O olhar para a diversidade O olhar para a diversidade presente no cotidiano escolarpresente no cotidiano escolar
Exclusão e InclusãoExclusão e Inclusão
O olhar para a diversidadeO olhar para a diversidade
• A história da diversidade
• Desde quando se tem a percepção de que o mundo é diverso?
• Pelo menos no mundo euro-ocidental, essa percepção está registrada de diferentes maneiras
• Nas obras de arte, na filosofia, na literatura
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• Mas não é só na cultura euro-ocidental que se tem um olhar para a diversidade
• Todas as outras culturas tiveram e têm uma clara noção do diverso ou precisamente do diferente
• Mesmo as culturas que antecederam a era cristã, ou seja, que existira há mais de 2000 anos
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• Encontram-se vários registros da diversidade na América latina
• México, Colômbia, Venezuela, Brasil• Diante desse quadro, a historiografia a
partir da segunda metade do século XX passou a indicar a diversidade como sendo um fenômeno universal
• Não sociedade no mundo que não seja constituída pela diversidade
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• Essa constatação, por incrível que pareça, vai impactar muito mais o ocidente europeu do que o restante do mundo
• Sabem por que?
• Primeiro lugar, porque essa percepção da diversidade é traduzida em linguagem escrita e interpretada pelas elites intelectuais de cada sociedade
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• É por meio dessa produção que grande parte das ações humanas passam a ser orientadas pelas autoridades constituídas
• No mundo euro-ocidental, essa produção, na era cristão, foi predominantemente dominada pela igreja católica
• Em outras civilizações essa produção também ocorreu e foi dominada também por suas respectivas autoridades
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• O que importa aqui é mostrar que a percepção da diversidade entre os povos é uma produção social e não algo natural
• Sendo assim vamos ao ponto central da nosso debate
• Se a diversidade é uma produção cultural, isso significa dizer que ela é produzida historicamente
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• O que isso quer dizer?• Que ela pode se modificar• A percepção do que é diverso ou seja do
que é diferente pode mudar por inúmeras razões
• O contato de um povo com outros povos altera as percepções das diferenças
• A alteração depende fundamentalmente da forma como esse contato se deu
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• Por exemplo, o contato motivado por migrações de povos é talvez o que mais caracteriza a história da humanidade
• Não há uma única região do planeta em que esse processo não tenha ocorrido
• O contato com povos por meio da guerra interfere na percepção sobre o outro
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• Lembremos o que os historiadores escreveram acerca do contato dos europeus com as populações indígenas da América em 1492
• Talvez tenha sido aquele momento mais fértil na produção de uma percepção do outro diferente e diverso
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• É nesse momento que se constrói ideologicamente a imagem do selvagem
• Ser das selvas, próximo dos animais não humanos
• A diversidade, a diferença, é vista como algo inferior à categoria do colonizador
• Viajantes e exploradores europeus conquistando a América e passando por África acabam construindo uma imagem negativa e estereotipada dos povos desses dois continentes
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• Esse processo histórico ajuda-nos a compreender como se constrói o olhar para a diversidade
• Como vemos o diferente? Ou melhor como o classificamos?
• Os historiadores nos mostram que o ponto de partida para olhar o outro é a nossa ótica
• Só que está forma de olhar não pura ou neutra
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• Ela é moldada, ela é formada, ela é forjada• Olhamos para o outro a partir de nossos
padrões culturais • Hoje não se tem dúvida desse processo, mas
isso não foi sempre assim• Ao contrário, até à primeira metade do século
XX, mas precisamente na Segunda Guerra mundial predominava uma visão eurocêntica do mundo
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• O diferente e o diverso era o outro, no caso o não europeu
• O tipo europeu, branco, ao contrário, era visto como a espécie universal, um padrão a ser seguido pelos outros povos
• De certa forma, esse foi um dos modelos de dominação que marcou grande parte das relações entre os povos durante a era cristã
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• O que quis dizer até o momento?• Que o olhar para a diversidade é construído
historicamente• Se hoje estamos nesse seminário discutindo
esse olhar é porque na segunda metade do século XX passamos da desconstruir essa imagem poderosa e exigir a introdução de outras imagens a que possam de fato representar as diferentes diversidades
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• A diversidade passa a ser entendida também como uma noção que tem uma dimensão política que precisa ser considerada pelo poder público
• Só estamos discutindo os olhare(s) para diversidade por que esse tema entrou para agendas políticas
• E quem o colocou nas mesas de discussões foram os movimentos sociais
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• Ou mais precisamente os novos movimentos sociais.
• Mais precisamente, esse é um fenômeno da segunda metade do século XX
• Ele se expande de forma universal com aumento da globalização sobretudo das formas de comunicação em redes computadorizadas
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• A diversidade traz para a cena política o tema do direito à diferença
• A questão da equidade passa a ser o ponto do debate que muda as cenas sociais em todas as suas dimensões
• Uma instância que entra de cabeça nesse debate é o sistema jurídico
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• E por que o judiciário entra no debate?
• Para garantir direitos conquistados na Constituição brasileira de 1988
• É a aplicação desses direitos que precisa ser garantida
• O fato de existir uma lei que regulamente direitos dos cidadãos, não garante por si só que ela esteja sendo aplicada no real
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• Talvez uma primeira noção a ser entendida é o da equidade
• É um conceito também cunhado no mundo clássico que reaparece no século XXI reinterpretado nas atuais lutas sociais
• Pensemos o conceito de equidade articulado com o de igualdade
• No fundo em termos políticos e sociais, a igualdade foi o princípio que orientou a constituição das democracias das nações modernas
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• A igualdade de direitos de cidadania marcou a passagem dos Estados monárquicos e tradicionais para os Estados republicanos e modernos
• Foi a partir desse princípio que emergiram ações sociais e coletivas em defesa dos direito à educação, à saúde, ao emprego, à segurança pública, à liberdade de pensamento e assim por diante
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• De certa forma todos nós vivemos em momento em que temos consciência deta igualdade de direitos
• Na atual estágio da globalização pode-se ver o quanto está consciência está espalhada no mundo
• Mesmo naqueles países que ainda persistem regimes autoritários
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• Há hoje organismos internacionais que atuam como guardiões desse princípio e passam denunciar países que não respeitam esses direitos relativos a seus cidadãos
• Isto está posto e tem reconhecimento nacional e internacional
• Mas com entre a equidade nesse cenário
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• Termo que nós da Educação ainda temos dificuldade de processá-lo
• Basicamente o termo equidade busca resgatar contemporaneamente dentro do princípio universal de igualdade, o direito à diferença
• Ok! somos iguais em direito, e por isso na formulação de nossas políticas públicas é preciso verificar até que ponto essa igualdade de direito respeita as diferenças
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• Foi a partir desse questionamento que estudos começaram investigar a nova onda de movimentos sociais que assolavam o mundo na segunda metade do século XX
• Já não eram apenas os movimentos operários que preocupavam os sociólogos e os cientistas políticas
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• Entram em cena movimentos que colocam a dimensão da subjetividade como questão política ou seja como uma questionadora do poder
• A partir desse período a sociologia da ação deu conta de que o movimento mais importante que surgiu no mundo industrializado e globalizado após o movimento operário foi movimento de mulheres
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• É a partir do movimento de mulheres que o tema da diferença é posto em primeiro plano
• A primeira ação social que vai sofrer o impacto dessa distinção é próprio movimento operário
• Quando as operárias mostram que o gênero tinham papel diferenciado dentra da sociedade
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• Não era uma sociedade só capitalista, era uma sociedade também sexista
• A igualdade de direitos aspirada nos regimes democráticos não era aplicada às mulheres da mesma forma que era aplicada aos homens
• Ou seja, era desigual
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• Esse mesmo raciocínio será aplicado a outros movimentos sociais:
• Às minorias culturais, aos grupos étnico-raciais, aos grupos religiosos, aos grupos homossexuais, aos inúmeros grupos que não preenchem os critérios que os paradigmas teóricos tradicionais definiam como normais
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• Isso fez com que este tema passasse a fazer parte das agendas políticas nacionais e internacionais
• Pode-se dizer que hoje não há país no mundo no qual essas ideias sobre o direito à diferença não tenham aparecido
• É claro que o tratamento que a elas é dado depende dos regimes políticos em vigor
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• Os estudos e as informações midiáticas que se tem hoje disponíveis mostram que há reação no mundo inteiro para aceder a esse tipo de direito
• Mesmos naqueles países que perduram regimes totalitários
• Há registro da existência desse tipo de movimento
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• Mas o que nos interessa nesse seminário é discutir como ele se dá em sociedades democráticas como a nossa
• Será que as nossa sociedades incorporaram de fato a diversidade?
• Se há algo que se espalhou pelo mundo globalizado e que se constitui quase como universal:
• É a dificuldade de tratar as questões da diversidade
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• O direito à diferença
• Embora incorporado pelas constituições das nações democráticas não fácil processá-lo
• As políticas púbicas ainda recentes nesse campo têm enfrentado enormes desafios para se concretizar na prática
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• O fato de existir uma legislação clara que exige o respeito à diferença, não significa que na prática ela aconteça plenamente
• E aí tem várias razões para isso
• O nosso papel com pesquisadores do tema é analisar os vários fatores
• Evitar raciocínios rasos e medíocres para explicar as coisas
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• O fato é de que estamos implantando essas políticas porque elas têm ser implantadas por força constitucional
• Mas as sua implantação tem problemas de várias ordens
• É isso que tem levado a ações judiciais • A judicialização é hoje um expediente
amplamente acionado pela sociedade brasileira para atender as demandas constitucionais do direito à diferença
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• A concepção de justiça como eqüidade que foi base para a reforma da educação na América Latina e no Brasil
• A concepção de ajuste eqüitativo, nos últimos anos 90, tornou-se uma estratégia para se manter a desigualdade dentro dos limites aceitáveis politicamente,
• Evitando, com isso, que a estabilidade social e a administração da acumulação do capital não fossem comprometidas na nova ordem mundial globalizada
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• Ao se promover eqüidade buscou-se equilibrar os extremos, as tensões entre cidadania e competitividade
• entre igualdade e desempenho e • Entre integração e de descentralização • Daí surgem as políticas de ações
afirmativas que visam à entrada de segmentos vulneráveis serviços públicos aos quais estavam excluídos
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• A diversidade passar ser re-conceituada a a partir das ações sociais
• Os poderes estão tendo que se adaptar a esse modelo e leva-se tempo para isso
• Esse é um aprendizado que tem mudado perfil das lutas sociais no Brasil
• Vale assim ouvir uma experiência concreta sobre esse tema
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•
• OBRIGADO
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