O TEATRO MÁGICO E SUAS JUVENTUDES: DO SHOW E DAS REDES SOCIAIS
PARA AS RUAS
Nara Cristine Thomé Palácios Cechella – UNESC/ULBRA
Introdução
Este artigo traz um recorte da pesquisa sobre as pedagogias dO Teatro Mágico (TM),
sob a lente dos Estudos Culturais em Educação, cuja dissertação foi defendida em 2016.
Aqui, tento estabelecer algumas conexões com as incertezas ligadas ao medo e ao diferente
apresentados por Herman Hesse (1995), em O Lobo da Estepe, obra literária que serviu de
inspiração na idealização do grupo O Teatro Mágico, incluindo toda a concepção dos shows
correspondentes ao primeiro DVD, intitulado Entrada para Raros, citada na obra de Hesse.
A pesquisa desenvolvida durante o período do mestrado pretendeu analisar as formas
como este grupo atuava pedagogicamente junto às juventudes em espaços não-formais de
educação. Partiu-se do pressuposto de que O Teatro Mágico, junto a estes distintos públicos,
tornava-os cativos de suas produções, a ponto de compartilhar seus posicionamentos diante de
questões sociopolíticas e culturais. Durante a pesquisa, estas informações foram, de certa
forma, materializando-se pela observação do comportamento dos jovens e dos músicos em
seus shows, pela forma como interagiam pelas redes sociais e seus incontáveis
compartilhamentos; em sala de aula, na universidade, ou mesmo nas ruas, participando de
manifestações, o que gerou, inclusive, em 2013, um CD tratando de canções em que eram
destacadas temáticas sobre questões de gênero, sexualidade, política, intolerância religiosa
dentre outros temas discutidos à época.
O trabalho de pesquisa foi desenvolvido em cinco fases: (1) primeiramente, foi feita
uma entrevista com o vocalista e idealizador do grupo, Fernando Anitelli; (2) foram feitas as
observações in loco, cujos registros foram realizados em caderno de anotações de campo
sobre as idas a shows, interação da pesquisadora com os jovens e investigação de postagens
no Facebook oficial do grupo; (3) também conversas junto aos fãs e estudantes universitários
de uma instituição do sul catarinense, onde a pesquisadora atua como docente; (4) como não
poderia deixar de ser, foi feita a releitura do livro O Lobo da Estepe, de Hermann Hesse, o
qual deu origem ao nome do grupo e à concepção do espetáculo, como anteriormente já foi
mencionado, além da análise das letras das canções que compunham o DVD Entrada para
Raros, primeira obra do grupo; (5) e, também, foi feito um acompanhamento sobre como
funcionava a “lojinha” que o grupo mantinha nos locais onde acontecem os shows. Então,
munida de todas estas informações, foi possível estabelecer parâmetros de análise de como
acontecia o show e a interação dos públicos pelo DVD em comparação ao que foi assistido ao
vivo, em oito de doze espetáculos realizados nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do
Sul, no ano de 2014.
1. O Lobo da Estepe e a Concepção do grupo O Teatro Mágico
O Teatro Mágico surgiu a partir do livro O Lobo da Estepe (original de 1927), de
Hermann Hesse (1955). Fernando Anitelli (2012), criador e vocalista do grupo, no site da
trupe, declarou que:
O nome foi tirado do livro “O Lobo da Estepe”, de Hermann Hesse. Em uma
passagem, a personagem principal se depara com uma placa onde se lê: “Esta noite o
Teatro Mágico – Entrada para raros”.
Anitelli conta em entrevista para o programa Radiola: O álbum recebeu o sugestivo
título “O Teatro Mágico: Entrada para Raros”, numa referência ao best-seller “O
Lobo da Estepe”, do escritor alemão Hermann Hesse. Quando li sobre O Teatro
Mágico do Hesse, percebi que era justamente aquilo que eu gostaria de montar: um
espetáculo que juntasse tudo numa coisa só, malabaristas, atores, cantores, poetas,
palhaços, bailarinas e tudo mais que a minha imaginação pudesse criar. O Teatro
Mágico é um lugar onde tudo é possível. (O TEATRO MÁGICO, 2012, p. 01)
Essa obra de Hermann Hesse – citada por Anitelli, trata da vida do misantropo autor,
Harry Haller, incomodado pelas inconstâncias dentro de si mesmo, vivendo o dualismo
metafórico do homem e do lobo.
Era uma vez um certo Harry, chamado o Lobo da Estepe. Andava sobre duas pernas,
usava roupas e era um homem, mas não obstante era também um lobo das estepes.
Havia aprendido uma boa parte de tudo quanto as pessoas de bom entendimento
podem aprender, e era bastante ponderado. O que não havia aprendido, entretanto,
era o seguinte: estar contente consigo mesmo e com sua própria vida. Era incapaz
disso, daí ser um homem descontente. Isso provinha, decerto, do fato de que, no
fundo de seu coração, sabia sempre (ou julgava saber) que não era realmente um
homem e sim um lobo das estepes. [...] (HESSE, 1955, pág. 46)
A personagem alcoolista e solitária vê-se como um lobo em meio ao vazio de sua vida
– a guerra, a sociedade burguesa com seus valores capitalistas. Na sequência, o enredo mostra
a personagem deparando-se com uma placa luminosa em uma espécie de muro, onde se
poderia ler, com certa dificuldade, as letras que ora acendiam, ora apagavam: “Teatro Mágico.
Entrada só para os raros. Só para os raros” (HESSE, 1955, p. 35). Pouco depois de se afastar
daquele local em que não conseguia abrir a porta, observou que o letreiro havia modificado
“Só para loucos”:
Enquanto isto, consegui decifrar algumas das fugitivas palavras; eram difíceis de ler
e davam lugar a muitas confusões por virem as letras separadas por espaços
desiguais, e se acenderem muito débeis para logo se apagar. [...] Mas, espere! Por
fim eu conseguia ler, uma após outra, várias palavras que diziam:
TEATRO MÁGICO
ENTRADA SÓ PARA OS RAROS SÓ PARA OS RAROS
Tentei abrir a porta, mas a velha e pesada aldrava não cedia. O letreiro luminoso se
apagara de repente, triste ao comprovar sua inutilidade. [...]
Quando então desisti e regressei ao passeio, vi, refletidas sobre o asfalto brilhante,
umas poucas palavras luminosas. Li:
SÓ... PA... RA... LOU... COS! (HESSE, 1955, p. 35-36).
Ao encontrar um vendedor ambulante pelas ruas, a personagem se sente encorajada a
perguntar-lhe sobre o Teatro. O ambulante levava consigo um cartaz em que se podia ler:
“Noitada Anarquista! Teatro Mágico Entrada só para Ra...” (1995, pág. 42), e deu como
resposta a Harry: “Não é para qualquer um”. Irritado com a situação, ao tentar comprar
alguma coisa, eis que recebeu então, um livreto, uma espécie de tratado, acordo. E é, a partir
daí, que ele passa a viver momentos oníricos, em que aparecem discussões por vezes
implícitas sobre uma loucura que, na verdade, trata a respeito de seu lugar no mundo, sua
inadequação em relação ao cotidiano, tornando-o uma pessoa “rara”, termo que o TM acabou
adotando para designar seus fãs:
[...] De repente, veio-me à memória o acontecimento daquela noite, a misteriosa
ogiva com sua enigmática inscrição de letras luminosas a dançarem furtivas. Que
dizia o letreiro? “Entrada só para os raros” e “Só para os loucos”. Olhei
inquisitivamente para os velhos muros, desejando secretamente que o prodígio se
repetisse, que a inscrição me convidasse como louco, que a porta me deixasse entrar.
Ali, provavelmente, estaria o que eu desejava, ali, talvez, interpretassem minha
música. (HESSE, 1955, p. 41)
Após firmar o contrato – “o tratado do lobo da estepe”, em meio às alucinações, Harry
entra em uma viagem psicodélica de autodescoberta entre o bem (o homem) e o mal (o lobo
da estepe).
O personagem faz-nos refletir sobre os extremos a que pode chegar o ser humano e, a
certa altura, usa a si mesmo como outro personagem, um amigo de infância chamado
Hermann, uma espécie de alter ego, mas que passa a se chamar Hermínia (HESSE, 1955, p.
113). Para adentrar aquele teatro mágico, deveria livrar-se do “supérfluo” e entregar-se de
corpo e alma, a fim de poder experimentar toda sorte de experiências, sem amarras, diante de
uma série de questões filosóficas que Hesse inscreve na obra.
A esse respeito, vale a pena mencionar os vários autores (artistas e ou personagens)
ligados à música, à arte, à Literatura, à Filosofia e à Sociologia, convocados por Hesse, via
sua personagem Harry, alcunhado como O Lobo da Estepe: peças musicais de Bach, Händel e
Mozart (p. 39 e 41); Novalis e Dostoievski (p. 43); o quadro A Noite, de Michelangelo (p. 16);
obras completas de Goethe, Jean Paul Sartre (p. 17); os personagens shakesperianos Hamlet e
Ofélia (p. 38); Fausto (p. 65); D. Quixote (p. 74); Jesus Cristo e Sócrates (p. 82); Beethoven
(p. 100); Nietzsche (p. 143); dentre outras menções a santos, músicas, instrumentos musicais
e demais elementos ligados ao mundo das artes.
Foi a partir dessa obra que o fundador do grupo, Fernando Anitelli, encontrou
inspiração para criar o projeto do TM, com o objetivo de alcançar a sociedade através da arte,
assim como o protagonista de O Lobo da Estepe, que encontra na música clássica e em um
metafórico teatro mágico – como descrito anteriormente –, uma oportunidade de experienciar
a arte. O nome do grupo é uma metáfora do poder da arte sobre uma possível transfiguração
do sujeito, a fim de encontrar seu lugar no mundo.
A trajetória desta trupe apresenta, de certa forma, o possível poder transformador de
sonhos, relatados por jovens que ouvi e acompanhei, os quais, por suas palavras, buscam
trilhar novos caminhos que circulam entre a arte e a sociedade. Como, por exemplo, quando
eu, em meio às conversas dos jovens presentes nas filas de alguns shows, ouvi um “raro”
relatar sobre o estímulo dado aos jovens que possuem talento, mas não têm coragem de
enfrentar um palco por falta de um patrocínio ou contrato com gravadora. O TM coloca-se
como um grupo que luta pela arte independente e sua divulgação via redes sociais, quando
defende o livre acesso à cultura, à educação, à música, ideias que tentam mostrar na prática
em suas apresentações.
Ao conceber o TM, Anitelli estabeleceu conexões entre as questões do mundo
contemporâneo que tornaram o grupo atraente para os jovens de hoje. A relação direta com
este público cresceu com a indicação de um jovem para outro jovem que fazia a propaganda,
compartilhava na internet, socializava em seus espaços de circulação.
Considerando a possibilidade de ser um fenômeno, este grupo consegue mobilizar
centenas de jovens em cidades de todo o país. Isso é tão evidente que são os seguidores do
TM que se encarregam de multiplicar informações a respeito deles, mesmo antes de saírem as
agendas oficiais de compromissos. Isso porque são levados pela emoção e pelo desejo de que
mais pessoas passem a partilhar das mesmas sensações e experiências.
Preocupados com a estética, além de suas reivindicações políticas, o TM prima por um
modelo de apresentação que cerca seu público cativo por certa identidade, um ethos e estética
próprios. Roupas, maquiagem, vocabulário, estilo e específico tipo de som, marcam o perfil
dos jovens que acompanham a trupe.
Partindo da tentativa de reinventar um modelo de negócio viável, somado ao desejo de
realizar algo diferente, induzido pelas palavras de Hermann Hesse (1955), Anitelli tenta fazer
com que o grupo constantemente se aperfeiçoe, una novos elementos artísticos, ousando,
inclusive, reinventar modos de vida pelas palavras em suas composições, assim como em
títulos de seus CDs, que tentam trazer a ideia de cultura e arte para a materialidade (Entrada
para Raros, O Segundo Ato, A Sociedade do Espetáculo, Recombinando Atos, O Grão do
Corpo).
Após a apresentação da obra literária, passo, então a falar mais sobre o grupo,
reforçando o uso da obra na concepção artístico-musical do TM. Para isso, trago Gustavo
Anitelli, irmão do vocalista e idealizador do grupo, que se tornou o produtor executivo do
grupo por muito tempo. Em 2013, envolvido pelo trabalho com a chamada música
independente, realizou sua pesquisa de mestrado na Universidade Federal do ABC
(UFABC/SP), tratando do universo musical em sua dissertação intitulada A Indústria da
Música em Transição: o uso das mídias tradicionais e das novas tecnologias da comunicação
na difusão e a distribuição da música no Brasil. Nela, Gustavo Anitelli explica o que é, como
foi concebido, de onde veio e quais rumos tomou o grupo:
O Teatro Mágico é uma companhia musical que mescla uma série de expressões
artísticas, mas que fundamentalmente se concentra na música. Com cerca de 10 anos
de existência, o projeto liderado por Fernando Anitelli se tornou referência no país
pelo pioneirismo na difusão da música a partir da liberação total da obra nas redes
digitais, construindo uma relação ativa com o público a partir das redes de
relacionamento da internet.
Sem nenhuma associação com gravadoras ou mesmo veículos das mídias
tradicionais, como rádio e televisão, o grupo construiu seu público realizando
apresentações e formatando uma rede própria, conjuntamente com o público que
acompanhava o trabalho. Inicialmente o Orkut e, posteriormente, outros sites de
relacionamento, como Twitter, Facebook e o Youtube propiciaram a difusão do
conteúdo não somente de áudio, mas toda a experiência que envolve o projeto, seja
assistindo a um vídeo no computador, seja participando de fóruns e diálogos com a
presença direta do próprio artista. [...] (ANITELLI, G., 2013, p.104-105)
Diante dessas observações, Canclini (1999), um pioneiro nos estudos sobre o
hibridismo cultural nas culturas latino-americanas, não pode deixar de ser mencionado, haja
vista as aproximações da hibridez do TM, o qual mescla linguagens diferentes para apresentar
uma produção cultural a seu público. Valho-me aqui da expressão “heterogeneidade
multitemporal” (Canclini, 1999, p. 72). Parece-me que a heterogeneidade multitemporal
aparece no TM quando trata de combinar diferentes linguagens em composições e
apresentações de práticas artísticas que passeiam pelo tempo e por espaços diversos.
Segundo Canclini (1999), ir além da segmentação do que se entende como cultural
poderia ajudar a compreender o processo como um todo, abolindo as fronteiras entre o que ele
chama de massivo, popular e culto. Estando esses elementos unidos, temos uma cultura
híbrida, tal qual a produção híbrida do TM, que mescla a popularidade do circo, a
intelectualidade do sarau literário, a dança presente em todos os estratos sociais, enfim,
unindo manifestações artísticas, independentemente do nível socioeconômico dos envolvidos.
Ele explica que a cultura não diferencia classe social e que, atualmente, pela globalização,
surgem novas identidades sociais, há uma desterritorialização e, sob uma visão transclassista,
surgem novos bens simbólicos.
2. As Juventudes, o Show e as Redes Sociais do TM
O TM, com suas formas de atuação, opera com estratégias de comunicação e recursos
artísticos e tecnológicos que conseguem dialogar com certo perfil jovem, juventude esta que,
segundo Canclini1 (2013), seria influenciada pelas transformações impulsionadas pelas
indústrias culturais há mais de meio século, assim como pelas novas formas de produção
cultural com conteúdos oriundos da digitalização das informações e da transmissão em rede,
fazendo-os capazes de produzir, comunicar e consumir, por meio, inclusive, das redes sociais.
Segundo o autor, não se trata apenas de transformações tecnológicas, são jovens que se
agrupam com a necessidade de dividir assuntos, não necessariamente pela via tecnológica.
O TM com suas características híbridas, mesmo estando praticamente fora das mídias
TV e rádios tradicionais, consegue influenciar seu público apenas operando via redes sociais,
que parecem ter uma aceitação bastante positiva entre os jovens. Dentre elas, o Twitter, com
mais de 154.000 seguidores; no Facebook, onde já ultrapassou a marca de 1.100.000 likes na
página; no Instagram, com mais de 30.200 seguidores, em sua maioria fãs que “marcam” os
artistas nas fotos e eventos em que se encontram; no Google Plus, com mais de 280.000
seguidores; no Youtube, ultrapassando 21.925.946 views; no iTunes®, dez mais baixados na
categoria; no SoundCloud, com mais 8.100 acessos.
1 Conforme afirmação em entrevista ao canal Educación a Debate, intitulada “Jóvenes, culturas urbanas y redes
sociales”. Está disponível em vídeo acessível em: www.educacionadebate.org, publicado em 22 de janeiro de
2013. Esta explicação está parafraseada, segundo o trecho disponível a partir dos 23 segundos até um 1 minuto e
15 segundos.
3. Do Show e das Redes Sociais para as Ruas
Por ser um grupo musical com um público predominantemente jovem, tanto no palco
quanto nas mídias, é preciso compreender o processo de interação com um público formado
por diferentes juventudes (e não apenas jovens) que apreciam sua música, acessam as redes
sociais com as quais o TM possui vínculo, identificando-se com o grupo, interagindo (fig. 4),
transformando-se e modificando seus modos de ser e estar no mundo. Por meio das redes
sociais, seguidores e apreciadores do TM podem ajudar, por exemplo, na construção do
repertório da próxima turnê.
Figura 1: Interação do TM com seu público, via Facebook
Fonte: Facebook d’OTM
Com um microfone nas mãos e grande aparato tecnológico, eles propagam seu
trabalho (Facebook, Instagram, iTunes etc.) e, além das apresentações e relações
estabelecidas nos espetáculos, há uma série de mudanças e responsabilidades que um grupo
artístico passa a ter quando começa a fazer parte das redes sociais. Entrar em qualquer uma
delas é abrir-se a toda e qualquer crítica ou elogio. Há redes em que seus usuários criam perfis
para celebrar seu artista, para encontrar outros fãs ou, simplesmente, compartilhar dos
mesmos gostos relacionados a algum ídolo.
Aqui, não posso me furtar a chamar à reflexão as palavras do sociólogo espanhol
Manuel Castells. Em O Poder da Identidade, Castells (2000) dedica boa parte de seu último
capítulo à argumentação sobre a mídia como espaço para a política na era da informação,
sobre a política showbiz e o marketing político. O autor reconhece o papel revolucionário das
TICs, tanto que acredita que elas não sejam apenas ferramentas de aplicação, mas processos a
serem desenvolvidos. Isso porque as novas TICs acabaram por desempenhar um papel de
facilitador do surgimento do capitalismo flexível, contribuindo na formação de redes,
comunicação a distância, coordenação individualizada de trabalho, processamento de
informação, armazenamento de informação em nuvens. O autor reconhece, também, a
importância das redes sociais e o papel que elas desempenham na contemporaneidade.
Como afirma Castells (1999, p. 50) em sua outra obra, intitulada A Sociedade em
Rede, “[...] A tecnologia da informação é para esta revolução o que as fontes de energia foram
para as Revoluções Industriais [...]”. Sob a perspectiva de Castells (1999, p. 405), há um
mercado de redes a ser explorado. Existem autoestradas eletrônicas que acabam se criando ou
nos fazendo circular por suas vias, ao que ele chama de fluxos de informação. O grupo O
Teatro Mágico talvez tenha encontrado neste fluxo virtual o caminho para maior alcance de
circulação de canções que usam a língua materna de forma poética. Representam personagens
que se assemelham aos papeis que desempenhamos em nossa vida cotidiana, oferecendo aos
jovens diferentes modos de ver, de ser, de pensar e de agir.
Diante de todos os pontos apresentados anteriormente, é mister citar a importância das
pedagogias culturais no processo da pesquisa. Viviane Castro Camozzato (2012), em sua tese
de doutorado intitulada Da pedagogia às pedagogias: formas, ênfases e transformações,
trouxe discussões imprescindíveis a este trabalho há época da pesquisa, no que se refere às
pedagogias culturais, abordando as aproximações e matizes entre pedagogia, pedagogias e
pedagogias culturais. Suas análises auxiliaram-me na abordagem das pedagogias praticadas
no TM. Aponto um de seus primeiros pensamentos, que me levou a refletir sobre a própria
noção de pedagogia:
[...] parece-me produtivo pensar que as pedagogias estão compreendidas nos
processos que nos tornam sujeitos de determinado tempo, em um contexto
determinado e situado. Há, nesse sentido, muitos espaços e artefatos disponíveis
para que as pedagogias funcionem e, com isso, possam propiciar que os sujeitos
aprendam a se modificar e estabelecer relações consigo e com o mundo que os cerca.
(CAMOZZATO, 2012, p. 20).
Segundo ela, estamos lidando com culturas que tentam nos governar o tempo todo. Em
outras palavras, somos conduzidos por caminhos que vão nos transformando e, com isso,
aprendemos muitas coisas e de formas diferentes, em espaços diversos. O significado das
coisas desloca-se de várias formas. A autora faz-nos pensar sobre as marcas do espaço em que
vivemos, em que tempos estamos vivendo e de quais formas tudo isso opera. Camozzato
(2012) explica que as pedagogias nos atravessam, perpassam, ordenam, demarcam e
constroem modos de vivenciar o mundo e seus processos. Camozzato (2012) explicita o termo
pedagogia cultural, a partir de Steinberg e Kincheloe (2001), cujo sentido é designar um
campo pedagógico em que as relações de poder são intensas e se dá em diferentes ambientes
organizados que extrapolam os muros escolares. Há pedagogias nas bibliotecas, nas revistas,
nos brinquedos, nas propagandas... nesta última instância, existe um aparato de apelo
publicitário e mercantil muito forte, a ponto de moldar os sujeitos, seja pela diversão, pela
necessidade de consumir, capturando nossa imaginação e construindo nossa consciência.
Trago, também, uma dissertação que auxiliou a analisar os jovens e sua interação fora
do espaço formal de educação, pois os jovens acompanhados por ela encontravam-se em
outros espaços para compartilharem de seus gostos, de suas idéias... Carla Simone Corrêa
Marcon (2010), em seu trabalho intitulado O universo Anime na produção de jovens Otakus
que vão à escola, investiga jovens que se identificam com a cultura pop japonesa, são atraídos
pelo espetáculo, consomem e apontam para uma determinada cultura juvenil pós-moderna, a
qual produz formas de ser e estar no mundo. Ao tratar do jovem escolar, Marcon (2010)
afirma que a escola está no epicentro de muitas mudanças e, também para ela, o conceito de
Pedagogias Culturais foi determinante para compreender que pedagogias ultrapassam os
muros escolares, ou seja, operam em múltiplos lugares sociais.
As conclusões apontadas por Marcon (2010) sobre estes jovens escolares aficionados
por cultura pop japonesa chamaram-me a atenção porque também me lembraram das
juventudes que acompanham o TM. A pesquisadora verificou que tais alunos interessavam-se
mais pelos estudos, cultivaram com maior frequência os hábitos de leitura, pesquisando e
interagindo por conta própria. Percebeu ainda que são jovens diferenciados também fora da
escola e os professores observaram algo de diferente na cultura destes alunos. Segundo a
pesquisadora:
Assim, engendrados nas tramas da mídia e do consumo, e convocados pelo Universo
Anime, caracterizam o seu proceder em sala de aula, compartilham pertencimentos,
participam de Animencontros e estabelecem relações neotribais. Além disso,
usufruem, com naturalidade, facilidades das novas tecnologias de informação.
“Antenados” no seu tempo, formam relações de amizade (e também amorosas) na
vida real e virtual. Como qualquer jovem deste século, “desfilam” com seus corpos
performáticos nos mais diversos ambientes e sempre que podem recorrem a uma
trilha sonora própria, constantemente apreciada em seus fones de ouvidos.
(MARCON, 2010, pág. 152).
Tal como as juventudes que acompanham o TM, é possível verificar pontos em
comum como o engendramento nas tramas da mídia e do consumo, apontados pela
pesquisadora, como também sobre os encontros, compartilhamento de informações, relações
de amizade e o gosto musical.
As juventudes que acompanham e compartilham o trabalho do TM foi além das redes
sociais e se colocou pronta ao chamado de seus astros midiáticos para ocuparem as diversas
manifestações que aconteceram em 2013. Levados pelo anseio de mudança, de quebrar
paradigmas, de enfrentarem seus diferentes medos, identificaram-se com um contingente de
jovens que viram, dentre tantas outras possibilidades, uma forma de lutar por meio da música,
da arte e do protesto.
Considerações Finais
Foi possível observar que O Teatro Mágico pratica certo tipo de pedagogia cultural,
mobilizando um público jovem, mediante performances artísticas realizadas para estes
sujeitos contemporâneos em suas apresentações, os quais o admiram e seguem. Diante de um
espaço e tempo em que a globalização parece ultrapassar as fronteiras midiáticas, são
apresentadas duas lições a que o estudo levou: identificação de como ser um sujeito raro e de
como ser um sujeito engajado.
As pedagogias do presente identificadas nesta pesquisa seriam as que se organizam e
funcionam em processos de atualização e reconfiguração constantes, forjando os sujeitos
jovens deste tempo pós-moderno, que se transformam e são atravessados pelas diferentes
situações e modificações de hábitos cotidianos, que precisam se reinventar diante de situações
de consumo, com o diferente, com a construção constante de sua identidade jovem, cheia de
desafios, medos e angústias. E é de uma parcela destes sujeitos – aqueles capturados pelo TM
– que tentei tratar na pesquisa.
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