Pais de primeira
Yadja do Nascimento Gonçalves [email protected]
Estamos grávidos!!!
A gestação traz inúmeras implicações a vida de uma mulher, um homem, um casal e família:
> transformações corporais e psíquicas
> alterações nas emoções e nos comportamentos
> reorganização familiar
Período de reajustamentos interpessoais e intrapsíquicos.
Necessidade de reestruturação e reajustamento em
várias dimensões na vida de um casal:
> Caráter individual e social
> Definição de papéis > Mudança de identidade
Espaço físico x Espaço Psicológico
Adaptações e restrições implicadas pela situação de ter um filho.
Necessidade de investimento, o que dispende
energia.
Sim!!! Nem toda gravidez é planejada!Nem toda gravidez é desejada!?!
1º Trimestre:
Início de uma formação da relação materno-filial
Sintomas possíveis: náuseas, vômitos, aumento/diminuição do
apetite, alterações metabólicas e hormonais, oscilações do
humor, cansaço, alteração sono-vigília, diminuição da libido.
Ambivalência afetiva
Ganhos e perdas
2º Trimestre:
Impacto dos primeiros movimentos fetais
Construção de um bebê imaginário: aproximação e formação
de vínculo com o bebê (personificação)
Alterações do esquema corporal:
orgulho do corpo grávido
x
temor pela irreversibilidade do corpo grávido
As ansiedades conscientes: sentimentos de insegurança,
dificuldade sexual, auto-estima diminuída.
3º Trimestre:
Nível de ansiedade e desconforto tende a ser mais elevado
Ansiedade em relação ao parto:
> medo do desconhecido
> temor de não reconhecer os sinais do parto
e ser “pega de surpresa”
> imprevisibilidade do risco
> Concretização
Sentimentos contraditórios:
terminar ou prolongar a gravidez ?
E o pai?
"Síndrome de Couvade“
> Sentimento de exclusão, medo
> Preocupação financeira
> Temor de desestabilização no casamento
> Diminuição da satisfação conjugal
(vida social e sexual do casal)
> Sentimentos de orgulho e realização
Como encarar esse novo papel a ser desempenhado com
naturalidade?
Planejamento
Maturidade
Conhecimento/Informação
Empoderamento
Rede de apoio
Unidade x individualidade
Diálogo
> O bebê nasceu…
“Preocupação materna primária” = identificar-se como bebê e centrar cuidados (demanda necessidadesbásicas)
Transformações corporais e hormonaisPrivação de sonoCansaço físico e psíquicoIndividualidade de cada bebêTrabalho e licençaPrivação de lazer, sexo
Baby blues x Depressão pós-partoAmamentação e Aleitamento
> O bebê nasceu…
Função do pai: sustentar e proteger a mãe
Facilitar as trocas afetivas entre mãe e bebê
Inclusão do pai
> O bebê de 0 a 3 meses: sorriso, reconhecimento dos pais,levanta e sustenta cabeça, se vira
> O bebê de 3 a 6 meses: segura cabeça, levanta tronco,rola, controla a cabeça, interage, melhora dos sentidos
> O bebê de 6 aos 9 meses: senta, segura objetos,engatinha, levanta sozinha, aponta
> O bebê de 9 aos 12 meses: fica em pé, engatinha, anda,fala papa/mama, repete sons/ações
Afeto, Disponibilidade, Rotina, Flexibilidade, Estimulação,Limites, Diálogo, Observação, Tentativas.
> Do 1º ao 2º ano de vida da criança
Universo da exploração sensorial-motora;
Exigência da autonomia vai aumentando gradativamente;
Equilíbrio entre as imposições da realidade e respeito àindividualidade da criança;
Limites: capacidade dos pais de se impor a fim de gerarproteção e alerta sobre os perigos(sobre o que pode e o que não pode).
Quais são os mitos que esse papel carrega sobre si?
> Mito da “sua majestade o bebê”Bebê imaginário x bebê real
> Mito do “amor” materno:“toda mãe ama seu bebê assim que nasce”
“ser mãe é padecer no paraíso”
> Mito da “ajuda” paterna:“eles não precisam de mim”“Ela não deixa eu ajudar”
“tudo o que eu faço está errado”
> Mito da “família feliz para sempre”“seremos família quando tivermos um filho”
“um filho salva um casamento”
> Mito da “perfeição”Pai e mãe “suficientemente bom”:
capacidade de identificação da necessidade, resposta adequada e adaptação
Fonte: Revista Veja 15 Jun 2005Disponível em: http://veja.abril.com.br/150605/p_106.html
Como o casal pode aprender a ser pai e mãe sem a
pressão da perfeição?
> Inventário franco consigo e com o outro > Disponibilidade para a inclusão de um novo membro
> Abertura ao movimento de reorganização da família> Redimensionando valores, expectativas e prioridades.
> Redistribuição e aquisição de papéis
Como não se render a pressão de fazer do filho ocentro do relacionamento?
> Satisfação pessoal e conjugal
> Questões conscientes e inconscientes
> Unidade do casal
Estratégias:
> Conversar, principalmente em situações de decisõesimportantes, a fim de chegar num denominador comum;
> Parceria do casal para evitar desgastes da rotina: divisão detarefas;
> Compreender o limite do outro;
> Confirmar e legitimar a autoridade do pai/mãe;
> Tentar lidar com as perdas inerente ao cotidiano: não termais a casa tão em ordem, privacidade, banho demorado, etc.;
> Cuidar das fronteiras da nova família: como são principiantes,todos se sentem no direito de invadir e dar palpites;
> Aceitar apoio/orientações de outras pessoas.
PS: Boa parte das dificuldades são passageiras
> História de vida: modelos de famílias do casal
> Possibilidade de construção de um novo modelo
> Intimidade entre as novas díades
> Considerar os sentimentos, medos e fala de cadaum
> Não existe manual que ensine como ser paie como ser mãe do seu filho
Precisamos conversar sobre ser Pais de primeira...
- Como está sendo (ou como foi) o processo de gravidez para mim?
- Existem/existiram dificuldades nesse período da gestação? Quais?
- Como o outro pode me ajudar?
- Quais fantasias, medos e angústias despertam no papel de ser mãe/pai?
- Como entendo meu papel de ser mãe/pai?
- Como entendo o papel do outro em ser mãe/pai?
- Quais contribuições posso oferecer?
- Quais desafios imagino enfrentar ou estou enfrentando?
- Como podemos enfrentar os desafios? (Quais habilidades e atitudes)
Bibliografia
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