Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas
Ano 8 • nº1545
Julho/2014
Ovinocaprinocultura, Algodão e Palma Transformando a Reaealidade dos Sertões dos Inhamuns
Assis Barbosa 46
anos e sua mulher
Maria Gracineide
Sousa dos Santos 40 anos têm 3
filhos, Antonio Diogenes dos
Santos Barbosa 20 anos, Rodolfo
dos Santos Barbosa 17 anos,
Pablo Barbosa dos Santos 11. Seu
Assis e Dona Gracineide vivem na
comunidade de Tourão no
município de Monsenhor Tabosa
no Sertão dos Inhamuns com os
dois filho menores porque o filho
mais velho recebeu uma bolsa do
PROUNI (Programa Universidade para Todos) e estuda em Brasília. Assis além de criador
de cabras e ovelhas também é presidente da Associação Comunitária Pedro Alves
Cardoso. A família nos conta de sua experiência de produção.
Assis nos conta que começou sua
experiência com ovinocaprinocultura,
atividade que vem transformando a realidade
das comunidades do município, com apenas
quatro animais para reprodução, e hoje
produz matrizes e caprinos para leite e
corte. Dentre as alternativas de convivência
com o semiárido a criação dessas espécies
de animais foi a forma encontrada pela
família para gerar segurança alimentar e
nutricional, além de proporcionar a geração
de renda.
Monsenhor Tabosa
Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará
Só em 2014, Assis diz ter vendido 30
matrizes, cada um a R$ 250 em média, fora
os descartes. Para chegar a este nível, Assis
recebeu apoio técnico e conta com apoio do
filho Rodolfo, aluno do curso de Técnico em
Agropecuária da Escola Família Agrícola Dom
Fragoso, em Independência. Com
conhecimentos em ovinocaprinocultura,
manejo alimentar e sanitário e castração,
Rodolfo ajuda na criação de 80 bodes
matrizes e mais 80 bodes a cabras do pai.
Animais de Assis já conquistaram inclusive prêmios em Feiras da Agricultura
Familiar.Assis Barbosa integra ainda um grupo de quatro agricultores que se reuniu
para iniciar a produção de algodão agroecológico. Eles implantaram a cultura em suas
propriedades, e apenas um desistiu. O algodão produzido por eles foi certificado pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o que significa que a produção
está dentro dos padrões nacionais agroecológicos do Brasil. Assis e os outros dois
mantém a cultura em suas propriedades, utilizando métodos vegetais de controle de
pragas, como calda de nin, de angico e outros produtos, não realizam queimadas e têm
cuidado com o lixo produzido. O algodão é vendido para uma empresa de calçados
Veja, que leva a matéria prima (plumas) para a França. A produção de algodão
agroecológico, realizada nos anos de 2011, 2012 e 2013, recebeu o apoio técnico do
Projeto Dom Helder Camara e da Fetraece.
Outra cultura que Assis desenvolve em sua
propriedade é a da palma forrageira. “É uma
alimentação fácil e barata, e substitui o milho
na alimentação dos animais em época de
seca”, coloca ele, ao mostrar a plantação
adensada em sua propriedade, numa área de
um hectare. Para isso, Assis participou de
reuniões que tiveram o apoio da Secretaria de
Desenvolvimento Agrário do Estado (SDA).
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