JESUTAS BRASIL
Em EDIO 24ANO 3MAIO 2016INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
PAPA VISITA REFUGIADOS NA GRCIA
pg. 10
CRIA LANA LOGOTIPO DA 36 CG
pg. 19
ENCONTRO DE RELIGIOSOS DA TRPLICE FRONTEIRA
pg. 21
COLABORADORES NA MISSOMILHARES DE PESSOAS ATUAM NAS MAIS DIVERSAS PRESENAS
APOSTLICAS DA COMPANHIA DE JESUS NO BRASILespecial pg. 12
4 5Em Em
SUMRIO EDIO 24 | ANO 3 | MAIO 2016
EDITORIAL A colaborao com outros na misso
CALENDRIO LITRGICO
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Missionrio alm fronteiras
O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Visita humanitria ilha de Lesbos Jubileu dos Adolescentes A Alegria do Amor, do papa Francisco
ESPECIAL Colaboradores na misso
MUNDO CRIA GERAL Missionrios jesutas recebem mxima distino
boliviana
Pobreza, Solidariedade e Obedincia Terremoto no Equador Logotipo da 36 CG
AMRICA LATINA CPAL Memria do futuro Congresso Internacional de F e Alegria Visita do Secretrio de Justia Socioambiental da BRA Encontro dos religiosos da trplice fronteira
DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO Padre Jaldemir Vitrio lana novo livro Cadernos do CEAS esto disponveis para download
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Fernando Meyer, que trabalha h cinco dcadas no Colgio Anchieta, de Porto Alegre (RS), um dos mais de 8.900 colaboradores da Companhia de Jesus
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4 5Em Em
EmJESUTAS BRASIL
PROMOO DA JUSTIA E ECOLOGIA Cardeal Ravasi ministra aula magna sobrea encclica Laudato Si
EDUCAO Colgio Antnio Vieira homenageado ETE FMC ganha destaque em evento na USP Colgio Anchieta, de Nova Friburgo, celebra 130 anos FEI, 75 anos de histria
JUVENTUDES E VOCAES I I Frum MAGIS Brasil
NA PAZ DO SENHOR Pe. Arthur Lupurine Sampaio Pe. Pedro Odilo Mentges
AGENDA
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INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
EXPEDIENTE
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de
Comunicao Integrada (NCI)
CONTATO [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
DIRETOR EDITORIALPe. Anselmo Dias
EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
REDAOJuliana Dias
DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva
rica Silva
ANNCIOrica Silva
COLABORADORES DA 24 EDIODayane Silva, Ir. Eudson Ramos, Fabrcio
Bomfim, Pe. Jaldemir Vitrio, Joo Taero, Pe.
Jonas Caprini, Pe. Josaf Carlos de Siqueira, Pe.
Jos Luis Fuentes Rodriguez, Marcia Savino,
Rodrigo Marques, Pe. Valrio Sartor e Ana Zic-
cardi (reviso). Um agradecimento especial a
todos que colaboraram com a matria especial
dessa edio.
FOTO DA CAPAEquipe-Centro Santa F
FOTOSBanco de imagens / Divulgao
TRADUO DAS NOTCIAS DA CRIA E DA CPALPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
6 7Em Em
Para a Companhia de Jesus, a no-o de MISSO fundamental, pois ela que define a obra como sendo inaciana. A misso atual da
Companhia de Jesus a participao
na misso da Igreja evangelizadora em
sua totalidade, cujo fim a realizao
do Reino de Deus em toda a sociedade
humana, no s na vida futura, mas
tambm na vida presente [...]. Nesse
contexto e de acordo com nosso caris-
ma original [...], a misso atual o ser-
vio da f e a promoo, na sociedade,
da justia evanglica, que como o
sacramento do amor e da misericrdia
de Deus (NC VII, 245 1e 2). De modo
geral, a finalidade e misso so defini-
das em termos de ajudar as almas.
Da que, quando se fala de colaborao
A COLABORAO COM OUTROS NA MISSO
Pe. Carlos A. Contieri, SJSecretrio para a Colaborao com Outros e o Servio da F e Espiritualidade
com outros na misso, fala-se de cola-
borao apostlica (cf. CG XXXV d. 6,
n.2). A colaborao com outros na mis-
so uma das caractersticas de nos-
so modo de proceder e um modo de
compreender a realizao da misso e
de promover a unidade entre todos (cf.
CG XXXIV d.26, n. 15-17).
A colaborao apostlica com ou-
tros no apresenta, de fato, uma no-
vidade radical; ela nos remete, em
primeiro lugar, ao prprio Senhor que
quis reunir o grupo dos doze, como
colaboradores de sua misso (cf. Mc 3,
13-19; Lc 5, 1-11; 9, 1-6), um grupo maior
de discpulos (72), que ele tambm en-
viou sua frente (Lc 10, 1-12), e ainda
um grupo de mulheres, que integrava
o grupo dos discpulos e o ajudava com
os seus bens (cf. Lc 8, 1-3). Santo Incio,
quando criou seu primeiro ministrio,
em Roma, criou tambm a Confraria da
Graa, conjunto de leigos que se enga-
jaram no ministrio e chegaram a ser
os primeiros colaboradores de Incio,
que cultivou essa amizade, oferecendo
a seus amigos o grande dom dos Exerc-
cios Espirituais.
No entanto, a vocao de ajudar
est sempre intrinsecamente ligada a
receber ajuda. Os jesutas so no s
homens para os outros, mas tambm
homens com os outros. Essa recipro-
cidade (ajudar e receber ajuda) exige
estarmos dispostos a cooperar, escutar
e aprender a partilhar nossa herana es-
piritual e apostlica. Ser homens com
os outros um aspecto central de nos-
so carisma e aprofunda nossa identida-
de (CG XXXIV, d.13, n. 4).
Em cada obra, visibiliza-se e con-
GRAA DE TER E RECONHECER QUE TANTAS E TO DIVERSAS PESSOAS ESCOLHERAM TRABALHAR CONOSCO E PARTILHAR NOSSO SENTIDO DE MISSO [...]
cretiza-se a misso e a identidade de
toda a Companhia de Jesus. Grande par-
te das pessoas com quem partilhamos
a misso partilha de nossa f (leigos,
religiosos, sacerdotes), mas h pessoas
de outras tradies religiosas. A todos,
porm, devemos oferecer meios apro-
priados para o melhor conhecimento
da tradio e espiritualidade inacianas
e para o cultivo da vocao prpria de
cada um, tendo sempre presente que
essa colaborao deve ser selada por
uma verdadeira cooperao inspirada
pelo amor.
A colaborao com outros na mis-
so deve se exprimir de maneira prti-
ca: todos os colaboradores na obra de-
veriam exercer a corresponsabilidade
e comprometer-se no processo de dis-
cernimento, participando da tomada de
deciso, quando for oportuno. Segundo
sua capacitao e empenho, os leigos
devem ter acesso a cargos de responsa-
bilidade e serem preparados para tanto
(CG XXXIV, d. 13, n. 13). preciso, con-
tudo, garantir que da parte deles haja
identificao com os princpios da
espiritualidade inaciana que inspiram
nossa misso [...] (NC VII, 307 3).
A Companhia de Jesus contribui com
a misso de seus colaboradores medi-
da que possibilita o aprofundamento do
conhecimento da misso que partilha-
mos, promovendo, assim uma formao
para alm das capacidades profissionais.
Essa formao deve procurar desenvol-
ver uma compreenso da espirituali-
dade inaciana, especialmente no seu
sentido de misso. graa de ter e reco-
nhecer que tantas e to diversas pessoas
escolheram trabalhar conosco e parti-
lhar nosso sentido de misso e a nossa
paixo por ir ao encontro dos homens e
mulheres de nosso mundo fragmentado,
mas digno de ser amado (CG XXXV, d.6,
n.3). Deus amou tanto o mundo que enviou
o seu Filho ao mundo [...] (Jo 3, 16).
Boa leitura!
6 7Em Em
So Jos Maria Rbio
Santo Andr Bobola
Nossa Senhora da Estrada
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus MAIO
DIA 4
DIA 16
DIA 24
8 9Em Em
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO
Pe. Rogrio Mosimann da Silva, SJ
Com mais de 32 anos dedicados Companhia de
Jesus, o padre Rogrio Mosimann da Silva est
em misso no Haiti h um ano. Em entrevista
especial ao informativo Em Companhia, o jesuta ressalta que ser missionrio alm
fronteiras, mergulhado em outra cultura,
vem acompanhado da experincia de uma
Comunho muito profunda. Porm, mesmo
geograficamente distante, ele diz que se sente
muito prximo e unido ao Brasil, famlia, a
tanta gente amiga, aos companheiros jesutas e
caminhada da nova Provncia do Brasil. Sou
imensamente grato por tudo o que tenho, pelo
carinho grande (dedicado no s a mim, mas
ao povo haitiano) e pelas oraes.
Como sua misso no Haiti?
Faz apenas um ano que estou no Haiti. Nesses primeiros tem-
pos, inevitavelmente, minha misso , antes de tudo, mergulhar
na cultura do pas, compreender as suas dinmicas, estabelecer
relao com as pessoas e os grupos. E o quanto se tem a aprender!
preciso ir aprendendo, a cada dia, a abrir mo de nossos
juzos prvios, preconceitos mesmo, para acolher um horizon-
te diverso, outra sensibilidade, outros costumes, uma maneira
diferente de enfocar o conhecimento, de vivenciar valores, etc.
Minha misso principal, recebida da Companhia de Jesus,
pela mediao do provincial, colaborar na espiritualidade
inaciana. Tomo parte de uma pequena equipe atualmen-
te composta apenas por trs jesutas , responsvel por esse
apostolado no Haiti. a que colaboro mais diretamente, com
retiros inacianos em suas diferentes modalidades, algum cur-
so, acompanhamento espiritual e atividades afins. Chama-se
centro Manresa de espiritualidade inaciana do Haiti, iniciado
oficialmente em 23 de janeiro de 2016.
Como o contexto social da regio?
Em relao ao Haiti, existe esse esteretipo: pas caracteri-
zado pela misria (o pas mais pobre das Amricas) e, agora, por
esse terrvel terremoto de janeiro de 2010. Claro, no h que ne-
gar que esses fatos fazem parte da realidade do pas e a marcam
profundamente. Porm, o Haiti muito mais do que isso, est
H quanto tempo o senhor est no Haiti?
E como tornou-se missionrio no pas?
At pouco tempo atrs, nunca havia
pensado em ir para o Haiti, atuar em outro
pas. Porm, em conversa com um jesu-
ta, responsvel poca pelo Apostolado
Social da Companhia de Jesus na Amrica
Latina e Caribe, ele partilhou que acabara
de visitar o Haiti e ficara muito impactado
com a dura realidade do povo haitiano. Co-
mentou, ento, que ns, jesutas (de modo
especial em nosso continente), devera-
mos olhar com mais ateno para o Haiti,
dispondo-nos no apenas a uma contri-
buio financeira como tambm colabo-
rao por meio do envio de pessoas. Essas
palavras ressoaram em mim e, a partir des-
se momento, esse apelo passou a habitar
o meu corao. Essa conversa ocorreu em
fins de 2009. Um ms depois, aconteceu
o grande terremoto de janeiro de 2010.
Quando ouvi tal notcia, experimentei-a
como a confirmao desse chamado.
Depois dessa primeira semente, pas-
saram-se cinco anos at que recebi a des-
tinao do padre provincial, tempo de
maturao e de discernimento, e perodo
necessrio para concluir os estudos. De-
sembarquei no Haiti em 28 de abril de 2015.
A previso que permanea no pas trs
anos, renovveis por outros trs.
Assim, pelo modo como tudo se deu, no
posso duvidar de que algo de Deus em mi-
nha vida, e vejo esse processo vivido como
um sinal forte de que o Senhor quem me
est chamando.
MISSIONRIOALM FRONTEIRAS
8 9Em Em
longe de se restringir a esses dados do senso comum que, trai-
oeiramente, podem nos induzir a propagar as mazelas do pas,
distraindo-nos com elas, de modo a no ver os reais valores
deste povo. No h porque concentrar a ateno no negativo. O
chamado de adotar uma atitude positiva, de acolhida, de valo-
rizao da sociedade haitiana, sua histria, suas lutas e vitrias,
sua fora de seguir sempre com o p na estrada.
Pessoalmente, sempre me despertou a ateno a alegria do
povo haitiano, que se manifesta no dia a dia, em meio luta co-
tidiana por sobreviver a tanto sofrimento. Admiro igualmente
o esprito de acolhida da gente haitiana - tenho-o experimen-
tado pessoalmente. E h a dimenso histrica: o Haiti o pri-
meiro pas a proclamar, ao mesmo tempo, a independncia do
poder colonial e o fim da escravido. E isso em 1804, quase 20
anos antes do grito do Ipiranga e 84 anos antes da abolio da
escravatura no Brasil. Contudo, o pas pagou um alto preo por
sua ousadia: as potncias colonizadoras impuseram embargo,
indenizao, etc, de modo que existem todos esses terremo-
tos histricos. O tremor geolgico apenas agravou essa herana
injustamente imposta desde as origens da nao haitiana.
verdade tambm que existem ambiguidades: os lderes negros
revolucionrios se dividiram, cederam por vezes tentao do
luxo das cortes imperiais e se transmutaram em uma elite que,
inclusive, usufruiu de escravos.
Paradoxalmente, porque tambm eu venho de fora, tenho,
para mim, que h estrangeiros demais no Haiti: as tropas da
ONU, ONGs, a assim (mal e eufemisticamente) chamada co-
munidade internacional... Gente e grupos que, muitas vezes, no
favorecem a soberania e que acabam, uma vez mais, por culpa-
bilizar as prprias vtimas. Uma mescla de boas intenes mal
enfocadas e mal geridas, com interesses mesquinhos e a mani-
pulao da misria do Haiti, aproveitada por alguns como opor-
tunidade de obter lucro e outros benefcios para si mesmos.
Tristemente, a configurao de nosso mundo hoje, com a glo-
balizao da indiferena, a que se refere o papa Francisco, acarreta
um grande abandono do povo haitiano. E quando no se vislum-
bra uma sada, uma situao das mais pungentes constatar que
esse povo vai sendo empurrado para essa soluo (muitas vezes
ilusria) de migrar, deixar o pas, por absoluta falta de perspectiva.
H anos o Haiti enfrenta problemas econmicos e so-
ciais, agravados pelo terremoto de 2010. Como est o
pas hoje?
Ainda hoje podemos ver sinais do abalo e falta muito a ser
reconstrudo. Todavia, melhor do que os frios dados estatsticos,
a vida de uma famlia pode nos dar a noo da situao do pas.
Um senhor, que conheci, sofrera um acidente de trabalho: ao le-
vantar um peso, molestou gravemente a sua coluna. Desassisti-
do pelos mdicos, sem poder contar com um sistema de sade
pblica, passou um longo ano de dor e de descaso, em cima de
um catre. Quando, enfim, foi levado a um hospital, na esperan-
a de um tratamento, a resposta foi sbria,
fria, fatal: vocs chegaram tarde. Esse Pobre
faleceu poucos dias depois, deixando viva
e filhos pequenos. Bons telogos da Amrica
Latina (Gustavo Gutirrez; Jon Sobrino) j nos
alertaram e lanaram questes: Pobre quem
morre antes do tempo, sem necessidade (porque
no teriam morrido se houvesse Justia).
Quais so as principais atividades so-
ciais e religiosas da Companhia de Jesus
no Haiti?
Os jesutas construram uma longa hist-
ria no Haiti, e bem movimentada. Chegaram
regio em 1704, instalando-se em torno ao
ento Cap Franais (que, com sua libertao,
os negros renomearam para Cap Hatien). Fo-
ram expulsos duas vezes do pas. A primeira
em 1763, poca da supresso da Companhia. A
isso se seguiu um longo perodo de ausncia,
pois os jesutas s voltaram quase duzentos
anos depois, em 1953. Sua permanncia, con-
tudo, no se prolongou por muito tempo, pois
novo exlio lhes foi impingido em 1964, du-
rante a ditadura. Alguns poucos lograram se
manter na clandestinidade, mas a existncia
como Companhia s foi readmitida em 1986.
Atualmente, somos pouco mais de 50
jesutas do territrio do Haiti: uns cinco
estrangeiros e os demais todos haitianos,
a maioria jovens. Quase a metade est em
outros pases (para cursar o Juniorado, a Fi-
losofia, a Teologia, ou na 3 Provao e em es-
tudos especiais). Alm da formao no pas
(acompanhamento dos candidatos, Novicia-
do e a etapa do Magistrio), a Companhia leva
em frente uma rede de quase 20 escolas de
F e Alegria; encarrega-se de uma Parquia;
coordena um centro de reflexo, pesquisa
e ao social; marca presena no ambiente
universitrio; algo no campo da animao
rural e da ecologia; e presta importante ser-
vio aos migrantes e refugiados. Alm disso,
recentemente, articularam-se melhor os es-
foros j existentes na rea da espiritualida-
de inaciana, com a criao do Centro Manre-
sa, que citei anteriormente.
Acesse a ntegra da entrevista no Portal
Jesutas Brasil:
http://bit.ly/1WYjvqn
10 11Em Em
O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S
VISITA HUMANITRIA ILHA DE LESBOS
Em 16 de abril, o papa Francisco via-jou ilha de Lesbos (Grcia), para uma visita ecumnica e humanit-ria, na tentativa de levar conforto aos in-
meros refugiados. O pontfice foi recebi-
do pelo primeiro-ministro grego, Alexis
Entre os dias 23 e 25 de abril, dentro do contexto do Ano da Misericrdia, foi celebrado o Jubileu dos Adolescentes, com o tema
Crescer misericordiosos como o Pai.
Segundo o papa Francisco, crescer
misericordioso significa aprender a
ser corajoso no amor desinteressado,
tornando-se uma pessoa grande no
fsico e no ntimo.
No primeiro dia da celebrao, s-
bado (23), o papa surpreendeu os fiis
ao estar entre os 150 sacerdotes que
atenderam as confisses dos jovens,
na Praa de So Pedro, no Vaticano.
Durante uma hora e meia, Francisco
confessou 16 rapazes e moas.
Tsipras, o patriarca de Constantinopla e
lder espiritual da igreja ortodoxa mun-
dial, Bartolomeu, e o arcebispo de Atenas
e da Igreja Ortodoxa grega, Ieronymos.
Ainda durante o voo, Francisco disse
aos jornalistas: uma viagem marcada
JUBILEU DOS ADOLESCENTES
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pela tristeza. Vamos encontrar a maior
catstrofe depois da Segunda Guerra
Mundial. Vamos ver tanta gente que sofre
e no sabe para onde ir.
Sim, o papa j sabia a realidade que
iria encontrar. Em um acampamento,
adultos e crianas beijaram suas mos,
choraram a seus ps e imploraram por
ajuda. E, mesmo com o fechamento das
fronteiras por deciso da Unio Euro-
peia, Francisco levou para o Vaticano
trs famlias de refugiados srios, seis
adultos e seis menores, em um ato sim-
blico de ajuda a todos. O Papa quis re-
alizar um gesto de acolhimento em re-
lao aos refugiados, afirmou o diretor
da Sala de Imprensa da Santa S, padre
Federico Lombardi, acrescentando que
a hospitalidade e a ajuda s famlias fi-
caro a cargo do Vaticano.
Duas das famlias so de Damasco,
capital da Sria, e a outra da provncia
Deir Azzor regio ocupada pelos ex-
tremistas do Estado Islmico. Todas
tiveram suas casas destrudas pelos
bombardeios que assolam o pas.
Fontes: sites Rdio Vaticano | Cano Nova
No mesmo dia tarde, teve lugar
um grande evento musical no Estdio
Olmpico de Roma, ao qual Francis-
co no pde comparecer, mas enviou
uma mensagem em vdeo pedindo
aos adolescentes para serem capa-
zes de perdo: Ser misericordiosos
quer dizer ser capaz de perdo. E isto
no fcil, no ? Pode suceder que,
s vezes, na famlia, na escola, na
parquia, na ginstica ou nos locais
de divertimento, algum possa fazer
asneiras que nos faam sentir ofen-
didos; ou ento, em algum momento
de nervosismo, possamos ser ns a
ofender os outros. No fiquemos com
rancor ou com desejo de vingana.
10 11Em Em
O Vaticano apresentou, em 8 de abril, a Exortao Apostlica Ps-Sinodal Amoris Laetitia (A alegria do amor), do papa Francis-
co. O documento, to esperado, rene
A ALEGRIA DO AMOR, DO PAPA FRANCISCO
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(AFP
)
No domingo (24), o papa presidiu a
celebrao com mais de 60 mil adolescen-
tes, na Praa de So Pedro, aos quais ele fa-
lou sobre amor, liberdade e felicidade. Em
sua homilia, partindo do Evangelho deste
V Domingo da Pscoa, Francisco deixou
claro aos adolescentes que o amor o bi-
lhete de identidade cristo: Por outras pa-
lavras, o amor o bilhete de identidade do
cristo, o nico documento vlido para
sermos reconhecidos como discpulos de
Jesus. Se este documento perde a validade
e no se renova, deixamos de ser testemu-
nhas do Mestre.
O santo padre convidou os ado-
lescentes a serem discpulos de Jesus,
verdadeiros amigos que se distinguem
pelo amor concreto que brilha na sua
vida. Um amor que no fcil, exi-
gente, requer esforo disse o papa.
Durante os trs dias em que parti-
ciparam do Jubileu dos Adolescentes,
os jovens percorreram tambm o ca-
minho jubilar na Via da Conciliao,
passaram a Porta Santa da Baslica
Vaticana e, principalmente, viveram
momentos de alegria e convvio. O
acolhimento aos adolescentes foi fei-
to por parquias, institutos religiosos
e escolas catlicas com a organizao
do Servio para a Pastoral Juvenil da
Diocese de Roma e do Centro Orat-
rios Romanos (Itlia).
Fontes: sites Rdio Vaticano | Cano Nova
| Zenit
reflexes dos dois Snodos sobre a Fa-
mlia, convocados pelo pontfice em
2014 e 2015, trazendo indicaes pas-
torais e ateno s famlias feridas.
Entre as orientaes feitas ao lon-
go de mais de 250 pginas, o papa res-
salta que a Igreja no deve continuar
a atirar pedras contra quem no
consegue viver de acordo com ideais
de casamento e vida familiar do Evan-
gelho. Em outro ponto, ele expressa
ainda o desejo, antes de mais nada,
reafirmar que cada pessoa, indepen-
dentemente da prpria orientao
sexual, deve ser respeitada na sua
dignidade e acolhida com respeito,
procurando evitar qualquer sinal de
discriminao injusta e, particular-
1 luz da Palavra
2 A realidade e os desafios das famlias
3 O olhar fixo em Jesus: a vocao da famlia
4 O amor no matrimnio
5 O amor que se torna fecundo
6 Algumas perspectivas pastorais
7 Reforar a educao dos filhos
8 Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade
9 Espiritualidade conjugal e familiar
Fontes: sites Rdio Vaticano | Cano Nova | G1
EDIES LOYOLA PUBLICA EXORTAO AMORIS LAETITIA
Aqueles que desejarem ler a ntegra da Exortao Apostlica Ps-Sinodal
Amoris Laetitia (A alegria do amor) podem solicitar o documento para Edies
Loyola por telefone (11) 3385-8500 ou e-mail [email protected]
mente, toda a forma de agresso e
violncia.
Ao todo, a Exortao A alegria do
amor tem nove captulos:
12 13Em Em
ESPECIAL
12 Em
[...] UMA COLABORAO CRESCENTE COM OS LEIGOS EXPANDIU
NOSSA MISSO E MUDOU A MANEIRA DE REALIZ-LA EM
PARCERIA COM OUTROS. A COLABORAO ENRIQUECEU O QUE
FAZEMOS E A FORMA DE ENTENDER NOSSO PAPEL NA MISSO
34 CONGREGAO GERAL
12 13Em Em
CAMINHANDO JUNTOS
13Em
Jesus chamou os apstolos para ajud--lo a compartilhar a Palavra de Deus com as pessoas e cada um deles tor-nou-se colaborador da misso do Pai. As-
sim como Ele, Incio de Loyola procurou
colaboradores para a misso de Cristo e
isso antes mesmo de fundar a Companhia
J de Jesus. Ainda como leigo, sem ainda pensar no sacerdcio ou em uma Ordem religiosa, ele comeou a experincia dos
Exerccios Espirituais com seus compa-
nheiros. O que nos mostra seu desejo de
servir aos demais.
Atualmente, no Brasil, a Companhia
de Jesus rene mais de 8.900 colaborado-
res, que atuam nas mais diversas presen-
as apostlicas no pas. Isso, sem contar
as pessoas que so voluntrias nas obras
jesutas. O lao que cada uma delas tem
com a instituio diferente, mas todas
valorizam, assim como Santo Incio, um
14 15Em Em
aspecto em comum: o servio aos demais.
Ns, como colaboradores, podemos
identificar o impacto do nosso trabalho
no sorriso das crianas e das famlias que
atendemos nas creches e nos projetos so-
ciais, em cada aluno formado em nossas
instituies de ensino, em cada instncia
de proteo de direitos, nas quais estamos
representados, pois essa a traduo livre
do cumprimento da misso jesuta, afir-
ma Priscila Ruiz, 35 anos, coordenadora
geral do Centro Administrativo So Paulo.
A caracterstica inaciana de servir
o que a inspira a atuar como colabora-
dora da Companhia de Jesus. Trabalhar
aqui ter o privilgio de vivenciar valo-
res como a espiritualidade e a promoo
da justia e, por meio disso, reconhecer
a parcela de contribuio do esforo de
cada pessoa na busca incessante pelo
bem comum, acredita.
Imbuda por esse esprito, Priscila
conta que sempre busca inspirar cada co-
laborador em seu trabalho. Segundo ela,
o cuidado com as pessoas essencial.
importante estarmos a servio das obras
e do prximo com confiana. A minha
responsabilidade apoiar as equipes que
integram o Centro Administrativo, em So
Paulo, para que todos realizem suas ativi-
dades da melhor forma. Eu estou a servio
das pessoas para que possamos ter um
bom ambiente de trabalho, afirma ela,
que tambm j foi colaboradora da Fun-
dao F e Alegria do Brasil.
Os laos de Priscila com a Companhia
de Jesus so antigos. Ex-aluna do Colgio
So Francisco Xavier, em So Paulo (SP),
e com uma breve passagem pela Univer-
sidad Pontificia Comillas, em Madri (Es-
panha), ambas instituies jesutas, ela
conta que a ligao com a instituio vai
muito alm da formao ou do vnculo
empregatcio. O padre Luiz Fernando
Klein sempre disse uma frase que me guia
e que procuro disseminar para todos os
colaboradores: Que amor que te move? E
sob essa inspirao que acordo todos os
dias para ir trabalhar, diz.
A frase de padre Klein marcou a vida
de Priscila e a inspira at hoje no trabalho
que ela realiza. Incio, desde o incio da
Ordem religiosa, tambm incentivava as
pessoas por meio de suas atitudes. Padre
Jorge Cela, presidente da CPAL (Confern-
cia dos Provinciais Jesutas da Amrica
Latina), conta que, para Incio, as pesso-
as poderiam ajudar umas as outras para
a maior glria de Deus. Dessa forma,
os leigos sempre estiveram presentes na
misso dos jesutas ao longo da histria.
Padre Cela lembra, por exemplo, que essa
atuao foi importante na poca da su-
presso da Ordem religiosa (1773-1814).
Pensemos como teria sido possvel o tra-
balho das redues com um sacerdote e
um irmo jesuta apenas se no houvesse
tido um exrcito de colaboradores na mis-
so educativa, organizadora e evangeliza-
dora, ressalta.
Hoje, no Brasil, grande nmero de
colaboradores ajuda de forma significati-
va a misso dos jesutas no pas. O amor
pelas pessoas e o desejo de servir so a
inspirao de Ivone de Souza Leito, 49
anos, voluntria no SIES (Servio Inaciano
de Espiritualidade), em Manaus (AM). Na
obra jesuta, Ivone coordenadora e res-
ponsvel, junto com um grupo de mais
10 pessoas, por promover atividades na
regio. Para ela, viver a espiritualidade
inaciana e lev-la a outras pessoas o que
mais a encanta e deixa feliz. Os Exerc-
cios Espirituais so um aprendizado para
toda vida. Sou grata a Deus por ter inspi-
rado Santo Incio de Loyola a escrever os
EE e aos jesutas por nos proporcionar os
conhecimentos desse legado, afirma.
A relao de Ivone com a Companhia
de Jesus existe h cerca de 30 anos. Segun-
do ela, durante muito tempo, os jesutas
foram procos da Parquia Cristo Liber-
tador, em Manaus (AM). Alm disso, par-
ticiparam de importantes celebraes da
famlia da voluntria, como casamento,
batismo dos filhos, dentre outros mo-
mentos. Eu e minha famlia temos uma
histria muito bonita de convivncia e
afeto com os jesutas, confessa.
Ivone atuou por muitos anos como
assistente administrativa e, atualmente,
microempresria. Ela conta que o desejo
de tornar-se voluntria no SIES nasceu de-
pois de fazer os Exerccios Espirituais na
vida cotidiana. Aps terminar os EE, eu
fiz novas eleies no meu Projeto de Vida,
pois, por muito tempo, fui tesoureira de
uma comunidade, mas o trabalho no me
deixava feliz. Como sempre gostei muito
de liturgia e espiritualidade, surgiu o con-
vite para participar do SIES como volunt-
ria, conta.
A variedade do servio apostlico dos
leigos alcanou dimenses notveis na
Companhia de Jesus, nas mais diferentes
reas de atuao, como Educao, Social,
Espiritualidade, dentre outras. Em entre-
vista ao site da Cria dos Jesutas (Boletim
8.900colaboradores trabalham
nas mais diversas presenas
apostlicas da Companhia de
Jesus no Brasil
Trabalhar na Companhia de Jesus ter o privilgio de vivenciar valores como a espiritualidade e a promoo da justia, afirma Priscila Ruiz
14 Em
14 15Em Em
n6/maro 2016), o superior geral, padre
Adolfo Nicols, falou sobre essa diversi-
dade de atuao dos leigos na misso: no
presente, encontramos que so tantos os
leigos com desejo de trabalhar pelos de-
mais e com interesse na espiritualidade
inaciana, que nos vemos obrigados a con-
sider-los como um sinal de que os novos
tempos, e Deus com eles, nos convidam a
trabalhar de modo diferente. Em outras pa-
lavras, no podemos continuar pensando
que nosso trabalho nosso, o que estamos
levando a cabo nossa limitada misso,
mas, antes, que somos apenas, na Igreja,
uma mnima parte da misso de Deus.
Fernando Meyer, colaborador do Co-
lgio Anchieta, de Porto Alegre (RS), pode
afirmar que faz parte dessa misso. H
mais de cinco dcadas trabalhando na
instituio, esse senhor de 79 anos reco-
nhecido pela dedicao com que realiza
seu trabalho no Museu Anchieta de Cin-
cias Naturais.
Hoje, com mais de 200 mil unidades
cientficas, o Museu Anchieta de Cincias
Naturais referncia para os estudantes
do Anchieta e de outras instituies. Esse
rico acervo atrai alunos universitrios, de
diversas regies, que buscam aprofundar
suas pesquisas acadmicas, explica Fer-
nando. Esse reconhecimento resultado
do carinho que ele sente pelo trabalho que
realiza, pois sabe que essa dedicao se re-
flete na misso dos jesutas.
Fernando conheceu a Companhia
de Jesus ainda criana. Aps anos como
aluno da instituio, tornou-se professor
e, atualmente, coordenador do Museu
do Colgio. So muitos anos de histria,
mas Fernando lembra at hoje como um
jesuta despertou nele o fascnio pela rea
de Biologia. Eu estava na 4 srie do gin-
sio e, estimulado pelo padre Pio Buck, do
Museu Anchieta, comecei a ajudar na or-
ganizao das colees de insetos de alto
valor cientfico, lembra o zologo e ento-
mlogo, que h anos dedica-se ao estudo
dos insetos.
Em 1973, aps o falecimento do padre
Pio, diretor do Museu Anchieta, o ento
diretor do Colgio, padre Joo Roque, indi-
cou Fernando para assumir o cargo. Des-
de ento, a dedicao marca registrada
desse colaborador que h anos encanta a
todos com sua simplicidade. Minha atu-
ao tem como meta agir com sensibili-
dade, compreenso, presena e amizade,
ressalta.
Um dos alicerces dessa cooperao
entre jesutas e leigos a experincia dos
Exerccios Espirituais de Santo Incio de
Loyola, a marca distintiva de uma obra
inaciana, como afirma a 35 CG (Pg. 212).
O contato com a espiritualidade inaciana
foi o que inspirou Jos Carlos Aguilera,
45 anos, a atuar como voluntrio no CCB
(Centro Cultural de Braslia).
H sete anos, ele participa ativamente
das atividades da instituio. Atualmente,
assessor da Coordenao Colegiada do
Grupo Diversidade Crist de Braslia, que
rene homoafetivos que buscam acolhi-
da, respeito e misso na igreja. A inicia-
tiva nasceu no CCB com apoio dos jesu-
tas que acolheram, em seu espao fsico,
homens e mulheres que buscam dialogar
sobre a realidade da homoafetivade e dos
novos ncleos familiares, explica Jos
Carlos, secretrio executivo da ABRUC
(Associao Brasileira das Universidades
Comunitrias).
Em Braslia (DF), Jos Carlos conta que
procurou uma comunidade que favore-
cesse seu crescimento na f. Aps conver-
sar com uma amiga, que j tinha realiza-
dos os Exerccios Espirituais, ele decidiu
conhecer o CCB. A espiritualidade ina-
ciana um consolo para minhas inquie-
taes e um apoio que me lana em novos
projetos e desafios na vida. Da, para dedi-
car-me a atividades pastorais, culturais e
formativas no CCB foi instantneo. Mui-
tas coisas me motivam a continuar atuan-
do como voluntrio aqui, afirma.
EM BUSCA DO MAGIS
A identificao com a misso da Com-
panhia de Jesus uma das caractersticas
dos colaboradores que atuam em obras
jesutas, seja como funcionrios, seja
como voluntrios. Para o padre Carlos
Alberto Contieri, secretrio para a Cola-
borao com Outros e o Servio da F e
Espiritualidade da Provncia dos Jesutas
do Brasil (BRA), preciso cada um buscar,
no trabalho que realiza, o magis inaciano.
necessrio que esse trabalho seja dis-
tinguido pela profundidade, criatividade
e excelncia apostlica, no importando
qual seja a rea de atuao, afirma.
As obras jesutas precisam estar em
sintonia com os valores da Companhia de
Jesus, para que isso fortalea ainda mais o
entendimento da importncia de cada lei-
go na misso de Cristo. Nesse contexto, o
Ivone de Souza Leito (de camiseta vermelha) orienta participante de encontro de acompanhamento de EVC (Exerccios Espirituais na Vida Cotidiana)
15Em
16 17Em Em
compromisso com a prtica da f, da justi-
a e do dilogo precisam ser cultivados por
toda pessoa que atua com os jesutas. A 35
Congregao Geral ressalta que: o dilogo
regular, levado em esprito de confiana e
respeitando a subsidiariedade adequada,
serve para promover o discernimento, a
responsabilidade e um sentido mais claro
de colaborao na misso.
No Plano Apostlico da Companhia
de Jesus no Brasil, a dimenso da cola-
borao uma das seis caractersticas
fundamentais do modo de proceder je-
sutico. Segundo o provincial do Brasil,
padre Joo Renato Eidt, trata-se de um
novo modo de compreender a realiza-
o de nossa ao apostlica, numa ati-
tude de aprendizado e de partilha com
outros, em mbito civil e eclesial. Se-
guindo esse mesmo pensamento, padre
Contieri complementa: uma forma
de compreender a realizao da misso
e de promover a unidade entre todos.
Promover a unio das pessoas tam-
bm uma das responsabilidades de
cada colaborador e, aqui, cabe ressaltar a
importncia dos que ocupam funes de
liderana nas instituies jesutas. Os l-
deres devem ter um compromisso com a
misso da Companhia de Jesus como se
concretiza na obra particular, mesmo que
possam ser de tradies religiosas ou es-
pirituais diferentes das nossas. A clareza
acerca da misso de cada obra apostlica
e as funes respectivas de cada um dos
seus componentes evitam mal-entendi-
dos, promovem maior responsabilidade e
estimulam o trabalho em equipe, esclare-
ce a 35 CG (Pg. 213).
O compromisso de melhor servir,
presente em cada colaborador, o que d
nimo para a forte atuao dos jesutas no
Brasil, pas de dimenses continentais. A
Companhia de Jesus no teria condies
de realizar sua misso se no contasse
com os colaboradores que esto presentes
em todas as esferas de responsabilidade de
nossas obras, acredita padre Joo Renato.
Nos ltimos anos, a participao das
mulheres nas obras jesutas cresceu sig-
nificativamente e outro fator que forta-
leceu ainda mais a dimenso da colabo-
rao. A presena das mulheres refora
a descoberta por novos caminhos para o
melhor servio misso reconciliadora
do Cristo. Este carisma feminino essen-
cial em diversas situaes e contextos,
afirma o provincial do Brasil.
Atualmente, a formao inaciana dos
colaboradores realizada por cada obra
individualmente. Segundo o padre Con-
tieri, a perspectiva que esse cenrio ga-
nhe um apoio a mais no futuro. Com a
criao da Secretaria de Colaborao com
Outros e o Servio da F e Espiritualida-
de, ns estamos pensando e elaborando
um projeto de formao comum para os
nossos colaboradores no Brasil, sem pres-
cindir da iniciativa de cada obra ou plata-
forma apostlica, explica. Nesse sentido,
compartilhar a espiritualidade inaciana
um aspecto importante para a misso. Os
Exerccios Espirituais so a fonte inspi-
radora para nossa ao apostlica, acres-
centa padre Joo Renato.
A partir de uma formao mais abran-
gente, baseada na histria da Companhia
de Jesus e nas caractersticas da espiritua-
lidade inaciana, ser possvel reforar ain-
da mais o sentido de unidade da Provncia
do Brasil. A Companhia de Jesus reconhe-
ce como uma graa muito importante de
nosso tempo esse compromisso que os je-
sutas possuem de compartilhar a misso
que lhes confiada com os colaboradores
leigos e religiosos, diz o provincial do
Brasil. Segundo ele, aliar o conhecimento
profissional dos colaboradores com o es-
Caractersticas fundamentais de
nossa ao apostlica
a. Presenas apostlicas
b. Ministrio instrudo
c. Formao de lideranas
d. Colaborao com outros e parti-
cipao em redes
e. Novos meios e novas linguagens
f. Incidncia scio-poltico-cultural
MAGIS,O SIGNIFICADO
Magis um termo em la-
tim que significa o mais, o
maior, o melhor. Essa palavra,
muito utilizada por Santo In-
cio de Loyola, quer dizer que
sempre podemos nos doar
mais em relao quilo que j
fazemos ou vivemos.
Fernando Meyer colaborador do Colgio Anchieta, de Porto Alegre (RS), h mais de cinco dcadas
16 Em
16 17Em Em
prito dos jesutas garantir o melhor de-
sempenho para servir misso de Cristo.
De maneira qualificada, essa colaborao
nos abre campos e reflexes atravs dos
quais atuamos em conjunto, ressalta.
Para o padre Joo Geraldo Kolling, ad-
ministrador da Provncia dos Jesutas do
Brasil, caminhar conjuntamente na reali-
zao da misso impulsiona um esforo
unido, humilde e despojado. Os colabora-
dores leigos auxiliam significativamente a
Companhia de Jesus na realizao de sua
misso, contribuindo com seus talentos e
com sua qualificao profissional nas di-
ferentes frentes de trabalho, afirma.
SER COMPANHIA COM OS OUTROS
A dimenso da colaborao sempre
esteve presente na Companhia de Jesus,
desde o tempo de Santo Incio, mas esse
vnculo entre jesutas e leigos estreitou-
-se, ainda mais, aps o Conclio Vaticano
II (1962-1965), quando a Igreja Catlica de-
clarou a importncia do laicato na misso
de Deus. Inspirados pelo Conclio, os jesu-
tas aprovaram, na 34 Congregao Geral
(1995), o decreto Colaborao com os leigos
na misso, que afirmava e encorajava co-
laborao apostlica e convidava os jesu-
tas a cooperarem com outros na misso. A
partir de ento, muitos foram os desafios
e as conquistas, aps as reflexes advin-
das desse encontro.
Em 2008, durante a 35 Congregao
Geral, a Companhia de Jesus renovou seu
compromisso com a colaborao apost-
lica e a partilha do trabalho para a vida da
Igreja e para a transformao do mundo.
No discurso aos membros da Congrega-
o, o ento papa Bento XVI salientou a
importncia da misso dos jesutas: Fa-
zei com que o rosto do Senhor seja co-
nhecido pelas muitas pessoas para quem
permanece escondido ou irreconhecvel.
Com essas palavras do pontfice em men-
te, os jesutas aprovaram o decreto 6 com
o tema Colaborao no centro da misso,
reforado a importncia da atuao dos
leigos na Companhia de Jesus.
COMPANHEIROS
Segundo a 35 Congregao Geral,
a expresso leigo que, etimologi-
camente, se aplica a crentes cris-
tos no ordenados, na Companhia
de Jesus ganha outro significado.
Hoje, as pessoas que colaboram
com os jesutas so certamente lei-
gos, mas tambm sacerdotes, reli-
giosos, pessoas de outras religies
ou, simplesmente, gente de boa
vontade, que tambm so conside-
rados companheiros.
O papa Bento XVI evidenciou que a
misso dos jesutas ajudar a Igreja a levar
a Palavra de Deus s pessoas. Na Compa-
nhia de Jesus, esse chamado partilhado
com os leigos, que, em muitos lugares,
so essenciais para garantir a atuao das
obras jesutas. So homens e mulheres
das mais diversas convices religiosas
e humanitrias que colaboram de forma
generosa com os apostolados da Ordem
religiosa. A espiritualidade inaciana res-
peita a espiritualidade prpria de cada
um, por isso possvel encontrar colabo-
radores de diversos credos religiosos nas
instituies jesutas. Isso no impede a
cooperao, pois, na Companhia de Jesus,
os leigos compartilham do mesmo senti-
do de misso, baseado nos valores huma-
nos, como justia, paz e defesa dos mais
necessitados.
A 34 CG sinalizou tambm que os je-
sutas deveriam enxergar o termo nossos
apostolados por uma perspectiva diferen-
te. [...] teremos de entender por nosso
algo diferente: significar um autntico
companheirismo inaciano de leigos e je-
sutas, cada um atuando de acordo com
sua prpria vocao. Os leigos assumiro
com todo direito um papel de maior res-
ponsabilidade e liderana nessas obras,
34 CG (Pg. 215).
O trabalho dos colaboradores leigos
e dos voluntrios fortalece a misso da
Companhia de Jesus. Atuando em con-
junto com os jesutas, cada pessoa con-
tribui para que Cristo se faa presente
no mundo. Como homens de colabora-
o, os jesutas souberam responder s
necessidades do mundo e inspiraram
outros a fazer o mesmo. A responsabi-
lidade pela misso de Jesus de todos.
[...] o nosso desejo de nos unir a pesso-
as de boa vontade, no servio famlia
humana e na instaurao do Reino de
Deus. uma graa que nos concedida
neste momento, perfeitamente coeren-
te com o nosso modo jesuta de proce-
der 35 Congregao Geral (Pg. 223).
Jos Carlos Aguilera (o terceiro da esq. p/ dir.) com os membros da Coordenao Colegiada do Grupo Diversidade Crist de Braslia
17Em
18 19Em Em
COMPANHIA DE JESUS CRIA GERAL
POBREZA, SOLIDARIEDADE E OBEDINCIA
MISSIONRIOS JESUTAS RECEBEM MXIMA DISTINO BOLIVIANA
Em 20 de abril, o boletim ele-trnico da Cria Geral publi-cou mais uma entrevista com o padre Adolfo Nicols, intitulada
Conversaes com o Padre Geral. Na
edio atual, as reflexes do superior
Os jesutas espanhis Xavier Alb e Maurici Bacardit receberam recentemente a condecorao do Cndor de los Andes como reconheci-
mento do compromisso de ambos com a
democracia e os pobres na Bolvia.
O presidente Evo Morales entre-
gou-lhes as mximas distines da
Bolvia em um ato no Palcio do Go-
verno e recordou o trabalho que, du-
rante anos, os dois religiosos tm re-
alizado junto populao indgena e
camponesa do pas.
O telogo e filsofo Maurici Ba-
cardit, nascido em Manresa (Espa-
nha), em 1936, e residente na Bolvia
desde 1955, valorizou o reconheci-
mento pelo trabalho que tem tentado
realizar durante mais de 40 anos em
prol das minorias postergadas e mar-
ginalizadas. Os aplausos do pblico
interromperam-no quando disse que
acondecorao tem que ser para a
gente pobre que ele procurou ajudar,
para que eles assumam seu verdadei-
ro protagonismo e passem a ter dias
melhores, com justia e liberdade.
O jesuta Xavier Alb, nascido na ci-
dade barcelonesa de La Garriga, em 1934,
ingressou na Companhia de Jesus, em
1951. antroplogo e erudito e, ao mes-
mo tempo, ativista pela justia social.
Dedicou sua vida defesa dos direitos
das populaes indgenas. Estudioso do
aymara, do quetchua e do guarani, uma
das pessoas mais ativas, comprometidas
e reconhecidas que trabalham no m-
bito das lnguas da Amrica Latina. Em
sua interveno ao receber o prmio e
na presena dos mximos dirigentes do
pas, no duvidou em expressar a sua
opinio sobre alguns dos temas polticos
e sociais que vive a Bolvia, assinalando
que jamais renunciar liberdade de
dizer o que sente.
Fonte: OMPRESS-BOLIVIA
FOTO
: AB
I (A
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N)
O presidente da Bolvia, Evo Morales, condecora os jesutas Xavier Alb e Maurici Bacardit com Cndor de los Andes, no Palcio do Governo
da Companhia de Jesus esto ligadas
aos temas da pobreza, solidariedade
e obedincia.
Ao ser questionado sobre o que diria
a um jesuta que tem pouco contato
com os pobres, padre Adolfo Nicols
A ntegra da entrevista, em espanhol,
est disponvel no link:
http://bit.ly/1rugySw
responde: Os pobres nos ensinam
algo nico sobre a humanidade e coi-
sas semelhantes. Da mesma forma,
eles nos ensinam algo do Evangelho
que, caso contrrio, no poderamos
aprender, pelo menos se no estiver-
mos muito avanados no caminho do
Senhor, coisa que nenhum pode afir-
mar de si mesmo.
18 19Em Em
TERREMOTO NO EQUADOR
LOGOTIPO DA 36 CG
Em 16 de abril, um tremor de terra (de 7,8 na escala Richter) abalou o Equador, deixando mais de 650 mortos, 16.500 feridos e 25.500 desabri-
gados. O epicentro foi registrado a cerca
de 400 km de Quito, capital do pas.
Os jesutas das comunidades de Por-
toviejo, Manta e Guaiaquil esto bem, ape-
sar de algumas edificaes locais terem
sido afetadas, como da Pontifcia Univer-
sidade Catlica do Equador-sede Manabi
(PUCE-Manabi), nas localidades de Cho-
ne, Bahia de Carquez e Portoviejo e do
Centro de Promoo Social Rio Manta.
Os povoados mais prejudicados
so Pedernales e Muisne. A 17 km de
Pedernales, na comunidade Caaveral,
a Companhia de Jesus tem uma escola
popular e pequenas casas do Colgio
So Gabriel, que esto sendo utilizadas
para refugiar vizinhos.
A Cria Geral disponibilizou o logotipo da 36 Congregao Geral, com o tema Reman-do mar a dentro. A identidade visual
estar presente em materiais e pu-
blicaes, para marcar e lembrar des-
se importante momento na vida da
Companhia de Jesus no mundo.
As manifestaes de solidariedade de Comunidades e
Obras da Companhia de Jesus, Organizaes, Instituies
e pessoas particulares tm sido significativas. O provin-
cial dos jesutas do Equador, Pe. Gilberto Freire, agrade-
ceu a todos e pediu que sigam apoiando e orando pelas
vtimas da tragdia.
Tremor de terra de
7,8na escala Richter
FOTO
: JU
AN
CEV
ALL
OS/
AFP
PH
OTO
20 21Em Em
A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL
V isitando museus ou lugares histricos, muitas vezes tenho--me perguntado por que esto pensados para receber turistas. No
seria melhor se constiturem espaos
de construo de identidades coleti-
vas? As nossas memrias coloniais no
deveriam nos fazer presentes os povos
trazidos da frica ou as tribos indge-
nas como maneiras de questionar as
nossas pobrezas e excluses atuais?
No deveriam ser a memria que nos
permite construir um futuro melhor?
Algo assim como o Museu da Memria
de Santiago de Chile?
Assim, os lugares e tempos para
recordar a histria da Companhia de
Jesus devem ser espaos de memria
do nosso futuro. [...] Nossos arquivos
histricos, o patrimnio artstico, as
runas das redues do Paraguai ou as
igrejas vivas do Moxos e a Chiquita-
nia (Bolvia), o Pateo de So Paulo ou a
lechuga (alface) colombiana no de-
veriam ser convites para nos questio-
narmos nossos estilos e compromissos
de hoje? O Pe. Kolvenbach insistia na
fidelidade criativa que nasce dessa ca-
pacidade de ler o nosso passado como
forma de discernir o nosso futuro.
O recente encontro, em Lima (Peru),
do mais novo Grupo da CPAL (Confern-
cia dos Provinciais Jesutas da Amrica
Latina), Grupo de Histria, Memria e
Patrimnio, despertou em mim essas
inquietudes. Acompanhando-o por
dois dias, confirmou em mim a impor-
tncia de criar esse grupo de trabalho
MEMRIADO FUTURO
em rede, no s para nos ajudar a conservar melhor a nossa
histria e o nosso patrimnio, como para torn-los peas de
discernimento para nosso presente.
[...]
Hoje, debatemo-nos na busca de formas de financiamen-
to para nossas obras sociais menos dependentes de capitais
externos. Seria interessante redescobrir o sistema de manter
as misses entre indgenas com nossas fazendas e (outras)
obras apostlicas. [...] O estudo de outras pocas no poderia
nos iluminar para reinventar novas frmulas?
[...]
Finalmente, pergunto-me como foi possvel, apesar das
distncias e das dificuldades de comunicao entre as re-
dues, estender-se to rapidamente o mesmo projeto com
uma grande flexibilidade para adaptar-se aos contextos e cul-
turas diferentes. Mais ainda, quando pensamos no projeto
missionrio incluindo sia e frica, descobrimos a mesma
dinmica de inculturao da f, do dilogo intercultural, do
empoderamento das demais culturas. No nos inspira isso
para nosso trabalho em um mundo globalizado, no qual as
redes se transformam em instrumentos de construo de
conhecimentos e novas culturas, e de colaborao para as
mais diversas empresas, com a ajuda de uma tecnologia
que nos permite comunicao global e imediata? Diante da
Congregao Geral que se aproxima, no teramos que in-
cluir essa perspectiva histrica para compreender melhor
como responder hoje s demandas de nossa modernidade
tardia para incorporar no governo as novas tecnologias, as
vises globais, a interculturalidade e as redes, como ins-
trumentos de busca da vontade de Deus como o foram para
Incio as cartas, as consultas e a representao?
[...] No deveramos estudar em profundidade os momen-
tos e as causas que debilitaram a integrao de nossa espiritua-
lidade, comunidade e misso, convertendo essas trs dimen-
ses em compartimentos estanques quase independentes?
Penso na Eucaristia como memorial da nossa redeno.
No simples lembrana. atualizao da memria que se
torna transformadora do presente e criadora do Reino que
esperamos. Que a Eucaristia nos inspire nesse caminho de
construo como corpo desde a fidelidade criativa.
Leia a ntegra da mensagem (em espanhol) do Pe. Jorge
Cela pelo link: http://bit.ly/26UdUpW
Pe. Jorge Cela, SJPresidente da CPAL
20 21Em Em
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal n 25 Abril 2016 | Acesse o link (http://bit.ly/1rtNIlu) do Portal Jesutas Brasil e faa o
download das edies completas da Pan-Amaznia SJ Carta Mensal.
Os padres jesutas Alfredo Ferro, coordenador do Projeto Pan-ama-znico da CPAL (Conferncia dos Provinciais Jesutas da Amrica Latina),
e Pablo Mora participaram do Encontro
Internacional da F e Alegria - FyA, que
aconteceu no ms de abril, na cidade de
Santa Cruz de la Sierra (Bolvia). Eles tam-
bm marcaram presena no encontro de
formao sobre REDES e da Assembleia
VISITA DO SECRETRIO DE JUSTIA SOCIOAMBIENTAL DA BRA
ENCONTRO DOS RELIGIOSOS DA TRPLICE FRONTEIRA
CONGRESSO INTERNACIONAL DE F E ALEGRIA
O padre Jos Ivo Follmann, secre-trio para a Justia Socioam-biental da Provncia dos Jesutas do Brasil (BRA) e vice-reitor da Unisinos
(Universidade do Vale do Rio dos Sinos),
esteve na cidade de Letcia (Colmbia),
para visitar o Projeto Pan-amaznico
No dia 23 de abril, em Letcia (Co-lmbia), aconteceu mais um encontro de religiosos que atu-am na trplice fronteira. Nessa ocasio,
foi possvel conhecer mais sobre o que
e como anda a REPAM-Rede Eclesial
Pan-amaznica. Tambm houve um mo-
Geral de FyA, o qual coincidiu com as ce-
lebraes do aniversrio dos 50 anos da
instituio no pas. Na ocasio, alm
de apresentar o Projeto Pan-amaznico
da CPAL-PAM SJ, os jesutas aproveita-
ram para conversar com os diretores
nacionais da FyA sobre um projeto que
est sendo elaborado conjuntamente
pelas duas instituies, com o objetivo
de criar uma rede de articulao com
os Centros de F e Alegria dos pases da
Pan-amaznica em torno da Sensibili-
zao Amaznica e da Educao Inter-
cultural Bilngue EIB.
da CPAL e dialogar com os jesutas para
fortalecer a relao com a Provncia BRA,
a Plataforma Apostlica Amaznia e as
universidades do Brasil. O padre Jos Ivo
teve a oportunidade de conhecer tam-
bm a realidade da fronteira e da cidade
colombiana de Puerto Nario.
mento para refletir sobre o cuidado com
a casa comum de que nos fala a Carta
Encclica Laudato S, do papa Francisco,
e sobre possveis servios que, como reli-
giosos, podemos prestar s Igrejas locais,
enquanto vida e misso da Vida Religiosa
Consagrada na Amaznia.
22 23Em Em
COMPANHIA DE JESUS DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO
PADRE JALDEMIR VITRIO LANA NOVO LIVROO padre Jaldemir Vitrio acaba de publicar, pela editora Paulinas, o livro
Anlise Narrativa da Bblia - Primei-
ros passos de um mtodo. Escrito de
maneira esquemtica, em linguagem
simples e acessvel, a obra ensina a ler
a Bblia como catequese narrativa.
As narraes bblicas so meios en-
contrados pelos telogos e catequistas
daqueles tempos para falar de Deus e dos
problemas das comunidades. E, assim,
oferecer uma luz para a caminhada, de
modo especial, em poca de crise, ex-
plica padre Vitrio, professor do depar-
tamento de Teologia da FAJE (Faculdade
Jesuta de Filosofia e Teologia).
A obra poder ser til para estudio-
sos de Bblia, catequistas, ministros da
Palavra, pregadores, seminaristas, reli-
giosos e religiosas que desejem ver a B-
Os Cadernos do CEAS (Centro de Estudos e Ao Social) buscam discutir criticamente temas diversos que se relacionam com ques-
tes sociais. Agora, as publicaes es-
to disponveis para download pelo site
cadernosdoceas.ucsal.br
CADERNOS DO CEAS ESTO DISPONVEIS PARA DOWNLOAD
blia com um olhar diferente das leituras
tradicionais. No fim de cada captulo,
ainda foram inseridos exerccios para
ajudar os leitores a fixarem o tema estu-
dado, conclui o jesuta.
A linha editorial da publicao con-
templa leituras crticas da realidade,
fomentando, assim, a discusso de no-
vas temticas colocadas pela dinmica
social. Atualmente, o Cadernos do CEAS
coeditado por meio de uma trplice
parceria entre o prprio CEAS, locali-
Saiba mais
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Livro| Anlise Narrativa da Bblia -
Primeiros passos de um mtodo
Editora| Paulinas
www.paulinas.org.br
zado em Salvador (BA), a Unicap (Uni-
versidade Catlica de Pernambuco), em
Recife (PE), e a UCSAL (Universidade
Catlica de Salvador), em Salvador (BA).
Em 2016, sero publicadas trs edies
dos Cadernos do CEAS, que estaro dis-
ponveis on-line.
22 23Em Em
COMPANHIA DE JESUS PROMOO DA JUSTIA E ECOLOGIA
O cardeal italiano Gianfranco Ravasi, presidente do Pontif-cio Conselho para a Cultura do Vaticano, ministrou a Aula Magna da
PUC-Rio (Pontifcia Universidade Cat-
lica do Rio de Janeiro), no dia 8 de abril.
Com o tema A tica na Laudato Si, ele
abordou a relao entre tica e susten-
tabilidade e pediu sociedade para ce-
lebrar sempre, e jamais devastar a cria-
o. O cardeal explicou que, apesar de
o termo sustentabilidade ter se tornado
muito popular nos dias atuais, o termo
muitas vezes apenas enche bocas e
deixa indiferentes as mos.
O reitor da PUC-Rio, padre Josaf Car-
los de Siqueira, SJ, e o gro-chanceler da
Universidade e arcebispo do Rio de Ja-
neiro, cardeal dom Orani Joo Tempesta,
recepcionaram o ilustre convidado, que
ressaltou a importncia da encclica. O
apelo do papa Francisco na Laudato Si
como um chamado unio de toda a
famlia humana, na busca de um desen-
volvimento sustentvel e integral para
proteger nossa casa comum, o planeta,
afirmou. O cardeal Ravasi ainda comple-
mentou que importante unir a questo
ecolgica dimenso existencial, social e
histrica prpria dignidade humana.
Segundo Ravasi, experiente crtico
dos textos sagrados cristos, a relao
entre o homem e a criao ou seja, a
natureza , primeiramente, de con-
templao. A palavra grega kals, muito
presente no Livro do Gnesis, que trata
da criao do mundo, pode ser traduzi-
da como belo ou bom. Para o cardeal,
isso significa que ver e cuidar da natu-
reza um tipo de experincia esttica.
A Bblia tambm ressalta, apontou
Ravasi, uma estreita relao entre a hu-
manidade e a terra: o homem p e ao
p retornar. O ser humano desrespeita
a natureza porque teria esquecido des-
sa aliana primria feita com Deus, a de
guardar e proteger a criao. O cardeal
explicou que a Igreja Catlica tem segui-
do a linha de Estados e organizaes in-
ternacionais nos esforos para definir o
que sustentabilidade e criar uma agen-
da ecolgica. Ele citou, por exemplo, a
Assembleia Geral da ONU, em dezembro
de 2002, que definiu o arco entre os anos
2005 e 2014 como o decnio da educao
para o desenvolvimento sustentvel.
Ao fim da solenidade, o vice-reitor,
padre Francisco Ivern Sim, SJ, e o ex-
-reitor da PUC-Rio, padre Jesus Hortal
Snchez, SJ, entregaram ao cardeal o
diploma de honra ao mrito e a Meda-
lha Cardeal Leme, maior condecorao
conferida pela Universidade. Padre Jo-
saf ressaltou a importncia de trazer
autoridades, como cardeal Ravasi, para
dialogar com a comunidade acadmica.
Como casa do conhecimento cientfi-
co e cultural, consciente em sua misso
de zelar pela sua excelncia acadmica,
cultivar os valores cristos e dialogar
com a sociedade, a PUC-Rio, como pri-
meira universidade catlica e comu-
nitria do Brasil, sempre se enriquece
quando temos a oportunidade de ouvir
a voz de grandes intelectuais como o
Cardeal Ravasi, disse o reitor, que en-
tregou ao cardeal uma cpia do livro de
sua autoria Laudato Si: um presente para
o planeta, que ser lanado em breve.
Reitor da PUC-Rio, padre Josaf Carlos de Siqueira ( esq.), recepcionou o cardeal italiano Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifcio Conselho para a Cultura do Vaticano
CARDEAL RAVASI MINISTRA AULA MAGNA SOBRE A ENCCLICA LAUDATO SI
O APELO DO PAPA FRANCISCO NA LAUDATO SI COMO UM CHAMADO UNIO DE TODA A FAMLIA HUMANA, NA BUSCA DE UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL []
Cardeal Gianfranco Ravasi
24 25Em Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
O Colgio Antnio Vieira foi home-nageado pela Cmara de Verea-dores de Salvador (BA) pelos seus 105 anos de fundao, no dia 8 de abril. A
solenidade aconteceu no Plenrio Cosme
de Farias e reuniu membros da direo,
funcionrios, professores, alunos e ex-
-alunos da instituio.
Compuseram a mesa da Cmara de
Vereadores a diretora geral do Colgio An-
tnio Vieira, Prof. Maringela Risrio; o
assistente espiritual e reitor do Santurio
Nossa Senhora de Ftima, Pe. Eduardo
Henriques, SJ; o aluno Jorge Henrique
Rosal, presidente do Grmio Estudantil;
o representante da Associao de Pais e
COLGIO ANTNIO VIEIRA HOMENAGEADO
Mestres, Jos Paulo Santos; o represen-
tante da Associao de ex-alunos, Mrcio
Fonsca; o professor de Literatura e coor-
denador da Academia Vieirense de Letras
e Artes, Paulo Reis; e o vereador Joceval
Rodrigues, que presidiu a sesso.
A Prof. Maringela Risrio ressaltou a
satisfao pelo reconhecimento da Cma-
ra de Vereadores histria e ao trabalho
desenvolvido pela escola ao longo desses
105 anos. Ser homenageado um motivo
de muita alegria e jbilo para o Colgio
Antnio Vieira. Significa um reconheci-
mento ao percurso educativo e a tudo o
que representamos para a cidade de Salva-
dor. Acredito que todos que trabalham no
Vieira esto muito felizes por esse reco-
nhecimento oficial da Cmara Municipal
nossa instituio de ensino, disse ela.
Muito emocionado durante seu dis-
curso, o Pe. Eduardo Henriques, que en-
cerrou a solenidade, agradeceu Cmara
pela cerimnia e rememorou a impor-
tncia dos jesutas para a cidade. uma
honra muito grande para o Vieira ser ho-
menageado na casa do povo, nesta cidade
que os meus irmos jesutas ajudaram a
fundar. Com isso, o Colgio Antnio Viei-
ra materializa, uma vez mais, o desejo de
misso que no passa. Os 105 anos po-
dem ser contados, mas a misso no tem
tempo. Ela eterna, destacou.
Da esq. p/ dir., a Prof. Maringela Risrio (diretora geral do Colgio Antnio Vieira), o vereador Joceval Rodrigues e o padre Eduardo Henriques (assistente espiritual e reitor do Santurio Nossa Senhora de Ftima)
24 25Em Em
ETE FMC GANHA DESTAQUE EM EVENTO NA USP
H 14 anos, a ETE FMC (Escola Tcnica de Eletrnica Francis-co Moreira da Costa) participa da Febrace (Feira Brasileira de Cincias
e Engenharia), realizada na USP (Uni-
versidade de So Paulo). Ao longo desse
perodo, os projetos desenvolvidos pe-
los alunos da instituio j conquista-
ram 75 premiaes.
Em 2016, a ETE FMC ganhou des-
taque novamente no evento, reali-
zado entre os dias 15 e 17 de maro.
Nessa 14 edio, trs equipes repre-
sentaram a instituio e conquista-
ram oito prmios. Entre eles, o 2 e
o 4 lugar na categoria Engenharia,
alm da escolha como o melhor pro-
jeto do estado de Minas Gerais.
Segundo a aluna Alzira Mendes
Baldoni, do 3 ano do curso tcnico
em Equipamentos Biomdicos, parti-
cipar da Febrace representando a es-
cola foi uma honra. Ser reconhecido
como o melhor projeto de Minas Ge-
Projetos de alunos foram premiados durante a 14 edio da Febrace
rais e ganhar o segundo lugar em En-
genharia muito gratificante. Quan-
do entramos na ETE, j percebemos
que uma escola diferente. E, ao lon-
go do tempo, sentimos que a Escola
no forma apenas bons profissionais,
mas tambm excelentes pessoas.
Nessa edio, 265 escolas, de 26
estados brasileiros, e 750 estudantes
participaram da Febrace. Cerca de 2200
projetos foram enviados, 341 foram se-
lecionados, dentre eles os da ETE FMC.
26 27Em Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
COLGIO ANCHIETA, DE NOVA FRIBURGO, CELEBRA 130 ANOS
O Colgio Anchieta, de Nova Fri-burgo (RJ), completou 130 anos de fundao no ltimo dia 12 de abril. Para comemorar a data, o pro-
vincial dos jesutas do Brasil, padre Joo
Renato Eidt, celebrou uma Missa Solene,
que contou com a presena de jesutas e
da comunidade educativa.
Antes da cerimnia, o Setor de Artes
apresentou uma montagem documen-
tal, relembrando os fatos que marcaram
a fundao e os primeiros passos do Co-
lgio Anchieta, ressaltando os laos da
instituio com a cidade de Nova Fribur-
go (RJ). Na ocasio, o padre jesuta Luiz
Yabar, que atuou na instituio no incio
do sculo XX, professores e ex-alunos fo-
ram homenageados.
Como parte das celebraes de
seus 130 anos, o Colgio Anchieta
ainda inaugurou, no dia 11 de abril,
seu Corredor Histrico, um conjunto
de ambientes que faz um resgate de
alguns espaos da instituio.
Localizado no terceiro andar do
prdio principal do Colgio Anchieta,
o Corredor Histrico abriga os seguin-
tes ambientes: a tradicional Biblioteca
de Filosofia, que tem em seu acervo li-
vros antigos e raros; uma exposio de
documentos da vida escolar de alunos
ilustres, como do escritor Carlos Drum-
mond de Andrade; uma Sala de Aula Re-
tr, com carteiras antigas de madeira; e
uma Sala de Msica que rene, alm de
instrumentos, um grande acervo em dis-
co de vinil.
A Capela Mater Pietatis, em mar-
chetaria, que foi recuperada, outro
ambiente do Corredor Histrico. Alm
disso, h a Sala Nobre de Reunies, que
encanta a todos pelo trabalho em madei-
ra, e o quarto do padre Luiz Yabar, que foi
reitor de vrios colgios jesutas.
Agora, os turistas e moradores da
cidade de Nova Friburgo podem visitar
o Colgio Anchieta, pois o Corredor His-
trico ficar aberto visitao pblica.
A ideia sempre foi abrir o colgio para
a cidade. Ns nos preparamos para rece-
ber visitantes que possam se maravilhar
conosco e conhecer de perto a nossa his-
tria. O Colgio Anchieta prepara alu-
nos para o mundo, para a sua insero
na sociedade. Esse o sentido de toda
Educao. Nesse momento, temos uma
fora - no apenas simblica - de abrir o
Colgio para a cidade, mas tambm uma
maneira de expressar muito concreta-
mente a nossa misso, comenta o padre
Luiz Antonio de Arajo Monnerat, dire-
tor geral da instituio.
HISTRIA
Fundado em 12 de abril de 1886, o
Colgio Anchieta, de Nova Friburgo
(RJ), iniciou suas atividades com ape-
nas sete alunos. Hoje, so mais de 1.500
estudantes, na Educao Bsica e nos
Cursos Livres. Uma histria que se con-
funde com a da prpria cidade.
O provincial dos jesutas do Brasil, padre Joo Renato Eidt, presidiu Missa Solene, no Colgio Anchieta (RJ)
26 27Em Em
qualidade acadmica s necessidades
dos setores industriais e empresariais.
Isso gera conhecimento e forma pes-
soas que sero atores dos processos de
inovao to demandados pela socieda-
de atual.
Atualmente, a FEI desenvolve es-
tudos nas reas de gesto da inovao,
processos de inovao, alm de me-
todologias aplicadas s organizaes,
automobilstica, robtica, inteligncia
artificial, engenharia de produo, bio-
combustveis e energia. Nossa viso
inovadora, de priorizar a tecnologia para
melhoria da qualidade de vida, conti-
nuar a orientar cada uma de nossas
escolhas e passos institucionais. Desse
modo, a Instituio seguir cumprindo,
na prtica, sua inspirao fundacional:
atuar em vista do bem maior, do novo,
do mais justo. Estamos prontos para,
com ousadia e segurana, escrever esse
futuro, refora o Prof. Fbio.
Em 2016, o Centro Universitrio FEI completa 75 anos de funda-o. Uma histria que comeou no dia 4 de maro de 1941, quando o
padre Roberto Saboia de Medeiros
fundou (foto), no bairro da Liberda-
de, em So Paulo (SP), a ESAN (Escola
Superior de Administrao de Neg-
cios), a primeira escola de Adminis-
trao da Amrica Latina.
A criao da ESAN s foi possvel
porque o padre Saboia, prevendo a
intensa industrializao e fomento
da economia brasileira na dcada de
1940, conseguiu o apoio de empres-
rios que, por meio de doaes, apos-
taram na iniciativa. O objetivo da
instituio era formar profissionais
qualificados para o setor empresarial,
que tivessem aptides em pesquisa
cientfica e que atuassem com base
em valores humansticos e ticos.
Em 1945, dando continuidade a
esse objetivo, padre Saboia instituiu a
FCA (Fundao de Cincias Aplicadas)
e, aps um ano, criou a FEI (Faculdade
de Engenharia Industrial). O primei-
ro curso oferecido pela instituio
foi o de Engenharia Qumica, poste-
riormente, foram criadas as demais
engenharias: Civil, de Automao e
Controle, de Materiais, de Produo,
Eltrica, Mecnica, Qumica e Txtil.
A partir da dcada de 1950, houve
uma mudana significativa nas carac-
tersticas das indstrias da regio do
Grande ABC, em So Paulo. Aps uma
srie de investimentos privados e es-
tatais, as empresas comearam a ne-
cessitar de mo de obra especializada.
FEI, 75 ANOS DE HISTRIADessa forma, esse cenrio impulsio-
nou a transferncia dos cursos de En-
genharia da FEI para um novo campus,
em So Bernardo do Campo (SP). Em
1999, a FCI (Faculdade de Informtica)
iniciou suas atividades, oferecendo o
curso de Cincia da Computao. Em
2002, a ESAN, a FEI e a FCI foram agre-
gadas em uma nica Instituio, com
a criao do Centro Universitrio FEI.
Hoje, com dois campi na Regio
Metropolitana de So Paulo, o Centro
Universitrio FEI tornou-se referncia
entre as instituies universitrias do
pas nas reas de Administrao, Ci-
ncia da Computao e Engenharia,
tendo formado mais de 50 mil profis-
sionais nos vrios cursos de gradua-
o e ps-graduao (especializao,
mestrado e doutorado). Ao longo de
seus anos de histria, o Centro Uni-
versitrio FEI se desenvolveu pautado
em princpios claros, como a forma-
o integral de pessoas, o efetivo di-
logo com a cultura, a articulao do
ensino, da pesquisa e da extenso, o
desenvolvimento da criatividade, a
qualidade como fim, a inovao como
meta e a cincia e tecnologia a servi-
o do homem e da sociedade, afirma
o reitor do Centro Universitrio FEI,
Prof. Fbio do Prado.
Para a vice-reitora de Extenso e
Atividades Comunitrias da FEI, profes-
sora Rivana Marino, esses profissionais
so um dos indicativos da contribuio
da instituio. Para mantermos nosso
compromisso de atender demandas so-
ciais, precisamos nos manter atualiza-
dos, de modo a agregar parmetros de
A INSTITUIO J FORMOU MAIS DE 50 MIL PROFISSIONAIS NAS REAS DE ADMINISTRAO, CINCIA DA COMPUTAO E ENGENHARIA.
28 29Em Em
COMPANHIA DE JESUS JUVENTUDES E VOCAES
Entre os dias 15 e 17 de abril, o Cen-tro Cultural Joo XXIII, no Rio de Janeiro (RJ), foi sede do II Frum MAGIS Brasil. O encontro reuniu 98
pessoas, entre lideranas juvenis, jesu-
tas e colaboradores, representantes de
28 instituies que trabalham com ju-
ventudes e vocaes na Companhia de
Jesus, em 17 estados brasileiros. Partici-
param tambm do evento representan-
tes da CVX-Comunidade de Vida Crist,
MEJ-Movimento Eucarstico Jovem e
Congregaes Marianas.
Alm da apresentao oficial do
Instrumento de Trabalho e Orientaes
para a misso com Juventude e Vocaes
2015/2018, durante o encontro, houve:
apresentao sobre o significado do ter-
mo MAGIS Inaciano; socializao das di-
versas experincias vividas nos Centros,
nas Casas e nos Espaos que trabalham
com juventudes e vocaes; partilha de
como o MAGIS est sendo vivenciado no
cotidiano; reflexo e aprofundamento
dos eixos do programa MAGIS Brasil e a
implementao de suas aes.
A grande riqueza deste encontro foi
darmos conta de que no estamos so-
zinhos na misso, ressalta padre Jonas
Elias Caprini, secretrio para Juventudes
e Vocaes da Provncia dos Jesutas do
Brasil (BRA) e coordenador do programa
MAGIS Brasil. H muita gente sonhando
junto, realizando coisas bonitas e dese-
II FRUM MAGIS BRASIL
II Frum MAGIS Brasil, realizado no Centro Cultural Joo XXIII (Rio de Janeiro), reuniu 98 participantes
EIXOS CENTRAIS
jando fazer conexo. Ou seja, trabalhar
em rede para somar foras na misso.
Com base nessa perspectiva, segun-
do o jesuta, os prximos passos so:
Trabalhar com as equipes dos cin-
co eixos centrais no aprofundamento e
apropriao dos objetivos.
Alinhar a visibilidade do Progra-
ma MAGIS Brasil.
Buscar conectar-se com as demais
instituies da Companhia de Jesus que
trabalham com juventudes, pois, o Pro-
grama MAGIS no se restringe aos Cen-
tros, Casas e Espaos MAGIS.
Realizar, em 2017, cinco fruns
simultneos em diferentes locais, para
o aprofundamento dos cinco eixos do
Programa. Previamente, as equipes dos
eixos e as Plataformas Apostlicas faro
preparaes para articular e aprofundar
a misso.
Padre Jonas Caprini relembra que
o I Frum MAGIS Brasil, realizado em
abril de 2015, contou com a participa-
o apenas de jesutas, para o estudo e
a elaborao do material Instrumento
de Trabalho e Orientaes para a misso
com Juventude e Vocaes 2015/2018,
da Companhia de Jesus no Brasil. Foi
um momento de nos apropriarmos do
programa, ele ressalta. O progresso
vermos que a implementao j est
acontecendo em vrias partes da Pro-
vncia e estamos mais esclarecidos dos
objetivos do programa.
1. ExercciosEspirituais
2. Voluntariado Jovem e insero
sociocultural
3. Pedagogia e metodologia do
trabalho4. Socioambiental
5. Vocaes Jesutas
PROGRAMAMAGIS
28 29Em Em
do Bom Jesus em Itu, sua cidade natal.
Sempre com muita fidelidade, cele-
brou missas e atendeu s confisses
dos que procuravam o Santurio. Ao
mesmo tempo, a partir de 1970, pas-
sou a dar uma grande ajuda em Santa
Brbara do Oeste (SP), como substi-
tuto do Proco da Parquia de Nossa
Senhora Aparecida. L, de 1974 a 1986,
exerceu a funo de Proco. Sua cola-
borao foi notvel e seu ministrio,
muito intenso, certamente reconheci-
do pelo povo. Em meio a esses minis-
trios, preocupava-se com o problema
das vocaes, procurando ser instru-
mento de Deus para descobrir e ajudar
as pessoas que manifestassem algum
sinal do chamado divino, a fim de fe-
cundar, pela orao e orientao, um
autntico discernimento.
Lembramos, assim, algumas coi-
sas de sua vida que so do conheci-
mento de muitos. Certamente, diante
de Deus, padre Arthur tinha outros
muitos mritos. Sua formao espiri-
tual e teolgica o fez sentir que esses
mritos so frutos das graas dEle, a
quem sempre devemos agradecer.
Em 2012, deixa a parquia de Sta.
Teresinha, para poder cuidar da debi-
litada sade. Desde a Casa de Retiros
Vila Koskta, continuou colaborando
ocasionalmente com a parquia de Sta.
Teresinha e orando pela Igreja e a Com-
panhia de Jesus. Em 2013, precisando de
cuidados especiais, foi transferido para
a Residncia Ir. Luciano Brando, em
Belo Horizonte (MG), onde continuou
o tratamento de sade at o seu faleci-
mento. O Senhor da vida lhe conceda o
convvio eterno de seus santos. Servo
fiel, descanse em paz!
NA PAZ DO SENHORPE. ARTHUR LUPURINE SAMPAIOPor Pe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
Em 19 de maro de 2016, festivi-dade de S. Jos, faleceu em Belo Horizonte (MG), o padre Arthur Lupurine Sampaio, com 88 anos de
idade e 71 de vida religiosa na Compa-
nhia de Jesus. Um cncer no intestino
teria sido a causa ltima da sua morte.
Encerrava-se, assim, uma longa vida
de servio sacerdotal em diversas pa-
rquias do estado de So Paulo, entre-
meado de outros ministrios prprios
do sacerdote jesuta, como a orienta-
o de retiros.
Padre Sampaio, como era conheci-
do no meio dos amigos, dada sua esta-
tura avantajada, (fazendo jus fama de
seu lugar de procedncia) nasceu em
Itu (SP), aos 25 de julho de 1927. Em sua
terra natal, fez o ginsio (1 grau) e, an-
tes de seu ingresso na Companhia de Je-
sus, preparou-se de perto, ao frequentar
a Escola Apostlica em Nova Friburgo
(RJ), onde completou o Ensino Mdio.
Na mesma cidade, ingressou no Novi-
ciado em 1 de fevereiro de 1945 e, con-
cludo este, fez tambm o Juniorado,
includo o curso de Cincias e Filosofia.
Preparou-se bem em Letras Clssicas,
capacitando-se a ensinar com compe-
tncia Portugus e Latim. No Colgio
Santo Incio, do Rio de Janeiro, passou
os trs anos de Magistrio lecionando
Portugus, Latim, Religio e Caligrafia.
Ao mesmo tempo, colaborou na for-
mao religiosa dos alunos menores
frente da Cruzada Eucarstica, hoje co-
nhecido como MEJ (Movimento Euca-
rstico Jovem).
Passado o perodo de magistrio
no Santo Incio, os Superiores acha-
ram por bem envi-lo Argentina para
os estudos teolgicos, que realizou em
nosso Escolasticado de San Miguel. Ao
fim do 3 ano, como era do plano de
formao daquele tempo, recebeu a
grande graa do Sacerdcio, sendo or-
denado Presbtero na viglia da festa da
Imaculada Conceio, a 7 de dezembro
de 1958. Concluda a Teologia e de re-
torno ao Brasil, fez em Trs Poos, Volta
Redonda (RJ), no ano de 1960, a Terceira
Provao, ou Schola affectus, to cara a
nosso Santo Pai Incio.
Seu esprito religioso e seus dotes
em Letras Clssicas permitiram aos
superiores destin-lo para a Casa de
Retiros Vila Kostka, em Itaici (Indaia-
tuba/SP), onde exerceu vrias funes
com muita dedicao, mas, sobretu-
do, entregou-se ao ensino e formao
dos juniores e, em parte tambm, dos
novios com as aulas de Latim. Ao
mesmo tempo, ocupava-se parcial-
mente da Capela de Santa Terezinha,
vizinha da Casa de Retiros, ajudando
com muito zelo o povo de Itaici e de
seus arredores no crescimento da f e
de toda a vida crist. A capela cresceu
e tornou-se parquia. Padre Arthur,
encontrar-se- entre os anos de 1988
a 2011 com o mesmo povo, desta vez
como proco.
De 1966 a 1973, exerceu seu minis-
trio apostlico em nossa Residncia
30 31Em Em
de escritor e revisor de textos.
No decorrer dos anos, dedicou-se
muito a pesquisas e publicaes sobre
a Sagrada Escritura. Com o trmino do
Escolasticado, em 1980, o Pe. Odilo dei-
xou o trabalho de secretrio e assumiu
a capelania do Carmelo Senhor dos Pas-
sos, em So Leopoldo (RS). Exerceu o
cargo de capelo das Irms por mais de
30 anos. Suas pregaes sempre foram
apreciadas pela profundidade e, ao mes-
mo tempo, simplicidade de mensagem.
Em maio de 2012, retornou Resi-
dncia Cristo Rei para ser o capelo da
comunidade em substituio ao Pe. Lo-
domilo Mallmann, que falecera repen-
tinamente. Seu interesse pelo estudo e
pesquisa sobre a Bblia continuou vivo.
Com a diminuio de suas foras,
Pe. Odilo recebeu destinao para a
Casa de Sade, em julho de 2013. Len-
tamente, o cncer tomou conta do seu
organismo. Embora sofrendo muito,
continuou seu trabalho de escritor. Em
sntese, foi um homem simples, piedo-
so, discreto, dedicado, estudioso, in-
teligente, um tanto solitrio. Em seus
ministrios e escritos, o zelo apostlico
o impulsionou para a maior glria de
Deus e o bem das almas.
Recebeu os santos sacramentos,
sendo assistido pelos companheiros.
Faleceu no dia 13 de abril, com 86 anos
de idade e 68 de Companhia de Jesus.
Que o Senhor ressuscitado o receba na
sua paz!
NA PAZ DO SENHORPE. PEDRO ODILO MENTGESPor Pe. Incio Spohr
Pedro Odilo Mentges, conhecido como Odilo Mentges, nasceu na Linha Santo Antnio, Cerro Largo (RS), em 28 de maio de 1929, mas essa
data uma inverdade histrica, pois,
segundo a certido de batismo, ele nas-
ceu no dia 19, sendo batizado na igreja
matriz de Cerro Largo, dia 21 de maio.
Ele foi aluno do Colgio Santo In-
cio, em Salvador do Sul (RS), de 1942 a
1947. Esses anos foram bastante sofri-
dos com relao ao sustento dos alunos
devido II Guerra Mundial, com a es-
cassez de alimentos e outros produtos.
Em 28 de fevereiro de 1948, Odilo
ingressou na Companhia de Jesus, em
Pareci Novo (RS), tendo como mestre
de novios o Pe. Lo Kohler. No final
do binio do noviciado, emitiu os pri-
meiros votos, em 1950. Em seguida, fez
o Juniorado (curso de Letras Clssicas),
que concluiu em 1951.
Entre 1952 e 1954, estudou Filosofia
no Colgio Cristo Rei, em So Leopoldo
(RS). J o magistrio foi realizado no
Colgio Catarinense, em Florianpolis
(SC), entre 1955 e 1956, onde tambm
exerceu a funo de professor de Mate-
mtica, Portugus, Latim e Religio.
Em So Leopoldo (RS), Odilo estudou
Teologia entre os anos de 1957 e 1960. No
decorrer dos estudos teolgicos, tam-
bm cursou Pedagogia na Faculdade de
Filosofia, Cincias e Letras de So Leo-
poldo. Em 8 de dezembro de 1959, foi or-
denado presbtero por dom Alonso Sil-
veira de Mello, SJ, bispo de Diamantino,
na capela do Colgio Cristo Rei.
A Terceira Provao de Pe. Odilo,
que teve como instrutor o Pe. Csar
Dainese, foi na Fazenda Trs Poos, no
Rio de Janeiro (RJ). Em 15 de agosto de
1965, foi incorporado definitivamente
na Companhia de Jesus com a profisso
dos ltimos votos.
Em 1962, voltou ao Colgio Catari-
nense, em Florianpolis (SC), onde foi
professor de Matemtica. Na ocasio,
cursou o 4 ano de Pedagogia na Uni-
versidade de Santa Catarina. Na cidade,
foi tambm capelo no Asilo Irmo Jo-
aquim. Entre abril e junho de 1963, foi
auxiliar do capelo na Santa Casa de Mi-
sericrdia, em Porto Alegre (RS).
A partir do segundo semestre de
1963 at fins de 1973, Pe. Odilo atuou
como professor de Matemtica no Co-
lgio Santo Incio, em Salvador do Sul
(RS), e no ginsio estadual. Alm do
magistrio, foi o mentor espiritual dos
alunos e o encarregado do teatro. Ele
ajudava tambm na Parquia So Pedro.
Aps onze anos de ministrios em
Salvador do Sul (RS), em 1974, foi des-
tinado ao Colgio Cristo Rei, em So
Leopoldo (RS), onde permaneceu por 30
anos. Em 1980, foi secretrio da Facul-
dade de Teologia e iniciou seu trabalho
[...] FOI UM HOMEM SIMPLES, PIEDOSO, DISCRETO, DEDICADO, ESTUDIOSO [...]
30 31Em Em
AGENDA |
Centro Loyola de F e Cultura PUC-RioTema | Salmos MessinicosHorrio | 19h s 21hLocal | Rio de Janeiro (RJ)Professor | Pe. Leonardo Agostini FernandesSite | www.clfc.puc-rio.br
AnchietanumLocal | So Paulo (SP) Site | www.anchietanum.com.br
Casa de Retiro Vila FtimaLocal | Florianpolis (SC)Site | www.casaderetiros.com.br
Centro Loyola de F e Cultura PUC-RioTema | Experincia de orao inaciana: o corao na experincia da fHorrio | 14h s 18hLocal | Rio de Janeiro (RJ)Site | www.clfc.puc-rio.br
JUNHO
SIES Salvador (Servio Inaciano de Espiritualidade) Horrio | 8h s 12hLocal | Igreja de Santo Antnio da Barra, Salvador (BA)Contato | [email protected]
CECREI (Centro de Espiritualidade Cristo Rei)Local | So Leopoldo (RS)Orientador | Pe. Dorvalino Alieve, SJSite | www.cecrei.org.br
1 A 13 17 A 25TREZENA DE SANTO ANTNIO RETIRO 8 DIAS
6, 13 E 20
11 24 A 26
18
CATEQUESE NARRATIVA ENCONTRO DE ESPIRITUALIDADE PARA JOVENS
TARDE DE ORAOCURSO
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