PARECER DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES PDE - 2008
1. IDENTIFICAÇÃO a) INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE b) PROFESSOR ORIENTADOR IES: Prof. Dra. Maria Lídia Sica Szymanski c) PROFESSOR PDE: Bernardete Garçoa Vieira d) NRE: Cascavel d) ÁREA/DISCIPLINA: Pedagogia e) TÍTULO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: Visualizando a aprendizagem do aluno em sala de apoio 2. CRITÉRIOS DE ANÁLISE
O Parecer da Produção Didático-Pedagógica deverá ser emitido pelo Professor Orientador da IES,
após o respectivo processo de orientação, atendendo os critérios abaixo relacionados:
���� Relação da Produção com a área/disciplina de atuação do Professor PDE.
���� Articulação da Produção com o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola elaborado
pelo Professor PDE.
���� Perspectiva de contribuição da Produção Didático-Pedagógica para superação dos
problemas relacionados ao processo ensino-aprendizagem.
���� Viabilidade de utilização da Produção, considerando o contexto da escola onde será
aplicada.
���� Compatibilidade de linguagem, forma e conteúdo da Produção com o público a que se
destina.
���� Possibilidade de vir a ser incorporada às práticas pedagógicas da escola.
3. PARECER CONCLUSIVO: ( X ) Favorável ( ) Desfavorável
4. JUSTIFICATIVA DO PARECER: A produção didático-pedagógica deste semestre teve
como ponto de partida analisar e compreender criticamente as práticas pedagógicas, referentes ä
Sala de Apoio, de uma escola estadual do oeste do Estado do Paraná, a partir da pesquisa
bibliográfica desenvolvida no primeiro semestre. Assim, relaciona-se com a área/disciplina de
atuação da Professora PDE, que é Pedagoga. Neste semestre, a professora PDE desenvolveu a
Pesquisa de Campo envolvendo entrevistas com os alunos e os professores da Sala de Apoio e da
sala regular, nas disciplinas de Português e Matemática, e a observação sistemática de algumas
aulas da Sala de Apoio com registro contínuo cursivo. .Os resultados foram analisados com base na
técnica Discurso do Sujeito Coletivo (Lefevre, 2008).
Ao analisar este suporte à aprendizagem percebe-se que é extremamente necessário
redimensioná-lo para que seus resultados tornem-se mais efetivos e visíveis ä todo conjunto
escolar. Portanto, esta pesquisa refere-se a um problema atual e relevante no cotidiano escolar,
apresenta-se em linguagem e forma compatível com o público a que se destina e poderá ser
utilizado para subsidiar a discussão pedagógica escolar em 2009, contribuindo para a para
superação dos problemas relacionados ao processo ensino-aprendizagem.
Cascavel, 12/12/2008.
___________________________
Assinatura do Professor Orientador
VISUALIZANDO A APRENDIZAGEM DO ALUNO DA SALA DE APOIO
Bernardete Garçoa Vieira
Maria Lídia Sica Szymanski
RESUMO
Uma parcela significativa dos alunos das escolas públicas do Estado do Paraná, em seu ingresso na 5ª série do Ensino Fundamental apresentam uma defasagem significativa em relação aos conteúdos desta série de ensino, o que têm contribuído para que o aluno apresente dificuldades em acompanhar os conteúdos apresentados. Outra questão agravante é o grande número de alunos por sala impedindo o professor de realizar um trabalho individualizado, atendendo assim às necessidades de aprendizagem do seu alunado. A Sala de Apoio, ofertada pelo Governo do Estado do Paraná, têm trabalhado com estes alunos de forma individualizada, o que sem dúvida é de muita importância, porém, além disso, faz-se necessário entender as causas desta defasagem para buscar novas possibilidades de trabalho com estes alunos.
PALAVRAS – CHAVES
Dificuldade de aprendizagem – defasagem conteúdo-série – conteúdos – apoio
__________________________________________________________________
1-Pedagoga graduada pela UNICENTRO – Guarapuava, com especialização em Orientação Educacional pela UEPG. Aluna do Programa PDE – 2008. [email protected].
2-Psicóloga e Pedagoga. Mestre e Doutora em Psicologia . Professora Associada do Centro de Educação, Comunicação e Artes da Unioeste – Cascavel. [email protected].
.INTRODUÇÃO
O ato de aprender é uma das características do ser humano. Algumas
aprendizagens fazem parte do seu processo natural de maturação, enquanto que
outras necessitam de um ambiente propício, estímulos e mediação adequados.
Muitos de nossos alunos não encontram em seu ambiente familiar e também
no seu ambiente escolar, na sua fase inicial de escolarização, todos os estímulos
que necessitam para efetivação da aprendizagem. Tais alunos chegam às 5ªs séries
do Ensino Fundamental com uma defasagem conteúdo - série bastante significativa,
o que tem prejudicado a aprendizagem, pois não conseguem acompanhar a sua
turma devido ao abismo que existe entre aquilo que já aprenderam e o que está
previsto no plano de ensino dos professores desta série, a qual pode ser considerada
como divisor de águas entre o primeiro e o segundo ciclo do Ensino Fundamental.
A SEED-PR tem ofertado Salas de Apoio, aos alunos das 5ª séries, nas
disciplinas de Português e Matemática, atendendo à demanda de alunos oriundos da
4ª série que apresentam dificuldades de aprendizagem em relação ao uso da língua
materna e raciocínio lógico-matemático, por serem conteúdos de sustentação para
as demais disciplinas.
O que se percebe é que após a freqüência do aluno nas Salas de Apoio,
apesar de freqüentarem-na até o final do ano letivo, tal fato não tem sido considerado
relevante para a aprendizagem. Muitos desses alunos não conseguem um patamar
de aquisição de conhecimentos suficiente para sua aprovação para a série seguinte,
o que tem gerado uma visão talvez distorcida em relação aos reais resultados da
caminhada do aluno na Sala de apoio.
Esta pesquisa objetiva, junto à comunidade escolar do Colégio Estadual
Amâncio Moro, formas de tornar visível o progresso do aluno no sentido de verificar a
validade da Sala de Apoio como algo realmente necessário como suporte aos alunos
que necessitam de um atendimento mais específico em suas áreas de dificuldade.
O ser humano aprende durante sua vida toda, em vários tipos de situações e
possibilidades, sendo o aprendizado algo constante ao longo de sua existência,
ainda que apareçam as dificuldades em relação a aprendizagem, algumas maiores,
outras menores. O que se tem questionado é: o que fazer quando estas dificuldades
vêm a tonas na escola? Como podemos lidar com estas situações? Como tornar
visível a aprendizagem do aluno para a instância escolar?
Estas são questões muito presentes no cotidiano da escola e, de uma forma
mais acentuada em relação ao aluno da Sala de Apoio, que é encaminhado para
esta modalidade de ensino como uma forma de sanar as dificuldades encontradas
em relação aos conteúdos da sala regular. Uma parcela destes alunos, mesmo após
freqüentar a Sala de Apoio durante todo o ano letivo, ou parte dele, chegando o
momento final, onde se verifica sua aprovação ou retenção acaba por permanecer na
mesma série. Esta retenção dá a impressão errônea de que todo trabalho com este
suporte à aprendizagem foi inútil, já que o aluno, segundo o conceito da escola e
mesmo dos órgãos governamentais, não conseguiu atingir o objetivo esperado. Na
verdade, não se atenta à sua caminhada até este momento e ao seu ganho real em
relação a sua defasagem inicial.
Objetivou–se com esta pesquisa compreender como acorre o processo
ensino- aprendizagem em relação aos alunos que chegaram à Sala de Apoio, na 5ª
série do Ensino Fundamental, com uma defasagem significativa em relação ao
conteúdo, bem como com outros problemas de aprendizagem que fogem ao âmbito
da educação especial, tornando este ganho visível ao professor da sala regular, à
escola e à SEED, validando este suporte à aprendizagem, e, mais ainda, buscando
formas de melhorá–lo e ampliá–lo para que um maior número de alunos sejam
beneficiados através deste apoio, pois “o diagnóstico é inútil se não der lugar a uma
ação apropriada” (PERRENOUD ,1999, p.15).
A ESCOLA
A escola tem como papel e tarefa fundamental promover a aprendizagem e o
desenvolvimento do ser humano, nas dimensões: social, cognitiva, emocional e
motora. Mas, também é co-responsável pelo desenvolvimento individual de seus
membros, tendo como meta prioritária a inserção dos alunos como cidadãos
autônomos e conscientes em uma sociedade plural e democrática.
Tal missão dificulta-se quando não há clareza dos objetivos do ensino, as
práticas pedagógicas utilizadas, baseiam-se em crenças pessoais, pois nesses
casos a escola acaba por somente perpetuar o social, uma vez que ela é parte
integrante da sociedade, e nela vicejam as contradições e os antagonismos de
classe.
De acordo com Szymanski e Pereira Junior (2007, p 28 ),
a sociedade atual delega ao indivíduo a responsabilidade de fazer-se cidadão, de acordo com o seu grau de formação escolar, a função que desempenha no trabalho, sua profissão, e com os bens materiais que adquire. O indivíduo é considerado como responsável pelo que a cultura dessa sociedade considera como fracasso ou sucesso, desconsiderando-se a história da humanidade, a história de vida de cada um e o contexto sócio- econômico. Assim, o homem é segregado de sua história, alienado, fragilizado e dominado.
A Escola precisa, com urgência, tomar para si a responsabilidade de
trabalhar a superação das deficiências circunstanciais das crianças que chegam até
ela, cada qual com sua própria história e suas mazelas. A escola ao entender e
respeitar essas diversidades, observando que cada indivíduo apresenta um conjunto
de estratégias cognitivas que mobilizam o processo de aprendizagem, caminha no
processo de sobrepujar o quadro de problemas de aprendizagem e defasagem
conteúdo-série.
Segundo Aquino (1998, p.44),
o trabalho escolar passa necessariamente, pela busca de uma ação não homogenizadora da escola, abandonando o atual modelo, no qual se esperam alunos homogêneos, tratando como iguais os diferentes, incorporando uma concepção que considere a diversidade, tanto no âmbito do trabalho com os conteúdos escolares, quanto no das relações cotidianas entre os membros da escola.
Cada um aprende a seu modo, estilo e ritmo, e a escola precisa estar atenta
ao aluno para que não se corra o risco de colocar a ênfase do trabalho escolar nos
conteúdos ao invés das aprendizagens especificas.
Freire (1996, p.103) afirma que “tão importante quanto ensinar os conteúdos
aos alunos é o meu testemunho ético ao ensiná-lo. É o respeito jamais negado ao
educando, ao seu próprio saber e sua superação”.
A postura pedagógica do professor, precisa estar permeada dessa eticidade,
que respeita o aluno em suas necessidades e também o compromisso em relação à
sua profissão.
Os educadores precisam dirigir um novo olhar para a escola, conscientes da
necessidade de buscar um ambiente cooperativo e democrático que proporcione ao
aluno o estímulo e a motivação necessários para a efetivação da aprendizagem,
compreendendo as diferenças individuais e possibilidades de cada um.
Freire (1996, p.69) esclarece que, ”como professor preciso me mover com
clareza na minha prática. Preciso conhecer as diferentes dimensões que
caracterizam a essência da prática, o que me pode tornar mais seguro o meu próprio
desempenho”. A partir deste mover, consciente da importância do trabalho educativo,
o professor passa, junto com o aluno, a buscar novas alternativas que possibilitem
minimizar questões relacionados ao déficit cognitivo discente, pois quando a escola,
ou mesmo o professor não têm uma direção definida,não têm clareza de sua
intencionalidade pedagógica,dos fundamentos de sua prática, caminha para todos os
lados sem saber para onde vai e, portanto não chega à lugar algum.
Como afirma Nagel (1986, p 11)
Ministra-se o português sem conhecimento de literatura, ensina-se literatura sem o conhecimento de história, leciona-se história sem informações sobre economia, etc. Ministra-se didática sem conhecimento dos métodos que se alteraram com as transformações sociais. Leciona-se psicologia apologizando o indivíduo e as diferenças individuais, quando a desigualdade não é desejada. Afirma-se que a educação física é uma atividade socializante e valoriza-se o atletismo.
A escola deixa de cumprir a sua função e não atinge os objetivos esperados
porque não se posiciona pedagogicamente perante os problemas que lhes são
apresentados; é necessário perguntar cotidianamente à serviço de quem a minha
ação está posta? Minha prática pedagógica tem revelado o desejo de que meu aluno
realmente avance em seu processo de aprendizagem?
Buscando compreender a função da escola na sociedade atual, Aquino (1998
p.50 ) esclarece que:
Na sociedade urbana e industrializada a escola tem um função social, na medida em que compartilha com as famílias a educação das crianças, uma função política, no que diz respeito à contribuição para formação de cidadãos, e uma função pedagógica, pois é o local privilegiado para a transmissão-construção de um conjunto de conhecimentos e formas de operar intelectualmente, segundo padrões deste contexto social e cultural.
A educação atual passa por um momento muito importante, que requer um
novo posicionamento frente a velhos desafios, principalmente em relação à questão,
já amplamente estudada, referente ao baixo desempenho dos alunos, pois a escola
em sua trajetória passou de elitista e eficiente, segundo a fala de muitos professores,
para uma escola menos seletiva – “educação para todos” – que porém, ainda não
conseguiu encontrar seu caminho para cumprir realmente sua função de
socializadora do conhecimento construído pela humanidade no decorrer de toda sua
história.
Bicudo (1999 p.153),afirma que
Nos últimos anos, reformulações curriculares e novas propostas pedagógicas se fazem presentes nos meios escolares, e os responsáveis pelo ensino, têm se mostrado sensíveis a elas. Porém sua aplicação encontra várias dificuldades, além das habituais resistências as mudanças.
Toda mudança por si só gera desconforto e insegurança, e quanto mais
instrumentalizados estiverem os professores, mais fácil será responder às
diversidades educativas apresentadas pelos alunos. Ensinar é a principal função da
escola, porém, as variações no modo como isto ocorre, determinam de forma
peculiar as diferenças nos resultados obtidos, as quais vão se refletir na vida de cada
aluno particular.
A escola tem, pois o papel de socializar os conhecimentos e as relações,
promovendo um espaço educativo propício aos riscos de acertar e errar, de levantar
hipóteses, enfim, um espaço de aprendizagem.
A APRENDIZAGEM
O ato de aprender é uma das características do ser humano. Algumas
aprendizagens fazem parte do seu processo maturacional, necessitando de ambiente
propício, estímulos e mediação adequados. O processo de aprendizagem pode ser
definido de forma sintética como o modo como os seres adquirem novos
conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o comportamento. Lembrando
que qualquer definição de aprendizagem está invariavelmente impregnada de
pressupostos político–ideológicos relacionados com a visão de homem, sociedade e
saber.
O aprender no âmbito escolar faz parte deste processo de desenvolvimento da
criança, bem como uma gama de outros fatores pessoais e ambientais que
interferem decisivamente no processo de aprender.
Szymanski e Pereira Junior (2006 p.33)
A aprendizagem é uma constatação individual e interna, que se realiza num processo histórico, pessoal e social, dentro de um corpo investido de significação simbólica. As primeiras experiências, as primeiras relações e as primeiras percepções do mundo serão significativas na construção do sistema cognitivo e afetivo das pessoas.
Partindo da realidade plenamente constatada que todos os alunos são
diferentes, tanto em suas capacidades quanto em suas motivações, interesses,
ritmos evolutivos, estilos de aprendizagem e situações ambientais e que estes ritmos
vão determinar sua caminhada de aprendizagem, os quais devem ser respeitados,
sob pena de rompermos com a decência. Citando Freire (1996 p.59), “o respeito à
autonomia e a dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que
podemos ou não conceder uns aos outros”, ao contrário, toda prática pedagógica
precisa estar imersa em respeito às diversidades, criando vínculos afetivos e de
aprendizagem com o aluno, para que tanto na família como na escola lhe seja
proporcionado um ambiente propício à aprendizagem para que a criança sinta-se
segura, e acredite em suas potencialidades.
Funayama (2005 p.87)
Entre os diversos mecanismos pelos quais o envolvimento dos pais com a escola favorece o desempenho, destaca-se um de grande importância: é que, através de seu envolvimento, os pais comunicam à criança o quanto se importam com ela e o quanto valorizam seu aprendizado escolar.
As crianças privadas deste sentimento de pertença apresentam dificuldades
em seus relacionamentos, o que pode apresentar-se também como um fator
agravante em relação à efetivação da aprendizagem.Pois, sem dúvida, como coloca
Szymanski e Pereira Junior (2006 p.40),
O fato dos pais demonstrarem empatia e simpatia em relação
às tentativas de seus filhos em busca da individualidade é de extrema importância para a criança; é como uma aprovação que ela recebe, um suporte emocional, que lhe dará capacidade de se “emancipar” e tratar a vida com autenticidade. Os filhos precisam ter a certeza do desejo dos seus pais em ajudá-los a desenvolver a própria identidade, valorizando cada passo positivo que a criança dá em direção à construção do seu eu.
Todo ser humano precisa de estímulos positivos, para produzir mais e melhor
em todos os setores de sua vida, principalmente no que se refere à aprendizagem
das crianças, observando que os primeiros anos de sua escolarização são
fundamentais, e necessitam de um acompanhamento especial , tanto por parte da
família quanto da escola.
É impossível pensar em aprendizagem negando as diferenças individuais
entre pessoas de determinada cultura, Aquino (1998 p.49), nos fala que
A constatação da singularidade humana, observável inclusive no senso comum, levanta o problema da origem dessas diferenças. Essa questão foi ao longo do tempo, segundo a autora, objeto de pesquisa de diferentes áreas do conhecimento, ocupando ainda um papel de destaque em pesquisas atuais.
Porém para a educação o problema se coloca de uma maneira questionadora:
O que fazer com as diferenças encontradas? A concepção adotada pelo professor
acerca da origem das características individuais, interfere na sua atuação prática, ou
ao menos influencia sua compreensão das relações ensino-aprendizagem. As
posições que os professores defendem expressam sua visão de mundo e de homem,
revelando de forma mais particular, determinadas concepções sobre os processos de
desenvolvimento e aprendizagem do ser humano e o papel da educação neste
contexto.
Aquino (1998 p.50) chama a atenção para o fato de que
O conhecimento de como o professor pensa a respeito do assunto é particularmente importante na medida em que a proposição de conteúdos, metodologias e objetivos que se quer alcançar, as formas de avaliação empregadas em determinada agência educativa, os tipos de interações estabelecidas com as crianças, ou até mesmo as explicações acerca do
desempenho dos alunos, dependem intimamente da concepção de desenvolvimento humano adotado.
A aprendizagem é, pois, um ato complexo que está vinculado a uma série de
fatores que estão além do âmbito escolar, citando Drouret (2006 p.9),existem pelo
menos sete fatores fundamentais para que a aprendizagem seja considerada: saúde
física e mental, motivação, prévio domínio, maturação, inteligência, concentração e
atenção e memória.
Além desses fatores a aprendizagem do aluno depende também do fator
emocional, que envolve o ajuste entre ele e os seus professores; se o ajuste for
apropriado o aluno aprenderá e apresentará progressos, independente do seu nível
de aprendizado inicial, pois a aprendizagem está invariavelmente ligada ao afetivo da
criança, lembrando também que as novas aprendizagens do individuo dependem de
experiências anteriores, assim as primeiras servem de pré- requisitos para as
subseqüentes, e que a aprendizagem se dá de forma gradual, vamos aprendendo
pouco a pouco, num processo constante e contínuo, cada qual no seu ritmo próprio
(biológico) que aliado ao seu próprio esquema de ação irá constituir sua
individualidade. Diversificar as situações de aprendizagem, adaptando-as as
especificidades dos alunos, tentando responder ao problema didático da
heterogeneidade das aprendizagens é um caminho a ser percorrido.
Segundo Drouret (2006 p.8)
As diferenças individuais levam alguns indivíduos a serem mais lentos na aprendizagem enquanto outros são mais rápidos. A aprendizagem é um processo pessoal e individual, tem fundo genético e depende de vários fatores: dos esquemas de ação natos do individuo; do estágio de maturação de seu sistema nervoso. de seu tipo psicológico constitucional (introvertido ou extrovertido) de seu grau de envolvimento, esforço e interesse.
A criação de novos contextos de aprendizagem que se adaptem as
individualidades dos alunos, partindo do que cada um já tem adquirido e de suas
potencialidades contribuirão para reduzir os prejuízos na aquisição de
conhecimentos, pois cada um desses fatores somados aos já citados – afetivos,
relação professor-aluno, etc, contribuem de forma decisiva em relação ao êxito ou
fracasso escolar do aluno, sendo que, as dificuldades de aprendizagem na escola
podem ser consideradas uma das causas que levam o ao fracasso escolar. Não
podemos desconsiderar o fato de que o fracasso do aluno também pode ser
entendido como o fracasso da escola por não saber lidar com as diversidades de
seus alunos, com suas dificuldades e limitações, projetando o aluno ideal que
raramente corresponde com àqueles encontrados nas nossas escolas.
Weiss (1999 p.46), chama a atenção para o fato de que o maior percentual de
fracasso na produção escolar, de crianças, encontra-se no âmbito do problema de
aprendizagem reativo, produzido e incrementado pelo próprio ambiente escolar.
Não se pode atribuir somente ao próprio aluno o seu fracasso, considerando
que haja algum comprometimento em seu desenvolvimento psicomotor, cognitivo,
lingüístico ou emocional (conversa muito, é lento, não faz a lição de casa, não tem
assimilação, entre outros), ou desestruturação familiar, sem considerar as condições
de aprendizagem oferecidas pela escola a este aluno e os outros fatores
intra-escolares que favorecem a não-aprendizagem sob risco de buscarmos de forma
simplista um único culpado pelo fracasso escolar das crianças, jogando toda culpa
na família ou na escola e colocando assim a escola como redentora de todos os
problemas sociais.
Segundo Szymanski e Pereira Junior (2006 p.92),
O fracasso escolar pode ser relacionado a causas externas e internas à estrutura familiar e individual da criança. As causas externas estão estreitamente ligadas a uma ação educativa inadequada, que favoreceriam os problemas de aprendizagem como sintomas de inibição, que restringem as possibilidades cognitivas, caracterizando um aprisionamento das inteligências e a perda do desejo e aprender.
Com a ausência do desejo de aprender o aluno acaba por isolar-se de sua
turma, tornando-se retraído em relação à aprendizagem e socialização, ou faz o
caminho inverso, tornando-se indisciplinado e até mesmo agressivo, com forma de
proteção para não ser rotulado por professores e colegas.
Outra questão a ser observado em relação prática pedagógica do professor é
que, torna–se impossível em sua sala de aula, geralmente lotada, dar mais atenção
para alunos que necessitam desse atendimento individualizado, em decorrência de
necessidades especificas de aprendizagem, sob o risco de, ou parar toda turma,
esperando àqueles que tem dificuldade de acompanhar em um ritmo normal ou,
andar normalmente, deixando de lado os que necessitam ser atendidos em um
tempo maior. Pois como afirma Perrenoud (2001)
Pode-se colocar dúvidas que o professor se dirija constantemente a todos os alunos, que cada um deles receba a mesma orientação, as mesmas tarefas, os mesmos recursos. Se considerarmos o currículo real como uma série de experiências chegaremos, grosso modo, a uma conclusão evidente; o currículo real é personalizado, dois indivíduos nunca seguem exatamente o mesmo processo educativo, mesmo se permanecerem de mãos dadas durante anos.
Cada manifestação do aluno é um indício de continuidade, por onde o
professor deve prosseguir. Segundo Hoffmann (2001 p.91), “é comum os professores
culparem as séries anteriores pelas dificuldades observadas nos alunos, sem que
isto deixe de ser um dos agravantes, mas o passado deve ser considerado para
analisar o presente na busca de novos direcionamentos para preencher lacunas
apresentadas pelos alunos.” Não podemos permanecer culpando outros pelo
fracasso escolar das crianças, sem assumirmos a nossa própria parcela de culpa,
se no decorrer de nossa jornada pedagógica nos eximirmos de práticas que auxiliem
o aluno no seu enfrentamento em relação as suas dificuldades. É através dos
conflitos que vamos evoluindo em nossa aprendizagem, sendo que a aprendizagem
se dá nesta interação em relação às necessidades que vão se modificando e se
configurando em novos conflitos que geram novas necessidades. Estes conflitos que
buscam direcionamentos estão presentes na sala de aula cotidianamente, portanto à
aplicação da teoria em sala de aula deve ter valor e sentido prático para os alunos,
os professores devem analisar sua ação pedagógica e refletir coletivamente sobre
ela, questionando seu sentido para a vida do aluno, tarefa muito difícil de ser
executada, pois torna-se necessário um olhar minucioso e crítico sobre o seu próprio
desempenho.
Para alguns professores, segundo Dayreel (1996 p.155),
O trabalho pedagógico em sala de aula é reduzida a uma ação simples e linear entre eles e seus alunos, regida por princípios igualmente simples. Os alunos são vistos de forma homogênea, com os mesmos interesses e necessidades, os conteúdos são aprendidos para alcançar notas e ser aprovado ao final do ano, cabendo assim ao professor ensinar e transmitir esses conteúdos, cumprindo o seu papel, sem perceber ou levar em consideração a trama de relações existentes na sala de aula. O seu olhar percebe os alunos como seres de cognição e mesmo assim, de forma equivocada, observando somente sua maior ou menor capacidade de aprender conteúdos e comportamentos, deixando, com esse olhar estreito sobre os processos educativos, de perceber a dimensão dos conjuntos das relações que se estabelecem na sala de aula, deixando de potencializar a aprendizagem.
O aprendizado só se torna válido se o aluno torna-se capaz de aplicá-lo em
contextos diferentes daqueles em que foram adquiridos na escola. Isto exige mais do
que decorar ou solucionar de forma mecânica exercícios, exige domínio de
conceitos, flexibilidade de raciocínio e capacidade de analise e abstração.
AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM
Além desses fatores a aprendizagem do aluno depende também do
fator emocional, que envolve o ajuste entre ele e os seus professores. Se o ajuste for
apropriado o aluno aprenderá e apresentará progressos ,independentemente de sue
nível de aprendizado inicial, pois a aprendizagem está invariavelmente ligada ao
afetivo da criança (PIAGET,1972; VYGOTSKI e WALLON). Ainda as novas
aprendizagens do indivíduo dependem de experiências anteriores, assim as
primeiras servem como pré-requisitos para as subseqüentes. Aprende-se pouco a
pouco, de forma gradual, em um processo constante e contínuo, cada qual no seu
ritmo próprio (biológico) que aliado ao seu próprio esquema de ação irá constituir
sua individualidade.
Diversificar as situações de aprendizagem, adaptando-as às especificidades dos
alunos, respondendo ao problema didático da heterogeneidade no processo de
aprendizagem é um caminho a ser percorrido.
Tem-se tornado comum justificar o fracasso escolar pela pobreza
cultural do aluno e de sua família, esquecendo de que a cultura é uma das práticas
que confere sentido a ação, pois cada um tem a sua própria vivência histórica, e que
tal vivência influencia de forma positiva ou negativa na aprendizagem do aluno,
sendo que a afetividade e a inteligência constituem um par inseparável que evolui a
partir das experiências vividas.
Os distúrbios provenientes de uma educação familiar mal orientada
podem resultar em problemas de aprendizagem, pois há uma estreita ligação entre
lar e escola e a criança não tem maturidade suficiente para administrar conflitos que
são gerados por emoções. A influência familiar sempre foi elemento preponderante
na formação do caráter do indivíduo, por proporcionar através da segurança do
ambiente físico e social, condições necessárias para o desenvolvimento da
subjetividade da criança.
Pois, sem dúvida, como coloca Szymanski e Pereira Junior (2006,
p.40),
O fato dos pais demonstrarem empatia e simpatia em relação às tentativas de seus filhos em busca da individualidade é de extrema importância para as crianças; é como uma aprovação que ela recebe, um suporte emocional, que lhe dará capacidade de se “emancipar” e tratar a vida com autenticidade. Os filhos precisam ter a certeza do desejo dos seus pais em ajudá-los a desenvolver a própria identidade, valorizando cada passo positivo que a criança dá em direção à construção do seu eu.
Entretanto cabe à escola, buscar formas de superação deste
estado de não aprendizagem, estabelecendo vínculos afetivos com a aprendizagem,
entendendo que o ambiente escolar deve ser favorecedor na construção de
respostas e instrumentos que atendam as necessidades dos alunos e suas
peculiaridades. Também as dificuldades de relacionamento entre discente e docente
acarretam sérios problemas de aprendizagem, já que o aluno, em todos os níveis de
ensino faz ligação entre o conteúdo e o professor, pois todo processo de educação
pressupõe a presença de dois seres concretos que interagem em uma situação
única. Segundo Freire (1996 ,p.141)
Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio, mais distante e cinzento me ponha nas minhas relações com os alunos, no trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar.
Sem dúvida pode-se afirmar que o ser humano é essencialmente
emocional, relacionando-se com o mundo através dos sentidos, os quais geram as
emoções que norteiam a sua vida, permitindo ao indivíduo crescer de forma
equilibrada ou não, dependendo da realidade onde está inserido. Ao chegar à
escola este aluno, ao deparar-se com um ambiente frio e discriminatório, onde ele é
classificado em bom ou mau, ordeiro ou indisciplinado, passando esta classificação
do campo da aprendizagem para o campo moral, o aluno acaba por erguer sobre si
uma barreira, que, somada às outras já existentes, dificultam ainda mais o acesso a
aprendizagem.
Szymanski e Pereira Junior (2006, p.34), colocam de forma
clara:
O desejo de alcançar o conhecimeto implica um investimento do outro como ensinante. O desejo de aprender instala-se conforme o investimento do outro e, conforme a natureza desse investimento serão as possibilidades de construir as modalidades de aprendizagem.
Ser professor é muito mais do que ser àquele que ministra aulas. É
necessário um envolvimento maior, reconhecendo cada aluno como alguém singular,
contemplando-o em sua individualidade, entendendo a emoção como parte do ato de
aprender e pensando nas possibilidades diante das dificuldades. A criança ao
ingressar neste mundo chamado “Escola” estabelece outras relações, passando a
viver sob outros contratos, submetendo-se a outras regras, e, tudo isso, a partir do
que já construiu em sua própria vida. Paulo Freire (1996,p.103)
Assim como não posso ser professor sem me achar capacitado para ensinar certo e bem os conteúdos de minha disciplina, não posso, por outro lado, reduzir minha prática docente ao puro
ensino daqueles conteúdos. Esse é um momento apenas de minha atividade pedagógica. Tão importante quanto ele, ensino dos conteúdos, é o meu testemunho ético ao ensiná-los. É a decência com que o faça. É a preparação científica revelada sem arrogância, pelo contrário, com humildade. É o respeito jamais negado ao educando, a seu saber de “experiência feito” que busco superar com ele. Tão importante quanto o ensino dos conteúdos é a minha coerência na classe. A coerência entre o que digo o que escrevo e o que faço.
Neste contexto tão múltiplo que é o espaço escolar, se faz
necessário uma postura a favor de uma prática pedagógica que privilegie o aluno
em sua necessidade e direito inegável de aprender. Alguns professores ficam tão
centrados na questão da indisciplina de seus alunos que ficam limitados no sentido
de ampliar os horizontes de sua docência, seja no âmbito pedagógico, seja na
própria relação afetiva com o aluno e seus saberes.
PESQUISA DE CAMPO
Metodologia
Em um primeiro momento, entrevistaram-se as professoras da Sala de Apoio,
utilizando-se o Roteiro (anexo 1), e os professores de Português e Matemática, da
sala regular. Os dados coletados foram analisados utilizando-se a técnica do
Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) LEFÈVRE e LEFÈVRE (2008). Essa técnica é
uma proposta explícita de reconstituição de um ser ou entidade empírica coletiva,
opinante na forma de um sujeito de discurso emitido na primeira pessoa do singular.
Ainda foram observadas cerca de cinco horas-aulas em dias alternados,
na Sala de Apoio, para analisar o trabalho docente e a interação professor-aluno e
aluno-aluno. Também foram coletados os trabalhos cotidianos e os cadernos
escolares dos alunos, buscando documentar possíveis progressos.
Finalmente, a partir de um Roteiro (Anexo 2), desenvolveram-se
entrevistas semi-dirigidas com os alunos selecionados para freqüentarem a Sala de
Apoio na escola investigada. Os dados coletados foram também analisados
utilizando-se a técnica do Discurso do sujeito Coletivo
Os profissionais envolvidos com a Sala de Apoio são professores
licenciados nas disciplinas de Português e Matemática e a Equipe Técnico
Pedagógica da escola, que faz a ponte entre os professores da sala regular e os da
Sala de Apoio verificando o progresso do aluno e a sua assiduidade.
Resultados
a) Entrevistas com os docentes
As entrevistas com os docentes revelaram que para o planejamento
destas aulas, os professores de Português e Matemática, designados para atender
esta sala, contam com material ofertado pela SEED-Paraná, utilizando-os juntamente
com outros materiais de sua elaboração, adaptando-os às necessidades de cada
aluno em particular, bem como as do grupo. Tais dificuldades são detectadas pelos
professores da sala regular de ensino, nas disciplinas de Português e Matemática, já
nos primeiros dias do ano letivo, verificação esta, geralmente feita através de
observação do desempenho do aluno frente às atividades cotidianas, bem como
utilizando de avaliações destinadas à este fim.
Após a verificação da defasagem do aluno, ele é
encaminhado, através de uma ficha própria da Sala de Apoio, chamando então os
pais ou responsáveis para que tomem conhecimento da necessidade educacional de
seu filho e de que este suporte à aprendizagem funciona no período contrário ao de
suas aulas normais, o que demanda dois dias em que o aluno passará na escola nos
dois períodos. Os professores relatam que muitos pais não comparecem quando
solicitados, nem para que se faça o devido encaminhamento.
As turmas funcionam com 15 alunos em cada disciplina, com
aulas agrupadas cada matéria em um mesmo dia, facilitando assim a freqüência em
relação ao seu deslocamento e a continuidade do trabalho dos professores junto ao
aluno.
As entrevistas com os professores da Sala Regular,
revelaram que, muitos dos alunos que são encaminhados comparecem poucas
vezes ou nem sequer chegam a freqüentar o Apoio, o que dificulta o trabalho na sala
regular, visto que é impossível atender a cada aluno individualmente em suas
necessidades de aprendizagem e que a defasagem que estes alunos encaminhados
apresentam é muito acentuada, o que dificulta ainda mais a apropriação dos
conteúdos desta série de ensino. Também a falta de interesse dos pais é outro fator
de agravo, pois muitos não percebem as dificuldades de seus filhos em relação a
aprendizagem, pois eles tem pouca escolaridade.
b) Observação das aulas na Sala de Apoio
Observou-se no trabalho com o s alunos na Sala de Apoio o uso de
metodologias diferentes das comumente utilizadas na sala regular, privilegiando o
uso do lúdico, com materiais concretos, objetivando o desenvolvimento do raciocínio
lógico-matemático e o uso da língua materna em suas múltiplas funções e
possibilidades.
Os professores afirmam esperar com este trabalho que o aluno possa ser
beneficiado em todo o seu desenvolvimento cognitivo, em relação aos conteúdos de
Português e Matemática, que se forma indireta abrangem todas as outras disciplinas
da série e, também em seu desenvolvimento social, e afetivo, com um trabalho mais
individualizado, onde é possível o resgate da auto estima do aluno, já prejudicada
pela dificuldade de aprendizagem e a falta de estímulos positivos.
A intenção desta pesquisa era fazer uma analise na intenção de buscar
formas de validar o ganho do aluno ao freqüentar a Sala de Apoio, na superação de
algumas de suas dificuldades, para a escola e à SEED, no sentido de efetivar este
suporte à aprendizagem como algo extremamente necessário no atual modelo
escolar, com suas inúmeras deficiências. Esta caminhada do aluno não é computada
como algo positivo, visto que muitos desses alunos, mesmo após freqüentarem a
Sala de Apoio durante todo o ano letivo, ou parte dele, não conseguem a superação
do abismo que há entre o que ele sabe e o que deveria saber para acompanhar esta
série de ensino.
Na verdade, o não aprendizado envolve uma série de fatores, é
necessário uma busca incessante no esforço conjunto entre escola, aluno e família
no objetivo de levá-lo à superação das dificuldades de aprendizagem, para minimizar
a defasagem conteúdo-série apresentada, valorando o seu aprendizado na Sala de
Apoio e tornando-o visível em sua sala regular de ensino.
Na observação feita na Sala de Apoio, na aula de matemática,
constatou-se que os alunos presentes mostravam-se bastante interessados e
participativos em relação as atividades propostas pela professora, realizando-as com
disposição, sem competição entre os alunos. Ao contrário, os alunos trabalhavam
juntos, com as carteiras unidas. Após resolverem os problemas utilizando-se de
material concreto alguns iam ao quadro para resolver juntamente com os demais
companheiros, sob a orientação da professora. Notou-se que eles se ajudam,
concretizando aquela aprendizagem proximal referida por Vygotski em sua pesquisa.
Na aula de português o número de alunos atendidos era um pouco menor,
e os alunos ficavam mais quietos em suas carteiras fazendo as atividades propostas
pela professora, sem que houvesse mobilidade entre eles ou mesmo troca de
informações em relação as atividades concluídas, cada qual fazia sua tarefa e
aguardava em seu lugar para que a professora verificasse e lhes desse outros
exercícios. A relação afetiva com a professora de português é distante, os alunos
não sentem-se confortáveis no sentido da mobilidade em seu espaço de sala de
aula.
Entrevistas com os alunos
Na entrevista com os alunos, relataram que gostam de freqüentar a
Sala de Apoio, o problema é que as vezes esquecem e não têm ninguém para
lembrá-los em casa pois os pais ou esquecem também ou não estão em casa.
Também relataram que quando está muito frio, no inverno, ou com chuva, eles não
querem sair de casa, então acabam por perder muita aula. Os alunos que
freqüentam com mais assiduidade relataram que conseguem acompanhar melhor as
atividades da sala regular, melhorando em suas notas. Falaram que gostam mais
das aulas de matemática porque trabalham com jogos e a professora participa com
eles das atividades, assim eles acabam aprendendo o que é ensinado por ela;
aprendem brincando, o que se torna muito divertido. Em sua grande maioria os
alunos que são encaminhados à Sala de Apoio são oriundos de escolas da periferia
da cidade, onde estão situados os bairros com população de baixa renda e com
menor índice de escolarização dos pais. Também relataram que sempre tiveram
dificuldade em entender o que a professora explicava, não faziam suas tarefas de
casa e alguns acabaram por repetir a série.
Espaço físico e horários
O espaço físico é adequado, condizente com o número de alunos que
necessitam de atendimento, com materiais variados, observando que a escola se
dispõe a adquirir tudo o que é necessário para facilitar a aprendizagem do aluno.
O número de horas-aulas é insuficiente para atender a demanda de alunos da
escola. A SEED oferta somente uma Sala de Apoiocom o atendimento concomitante
de 15 alunos, sendo que a escola possui cinco 5 séries , perfazendo um total de 125
alunos. Os que necessitam de atendimento supera o total de15, estão é feita uma seleção entre os
que necessitam deste atendimento, encaminhando os que possuem, um défict bem acentuado,
selecionando entre àqueles que não possuem problemas disciplinares.
Acompanhamento
O acompanhamento do progresso do aluno se dá de forma informal, pelos
professores da sala regular, nas disciplinas de português e matemática,sem que haja
um acompanhamento efetivo por parte da equipe pedagógica, que se vê muito
envolvida com o cotidiano da escola e seus inúmeros problemas, geralmente
apagando incêndios que surgem no decorrer do dia escolar. Não é feita uma mesma
avaliação de início e fanal de ano letivo para se constatar o avanço do aluno em
relação a sua condição inicial. Geralmente estas questões são tratadas, sem muita
rigidez, nos conselhos de classe onde os professores e equipe pedagógica tem a
oportunidade de conversar sobre o desempenho dos alunos em sua sala regular
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A escola tem um pensamento tendencioso ao pensar as dificuldades de
aprendizagem, como sendo culpa de um só segmento, como a família, pela sua
destrutura, ou, ao próprio aluno por ser indisciplinado, ou por estar desinteressado do
processo de aprendizagem, deixando com isso de buscar as possibilidades de
superação dessas questões, ou ao buscá -las o faz sem a devida clareza em relação
à importância de sua atividade pedagógica como facilitadora da aprendizagem, no
sentido de reverter o quadro de fracasso escolar tão presente no nosso sistema
educacional.
Para Valverde Fernandes (2008 p.1), “o modo como concebemos o fracasso
escolar esta de forma muito intima ligada a concepção de vida e de vida escolar de
quem se propõe ensina-lo e entendê-lo. A escola, como uma instituição social,
baseia-se em algumas idéias do mundo ocidental como individualismo, direitos
humanos, igualdade, liberdade, democracia, livre mercado, alem da competitividade
do capitalismo. Estas idéias, que nascem na sociedade, são universalizadas através
da escola, portanto, de uma forma ou outra o fracasso escolar diz respeito às
relações sociais”, por reproduzirmos o que está posto socialmente.
Portanto, se no âmbito escolar ocorrem estes enfrentamentos, não podemos
pensar a educação de forma simplista e ingênua, observando somente problemas
imediatos do seu cotidiano, precisamos sim de outro olhar sobre a escolar, um olhar
crítico que nos leve a nossos direcionamentos, frente a velhos problemas que tem
sido postos de lado como insolúveis e a partir disso, buscarmos novos
posicionamentos na busca de uma direção concreta na possível solução de alguns
de seus problemas. Para tanto, é necessário resgatar no coração dos nossos
educadores o “sonho”, essencial para realizarmos um trabalho de qualidade, pois o
ato de sonhar a educação, sonhar a escola precisa fazer parte da nossa prática
educativa, de forma amorosa, semeando estes sonhos na vida dos nossos alunos.
Nesse ato de sonhar vamos redimensionar nosso trabalho educativo, buscando nele
um caminho de satisfação pessoal, de um trabalho feito de forma prazerosa.
Freire (1996 p.53) ,nos fala que ao reconhecer que a história e tempo de
possibilidades e não de determinismo, que o futuro é problemático não inexorável,
abrimos a possibilidade da esperança, do otimismo em relação ao nosso aluno, a
escola na qual trabalhamos àquilo que nos propomos a ensinar, refutando de forma
veemente a ideologia fatalista e imobilizante, que tenta e todo custo, nos fazer crer
“que a realidade é assim mesmo” e que nada do que façamos irá contribuir para sua
transformação.
Este é o tempo de resgatarmos, junto aos alunos, a escola na qual atuamos o
verdadeiro sentido do nosso trabalho educativo.
ANEXO 1
Questionário dirigido aos professores da sala de Apoio nas disciplinas de
Português e Matemática.
Ano letivo: 2008
PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional
Pedagoga-PDE : Bernardete Graçoa Vieira
Professora-Orientadora: Maria Lídia Sica Szymanski
UNIOESTE - Cascavel
Disciplina:----------------------------------------------------------------------------------------------
1 Como é o processo de encaminhamento do aluno da sala regular de
ensino para a Sala de Apoio?
2-Quais são os critérios utilizados para que se verifique a necessidade deste
encaminhamento?
3-Como se dá o registro do estado de dificuldade inicial deste aluno?
4-Quais as dificuldades mais comuns apresentadas pelos alunos?
5- Como se dá a relação professor-aluno na Sala de Apoio?
6- Os alunos gostam de freqüentar a Sala de Apoio?
7- Qual é a participação dos pais na vida escolar de seus filhos?
8- Qual é a maior dificuldade encontrada pelo professor da sala de Apoio?
9 – A escola e a SEED oferecem as condições necessárias para o bom
funcionamento da Sala de Apoio?
10- Os professores são devidamente preparados para atuar na Sala de Apoio?
Questionário dirigido aos Professores de Português e Matemática da sala
regular de ensino.
Disciplina:----------------------------------------------------------------------------------------------
Ano letivo:2008
PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional
Pedagoga - PDE: Bernardete Garçoa Vieira
Professora-Orientadora: Maria Lídia Sica Szymanski
UNIOESTE- Cascavel
1 - Quais são os critérios utilizados para verificar a necessidade de
encaminhar o aluno à Sala de Apoio?
2 – Quais as maiores dificuldades apresentadas pelos alunos em relação aos
conteúdos?
3- Existem outras característica comum entre os alunos encaminhados à Sala
de Apoio, além da dificuldade de aprendizagem?
4– Como se dá a interação entre a sala regular e a Sala de Apoio?
5– Como é feito o acompanhamento do ganho do aluno em relação à sua
defasagem inicial?
6– Ao final do ano letivo, quais os requisitos utilizados para verificar a retenção
ou aprovação do aluno que freqüentou a Sala de Apoio?
7- Como se dá a participação da Equipe Pedagógica na efetivação do trabalho
com os alunos da Sala de Apoio?
ANEXO 2
Questionário destinado aos alunos da Sala de Apoio à Aprendizagem.
Ano Letivo:2008
PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional
Pedagoga – PDE – Bernardete Garçoa Vieira
Professora- Orientadora: Maria Lídia Sica Szymanski
UNIOESTE – Cascavel
1 –Nome;
2 Idade:
3 Escola onde cursou de 1 a 4 série do ensino fundamental?
4 Local onde mora?
5 Grau de escolaridade dos pais?
6 Profissão dos pais?
7 Quem acompanha sua vida na escola? ( nas reuniões, entrega de
boletins ou quando é chamado)
8 Você sabe qual é o motivo do seu encaminhamento à Sala de Apoio?
9 Qual é a matéria que você mais gosta?
10 Em qual matéria têm dificuldade em fazer as atividades pedidas pelo
professor?
11 Você gosta de freqüentar a Sala de Apoio?
12 Freqüenta a Sala de Apoio com regularidade ou é faltoso?
13 Se é faltoso , quais são as razões?
8-REFERÊNCIAS
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LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez,
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WEISS, M. L. L. Psicopedagogia clínica – Uma visão diagnóstica dos
problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP&A Editora , 1999.
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PROFESSOR PDE/2008
1. Nome do (a) professor (a) PDE: Bernardete Garçoa Vieira
2. Disciplina/Área:Pedagogia
3. IES: UNIOESTE - Cascavel
4. Orientador (a): Maria Lidia Sica Szymanski
5. Co-orientador (a) (se houver):
6. Caracterização do objeto de estudo:Buscar junto aos Professores da Sala
de Apoio, das Salas Regulares de 5 série e Equipe Pedagógica, formas de
tornar visível o ganho do aluno em relação à sua defasagem inicial.
7. Título da Produção Didático-Pedagógica: Visualizando a aprendizagem do
aluno da Sala de Apoio.
8. Justificativa da Produção: Alguns alunos encaminhados à Sala de Apoio
por apresentarem uma acentuada defasagem relacionados aos conteúdos da
da 5 série, após a freqüentarem durante todo o ano letivo, ao chegar ao
final dele alguns alunos não conseguem a aprovação para a série seguinte,
por ser a defasagem muito grande,o que não significa que o aluno não tenha
aprendido. Percebe-se contudo,que tal ganho não é computado como algo
positivo,e não é visualizado pela SEED e pela Escola, dando a falsa
impressão de que todo o trabalho foi inútil.
9. Objetivo geral da Produção: Objetiva-se com esta produção, após
levantamento de problemas pertinentes à Sala de Apoio, fundamentar a
proposta de intervenção na Escola para o ano de 2009, buscando formas de
superação dos atuais problemas apresentados por este apoio a
aprendizagem, possibilitando assim a sua ampliação, atendendo um maior
número de alunos.
10. Tipo de Produção Didático-Pedagógica
( ) Folhas ( ) OAC ( X ) Outros (descrever);
Artigo Científico
Estudos Bibliográficos
Em anexo
11. Público-alvo: Professores da Sala de Apoio, Professores da Sala Regular
de Ensino, Equipe Pedagógica da Escola e alunos da Sala de Apoio.
Cascavel,12 de dezembro de 2008.
Bernardete Garçoa Vieira
Professora PDE
ANEXO: REFERÊNCIAS
ARROYO, M. G. Imagens Quebradas: Tragetórias e tempos de alunos e
mestres. Petrópolis, RJ : Vozes , 2004.
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Teóricas e Práticas. São Paulo: Summus, 2006.
______________________.Indisciplina na Escola: Alternativas teóricas e
práticas. São Paulo: Summus, 1996.
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concepção e perspectiva. São Paulo: UNESP, 1999.
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UFMG, 1996.
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Comunicação, Saúde e Educação. Acesso em 15/08/2008.
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PERRENOUD, Phillippe. Práticas Pedagógicas, profissionais docentes e
formação: Perspectiva sociológica. Lisboa: Dom Quixote Instituto de Inovação
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____________________. Avaliação. Da excelência a regulação das
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REGO, Tereza Cristina R. A indisciplina e o processo educativo: uma análise
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SZYMANSKI, Maria Lídia Sica e PEREIRA JUNIOR, Antonio Alexandre (org).
Diagnóstico e Intervenção Psicopedagogica. Cascavel: Edunioeste, 2006.
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problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP&A Editora , 1999.
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