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Ondeestãoos(sujeitos)jovensnasteoriasdajuventude?♣
LuciaRabellodeCastro
ProgramadePós-graduaçãoemPsicologiaInstitutodePsicologia
UniversidadeFederaldoRiodeJaneiro
Estetrabalhopartedacontribuiçãoapresentadanamesa-redondasobreTeorias
daJuventudenoVII JUBRA,quandopudediscutiralgunsaspectosrelevantesna
configuração do embate teórico sobre juventude no Brasil. Uma das
preocupaçõescentraisaquiserácolocaremquestãoumacertaindistinçãoentre
teorias da juventude1e teorias dos sujeitos juvenis presente no âmbito deste
debate teórico. Ao se indiferenciar as teorias da juventude das teorias dos
sujeitos juvenis,nãosedandocontadasnuancesqueasdistinguem,reduz-sea
pluralidade epistêmica do campo teórico e se aplainam as eventuais
controvérsias no diálogo necessário entre as disciplinas que se ocupam do
campodajuventude.
A pergunta que intitula o presente trabalho expressa o questionamento sobre
como,ese,asteoriasdajuventudetematizamossujeitosjovens.Afinal,falarde
juventude,discutir teoricamenteseuestatuto,configuraçãoesuaproduçãonos
♣ Estetrabalhofoidesenvolvidoapartirdacomunicaçãoapresentadanamesa-redonda Teorias da juventude: para que servem? Onde nos conduzem? noSimpósioInternacionalsobreaJuventudeBrasileira,JUBRAVII,Fortaleza,Ceará,14deagostode2017.1Estarei falandonosingular“teoriasda juventude”,enão juventudes,semmedeter aqui na discussão teórica sobre este importante aspecto: o que significapluralizar,sobquecondições,otermojuventude.Noentanto,pelofatodeusaronome juventude no singular não estou defendendo posição teórica massimplificando a narrativa que já está aludindo a uma pluralização teórica(“teorias”)presentenocampodajuventude.
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contextoshistórico-sociais,significariatambémincluiros jovens,comosujeitos,
nessa discussão? Argumentamos, neste trabalho, que embora possamos dizer
queas teoriasda juventude incidemsobreos jovens,provendosemprealguma
forma de percebê-los e representa-los como sujeitos, elas mantêm um foco
próprio de análise que não necessariamente coincide com a discussão sobre
comosedáaproduçãodosjovens,comosujeitos. Ofocoespecíficodasteorias
dajuventudeestáreferidoàemergênciaeconstituiçãodacategoriasocialqueéa
juventude, eportanto, comoessa categoria social se constróino jogode forças
sociaisdosdiferentesgruposdassociedadesmodernas. Poroutro lado,o foco
que interessa às teorias dos sujeitos jovens é aquele visa inquirir quem é o
sujeitojuvenil,parasimesmoeparaosoutros,oquequalificaestesujeitocomo
juvenil,comosedáaproduçãodeumasubjetividadejuvenil.Assim,adiscussão
sobre juventude(s) parece estabelecer um determinado enquadre cujo foco
permanece distinto daquele que se interessa em discutir como os jovens,
enquantosubjetividades,seproduzemnascircunstânciasemquevivem. Neste
sentido, este trabalho propõe-se a analisar a imbricação necessária entre as
teoriasdajuventudeeasteoriasdossujeitosjuvenisque,somenteaomanterem
suas devidas distinções analíticas, permitirão que os enfoques, seja sobre a
juventude,sejasobreossujeitosjovens,possamsecomplementarnastensõese
contradiçõesquemantêmentresi.
A discussão aqui apresentada visa trazer uma contribuição ao debate teórico
sobrejuventude,particularmentenoBrasil,apartirdequestõesfrequentesque
aqui se colocam. Por força das condições específicas da constituição deste
campo teórico no país, este debate assumiu alguns contornos específicos não
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necessariamentepresentesnodebate internacional. Umaspectodizrespeitoà
demandadesedistinguirentreoadolescenteeojovem(AbramoeLeon,2005),
demanda essa produzida mais pela necessidade de se configurar campos
distintos de intervenção das políticas públicas cujos aportes são concedidos
conforme a adequação dos beneficiários à pletora de exigências dos órgãos
públicos de assistência. Destemodo, o debate que se produziu no Brasil em
torno da distinção entre o jovem e o adolescente não iluminou, por certo, a
compreensão teórica acerca destes conceitos, mas forneceu os elementos
necessários para definir campos de intervenção para o destino das políticas
públicaseparaaaçãodosagentesdopoderpúblicoeprivado.
Teorias da juventude e teorias da subjetividade juvenil: a disciplinarização do
debateteóricosobrejuventudeejovens
OséculoXXassistiuàemergênciadacategoriasocialdajuventudecomoaspecto
deanálisedassociedadesmodernasemprofundatransformaçãopolítica,social,
culturaletecnológica.Paripassu,foiadisciplinadaSociologiaqueseencarregou
doestudodadinâmicaeestruturaçãodassociedadessobaégidedasmudanças
naModernidade. Cabe lembrar que, para umdos fundadores da disciplina, E.
Durkheim,umaquestãofundamentalresidiujustamenteemexplicaranatureza
dasociedade,ouseja,oquetrazhomensemulheresparaaconvivênciacomum,
oquedeterminaaordemsocialsobreoestadodebarbárie.Aolongodoséculo
XX, os cientistas sociais se ocuparam de compreender como se organiza o
conjunto social sob os novos condicionantes materiais e simbólicos da
modernidade,ecomoesseconjuntoseestruturaesemantémtendoemvistaas
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transformações que o acometem e os conflitos que aí se produzem. A
tematização da juventude no campo da Sociologia nestemomento surge como
elemento importante de explicação da nova ordem social, quando também se
recompõe a ordem geracional no âmbito de um outro patamar de relações de
transmissão,agorainstitucionalizadaspeloadventoeconsolidaçãodossistemas
educacionaisnacionais.
O estudo das sociedades ao longo do século XX vai lançar mão da juventude
como categoria social como parte da analítica da transformação e da ordem
social.Assim,sejapeloenfoquenajuventudecomoproblemasocial–eportanto,
categoria que coloca questões à ordem e harmonia social (Thrasher, 1936;
Burrows,1946;ReissJr,1951;SykeseMatza,1957;Eisenstadt,1976),sejacomo
categoriaquefavoreceatransformaçãoearegeneraçãosocial(Mannheim,1968;
Ianni, 1968), esta categoria – juventude – foi amplamente tematizada pelos
cientistassociais. NoBrasil,umdosestudospioneiros,odeMarialiceForacchi
tematizaa juventudecomocategoria social egeracional emque se sobressai a
dimensão do conflito geracional. Como coloca a autora, ...”localiza-se
socialmente esta formade conflitona fasede transiçãodaadolescênciapara a
maturidade.Aadolescênciaeajuventudesão,pois,elaboradascomocategorias
analíticasespeciais”....(1972:23-4).Paraaautora,setratanãotãosomentede
conflitos que expressam a transição psicológica a um estado de maturidade
psicológica, mas de conflitos referentes ao ingresso definitivo do jovem na
sociedade.Dizela:
“Porseressaetapa–ajuventude–definidoradoingressodefinitivo
dojovemnasociedade,eporserojovemoadolescentecujascriseso
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transformaram num ser psicologicamente amadurecido, por essas
condiçõesespeciais,amarginalizaçãodajuventudeapresentaefeitos
dramáticos para a sociedade, colocando-a, pelo fato de existir como
marginalização,emxequeesobofocodacontestação.”(1972:32)
Assim,paraForacchi,adinâmicasocietáriamodernacolocaquestõesespecíficas
para a inclusão deste segmento ao todo social. E se tal dinâmica favorece a
marginalizaçãodestegrupo,asociedadepadecerásobosefeitosdacontestaçãoe
dos conflitos que daí advirão promovidos pelamobilização deste grupo social.
Um ponto importante a notar no fragmento desta estudiosa é que ela adverte
para dois aspectos teóricos, não exatamente semelhantes, mas convergentes,
sobre a situaçãodo jovem. Emprimeiro lugar, ela enfocao jovemadolescente
enquanto sujeito imaturo psicologicamente que vive circunstâncias específicas
de transiçãoaumacondiçãodemaiormaturidade.Emsegundo lugar,aautora
enfocaamarginalizaçãodeumgruposocial–a juventude– frenteàsociedade
adulta, circunstância que pode propiciar o convulsionamento da ordem social.
Neste sentido, a autora, de modo perspicaz, atenta para a duplicidade de
aspectosteóricosqueenvolvemosujeitojovemadolescente:umaspectoteórico
dizrespeitoàsuacondiçãocomosujeito–nocaso,psicologicamenteimaturo;o
outro aspecto se refere à sua condição comopartedeuma categoria ou grupo
social dentro da sociedade. Estes dois aspectos, ainda que coincidam na
temporalidadebiográfica,permanecemanaliticamentedistintosnadiscussãode
Foracchi. Trata-se, portanto, de uma análise que tanto contempla uma
perspectiva sociológica da juventude, como também contempla uma visão
psicológica sobre o sujeito jovem. Mesmo que a alusão a uma noção de
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maturidade psicológica seja hoje considerada como aspecto de uma teoria
ultrapassadaeobsoletapara explicar a constituiçãoda subjetividade juvenil, o
fatoéqueaanálisedessaautoranospermitetecerconsideraçõeseimbricações
possíveis entre a condição psicológica que define o sujeito juvenil e a condição
socialquedefinea juventude. Neste sentido, podemosperguntar, por exemplo,
comoaimaturidadepsicológicadosjovensestariaimplicadanosmovimentosde
contestação e rebeldia à ordem social? Mesmo lançando mão de aspectos
psicológicos que hoje podem parecer datados, a análise da autora, não só é
pioneira, como também arrojada ao fazer face à exigência, nem sempre
realizável, de fazer análise social “com sujeitos”, assim, aproximando teorias
sociológicasepsicológicas. Amarginalizaçãosocialdajuventudeaparececomo
fatordeconflitonadinâmicasocial,eossujeitosjovensseconstituemnoâmbito
específicodeumadinâmicapsicológicadetransiçãoecrise.
A tematização do jovem e da juventude no campo da Psicologia ao longo do
século XX assumiu problematizações diversas ao campo da Sociologia. A
constituição do sujeitomoderno e suas formas de ser, pensar, agir e sentir no
âmbitodeumamatrizhistórico-culturalde individualizaçãodas subjetividades
(Watt,1996)torna-sefocodeinteresse.Assim,ademandaquesecolocouneste
campo do saber foi inquirir e compreender como a individualização – como
processohistóricoemododesubjetivaçãodominantenamodernidade–produz
as subjetividades. Essas se realizam ao longo do tempo biográfico que, nas
sociedadesmodernas,seinstitucionalizaatravésdaorganizaçãoda(re)produção
da vida e da sociedade. Para muitos estudiosos da Psicologia, uma questão
central foi justamente compreender as mudanças nas formas de ser, sentir,
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pensar e agir ao longo do tempo biográfico, uma vez que essas resultam do
encontroentreas forçasedisposições internasaosujeitoeaquelasresultantes
de coerções e possibilidades nas circunstâncias em que ele vive. Portanto, as
teorias psicológicas buscaramexplicar odesenvolvimentodossujeitosao longo
do tempobiográfico, focalizando a emergência dasmudanças ao longo da vida
cuja regularidade poderia ser sistematizada segundo um determinado padrão.
Porumlado,oqueéinternoeoqueéexterioraosujeitotornaram-seaspectos
de relevância teórica neste contexto de análise para definir uma teoria de
sujeito/indivíduo (esse distinto da sociedade); por outro lado, as teorias de
sujeito variaramemrelaçãoa comoconsideraro ajuste e a regulaçãoentre as
forças internas ao sujeito/indivíduo e aquelas advindas da sociedade. Para
Freud (1996), por exemplo, o ajuste entre o indivíduo e a sociedade é sempre
precário e conflituoso, pois, para o indivíduo, ele se traduz comoumônus em
termosdarenúnciaàsuarealizaçãomaislivreeimediata.
Vamos tomar como exemplo, no campo da Psicologia, um contemporâneo da
socióloga M. Foracchi , o psicanalista E. Erikson. A compreensão deste autor
sobre o sujeito jovem busca dar conta da especificidade deste momento
biográfico entendido comouma ruptura em relação à estruturação psicológica
anterior.Nestesentido,Eriksoncompreendeosujeitojuvenilcomoaquelequeé
instadoareposicionar-senomundo,reestruturandosuasrelaçõescomosoutros
econsigomesmo,umavezqueojogoentreforçasinternaseexternaséabalado
porumanovaconjunturadefatores.Assimdizoautor:
“Também devemos compreender a função da adolescência na
sociedadeenahistória,poisodesenvolvimentoadolescenteabrange
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um novo conjunto de processos de identificação com pessoas
significativaseforçasideológicas....Najuventude,abiografiacruza-se
com a história; nela, os indivíduos são confirmados em suas
identidadeseassociedadesregeneradasemseuestilodevida...Para
ingressarnahistória,cadageraçãodejovenstemquedescobriruma
identidade consonante com sua própria infância e consonante com
uma promessa ideológica no processo histórico perceptível.”
(1976:276)
Nestetrecho,oautorafirmaacondiçãopsicológicaespecíficadosujeito juvenil
comosendodefinidapor–“onovoconjuntodeprocessosde identificaçãocom
pessoas significativas e forças ideológicas” – o quepromove a busca do jovem
porumaidentidadequeovinculeaoquefoinainfânciacomoqueelequerser.
Erikson se refere a este processo como a “função da adolescência” já que o
processoadolescenteresidejustamentenarupturacomoquesefoi,aomesmo
tempoemqueseoreestruturaemnovasbases.Oautorreconhecequeasforças
ideológicaspresentesnasociedadeestruturarãoodesenvolvimentoadolescente,
jáqueasopçõesparasernofuturodependemdeseperceberoportunidadesno
processo histórico. Ao prover uma teoria do sujeito juvenil, Erikson pouco se
detémsobreocontextohistóricodomomento, sinalizandoapenasqueabusca
de identidadepelos jovens concorreparauma regeneraçãodas sociedades, ou
seja, para a manutenção e renovação dos valores que as sustentam.
DiferentementedeForacchi,queincluinasuadiscussãotantoumavisãoteórica
sobreajuventude,comoumasobreosjovens,Eriksonlançaofocodesuaslentes
teóricassobreoprocessoadolescentedeser jovem,situando-o–aindaqueem
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uma descriçãomenos apurada – no contexto histórico da segundametade do
séculoXX.
Assim,tantoaSociologiacomoaPsicologia,pormeiodassuasdiversasvertentes
teóricas,contribuíramparaodebateteóricosobreajuventudeeosjovens.Por
forçadaconstituiçãodiversadecadaumdestescamposdeestudo,atematização
dajuventudevaiconsistirnaênfaseteórico-conceitualdaSociologia,assimcomoa
tematizaçãodasconstituiçãodassubjetividadesjuvenisseráaênfasepresenteno
campo da Psicologia. Todavia, parece inevitável que ao se falar de juventude
comocategoriasocialseassume,dealgummodo,umavisãosobreojovem,eo
contrário também ocorre: quando se fala sobre o jovem se incorre, de algum
modo,emalgumateoriadasociedadeedajuventude,comocategoriasocial.Sea
imbricação das abordagens parece necessária e inevitável, há um mérito
indiscutível em manter aberta a discussão interdisciplinar preservando as
ênfases que advirão das contribuições disciplinares. Assim, o que pode se
colocar como retrocesso no debate teórico seria a dispensa de qualquer uma
destasabordagensemdetrimentodaoutra.
Umoutropossívelequívocoseria,ainda,ademarcaçãodoscamposdisciplinares,
PsicologiaeSociologia,emtornodossignificantesadolescênciaejuventudeonde
adolescênciaserelacionariaunivocamenteaocampodeestudosdaPsicologia,e
juventude,aodaSociologia.Aestepontosedirigenossaanáliseaseguir.
Adolescênciaejuventude:emquaismarcosteóricosestasnoçõesseinscrevem?
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Cabelembraresublinharcomomuitosteóricosdocampodajuventudetrazem
em sua discussão as noções adolescência/adolescente e juventude/jovens,
frequentemente, de modo intercambiável (Coleman, 1961; Musgrove, 1965;
Foracchi,1968;Mannheim,1968;Erikson,1976;Blos,1996). Noentanto,para
algunsautores/as,Foracchiéumexemplo,háumaapropriaçãocuidadosadestes
termosque revelama relevânciade se incluirvisões teóricas complementares,
sobre o sujeito juvenil e sobre a categoria social juventude na dinâmica
societária.Aoseenfocaracompreensãosobreoaspectogeracionaldajuventude
enquanto categoria necessária na constituição da estrutura e dinâmica
societária moderna implica-se uma compreensão sobre a estruturação
psicológica deste sujeito que participa como indivíduo da condição geracional.
No entanto, nem sempre se tem claroqueodivisor de águas entre os campos
disciplinaresresidenositineráriosintelectuaispercorridospelasdisciplinasque
definem,porsuavez,teoriasespecíficas.Argumentamos,nestetrabalho,queno
campodajuventude,asteoriassobreasociedadeesuadinâmicaconstitutivaa
partirdasgeraçõestemdefinidoatrajetóriaintelectualdaSociologianodebate
sobre a juventude. NaPsicologia e Psicanálise, o campoda juventude tem se
orientadopeladiscussãoda constituição subjetiva epsicológicados jovens e a
especificidadedojuvenilenquantoaspectoconstitutivodasubjetividade.
Nestaveia,atrajetóriaintelectualpercorridapelaPsicologiaePsicanálisetomou
a adolescência como conceito que definia uma função psicológica no processo
constitutivo da subjetividade moderna em que o se tornar adulto colocava (e
ainda coloca) um leque de novas demandas para o sujeito, tanto advindas de
forças internas, como de externas. A função ‘adolescente’ emerge, pois, no
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âmbitodassociedadesmodernase,portanto,asteoriaspsicológicasalocalizam
como resultante do processo histórico-cultural damodernidade. Reconhecida
por psicólogos, psicanalistas e também sociólogos, a contribuição pioneira de
StanleyHall,Adolescence,publicadaem1904, fazvaleranoçãodeadolescência
comocrise, comocondiçãoderupturaereestruturaçãodavidahumana. Este
momento,paraHall,eclodesobacondiçãodotumultopubertárioeaintensidade
dastransformaçõescorporaisdecorrentes,daíametaforizaçãode“tempestadee
tormenta” utilizada para dar conta deste momento. A contribuição de Hall,
datadaecriticadaemmuitosaspectos(Gallatin,1978),constitui,noentanto,um
aportesingularquejáserefere,noiníciodoséculoXX,aoprocessoadolescente
do sujeito moderno como aquele que o insta a mudanças profundas rumo à
“intensificaçãodoseueu”eà“afirmaçãodasuaindividualidade”.
A noção de adolescência afirma a condição de ruptura presente na vida do
indivíduomodernofrenteàconvocaçãodeseureposicionamentoemrelaçãoaos
vínculos anteriores da família e os outros, da sociedade em geral. Tal
rompimento se anuncia como um processo conflitivo, intra e
intersubjetivamente, uma vez que não se apresentam trajetos previamente
dadosdecomocadaumdeveperseguirsuaprópriaindividualização.Sobretudo,
a adolescência é vista como uma função estruturante do sujeito moderno,
independentedomomentoetário,jáque“aadolescêncianãoéprerrogativados
jovens” (Figueiredo, 2006:70).Neste sentido, a desregulamentaçãomoderna, e
mais acentuadamente a contemporânea, diversifica (e complexifica)modos de
adolescerquandoháinúmerasalternativasdeseconstruirosetornaradulto.Até
mesmo,apróprianoçãodeadulto–oqueéseradulto-épostaemquestãohoje
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(Galland,2001;Monteiro,2014),oquetornaaindamaisdifícillongoetentativo
este processo. No âmbito da Psicologia e da Psicanálise, a teorização sobre o
processo adolescente incluiu a discussão das transformações corporais da
puberdade, ressignificadasapartirdoprocessoadolescentequeaí se instaura.
Asmodificações sexuais do corpo infantil conduzemà elaboraçãodadiferença
sexual e do encontro com o outro sexual, processos inscritos e determinados
culturalmente. Isso significa que no caso dos sujeitos jovens modernos, o
processoadolescenteestácircunstanciadopelaposiçãosocialsingular–nãoser
maiscriança,eaindanãoseradulto–aqualfomentaconflitosinternosentre“a
manutençãodeseusinvestimentosnarcísicos,herançadainfância,eoempenho
nos investimentos objetais (o encontro com o outro).” (Cardoso, 2008:12)
Assim, a função da adolescência ganha destaque no estudo da juventude das
sociedadesmodernas, umavezque apassagempara a assunçãoda adultidade
está determinada por incertezas: não apenas os indivíduos estão menos
sustentadospordispositivosculturaisquepodemorienta-losnasvicissitudesde
seuscaminhoseescolhasdeseradulto,comopodehaver“oriscodeseperder
portertantooquemudar”(idem,2008:11).
Aoafirmareargumentarqueaadolescênciadenomina,natrajetóriaintelectual
do campo da Psicologia/Psicanálise, umprocesso e uma função constitutiva da
subjetividademoderna, consideramosque ela ilumina todos osmovimentos e
ações dos jovens na direção de se reestruturarem, em termos de vínculos,
relações e posições nomundo em que vivem. Neste sentido, discordamos da
visãoqueconsideraaadolescênciacomoum“períododevida”. Comoafirmam
AbramoeLéon:
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... “distinguir dois momentos do período de vida amplamente
denominado juventude, sendo que adolescência corresponde à
primeirafase(tomandocomofaixaetáriaquevaidos12aos17anos,
como estabelecido no ECA) caracterizado principalmente pelas
mudanças que marcam esta fase como um período específico do
desenvolvimento, de preparação para inserção futura; e juventude
(ao que alguns apagam o qualificativo propriamente dito, ou então
comojovensadultos,ouaindapós-adolescência)parasereferiràfase
posterior,deconstruçãodetrajetóriasnavidasocial.”(2004:8)
Percebemosnestapassagemumduploequívocodosautores,sejaaotomarema
adolescência como uma fase, ou período de vida, como também ao oporem a
adolescênciaàjuventudepropriamentedita,comoseoprocessoadolescentenão
estivessepresentena juventude,ouseja,atuando intensamentenomodocomo
osjovensconstroemsuastrajetóriasnavidasocial. Nestesentido,disputamos,
neste trabalho, a visão que tende a considerar a adolescência como “fase de
vida”, eportanto, distintadestaoutra faseque é a juventude.Essaperspectiva
nãoreconhecearelevânciadeumateoriadesujeitojuvenilque,justamente,se
fundamentana visãoda adolescência como função direcionada a compreender
como os jovens agem e se reposicionam na construção de suas trajetórias
laborais,educacionais,amorosasesociais. Comoargumentadoanteriormente,
tantoasteoriasdossujeitosjuveniscomoasteoriasdajuventudecomocategoria
social devem ser convocadas a contribuir para o debate teórico sobre a
juventudeampliandooraiodecompreensãosobreocampoecomplexificando-o
nastensõesquedaíemergem.
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Namesmaveia,osociólogomexicanoJ.Perez-Islasincorrenoequívocodevera
adolescênciacomoumafasedevida,objetodeestudodaPsicologia.Dizele:
“...Por su parte, la psicologia asumió la temática juvenil a partir de
considerarla como una “etapa de vida del hombre”; su desarrollo
conceptual alcanzará carta de cidadania teórica con StanleyHall en
1905 y su adopción a la famosa frase de Goethe... que sintetiza la
perspectiva de crisis del período, determinado biologicamente y
dominado por la fuerza del instinto... Así aparece una teoria
normativa, donde la adolescencia seria considerada una fase
universal del desarrollo psíquico, y que coloca al entorno social y
culturalenunlugarsecundario”.(2008:10)
Além de afirmar, equivocadamente, a nosso ver, que a Psicologia considera a
adolescênciacomoumperíododevida,oautoratribuiaestateoriapsicológica
umvaloruniversal. Afunçãoadolescentetemsidoconceituadacomoresultado
do processo histórico-cultural moderno de individualização cujos
desdobramentossefazempresentesnaconstruçãodasubjetividadeeidentidade
(Kehl, 2004; A.P.P.A., 2004; Costa, 2004). Neste sentido, destaca-se o caráter
processualehistóricodaadolescência.Mesmoquealgumasteoriaspsicológicas
tenham atribuído um caráter fásico e universal à adolescência, elas não
representama totalidadedeste campodo saber. Sobretudo, tais contribuições
da Psicologia no campo da juventude, ao ressaltarem o aspecto invariante
(universal?) da condição adolescente, tendem a reduzi-la à sua ancoragem
biologicamente instaurada–apuberdade. Entretanto,uma leituramaisampla
das teorias psicológicas sobre o sujeito juvenil inscrevem a puberdade emum
processo muito mais amplo e complexo, a adolescência, que corresponde aos
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modos de se estruturar como sujeito humano frente às demandas de se
construir,departiciparnasociedade,devivereconvivercomosoutrosede“se
sentir real” (Winnicott, 2005). Tal amplitude e complexidade refletem a
inscrição da puberdade no processo adolescente, entendido como uma
construção histórico-cultural da modernidade. A teoria de sujeito juvenil que
resgata a adolescência comoumprocesso psicológico diz respeito aos sujeitos
que,aolongodoséculoXX,etambémnoséculoXXI,têmpelafrenteaconstrução
de suas identidades, vínculos e posições nas sociedades (modernas) em que
vivem.
Argumentamos,assim,queaadolescênciasecolocacomoummarcoconceitual
importanteefundamentalparaoestudodajuventude. Elaseinscrevecomoo
processopsicológiconoâmbitodeumateoriadesujeitoquedevesearticularao
estudodajuventudenasuaoutradimensão:aquelaqueinscreveajuventudeno
marcodaestruturaçãosocietáriasoboprismageracional.
Teorias do sujeito juvenil e da categoria juventude no estudo da participação
políticadosjovens:doisestudosdecaso
Com o intuito de discutir as articulações necessárias entre teorias do sujeito
juvenil e teorias da categoria juventude, analiso, a seguir, dois estudos sobre
participaçãopolíticajuvenilemquetantoumateoriadosujeitojuvenilcomoda
categoria juventude se fazem presentes, com ênfases diferentes. Apesar de
distantesno tempoemque foramrealizadosepublicados, elesexemplificama
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complexidadedocampodeestudosda juventudeemquepeseaarticulaçãodo
esforçointerdisciplinarparaacompreensãodesteobjetodeestudo.
O. Iannipublicouseu trabalhoOjovemradicalem1962,épocaemqueoBrasil
consolidavaavançosnaconstruçãodeumademocraciaaindatitubeante.Neste
contexto,o ingressodosjovensnasuniversidadesconcorreparaaformaçãode
uma classe de jovens – provenientes das classes médias urbanas – cujas
aspiraçõesdeparticipaçãovãoserobjetode interessedesteautor,assimcomo
deoutros(Foracchi,1965).Otrabalhoemtelaconsisteemumestudopioneiro
no Brasil sobre a participação dos jovens universitários, buscando dar conta
desta complexidade ao aliar tanto uma análise psicológica como sociológica
destaparticipação.
Para Ianni as contradições de uma sociedade de classes, como as do Brasil
moderno, atingirão o jovem desde a dinâmica geracional. Os elementos
mistificadoresdaordemsocialburguesavãosefazerpresentesnascontradições
do mundo do trabalho. Os jovens, ao mesmo tempo em que se sentem
convocados a dele participar, vislumbram a negação desta realização. As
opressões do mundo do trabalho põem em relevo a submissão exigida e a
subordinação à autoridade adulta. Para o autor, há, sim, um comportamento
divergente e contestador do jovem ainda “imaturo”,mas esse comportamento
não dá conta das ações emovimentos de rebeldia do jovem à ordem vigente.
Para ele, a revolta contra os pais se coloca como um dos elementos, talvez o
menosimportante,paraacompreensãodainsubmissãojuvenilaostatusquo.O
jovemrevolucionáriorealizaumtrabalhodetotalizaçãosobrearealidadesocial
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em que vislumbra, a partir de sua posição geracional, seu lugar de
subalternidadeeascontradiçõesdosistemacapitalista.Convocadoaomundodo
trabalho,elepercebequeesselheseránegado,ouselhepermitido,resultarána
sua opressão. O trabalho intelectual de totalização depende, para Ianni, da
capacidadeintelectualdojovemedasuaresistênciaàcooptação.Aoapreender
intelectualmentesuaposiçãonomundo,comosujeitodahistória,ojovemradical
adquire consciência revolucionária posicionando-se como negatividade à
realidadevigente.Dizoautor:
“Comoaestruturadosistemasocialéalienadora,produz-se,em
consequência, o radicalismo, que se funda em uma consciência
adequada, sintetizadora. Daí a atuação política radical como
umarelaçãodenegatividadecomopresente.Noprocessodere-
totalização da personalidade em desenvolvimento na
adolescência, o jovem organiza intelectualmente a sociedade
globalemtermosconcretos,totalizandoasuapersonalidadecom
base numa nova e muito mais ampla visão do mundo.”
(1968:242)(grifosdoautor)
Paraoautor,aaçãorevolucionáriadecorredaapreensãototalizadadarealidade
e das suas contradições. A consciência resulta de um trabalho intelectual e
racional – próprio do jovem universitário de classe média; mas, também,
depende do envolvimento do jovem e de sua capacidade de resistência, ao
recusaraalienação.Assim,Iannitrazumaconcepçãodacategoriajuventudena
sociedade de classes que emerge como posição privilegiada na contraditória
dinâmica capitalista: é deste lugar social marginalizado que o sujeito juvenil
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podesereposicionarnomundoeagirpoliticamente.Iannitambémadmiteuma
certa imaturidade no jovem radical, decorrente da visão psicológica (teoria de
sujeitojuvenil)queinformaseutrabalho.Contudo,paraoautor,aimaturidade
não constitui o fator explicativo fundamental para os movimentos de
participaçãopolíticadojovemuniversitárionoBrasildosanos60.
Nostrabalhosdesenvolvidospormimecolaboradoresdepesquisa(CastroeCol.,
2010; Castro e Nascimento, 2013; Castro, 2016) sobre os movimentos de
participaçãopolíticaesocialdejovens,universitáriosesecundaristas,realizados
ao longo da primeira década do século XXI, há um leque de opções de
engajamentoemilitânciaparaos jovens, enão tão somenteaquelasestudadas
por Ianni, a dos movimentos estudantis universitários. Grêmios, diretórios
acadêmicosuniversitários,coletivosdetrabalhocomunitário,ecológico,sociale
educacionalsãoalgunsdosmodosdeparticipaçãojuvenilpornósestudados.No
processoadolescentedebuscadenovosvínculos,ogrupodeparesassumepapel
fundamental de reconexão identitária para os jovens: é ele que fornece
identificações para novos enlaces e vínculos extrafamiliares, viabilizando,
portanto, a adesão e ao pertencimento a grupos demilitância política e social.
Paraosautores/a,aaçãodosjovensnãodecorredeumadecisãoracionalemse
engajar, ou fazer parte de um grupo com cuja ideologia concorda, mas ela é
precipitadapeloenvolvimentoafetualcomooutro:o“estarjunto”eaderidopara
sedescobriroquesequerser.Nestesentido,elaéaçãoerrática,contingenteaos
acontecimentos:sefazeseageparasaberoquesequerser.Usoaexpressão,se
acharoquesequerser,comocondiçãodesteagirqueconduzàconstruçãodesie
àadesãoideológica(Castro,2016).Emummundosocialcrivadodeincertezas,
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ojovemmantémumarelaçãomaisflexívelemaisautônomanoscoletivosaque
pertence (Castro e Silva, 2015) assegurando um espaço pessoal de maior
autonomia. Assim, é frequente que os jovens pertençam a diversos coletivos
simultaneamente,enãofaçamumaadesãoplenaeconvictaaqualquerumdeles.
Frequentemente, os jovens buscam formas de organização coletiva menos
hierárquicas e institucionalizadas baseadas em uma crítica a modelos
estabelecidosdeparticipaçãopolíticae social (idem,2015). Umapreocupação
com os efeitos da ação engajada a curto prazo é também contumaz nas
narrativas dos jovens que justificam uma adesão a modos de participação
política diferentes daqueles existentes nas agremiações de partidos políticos e
suasformasdemilitância.
Assim,nosestudosempreendidossobreparticipaçãopolíticaesocialdosjovens,
propomos uma teoria do sujeito juvenil cujo processo de reestruturação
subjetivaconduzosjovensaoseiodogrupodeparescomonichoidentificatório
doqual lançamãoparareconectar-seasimesmoeàsociedademaisampla. A
açãoéfundamental,osujeitofaz-sepelaação,construindotentativamenteseus
vínculos,suasrelaçõesesuaideologia,enãoocontrário.Nestesentido,ateoria
de sujeito juvenil coloca como central a adesão, o pertencimento e a ação,
aspectos que reforçam a dimensão alteritária, identificatória, de estar comum
outro,opar,eagircomele.Desloca-se,portanto,aimportânciadareflexãoeda
preparação racional do agir em prol do quê se revela para o jovem na
experimentaçãomaistentativadoseuagir.Nestesestudos,acategoriasocialda
juventude emerge como um modo de vida cujo imperativo se articula à
experimentação(Castro,2010).Assim,diferentementedeIanni,quevislumbraa
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juventude como ator político na conflitualidade da sociedade de classes, estes
estudos favorecem uma visão da juventude como ator e agente, mas cuja
participação não é reivindicada somente por meio da conflitualidade e
contestação à ordem vigente, mas também por outras formas inéditas e
inusitadasdeoperartransformaçõesnasociedade.Essas formasserelacionama
modos de experimentar e recriar relações, relações e concepções de mundo
visando objetivos tanto sociais, como políticos e culturais (Mayorga, Castro e
Prado,2012).Nestesentido,aespecificidadedojuvenil,comodiferençasociale
cultural,potencializariatantomovimentoseaçõesclarosdecontestaçãoàordem
social,comoaquelescujocaráterrenovadormaisseadequamàordemvigentee
comelasereconciliam.Adiferençageracionaléexperimentadanãoapenascomo
olugardasubalternidade(deondesepodetotalizaraopressãodasociedadede
classes), mas, também, simultaneamente, o que detém a chave de novas
possibilidadesde(re-)inscreveraculturaerenová-la.
Para finalizar, trago estes dois estudos de caso no intuito de detalhar a difícil,
mas necessária, interlocução entre os vários campos disciplinares sobre a
juventude. Aindaqueas teoriasde sujeito e as teoriasda categoria juventude
possamse fazerpresentesemestudosespecíficosdediferentesautoresquese
ocupam da temática juventude, parece inevitável que as ênfases e enfoques
privilegiemumaou outra teoria. Neste caso, o convite a debater e discutir as
possíveis articulações está feito aos pesquisadores das ciências humanas e
sociais,semoquêocampoperdeemcomplexidadeeprofundidade.
REFERENCIAS
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