UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS - GRADUAÇÃO "LATO SENSU"
PROJETO VEZ DO MESTRE
O Papel Da Psicomotricidade Na Fisioterapia No Atraso Motor No
Estágio Do Desenvolvimento Na Criança De 0 À 1 Ano
Por: Letícia Dick
Orientador:
Profª. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2003
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS - GRADUAÇÃO "LATO SENSU"
PROJETO VEZ DO MESTRE
O Papel Da Psicomotricidade Na Fisioterapia No Atraso Motor No
Estágio Do Desenvolvimento Na Criança De 0 À 1 Ano
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como condição prévia para a
Conclusão do curso de Pós-Graduação "Lato Sensu"
Em Psicomotricidade.
Por: Letícia Dick
AGRADECIMENTOS
Agradeço mais esta obra a minha querida e amada mãe SILVIA e
pai DICK por ter batalhado, me incentivado, auxiliado, apoiado, me compreendido,
me amado, enfim, me amparando nos momentos difíceis.
Quero agradecer em especial a minha amada irmã Licia, que
torceu e ajudou-me, a conquistar essa etapa preciosa da minha vida .
A minha querida avó Luiza, pela seu incentivo e compreensão nos
momentos em que me mantive ausente.
Agradeço também aos meus amigos e companheiros de turma
pela alegria, companheirismo guiando o meu caminho e fornecendo orientações
seguras.
A todos vocês, apenas duas palavras, do fundo do meu coração:
MUITO OBRIGADO !.
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado a
DEUS, pois sem sua ajuda
não seria capaz de realizá-lo.
ELE, toda honra e toda glória
Eternamente.
RESUMO
O desenvolvimento motor e a aquisição de habilidade ocorrem
com atraso na criança com retardo mental, esta pode apresentar flacidez, falta de
controle sobre os movimentos, equilíbrio precário e falta de capacidade para se
locomover, além da tendência ao aparecimento de reações habituais, as quais por
sua vez impedem o progresso.
A motricidade constitui parte integrante do desenvolvimento das
funções sociais, emocionais e cognitivas, visto criar as condições para o lactante
se relacionar com os objetos e as pessoas do seu ambiente.
O treinamento deve começar precocemente, no primeiro ano de
vida, a fim de contribuir para o desenvolvimento do potencial da criança e de
orientar os pais na criação dos laços afetivos com ela.
Parece fora de dúvida que numerosas crianças com retardo
mental registram ganham consideráveis graças ao treinamento destinado a
melhorar suas funções motoras e ao treinamento dos pais no sentido de
compreenderem as necessidades particulares de seu filho.
Por isso esse trabalho voltou-se à investigação do papel da
psicomotricidade na formação do fisioterapeuta, tendo em vista que o
conhecimento desse método é de enorme importância para esses profissionais.
METODOLOGIA
O presente trabalho de monografia previu um levantamento
através de referências bibliográficas, porém esse .estudo limita-se a pesquisa do
papel da psicomotricidade na fisioterapia do atraso motor no estágio do
desenvolvimento de 0 à 1 ano.
SUMÁRIO
P.
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 11
O PAPEL DA PSICOMOTRICIDADE NA FISIOTERAPIA DO ATRASO
MOTOR NO ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 0 À 1
ANO
11
CAPÍTULO II 27
RETARDO MENTAL 27
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO 43
INTRODUÇÃO
O Estudo do movimento na gênese do comportamento humano é
extremamente complexo, dado que a sua significação total se encontra
profundamente interrelacionado com a corticalização progressiva e, por outro lado,
porque constitui o suporte de toda a estruturação de atividade psíquica.
Os vastos campos do estudo do movimento, na evolução da
pessoa humana, estão ligados a todas as multiplicidades do seu comportamento,
não só no desenvolvimento das suas potencialidades, mas também nos processos
cognitivos da sua maturação integrativa superior, porém esse .estudo limita-se a
pesquisa do papel da psicomotricidade na fisioterapia do atraso motor no estágio
do desenvolvimento de 0 à 1 ano.
Portanto, o presente estudo objetiva investigar a se a
psicomotricidade è realmente eficaz no processo de desenvolvimento psicomotor
da criança de 0 à 1 ano, com o fisioterapeuta como colaborador ativo na condução
dos estímulos externos que irão determinar maiores oportunidades de vivências às
crianças que estejam sendo por ele educadas, onde os procedimentos
metodológico serão referências bibliográficas.
Se pretender estudar a motricidade no seu conjunto, teremos de a
situar essencialmente no campo da expressão humana, inserida num processo
ontogenético de evolução ascendente, como desenvolvimento das manifestações
motoras num vasto sistema de referências tanto biológicas como sociais.
Verificando se esse método (da motricidade) é de enorme importância para o
fisioterapeuta, pois irá proporcionar a criança um desenvolvimento adequado para
seu aprendizado, temos que levar em consideração a hipótese de que a
psicomotricidade é eficaz sobre o desenvolvimento motor retardado em criança
entre 0 à 1 ano.
A expressão humana não se explica pela anatomia postural,
fundamentalmente explica-se pela relação, quer dizer, é um perfeito
funcionamento de estruturas funcionais disponíveis. É o movimento que, ao fixar
estruturais e ao libertar outras, promove uma sucessiva estruturação interna que
se prepara para futuras realizações.
A integração sucessiva da motricidade implica a constante e
permanente maturação orgânica, que vem refletir aquilo que Piaget denominou
dimensão motora do comportamento humano.
O movimento contém a sua verdade em si próprio, e implica por si
um envolvimento onde se desenvolve. O movimento tem sempre uma orientação
significativa, em função das necessidades que provoca com o meio.
O movimento e o seu fim são uma unidade, desde a motricidade
fetal até a maturidade plena, passando pelo momento do parto e pelas sucessivas
evoluções, o movimento é sempre projetado face a uma satisfação de uma
necessidade relacional. A relação entre o movimento e o fim aperfeiçoa-se cada
vez mais, como resultado de uma diferenciação progressiva das estruturas
integrativas do ser humano.
As percepções e os movimentos, ao estabelecerem relação como
meio exterior , elaboram a função simbólica que gera a linguagem, e esta dará
origem à representação e o pensamento.
A coordenação dos sistemas sensório-motores estabelece-se e
concretiza-se no movimento, que, de forma cumulativa, dá lugar à atividade
organizada, como conseqüência da assimilação dos estímulos exteriores.
A continuidade dos processos morfogenéticos e a adaptação ao
meio fazem realçar um sistema de reflexos que se desenvolve e que,
sucessivamente, vai estabelecendo as trocas com o meio.
A realização do movimento leva, segundo Piaget, à assimilação,
que se torna elemento de compreensão prática e ao mesmo tempo compreensão
da ação. Piaget define a motricidade como a explicação das condutas que a
concebem de um modo integrativo na construção de esquemas sensório-motores,
portanto, com a complexificação progressiva, ligada de forma contínua a
motricidade elementar resultante de uma série de atos de inteligência,
características do período pré verbal. Pioget, realça ainda a importância da
motricidade na formação da imagem mental na representação imaginaria. O
vivido, integrado pelo movimento e, portanto, introjetado no corpo do indivíduo
reflete todo um equilíbrio cinético com o meio que, valorizando as representações
psicológicas do mundo, dá lugar à linguagem.
I - O Papel Da Psicomotricidade Na Fisioterapia No Atraso Motor No
Estágio Do Desenvolvimento Na Criança De 0 À 1 Ano
O atraso no desenvolvimento motor na etapa de 0 à1 ano nas
crianças, afeta profundamente todo processo de adaptação motora, afetando sua
vida futura como cidadão vital.
É importante ressaltar que o acompanhamento psicomotor (que é
uma técnica que se dirige, pelo exercício do corpo e do movimento, considerando
o ser em sua totalidade) em criança de 0 à 1 ano evitará e/ou recuperará
transtornos em seu desenvolvimento motor e social, gerando dessa forma,
gradativamente, o amadurecimento intelectual e a compreensão lógica da criança.
A psicomotricidade tem como seu objetivo principal desenvolver o
aspecto comunicativo do corpo, o que eqüivale a dar ao indivíduo a possibilidade
de dominar seu corpo, de economizar sua energia, de pensar em seus gestos a
fim de aumentar-lhes a eficácia e a estética de completar e aperfeiçoar seu
equilíbrio, atuando sobre os movimentos corporais e sensoriais perceptivos com o
objetivo principal de proporcionar a criança um desenvolvimento adequado para
seu aprendizado.
O fisioterapeuta não pode esquecer os benefícios de tocar para o
bebê, pois os bebês massageados dormem melhor, ganham mais peso, choram
menos, ficam mais ativos e alertas, tornam-se mais conscientes do que os que
rodeiam, toleram melhor os ruídos e ficam mais ligados aos pais. Uma das
surpreendentes descobertas é o aumento da imunidade às doenças em crianças
que foram tocadas e massageadas por suas mães. A massagem promove ainda o
desenvolvimento do potencial motor, permitindo maior flexibilidade e tonificação
dos músculos e da pele. A criança massageada é mais descontraída porque seu
organismo exerce suas funções de forma mais equilibrada.
Por esses motivos o fisioterapeuta deverá recomendar aos pais
que procurem participar ativamente não só no processo de estimulação como ao
toque, pois sua participação é fundamental para o relacionamento humano.
O fisioterapeuta deverá ajudar a criança, através de contatos
corporais e da manipulação a vivência sua tonicidade de maneira mais positiva. A
facilitação dada pelo fisioterapeuta às mobilizações corporais, reconstitui o
diálogo tônico, primitivamente vivenciado na relação da criança com a sua mãe.
As mobilizações globais conduzem a criança a experimentar as
situações de contração e relaxação. Seguem-se as mobilizações segmentárias
que tem como objetivo levar a criança a experimentar suas diversas possibilidades
tônicas, pode-se utilizar um colega nesta tarefa, enquanto ajuda o Ego corporal. À
medida que a compreensão e a aceitação de si mesma são atingidas, a criança
torna-se capaz de atuar sozinha, ficando a relação com o adulto restrita à forma
verbal.
A consciência do corpo, é dada a partir das situações que facilitam
a descontração em contraste com as situações de extensão e descontração,
atingidas pela própria, faz com que a criança vá progressivamente atingindo a
consciência do corpo. Esta contração/descontração deve ser inicialmente uma
atividade do corpo como um todo e por fim atividade de um segmento corporal,
pernas ou braços.
Podemos afirmar que a psicomotricidade é o que vê a criança de
forma global (dá ao fisioterapeuta uma visão holística), atendendo aos aspectos
motor, cognitivo e psicológico, intervindo junto a ela sob uma ótica holística e não
fragmentada.
1.1 - O desenvolvimento do Cérebro como Órgão de
Comunicação e Aprendizagem
A transformação da natureza produzida pela motricidade construtiva
única da espécie, mediatizada pelos instrumentos que ela própria imaginou e
criou, está na origem da consciência, que explica o aparecimento de formas de
comunicação.
Porque sai dos limites do subjetivo, a motricidade humana projeta
formas objetos de vida social
Segundo Fonseca (1998), a consciência, ao pressupor uma
evolução do cérebro (espaço interior), emerge como um processo e como produto
da motricidade, ou seja. Da ação concebida como intencionalidade para a
resolução de problemas (espaço interior), na relação com os outros e com os
objetivos, relação e interrelação essas geradoras, inicialmente, de uma dinâmica
interpsicológica e, posteriormente, de uma dinâmica intrapsicológica, com que se
tem de conceber também o aparecimento das formas de comunicação e de
aprendizagem.
A motricidade intencional desencadeadora de tais relações e
interrelações, se reflete e se duplica sobre os objetivos sociais e, ao se interiorizar
sobre as formas de sistema funcionais (esquemas de ação) de auto-regulação,
modifica intrinsecamente a própria estrutura do cérebro.
Gestos , mímicas e imitações como expressões não-verbais,
associados a sons seqüencializados, vão permitir ao cérebro, órgão da evolução,
a multiplicidade das suas expressões verbais, que antecede e sustenta a evolução
cultural e tecnológica.
Em termos evolutivo, antes de atingir o sistema de comunicação
verbal, o ser humano se apropria de funções de comunicação que não são
dependentes de palavras, objetivando um sistema de comunicação não verbal de
enorme importância e relevância para a compreensão do papel da motricidade na
aquisição do sistema total de comunicação humana, diz Fonseca (1998).
Os atos motores básicos amadurecerem conseqüência das
interações entre maturação do sistema nervoso central, crescimento e meio
ambiente. A partir dos atos básicos, a criança adquire habilidade no desempenho
dos atos necessários ao seu dia-a-dia, assim como dos atos que fazem parte dos
esportes, das atividades de lazer e do trabalho. Anett (1997) definiu a habilidade
como melhora da organização e da eficácia de qualquer atividade humana, em
conseqüência do exercício repetido. Segundo Singer (1990), o aprendizado das
habilidades motoras depende da prática supervisionada, da motivação e do
conhecimento da meta, assim como dos resultados. O aprendizado e o controle
dos movimentos dependem mais da inibição progressiva da atividade muscular
indesejável do que da ativação de unidades motoras adicionais. A atividade
muscular exagerada que se observa no lactante e na criança que luta para
controlar o braço afim de pegar um objeto ou a mão para segurar o copo, ou que
procura ficar em pé sem apoio, parece em parte aos efeitos da lesão cerebral,
assim diz, Singer (1990).
Descreveremos a seguir algumas técnicas destinadas a promover
o aprendizado motor, levando em consideração que essas técnicas sejam
modificadas de acordo com a idade da criança e com o seu nível de compreensão.
” Feedback î O feedback, consiste em informações que provém de fontes
internas e externas, através dos olhos, dos ouvidos, do labirinto, da pele e da
musculatura, levando-nos a conhecer o desempenho e os resultados.
Na clínica, o fisioterapeuta faz uso do feedback verbal como
técnica de treinamento para proporcionar reforço se o objetivo for alcançado: "sim,
você consegui", assim como para informar o paciente sobre o seu desempenho:
"tente outra vez - agora abaixando mais o pé esquerdo". O feedback precisa ser
modificado de acordo com a idade e o nível de compreensão ; as vezes, um
sorriso, uma palmadinha, são o suficiente para mostrar a criança o que ela deve
repetir. O feedback é indispensável para a aprendizagem ;por isso o fisioterapeuta
precisa evitar o feedback positivo "muito bem", mesmo que a criança tenha errado,
limitando-se a usa-lo nas situações em que ele é capaz de incentivar a criança a
repetir um desempenho perfeito ou quase perfeito. Por exemplo, não faz sentido o
fisioterapeuta dizer "muito bem" se a criança vê que não alcançou o objetivo de
"pegar o copo". Uma das vantagens de fazer as crianças a praticar atos dirigidos
que envolvem objetos é o fato de o feedback visual e tátil mostrar a criança se a
sua tentativa for bem sucedida ou não.
” Identificação do objeto î não é importante apenas que o objeto de ação seja
definido com clareza; parece também que esse objetivo, para ser seguido com
entusiasmo, precisa ser considerado pelo indivíduo como sendo importante e
digno do esforço dispendido. As tarefas que têm por finalidade favorecer o
controle da interação física do indivíduo com objetos e pessoas do seu objeto
imediato parece fazer mais sentido do quer as atividades cujo o objetivo é o
movimento em si. Chamamos ao primeiro tipo de tarefa concreta, enquanto o
segundo é de tarefa abstrata.
A diferença no desempenho de tarefas abstratas (como, por exemplo, abduzir o
polegar) e concreta (abduzir o polegar a fim de pegar o copo)ou seja , as tarefas
concretas acompanham-se de maior número de informações sobre o ambiente do
que as tarefas abstratas, por sua vez as tarefas abstratas dependeria
principalmente dos impulsos proprioceptivos, relativos à sensação do esforço
muscular e à posição do membro.
” Modificação do ambiente î o ambiente exerce importante papel na modulação
do desempenho motor, de modo que podemos lançar mão de certos aspectos do
ambiente para canalizar e orientar o funcionamento motor durante o treino.
O ambiente pode também ser alterado com a intenção de evitar
que ocorram atos indesejáveis, assim como para promover o alinhamento das
articulações, assegurando a contração dos músculos no comprimento certo;
também pode ser adaptado com a finalidade de melhorar a capacidade da criança
para realizar movimentos difíceis.
” Treinamento da motricidade î os aspectos principais da ação motora têm a ver
com o padrão de ativação dos músculos e com as forças produzidas, sendo a
cinemática o resultado da produção de força. Esses componentes constituem um
guia útil para o trabalho clínico, mas o fisioterapeuta precisa dispor de
conhecimentos suficientes sobre a cinética e sobre os padrões de ativação
muscular em questão, afim de poder deduzir quais as fontes responsáveis pela
eventual discordância dos trajetos das partes do corpo e nas rotações em ângulo.
1.2 - O desenvolvimento Humano no Primeiro Ano de Vida
Durante os primeiros anos de vida, os progressos em relação ao
desenvolvimento costumam obedecer uma seqüência ordenada, se bem que
larga, fato que permite certa previsão de acordo com a idade, a respeito das
capacidades e do desempenho que se podem esperar. Existe considerável
variabilidade individual entre as crianças de idades diferentes , assim como dentro
de um mesmo grupo etário. O fisioterapeuta necessita de noções de
conhecimentos claros sobre o desenvolvimento. É importante que saiba identificar
as características individuais do desempenho e que conheça quais as
capacidades e respostas diante de certos estímulos que podem ser esperadas em
determinadas idade. Toda criança possui além disso, personalidade própria e sua
maneira individual de reagir aos estímulos provenientes do ambiente e de
responder às possibilidades proporcionadas por meios dos seus órgãos
sensoriais, mediante livre escolha, segundo, Fonseca (1998).
Diferenças individuais em relação ao desenvolvimento são a
características hereditárias, enquanto outras resultam de diferenças na maturação
do sistema nervoso ou na maturação fisiológica, enquanto as diferenças no
desenvolvimento depende muitas vezes do nível e da eficiência dos sistemas de
feedback sensitivomotor, os movimentos dependem de um feedback eficaz e
eficiente, afim de serem bem-sucedidos. É importante também levarmos em
consideração a motivação por trás do ato, pois o desempenho motor
freqüentemente depende mais da motivação que da capacidade.. criança nascida
6 (seis) ou mais semanas antes do tempo precisa ser corrigida pelos números de
semanas de prematuridade, pelo menos nos 2 (dois) primeiros anos de vida e
talvez além disto, dependendo do tipo e da precisão do teste empregado. Em
geral, o desenvolvimento motor obedece a seqüência normal das capacidades de
acordo com a idade, desde que se ajuste a idade da criança nascida
prematuramente, subtraindo o número de semanas de prematuridade.
O desenvolvimento das crianças que apresentaram muitos
problemas durante o período neo-natal parece muitas vezes retardado, sobretudo
durante os seis primeiros meses pós- termos, sendo então possível identificar com
maior precisão os casos de desenvolvimento norma, retardado ou definitivamente
normal.
” Primeiro mês: Reação de atenção inata; começa o olhar; deixa de chorar
quando alguém se aproxima; comunica suas necessidades através do choro.
” Segundo mês: Segue com os olhos os estímulos; emite sons vocais; brinca
com as mãos; figuras combinadas podem desencadear um sorriso.
” terceiro mês: Sacode o chocalho involuntariamente; sorri em resposta a outro
sorriso; do estágio reflexo entrando para o mundo humano pela comunicação do
sorriso.
” quarto mês: Aproxima-se dosa objetos, apalpando-os; ri alto; esconde-se; rola;
começa orientar-se no espaço.
” quinto mês: Pega objetos ao seu alcance; senta-se com apoio; leva os pés a
boca; o desenvolvimento de preensão muda a visão do mundo.
” sexto mês: Utiliza o seu corpo e objetos no espaço; balbucia; inicia a
alimentação sólida e com colher.
” sétimo e oitavo Procura objetos caídos, joga-os, simboliza a aceitação e a
rejeição, sorrindo ou chorando conforme quem vê, preensão ativa do polegar,
crise de angústia distônica, ou seja, chora quando a mãe não está por perto;
estabelece relação conhecendo os objetos; reconhece-se alegremente no
espelho; transfere objetos de uma mão para outra; repete os atos que lhe
interessam, ou seja, bater palmas, dá pontapés em brinquedos suspensos no
berço para vê-los alcançar; começa a demonstrar compreensão das palavras e
emite sons, parecendo gostar de ouvir sua própria voz; engatinha; vocaliza
sílabas.
” Nono mês: Mantém-se de pé com apoio; pega objetos escondidos à sua frente;
primeiras palavras de duas sílabas servindo para nomear tudo; instituindo-se
assim a memória, movimento de pinça.
” décimo mês: Coloca-se de pé sozinho; bebe com copo; repete sons ouvido,
interrompe a ação ao ouvir ordens; aprende a falar as primeiras palavras,
juntando-as sílabas; instituem-se as noções de defesa e proibição.
” décimo primeiro e décimo segundo meses: Desenvolvimento da marcha com
domínio de espaço físico, em relação a linguagem , já diz três ou quatro palavras,
aumentando assim a perspectiva de pensamento; entende frases curtas.
1.3 - Desenvolvimento postural
É no plano postural que se verifica mais facilmente o progresso da
criança entre o nascimento e os dois anos de vida, diz Fonseca (1998).
O recém-nascido não suporta a cabeça, a criança de dois anos
marcha perfeitamente; esta evolução depende da progressão comum de todas as
vértebras, assim diz a lei: céfalo-caudal (descoberta por Coghill, em 1929).
Nos estudos feito por Gessell, o aparecimento dos músculos no
feto respeitam a seguinte ordem:
61º músculo da cabeça
62º Músculo do tronco
63º Músculo dos braços
64º Músculo das pernas
65º Músculos das mãos
66º Músculos dos pés
67º Músculos dos dedos
68º Músculos dos tornozelos
Esta lei foi estudada por neurologistas e vários psicólogos, mas foi
MacGraw quem demostrou que os movimentos estão primeiros submetidos ao
controle subcortical e só posteriormente ao controle voluntário.
Os reflexos posturais têm um papel dominante na regulamentação
do grau e na distribuição do tronco muscular. A maior parte desses reflexos são
provocados pelos estímulos dos órgãos sensoriais terminais nos músculos e
articulações ou pelos labirintos.
1.4- Desenvolvimento Psicomotor
O conhecimento do desenvolvimento motor assume importância
fundamental na clínica pediátrica. Isso vale sobre tudo no caso de o lactante
apresentar , ou correr risco de apresentar, distúrbios motor devido a algumas
lesões nervosas ou a uma anomalia do sistema osteomolecular, como por
exemplo, na presença da paralisia cerebral infantil, espinha bífida, paralisia do
plexo braquial ou pé torto eqüinovaro, assim afirmam, Herren e Herren (1986).
A maior parte de nossos conhecimentos a cerca do
desenvolvimento motor remota tradicionalmente às pesquisas baseadas na
observação, as quais foram realizadas durante a primeira metade deste século,
assim como na interpretação do sistema nervoso central como no "sistema reflexo
hierárquico", segundo Fonseca (1998).
Ao considerarmos o desenvolvimento da atividade motora na
criança, convém darmos atenção à aquisição da habilidade na execução dos atos
motores. Usamos geralmente o termo "desenvolvimento da motricidade" para
descrever os resultados da maturação do sistema nervoso durante os primeiros
anos de vida. Todavia, é interessante também que o fisioterapeuta estude a
maneira como a criança adquire as habilidades necessárias para os jogos, o
esporte, o trabalho e a vida adulta.
Segundo Shepherd (1998) uma nova visão de alguns pontos de
vista tradicionais, na área do desenvolvimento motor, os interesse se concentrava
principalmente nas descrições no desenvolvimento dos marcos da atividade
motora. No tocante a avaliação da maturidade do sistema nervoso do lactante, a
maior ênfase era dispensada ao comportamento reflexo do recém-nascido (por
exemplo: marcha reflexa, reação tônica dos reflexores dos dedos, reflexos tônico
simétrico e assimétrico do pescoço), assim como às respostas deles aos
movimentos desencadeados pelas reações posturais provocadas por fatores
externos (endireitamento reações de equilíbrio) .Admita-se que os assim
chamados " reflexos primitivos" do recém-nascido sofressem inibição, à medida
que o sistema nervoso central evolui para a maturidade; as respostas aos
movimentos passivos foram interpretadas como sinal de se haver instalado o
sentido do equilíbrio, diz Shepherd (1998).
A maturação deve ser considerada como fator de importância
crítica mas a percepção,, a cognição, a experiência e o ambiente também são
fatores determinante. Parece que o desenvolvimento não é um processo linear,
apresentando arrancos, paradas e regressões que resultam em alterações
quantitativas e qualitativas do desempenho motor.
As pesquisas mais recentes sobre a atividade reflexa do recém-
nascido, suscitaram dúvidas no tocante à interpretação tradicional dos seus
reflexos., considerável importância tem sido atribuída aos reflexos, no exame do
sistema nervoso motor do lactante, embora não exista unanimidade quanto ao seu
significado. Assim, por exemplo, quando o reflexo da marcha deixa de
desaparecer ao final do 3º mês de visa, essa persistência é atribuída à falta de
inibição cortical em virtude de lesão cerebral. As idéias que prevalecem em
relação aos reflexos neonatais presumem que estes sejam suprimidos pela
encefalização, que não existe relação entre o reflexo da marcha do recém-nascido
e a marcha independente, que a falta do desaparecimento dos reflexos primitivos
indica patologia do sistema neuromotor. Existe indícios de que essas suposições
podem estar erradas.
Numerosos autores publicaram suas observações detalhadas
sobre o desenvolvimento motor em criança de 0 à 1 ano de vida, pois o lactante é
capaz de executar os diversos atos motores, que irá depender até certo ponto das
oportunidades para ensaiá-los, variando de acordo com o ambiente e com o modo
pelo qual a criança foi criada.
Ao tratarmos desenvolvimento gradativos dos padrões motores
convém lembrar que a meta principal do lactante é alcançar o desempenho motor
maturo que caracteriza o adulto, especificamente, os membros superiores
precisam de coordenação para agarrar e manipular objetos e os membros
inferiores para o apoio, o equilíbrio e a propulsão em segmentos distais fixos, em
posição sentada ou em pé (pés e/ou coxas), segundo Shepherd (1998), num
ambiente sujeito às leis da gravidade são esses ao princípios desafios motores em
termos de desenvolvimento motor , no decorrer do primeiro ano de vida. Eles
exigem que a criança aprenda progressivamente a fazer uso das propriedades
morfológicas das estruturas de segmentos interligados, tais como as propriedades
geométricas e inerciais do sistema interligados, as características dos músculos
(inclusive suas propriedades elasticoviscosas e as propriedades dos músculos bi e
multiarticulares), tudo isso em relação aos diferentes contextos ambientais e ás
intenções do próprio lactante.
1.5 - Programa de estimulação psicomotora
É constituído por técnicas que são vias de acesso à personalidade
de cada criança, considerando com as particularidades que a distinguem das
demais.
Elas são o suporte de um sistema de comunicação multicanal-
gestual, tônico, mímico, ocular, somestésico, auditivo, entre o adulto que propõe
atividades e a criança, que aceitará melhor cumpri-las na medida em que forem
percebidas por elas comum diálogo caloroso.
O programa psicomotor é progressivo e propõe uma abordagem
das atividades da criança, que realiza concretamente um modelo de "facilitação",
no qual são exercidas, e a seguir reunidas, capacidades de análise preceptiva e
de diferenciação motora.
A noção de facilitação escolhida para caracterizar uma das
funções atribuídas ao programa aparenta a definição dada pelos
neurofisiologistas, citam Herren e Herren (1986)
Ela reside no fato de que é por um conjunto de estimulações
inibidoras, inseridas nos exercícios , que as junções sensomotoras, bem como as
coordenações posturais e de movimentos, são isolados a partir da globalidade
neuromotora inicial.
Diz Brandão (1984), por sua vez, que o desenvolvimento do
sistema nervoso deve ser harmonicamente adquirido em todas as suas funções:
Sensorias, motoras, afetivas e intelectual.
Não se pode somente pensar em função da motricidade e tônus.
Os exercícios que devem ser proporcionados para que a criança possa ter
condições de adquirir os padrões de movimento e a coordenação do tônus não
podem ser programada somente segundo as necessidades motoras, mas também
deve-se levar em conta o nível de maturidade atingida pelo desenvolvimento
mental, os seus interesses e motivações.
II - RETARDO MENTAL
De acordo com Shepherd (1996), o termo retardo mental é
geralmente usado para designar a criança que apresenta inteligência abaixo do
normal, ao lado da capacidade reduzida do aprendizado.
2.1 - Etiologia
Não existe nenhuma classificação satisfatória dos fatores
etiológicos responsáveis pelo retardo mental, todavia, qualquer classificação
deverá incluir os seguintes grupos:
”Distúrbios metabólicos e endócrinos (hipotireoidismo congênito
ou cretinismo, fenilcetonúria, doença de Wilson, etc.)
”Aberrações genéticas ou cromossômicas ( Síndrome de Down,
síndrome de Klinefelter, etc)
”Malformações do sistema nervoso central (microcefalia,
hidrocelafia, encefalocele, etc)
Pode acontecer também que a criança, que é portadora de grave
deficiência motora desde os primeiros meses de vida, apresenta deficiência
cognitiva, no caso, esta é secundária à sua incapacidade motora. Entretanto, essa
evolução pode até certo ponto ser prevenida, graça ao tratamento precoce,
destinado à superar a deficiência motora e a proporcionar um ambiente
estimulante, assim afirma Brandão (1984).
2.2 - Perfil da Criança Portadora de Retardo Mental
Segundo Johnson e Werner (1994), a criança portadora de retardo
mental, possui muitas necessidades emocionais e de personalidade que deve ser
preenchida se quiser que ela se torne uma pessoa forte e saudável e bem
integrada.
Ela deve ter um senso básico de segurança e confiança, deve
desenvolver uma percepção de si mesma com um indivíduo autônomo ele deve
desenvolver relações afetuosas com outras pessoas .as experiências de
aprendizagem da criança não se limitam a atividades orientadas por tarefas. Ela
aprenderá algumas lições mais importantes dos encontros diários com outras
pessoas e eventos que constituem seu ambiente. Aprenderá por exemplo, se
poderá ou não confiar nas pessoas através de suas próprias experiências em que
possa experimentar a liberdade ou se impor sobre se ambiente.
Desenvolverá atitudes, valores e uma complementação total de
variáveis de personalidade e traços de caráter. As experiências de aprendizagem
que determinam o desenvolvimento emocional, psicológico ou da personalidade
da criança estão constantemente presente na vida da criança.
Embora conheça-se a importância fundamental destas dimensões
do crescimento humano, também nota-se que estes tipos de experiências de
aprendizagem não são, em si mesmas suficiente.
Não é suficiente oferecer à criança com retardo mental um
ambiente estável e agradável: ama-la, cuidar dela e torná-la feliz. Há também a
obrigação perante a criança de ensina-lhe, o máximo possível, com ela poderá
fazer coisas por si mesma, a atender suas próprias necessidades e a utilizar seu
potencial máximo de desenvolvimento.
Segundo, Johnson e Werner (1994), o nível de funcionamento de
uma criança não depende apenas da idade e natureza de seu retardo, mas
também de suas experiências anteriores de aprendizagem. É absolutamente
possível que duas crianças de dois anos de idade com síndrome de Down estejam
atuando em níveis radicalmente diferentes. A criança pode ser avançada em
algumas áreas de aprendizagem , ela pode ter conseguido um nível de habilidade
motora geral que seja comparável aquela de uma criança de nove anos, enquanto
que o desenvolvimento da linguagem pode se assemelhar mais ao de uma criança
normal de doze anos, ou seja, a criança pode ter um retardo sério em algumas
áreas, e um retardo moderado em outras áreas.
Ela pode ter um sério retardo e também ser emocionalmente
perturbado ou ter seu comportamento afetado, ela pode ter inclusive um distúrbio
visual ou auditivo como uma deficiência adicional.
2.3 - O Desenvolvimento Postural em Crianças com Retardo
Mental
Uma das primeiras experiências enfrentadas pelo recém-nascido é
a necessidade de lidar com a organização de sua postura no ambiente extra-
uterino. O recém-nascido de termo dispõe de um certo grau de controle postural.
O lactante possui controle muscular adequado para realizar certos ajustes
posturais e modificar a posição do corpo, diz Goldspink (1983).
O recém-nascido prematuro difere do termo pelo fato de ser capaz
de realizar ajustes posturais, em virtude do seu baixo tônus muscular e da
imaturidade dos seus sistemas de organização.
No que se refere a postura, o tônus dos refletores predomina no
recém-nascido de termo sobre a extensão a criança adota uma posição enrolada.
Embora as característica posturais do recém-nascido pré-termo costumem manter
relação com a idade gestacional, o lactante prematuro sofre também a influência
da gravidade, além de ser afetado pela natureza e gravidade de eventuais
patologias agudas.
Segundo Goldspink (1983), o terceiro trimestre é importante,
porque é nesse período que se dá a diferenciação das fibras musculares admite-
se ainda que, no recém-nascido, doente, hipotônico e hipocinético, as alterações
que se observa em relação às propriedades viscoelásticas de músculos e tendões
sejam devidas à falta prolongada de movimentação .portanto é possível que exista
um desequilíbrio em relação aos receptores dos músculos, afetando por sua vez o
comportamento postural e motor do recém-nascido.
O tônus muscular precário, a escassez de movimento espontâneo,
a falta de resistência apropriada, o posicionamento exigido pelas medidas de
tratamento e a ação contínua da gravidade podem levar ao "achatamento" do
corpo do recém-nascido
O tônus ativo da musculatura começa a melhorar na medida em
que o estado clínico do lactante prematuro se estabiliza e seu estado geral
melhora, de modo a permitir movimentação na "postura achatado". A atividade
persistente desse tipo pode levar ao desequilíbrio das funções motoras, levando o
lactante a adotar a postura de "vôo" ou de "susto", com predomínio dos
movimentos em extensão/retração. O grupo dos músculos flexores pode continuar
enfraquecido em virtude da falta de atividade motora. Esse desequilíbrio funcional
é capaz de provocar desvios na maneira de o bebê se alimentar e de atingir os
marcos do desenvolvimento motor, tais como o controle da cabeça na linha
mediana, o controle da pelve na posição sentada, a estabilidade de ombros e
tronco com as mãos estendidas na linha mediana/ para pegar objetos e a
sustentação do peso do corpo, primeiro em decúbito ventral e depois na posição
de pé.
Verifica-se, muitas vezes, que os lactantes mais ativos procuram
adquirira estabilidade postural e a orientação em seu ambiente. Vemos portanto,
que a criação de limites e de apoio para assegurar a contenção e conferir a
sensação de segurança, assim como os incentivos e estimulação aos
movimentos de flexão são muito importantes.
O treinamento do controle motor é um elemento crítico sobre os
movimentos é o manejo do ambiente, isto é, a criação de um ambiente destinado
a incentivar a atividade muscular e a favorecer ao máximo o desenvolvimento da
coordenação, assim como a capacidade para a interação com as pessoas e com
os objetos.
A posição ereta favorece o desenvolvimento da visão e do
controle sobre a posição da cabeça. Quando sentado em um assento inclinado, o
lactante de poucos meses pode ser incentivado a brincar com objetos que ele
consegue pegar e que estimulam tanto a visão com os movimentos de braço ,
convidando à interação, esses brinquedos podem estar pendurados dentro do
alcance da criança. Os brinquedos precisam ser especialmente atraentes e de
cores vivas, a fim de atraírem a atenção e proporcionarem feedback e reforço
positivo, assim afirma, Goldspink (1983)
Os exercícios que exigem a extensão de cabeça, tronco e
membros inferiores em decúbito ventral, assim como os exercícios para os
músculos abdominais e os exercícios de elevação do tronco com apoio sobre as
mãos servem para favorecer o desenvolvimento da força muscular e do controle
sobre os músculos.
O lactante precisa de experiências precoce da posição de bípede.
Os pais normalmente colocam seus bebês em pé pois já dispõe de experiência na
posição de bípede com apoio, muito antes de conseguir equilibrar-se e manter-se
em pé sem ajuda. No lactante que não tem oportunidade de ficar de pé, a
capacidade para sustentar e equilibrar o peso do corpo sobre os membros
inferiores pode não se desenvolver, ainda que os músculos extensores dos
membros inferiores produzam força suficiente. Algumas crianças com deficiência
cognitiva também criam aversão contra o apoio sobre as mãos e contra o ato de
segurar objetos com as mãos. Essa reação aversiva parece desenvolver-se
quando o lactante não teve oportunidade de usar as mãos para apoiar-se e para
manusear objetos, portanto, é possível evitá-la.
Á medida que ela avança em idade, a criança será incentivada a
praticar atividades que aumente sua capacidade de enduro e promovam o seu
condicionamento físico.
2.4 - Treinamento dos Atos de Comer e Beber em Crianças
com Retardo Mental
O lactante apresenta freqüentemente uma língua espessa e
hipotônica, esta e o seu controle motor precário parecem ser os fatores
responsáveis pela dificuldades em relação à sucção e á deglutição. Em
conseqüência talvez das suas baixas expectativa em relação à criança e a
freqüente falta de ajuda ao alimentarem o bebê , muitos pais tendem a mante-lo
na mamadeira e nos alimentos pastosos, muito além do período normal, uma
medida eficaz para estimular a língua consiste em exercer com o dedo vibrações
laterais vigorosas, acompanhadas de compressão da língua para baixo. Graças a
essa manobra, a tarefa de alimentar o lactante pode tornar-se bem mais simples,
sobretudo se a combinarmos com o tratamento dessensibilizante da região bucal
hipersensível e com o treinamento destinado a promover o controle sobre o
fechamento de lábios e queixo e sobre o processo da deglutição.
Os alimentos sólidos precisam ser iniciados na época normal com
introdução paulatina de alimentos que precisam ser mastigados. Segundo Muelher
(1996) uma medida capaz de estimular a mastigação consiste uma tira de carne
malcozida entre as gengivas ou entre os dentes da criança, em seguida, estimula-
se o fechamento de lábios e queixo. Os pais devem introduzir precocemente
alimentos de sabor e consistência deferentes, afim de evitar que a criança crie
aversão a certos alimentos. A alimentação com os dedos também precisa ser
iniciada o quanto antes, seja como um passo em direção à independência, seja
para fazer com que a criança sinta prazer em comer, diz Muelher (1996).
2.5 - Fatores Sociais e Psicológicos
Em numerosos países, a tendência atual é a de evitar a
institucionalização e manter a criança no lar, proporcionando os necessários
serviços de apoio. A colocação em lar adotivos constitui uma alternativa, caso os
pais não resistam ao estresse imposto à família . sempre que possível, a criança
com deficiência cognitiva deve ser criada e educada dentro de um ambiente
"normal". Acredita-se que o lar ou algum ambiente semelhante favorece o
desenvolvimento dos dotes sociais e do relacionamento com as pessoas. Por
outro lado, convém que os indivíduos com deficiência cognitiva grave seja
mantidos em instituições que disponham da equipe e das instalações que esses
casos requer.
O nascimento de uma criança mentalmente retardada provoca nos
pais sentimento de perda e luto Numerosos autores descrevem essa
conseqüência e o estresse que sofre os pais de uma criança com deficiência
mental. A visão negativa que os pais alimenta em relação às futuras possibilidades
da criança pode influenciar o relacionamento que se estabelece entre eles e este
filho, assim como o ambiente imediato dela. Existe uma relação mútua entre as
respostas da criança aos tratos que recebe e o comportamentos dos pais. É
provável que o lactante de poucos meses influencie os padrões consagrados de
criação, graças ao seu tipo de comportamento. Segundo Hppkins e Westra(1998)
é importante que os pais dêem conta da ajuda que eles e seu bebê podem
receber por parte dos fisioterapeutas entre outros terapeutas que eles
compreendam a necessidade do treinamento específico da habilidade motora e de
outras funções. Este assunto pode ser discutido com os pais, sem, contudo,
despertar neles esperanças irreais quanto ao futuro da criança. No caso de mais
idade que apresenta a criança portadora de deficiência mental, as discussões com
outros pais costumam ser úteis para os pais de um bebê mais novo se darem
conta dos prazeres e das dificuldades que encontrarão ao criarem um filho com
deficiência mental.
Os pais precisam de auxilio, a fim de entenderem que seu filho
necessita de estímulos especiais para explorar o seu ambiente e para adquirir as
habilidades motoras que outras crianças aprendem com um mínimo de ajuda. Eles
devem aprender estratégias capazes de prevenir o comportamento aberrante e, se
preciso for , a lidar com ele, pois esse tipo de comportamento pode ser um
obstáculo maior que o sucesso na criação do bebê e na aplicação do programa
terapêutico que a própria deficiência, assim afirmam Hppkins e Westra(1998).
CONCLUSÃO
Pode-se concluir que a hipótese foi confirmada, pois de acordo
com as referências bibliográficas, viu-se que a psicomotricidade é eficaz sobre o
desenvolvimento motor retardado em crianças entre 0 `1 ano
Isso por que esse método é o que se vê a criança de forma global,
atendendo aos aspectos motor, cognitivo e psicológico, intervindo junto à ela sob
uma ótica holística e não fragmentada.
RECOMENDAÇÕES
Com base em todo o exposto, recomenda-se que os profissionais
que trabalham com criança portadora de retardo mental, procurem adotar a
psicomotricidade como seu método ou associem aqueles que fazem parte de sua
prática.
Recomenda-se, também que os pais procurem participar
ativamente do processo de estimulação de seus filhos, pois a criança massageada
e estimulada é mais descontraída porque seu organismo exerce suas funções de
forma mais equilibrada, essa participação é fundamental.
BIBLIOGRAFIA
BOBATH, B. Atividade Postural Reflexa Anormal Causada Por Lesões Cerebrais. 2º edição São Paulo; Manole, 1997. BRANDÃO, S. Desenvolvimento Psicomotor da Mão Rio de Janeiro 1994. BUENO, J.M. Psicomotricidade: Teoria e prática: Estimulação, educação e reeducação psicomotora com atividades aquática . São Paulo: Lovise, 1998 BURNS, Y. R. e MACDONALD, J. Fisioterapia e Crescimento na Infância. São
Paulo: Santos, 2000.
FONSECA , VITOR da. Psicomotricidade: Filogênese, Antôgenese e Retrogênese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998 HERREN, H. HERREN, M. P. Estimulação Psicomotora precoce Porto Alegre: Artes Médicas, 1986 JOHNSON, V.M.,WERNER, R.A. Um Guia de Aprendizagem Progressiva para Adolescentes Retardados. São Paulo; Manole, 1994. PICQ.L., VAYER, P. Educação Psicomotora e Retardo Mental: Aplicação aos Diferentes Tipos de Inadaptação. São Paulo; Manole, 1998 POLINSKI, J. GOLDFELP, S Pequeno Dicionário de Termos Médicos. 3º edição São Paulo, Atheneu, 1998. SCHINCA, M. Psicomotricidade, Ritmo e Expressão Corporal, São Paulo; Manole, 1991 SHEPHERD, Roberta B. Fisioterapia em Pediatria. São Paulo: Santos, 2000.
ÍNDICE
P.
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 11
1 - O Papel Da Psicomotricidade Na Fisioterapia Do Atraso Motor No
Estágio De Desenvolvimento Da Criança De 0 À 1 Ano
11
1.1 - O Desenvolvimento Do Cérebro Como Órgão De Comunicação
e Aprendizagem
13
1.2 - O Desenvolvimento Humano no Primeiro Ano de Vida 17
1.3 - O Desenvolvimento Postural 20
1.4 - O Desenvolvimento Psicomotor 22
1.5 - Programa de Estimulação Psicomotora 25
CAPÍTULO II 27
II - Retardo Mental 27
2.1 - Etiologia 27
2.2 - Perfil da Criança Portadora de Retardo Mental 28
2.3 - O Desenvolvimento Postural em Criança Portadora de
Retardo Mental
30
2.4 - Treinamento dos Atos de Comer e Beber em Criança
Portadora de Retardo Mental
34
2.5 - Fatores sociais e psicológicos 35
METODOLOGIA CIENTÍFICA 06
CONCLUSÃO 38
RECOMENDAÇÕES 39
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós - Graduação "Latu Sensu"
Título da monografia: O Papel da Psicomotricidade na Fisioterapia no
Atraso motor no Estágio do Desenvolvimento na Criança de 0 à 1 ano
Data de entrega:______________________
Auto Avaliação:
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________.
Avaliado por: _________________________Grau _______________.
__________________,________de _______________ de ________
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