandinvia, e os grandes avies comerciais estavam ainda em fase deprojeto. Em 1926, o Almirante Byrd e Floyd Bennet viajaram a bordo de umFokker trimotor, de Spitzbergen, Noruega, para o plo norte. Esse vocausou grande sensao na Escandinvia e a imprensa publicavaconstantemente as fotos desse avio. Quando, seis anos depois, asmisteriosas mquinas voadoras surgiram nos cus dos pases escandinavos,muitas pessoas que depuseram a esse respeito compararam-nas com oFokker trimotor de Byrd.

    Alis, aqueles relatos mereceram toda a considerao da Fora Areasueca, que, em 1934, despachou 24 biplanos para regies ermas, poucopovoadas, a fim de detectar os "avies fantasma" l avistados. Foiorganizada uma extensa ao de buscas, em terra, mar e ar, para verificar ofenmeno; contudo, essas misses eram arriscadas e rduas, a ponto de doispilotos suecos terem sofrido acidentes com seus avies.

    Pite, 22 de janeiro de 1934.O proco auxiliar, efetivo de Lngtrask, relatou que nos ltimos dois

    anos tornou a avistar misteriosas mquinas voadoras nos cus da regio.Seriam os j conhecidos "avies fantasma", dos quais, no ltimo vero, umdeles teria sobrevoado o local nada menos de doze vezes, seguindo semprena mesma direo sudoeste-nordeste. Embora em quatro ocasies o aparelhovoasse a baixa altitude, no foi possvel distinguir nele qualqueridentificao, sigla ou emblema. Contudo, quando sobrevoou a casa daparquia, a uma baixa altura, durante alguns minutos, puderam serobservadas trs pessoas no interior da cabine do avio. O proco auxiliarinformou ainda que o aparelho era de cor cinzenta, com apenas duas asas,uma direita e outra esquerda.

    At dezembro de 1933, a imprensa praticamente no havia noticiadoaquele fenmeno. Uma das primeiras notcias a respeito data de 24 de

  • dezembro de 1933 e procede de Kalix. Dizia que, na vspera do Natal,aproximadamente s 18 horas, apareceu um objeto voador misteriosoproveniente de Bottensea; sobrevoou Kalix e desapareceu na direo oeste.Os jatos de luz emitidos pelo objeto perscrutaram a regio.

    A 27 de dezembro de 1933, o New York Times publicou uma reportagembem detalhada e explcita de um misterioso objeto voador que, com um rudoensurdecedor, imitando o ribombar do trovo, deu voltas nos cus de NovaYork durante uma fortssima tempestade de neve.

    Segundo essa reportagem, s 9:30 horas do dia 26 de dezembro, em todaa Manhattan ressoou o rudo dos motores de um avio que atravessava umaviolenta tempestade de neve. Depois de a notcia ter sido divulgada pelaNBC, foram recebidos telefonemas de todos os lados e o New York Timesescreveu:

    "Aps a anlise dos diversos telefonemas, vlido supor que o aviopenetrou at a 72nd Avenue, circulou sobre o Central Park e, em seguida,continuou voando em direo 23rd Avenue, at o Bronx".

    Com isso voltou a calma, mas, somente at as 2:25 horas, quando seouviu novamente o ronco de motores sobre o Riverside Drive e a 155 thAvenue.

    Os aeroportos do distrito metropolitano anunciaram o cancelamento detodos os vos programados para aquele dia, devido ao mau tempo; tampoucohouve a queda de um avio perdido na tempestade de neve.

    Em 1933, os avies ainda no eram capazes de levantar vo sobcondies atmosfricas adversas. Nenhum tipo de avio conhecido na pocaconseguiria se manter no ar durante uma tempestade de neve de cinco a seishoras de durao. Contudo, o avio sobre Nova York logrou tal feito; emtodo caso, jamais chegou a ser identificado.

    Em 4 de fevereiro de 1934, o correspondente londrino do New YorkTimes relatou uma ocorrncia semelhante, registrada nos cus de Londres.

    Logo aps o Natal, um "avio fantasma" tornou a surgir sobre aEscandinvia e foi avistado simultaneamente sobre a Noruega e a Sucia, aosobrevoar, ida e volta, a fronteira entre esses dois pases. De Trnaby, naSucia, e Langmo Vefsn, na Noruega, informaes idnticas foramrecebidas, motivando o envio para Trnaby da 4.a Companhia Area sueca,em misso de reconhecimento.

    No dia 10 de janeiro, o povo nas ruas de Trna observou uma luzbrilhante, a cerca de 350 metros de altura, que mudou de rumo e se afastou,em direo a Archeplog. Quinze minutos mais tarde, os habitantes daquela

  • cidade ouviram rudos no ar; saram para a rua, a fim de verificar o que seestava passando. Em seguida, a mesma luz surgiu sobre Rortrask, a nordestede Norsj. Testemunhas afirmaram que, bem acima desse local, os motorespararam trs vezes seguidas e o aparelho voou a uma altura to baixa que aluz por ele irradiada inundou toda a regio.

    Naquele mesmo dia, em Trondheim, na Noruega, foram registradas duas"aterrizagens de avies fantasma".

    Na extremidade norte da Noruega, na noite de quarta-feira, pousou umamquina, nos arredores da ilha de Gjeslingen, prximo a Rorvik; outraaterrizagem ocorreu perto de Kvaly, na regio de Naniudal. O comunicadoprocedente de Gjeslingen informava que teria surgido um jato de luzbrilhante, acompanhado de forte roncar de motores. Em seguida, a mquinateria pousado sobre as guas e l permanecido por uma hora e meia. Depoisdo pouso, a luz ter-se-ia apagado.

    De imediato, o cruzador noruegus Adler deslocou-se para a regio, mas,ao chegar l, o objeto voador j havia partido. Muitos dos relatos deaparecimento mencionam apenas uma luz clara, brilhante, que, quasesempre, foi comparada a um holofote perscrutando o terreno.

    Os ministrios da Defesa da Sucia, Noruega e Finlndia preocuparam-se com os constantes relatos de avies fantasmas, a ponto de, em fevereirode 1934, terem ordenado minuciosas pesquisas nas reas atingidas. Osrelatos de aparecimentos revelaram o fato indiscutvel de os espaos areosdesses trs pases terem sido violados, no apenas por um ou dois, mas simpor uma srie de avies. Em sua maioria, esses aparelhos eram maiores doque os avies militares e capazes de voar sob condies atmosfricas dasmais adversas, bem como sobre terreno montanhoso, por mais acidentado eperigoso que fosse. Segundo o parecer dos crculos militares, para tantoseriam necessrias bases areas em pleno funcionamento operacional,equipadas com pessoal tcnico, peas e combustvel; no entanto, apesar dasbuscas em conjunto realizadas pelos trs pases nrdicos, em parte algumatais bases foram localizadas.

    Por conseguinte, a 30 de abril de 1934, o major-general suecoReautersward fez a seguinte declarao imprensa:

    "O estudo comparativo desses relatos indica, inequivocamente, aexistncia de um trfego areo ilegal, no mbito das nossas reas desegurana militar.

    "Dispomos de numerosos relatos, assinados por pessoas responsveis,que observaram detidamente os pilotos misteriosos e sempre fizeram aseguinte constatao: os aparelhos no apresentam identificao alguma.

    "No possvel explicar este problema por alucinao.

  • Outrossim, resta a pergunta: quem so eles e por que motivo invadiramnosso espao areo?"

    Durante os dois anos seguintes, nada aconteceu; a situao era decompleta calma.

    Mas em 1936 os objetos voadores desconhecidos voltaram Escandinvia, nas rotas por eles percorridas em 1934; vindos do extremonorte, dirigiram-se rumo sul, Noruega setentrional, atravessaram a Sucia evoltaram pela mesma rota.

    Aps a Segunda Guerra Mundial, em 10 de junho de 1946, foramavistados objetos voadores nos cus da Finlndia que aparentavamsemelhana com os foguetes V alemes. No decorrer de algumas semanas,milhares de pessoas observaram luzes, objetos em forma de charutos emquinas voadoras com asas, no identificadas, sobre toda a Noruega eSucia. A imprensa europia noticiou e explorou esses aparecimentos at nosseus mnimos detalhes, metamorfoseando os "avies fantasma" dos anos 30em "foguetes fantasma". Enfim, tais objetos voadores foram observados emtoda a Europa, do extremo norte at a Grcia, ao sul, surgi