OS CARISMÁTICOS CATÓLICOS E A PARTICIPAÇÃO POLITICA NO ESTADO DO AMAPÁ (2010- 2014)
PROF. MSC. MARCOS VINICIUS DE FREITAS REIS 1
Resumo: O objetivo deste artigo é analisar a participação dos candidatos da Renovação Carismática Católica (RCC) no processo eleitoral no Estado do Amapá. Pretende-se compreender como este movimento tem se organizado internamente para participação nas eleições e como o clero local se envolve nesse processo. A escolha dos políticos com essa filiação religiosa deu-se em razão do número expressivo de adeptos, apoio da Igreja Católica e a visibilidade de seus eventos em nível estadual. Para isso, serão analisados: entrevistas, discursos de parlamentares, lideranças e membros da RCC, materiais de propaganda eleitoral, documentos oficiais da RCC sobre as diretrizes políticas, fotografias e documentos impressos. Palavras-chave: Renovação Carismática Católica, Religião e Política Representação
Política Introdução
A cada eleição que passa cada vez maior é o envolvimento de atores políticos que
exploram suas identidades religiosas para conseguirem se elegerem. Alguns desses candidatos
possuem o apoio institucional das suas igrejas.
Nessa perspectiva, a Renovação Carismática Católica (RCC) tenta eleger seus
representantes para cargos legislativos e majoritários, e assim, utilizar da esfera política para
seus benefícios. Com essa mentalidade percebemos que desde 2010 carismáticos amapaenses
tem disputados cargos para vereador, deputado estadual e deputado federal. Por isso
escolhemos como nosso recorte de 2010 quando os carismáticos marcam sua entrada como
envolvimento político e como suas estratégias foram usadas nas eleições atuais.
Nesse sentido, o objetivo desse texto é compreender o envolvimento político-
1 Professor da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) do Curso de Graduação em Relações Internacionais. Doutorando em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Membro do Núcleo de Estudos de Religião, Economia e Política (NEREP-UFSCAR/CNPq). Pesquisador do Observatório em Direitos Humanos da Amazônia (OBADH-UNIFAP/CNPq), Líder do Centro de Estudos Políticos, Religião e Sociedade (CEPRES-UNIFAP/CNPq). Email para contato [email protected]
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partidário dos católicos carismáticos do Estado do Amapá. Para isso algumas questões
permeiam o nosso estudo: Quais as estratégias utilizadas pelos carismáticos para tentar eleger
seus representantes? Qual a visão desse grupo religioso sobre a política partidária?
O Contexto Sócio Histórico dos Carismáticos Católicos no Estado do Amapá.
A Renovação Carismática Católica surgiu nos Estados Unidos na década de 1960,
especificamente, na Universidade de Duquesne, em Pittsburgh, Pensylvania, a partir de um
retiro feito de docentes e estudantes universitários que pretendiam vivenciar certa renovação
espiritual do catolicismo. A Igreja Católica foi influenciada pela pentecostalização que ocorria
em denominações evangélicas, sendo a instituição romana menor em face das protestantes
naquele país. (Cleary, 2011)2. Em pouco tempo o movimento carismático expande para outras
regiões do mundo (Chenuest, 2003).
O movimento carismático chegou ao Brasil no início da década de 1970, trazido pelos
padres jesuítas norte-americanos: Haroldo Joseph Rahm e Eduardo Dougherty, mediante a
organização de retiros e encontros na cidade paulista de Campinas. A partir dessas atividades
rapidamente o pentecostalismo católico espalha para outras regiões do Brasil (Prandi 1996).
No Estado do Amapá os carismáticos iniciaram suas atividades no final da década
oitenta. Alguns católicos da cidade Laranjal do Jari participaram de um retiro do “espírito
santo” na cidade de Monte Dourado no interior do Pará. No ano de 1989 essas pessoas
começam os primeiros encontros carismáticos no município do Laranjal. No inicio dos anos
noventa inicia a expansão das atividades carismáticas no território amapaense. Por meio de
encontros de “renovação espiritual” surgem grupos nas cidades de Macapá e Santana.
No Amapá a principal atividade desenvolvida pelos carismáticos são os grupos de
oração. Consiste em encontros semanais que reúne dezenas de pessoas para cantar, rezar e
estudo da bíblia (Reis 2011). Os grupos podem ocorrer nas casas dos participantes ou nas
2 A RCC se baseia na experiência individual e subjetiva com a divindade, algo que é chamado de “efusão do Espírito Santo” ou mais popularmente conhecido como “Batismo do Espírito Santo” (Carranza 2000). É constituído basicamente por leigos de classe média, tendo como características marcantes: a devoção mariana, usos dos dons do espírito santo (oração em línguas, curas, libertações, profecia, dentre outras) a obediência à hierarquia católica e a valorização dos sacramentos católicos, tudo em contraposição ao pentecostalismo evangélico (Prandi 1996).
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paróquias, mas sempre contando com a autorização clerical para o seu funcionamento (Mariz
2001).
Outra marca desse movimento católico são os encontros anuais e massivos em estádios
de futebol chamados de Cenáculo. Prandi (1996) que os cenáculos reúnem milhares de
pessoas e tem por finalidade exercita a identidade carismática no seio do catolicismo. No
Amapá anualmente organiza dois grandes eventos realizados no Centro Diocesano de Pastoral
da Diocese do Amapá3 4 (Carranza 2000). O primeiro é o retiro de carnaval voltado para o
público jovem. E o segundo é o Encontro Estadual da RCC Amapá com o objetivo de
formação para os participantes dos carismáticos amapaenses. Em ambos os encontros os
palestrantes são pessoas de outros estados e há apresentação de cantores católicos de
expressão nacional.
Além dos grupos de oração, a RCC vem se caracterizando mais recentemente também
pela formação das Novas Comunidades. Elas são chamadas de aliança quando seus membros
são ligados a ela, mas sem se deixarem a convivência familiar e a vida profissional; e são de
vida, quando os membros deixam sua vida secular, passando a morar nas dependências da
entidade, dedicando-se integralmente às suas atividades. (Carranza & Camurça, 2009). São,
portanto entidades autônomas e alternativas ao tradicional modelo de organização eclesial por
vezes, realizam trabalhos assistenciais, tais como apoio a dependentes químicos, visitas a
orfanatos, creches, asilos de idosos, presídios, escolas e bairros pobres (Silveira 2008). No
Estado do Amapá há a presença da Comunidade Shalom5, Comunidade Canção Nova6 e a
3 O Centro Diocesano de Pastoral da Diocese do Amapá é um espaço para realização de eventos da comunidade católica amapaense. Possui cozinha industrial, refeitório, dormitórios, salas para reunião, quadra e espaço para realização das missas. 4 A Diocese de Macapá pertencente à Província Eclesiástica de Belém do Pará e ao Conselho Episcopal Regional Norte II da CNBB. A Catedral de São José está na cidade de Macapá. Sua fundação foi em 1948 e constitui sendo a única diocese católica do estado do Amapá (Lobato 2013). 5 A Comunidade Católica Shalom foi fundada em 1982 pelo cearense Moysés Louro de Azevedo Filho. Atualmente existem núcleos da comunidade em vários lugares do mundo. No Amapá as atividades são iniciadas em 1993 a pedido do então bispo Dom João Risatte. Semanalmente desenvolve grupos de oração, aconselhamentos, missas, e projetos sociais com menores infratores e usuários de drogas (Carranza & Camurça 2009). 6 A Comunidade Canção Nova foi fundada em 1978 pelo Padre Jonas Abib. Desde 1989 a principal atividade desenvolvida é a transmissão de eventos carismáticos realizados na cidade de Cachoeira Paulista (SP) pelos meios de comunicação rádio e tv. A comunidade possui uma faculdade, hospital e vários projetos sociais, além de núcleos em outros países (Carranza 2000).
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Comunidade Eterna Aliança7.
Para Jurkevics (2004) o movimento carismático torna-se instância burocrática e
institucionalizada para melhor gerenciar suas atividades, formar novas lideranças e dialogo
com o clero. A RCC organiza em âmbitos: paroquial, diocesano, estadual, nacional e também
internacional8. Em cada um desses níveis, há coordenadores responsáveis pelas atividades que
contam com grupos auxiliares e conselhos consultivos. As atividades recebem supervisão ou
ao menos autorização da parte dos párocos e dos bispos diocesanos (Souza 2005). De acordo
com Jurkevics:
A RCC apresentou-se como um movimento religioso que se distanciou de
outros que a Igreja conheceu no decorrer do último século. Seu núcleo é
basicamente laico, apesar de contar com a presença e orientação de padres
e religiosos e de sua sede situar-se em Roma. A central latino-americana,
denominada Conselho Carismático Católico Latino-Americano (Conclat),
sediada em Bogotá, na Colômbia, se encarrega de preparar os encontros
bienais dos líderes. Esses encontros, segundo PRANDI (1997) seguem, pelo
menos formalmente, as orientações do Conselho Episcopal Latino-
Americano (Celam). Em cada país, um conselho nacional se responsabiliza
pela definição de projetos e pelo acompanhamento da vida dos grupos de
oração – base da vida carismática. Esses grupos se reúnem semanalmente
em busca de uma renovação espiritual, numa complementação às práticas
sacramentais, fundamentada nos vários tipos de orações e cânticos,
considerados como uma forma alternativa de oração, além da leitura da
Bíblia e de testemunhos pessoais (JURKEVICS, 2004, p. 75 ).
O Estado do Amapá é composto apenas pela diocese de Macapá. Nesse sentido, o
coordenador estadual da RCC AP é responsável por todas as atividades ocorridas nas 16
cidades amapaenses. A cada dois anos são realizados eleições para a escolha do novo
coordenador estadual e para a escolha do conselho deliberativo. As pessoas aptas a votarem
são apenas os coordenadores de grupo de oração. Abaixo a organização institucional da RCC
AP em 2014.
7 A Comunidade Missionária Eterna Aliança foi fundada pelo Padre Jurandir Avelino Júnior em 1997 na cidade de Macapá (AP) e desde então tem desenvolvido projetos de evangelização por meio de apresentações musicais e grupos de oração. 8 Na América Latina, a coordenação das atividades é feita pelo Conselho Carismático Católico Latino-Americano (CONCLAT), sediado em Bogotá, na Colômbia. Internacionalmente, existe a International Catholic Charismatic Renewal Services (ICCRS), em funcionamento desde 1970, na capital italiana e também católica: Roma. ICCRS é constituída por um presidente, um vice e doze conselheiros representantes de diferentes regiões do globo em que a o movimento se faz presente (Jurkevics 2004).
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A RCC ainda possui ramificações chamadas ministérios que realizam trabalhos
específicos nas dioceses para apoio aos grupos de oração. Atualmente no Amapá existe:
Universidades Renovadas9, Jovens10, Crianças11, Promoção Humana12, Comunicação Social13,
Famílias14, Pregadores15, Intercessores16, Cura e Libertação17, Música18, Coordenadores19 e
Formação20. Cada ministério possui um coordenador que é escolhido pelo coordenador
9 Atividades desenvolvidas com universitários e profissionais, a exemplo do grupos de oração universitários (GOU) e Grupo de Partilha e Profissionais (GPP) 10 Ações voltadas para catequização de jovens. Desenvolvem grupos de oração para jovens (GOJ), retiros sobre afetividade e sexualidade, e trabalhos sociais com adolescente com drogas e alcoolismo. 11 Trabalhos de catequização com crianças por meio de grupos de oração para crianças. Há muito teatros e brincadeiras lúdicas sobre ensinamentos da doutrina católica. 12 Consiste na formação de lideranças para trabalhar com projetos sociais e coordenação dos projetos assistencialistas desenvolvidos pelos membros da RCC. Os projetos mais comuns são com a recuperação de dependentes químicos e alcoólatras, visita a hospitais e creches, cestas básicas, cursos de formação técnica. 13 Consiste em todo o trabalho de divulgação dos eventos carismáticos nos meios de comunicação e nas redes sociais. 14 Desenvolve trabalhos relativos a problemas familiares. São realizados retiros com casais, namorados e pessoas com segunda união com o intuito de catequização. 15 Forma pessoas para darem palestras nas atividades da RCC 16 Desenvolve formações para novos intercessores e desenvolve formas de oração para seus membros. 17 Trabalhos desenvolvidos para orarem pela Cura das pessoas e expulsão de demônios. 18 Fornece subsidio teórico e prático para as diversas modalidades artísticas dentre elas: música,dança, teatro, artes plásticas 19 Ações ligadas às coordenações diretivas das instâncias da RCC. 20 Ensina os membros da RCC informações da doutrina católica e aspectos específicos da identidade carismática.
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estadual da RCC AP21.
Além dos ministérios os carismáticos possuem programas nos meios de comunicação
católica amapaense. O responsável pelo setor de comunicação da diocese de Macapá Padre
Fábio Pereira22 (ligado ao movimento carismático) permite ampla inserção dos segmentos
católicos carismáticos do Amapá na programação das emissoras de TV e na Rádio São José.
No tocante a TV Nazaré sempre produz reportagens sobre os eventos carismáticos e
programas de entrevistas com lideranças da RCC AP. A Rede Vida transmite semanalmente
missas com o Padre Marcelo Rossi e aos domingos o programa “Fazendo Barulho” produzido
pela Comunidade Shalom (Carranza 2000). A programação da rádio durante a semana tem a
apresentação do programa “Canções Mariana” e a noite programas de aconselhamento
apresentado pela Comunidade Eterna Aliança e Comunidade Canção Nova. O conteúdo dos
programas da tv e do rádio são pautados por catequeses, músicas, aconselhamentos, orações e
venda de material do universo carismático.
Carranza (2000) frente à concorrência a outros grupos religiosos padres vêm
investindo em suas paróquias na realização de eventos carismáticos com o intuito de atrair
novos adeptos23. No Amapá as missas de cura têm atraído centenas de fieis. Em 1997 Pe.
Jurandir inicia as celebrações na Igreja São Benedito do bairro do Laguinho, em 1998 Pe.
Aldenor institui a missa na Igreja São Pedro no bairro do Beirol. Em 2012 Pe. Paulo inicia a
missa de cura e libertação na Igreja Jesus de Nazaré e mensalmente Pe. Fábio celebra a missa
da misericórdia na Paróquia da Conceição na região central da cidade de Macapá.
Com as realizações das missas de cura as relações entre RCC e o clero amapaense
estreitaram. Alguns padres tem incentivado a abertura de grupos de oração e promoção de
21 Para se tornar membro efetivo da RCC no Estado do Amapá, é preciso, inicialmente, fazer o Curso de Seminário Vida no Espírito, Formação de Dons I e II, Seminário de Batismo no Espírito Santo, Formação Humana e Curso Paulo Apóstolo. Depois disso, o iniciante é encaminhado para ajudar no grupo de oração de sua paróquia e na participação e formação dos ministérios específicos. Esta formação inicial dura em torno de 3 a 4 anos, em média. 22 Souza (2005) diz que as dioceses têm investido nos padres cantores ligados a RCC para evitar a fuga de católicos para outras denominações religiosas. Assim, Pe. Fábio Pereira tem gravado CDs, esporadicamente realiza shows nas cidades do Estado do Amapá, além da apresentação anual no Círio Musical (Evento realizado após o Círio de Nazaré) 23 De acordo com dos dados do IBGE de 2010 sobre o Panorama religioso da população do Estado do Amapá 63,5% identificam com o catolicismo, 28 % evangélicos, 5,5 % sem religião, 0,4 % espíritas, 0,1 % religiões afro-brasileiras e 2,3% outras religiões. Percebemos que existe um pluralismo cristão na sociedade amapaense (SOUZA, 2012).
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eventos em suas paróquias. Por outro lado, as paróquias administradas pelos padres do
PIME24 têm desenvolvido relações conflituosas com as lideranças carismáticas (Lobato 2013).
Nessas igrejas os grupos de oração tem sido de proibidos de exercerem os dons do espírito
santo e reuniões canceladas a mando dos padres. De acordo com Souza (2005) o clero local
exerce controle e normatização das atividades exercidas pelos carismáticos em suas
paróquias.
Prandi e Souza (1997), dissertam que nas dioceses existem disputas entre carismáticos
e com os segmentos De um lado, os carismáticos propondo uma religiosidade mais
emocional, enfocando a vida sacramental, subjetiva e acreditando que os valores
conservadores seriam a solução para os principais problemas vivenciados pelas pessoas. Do
outro, as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), pastorais sociais, dentre outros,
reivindicantes de políticas progressistas, acreditando que a religiosidade deveria pautar uma
militância político-social que prol da melhora das condições de vida, sobretudo das pessoas
vitimadas pela pobreza. Essa divisão está bastante presente na diocese de Macapá, refletindo
as diferenças pastorais e de visão de mundo desses dois movimentos (Reis 2011).
A partir dessa visão de mundo que os católicos carismáticos amapaense vão se
posiciona a respeito do cenário político nacional e estadual.
Participação Política dos Católicos Carismáticos do Estado do Amapá
Desde a redemocratização do Brasil a forma de participação política dos católicos
carismáticos é não exclusivamente mais prioritariamente a via partidária. Desde os anos 1990
a RCC conseguiu eleger alguns deputados estaduais, deputados federais, prefeitos e
vereadores (Reis 2011, Carranza 2000, Procopio 2012). Para incentivar e organiza as questões
relativas à participação política dos seus membros em 1995 criou-se a secretária Matias e que
no ano de 2000 seria chamado Ministério de Fé e Política (MFP). Desde então cada estado
apoia institucionalmente candidatos para que sejam eleitas e lutem pelas suas demandas na
24 Pontificado de Instituto das Missões Exteriores (PIME). Fundado na cidade italiana Milão pelo Papa Pio IX em 1850 com o intuito de enviar padres para locais no mundo com poucos padres. Os padres do PIME chegam no Estado do Amapá em 1948 com objetivo da catequização do povo amapaense e consolidação administrativa da diocese de Macapá (Lobato 2013).
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arena política (Miranda, 1999).
De acordo com Carranza (2000) Deputados Federais e Deputados Estaduais são
escolhidos pelos conselhos estaduais e vereadores e prefeitos são escolhidos pelos conselhos
regionais. Durante o período eleitoral os grupos de oração passam a serem cabos eleitorais e
existe um grupo de pessoas que fiscalizam as atividades dos parlamentares eleitos.
Os parlamentares eleitos trazem para o debate posicionamentos contrários a
legalização do aborto e a união homoafetiva, descriminalização das drogas, profissionalização
da prostituição, investimento público em eventos católicos, concessões de rádio e tv para
associações católicas, e a defesa da liberdade religiosa (Reis 2011). Isto é, a visão política dos
carismáticos corresponde que a democracia brasileira precisa ser organizada e conduzida a
partir de ser submetida aos valores cristãos (Silveira 2008).
Contudo é a pauta do aborto que tem a maior movimentação política dos católicos
carismáticos. Anualmente são feitas diversas ações motivando os membros da RCC a se
posicionarem contra a liberação do aborto (Carranza 2000). E nessa campanha o Estado do
Amapá tem se destacado na promoção de palestras e entrevistas nos meios de comunicação
justificando porque o católico não pode votar em partidos ou candidatos que sejam favoráveis
a prática do aborto (Reis 2011).
Além dessas ações, desde janeiro de 2014 a RCC AP desenvolve o projeto “Brasil
Vivo Sem Aborto”. Que consiste em uma campanha na defesa do discurso que são defensores
da vida. Por isso mobilizam suas bases para coleta de assinaturas para apoiar o Projeto de Lei
6061/2013 dos deputados Hugo Leal (PSC/RJ), Salvador Zimbaldi (PDT/SP) e Eduardo
Cunha (PMDB/RJ) que aperfeiçoa a Lei 12.845 dificultando as práticas do aborto no Brasil25.
Abaixo o símbolo da campanha.
25 O Deputado Federal Salvador Zimbaldi lidera a frente parlamentar intitulada em “Defesa da Vida” no Congresso Nacional. A organização é composta por católicos, evangélicos, espíritas e políticos de outras religiões e se posicionam contra o aborto nas discussões proferidas nas comissões.
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A foto acima representa a concepção que os católicos possuem a respeito do aborto.
Tal prática em nenhuma hipótese pode ser exercida por ser tratar de uma vida humana. O
Brasil “feliz” e “vivo” é uma nação na qual reconhece o direito de existência humana e não
cabendo a mulher o direito se quer ou não levar a gravidez adiante. Isto é, a maior riqueza do
Brasil não são seus metais preciosos, suas florestas, rios, desenvolvimento socioeconômico, e
sim a defesa da vida humana desde a sua concepção. A criança rindo bem apoiado por mãos
de adultos no centro da bandeira do Brasil significa isso na visão dos os carismáticos.
As cores da bandeira são bem exploradas para mobilização dos membros da RCC AP
militarem contra o aborto. O verde representa a esperança para o país revogue os casos
permitidos por lei a cerca do aborto. O amarelo significa otimismo e “luz” que se unirem
forças é possível conseguir atingir esse objetivo. E o azul equivale a harmonia de terem
estratégias eficazes para que o Brasil adote a concepção cristã sobre a vida humana.
Para os carismáticos amapaenses o Partido dos Trabalhadores (PT) é o responsável
pela tentativa de ampliação dos casos de aborto no Brasil. Na figura abaixo o vermelho é
utilizado em destaque para mostrar que para mostrar as supostas pretensões políticas do PT é
algo profano, ruim, maléfico e demoníaco. Ou seja, a estratégia petista é minar da política de
qualquer fundamento cristão que norteia a atuação dos políticos, partidos políticos ou projetos
de lei. Expulsar os cristãos católicos da vida política do Brasil.
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A figura acima foi utilizada em alguns eventos promovidos pelos carismáticos e
circulação nas redes sociais. A ideia é associar o governo petista ao governo totalitário da
antiga União Soviética (URSS). Consolidar a visão que governos de esquerda defendem os
interesses dos gays, feministas, são contras os cristãos e se permanecerem no poder vão
implantar no Brasil governo autoritário tal qual foi a URSS, atualmente é o governo cubano,
chinês, venezuelano e dos norte-coreanos. Algo ruim para a democracia brasileira.
Portanto a base argumentativa da militância católica carismática amapaense pauta-se
em uma visão dicotômica da política. “O “bem” e o “sagrado” representado pelos setores
conservadores da sociedade que tem as soluções para os problemas políticos, econômicos e
socais do Brasil e o “mau” e profano” representado pelos setores mais progressistas que uma
vez no comando das instituições políticas governam de forma corrupta e com práticas que
perseguem os cristãos. Abaixo a fala de uma liderança carismática a respeito desse assunto:
Infelizmente, com uma possível vitória do PT, estaremos entrando mais
diretamente do que agora no que está sendo chamado de "comunismo
moderno". A par disso, todos os escândalos, distorções da verdade, mentiras
deslavadas e manipulação de toda espécie constituem ameaça especial. Será
que, daqui a alguns meses, poderemos estar escrevendo um e-mail tão
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aberto como esse? Será que não apenas os valores da fé católica (como
acontece hoje) como a própria fé não estarão sendo perseguidos,
questionados, desprezados? Será que agora mesmo, nesse instante, o sigilo
de meu e-mail pessoal não está sendo rompido? (...) Falo como católica que
lê no Catecismo que todo aquele que promover o aborto ou colaborar com
ele (e é esse o caso do voto dado ao PT) está automaticamente
excomungado. Falo como católica que precisa levar o Evangelho com
liberdade a todos os que não conhecem Jesus. Falo como católica que crê
ser o Evangelho e o Magistério a Verdade e a felicidade para todos. Como
dizia o Evangelho desse domingo, ou Deus, ou o dinheiro. 26
De acordo com o texto supracitado a manutenção da liberdade de expressão, religiosa,
política é condicionada a saída do governo petista do poder e a base organizacional da
democracia são os dogmas católicos. Portanto, aquele que votar nesse partido estará expulso
da igreja. Essa visão mostra uma intolerância em relação as escolhas políticas das pessoas.
Mostra não estar aberto ao dialogo e tudo aquilo que é contrário do seu pensamento é
classificado como algo ruim e que não deve existir. Ao dizer que o sujeito que vota no PT está
“automaticamente excomungado” é promover a experiência de apagamento do outro. O
diferente deve ser eliminado na defesa da “tradição” ou dos “valores cristãos”. Dito de outra
forma, categorizar o partido dos trabalhadores como “comunismo moderno”, “bolivariano”,
“esquerdista” é reafirma apenas o pensamento católico carismático amapaense é superior.
Essa visão binária da política mostra que a cidadania ela está atrelada a identidade
religiosa. O voto passa a ser resignificado e entendido como arma contra tudo que há de
maléfico na política (Burity 2000). O Estado deve ser organizado a partir das necessidades e
concepções católico-carismático. A participação política contribuiria para a moralização da
vida pública (Oro & Mariano 2010).
Mesmo entendendo que a política precisa ser moralizada o conselho estadual da
Renovação Carismática Católica do Estado do Amapá não institucionalizou o Ministério de
Fé e Política. A visão das lideranças é similar a visão dos pentecostais dos anos 80 que a
política partidária é um espaço “demoníaco”. A política é dominada por “entidades malignas”
no qual não pode ter envolvimento direto das instituições religiosas. Segundo um dos
coordenadores de grupo de oração da Diocese de Macapá:
26 Disponível em <http://desabafopais.blogspot.com.br/2014/07/comunidade-catolica-shalom-faz-ofensiva.html >. Acesso em 05 de setembro 2014.
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Olha, primeiro na minha visão, é uma questão dos lideres da renovação, das
pessoas que estão à frente, eles veem, a percepção deles sobre a política é
como a maioria das pessoas, é algo ruim, algo impuro até, é algo perigoso.
A visão que eles têm e que se meter, se relacionar com as questões políticas
é algo que vai levar para o mal, é algo sedutor, é como um espaço muito
sensível habitado por uma entidade mal até, então eles vem a religião na
minha visão como algo ruim, algo distante da vida religiosa. E por outros
fatores também, acredito que pela cultura, não é muito comum no nosso
Estado sujeitos religiosos ligados a igreja católica intensamente não só da
renovação, mas voltando pra renovação, eles não são muito envolvidos em
questão religiosa, o movimento por exemplo não apoia nenhum, nem nunca
apoio. E pelo que eu sei, e acho difícil apoia aqui na nossa realidade, a
orientação é esta, que o movimento, a instituição, o movimento Renovação
Carismática Católica no Amapá, ela não apoia nenhum tipo de
candidatura.27
A política partidária é vista como algo que poderá contaminar e desvirtuar os objetivos
de catequização da RCC AP. Portanto, trabalhar com candidaturas oficiais, usar os grupos de
oração como cabos eleitorais, ou desenvolver estratégias de marketing e financeira em torno
de campanhas políticas não é algo que condiz com a prática católica carismática amapaense.
De acordo com Lobato (2013) a política partidária amapaense é caracterizada por
práticas clientelísticas, corporativistas e personalistas. Historicamente são políticos membros
da família “Goes” ou “Capiberibe” ou parlamentares apadrinhados por essas famílias que
revezem a frente da administração do governo estadual e da prefeitura de Macapá. E para
conseguir ser eleitos utilizam da prática da compra de votos e promessa de cargos públicos
por meio de contrato sem processo seletivo.
Para evitar problemas políticos e associar a imagem a essa realidade política local as
diretrizes da Diocese de Macapá a cerca do envolvimento das entidades católicas na política
partidária. Pede-se que nenhuma expressão católica tenha vínculos institucionais com
candidatos ou partidos políticos. Portanto, diáconos e padres estão proibidos de apoiar
publicamente qualquer político. De acordo com a visão do Diácono:
27 Entrevista realizada no dia 04/07/2014, com coordenador de grupo de oração, nas dependências da sua residência na cidade Macapá AP.
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agora o que eu percebo hoje é que a Igreja não quer um envolvimento direto com a política, assim receber benefícios isso eu percebo que o nosso Bispo
não é a favor de beneficiado assim vamos dizer ele prefere que o político
faça o bem para a sociedade aconteceu muito isso na RCC, de alguns
candidatos eles favorecerem, assim se eu me eleger eu vou dar um terreno
pra RCC, se eu me eleger eu vou conseguir isso pra RCC, isso já
demonstravam que eles não estavam com boa intenção, por que nós
queremos políticos que façam política para todos e não que vão beneficiar a
RCC, não é esse o interesse e não deveria ser esse o interesse na RCC e da
Igreja eleger políticos que vão trazer benefícios para a Igreja e para RCC,
mas políticos que estejam comprometidos com valores cristãos que vão fazer
leis justas essa e a visão que eu tenho que é a visão de Dom Pedro inclusive,
mas eu vejo como ele trouxe a escola de Fé e Política pra cá que os leigos
eles se envolvessem mais com a política fossem mais conscientes e pudessem
interferir mais no futuro do Estado.28
A determinação da proibição do envolvimento político-partidário institucional reflete
na postura da RCC AP a cerca do seu envolvimento na arena política. Para evitar conflitos
com o clero local faz-se a opção por não apoiar ninguém e elaborar outras estratégias para
eleger representantes. E adotado o modelo proposto pela Diocese de Macapá denominada
“candidaturas avulsas”. Na visão de um coordenador de grupo de oração de Macapá:
(...) Ela se lance em nome de si própria, não em nome da igreja, não em
nome de X movimento, não em nome da Renovação Carismática, mas de
iniciativa própria, como cristão católico, pessoa que sente o desejo, o
chamado de DEUS pra mudar, pra transformar a realidade, este sim.
Inclusive tinha algum tempo, teve algum tempo, essa Escola de Fé e
Política, justamente pra preparar lideres para que tenham a vocação da
política partidária se engajarem29.
De acordo com essa metodologia de trabalho, o sujeito por atributos e prerrogativas
próprias participa do processo eleitoral. O envolvimento da igreja consistiria na formação
política do individuo com a participação da Escola de Fé e Política promovida pela diocese.
Teoricamente a pessoa eleita conduziria o seu pleito pautado pelos valores cristãos e
representaria os interesses institucionais da Igreja Católica nas instâncias deliberativas.
28 Entrevista realizada no dia 08/07/2014, com um Diácono ligado a RCC AP, nas dependências da sua residência na cidade Macapá AP. 29 Entrevista realizada no dia 25/08/2014, com um coordenador de grupo de oração ligado RCC AP, nas dependências da sua residência na cidade Macapá AP.
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A partir dessa realidade membros da RCC AP participam desses encontros de fé e
política e se lançam candidatos nos pleitos eleitorais. Caso conseguissem eleger a “formação”
obtida garantiria que os carismáticos amapaenses estivessem representados na arena política
local:
Houve algumas, nosso Bispo está há pouco tempo, mas o Bispo anterior
Dom João Rifati, ele encorajou a fazermos com orientador espiritual da
época um frei Cappuccino a fazer encontros para trabalhar a parte de
política, inclusive nas épocas das eleições ele trazia os candidatos pra,
expor os que queriam expor os seus projetos, de trabalho seus planos de
trabalho e agora o Dom Pedro ele instituiu na arquidiocese o curso de fé e
política ele trouxe pessoas de fora, ele trouxe os assessores da CNBB pra cá,
pra dar aos leigos para o laicado geral não era direcionado especificamente
para a RCC, o material que o Dom João mas dava pra gente era o material
da CNBB, a cartilha que eles editavam os documentos que eles davam e
falavam de política era esse o material que a gente utilizava ele procurava
também na homilias né,?30
Ao mesmo tempo em que a RCC garante que seus membros disputem às eleições a
diocese de Macapá consegue controla e instrumentaliza a participação política partidária da
comunidade católica. Ou seja, acredita-se que a padronização da maneira de envolver na
política garante ao bispo não problemas políticos por não ter vínculos institucionais e não
divide internamente às expressões católicas em torno pela disputa pelo apoio de candidaturas.
E nesse contexto surgem candidatos que nas eleições exploram suas identidades
religiosas. E a situação do candidato abaixo que nas eleições de 2014 tentou vaga para a
Câmara dos Deputados no Estado do Amapá.
30 Entrevista realizada no dia 08/07/2014, com um Diácono ligado a RCC AP, nas dependências da sua residência na cidade Macapá AP
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O nome adotado na campanha “João de Deus” indica que ele é uma pessoa preparada
pelo “sagrado” para a vida política, isto equivale a dizer que possui características comuns
para um cristão tais como: honestidade, solidariedade, caridade, instrução educacional,
trabalhador. Ou seja, o fato dele pertencer a Deus naturalmente possui atributos do universo
cristão. Ao adotar o nome popular “João” implica dizer que conhece bem os problemas
socioeconômicos do povo amapaense, e ter sua origem nessa realidade.
O uso do bordão “Renovar é preciso” faz alusão à proposta da Renovação Carismática
Católica que da mesma forma tem por objetivo de “renovar” a catolicidade das pessoas.
Portanto o candidato leva para a política a ideia que precisa mudar toda a realidade corrupta
da política amapaense. Certamente sua representação política será pautada pelos valores
cristãos, na defesa dos interesses da Igreja Católica. O próprio destaque para as cores azul e
amarelo fazem alusão a essa ideia. O candidato é a “luz” e que resolveria os problemas
políticos do Estado do Amapá.
A foto abaixo mostra em um dos momentos da campanha eleitoral. Representa uma
reunião promovida pelo candidato com pessoas carentes com o intuito de mostrar suas
propostas e pedir seus votos. O evento é iniciado com momento de oração característico que
ocorre nas atividades carismáticas. A exploração de gestos corporais como braços levantados,
mãos dadas, palmas, músicas e orações espontâneas.
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A linguagem religiosa é utilizada para tentar angariar votos da comunidade católica
carismática no Estado do Amapá. Essa forma de fazer política é não representa uma
“renovação” na maneira de conduzir a política partidária e sim reprodução das práticas
clientelísticas. Podemos perceber isso pelo procedimento dos candidatos posicionarem
representante da comunidade religiosa e trabalhar pelos seus interesses em troca do voto
(Gruman 2005). E esse estilo de fazer política padres acaba apoiando publicamente
candidaturas católicas carismáticas e não seguindo as diretrizes da Diocese de Macapá. Como
demonstra uma coordenadora de grupo de oração ligado a RCC AP:
tem uma Missa aqui de quinta- feira, que na missa essa pessoa está sempre
lá, ele é uma pessoa de caminhada dentro da Igreja Católica, assim ele tem
espaço livre e tem um programa aqui que ele apresenta, e teve esse Padre
que estava mais próximo dele deu toda a abertura, não na questão de pedir
voto durante a missa, não é isso, mas a questão de estar lá estar se
identificando, não deixando claro, mas entre linhas ele deixava claro o
apoio dele.31
31 Entrevista realizada no dia 20/03/2014, coordenador de grupo de oração ligado a RCC AP, nas dependências da sua residência na cidade Macapá AP
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Toda essa movimentação nas eleições nos revela tentativa dos católicos carismáticos
tentarem eleger seus representantes. Com apoio institucional ou não existe por parte das
lideranças da RCC AP intuito de se fazem presentes na política partidária. Isto com o intuito
de garantir a presença e influencia católica nas questões deliberativas da vida pública do
Estado do Amapá.
Conclusão
A Igreja Católica do Estado do Amapá nas últimas décadas vem perdemos
considerável número de fieis. E isso vem ocorrendo paralelamente com o crescimento de
outros grupos religiosos que tem ameaçado o monopólio do catolicismo local.
O contexto pluralista religioso pode ser observador pela presença de outros grupos
religiosos na mídia, na política, na filantropia e no setor educacional. Para se mantiver
presente nessas esferas, sobretudo na arena política amapaense, a Renovação Carismática
Católica AP torna-se estratégia para tal finalidade.
Diferente de outros estados brasileiros, a RCC AP não adota a estratégia de
candidaturas oficiais. Por meio de cursos de fé e política organizados juntamente com a
Diocese de Macapá incentiva seus membros a entrarem na disputa eleitoral sustentando
identidade católica mais sem vínculos institucionais com alguma entidade católica.
Até o presente momento não foi eleito nenhum membro da RCC AP. Porém em toda
época de eleição sempre há presença de seus membros com o intuito de buscar a inédita
representação política no cenário local.
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