Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
ESTILO DE VIDA DOS PROFESSORES(AS) DO COLÉGIO ESTADUAL IEDA BAGGIO MAYER
QUALIDADE DE VIDA ASSOCIADA ÀS ATITUDES COMPORTAMENTAIS E ATIVIDADE FÍSICA
Juçara Terezinha Lopes1
Eneida Maria Troller Conte2
RESUMO: Optou-se por este tema, Estilo de Vida (Qualidade de vida associada às atitudes comportamentais e atividade física), devido ao entendimento de que estimular a prática da atividade física dos professores(as) desde já, associando-a ao lazer, é também promover a saúde e a qualidade de vida. O objetivo principal do curso é contribuir na compreensão de conceitos e esclarecer assim “o porquê e para que” de um estilo de vida positivo com os cuidados alimentares, do lazer, da atividade física, da vivência familiar harmoniosa, do trabalho digno e de um comportamento preventivo incorporado em seu cotidiano. Como metodologia de trabalho foram realizadas leituras de textos, apresentações de vídeos relacionados à temática que abordaram a importância da qualidade de vida, enfocando os efeitos da atividade física e seus benefícios para a saúde. No decorrer do curso, após estudos de textos, foi realizado o debate e formulação de conceitos sobre saúde e qualidade de vida. Também foram aplicados questionários a respeito do estilo de vida, alimentação e comportamento preventivo dos envolvidos, além de aplicar testes de aptidão física, com intuito de analisar o perfil dos professores(as) perante o desgaste profissional. Foram proporcionadas, aos participantes, várias atividades, como ginástica laboral, dança, vôlei cooperativo, queimada, alongamento, pilates, entre outros, a fim de orientá-los e incentivá-los a procurar inserir, no seu cotidiano, exercícios que lhe proporcionem prazer e bem estar físico. Além disso, foi proferida uma palestra com uma nutricionista, que abordou a necessidade de constantes cuidados alimentares e formas de evitar uma alimentação não saudável, repassando dicas de alimentos que inibem o estresse.
PALAVRAS-CHAVE: Estilo de Vida, estresse, atividade física.
1 Professora de Educação Física da Rede Estadual de Ensino do Paraná, participante do
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE, 2013). 2 Mestre em Educação Física (UFSC). Docente do curso de Educação Física da Universidade
Estadual do oeste do Paraná (UNIOESTE).
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1. INTRODUÇÃO
O estilo de vida atual, consequente do modelo produtivo vigente, tem
provocado comprometimentos à saúde humana que refletem diretamente na
qualidade de vida dos indivíduos. O modo de produção adotado pelas sociedades
modernas determina o próprio modo de vida dos sujeitos, configurando assim o
trabalho humano como um dos alicerces sociais de relevância científica,
tornando-o co-responsável por inúmeras mudanças no comportamento humano,
afetando os indivíduos nos seus aspectos fisiológico, psicológico e sociológico
(SALLIS e OWEN, 1999).
A pressão diária vivenciada pelo profissional da educação pode gerar um
sofrimento psíquico e muitas vezes ele não consegue manter sua energia física e
mental, chegando ao stress. “O estresse foi definido como qualquer ação situação
(estressor) que submete uma pessoa a demandas físicas ou psicológicas
especiais. Em outras palavras, qualquer coisa que desequilibre” (NIEMAN, 1999,
p.246).
Diante destes fatos fomos levados a considerar que o tema Estilo de Vida
(Qualidade de vida associada às atitudes comportamentais e atividade física)
deve ser estudado e entendido. Achamos relevante, ainda, realizar um estudo
para integrar e estimular a prática da atividade física dos professores(as),
associando-a ao lazer e, também, como forma de promover a saúde e a
qualidade de vida dos mesmos.
O objetivo principal da implementação era contribuir na compreensão de
conceitos e esclarecer assim “o porquê e para que” de um estilo de vida positivo
com os cuidados alimentares, do lazer, da atividade física, da vivência familiar
harmoniosa, do trabalho digno e de um comportamento preventivo incorporado ao
seu cotidiano.
Os exercícios físicos, e outras práticas de saúde, devem ser disciplinados e
constantes e serem adquiridos pelas pessoas com a intenção de obterem
benefícios e melhorarem a saúde, com a consciência de que realizados
diariamente, mesmo que por pouco tempo, os resultados serão positivos,
podendo aliviar a pressão diária vivenciada no desempenho docente.
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Tendo em vista a realidade do professor e este, muitas vezes, precisando
de estímulos para mudanças positivas no seu estilo de vida, que se fez a escolha
de implementar a intervenção pedagógica com esses profissionais pois, entende-
se que a escola é um espaço de relações, um espaço privilegiado para o
desenvolvimento crítico e político, que contribui na construção de valores
pessoais, conceitos, crenças e maneiras de conhecer o mundo, interferindo
diretamente na produção social da saúde.
Desta forma, nesse período da intervenção pedagógica, procuramos por
intermédio de textos e vídeos abordar o aspecto da importância da qualidade de
vida, com foco nos efeitos da atividade física e suas vantagens. Também foi
aplicado um questionário a respeito do estilo de vida e da alimentação dos
envolvidos, foi realizado teste de aptidão física, com o intuito de analisar o perfil
dos professores(as) frente ao desgaste profissional e orientá-los para uma prática
de atividades físicas laborais, com técnica de relaxamento, visando minimizar os
desgastes.
Em cumprimento à elaboração do material pedagógico do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE- foi elaborada esta unidade didática, a qual
foi desenvolvida no primeiro semestre com os professores(as) do Colégio
Estadual Ieda Baggio Mayer – EFM, no período intermediário, com duração de 40
horas, com a participação de 16 docentes.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 CONTEXTUALIZANDO O ESTILO DE VIDA
O homem contemporâneo utiliza-se cada vez menos de suas capacidades
corporais e o conforto da vida moderna, bem como as tecnologias, está
contribuindo para essa acomodação. Nahas (2001, p.11) fala que “estilo de vida é
um conjunto ações habitual que reflete as atitudes, valores e as oportunidades na
vida das pessoas”. A mudança do estilo de vida tem distanciado os indivíduos das
tarefas físicas, tanto no trabalho quanto nas atividades diárias, incluindo esporte e
lazer. Isso implica diretamente no desenvolvimento de doenças, daí a
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necessidade de se promover novas atitudes que propiciem qualidade no estilo de
vida, sempre com o intuito de incorporar, no cotidiano do profissional, a atividade
física. “A atividade física é definida como qualquer movimento produzido pela
musculatura esquelética, que resulta em gasto energético” (PITANGA, 1998,
p.15).
Entre os diversos fatores que predispõem ou dificultam a modificação comportamental, destacam-se: o conhecimento, a atitude, as experiências anteriores, o apoio social de familiares e amigos, a disponibilidade de espaços e instalações (NAHAS, 2001, p.3).
Guiselini (2006, p.32) define “exercício físico como a prática sistemática de
um ou mais movimentos básicos, realizados para atingir um objetivo pré-
estabelecido” e Bento (2002, p.5) Acredita que ao “exercitarmos de forma motora,
lúdica, ou através do esporte, podemos intervir no nosso corpo e na saúde”. Ter
uma vida saudável vai além do corpo saudável, pode-se dizer que viver com
saúde inclui diversos aspectos como o modo que vivemos, como as nossas
reações emocionais, estresse, alimentação, atividade física e isso nos mostra o
quanto é complexo viver saudavelmente. De acordo com a Rev. Bras. Med.
Esporte (2000, vol. 6, nº 5) “saúde é um estado geral de equilíbrio no indivíduo,
nos diferentes aspectos e sistemas que caracterizam o homem biológico,
psicológico, social, emocional, mental, intelectual, resultando em bem estar”.
O desgaste constante vivido hoje pelo educador pode gerar uma tensão
psíquica, segundo Nahas (2001, p.179) “o estresse pode ser uma ameaça à
saúde, mas, também serve como estímulo para as adaptações positivas do
organismo”. No entanto, quando esse estresse deixa de ser positivo e começa a
provocar sensação de medo e a não sentir mais satisfação, bem estar e prazer no
trabalho, ele passa a ser um agressor para o organismo e se torna um fator de
risco para a saúde.
Estilo de vida está ligado diretamente ao conceito moderno de saúde,
entendido não somente como a ausência de doenças, mas preocupando com a
qualidade de vida, com a integridade psico-corporal, com preocupações na
condução de uma vida saudável (SANTOS & VENÂNCIO, 2006).
Atualmente, almeja-se uma melhoria no estilo de vida, pois é algo
indispensável para todas as pessoas e a atividade física mostra-se como meio
para obter uma melhoria da qualidade de vida (GORDIA, et al., 2008).
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Segundo Nahas (2000), os componentes do estilo de vida podem mudar ao
longo dos anos, mas isso só acontece se a pessoa conscientemente enxergar
algum valor em algum comportamento que deva incluir ou excluir, além de
perceber-se como capaz de realizar as mudanças pretendidas.
No entanto, “a atividade física isolada, como único fator, não manterá ou
promoverá a saúde do homem. Fatores como condições inadequadas de
trabalho, ambiente familiar conflituoso, excesso ou má qualidade da alimentação,
fumo, consumo excessivo de álcool, estresse emocional contribuem também para
surgimento de doenças crônico-degenerativas interferindo num bom estilo de
vida” (GLANER, 2003).
De acordo com Nahas (2001), uma das responsabilidades fundamentais
dos profissionais de saúde, principalmente os da Educação Física, deveria ser a
de informar bem as pessoas sobre fatores como a associação entre atividade
física, aptidão física e saúde, os princípios para uma alimentação saudável, as
formas de prevenção de doenças cardiovasculares e o papel das atividades
físicas no controle do estresse.
Segundo Nahas (2001), pesquisas em diversos países mostram a grande
relevância da análise e mensuração dos fatores integrantes do estilo de vida de
indivíduos, grupos e comunidades. Os componentes básicos do estilo de vida
saudável serão apresentados na seqüência da revisão de literatura.
2.2 ATIVIDADE FÍSICA
Atividade física é o movimento do corpo humano no qual envolve um gasto
de energia maior que o gasto energético na condição de repouso. Quando o nível
do movimento humano excede o patamar inicial do corpo em repouso,
intensificando-os, pode ser posta como atividade física (SABA, 2001).
Reuniram-se no ano de 1995, o American College of Sports Medicine, junto
com Pate et al, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, com o intuito de
planejar o tipo e a quantidade de atividade física que seria conveniente para a
comunidade, tendo em vista a prevenção de doenças crônico-degenerativas e a
promoção da saúde. Desta forma, elaboraram um documento o qual indica o
mínimo de trinta minutos ou mais de atividade física vigorosa e ou moderada por
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dia, a qual pode ser dividida em 03 vezes ao dia, sendo três sessões de 10
minutos. Para os indivíduos que fazem atividades cotidianas de baixa intensidade,
devem se exercitar por um tempo mais longo (DA ROS, 2000).
De acordo com Arouca (2003), o sedentarismo é considerado um dos
maiores problemas de saúde pública no Brasil e no mundo, tendo como uma de
suas principais consequências as doenças cardiovasculares.
Diversos estudos confirmam que a prática regular de atividade física
durante noventa a cento e vinte minutos por semana promove o desenvolvimento
da composição corporal, o aumento da densidade mineral óssea, a diminuição de
dores articulares, a melhora do perfil lipídico, a melhora da utilização de glicose, o
aumento da capacidade aeróbia, da força e da flexibilidade, diminuindo também a
manifestação de certos tipos de câncer, entre outros. No que tange os benefícios
psicossociais, pode-se destacar o alívio da depressão, a melhora da autoestima,
bem como o aumento da autoconfiança (GOLDBERG, 2001; FANCHI, 2005).
Um indivíduo que pratica atividade física em grupo, e se compreende
integrado ao mesmo, dificilmente se sentirá sozinho. O homem é
incontestavelmente um ser social, pois é feito para a relação com outros homens
(CAGIGAL, 1981; NAHAS et al, 2003; SABA et al, 2001).
2.3 CONTROLE DO ESTRESSE E RELACIONAMENTO SOCIAL
A palavra estresse tornou-se de uso corriqueiro, difundida por meio dos
diferentes meios de comunicação. Usa-se como sendo a causa ou a explicação
para inúmeros acontecimentos que afligem a vida humana moderna. A utilização
generalizada, sem maiores reflexões, simplifica o problema e oculta os reais
significados de suas implicações para a vida humana como um todo
(GOLDBERG, 2001).
Para Weinberg e Gould (2001), o estresse pode ser entendido como um
desequilíbrio acentuado entre condições físicas e/ou psicológicas, estando
sugestionado a falhas.
A reação do organismo ao estresse visa sua proteção, preparando-o para o
enfrentamento ou fuga da situação ameaçadora. Frequência cardíaca, frequência
respiratória, quantidade de energia armazenada, como gordura e concentração de
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glicose no sangue, sofrem alterações em um organismo sob estresse, devendo
retornar aos limites da normalidade quando cessarem os estímulos (MCEWEN,
2003).
Lima (2003) garante que o estresse ocupacional está arrolado com o posto
exercido, gerando uma reação do organismo às agressões físicas e psicológicas
Para M. Mead e Lévi - Strauss existem constantes humanas nas relações
entre os indivíduos, tais como a necessidade de compaixão, de companhia, a
capacidade de compreensão, a necessidade e o desejo de se comunicar, a
importância de tolerar e a constituição de vida comunitária (PEREIRA et al, 2008).
Seja em seu meio social, familiar ou profissional, os indivíduos necessitam
partilhar de momentos de descontração e de lazer, onde se desligam dos
problemas diários (DUMAZEDIE, 1973). Desta forma, inúmeros estudos
evidenciam que exercícios regulares suavizam índices de estresse, depressão e
ansiedade (GOLDBERG, 2001; WEINBERG e GOULD, 2001).
2.4 COMPORTAMENTO PREVENTIVO
Nahas et al (2000) mencionam como um importante comportamento
preventivo pode avaliar a pressão arterial e os níveis de colesterol. Se esses
controles não são realizados o individuo fica mais suscetível aos problemas
cardiovasculares, podendo incidir em um acidente levando até a morte.
Avaliando a atividade física quanto fator de comportamento preventivo,
Pereira et al (2008) evidenciaram em seus estudos que 44% dos homens e 94,1%
das mulheres, que praticavam algum tipo de atividade física com regularidade,
preocupavam-se em manter níveis do perfil lipídico e pressóricos em escalas
desejáveis.
Minayo (1992) diz que o resultado das combinações da boa condição de
habitação, alimentação, renda, emprego, transporte entre outros, é determinante
da “saúde”. Afirma ainda que podem gerar grandes desigualdades nos níveis de
vida, caso não haja um equilíbrio entres estes.
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2.5 NUTRIÇÃO
O nosso corpo necessita da oferta apropriada de alimentos saudáveis, para
tornar-se ou manter-se saudável. Uma nutrição adequada provê, ao organismo,
nutrientes para produzir novos tecidos ou mesmo repará-los, mantendo o sistema
imunitário saudável, o qual permite ao corpo executar tarefas diárias com
facilidade. A alimentação inadequada e a falta de atividade física são
responsáveis pelas principais causas das enfermidades não transmissíveis, tais
como: a diabetes tipo 2, as doenças cardiovasculares e determinados tipos de
câncer, também contribuem para a carga mundial de morbidade, mortalidade e
incapacidade (OMS, 2004).
Apesar da discreta disposição de declínio nos casos de morte, as
disfunções agregadas ao sistema cardiovascular formam uma das principais
causas de mortalidade e morbidade nos países industrializados. Estima-se que no
Brasil, as doenças cardiovasculares correspondam por aproximadamente 20%
dos óbitos em sujeitos após os vinte anos de idade (LESSA, 1998).
Uma alimentação correta aliada a atividades físicas regulares diminui os riscos de obesidade e outras doenças crônicas. A obesidade se não controlada associada ao sedentarismo acaba gerando uma situação de balanço energético positivo, que potencializa o risco de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e diabetes mellitus (NIEMAN, 1999).
Para uma boa alimentação, devem-se acatar as seguintes recomendações:
alcançar um equilíbrio e um peso normal; ater a ingestão energética procedente
das gorduras, trocar as gorduras saturadas por gorduras insaturadas e restringir
as gorduras trans; adicionar o consumo de hortaliças, frutas e legumes, frutas
secas e cereais integrais; limitar a ingestão de açúcares livres, sal (sódio) e
consumir sal iodado (OMS, 2004).
2.6 GINÁSTICA LABORAL
A Ginástica Laboral é um conjunto de atividades físicas exercidas durante o
expediente laboral, são exercícios de curta duração, visando compensar as
estruturas mais utilizadas durante o trabalho, relaxando-as, tonificando-as e
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ativando as que não são tão solicitadas. O objetivo dessa atividade é o de apontar
como diminuir os níveis de estresse do dia a dia do trabalhador, a partir da
ginástica laboral que, se praticada frequentemente, sob a orientação de um
profissional de Educação Física, proporciona melhora na qualidade de vida do
profissional.
A atividade proporciona ao praticante uma série de efeitos fisiológicos que
provocam o aumento da circulação sanguínea na estrutura muscular, melhorando
a oxigenação dos músculos e tendões, diminuindo significativamente o acúmulo
do ácido lático promovendo, assim, o bem estar através da liberação de
endorfina, hormônio responsável pela sensação de prazer, liberado pela prática
de exercícios físicos.
Essas substâncias no organismo ocasionam o bem estar do indivíduo
estimulando o relaxamento, não só da musculatura, mas também estão
diretamente relacionadas à qualidade de vida, aumentando o nível de atividade
física e diminuindo o estresse, tornando o sujeito mais ativo e livre das tensões
vivenciadas no decorrer do dia a dia.
A ginástica laboral é composta principalmente por técnicas de alongamento
e de exercícios de compensação das estruturas musculares distribuídas pelos
vários segmentos corporais, orientada e/ou supervisionada por um educador
físico. Pode ser realizada antes, durante ou após a jornada de trabalho, com
sessões de 10, 15 ou 20 minutos, tem intuito de prevenir doenças ocupacionais
LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Doenças Osteomusculares
Relacionadas ao Trabalho), doenças cardiovasculares, diminuição de estresse,
melhor entrosamento entre os funcionários, maior disposição para o trabalho
entre muitos outros benefícios (PAGLIARI, 2002).
Sendo assim, a ginástica laboral é uma das grandes aliadas da fisioterapia
na prevenção das doenças ocupacionais, pois representa a combinação da
atividade física que emprega exercícios de fácil execução, que são realizados no
próprio local de trabalho objetivando, entre outros aspectos, que o trabalhador
ganhe consciência corporal e um melhor posicionamento frente aos postos de
trabalho (POLLETO, 2004).
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3 METODOLOGIA
Como metodologia do trabalho foram realizadas leituras de textos,
apresentação de vídeos relacionados às temáticas que abordaram a importância
da qualidade de vida, evidenciando a importância da atividade física e seus
benefícios para a saúde. Também foi aplicado questionário a respeito do estilo de
vida e da alimentação dos envolvidos. Aplicado teste de aptidão física prática de
atividades físicas laborais, por meio de relaxamento.
A temática desenvolvida foi a respeito do Estilo de vida dos professores(as)
do Colégio Estadual Ieda Baggio Mayer - Qualidade de vida associada às atitudes
comportamentais e atividade física, tendo como participantes 16 professores(as)
do Colégio Estadual Ieda Baggio Mayer, no município de Cascavel, Estado do
Paraná, no ano de 2013.
A implementação pedagógica foi dividida em quatro etapas, sendo: 1ª
Etapa, apresentação do projeto aos professores(as) participantes e início das
atividades. 2ª Etapa, ginástica laboral. 3ª etapa, testes de aptidão física
relacionada à saúde e 4ª Etapa, explanação sobre hábitos alimentares.
O desenvolvimento ocorreu da seguinte forma: Primeiramente foi feita a
explanação de como seriam realizadas as atividades no decorrer do curso. Após
esta explanação foram iniciadas as atividades, como segue: Divisão em quatro
grupos, dos participantes, e cada grupo recebeu um pincel atômico e uma
cartolina na qual deveriam escrever palavras relacionadas ao estilo de vida. Ao
término da atividade foi recolhido o trabalho desenvolvido pelos professores(as).
Em seguida, com auxílio de slides, foi feita uma explanação sobre estilo de vida
saudável, complementada com o vídeo estilo de vida saudável, para um melhor
esclarecimento sobre o assunto. Ao final, foram devolvidas as cartolinas e cada
grupo fez relação das suas anotações com o exposto nos slides e no vídeo,
quando se percebeu que todos, de alguma forma, têm conhecimento sobre o quê
é um estilo de vida saudável, no entanto não praticam no seu cotidiano. Foi
distribuído o texto “a era do estilo de vida” para leitura complementar.
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O segundo encontro deu início com um debate a respeito da leitura
complementar “a era do estilo de vida”. O segundo trabalho desenvolvido foi a
apresentação do vídeo sobre atividade física para um melhor entendimento da
importância de comportamento e atitude, em seguida uma nova discussão do
assunto. Ao final, todos foram à quadra de esportes jogarem vôlei cooperativo no
qual todos jogam e todos ganham. Essa atividade foi desenvolvida para
exemplificar atividades físicas que podem ser praticadas de forma lúdica.
No terceiro encontro realizou-se uma explicação sobre o questionário PEVI
– Perfil do Estilo de Vida Individual, este questionário gera um mapa individual de
avaliação de cinco aspectos: nutrição; atividade física; comportamento preventivo;
relacionamento social e controle do estresse, representado por cinco pontas onde
cada uma tem sua pontuação. Após a aplicação do questionário realizou-se um
debate do perfil individual. Em seguida os participantes formaram duplas e
montaram uma coreografia de um xote figurado, dança típica do Rio Grande do
Sul. Foi distribuído um texto para leitura complementar, sobre estresse.
O quarto encontro começou com discussão da leitura complementar e
fundamentação do estresse, foram feitos alguns apontamentos das causas
geradoras do estresse na educação. A falta de políticas públicas voltadas para
Educação foi apontada como um dos principais motivos, desinteresse dos alunos,
falta de compromisso - tanto dos pais quanto dos alunos, rotatividade dos
profissionais nas escolas, carga horária, falta de tempo para o lazer e falta de
atividade física foram outras causas citadas. Foi feita uma breve explanação
sobre estresse e alimentos que colaboram no combate do estresse, depois foram
explanadas estratégias para evitar o estresse e foram aplicadas técnicas de
relaxamento, encerrando com alongamentos.
No quinto encontro debateu-se a leitura complementar “como o corpo se
adapta ao exercício”. Foi feita uma breve explanação da ginástica laboral, depois
foi lido e discutido, pelos participantes, o referencial teórico sobre esse tipo de
ginástica. Todos participaram de um pequeno programa de ginástica laboral feito
especialmente para os professores(as).
Neste mesmo encontro foi aplicado o questionário inicial de ginástica
laboral, alongamento e aplicação da ginástica laboral por meio de dinâmicas. Uma
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professora convidada veio falar sobre dança e apresentou a zumba com exemplo
dessa modalidade que todos puderam conhecer e praticar.
Para o sexto encontro foi feita uma breve explanação de aptidão física
relacionada à saúde e um pequeno comentário dos participantes sobre a leitura
complementar “Aptidão musculoesquelética: Força e mobilidade”. Logo em
seguida foram realizados os testes de composição corporal, contudo antes de
iniciarem os testes foi feita a descrição de cada um. Depois de tomadas todas as
medidas e calculados os resultados utilizando, quando necessário, o quadro para
parâmetro, os participantes puderam avaliar o seu índice. Após isso foi realizada
a dinâmica “la bela polenta”.
No sétimo encontro relembrou-se a discussão sobre aptidão física voltada
à saúde, logo após foi feita a descrição de cada teste e dado início aos testes de
aptidão física para a saúde. Com os testes concluídos, foi realizada uma
queimada recreativa na quadra de esporte. Neste artigo somente os dados do
questionário PIVA estão analisados e discutidos.
No oitavo encontro o grupo fez a leitura do texto “benefícios da atividade
física”, em seguida os participantes comentaram das suas práticas. Neste dia teve
a participação de uma professora de Pilates que falou dessa atividade passando
uma série de exercícios.
Ao nono encontro, com o recurso dos slides, foram realizadas
considerações sobre Exercício Físico, Atividade Física e Aptidão Física. Os quais
foram expostos, também, no quadro de giz servindo para identificar os sintomas
de alerta e as providências que podem ser tomadas. Após uma breve explicação
foi aplicado o questionário de atividades físicas habituais.
No décimo e último encontro foi proferida uma palestra por uma
nutricionista convidada. Em seguida, houve abertura para questionamentos, que
por ventura os participantes quisessem fazer à especialista em alimentação, e ao
final foi apresentado o tema “alimentos que nutrem são saudáveis e saborosos”,
para demonstrar que podemos, sim, ter uma refeição com sabor e, ao mesmo
tempo, com qualidade.
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4. RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES
Percebeu-se que foi de grande relevância a aplicação do questionário,
PEVI – Perfil do Estilo de Vida Individual, pois ela gera um mapa individual de
avaliação de cinco aspectos, que são representados por cinco pontas. Um
pentáculo que ilustra os cinco componentes que contribuem para a qualidade de
vida dos indivíduos. Os componentes são: nutrição; atividade física;
comportamento preventivo; relacionamento social; e controle do estresse. O qual
nos deu embasamento para chegarmos às conclusões de quais são os estilos de
vida dos participantes. As respostas se baseiam seguindo as indicações:
[0] nunca - [1] raramente – [2] quase sempre – [3] sempre.
Vejamos agora os resultados obtidos, com auxílio dos gráficos.
Gráfico 1 – Componente: Nutrição Uma alimentação saudável deve incluir cereais, frutas e verduras
regularmente, evitar doces em excesso, ter variedades, ao menos três refeições
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diárias, limitar a proporção de gorduras a 30% ou menos das calorias totais e o
colesterol a menos de 300 mg diárias (NAHAS, 1999).
Os hábitos alimentares da população pesquisada possuíam características
de composição de uma dieta voltada mais para a saudável, como podemos
observar no gráfico 1, itens a, b e c onde os participantes responderam que
“quase sempre” faziam entre 4 a 5 refeições diárias evitando gorduras e frituras.
No entanto, o item a demonstra que 55% dos participantes não incluíam em sua
refeição variedades de verduras e frutas.
Gráfico 2 – Componente: Atividade Física
A média em relação à atividade física também foi negativa. A maioria dos
participantes não faz atividade física, e poucos (14%) caminham ou pedalam no
seu dia a dia.
Os autores Guedes e Guedes (1995) afirmam que a prática de exercícios
físicos habituais promove a saúde e influencia na reabilitação da saúde, após ter
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sido acometida de determinadas doenças as quais estão associadas ao aumento
dos índices de obesidade e de problemas cardíacos, entre outros, pois a prática da
atividade física influencia e é influenciada pelos índices de aptidão física, os quais
determinam e também são determinados pelo estado da saúde do indivíduo.
Pessoas que praticam atividade física percebem melhoria das funções cognitivas e
sociais e da autoestima, pois ela ajuda na diminuição do estresse e da ansiedade,
bem como a redução do consumo de medicamentos.
Gráfico 03 – Componente: Comportamento Preventivo No fator Comportamento Preventivo foi alcançada uma média positiva.
Sendo que a maioria sabe a sua pressão arterial e se conscientizam para a
importância que isso tem para a sua saúde.
Para Nahas (2003) existem evidências de que o estilo de vida individual,
que é um conjunto de crenças, valores e atitudes, o qual se reflete em nossos
hábitos diários, ou seja, em nosso padrão de comportamento, apresenta um
elevado impacto sobre a saúde, em geral, determinando para a grande maioria
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das pessoas o quão doente ou saudável serão a curto, médio e longo prazo. E de
acordo com os comportamentos relacionados à saúde é que surgirão os reflexos
positivos ou negativos em nossa qualidade de vida hoje e amanhã.
Gráfico 4 – Relacionamento Social
No fator de Relacionamento obtivemos uma média regular. A maioria dos
participantes cultiva amigos incluindo eles em reuniões de lazer e também são
ativos na comunidade. Segundo Roeder (2003), esse relacionamento interpessoal
é uma resultante de um desenvolvimento da interação do indivíduo com o meio
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onde vive. É nesse contato com a sociedade que o indivíduo apresenta suas
ações, pensamentos e ideias perante a sociedade.
Gráfico 5 – Controle do Estresse Em relação ao fator Estresse foi observada, também, uma média regular.
Chamando à atenção o item o deste fator, no qual 60% não equilibra bem seu
tempo de trabalho com o tempo de lazer e, somente 20% tira tempo para relaxar,
conforme demonstra o item m.
Ferreira (2001) relata que stress é o conjunto de reações que o organismo
tem às agressões de diversas origens, capazes de perturbar o equilíbrio interno.
Convivemos constantemente com situações de estresse. Doses (intensas ou
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prolongadas) que podem trazer sérios problemas psicológicos e físicos. Quando
as situações de estresse estão fora de controle pode interferir em nossas
atividades diárias, resultando em perda de produtividade e afetando nossos
relacionamentos (NAHAS, 2003).
Considerando as questões de pesquisa, no que se refere ao estilo de vida
dos investigados, conclui-se de maneira específica que nas categorias Atividade
Física, Nutrição, Relacionamentos Interpessoais e Comportamento Preventivo os
dados mostram um elevado índice de hábitos impróprios, considerando os
resultados da pesquisa. Estes baixos índices nos comportamentos, acima citados,
poderão acarretar diversos problemas de saúde bem como uma baixa qualidade
de vida (NAHAS, 2003).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hoje em dia, despertar hábitos saudáveis nos indivíduos torna-se
imprescindível, portanto é necessário o desenvolvimento de programas de
promoção da saúde, na tentativa de contribuir para a formação de percepções,
atitudes e comportamentos mais positivos o que, por conseguinte, poderá
contribuir para a adoção de um estilo de vida mais saudável.
De acordo com os autores abordados neste estudo, identificou-se que são
importantíssimas, tanto a prática de atividade física quanto uma alimentação
saudável, sendo que ambas associadas previnem o aparecimento de doenças e
também melhoram a qualidade de vida do indivíduo, funcionando como fatores de
proteção ao longo da vida.
Concluiu-se, portanto, de acordo com os relatos dos professores(as) que
eles/elas gostaram muito dos conteúdos, principalmente aprender a respeito do
IMC, da nutrição e do estresse. Quanto à mudança de hábito, na própria pesquisa
foi possível verificar que grande parte dos participantes já pratica atividade física,
tem certo cuidado com os hábitos alimentares, mas peca quanto ao excesso no
consumo alimentício, em especial daqueles não saudáveis, com alta
concentração de gorduras ou açúcares.
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Os participantes relataram que foi muito produtivo participar deste projeto,
pois mesmo já tendo um pouco de conhecimento do assunto, as palestras e a
leituras acrescentaram bastante, a diversidade dos assuntos tratados e das
atividades proporcionadas foram outros aspectos citados que chamaram a
atenção e mantiveram a participação dos alunos até o final da implementação.
De acordo com os relatos, as dificuldades encontradas para manter o peso
dentro do índice são devidas ao estresse que gera ansiedade, aumentando a
vontade de comer doces, o que torna muito difícil manter a disciplina.
Os dados das avaliações e resultados poderão ser utilizados para que os
professores(as) consigam desenvolver exercícios e atividades, que melhorem a
aptidão física, elevando as capacidades físicas de modo harmonioso e adequado
às suas necessidades, para melhoras no seu estilo de vida.
REFERÊNCIAS
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