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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
Paula Tamião Arantes
Avaliação in vitro da influência de cimentos endodônticos na
resistência de união sobre estrutura dentinária da câmara
pulpar de dentes restaurados imediatamente e mediatamente
após obturação
Natal/RN
2019
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
Paula Tamião Arantes
Avaliação in vitro da influência de cimentos endodônticos na
resistência de união sobre estrutura dentinária da câmara pulpar de
dentes restaurados imediatamente e mediatamente após obturação
Tese apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Ciências
Odontológicas, Área de Concentração
em Clínicas Odontológicas, do
Departamento de Odontologia, do
Centro de Ciências da Saúde, da
Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, como requisito para
obtenção do título de Doutora em
Ciências Odontológicas.
Orientador: Prof. Dr. Fábio Roberto Dametto.
Natal/RN
2019
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN –
Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - Departamento de Odontologia
Arantes, Paula Tamião.
Avaliação in vitro da influência de cimentos endodônticos na
resistência de união sobre estrutura dentinária da câmara pulpar
de dentes restaurados imediatamente e mediatamente após obturação
/ Paula Tamião Arantes. - Natal, 2019.
60 f.: il.
Orientador: Prof. Dr. Fábio Roberto Dametto.
Tese (Doutorado em Ciências Odontológicas) - Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde,
Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas, Natal, 2019.
1. Cimentos dentários - Tese. 2. Materiais restauradores do
canal radicular - Tese. 3. Adesivos dentinários - Tese. 4.
Resistência à tração - Tese. I. Dametto, Fábio Roberto. II.
Título.
RN/UF/BSO BLACK D17
Elaborado por MONICA KARINA SANTOS REIS - CRB-15/393
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“Somente seres humanos excepcionais e irrepreensíveis suscitam ideias generosas e ações elevadas”.
(Albert Einsten)
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Dedicatória
Dedico este trabalho ao meu amado filhinho Pablo
Arantes, meu lindo milagre que me ensinou muito mais do que
eu poderia imaginar que seria capaz de aprender sobre a vida,
sobre o amor e sobre Deus.
Razão de minha vida desde o princípio foi tudo com você, para
você, e por você!
Te Amo para a eternidade, e muito mais do que minhas
palavras possam expressar na finitude destas breves linhas.
“I wish that I could take it all away
And be the one who catches all your tears That's why I need you to hear
I've found a reason for me To change who I used to be
A reason to start over new And the reason is you
I've found a reason to show a side of me you didn't know
a reason for all that I do
and the reason is you”.
(Hoobastank – The Reason)
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Dedico este trabalho aos meus avós Afonso Tamião e
Reghilda Borgui Tamião, “in memorian”.
Meus queridos avós que me criaram, minhas referências de pai
e mãe, de aconchego de família, que foram meus alicerces para
crescer nos valores que vocês me passaram durante minha
criação. A minha avó, meu pequeno talismã, muito obrigada
por toda sua doçura, de uma nobreza de alma e coração que
ainda não conheci ninguém igual. Tenho certeza que vocês
teriam muito orgulho de mim e vibrariam com minhas
conquistas! Amo vocês!
“Sabe, eu pensei que fosse fácil Esquecer seu jeito frágil
De se dar sem receber Só você
Só você que me ilumina Meu pequeno talismã
Como é doce essa rotina De te amar toda manhã
Nos momentos mais difíceis Você é o meu divã
Nosso amor não tem segredos Sabe tudo de nós dois
E joga fora nossos medos Vai, saudade diz pra ela
Diz pra ela aparecer Vai, saudade, vê se troca A minha solidão por ela
Pra valer o meu viver” (Leandro e Leonardo – Talismã)
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Dedido e Agradeço de todo coração a Deus, por
sempre estar comigo, por todas as graças alcançadas,
pelo milagre da minha vida, pelo milagre da vida do
meu filho! Meu coração, minha história, minhas
conquistas são para Ti e para a honra do Teu Nome!
Deus me fizeste forte, iliminada e agraciada, pois é
disso que preciso e sabes de tudo o que passa em meu
coração. Sem os dons que me destes eu nada seria.
Me fizeste uma mulher de fibra, de força inimaginável,
e de Honra! Tu me honraste me permitindo realizar
esse sonho do Doutorado. Tu me honraste em me
permitir ser Mãe de um lindo ser humano! Tu me
honraste por todas as minhas conquistas que fazem de
mim alguém melhor do que ontem, e me lembras sempre
de quem sou para que eu evolua sempre no amanhã.
“Eu me rasgo por inteiro
Faço tudo, mas vem novamente Eu mergulho na mirra ardente
Mas peço que Tua presença aumente
E se eu passar pelo fogo, não temerei Na Tua fumaça de glória, eu entrarei
Longe do Santo dos Santos não sei mais viver
Quem já pisou no Santo dos Santos Em outro lugar não sabe viver
E onde estiver, clamar pela glória A glória de Deus
Glória, glória, glória, glória
Santo, Santo, Santo, Santo Kadosh, Kadosh, Kadosh, Kadosh
Holy, Holy, Holy, Holy Glória, glória, glória, glória
(Fernanda Brum)
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Agradecimentos Especiais
Agradeço imensamente ao meu orientador Prof. Dr. Fábio Roberto Dametto por
toda paciência, compreensão, por ter insistido junto comigo, pela força na reta final, por
ter seguido comigo do começo ao fim, por ter confiado essa pesquisa a mim, que tanto me
fez crescer. Fez-me perceber o quanto é necessário insistir, persistir, tentar exaustivamente,
de todas as maneiras, até dar certo para que se consiga alcançar um objetivo.
Obrigada por tudo o que fez por mim o tempo todo. E agradeço também por ter me
deixado em boas mãos em Araraquara junto ao seu pai Sr Sebastião Dametto, que me
treinou a fazer os cortes dos espécimes com tanta dedicação, empenho e carinho e me deu a
honra de sua convivência, em que pude admirar sua bondade, paciência e nobreza! Muito
obrigada Sr. Sebastião!
Obrigada por praticamente me carregar até o final, pois você sabe o quão difícil e
sofrido foi por todos os obstáculos, desafios e todo perdão que tive que aprender a liberar
para conseguir focar na tese e chegarmos até aqui.
Se eu fosse agradecer por cada detalhe do que você fez por mim, daria outra tese.
Só quero que saiba que o levarei no coração, com gratidão, admiração e respeito pelo
Professor e ser humano que és! Só sou, porque você existe! Tenho a convicção que nada
disso seria possível sem você!
A Família Dametto (Ju, Lalá, Loren e Fábio) Muito Obrigada por terem nos
salvado, por todo o cuidado e carinho para comigo e meu filho, especialmente quando ele
ainda não havia nascido. Vocês deram início a uma bonita história de início de vida ao
Pablo, de como a generosidade pode transformar e salvar vidas!
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Agradecimentos Especiais
Agradeço especialmente ao meu filhinho, meu príncipe Pablo Arantes, por ter me
escolhido para ser sua mamãe, sua “princesinha” como você diz com tanto entusiasmo.
Filho você é meu melhor pedacinho, tua alegria me contagia, teu carinho me afaga, teu
amor me faz sentir-me plena. Como tenho sorte por ter você, como sou feliz e grata por tua
vida! Você é mais do que sonhei, meu melhor presente de Deus! Você é a chance que tenho
de resignificar o que é família, o que é amor, o que é vida feliz e plena! Amo você meu
amor maior! Amo infinitamente cada pedacinho seu! Te agradeço meu filho por ter sido
tão cooperativo esses anos, por entender quando estive ausente, por toda festa que você
sempre me fez ao me receber quando eu voltava para casa. Como é bom teu abraço, teu
beijo carinhoso! Obrigada por tantos sorrisos que me fortaleceram, pois sempre que
olhava pra você sempre sorridente, eu seguia em frente com mais força. Me perdoe por
todas as situações que coloquei você sem perceber o quanto nos traria sofrimento. Espero
que de agora em diante a gente consiga voltar ao nosso mundinho de paz e felicidade, que
a gente possa ter nosso lar-doce-lar que tanto merecemos e onde o amor sempre reinará!
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Agradecimentos
Aos meu pais Teresinha Maria Tamião e José Franscisco Barbosa Arantes, eu agradeço
pela oportunidade de nascer e viver para realizar tudo o que realizei até o momento e
poder sentir toda a graça de Deus em minha vida.
Obrigada a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, casa que escolhi
para realizar a etapa mais importante da minha vida profissional, meu Doutoramento,
agradeço em nome do Reitor José Daniel Diniz Melo.
A Pós-graduação em Ciências Odontológicas em nome da Profa. Dra. Roseana de
Almeida Freitas e da Pós-Graduação em Saúde Coletiva em nome do Prof. Dr. Angelo
Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira por terem ajudado a tornar meu sonho longínquo
em realidade.
Agradeço com toda minha admiração e respeito a todos os Professores da Pós-graduação
que com toda paciência e compreensão me aceitaram em suas aulas junto com meu filho,
especialmente a todos que pegaram meu filho no colo para que eu pudesse fazer provas,
avaliações, apresentar seminários e fizeram com tanto carinho e empatia, para que eu me
sentisse acolhida, e com possibilidade de cursar meu doutorado da melhor forma possível.
Eu precisava desse respiro de vocês para continuar acreditando que a educação pode
transformar a sociedade, pode salvar vidas! Eu precisava do exemplo de cada um de
vocês para continuar acreditando no ser humano e na sua transformação. Vocês se
transformaram na minha fonte de inspiração para buscar ser uma professora que irá
transformar, pois tive os melhores exemplos de como se fazer não só justiça social
através da educação, mas uma verdadeira revolução social e humanitária. Em especial
agradeço: Profa. Dra. Aurigena Antunes de Araujo, Profa. Dra. Erika Oliveira de
Almeida e ao Prof. Dr. Bruno César de Vasconcelos Gurgel.
Obrigada a querida Profa. Dra. Ruhtineia Diogenes Alves Uchoa Lins por ter me
acompanhado no hospital quando estive internada. Obrigada pelo amparo, pelo carinho
por tudo o que moveu para que eu conseguisse me manter no curso junto ao meu
orientador.
Obrigada a querida Profa. Dra. Patrícia dos Santos Calderon por tudo o que fez para
que fosse possível minha permanência no curso, por ter, junto ao meu orientador, tornado
tudo isso possível. Obrigada pela empatia, pela compreensão, obrigada por ter nos dado
uma luz no fim do túnel com tanta leveza durante a qualificação quando eu já não
acreditava ser possível concluir o curso.
Agradeço à banca de Professores que aceitaram o convite para avaliarem nosso trabalho
e por aceitarem contribuir para sua melhoria. Ao Prof. Dr. Cícero Romão Gadê Neto,
Profa. Letícia Maria Menezes Nóbrega, professores da UFRN, e Profa. Dra. Luana
Maria Martins de Aquino e Prof. Dr. Reinaldo Dias da Silva Neto, professores
externos.
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Minha gratidão pela parceria a minha outra casa que foi a FOAr-Unesp, onde cursei
meu mestrado e fiz a parte experimental da minha tese de doutorado e parte do estágio
docência.
Agradeço em nome da diretora, querida Profa. Dra. Elaine Maria Sgavioli e do Vice-
Diretor, querido Prof. Dr. Edson Alves de Campos, por terem me aberto as portas dessa
casa que honro e guardo com carinho em meu coração. Prof Edinho, obrigada por todas
as vezes que precisei de suporte, de entendimento, obrigada por pensar comigo as
possíveis saídas para os obstáculos da pesquisa.
Agradeço ao querido Prof. Dr. Luis Geraldo Vaz pelo incentivo, pela amizade, pela
força nesse período, por me auxiliar em tudo o que precisei para que desse certo a parte
experimental da pesquisa.
Agradeço a estimada Profa. Dra. Josimeri Heblin pelo suporte para que eu estivesse em
seu laboratório realizando os ensaios da tese.
Agradeço ainda ao Instituto de Química da Unesp de Araraqura, onde fiz parte dos
experimentos, onde tive a oportunidade de estar com o Prof. Dr. Assis Vicente Benedetti e
especialmente Prof. Dr. Cecílio Sadao Fugivara em seu laboratório e pude partilhar de
suas genialidades!
Agradeço a todos os funcionários das Universidades onde estive trabalhando nesse
período de Doutorado.
Aos colegas de Pós-graduação de Saúde Coletiva e de Ciências Odontológicas pela
paciência e compreensão por partilharem as aulas comigo junto do meu pequeno Pablo.
Lembrarei com carinho de todos vocês. ! Um brinde a todas as pessoas queridas que
fizeram minha caminhada mais leve, por cada um que nos salvaram um pouco de tantas
coisas que vivemos. Em especial agradeço a Lilian, Lanuzia, Samuel, Rodolfo, Adeliana,
Patricia, Davi, Yonara, João Paulo.
Aos colegas de Graduação e Pós graduação que convivi na Unesp em Araraquara pela
amizade, carinho, por tudo o que me auxiliaram nessa jornada. Obrigada a aluna de
Pós-Doutorado da Odontopediatria Giovana Anovazzi Medeiros por me ensinar a operar
a Emic, por me receber em sua casa e pela força em continuar e buscar pelos meus
objetivos. Obrigada ao Ygor, aluno de mestrado da Odontopediatria pelas fotos no
microscópio óptico! Obrigada aos colegas com quem dividi o estágio docência e aos
Professores da disciplina de Dentística pelo carinho com que me receberam em aula e
laboratório, em especial ao Prof Edinho!
Aos meus amigos de Natal/RN:
Mariana Rodrigues, minha querida amiga, irmã de coração, que desde o primeiro dia de
contato na universidade foi de uma meiguice e ternura para comigo e Pablinho que não
tem como esquecer seu jeito, seu olhar, sua generosidade, preocupação em estarmos bem.
Meu coração se espelha no seu, e por isso o carinho e a amizade permanece, você me dá a
certeza de que a gente atrai aquilo que somos. Obrigada por todos esses anos abrindo as
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portas de sua casa de seu coração, nos colocando junto à sua família por quem tenho
carinho e gratidão e sei que lá estamos Pablo e eu no coração de cada um de vocês. Que o
pequeno “Gui” seja muito feliz em uma família tão acolhedora e amorosa!
Cristiane Assunção Mafra, muito obrigada pela amizade e todo carinho para comigo e
com Pablo, junto a sua família que muito estimo!
Rosiléa Camara, minha irmã, mãe, amiga, cuidadora, que Deus colocou em meu caminho.
Obrigada por me dar energia quando as minha esgotaram. Obrigada por nos dar ternura,
amor, alegria quando eu já não sabia mais o que era isso. Obrigada por me trazer seus
conhecimentos de psicologia que me fizeram entender muito do meu contexto familiar
turbulento e me deixar na paz de espírito, lembrando minhas qualidades, meus potencias,
meu caráter, minha força de vontade e especialmente caminhando junto comigo na fé.
Obrigada por todas as orações e pedidos ao Nosso Pai todo Poderoso para que Ele me
desse força e bênçãos. Ele atendeu seus pedidos! Minha gratidão à você, seus lindos
filhos, seu esposo, sua mãe, por tudo o que fizeram por mim, e especialmente pelo nosso
pequeno príncipe, como você sempre diz com tanto amor!
Lúcia e Sueli, muito obrigada por terem cuidado do meu Pablinho com tanto carinho,
dedicação e paciência no início quando chegamos em Natal. Obrigada por toda força, por
todas as orações, por terem caminhado conosco na fé e na luz.
Cristiane e Sr. Rafael Ferrara, muito obrigada pela amizade, por tudo o que fizeram por
mim e pelo Pablo, graças a vocês eu tive onde ficar com Pablo depois de perder o chão e o
rumo. Cris, você e sua família nos salvaram de tantas maneiras. Obrigada pelo carinho,
comigo e com Pablinho, por toda a ajuda, por ter sido como uma irmã, por ter me dado
direção e me ajudado a seguir em frente.
Sr Batista, muito obrigada por tantas vezes nos levar e trazer, pelas mudanças que fez
para mim até de madrugada, por se preocupar sempre em eu e meu filho termos o que
comer muitas vezes. Obrigada pelo Natal que passamos junto à sua família, obrigada
por ter sido também o pai que Deus colocou em meu caminho e na do meu pequeno. O Sr e
sua família merecem toda minha gratidão, respeito e carinho.
Obrigada ao meu terapeuta Manoel Pereira do Vale por todo suporte e direcionamento,
por me ajudar a trazer à luz os acontecimentos e assim pude conhecer muito sobre mim e
sobre os outros, e dessa forma me proteger. Obrigada por ajudar a voltar a confiar,
porém com cautela. Você foi e continua sendo essencial!
Thaísa, André, Davi e Danilo, obrigada por sempre terem elevado ainda mais minha fé.
Vocês foram essenciais para que eu me mantivesse ereta nos caminhos de Deus, me
fazendo confiar e crer que Ele tem o melhor para nossas vidas.
Cristina, ex-vizinha e amiga que tanto incentivou nossa caminhada, junto com nosso
querido ex-vizinho e amigo Antônio. Obrigada pelos momentos de descontração, leveza e
ao Antônio, por orações, ensinamentos. Minha gratidão, amizade, admiração por vocês
que tanto fizeram por nós!
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Ao meu amigo da região de Ribeirão Preto:
Hector Aparecido Bemi, muito obrigada pela amizade e cumplicidade que viemos
desenvolvendo nos últimos 5 meses de tantos acontecimentos em nossas vidas, e você com
seu jeito meigo, sempre me dando força, me colocando pra cima, lembrando o quão
importante são todas as coisas que conquistei, e o valor de coisas que não tem preço.
Obrigada por cada bom dia que me levantou quando o cansaço estava me derrubando.
A minha amiga de São José do Rio Preto:
Priscila Freitas, amiga de longa data, obrigada pela força de sempre, pelo carinho de
sempre e por tantas vezes me dar suporte! Obrigada por todos esses anos de amizade que
mesmo à distância sinto só crescer! Espero ver nossos filhos brincando juntos ainda!
Ao meu amigo que veio recentemente do Japão:
Renato Tadaiti Keiti Kishi, muito obrigada pela amizade que para minha surpresa se
sustentou nesses últimos 4 anos e meio, mesmo você estando do outro lado do mundo, no
Japão, e recentemente, também para minha surpresa, agora mais perto. Obrigada pelo
carinho com o Pablo, jamais vou esquecer do dia que cheguei com ele em casa e tinha um
pacote com presentes seus para ele. Mas agradeço ainda mais por sua nobreza em fazê-
lo sentir-se amado na ausência do pai desde o nascimento dele. Obrigada por todas as
vezes que fiquei perdida e você me fez pensar antes de tomar decisões. Que nossa amizade
floresça!
Aos meus amigos de São José dos Campos:
Elisangela Silva Moreira Chetelat amiga que sempre me ouviu, aconselhou, os anos
passam e sempre nós permanecemos na nossa conexão. Minha dupla que da Faculdade
levei e levo para minha vida! Comadre e irmã que escolhi no nosso trajeto de vida pra
dividir os momentos.
Déborah Holleben, e família, em especial à sua mãe D. Teresinha. Muito obrigada minha
amiga, por tanta generosidade sua, de suas irmãs, de seus pais, que são maravilhosos, e
foram maravilhosos comigo e com Pablo. Quanto amor!!! Eu sou muito grata em ter tido a
oportunidade de conviver com vocês e ter a certeza que o mundo pode ser muito bom
porque existem pessoas incríveis!!!
Sônia Maria Nascimento, minha querida Soninha que tem um coração que não cabe no
peito. Gratidão por toda sua obra de fazer o bem, de nos fazer tão bem! Obrigada por
existir e ser essa mulher incrível! Que acompanhou de perto o nascimento do Pablo e foi só
carinho e amor o tempo todo! Muito obrigada!
Elisabete Prado, querida Bete, obrigada por tanto carinho, pela amizade, por toda a
energia boa que nos passa! Por ser essa mulher verdadeira, com seus princípios e com
essa alegria que nos contagia!
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Sr Pedro e D. Cidinha do American bar do condomínio de onde vivi e pude receber meu
filho recém-nascido, obrigada pelo carinho para comigo e com Pablo, o sr nos enche de
presentes mesmo de longe, sempre lembrando de nós!
Ao meu amigo de São Paulo Capital:
Alex, muito obrigada por todos esses anos de amizade, por sua doçura sempre ao falar
comigo, sua gentileza, sua humildade. Você é muito especial, e torço para que você realize
seus sonhos e seja muito feliz, pois você é merecedor!
Ao meu amigo de Araraquara:
Sr Benedito Alves de Souza, muito obrigada por todo amor e carinho que dedicou a mim e
também ao meu filho, especialmente na reta final do curso, cedendo sua casa em
Araraquara para que eu ficasse, me levando pra faculdade, me buscando tarde da noite
ao final dos experimentos, tendo me tratado com respeito, ouvindo meus desabafos, me
enviando diariamente palavras de conforto e de fé, tendo me tratado como filha. O sr foi
muito do que eu esperei a vida toda em ter de um pai. Obrigada pelos cuidados para com
meu filho nos meus últimos dias de experimento antes da defesa, zelando por meu
menino, dando a ele amor e carinho e sendo uma referência de pai que ele nunca teve. Meu
eterno obrigada por ter me dado tanta força, incentivo, sempre me lembrando da pessoa
que sou, me levantando quando eu já não tinha mais forças pra ficar em pé. Jamais vou
me esquecer de tudo o que fez por mim. Obrigada aos seus filhos, e toda a sua família,
pelo carinho com que me receberam!
Ao meu querido Primo Luiz Carmino Avaracci por todo amor e carinho desde sempre,
pela torcida constante, Você é o único, e você sabe do que falo. Amo você!
A todos amigos, Professores, colegas e conhecidos que não só ajudaram a mim e ao meu
filho, como muitas vezes salvaram nossas vidas! Muitas vezes foram uma família (a
que pude escolher) e que encontrei durante a vida. Muito obrigada!
Aos meus pacientes e alunos do estágio docência que me permitiram crescer sempre na
busca não só por conhecimento e aplicação de técnica, mas por me permitirem também
evoluir como ser humano.
A todos que contribuíram direta ou indiretamente para que esse trabalho fosse realizado!
Não somos ninguém sozinhos. Precisamos sempre de alguém que acredite no nosso sonho,
sonhe com a gente e nos ajude a caminhar.
A CAPES pela concessão da bolsa de estudos, que sem ela nada, o Doutorado não teria
acontecido. Muito obrigada!
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Resumo
Este estudo teve por finalidade avaliar a influência dos cimentos endodônticos
com um protocolo de irrigação na resistência de união sobre a estrutura
dentinária das paredes da câmara pulpar de dentes bovinos restaurados
imediatamente e após 7 dias do tratamento endodôntico. Foram avaliados os
cimentos endodônticos: Cimento à base de resina epoxy (AH Plus – Dentsply,
DeTrey, Konstanz- Alemanha) e Cimento de óxido de zinco e eugenol (Endofill
– Dentsply Ind.com. LTDA – Brasil). Para a realização das restaurações foi
utilizado o sistema adesivo Single Bond 2® (3M/ESPE) e a resina composta Z
350TM (3M/ESPE). 60 faces vestibulares da câmara pulpar de dentes bovinos
foram distribuídos aleatoriamente em 4 grupos experimentais (G1-AHPlus
Imediato; G2-AHPlus Mediato; G3-OZE Imediato; G4-OZE Mediato) e 2
controles (G5- NaOCl + EDTA Imediato e G6-NaOCl + EDTA Mediato). O
protocolo de irrigação endodôntica deu-se através da imersão dos espécimes
em solução de hipoclorito de sódio a 2.5% por 30 minutos e em EDTA 17% por
3 minutos. Os cimentos testados estiveram em contato com a parede dentinária
pelo tempo de presa inicial, seguido de limpeza com algodão embebido em
álcool 70% por 1 minuto. Os grupos experimentais de restauração mediata
foram mantidos em estufa a 37ºC por 7 dias. Após o corte e a obtenção dos
palitos de +/-1,0 mm² foi aplicado o teste de microtração na Máquina de
Ensaios Universal e, em seguida, observados em microscópio óptico para
classificação da fratura. Os valores da resistência de união foram submetidos
ao teste não-paramétrico Wilcoxon-Mann-Whitney comparando dois a dois
grupos a um nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que o
grupo G5 obteve menor valor de resistência de união, com diferença
estatisticamente significativa (p<0,05) para os demais. O padrão de fratura
mais observado nos grupos foi a coesiva em camada híbrida. Conclui-se que a
associação NaOCl + EDTA diminui a resistência de união nas restaurações
imediatas e que os cimentos endodônticos não alteraram a resistência de união
nos períodos testados.
Palavras-Chave: Cimentos endodônticos, Materiais restauradores, Sistemas
Adesivos, Resistência de união.
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Abstract
This study aimed to evaluate the influence of endodontic sealer with an
irrigation protocol on the bond strength on the dentinal structure of the pulp chamber
walls of bovine teeth restored immediately and after 7 days of endodontic treatment.
Endodontic sealer were evaluated: epoxy resin-based sealer (AH Plus - Dentsply,
DeTrey, Konstanz- Germany) and zinc oxide and eugenol sealer (Endofill - Dentsply
Ind.com. LTDA - Brazil). To perform the restorations, the Single Bond 2® adhesive
system (3M / ESPE) and the composite resin Z 350TM (3M / ESPE) were used. 60
vestibular faces of the pulp chamber of bovine teeth were randomly assigned to 4
experimental groups (G1-AHPlus Immediate; G2-AHPlus Mediato; G3-OZE Immediate;
G4-OZE Mediato) and 2 controls (G5- NaOCl + EDTA Immediate and G6- NaOCl +
EDTA Mediato). The endodontic irrigation protocol was carried out by immersing the
specimens in 2.5% sodium hypochlorite solution for 30 minutes and in 17% EDTA for 3
minutes. The tested sealers were in contact with the dentin wall for the initial setting
time, followed by cleaning with cotton soaked in 70% alcohol for 1 minute. The
experimental groups of mediated restoration were kept in an oven at 37ºC for 7 days.
After cutting and obtaining the +/- 1.0 mm² toothpicks, the microtensile test was applied
to the Universal Testing Machine and then observed under an optical microscope to
classify the fracture. The bond strength values were subjected to the non-parametric
Wilcoxon-Mann-Whitney test comparing two to two groups at a significance level of
5%. The results showed that the G5 group had a lower bond strength value, with a
statistically significant difference (p <0.05) for the others. The most observed fracture
pattern in the groups was cohesive in a hybrid layer. It is concluded that the association
NaOCl + EDTA decreases the bond strength in immediate restorations and that
endodontic sealer did not change the bond strength in the tested periods.
Keywords: Endodontic sealers, restorative materials, adhesive systems, bond
strength.
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SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO............................................................................................................17
2 REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................................20
3 PROPOSIÇÃO...........................................................................................................28
4 MATERIAIS E MÉTODO............................................................................................29
4.1 Preparo das amostras.............................................................................................29
4.2 Obtenção dos espécimes para o ensaio de microtração.......................................36
4.3 Análise Estatística...................................................................................................39
5 RESULTADOS...........................................................................................................40
5.1 Resultados da avaliação dos efeitos dos irrigantes endodônticos e dos cimentos
obturadores na resistência de união da dentina da câmara pulpar á
resina.............................................................................................................................40
5.2 Resultados da classificação dos espécimes quanto ao tipo de
fratura........................................................................................ ....................................41
6 DISCUSSÃO..............................................................................................................45
7 CONCLUSÃO............................................................................................................52
8 REFERÊNCIAS..........................................................................................................53
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1. INTRODUÇÃO
Após a realização do tratamento endodôntico, a restauração final é um
fator deliberativo tanto na meia vida do elemento dental quanto no sucesso da
endodontia, tendo em vista a facilidade de solubilização que possuem os
cimentos endodônticos quando estão em contato com a saliva, viabilizando a
recontaminação do canal radicular (SHIPPER et al., 2004).
Para reduzir o insucesso do tratamento através de infiltração
bacteriana (BELLI et al, 2001), é elementar que se faça um adequado
selamento para preservação da qualidade da obturação dos canais
radiculares (TRONSTAD et al., 2000). Além disso, uma adequada adesão do
material restaurador (SWARTZ et al., 1983) prevenirá fraturas de estruturas
dentais remanescentes, restabelecendo a função mastigatória e devolvendo a
estética ao elemento dental (AUSIELLO et al., 1997).
Visto que o sucesso do tratamento endodôntico está diretamente
relacionado à adequada restauração final, as resinas compostas apresentam
características que reduzem a infiltração marginal (BELLI et al, 2001) devido a
capacidade de adesão ao elemento dental, melhorando a resistência à fratura
com o aumento da área de retenção da restauração (AUSIELLO et al., 1997).
A adesão acontece por consequência da formação da camada híbrida na
estrutura dentinária, originada por meio da infiltração do monômero na
camada de colágeno exposta pelo condicionamento ácido (NAKABAYASHI et
al., 1982). Portanto, o sucesso está relacionado não somente à técnica
utilizada e a resina composta, mas também à correta escolha e utilização do
sistema adesivo.
Os sistemas adesivos são classificados pela forma de interação com o
substrato dental e número de passos clínicos: um, dois ou três passos
(SOFAN et al., 2017), em que os primeiros foram os de condicionamento total,
ou de técnica convencional (BUONOCORE, et al., 1955). A união da resina
ao substrato dentinário é complexa na maioria das situações clínicas devido à
sua morfologia, estrutura, composição natural, e à sua umidade, além de
possíveis alterações na dentina que dificultam a penetração de moléculas
adesivas. Dessa forma, é crucial que haja o condicionamento ácido da
dentina com o intuito de formar a camada híbrida para que se consiga a
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ligação entre a dentina e a resina composta (PASHLEY et al., 1998;
CHOWDHURY et al., 2019).
Há de se levar em consideração que qualquer erro durante aplicação
do sistema adesivo convencional pode causar falhas, acelerando o processo
degradativo, comprometendo dessa forma a durabilidade e estabilidade da
união (PASHLEY, 1992; CARRILHO et al., 2007). A falha na adesão pode
estar relacionada à umidade dentinária, pois para se conseguir condições
ideias de adesão, a dentina desmineralizada com ácido fosfórico à 37% deve
estar úmida para que as fibras de colágeno não entrem em colapso
(CARVALHO et al., 2019). Da mesma forma, a umidade não deve ser
excessiva para que haja união da resina ao substrato dentinário (PASHLEY et
al., 2011).
Outras falhas na adesão podem ser atribuídas aos agentes químicos
utilizados no protocolo de irrigação da terapia endodôntica. Sabe-se que
durante o preparo químico mecânico do canal radicular, o uso de soluções
irrigadoras como o hipoclorito de sódio em suas diversas concentrações, bem
como a solução do ácido etilenodiamino-tetra-acético (EDTA 17%), podem
modificar as características físico-químicas da dentina, e influenciar na união
entre a resina e a estrutura dentinária (SHELLIS, 1983; DAMETTO, 2006;
GIROTO, 2015). É certo que a irrigação com NaOCl exerce o papel
antimicrobiano e de lubrificação dos canais radiculares para facilitar a
instrumentação mecânica, porém altera várias características físicas da
dentina por promover a dissolução de tecido orgânico e consequentemente a
remoção do colágeno e desidratação (VIVACQUA-GOMES et al., 2002).
Devido a essas alterações, torna-se mais difícil obter um bom selamento na
região de câmara pulpar comparado a outra região (OZTURK et al., 2004).
O término do tratamento endodôntico se dá com a obturação dos
canais radiculares que requer o uso de guta-percha e cimentos endodônticos
e posterior restauração e proservação da restauração que resultará em
sucesso ou insucesso da Endodontia. Os cimentos endodônticos contêm
substâncias químicas em suas formulações, que também podem exercer
alguma influência na resistência de união entre a estrutura dentinária e a
restauração em resina, visto que são os últimos agentes químicos em contato
com a dentina antes do procedimento restaurador. Dentre os cimentos
19
endodônticos mais utilizados, destacam-se o Endofill – (Dentsply), sendo à
base de óxido de zinco e eugenol, apresenta baixo custo e boas propriedades
físico químicas conferindo um bom selamento hermético do canal radicular.
Um outro cimento é o AH Plus – (Dentsply), por ser um cimento resinoso, à
base de tungstato de cálcio e ter em sua formulação o bisfenol A e F, sendo
considerado “padrão-ouro” para pesquisas com materiais endodônticos,
devido às suas propriedades físico-químicas e biológicas.
Desta forma o uso de agentes químicos durante o protocolo da terapia
endodôntica torna necessário o estabelecimento do momento correto para o
tratamento restaurador sem alterar as propriedades dos materiais adesivos. É
certo que, é indicada a realização da restauração adesiva após tratamento
endodôntico o mais rápido possível, evitando que haja contaminação dos
canais radiculares (SCHWARTZ & FRANSMAN, 2005), e dessa forma haja a
finalização do tratamento endodôntico, com a restauração definitiva
aumentando a probabilidade de êxito do tratamento (SILVA et al., 2005).
Existem relatos na literatura a respeito dos diversos tipos de cimentos
endodônticos, vantagens e desvantagens, propriedades químicas,
antimicrobianas, porém, ainda faltam relatos que esclareçam se estes
exercem influência na união entre a dentina e a resina e se o tempo em que é
realizada a restauração após o tratamento endodôntico pode determinar o
sucesso do tratamento. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo
avaliar a influência de dois tipos de cimentos endodônticos associados a um
protocolo de irrigação endodôntica na resistência de união sobre estrutura
dentinária das paredes da câmara pulpar de dentes bovinos restaurados
imediatamente e mediatamente após obturação.
20
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Testes de resistência de união com dentes bovinos nas
pesquisas odontológicas.
Os dentes bovinos têm sido muito utilizados para estudos em
pesquisas odontológicas pela grande diversidade de pesquisas odontológicas
utilizando-os (GIROTO, 2015), embora existam estudos que mostram
desvantagens na utilização desses dentes desde o início dos estudos com
sistemas adesivos (REIS et al., 2004). Verificou-se que o esmalte bovino
parece ser um substituto adequado ao esmalte humano, mas a dentina
apresenta incidências e profundidades aleatórias do corte, em relação aos
túbulos dentinários, podendo assim alterar os resultados (MATOS, et al.,
2008). Por outro lado, acabam favorecendo no avanço de tecnologias
relacionadas à odontologia (REIS et al., 2004). Por mais que os dentes
humanos, em especial, terceiros molares e pré-molares, sejam os mais
utilizados nos estudos, o aumento da demanda nos centros de pesquisa, tem
tornado sua obtenção cada vez mais escassa, especialmente pela ascensão
dos tratamentos conservadores (RETIEF et al., 1990; WATANABE et al.,
1994; GIROTO, 2015).
De acordo com Watanabe e colaboradores (1994), a composição dos
dentes bovinos para realização de adesão são consideradas similares ao
dentes humanos, e portanto, indicadas para estudos in vitro, além de terem
sua idade monitorada (TAGAMI, et al., 1989; RETIEF et al., 1990).
O teste utilizado para verificar a resistência de união é o teste de
microtração, e foi introduzido por Sano e colaboradores (1994), obtendo-se no
momento da fratura valores da razão entre a carga (kgf) e a área de secção
transversal do espécime em mm². Através desse método se consegue
diversos palitos de um dente, e se mede a resistência de união em pequenas
áreas de superfície, +/- 1 mm², tamanho este que norteia o teste ser de
microtração (SCHERRER, et al., 2010; LI et al., 2011; FALCAO, 2013), além
de avaliar o desempenho, a longo prazo, da união das restaurações adesivas
aos substratos dentários.
Diversos estudos têm sido feitos para avaliar a resistência de união.
Um estudo avaliou a resistência de união entre dentes bovinos e humanos, e
21
comparou a microanatomia e a resistência à microtração da dentina e do
esmalte humano com a de dentes suínos e bovinos, em que não foram
observadas diferenças significativas entre os grupos em relação à
microtração, mostrando diferença apenas na morfologia do esmalte de dentes
suínos (REIS et al., 2004), portanto, os dentes bovinos produziram
importantes conceitos acerca da adesão, embora os dentes humanos sejam
preferíveis.
Outro estudo verificou que testes envolvendo a dentina dos dentes
bovinos, para os testes de adesão e microinfiltração em substituição à dentina
dos dentes humanos decíduos e permanentes, deve ser vista com cautela,
pois, quando utilizada em incidências e profundidades aleatórias, pode alterar
os resultados nos testes in vitro, quando comparados com as pesquisas em
dentes humanos ou mesmo com outras pesquisas em dentes bovinos
(MATOS et al., 2008).
Um estudo que avaliou o efeito do armazenamento de dentes bovinos
em diferentes períodos na resistência de união de sistema adesivo auto
condicionante de dois passos, observou que houve falhas na interface
adesiva. Pode-se, portanto, concluir que os períodos de armazenamento
avaliados não influenciaram a união do sistema adesivo autocondicionante à
dentina bovina (CAVALCANTI, et al., 2009).
Outros estudos (NIKAIDO et al., 1999; ISHIZUKA et al., 2001; e Santos
et al., 2006) também avaliaram a resistência de união em relação a dentes
bovinos, dessa vez tratando a dentina bovina com solução de hipoclorito de
sódio, e destaca a vantagem da utilização dos dentes bovinos pela obtenção
de maior número de espécimes devido ao seu tamanho em relação aos
dentes humanos.
2.2. Adesão à estrutura dentinária e restauração pós-endodontia Devido à tecnologia dos sistemas adesivos odontológicos que vêm se
desenvolvendo, especialmente na última década, a adesão tem sido um tema
bastante investigado.
Não obstante que a técnica de condicionamento ácido proposta por
Buonocore (1955) tenha se mostrado muito efetiva na adesão ao esmalte
22
dental, a adesão em dentina ainda é um desafio, especialmente em áreas de
ausência de esmalte como as margens cavitárias. Devido ao sucesso dessa
investigação, um ano depois repetiu-se a técnica em dentina (BRUDEVOLD
et al., 1956). Porém sem muito sucesso devido à falta de informações sobre a
dentina como substrato para a adesão, à hidrofobicidade das resinas
existentes e devido à aplicação do adesivo ser diretamente sobre a smear
layer. Assim, os resultados foram aquém do esperado para os valores de
resistência de união (BRUDEVOLD et al., 1956; NAKABAYASHI & PASHLEY,
1998).
Dessa forma, nota-se o quão complexa é a adesão à estrutura
dentinária, pois para se ter bons resultados de força de união, contenção da
microinfiltração marginal através da interface adesiva, e sua durabilidade, é
necessário ter domínio de conhecimento sobre seu substrato e reações
químicas com as quais interage (DAMETTO, 2006). E após se conceituar a
camada híbrida (NAKABAYASHI et al., 1982), que se obteve maiores
conhecimentos sobre a adesão à estrutura dentinária, por meio do fenômeno
da ligação (SHARAFEDDIN et al., 2019), observando em microscópio
eletrônico de transmissão, a infiltração da resina na dentina condicionada por
ácido, formando assim, um novo biocomposto de matriz resinosa reforçada
pelas fibrilas colágenas denominada camada híbrida comprovada mais tarde
através de microscopia eletrônica de varredura.
Porém, é necessário que se tenha conhecimento sobre a estrutura
dentinária a qual ocorre essa camada híbrida: sua estrutura física, química e
biológica é composta por 20% de uma matriz orgânica composta por fibrilas
colágenas do tipo I, 10% de água e 70% de substâncias inorgânicas como os
cristais de hidroxiapatita. (GOLDBERG et al., 2011).
A dentina ainda possui dentro de uma estrutura morfológica, túbulos
que se comunicam com o tecido pulpar, os quais passam por processos
odontoblásticos que preenchem os túbulos com fluidos vindos da polpa por
meio do mecanismo de pressão pulpar, estimada em 10 mm_Hg
(MARSHALL, 1993) e, segundo Krejci e colaboradores (1993) a pressão
hidrostática normal do dente, é de cerca de 25 mm_Hg formando um fluxo
lento e contínuo graças ao formato cônico-alongado dispostos radialmente,
divergente do sentido polpa até o esmalte, mantendo assim a umidade da
23
dentina. Os túbulos dentinários podem variar em número e diâmetro,
dependendo da proximidade em relação à polpa, a idade do paciente e região
do dente.
Após a evolução dos adesivos de técnica convencional (FUSAYAMA,
1980) deu-se o conceito de condicionamento total da cavidade, ou seja,
condicionamento simultâneo do esmalte e dentina. Dentistas americanos e
europeus eram resistentes à técnica utilizando-se ácido fosfórico a 40%,
devido a possíveis reações no tecido pulpar.
E foi o estudo de Pashley e colaboradores (1992) que demonstrou que
o condicionamento ácido realizado em dentina com espessura acima de 0,5
mm não alterava o tecido pulpar, quando livres de bactérias, pois tais
alterações ocorriam devido à infiltração por bactérias e não ao
condicionamento ácido. Diferentemente dos Cirurgiões-Dentistas europeus e
americanos, os japoneses tinham como conduta clínica, preparos
minimamente invasivos, os quais era mais difícil de haver reações pulpares.
Dessa forma, as porosidades criadas com a remoção do fosfato de
cálcio das superfícies dentais, os monômeros dos adesivos ficam retidos
micromecanicamente após formarem cadeias poliméricas devido à
polimerização. (VAN MEERBEEK et al., 2003). Esse processo de substituição
de minerais por monômeros resinosos é conhecido como o mecanismo básico
de adesão (DE MUNCK et al, 2005).
Já Pashley e colaboradores (2011) perceberam que diferente da
dentina normal, a dentina cariada fica mais impermeável a solutos e
solventes, protegendo assim, o tecido pulpar dos reagentes.
Com o intuito de prevenir o insucesso do tratamento endodôntico
(BELLI et al., 2001), a restauração do elemento tratado, tem como propósito
devolver a forma, função, estética, fonética, mas especialmente, evitar a
contaminação do canal radicular por fluídos, matéria orgânica e pela
microbiota oral (PASCON et al., 2009).
Estudos realizados por Swartz e colaboradores (1983) revelaram um
índice de falha do tratamento endodôntico duplicado em dentes restaurados
inadequadamente. Para promover o selamento dos canais, evitando a
recontaminação pela saliva, vários materiais e técnicas têm sido utilizados
24
(BELLI et al., 2001), porém ainda acontece a recontaminação (MAMOOTIL &
MESSER, 2007; SILVA et al., 2005).
Ainda que se observe a evolução dos sistemas adesivos, as diversas
estruturas de dentina da câmara pulpar como o conteúdo da pré-dentina, a
dentina secundária fisiológica, a dentina terciária e a alta densidade de
túbulos dentinários com maior diâmetro, fazem com que a adesão à essa
superfície seja ainda uma objeção (COHN et al., 2006; SCHERRER et al.,
2010).
Outro estudo de análise de resistência de união e ao
microcisalhamento (AKAGAWA et al., 2002) comparou os sistemas adesivos
Single BondTM ou o ClearfilTM Liner, mostrando que o Single BondTM obteve
resistência de microcisalhamento na dentina superficial de 23 MPa, para a
dentina profunda de 15 Mpa e para a dentina da câmara pulpar de 13 MPa.
O primeiro estudo que avaliou o efeito do tratamento endodôntico na
adesão foi realizado por Nikaido e colaboradores (1999). Na metodologia,
utilizou-se dentes bovinos que foram irrigados durante 60 segundos com
NaOCl a 5% e/ou peróxido de hidrogênio a 3%, e no dia seguinte submetidos
a tratamento adesivo com ClearfilTM Liner Bond II, Single BondTM ou
Superbond C&BTM, em que esses dois últimos apresentaram resistência de
união menor do que o grupo controle. O resultado desse estudo elucidou a
ideia de que os produtos das soluções irrigadoras se dispersam pela dentina,
aumentando sua permeabilidade após condicionamento ácido, facilitando a
saída de fluídos dentinários. Observam ainda que resíduos das soluções
irrigadoras podem interferir na polimerização do monômero na dentina
desmineralizada, diminuindo a resistência de união, especialmente quando
utilizados adesivos utilizando-se da técnica convencional.
Belli e colaboradores (2001) avaliaram a resistência de união entre
dentina e resina, em regiões distintas da câmara pulpar de terceiros molares
humanos, utilizando 2 sistemas adesivos após tratamento com NaOCl a 5%,
por 5 minutos. Observaram que houve diferenças estatisticamente
significativas quanto à localização, material, interação material/localização, e
o C&B MetabondTM apresentou menor resistência de união no teto e na base
da câmara pulpar, e não nos cornos ou paredes.
25
Para mensurar a infiltração, Ozturk e colaboradores (2004)
compararam a capacidade de selamento de cinco adesivos em câmara pulpar
tratada com solução de NaOCl por 1 minuto utilizando método de filtração de
fluído. Em MEV foi observado que houve remoção das fibrilas devido ao
contato com o NaOCl, e que por conta disso nenhum dos adesivos foi
eficiente no selamento das paredes da câmara pulpar, mas ainda assim,
recomendam restaurações adesivas para dentes tratados endodonticamente,
necessitando mais estudos acerca do assunto.
Ainda em 2004, tendo o intuito de observar a interferência de
medicações intra-canais na adesão à dentina do canal radicular (ERDEMIR et
al., 2004), foi realizado tratamento dos condutos radiculares com NaOCl a 5%
ou Peróxido de hidrogênio a 3% ou sua combinação, ou digluconato de
clorexidina a 0,2% ou solução de hidróxido de cálcio ou formocresol, em que
cada solução permaneceu na superfície por 60 segundos e em seguida
cimentados com C&B MetabondTM. Os resultados mostraram que apenas o
NaOCl, peróxido de hidrogênio ou a combinação deles, diminuiu
significativamente a resistência de união da dentina do canal radicular. Os
condutos tratados com clorexidina mostraram os maiores valores de
resistência de união.
Esses estudos mostraram que o selamento coronário tem grande
relevância após o término do tratamento endodôntico. Em seguida, Santos e
colaboradores (2006), utilizaram dentes bovinos para avaliar os efeitos de
irrigantes endodônticos, inclusive o gel de clorexidina, com aplicação de 30
minutos, na resistência de união entre o adesivo auto condicionante ClearfilTM
SE Bond e a dentina da câmara pulpar. Observou-se que o NaOCl a 5,25%
ou NaOCl associado ao EDTA tiveram interferência, diminuindo a resistência
de união. Já a clorexidina mostrou-se similar ao grupo controle, o que gerou
uma discussão, concluindo que permanecem elementos oxidativos do NaOCl
na matriz dentinária (MORRIS et al., 2001). Esses subprodutos podem formar
radicais livres derivados de proteínas, e os radicais podem competir com a
propagação de radicais vinílicos gerados durante a fotoativação do adesivo. E
isso pode promover fotopolimerização incompleta por conta da terminação
prematura da cadeia de radicais (LAI et al., 2001), além de reduzir a
quantidade de minerais cálcio e fósforo e alterar as propriedades mecânicas
26
da dentina como o módulo de elasticidade, resistência à flexão e a
microdureza (PASCON et al., 2009).
Fawzi e colaboradores (2010), fizeram análises de seis tipos de
irrigação na resistência ao microcisalhamento de diferentes sistemas adesivo
à câmara pulpar, em que o NaOCl a 5,25% permaneceu sobre a dentina
durante 10 minutos, obtendo-se resultados superiores em relação a adesão
com o sistema adesivo auto-condicionante ClearfilTM SE Bond quando
comparados com o adesivo de técnica úmida AdperTM Single Bond 2.
2.3 Cimentos endodônticos
Levando em consideração que o último produto utilizado no tratamento
endodôntico antes do selamento coronário através da restauração é o
cimento endodôntico, há uma preocupação no sentido de que os cimentos
podem exercer algum tipo de influência na resistência de união, interferindo
na adesão da resina ao dente.
Porém, o sucesso do tratamento endodôntico está atrelado à
viabilidade dos micro-organismos nos canais radiculares, anteriormente à
obturação radicular (SJÖGREN, et al., 1997), em que pode haver manutenção
e progressão da infecção periapical, e, portanto, um lapso no tratamento
endodôntico (ORDINOLA-ZAPATA, et al., 2009). Dessa forma, os cimentos
endodônticos são essenciais nesse controle microbiológico e selamento
periapical, pois escoa entre as ramificações, melhorando a adaptação da
obturação nas irregularidades da interface dentina-material obturador (DE
DEUS et al., 2002), impossibilitando seu crescimento e proliferação devido ao
pequeno espaço e falta de nutrição (MAMOOTIL & MESSER, 2007).
Nesse sentido, investigações a respeito desse assunto estão sendo
realizadas no sentido de contribuir com a informação de qual tipo de cimento
endodôntico e qual sistema adesivo seria melhor de se utilizar, levando em
consideração o melhor selamento para que se reduza a infiltração, e o
tratamento endodôntico tenha sucesso e longevidade. Existem atualmente
uma diversidade de cimentos endodônticos que conseguem desempenhar
esse papel, sendo classificados de acordo com a composição química:
cimentos à base de ionômero de vidro, óxido de zinco e eugenol, resinos,
hidróxido de cálcio, silicone e biocerâmicos. Os cimentos mais utilizados em
27
Endodontia são os cimentos à base de óxido de zinco e eugenol
especialmente por apresentar ação antimicrobiana, ainda que apresente
citotoxidade em contrapartida (AL-KHATIB et al., 1990).
O cimento resinoso AH Plus (AH Plus, Dentsply Maillefer, Ballaigues,
Suiça) é considerado “padrão ouro” para pesquisas com materiais
endodônticos devido às propriedades bio-físico-químicas (KUGA et al.,2013).
Devido à apresentação pasta-pasta, possui lenta polimerização (VITTI et al.,
2013), lenta conversão dos monômeros das aminas da resina epóxi com
bisphenol A e F, em polímeros (RESENDE, et al., 2009).
Uma propriedade importante do cimento endodôntico é o escoamento
ser moderado, para que aumente a interface entre o material e a dentina,
melhore o selamento e retenção micromecânica (MAMOOTIL & MESSER,
2007). Um alto escoamento é indesejável, pois pode propiciar extravasamento
para os tecidos periapicais, e um baixo escoamento reduz a penetração do
cimento em canais acessórios (VITTI et al., 2013).
Existem trabalhos que relatam vantagens e desvantagens de diversos
cimentos endodônticos, e uma das principais vantagens é o efeito
antibacteriano, além do sepultamento das bactérias viáveis que restaram no
conduto radicular devido a uma boa taxa de penetração, reduzindo assim sua
nutrição e a possibilidade de colonização (MAMOOTIL & MESSER, 2007;
ORDINOLA-ZAPATA et al., 2009; BALDISSERA, 2015). Ainda que a
penetração do cimento esteja também relacionada à remoção do smear layer
(DE DEUS et al., 2002), o tamanho das partículas dos cimentos (KOUVAS et
al., 1998), os diferentes tipos de dentes bem como a idade dos pacientes
também podem interferir na taxa de penetração dos cimentos endodônticos
(BALDISSERA, 2015).
Porém ainda faltam relatos a respeito da influência físico-química que
os componentes dos cimentos endodônticos podem exercer sobre os
adesivos dentinários e sobre a resistência de união entre essa dentina
coronária tratada e os materiais restauradores, pois a maioria dos relatos na
literatura observam essas questões quando relacionadas à cimentação de
pinos de fibra de vidro no conduto radicular.
28
3. PROPOSIÇÃO
3.1 Objetivo Geral
O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a influência de dois
cimentos endodônticos associados a um protocolo de irrigação na resistência
de união sobre estrutura dentinária das paredes da câmara pulpar de dentes
restaurados imediatamente e 7 dias após a obturação radicular.
3.2 Objetivo Específico
Avaliar a resistência de união (MPa) da restauração em resina
composta ao substrato dentinário.
Examinar se os irrigantes endodônticos alteram a resistência de união
da restauração em resina composta ao substrato dentinário.
Verificar se os cimentos endodônticos alteram a resistência de união
da restauração em resina composta ao substrato dentinário.
Comparar os diferentes cimentos endodônticos e o tempo quanto à
resistência de união da restauração em resina composta ao substrato
dentinário e classificar o padrão de fraturas obtidas.
29
4. Material e Método
4.1. Preparo das amostras
a. Delineamento Experimental
Tratou-se de estudo experimental in vitro realizado em laboratório, em
que foi dividido em 2 tempos de análise, ou seja, de acordo com o momento
do tratamento restaurador após obturação dos canais radiculares: imediato ou
mediato, após 7 dias. Para o ensaio foram utilizados 60 incisivos bovinos
recém-extraídos, mantidos em solução 0,1% de timol até o momento do uso.
b. Delineamento Amostral
Para avaliar a variável dependente quantitativa “resistência de união”,
foram levados em consideração os fatores: cimentos endodônticos e tempo.
As amostras foram divididas aleatoriamente em 4 grupos experimentais e 2
grupos controles, de acordo com o tempo para realização do tratamento
restaurador, sendo imediato ou mediato, ou seja, após 7 dias da obturação,
de acordo com a aplicação do protocolo irrigador e o tipo de cimento
endodôntico: Resinoso (AH Plus, Dentsply Industria e Comércio Ltda) ou
Cimento à base de Óxido de Zinco e Eugenol (Endofill, Dentsply Industria e
Comércio Ltda ). O delineamento do estudo foi realizado de acordo com a
literatura (ARIAS, 2007) em que foi determinado o número de dentes e palitos
pelo método da máxima curvatura modificado, além de avaliar a influência da
localização dos palitos na dentina para o ensaio de microtração utilizando
dentes bovinos, obtendo-se 12 palitos por dente. Os resultados demonstraram
que a utilização de 6 dentes por grupo apresentou um poder do teste
estatístico de 88%. Entretanto, este número pode variar em função do
Coeficiente de Variação e da diferença entre as médias dos grupos. O
número mínimo considerado ideal para a realização dos testes foi de 6 dentes
com 7 palitos por dente, utilizando os palitos centrais da área de união. Dessa
forma, com uma previsão de perdas, verificou-se que para este estudo o
número de amostras (n=10 dentes), aproveitando-se os palitos apenas a parte
central de cada dente, é um número confiável para a obtenção dos resultados
esperados, em que foi distribuído conforme mostra o quadro 1.
30
Quadro 1. Distribuição das amostras por grupo de acordo com o tempo
de tratamento, irrigantes e cimentos endodônticos.
Grupo Tratamento Irrigantes e/ou Cimentos Sistemas
adesivos
n
dentes
G1 Imediato NaOCl + EDTA + AH Plus Convencional 10
G2 Mediato NaOCl + EDTA + AH Plus Convencional 10
G3 Imediato NaOCl + EDTA + Endofill Convencional 10
G4 Mediato NaOCl + EDTA + Endofill Convencional 10
G5 Imediato NaOCl + EDTA Convencional 10
G6 Mediato NaOCl + EDTA Convencional 10
As variáveis do estudo estão distribuídas no quadro 2.
Quadro 2. Distribuição das variáveis do estudo.
Variáveis Dependentes Variáveis independentes
Valores de resistência de união (Mpa) Tempo para realização do tratamento
restaurador (Imediato ou após 7 dias)
Tipo de fratura Tipos de cimento
- Soluções irrigadoras
c. Preparo dos dentes
Os dentes foram armazenados em solução timol 0,01% até o
momento do uso, limpos com curetas periodontais para remoção de tecido
periodontal ou ósseo, que poderiam estar aderidos à superfície radicular e
armazenados para hidratação em solução salina.
Posteriormente, os dentes foram seccionados horizontalmente
com peça reta e disco de corte diamantado de dupla face, separando a coroa
da raiz 2 mm abaixo do limite amelo-cementário,. Em seguida a parte incisal
foi seccionada perto da área de início da câmara pulpar, de acordo com a
Figura 1.
31
Figura 1. a)Dente curetado; b) Profilaxia com escova de robson e pasta
profilática com pedra pomes; c) separação da coroa e raíz; d) corte da incisal.
Os dentes foram seccionados no sentido mésio-distal, separando
a face vestibular da face palatina. As bordas laterais em torno da câmara
pulpar foram seccionadas para que apenas a área de interesse, ou seja, a
área da câmara pulpar ficasse exposta. Após os cortes os espécimes foram
lavados em água corrente para remoção dos resíduos. O tecido pulpar
remanescente da coroa foi cuidadosamente removido com cureta de dentina
de acordo com a Figura 2.
A B
C D
32
Figura 2. a) Corte mésio-distal; b) coroa separada em faces vestibular e
palatina; c) bordas da câmara pulpar seccionadas; d) câmara pulpar curetada.
d. Simulação do tratamento endodôntico
Todos os blocos de dentes foram imersos em solução de hipoclorito de
sódio 2,5% durante um período de 30 minutos para simular a irrigação
durante o tratamento endodôntico, sendo que houve troca da solução a cada
5 minutos e realização de irrigação final com 5 ml de soro fisiológico 0,9%
utilizando seringa descartável (YESILSOY, et al., 1995). Posteriormente as
câmaras pulpares foram submersas com solução de EDTA 17% por 3
minutos, e nova irrigação com 5 ml de solução fisiológica com seringa,
simulando o toalet final. As câmaras pulpares foram secas com algodão
estéreis antecedendo o momento da simulação da obturação endodôntica
conforme mostra a Figura 3.
A B
C D
33
Figura 3. a) Imersão em solução de hipoclorito de sódio; b) espécime
após irrigação com solução de soro fisiológico 0,9%; c) Solução de EDTA
17% na câmara pulpar.
Os grupos controles receberam simulação do tratamento endodôntico
até o passo anterior à simulação da obturação, ou seja, apenas tiveram
contato com os irrigantes endodônticos.
Os cimentos endodônticos utilizados (Cimento de Óxido de Zinco e
Eugenol – Endofill e cimento resinoso – AH Plus) foram manipulados
seguindo as orientações do fabricante, sendo inseridos na câmara pulpar com
o auxílio de uma espátula para resina, preenchendo-se a câmara pulpar. O
cimento à base de Óxido de Zinco e Eugenol foi manipulado na proporção
pó/liquido até se conseguir a consistência adequada, inserido e mantido na
câmara pulpar por 15 minutos (tempo de presa inicial do cimento), segundo
informação do fabricante. Da mesma forma, o cimento AH Plus foi colocado
na mesma proporção de suas pastas em placa de vidro, espatulado, inserido
e mantido câmara pulpar por 20 minutos. Foi removido o excesso com
algodão seco e a limpeza final foi feita com algodão embebido em álcool 70%,
B A
C
34
esfregando-se a parede da câmara pulpar durante 1 minuto, e em seguida a
mesma foi seca com algodão estéril (Figura 3).
Figura 3. a) Manipulação do cimento Endofill; b) Manipulação do
cimento AH Plus; c) Limpeza com algodão embebido em álcool 70%.
Os grupos Experimentais da restauração Mediata foram mantidos em
recipiente fechado, forrados com gaze embebida em soro fisiológico 0,9%
para hidratação na face vestibular, ou seja, apenas a parte coberta por
esmalte dental, até o momento da restauração.
e. Aplicação do Sistema Adesivo convencional
Após serem submetidos à simulação do tratamento endodôntico, os
dentes foram submetidos ao condicionamento da dentina com ácido fosfórico
a 37% (Dentsply Sirona) por 15 segundos, lavados com água por 10
segundos, seguida por secagem com papel absorvente estéril, algodão
estéril, e um breve jato de ar, mantendo ainda a superfície levemente úmida,
pois se percebeu a dentina bovina mais úmida em relação à dentina humana,
e, dessa forma, percebeu-se falha no protocolo adesivo. Posteriormente, foi
aplicado o sistema adesivo Single Bond, de acordo com instruções do
fabricante, com auxílio de um microbrush durante 15 segundos, seguido de
nova aplicação durante mais 15 segundos do adesivo. Em seguida foi
aplicado um jato de ar durante 5 segundos e fotopolimerizado por 10
segundos com luz de LED de expectro azul, utilizando o aparelho Radii cal
(SDI – Dental Limited Bayswater, Victoria 3153 Austrália) de intensidade
1200mW/cm2, possuindo um modo ramp em que durante os primeiros 5
segundos a potência da luz aumenta gradualmente, minimizando o stress da
C B A
35
união entre a restauração e a dentina, reduzindo os espaços marginais na
restauração (Figura 4).
Figura 4. a) condicionamento ácido; b) lavagem com água; c) secagem
com papel filtro; d) adesivo Single Bond 2 para aplicar com microbrush; e)
aplicação do adesivo na câmara pulpar; f) fotopolimerização com aparelho
LED radii cal.
f. Tratamento Restaurador
Em seguida da aplicação dos adesivos, de acordo com as técnicas
específicas, os dentes foram restaurados com resina composta Z350 cor
A3,5D, com auxílio de uma espátula nº 44 para compósitos Thompson
(Thompson GTX no 9), em pequenas porções de aproximadamente 1,0mm
cada, inseridas horizontalmente em 3 camadas, uma sobre a outra, sendo
estas, fotopolimerizadas individualmente por 20s, entre cada porção, e
fotopolimerizada ao final por 40s com luz de LED azul do aparelho Radii cal.
Todos os dentes foram armazenados em placa de petri com os
espécimes sobre gaze umedecida em solução de soro fisiológico,
devidamente identificados à temperatura de 37ºC em estufa biológica
(SolidedStel – 150 L) por 7 dias até o momento do corte (Figura 5).
A B C
D E F
36
Figura 5. a) Fotopolimerização da resina composta; b) dente restaurado
com 3 incrementos de 1 mm cada.
4.2. Obtenção dos espécimes para o ensaio de microtração
a. Secção dos dentes
Após os dentes serem restaurados, 10 dentes de cada grupo
foram fixados com cera utilidade em uma placa de alumínio para se manterem
estáveis durante sua secção, no sentido mésio-distal e posicionadas no
equipamento de corte ISOMET 1000 Ò e disco de diamante série 15LC em
velocidade de 100 e peso 150g e constante irrigação. Cortes seriados foram
realizados no sentido mésio-distal da câmara pulpar, e posteriormente cada
fatia foi fixada na mesma placa de alumínio com auxílio de cera utilidade para
cortes em que se obtivesse ao final, fatias com espessura de 1,0mm ± 0,1mm.
As fatias das extremidades foram descartadas, sendo
consideradas somente as fatias centrais da parede da câmara pulpar (Figura
6).
A B
37
Figura 6. a) Dente incluso na cera; b) corte no sentido mésio-distal; c)
Palito formado, posicionado no dispositivo metálico de ensaio de microtração.
b. Ensaio Mecânico de Microtração
Os palitos obtidos de cada dente tiveram suas secções
transversais medidas e anotadas utilizando-se um paquímetro universal de
leitura eletrônica (DIGIMATIC CALIPTER, Mitutoyo – absolute – no série
BB071467), com precisão de 0,01mm. Posteriormente, os espécimes foram
apreendidos com uma pinça e fixados pelas suas extremidades ao dispositivo
de microtração com um adesivo instantâneo, cianocrilato gel (Superbonder
Gel Henkel Loctite Adesivos LTDA – Itapevi – São Paulo – Brasil) e com
auxílio de um microbrush, associado a um acelerador – o monômero de
resina acrílica autopolimerizável (Jet líquido - Clássico), para auxiliar na
colagem, posicionando a área de adesão perpendicular ao longo eixo de
tração (Figura 7).
A velocidade dos testes de microtração (SANO et al., 1994) foi de
1,0mm/min, realizada com uma Máquina de Ensaios Universal MTS (Material
Test System 810 – MTS Systems Corporation – Minneapolis – Minnesota –
EUA) com adaptação de uma célula de Carga de 250KN (Load Transducer
modelo 66118 D – 01) e um software para leitura dos dados (TestWorks –
sistema TestStar 2 – MTS Systems Corporation – Minneapolis – Minnesota –
EUA). No momento da ocorrência da fratura o movimento foi imediatamente
cessado, os dados coletados para posterior cálculo e análise. Os valores
A B
C
38
finais da resistência dentinária foram calculados dividindo-se os valores de
carga de ruptura em Newton(N), pelas secções da área delimitada pelo
preparo em forma de palito, expressos em Mpa.
Figura 7. A) Paquímetro digital medindo a área do palito; b) Palito
colado no dispositivo com auxílio do acelerador; c) Palito posicionado para
início de ensaio de microtração em equipamento de ensaios universais –
EMIC.
c. Classificação dos espécimes quanto ao tipo de fratura
Após a realização do ensaio de microtração, as superfícies de
dentina e resina correspondentes ao local da área de adesão foram avaliadas
em Microscópio Óptico e classificadas quanto às falhas, sendo consideradas
4 tipos de fraturas, conforme dispostas na Tabela 1.
Tabela 1 – Classificação dos tipos de fratura
Fratura Tipo
01 Coesiva em camada híbrida (CH)
02 Coesiva em resina composta (CR)
A
B C
39
03 Coesiva em dentina (CD)
04 Mista - dois ou mais substratos (M)
A fratura coesiva em camada híbrida ocorre apenas na área de
adesão. A fratura coesiva em resina composta, acontece somente na área
compreendida pela resina composta. A fratura coesiva em dentina ocorre
unicamente na área da dentina e a fratura mista é quando ocorre em dois ou
mais subtratos concomitantemente.
4.3 Análise Estatística
Os valores obtidos foram submetidos ao teste de Normalidade Shapiro
Wilk que atestou uma distribuição não normal para os valores de resistência
de união. Desta forma, optou-se em realizar o teste não paramétrico
Wilcoxon-Mann-Whitney que compara dois a dois grupos. Todos os cálculos
estatísticos foram realizados com o programa SPSS versão 15.0 (Statistical
Package for the Social Science, SPSS Inc., Chicago, Illinois, USA).
40
5. RESULTADOS
s valores o tidos em ewton foram convertidos em Pa e organizados em
planilhas s médias o tidas em Pa para cada grupo estão representadas
no
– édias dos valores máximos da resistência de união
Podemos observar no gráfico que os grupos G1, G2, G3, G4 e G6
tiveram comportamento semelhantes, seguido de menor valor do grupo G5.
Para atestar a fidedignidade da semelhança das médias dos valores de
resistência de união, estes foram comparados pelo teste de Wilcoxon-Mann-
Whitney com nível de significância de 5%. As médias e os respectivos
desvios-padrões estão dispostos na tabela 2.
15,23 15,05 14,14 14,25
8,28
14,70
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
G1- AHPlusImediato
G2 -AHPlusMediato
G3 - OZEimediato
G4- OZEMediato
G5- NaOCl+EDTA
Imediato
G6- NaOCl+EDTA
Mediato
Mp
a
41
Tabela 2 – Média e desvio padrão dos grupos.
GRUPOS MÉDIA DESVIO PADRÃO
G1- AHPlus Imediato 15,23a* ± 8,31
G2 -AHPlus Mediato 15,05a ±6,52
G3 - OZE imediato 14,14a ±9,57
G4- OZE Mediato 14,25a ±8,37
G5- NaOCl +EDTA Imediato 08,28b ±3,45
G6- NaOCl +EDTA Mediato 14,70a ±7,74
*Letras minúsculas desiguais significa diferença estatisticamente significante entre os grupos p <0,05.
O teste estatístico demonstrou que houve diferença estatisticamente
significante (p<0,05) do grupo G5 em relação aos demais grupos, e da
mesma forma ambos tiveram diferença entre si (p < 0,0001). Desta forma,
podemos afirmar que o cimento endodôntico AH Plus não interfere na
resistência de união independentemente da restauração ser realizada
imediatamente à obturação ou 7 dias após. Já o cimento Endofill somente
obteve melhores resultados 7 dias após a obturação. Um outro resultado
importante foi o menor valor observado no grupo 5, visto que apenas os
irrigantes utilizados no protocolo do tratamento endodôntico promoveram a
diminuição da resistência de união, se realizado tratamento restaurador
imediato.
5.2 Resultados da classificação dos espécimes quanto ao tipo de fratura
Os gráficos a seguir mostram que o padrão de fratura que predominou
em todos os grupos foi a fratura Coesiva em Camada híbrida, seguida de
fratura mista, de acordo com imagens obtidas em microscópio ótico. Outros
estudos também utilizam microscópios ópticos em seus estudos para avaliar o
padrão de fratura. O estudo realizado por (PUPO et al., 2010) utilizou
esteriomicroscópio com aumento de 40 vezes para avaliar o tipo fratura. Nota-
se que a olho nú é possível observar o local da fratura e que a utilização de
microscópio óptico auxilia para se obter imagens e, portanto, resultados mais
precisos.
42
Gráfico 2. Resultados do padrão de fratura do grupo AH Plus Imediato
Gráfico 3. Resultados do padrão de fratura do Grupo AH Plus Mediato
Gráfico 4. Resultados do padrão de fratura do grupo OZE imediato.
0
5
10
15
20
1=coesiva emcamada híbrida
2 = coesiva emdentina
3= coesiva emresina composta
4= mista
OZE Imediato
43
Gráfico 5. Resultados do padrão de fratura do grupo OZE mediato.
Gráfico 6. Resultados do padrão de fratura do grupo controle Imediato
Gráfico 7. Resultado do padrão de fratura do grupo controle imediato.
A B
44
Figura 8. Resultados dos padrões de fraturas: a) Fratura coesiva em Resina
Composta; b) Fratura Coesiva em Dentina; c) Fratura Coesiva em Camada
Híbrida; d) Fratura Mista (camada híbrida e dentina).
D C
45
6. DISCUSSÃO
Vários são os fatores que podem influenciar na adesão entre a
restauração e a estrutura dentinária. Esse estudo teve por objetivo avaliar
qual o melhor cimento e melhor momento de se restaurar um dente tratado
endodonticamente.
O que ocorre corriqueiramente no ambiente clínico é que o
endodontista ao terminar o tratamento com a obturação dos canais
radiculares faz uma restauração provisória e encaminha o paciente para outro
dentista, clínico geral ou especialista em Dentística para que este faça a
restauração definitiva em resina composta. Caso o Endodontista opte em
realizar a restauração imediatamente após o término do tratamento
endodôntico, ele não tem subsídios científicos que lhe apresente qual melhor
cimento endodôntico usar na obturação, nem o sistema adesivo que possa
proporcionar maior resistência de união, e, portanto, maior selamento e
longevidade da restauração. Desta forma, surge a dúvida do momento ideal
da restauração sem que o cimento endodôntico de escolha possa interferir na
resistência de união desses dentes tratados endodonticamente.
Um estudo realizado sobre qual o melhor momento de se restaurar um
dente tratado endodonticamente (VILELA, 2005) se baseia nos fatores:
selamento coronário, risco à fratura, orienta a realizar a restauração em
cimento de ionômero de vidro ou resina composta, com técnica incremental, e
sistema adesivo, mas sem avaliar o efeito tempo e tipo de cimento, e sobre as
possíveis interferências na resistência de união. Com isso, estudos in vitro
são realizados buscando evidências cientificas para nortear a decisão durante
o procedimento clínico.
Para isso os estudos utilizam tanto dentes naturais como dentes
bovinos. Os dentes bovinos têm sido a escolha principalmente devido à
dificuldade da aquisição de dentes naturais em condições ideais.
Muito se discute sobre a diferença em realizar testes de resistência de
união com dentes bovinos que poderia resultar em alguma interferência de
adesão. Porém, estudos continuam utilizando os dentes bovinos por terem a
estrutura semelhante ao dente humano com resultados semelhantes quando
comparados a dentes humanos no que se refere à união de resinas à dentina
46
(ARIAS, 2007; CAVALCANTI et al., 2009; FALCÃO, 2013; GIROTO, 2015).
Desta forma, devido a literatura comprovar tal semelhança e aliada à
facilidade de obtenção dos dentes bovinos justifica-se a utilização destes no
presente estudo.
Outro ponto primordial na presente pesquisa foi a escolha do sistema
adesivo convencional. Estudo realizado por Pupo e colaboradores (2010)
verificou que o tempo em contato com água pode ser um fator que diminui a
resistência de união, e que o adesivo pode ser degradado. No entanto,
apenas o adesivo Single Bond, tanto em dentina superficial como profunda,
não apresentou diferença estatisticamente significante imediatamente e após
seis meses. Esse resultado mostra que o adesivo Single Bond é resistente à
degradação.
Inúmeras pesquisas o utilizam como parâmetro para comparação na
pesquisa odontológica, por sua técnica convencional, por meio do
condicionamento ácido da dentina permitir maior escoamento do adesivo (DE
MUNCK et al., 2005) e formar uma camada híbrida mais profunda, e que
provavelmente essa hibridização pode ser o fator chave de alta resistência de
união.
Em um trabalho realizado por Neves e colaboradores (2017), estudou-
se alguns tipos de tratamento de superfície com o intuito de aumentar a
durabilidade de união, pois sugeriu-se que com o tempo o adesivo poderia
sofrer degradação. Mesmo que não houvesse conhecimento sobre o
mecanismo de deterioração da interface adesiva, sabe-se que as
metaloproteinases da matriz dentinária (MMPs) são enzimas proteolíticas
capazes de degradar a matriz orgânica da dentina desmineralizada, atuando
nas fibrilas de colágeno expostas na base da camada híbrida decorrentes da
discrepância entre a profundidade de desmineralização ácida da dentina e a
infiltração monomérica durante os procedimentos adesivos (Spencer et al.,
2002). O resultado do estudo mostrou que para o Single Bond 2, não houve
alterações na resistência de união à microtração para todos os tipos de
tratamento do substrato dentinário condicionado. Este sistema adesivo
apresenta como solventes álcool e água e, portanto, não houve diferenças
estatísticas significantes com estes tratamentos para este sistema adesivo,
pois a quantidade de álcool presente como solvente já é suficiente para
47
permitir uma boa penetração dos monômeros hidrófobos, o que colabora com
o presente estudo no sentido de justificar sua escolha.
Outro fator que pode influenciar na resistência de união em dentina
seriam agentes químicos irrigantes utilizados no tratamento endodôntico. O
trabalho realizado por Dametto (2006) testou diversos agentes irrigantes
químicos auxiliares e atestou que quando empregada a solução de
Etilenodiamino-tetra-acético EDTA 17%, ocorre diminuição na resistência de
união entre a dentina e a resina. Todos os grupos do presente estudo foram
empregadas a solução de EDTA 17% durante 3 minutos, que é o tempo que
se recomenda que a solução fique em contato com a câmara pulpar após a
realização da instrumentação mecânica e irrigação com outra solução. Nesse
caso, pode-se dizer que o EDTA 17% diminuiu a resistência de união entre a
dentina e a resina em todos os grupos testados.
Sabe-se que o hipoclorito de sódio (NaOCl), que é o irrigante mais
utilizado durante o preparo químico-mecânico devido a sua capacidade de
dissolução tecidual e sua atividade antimicrobiana (MOHAMMADI, 2008;
ZEHNDER, 2006) , porém, acaba causando um efeito deletério na resistência
de união de sistemas adesivos à dentina, devido à liberação de oxigênio
remanescente, que prejudica a polimerização dos materiais resinosos
(MARQUES, 2016). Além disso, o uso do NaOCl, durante a irrigação do
sistema de canais radiculares, leva a danos na estrutura colágena da dentina
e reduz a microdureza dentinária (MOHAMMADI, 2008; ZEHNDER, 2006;
MARQUES, 2016; MOREIRA et al., 2009).
Desta forma, podemos afirmar que a associação NaOCl 2,5% + EDTA
17% foram os responsáveis pela diminuição da resistência de união no Grupo
5, restaurado imediatamente após o uso dos irrigantes. Isto talvez seja
atribuído principalmente ao somatório da ação do NaOCl + EDTA associado
ao posterior condicionamento ácido para restauração, promovendo assim
uma área mais profunda de desmineralização que dificultou a formação de
uma camada híbrida de qualidade, ou seja, com áreas não alcançadas pela
penetração do monômero do sistema adesivo. O que dá suporte a essa
possibilidade é que após 7 dias do uso dos irrigantes já se mostrava normal a
resistência de união. Isso pode estar relacionado ao fato da reação química ir
diminuindo a quantidade de oxigênio liberado pelo hipoclorito no decorrer dos
48
dias, deixando de ser prejudicial à polimerização dos monômeros resinosos.
Também devido à provável remineralização das áreas que tiveram ação do
EDTA, proporcionando assim, mesmo com o condicionamento ácido, a
formação de uma camada híbrida ideal para o restabelecimento da resistência
de união no grupo controle em que foi realizada a restauração após 7 dias.
Dessa forma, o presente estudo corrobora com os estudos de Dametto (2006)
e atesta ainda que em dentes submetidos apenas ao uso do EDTA, nos casos
de pacientes com a endodontia não finalizada, restaurações devem ser
consideradas provisórias e ser totalmente trocadas ao término do tratamento
endodôntico.
A escolha do cimento endodôntico também tem sido frequentemente
estudada, não somente quanto às propriedades biológicas e físico-químicas
referentes, mas também na capacidade de não interferir na resistência de
união dos materiais restauradores.
O cimento de Óxido de Zinco e Eugenol – (Endofill) é um cimento
utilizado em endodontia, tem vantagens por ter baixo custo, porém, o eugenol
mostra-se citotóxico de acordo com Moura e colaboradores (2013), que
relatam em seu trabalho a influência do eugenol nos procedimentos adesivos,
devido às suas propriedades, como sua composição fenólica que está
presente na composição do óleo de cravo e tem a estrutura 4-alil-2-metoxi-
fenol. O eugenol se comporta como um radical livre inibindo a conversão dos
monômeros, e apresenta afinidade com os radicais livres formados na
polimerização da resina composta. Essa afinidade dificulta a reação dos
materiais poliméricos e reduz o grau de conversão desses materiais , ou seja,
a polimerização dos monômeros resinosos (PINTO et al., 2011). Desta forma,
o Eugenol, pelas evidencias de ser um material deletério e prejudicial ao
procedimento adesivo tem se tornado o vilão da odontologia restauradora.
Porém, os resultados do presente estudo demonstraram uma
resistência de união semelhante tanto no tempo imediato quanto 7 dias após,
quanto ao outro cimento testado. Desta forma, estes resultados atestam que o
condicionamento ácido consegue remover eventuais resíduos do eugenol da
dentina mantendo a resistência de união. No entanto, cabe ressaltar que na
fase laboratorial do grupo OZE imediato, a resina se destacava facilmente da
dentina durante o corte, talvez pela união dentina/resina não suportar o
49
estresse da trepidação do disco no momento do corte. Diferentemente, isso
não ocorreu no grupo OZE mediato, 7 dias após do tratamento endodôntico.
Os resíduos que possam ter ainda ficado na dentina, após 7 dias, poderiam
enfraquecer a propriedade fenólica que compromete a polimerização. E ao
fazer o condicionamento ácido após esse tempo, o ácido fosfórico a 37%
pode ter contribuído para remover o restante de eugenol que dessa forma,
deve ter menor efeito após passado esse tempo. Embora não exista um
consenso entre autores a respeito da influência do eugenol nos
procedimentos adesivos, o sistema adesivo convencional, utilizado neste
estudo, talvez seja a melhor opção para se restaurar um dente que teve
contato da dentina com cimento à base de OZE, devido à ação do ácido
fosfórico remover o remanescente de eugenol, fato este que talvez poderia
não ter ocorrido com o uso de um sistema adesivo autocondicionante. Porém,
surge a fonte de ideias para em futuras pesquisas poder atestar tal suposição.
O outro cimento testado foi o resinoso à base de bisfenol A e F e
tungstato de cálcio – AH Plus. Este mostrou os maiores resultados de
resistência de união tanto para dentes restaurados imediatamente quanto
após sete dias do tratamento endodôntico. Esses resultados podem ter
relação com as propriedades químicas de suas pastas, o fato de ter em sua
composição a resina epóxi à base de bisfenol A e F, pode ter influenciado na
melhor resistência de união.
Muito analisado na literatura, no que se refere a sua capacidade de
selamento hermético dos canais radiculares, em testes de laboratório, o AH
Plus tem se mostrado, em estudos (Kapur et al., 2019; Sá Neto W.C., 2009)
recentes, com os melhores resultados de resistência de união quando
comparados a outros cimentos endodônticos quando avaliam a resistência de
união entre a dentina em teste de push-out. O AH Plus em diferentes
condições de umidade mostrou maiores resultados de resistência de união,
independente do terço, quando comparado a outros cimentos. Desta forma,
os resultados do presente estudo corroboram com os recentes resultados de
Peters et al., 2019, ou seja o AH Plus não interfe na resistência de união entre
a dentina e a resina. Laboratorialmente durante os preparos dos palitos, foi o
grupo que as amostram estiveram estáveis em todo processo, tanto no grupo
AH Plus imediato quanto mediato.
50
Inclusive, os resultados do padrão de fratura mostraram que, embora a
maioria dos resultados tenha sido fratura coesiva em camada híbrida, houve
um segundo padrão de fratura observado com uma alta porcentagem: fratura
mista, que foi muito observado tanto no grupo imediato, e com uma
porcentagem ainda maior desse padrão misto nos grupos mediatos. Esses
resultados também reforçam que o cimento AH Plus não tem interferência na
resistência de união.
Os resultados do presente estudo, com relação ao padrão de fratura
observado, mostram em linhas gerais que o padrão de fratura encontrado em
maior porcentagem nos demais grupos também foi fratura coesiva em
camada híbrida.
Ainda que o presente estudo tenha apresentado a variável: cimentos
endodônticos, outros estudos que analisaram a resistência de união,
mostraram em sua maioria fratura em camada híbrida, porém com uma
porcentagem equivalente, mostraram também acontecer fraturas mistas, mas
dependendo das variáveis de cada estudo, como é o caso do tipo de adesivo
utilizado e concentração de hipoclorito de sódio no estudo de Giroto (2015).
Observou-se 60% de falhas adesivas para todas as concetrações de
hipoclorito utilizando-se o Single Bond com condicionamento ácido. Porém,
quando utilizada solução de hipoclorito de sódio em concentração mais alta,
5,25%, foi observada predominantemente fratura adesiva.
Embora o presente estudo tenha sido realizado utilizando-se solução
de hipoclorito a 2,5%, o estudo de Giroto (2015) colabora no sentido de
afirmar que o hipoclorito em altas concentrações diminui a resistência de
união segundo o predomínio do padrão de fratura que foi observado em
ambos os estudos.
O estudo realizado por (PUPO et al., 2010) também mostrou
predomínio em fraturas adesivas, quando foram utilizados 3 tipos de
adesivos, inclusive o Single Bond 2, quando os espécimes foram analisados
imediatamente e após 6 meses de armazenamento em água, e mostrou que
para esse adesivo, especificamente, os valores de média e desvio-padrão
foram um pouco maiores em relação aos outros adesivos testados, e que o
maior valor observado de resistência de união foi para o Single Bond 2 em
dentina superficial e com restauração imediata.
51
Para que haja uma comparação mais fidedigna em relação ao padrão
de fratura, ainda precisaria de estudos de resistência de união tendo cimentos
endodônticos como variável.
Baseando nos resultados obtidos e frente à literatura observada
podemos sugerir que nas restaurações realizadas imediatamente após a
obturação do canal radicular o uso do AH Plus é recomendado para as
restaurações adesivas com o sistema adesivo convencional Single Bond. Já
após 7 dias ambos os cimentos podem ser utilizados. Porém novos estudos,
envolvendo diferentes sistemas adesivos, assim como outros tipos de
cimentos endodônticos, devem ser realizados para ampliar as possibilidades
de escolha para o Cirurgião-Dentista.
52
7. CONCLUSÃO
Segundo as condições experimentais deste estudo e estimando suas
limitações, conclui-se que:
1. A associação NaOCl + EDTA diminui a resistência de união em
dentes restaurados imediatamente com resina composta quando
não se teve influência de cimentos endodônticos;
2. Sete dias após o uso de irrigantes endodônticos a resistência de
união se restabelece quando não há interferência de cimentos
endodônticos;
3. O Endofill dificultou a obtenção dos palitos experimentais nas
restaurações imediatas, porém teve resultados semelhantes aos
demais;
4. O Endofill e o AHPlus não interferiram na resistência de união em
dentes restaurados imediatamente;
5. Após decorridos 7 dias do tratamento endodôntico, pode-se realizar
a restauração em dentes obturados tanto com o cimento Endofill
quanto o AH Plus;
6. O Sistema adesivo convencional Single Bond foi eficaz no
mecanismo de união frente aos cimentos endodônticos;
7. O padrão de fratura mais encontrado nos grupos experimentais e
controles foi a fratura coesiva em camada híbrida.
53
8. REFERÊNCIAS
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