UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:
IDENTIFICAÇÃO DA PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE ESCOLA RURAL DE LUIZ ALVES, SC,
REFERENTE AO BIOMA MATA ATLANTICA E SUA BIODIVERSIDADE
ACADÊMICA: MÁRCIA MOSER
ORIENTADORA: DRA. LUCIA SEVEGNANI
BLUMENAU, SC
2009
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Resumo: No Brasil encontramos o bioma Mata Atlântica, com a maior biodiversidade mundial. Sendo que desde a colonização este bioma, sofreu grandes transformações, fragmentando-a em meio a áreas urbanas e agrícolas. Devido a estas alterações, encontrarmos pessoas que consideram a Mata Atlântica importante para a sobrevivência, preocupadas com a sua preservação. A educação ambiental, tem papel importante nesta preservação, mas para haver sucesso em sua realização é necessário conhecermos quais as percepções que os alunos tem sobre o bioma. Este trabalho tem como objetivo verificar as representações de alunos relacionadas à biodiversidade da Mata Atlântica e avaliar se existem diferenças entre série e gênero nessas representações e se o ambiente em que vivem influenciam nessas representações. Para responder aos objetivos, utilizamos a técnicas de entrevistas estruturadas, com utilização de imagens. Foram entrevistados 50 alunos da 5a e 6a série, de uma escola publica rural de Luiz Alves no estado de Santa Catarina. Os resultados tratam do reconhecimento do bioma de Mata Atlântica e de suas regiões fitoecológicas, de sua diversidade específica, da preferência para com regiões fitoecológicas, para com espécie de planta e animal e a influencias da agricultura para com a mesma. As análises feitas nos levam a refletir sobre como é aproveitado o ambiente em que vivem para efetuar a construção de conteúdos referentes à biodiversidade em geral e como isto ocorre. Percebeu-se a necessidade da escola de área rural utilizar mais o ambiente que os rodeiam, evitando que a Mata Atlântica e sua biodiversidade se torne despercebida pelos alunos.
Palavra-chave: Mata Atlântica, Biodiversidade, Alunos, Escola rural, Agricultura. SUMMARY . Brazil is the Atlantic Forest biome, with the greatest biodiversity worldwide. Since colonization from this biome has suffered great changes, fragmenting it into the midst of urban and agricultural areas. Due to these changes, we find people who consider this important biome for survival, concerned about its preservation. Environmental education has important role in preservation, but to be successful in their implementation is necessary to know what the perceptions that students have on this biome. This work aims to verify the representations of students related to the biodiversity of the Atlantic Forest and evaluate whether there are differences in gender and number representations and the environment in which they live influence these presentations. To meet the goals, use the techniques of structured interviews, the use of images. We interviewed 50 students from 5th and 6th grade, a school of rural public Luiz Alves in the state of Santa Catarina. The results deal with the recognition of the Atlantic Forest biome and its regions fitoecológicas, their species diversity, with a preference for regions fitoecológicas, to plant and animal species and the influences of agriculture to the same. The analysis leads us to reflect on how it is used the environment in which they live to make the transmission of content relating to biodiversity in general and how this occurs. Realized the need of the school of the more rural areas use the surrounding environment, so that the Atlantic Forest and its biodiversity becomes unnoticed by students. Keyword: Atlantic Forest, Biodiversity, Students, Rural School, Agriculture.
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SUMÁRIO 1-INTRODUÇÃO .................................................................................................................8 2-MATERIAL E MÉTODO ...............................................................................................14 3-RESULTADOS........................................................................................................... ....16
3.1. Estimativas de abundância de seres vivos no Bioma Mata Atlântica...............16
3.2. Biodiversidade de Plantas ...................................................................................17
3.3. Biodiversidade Específica de Animais ...............................................................19
3.4. Biodiversidade de Microorganismos............................................................ .......21
3.5. Ecossistema da Mata Atlântica ............................................................................22
3.6. Preferências por Ecossistemas........................................................................23
3.7-Preferência por paisagens................................................................................25
3.8-Preferência pela fauna ou flora da Mata Atlântica ......................................26
3.9-Planta preferida................................................................................................26
3.10-Animais preferidos ........................................................................................27
3.11. Efeito do cultivo de bananeiras sobre a Mata Atlântica............................28
3.12- Agricultura altera a Mata Atlântica ...........................................................29
4- DISCUSSÃO...................................................................................................................31 5-CONCLUSÃO............................................................................................. ....................35 6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................37 . 7-ANEXOS ..........................................................................................................................39
7.1.Anexo I.....................................................................................................................39
7.2.Anexo II ...................................................................................................................41
7.3.Anexo III..................................................................................................................42
7.4.Anexo IV..................................................................................................................42
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Representação de quantidade de plantas, animais e microorganismos da região de Luiz Alves segundo o gênero dos estudantes da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC..........................................................................................................................................17
Figura 2. Estimativa da abundância de plantas, animais e microorganismos da região de Luiz Alves segundo a série dos estudantes da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC......................17 Figura 3. Principais plantas representadas pelos estudantes (%) da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC...............................................................................................................................20 Figura 4. Principais plantas representadas pelos estudantes da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC, segregados por gênero (masculino e feminino) em percentual (%)....................20 Figura 5. Representação dos animais mais citados pelos estudantes (%) da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC......................................................................................................................21
Figura 6. Representação dos animais segundo o gênero dos estudantes da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC......................................................................................................................21
Figura 7. Representação de microorganismos pelos estudantes (%) segregados segundo série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC......................................................................................................................22
Figura 8. Representação de microorganismos pelos estudantes (%) segregados segundo o gênero dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC......................................................................................22 Figura 9. Floresta pertencente ao Bioma Mata Atlântica existente na localidade de Laranjeiras, Luiz Alves, Santa Catarina................................................................................23 Figura 10. Reconhecimento da ocorrência da floresta encontrada na localidade de Laranjeiras, Luiz Alves, segundo a série dos alunos do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC......................................23
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Figura 11. Reconhecimento da ocorrência da floresta encontrada na localidade de Laranjeiras, Luiz Alves, segundo o gênero dos alunos do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC......................................23 Figura 12. Identificação da floresta encontrada em Laranjeiras, Luiz Alves segundo a série dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.................................................................................................24 Figura 13. Identificação da floresta encontrada em Laranjeiras, Luiz Alves, segundo o gênero dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.......................................................................................24 Figura 14. Imagens de regiões fitoecológicas e formações associadas ao bioma Mata Atlântico (fotos 2, 4, 6) e outros ecossistemas alheios a esta (fotos 1, 3, 5), apresentadas aos estudantes da quinta e sexta séries do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC..................................................................25 Figura 15. Reconhecimento de ecossistemas alheios a Mata Atlântica segundo a série dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.................................................................................................25
Figura 16. Reconhecimento de ecossistemas alheios a Mata Atlântica segundo ao gênero dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.................................................................................................25
Figura 17. Preferência por ecossistemas segundo a série dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.........................................................................................................................................27
Figura 18. Preferência por ecossistemas segundo gênero dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.........................................................................................................................................27
Figura 19. Preferência dos entrevistados por planta ou animal ou ambos da Mata Atlântica, segundo a série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.................................................................................................27
Figura 20. Preferência dos entrevistados por planta, animal ou ambos da Mata Atlântica, segundo o gênero do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.................................................................................................27
Figura 21. Planta preferida segundo a série dos entrevistados do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC......................28
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Figura 22. Planta preferida segundo o gênero dos entrevistados do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC......................28
Figura 23. Animal preferido segundo a série dos entrevistados, do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC......................29
Figura 24. Animal preferido segundo o gênero dos entrevistados, do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC..........................................................................................................................................29
Figura 25. Reconhecimento do que a plantação de banana faz com a Mata Atlântica segundo a série dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC..................................................................30
Figura 26. Reconhecimento do que a plantação de banana faz com a Mata Atlântica, dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC, segundo o gênero...................................................................30
Figura 27. Reconhecimento pelos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC, das atitudes dos agricultores agressivas ou não à Mata Atlântica segundo a série.............................................................31
Figura 28. Reconhecimento pelos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC, das atitudes dos agricultores agressivas ou não à Mata Atlântica segundo o gênero.........................................................31
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Representações da biodiversidade de espécies de plantas da Mata Atlântica efetuada pelos estudantes de 5° e 6° séries do ensino fundamental, da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, localidade de rio do Peixe, em Luiz Alves, SC.....19
Tabela 2. Representações da biodiversidade de espécies de animais da Mata Atlântica efetuada por estudantes de 5° e 6° séries do ensino fundamental, da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, localidade de rio do Peixe, Luiz Alves, SC...........21
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1. INTRODUÇÃO
O Brasil é o quinto maior país do mundo e possui a maior biodiversidade do
planeta, abrangendo (14%) dessa (PRADO, 2005). A biodiversidade de espécies ressalta
sua importância: 310-410 espécies de vírus; 800-900 de bactérias e ácaros; 13.090-14.510
de fungos; 7.650-10.320 de protistas; 4.180-5.770 de algas; 43.020-49.520 de plantas e
103.780-136.990 de animais. Entre os animais: 96.660-128.840 de invertebrados, 7.120-
7.150 de cordados e destes 541 de mamíferos e 1.696 de aves. O total de todos os seres
vivos atinge valores aproximados de 168.640-212.650 espécies (PRADO 2005).
Em terras brasileiras encontra-se as mais importantes florestas tropicais do mundo, a
Floresta Amazônica (bioma Amazônia) e o Bioma Mata Atlântica, além de outros quatro
não florestais: Caatinga, Cerrado, Pantanal e Pampa (IBGE, 2004).
O Bioma Mata Atlântica, foco deste estudo, abriga mais de 20 mil espécies de
plantas das quais oito mil são endêmicas, cobrindo originalmente 1,2 milhões de
quilômetros quadrados, equivalendo a 13% do território brasileiro (IBGE, 2008). Além de
sua grande importância para a biodiversidade, as florestas desse bioma apresentam
relevância na regularização da precipitação (WEBB et al., 2004).
No âmbito do Bioma Mata Atlântica vivem populações tradicionais e grandes
metrópoles, representando mais de 100 milhões de pessoas, demandantes de água para
abastecimento. Alem disto, sua proteção é a maior garantia para a estabilidade geológica
dessas áreas, evitando assim as grandes catástrofes que já ocorreram onde à floresta foi
suprimida, com conseqüências econômicas e sociais extremamente graves (PINTO, 1996).
No interior do Bioma Mata Atlântica a Região Fitoecológica da Floresta Ombrófila
Densa (FOD) apresenta-se com fauna e flora rica e diversificada, com grande quantidade de
endemismos. A riqueza da fauna esta relacionada com a da vegetação devido às relações
ecológicas evidenciadas pela polinização de flores e dispersão de frutos e sementes. Essa
região possui 530 espécies de mamíferos descritas e muitos outros a serem ainda
descobertos e catalogados, no entanto, 66 espécies estão ameaçadas de extinção, sendo os
primatas os mais ameaçados (COSTA, 2005). A Floresta Ombrófila Mista apresenta 1020
espécies de aves (18% endêmicas), segundo Marini (2005) e 370 espécies de anfíbios, cerca
de 70% das espécies brasileiras conhecidas, dessas, 90 são endêmicas, evidenciando a
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importância deste grupo. O endemismo dos répteis da Mata Atlântica é bastante acentuado,
entretanto novas espécies ainda estão sendo descobertas (POR, 1992).
A despeito de toda sua biodiversidade, importância socioambiental e climática esse
bioma sofreu e sofre com a redução e simplificação de sua cobertura florestal, conforme
apresentado no atlas dos remanescentes florestais do Bioma Mata Atlântica elaborado pela
Fundação SOS Mata Atlântica e Inpe (2008) e na avaliação feita por Ribeiro et al. (2009).
Constatou-se que 80% dos fragmentos possuem tamanho menor que 50 há, muitos deles,
isolados, cobrindo 11 % da área original (RIBEIRO et al., 2009). Como conseqüência da
longa história de degradação um grande número de espécies endêmicas estão ameaçadas de
extinção (METZGER, 2009), sendo que a maior parte do Bioma Mata Atlântica é ocupada
por grandes cidades, pastagens e agricultura.
Apesar da destruição da Mata Atlântica ter se iniciado no começo da colonização do
Brasil as principais iniciativas para sua proteção surgiram a partir de meados da década de
80 do século XX, quando começou intensa mobilização da sociedade civil pela sua
conservação. Naquela época haviam poucas informações sobre a área original, extensão e
distribuição espacial, estrutura e biodiversidade dos remanescentes florestais para embasar
o movimento ambientalista. Apesar disso, nas décadas de 70 e 80 foram momentos em que
vários acontecimentos ocorreram no contexto mundial e novas reflexões contribuíram para
a consolidação do movimento ecológico (PÁDUA ; TABANEZ, 2003).
Existe uma grande diversidade de espécies animais e vegetais da Mata Atlântica a
serem conhecidas e valorizadas. Sem conhecimento aprofundado da biodiversidade desse
bioma e seus ecossistemas associados, bem como, de suas funções ecológicas torna-se
difícil motivar para a sua valorização e conservação por parte da população em geral. Lévi-
Strauss (1989) ressalta: “as espécies de animais não são conhecidas porque são úteis, elas
são consideradas úteis ou interessantes porque foram conhecidas”. Além da falta de
conhecimento, o Brasil carece de atividades de educação relacionadas à biodiversidade
nativa (SCHWARZ, 2007).
A Educação Ambiental voltada para a conservação das florestas é incipiente e
precisa ser ampliada (CLEMENT ; HIGUCHI, 2006). Somente a atuação das organizações
não governamentais (ONGs) não será suficiente para a formação de uma consciência
ambiental junto à população. Num país enorme, como o Brasil (cerca de 8,4 milhões de
10
km²) existe contradição entre o discurso e a realidade. É necessário que os educadores e os
formadores de opinião demonstrem para a população a importância das florestas, pois não
bastam leis e decretos que proíbam as agressões, se os indivíduos não estão sensibilizados.
Se não houver sensibilização e conhecimentos mais aprofundados sobre a biodiversidade
deste bioma, a Mata Atlântica poderá ser dizimada (SCHWARZ, 2007).
Muitos pesquisadores questionam como o indivíduo e seus grupos sociais
vivenciam e percebem o mundo em que vivem (RODRIGUES, 2001). Segundo esse autor,
os estudos pretendem entender e revelar as aspirações, sentimentos e valores criados a
partir da relação homem/natureza.
A própria Convenção sobre a Diversidade Biológica, no seu 13º artigo ressalta a
necessidade de encorajamento, sensibilização e consciência sobre a importância da
conservação da diversidade biológica (SCHWARZ, 2007). Consideramos importante
investigar a percepção dos estudantes frente à diversidade da Mata Atlântica e como esta é
representada por eles, pois assim poderemos evidenciar demandas educacionais, bem como,
apontar modos de intervir na educação, especialmente de crianças e adolescentes
(SCHWARZ, 2007).
São muitas as instituições governamentais e não governamentais envolvidas na
conservação desse bioma, e muitas destacam a importância da conscientização e da
educação ambiental do público sobre temas relacionados à biodiversidade (PINTO, 1996 ).
A proteção da biodiversidade é um dos temas prioritários dos últimos tempos.
Incorporada na nossa Constituição, em todas as suas expressões, essa necessidade foi
reafirmada na "Convenção Sobre Diversidade Biológica", o único tratado internacional
firmado pela esmagadora maioria dos países que participaram da Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Rio 92
(PINTO, 1996).
A educação ambiental é um processo de formação e informação, orientado para o
desenvolvimento da consciência crítica sobre as questões ambientais e de atividades que
levem a participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental (CONAMA,
1996).
Desde a década de 70 do século XX a problemática ambiental passou a ser
incorporada na sua dimensão planetária, destacando o ser humano como o principal
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protagonista e ator na manutenção da vida no planeta. Também se apontou a necessidade de
se realizar a Educação Ambiental, tendo em vista a participação dos cidadãos na solução
dos problemas ambientais (REIGOTA, 1995).
Em 1975, no Seminário Internacional de Belgrado formularam-se os princípios e
orientações gerais para um programa de Educação Ambiental em nível internacional,
retomados na Conferência Intergovernamental de Tbilisi (1977), na qual a mesma foi
definida como:
Um processo de reconhecimento de valores e clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos; e ainda com a prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a mudança da qualidade de vida (UNESCO, 1977).
A educação ambiental, como perspectiva educativa, pode estar presente em todas as
disciplinas, quando analisado tema que permitem enfocar as relações entre a humanidade e
o meio natural, e as relações sociais, sem deixar de lado as suas especificidades
(REIGOTA, 1994). Portanto, o próprio significado da educação ambiental sugere enfoques
interdisciplinares que reflitam a complexidade atual (PADUA et al., 2004). Segundo
Vasconcellos (1997), a presença em todas as práticas educativas, da reflexão sobre as
relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano com seus
semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra. Dentro
desse contexto, sobressaem-se as escolas, como espaços privilegiados na implementação de
um ensino que propicie essa reflexão, pois isso necessita de atividades de sala de aula e
atividades de campo, com ações orientadas em projetos e em processos de participação dos
alunos, que levem à autoconfiança, as atitudes positivas e ao comprometimento pessoal
com a proteção ambiental implementados de modo interdisciplinar (DIAS, 1992).
Por ocasião da Conferência Internacional Rio/92, cidadãos representando
instituições de mais de 170 países assinaram tratados nos quais se reconhece o papel central
da educação para a “construção de um mundo socialmente justo e ecologicamente
equilibrado”, o que requer “responsabilidade individual e coletiva em níveis local, nacional
e planetário”. E é isso que se espera da EA no Brasil, assumida como obrigação nacional
pela Constituição promulgada em 1988 (RODRIGUES, 2001).
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Educação Ambiental é educar sobre ambiente, no ambiente e pelo ambiente
(CARAPETO, 1998). É um processo que visa formar uma população mundial consciente e
preocupada com o ambiente e com os seus problemas. Que tenha os conhecimentos, as
competências, o estado de espírito, as motivações e o sentido de compromisso, que lhe
permitam trabalhar individual e coletivamente na resolução das dificuldades atuais e
impedir que elas se apresentem de novo (CARAPETO, 1998).
Nesse contexto fica evidente a importância de educar os brasileiros para que ajam
de modo responsável e com sensibilidade, conservando o ambiente saudável no presente e
para o futuro; saibam exigir e respeitar os direitos próprios e os de toda a comunidade, tanto
local como internacional e se modifiquem tanto interiormente, como pessoas, quanto nas
suas relações com o ambiente (RODRIGUES, 2001).
Com isso o trabalho de EA deve ser desenvolvido a fim de ajudar os alunos a
construir uma consciência global das questões relativas ao meio para que possam assumir
posições afinadas com os valores referentes à sua proteção e melhoria. Por isso é
importante que possam atribuir sentidos àquilo que aprendem sobre a questão ambiental. E
esse significado é resultado da ligação que o aluno estabelece entre o que aprende e sua
realidade cotidiana, da possibilidade de estabelecer ligação entre o que aprende e o que já
conhece, e também da possibilidade de utilizar o conhecimento em outras situações
(RODRIGUES, 2001).
Em geral há uma consciência coletiva sobre a importância do ambiente no
desenvolvimento humano (SATO, 2000). Entretanto, para que possamos realizar a
educação ambiental com estudantes é necessário conhecermos as representações de meio
ambiente dos alunos envolvidos e em nosso caso, o conhecimento deles sobre a Mata
Atlântica.
Existem várias metodologias para avaliar as representações das pessoas sobre o
meio ambiente, pode-se utilizar questionário escrito, entrevistas, ou ainda desenho, que é
por sinal um importante veículo de expressão da criança, através do qual ela pode
exteriorizar sua percepção de si, do outro e do mundo (GOLDBERG et al., 2005).
Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual sua
visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. Para compreender, é essencial
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conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive com quem convive
que experiências têm, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da
vida e da morte e que esperanças o anima. Isso faz da compreensão sempre uma
interpretação (SANTOS e SATO, 2001).
A biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza. Responsável
pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas, é fonte de imenso potencial de uso
econômico. As funções ecológicas desempenhadas pela biodiversidade são ainda pouco
compreendidas; considera-se que elas sejam responsáveis por processos naturais e produtos
fornecidos pelos ecossistemas, e por espécies que sustentam outras formas de vida,
modificando a biosfera, tornando-a apropriada e segura para a vida (CARVALHO, 2006).
A Secretaria da Convenção Sobre Diversidade Biológica, CDB (2003, p. 2)
descreve biodiversidade da seguinte maneira:
Biodiversidade é termo que designa todas as formas de vida sobre a Terra e as características naturais que elas apresentam. A diversidade que hoje testemunhamos é fruto da evolução dos processos naturais ao longo de milhares de anos e cada vez mais, sob influência humana. Ela constitui a teia da vida da qual fazemos integralmente parte e da qual somos totalmente dependentes (tradução de SCHWARZ, 2007).
A biodiversidade apresenta três níveis: a diversidade de espécies, a diversidade
genética dentro de cada espécies e a diversidade de ecossistemas existentes no planeta
Terra ( CDB 2003 apud SCHWARTZ 2007)
Esta pesquisa irá explorar o conhecimento que as crianças possuem em relação à
biodiversidade de onde vivem, incluindo o conhecimento das espécies. Iremos também
analisar as preferências ambientais relacionadas às regiões fitoecológicas e formações
associadas à Mata Atlântica, bem como, as espécies da flora e fauna de modo geral. Como
instrumento de captação dos conteúdos conceituais e atitudinais dos estudantes,
utilizaremos questionário para a análise.
A justificativa desta pesquisa está relacionada ao fato de que Santa Catarina, e,
portanto Luiz Alves são cobertos pela vegetação do Bioma Mata Atlântica mas, como em
outros locais, o avanço da fronteira agrícola e da urbanização tem levado ao desmatamento
e ao impedimento da recuperação de grande parte das áreas florestais. Devido a este
quadro, é de suma importância que trabalhar este tema para que futuramente tenhamos
adultos mais preocupados com o meio ambiente, com a preservação da Mata Atlântica.
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Esta pesquisa foi feita com estudantes de escola situada em área rural, residentes no
município de Luiz Alves, Santa Catarina, Sul do Brasil, pois são esses estudantes que
juntamente com suas famílias fazem e farão o uso e a conservação desse bioma no local
onde vivem. Portanto, pretende-se avaliar as representações de crianças relativas à
biodiversidade de espécies e ecossistemas da Mata Atlântica, em Luiz Alves. De modo
mais específico: verificar possíveis diferenças nas representações relacionadas ao gênero e
idade; analisar os conhecimentos relativos à flora e a fauna nativa, aos ecossistemas e sua
conservação, bem como, se a localidade onde os mesmos vivem influencia ou não no
conhecimento sobre Mata Atlântica.
2-Material e Métodos
Foram partes da população alvo 50 estudantes de 10 a 14 anos de idade, que
freqüentavam da 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental, sendo 26 do gênero feminino e 24
do masculino.
Esses alunos residem no município de Luís Alves que está inserido na bacia
hidrográfica do Itajaí-Açu, na parte baixa, possuindo uma área territorial de 253 km².
Localiza-se a uma latitude 26º43'14" S e a uma longitude 48º55'58" O, com altitude média
de 63 m, variando entre 10 e 750 m de altitude.
O clima do município é Temperado Úmido de Verão Quente (Cfa), com
temperatura média 28°C, com precipitação pluviométrica média anual de l550 mm
(SANTA CATARINA, 1986). A população é de 8.761 habitantes, sendo aproximadamente
de 3.533 urbanas e 5.225 rurais (IBGE, 2007).
A vegetação pertence ao Bioma Mata Atlântica, Região Fitoecológica da Floresta
Ombrófila Densa, nas formações: Aluvial, Terras Baixas, Submontana e Montana, sendo
que as duas últimas cobrem a maior parte do município (SANTA CATARINA, 1986). A
cobertura vegetacional é florestal, com muitas sinúsias. Atualmente ocorre principalmente
nas áreas mais altas e nas encostas mais íngremes mais preservadas. Essa floresta pode ter
dossel a 35 m do solo. As espécies mais importantes são: canela-preta (Ocotea
catharinensis - Lauraceae), palmiteiro (Euterpe edulis – Arecaceae), sapopema (Sloanea
guianensis - Elaeocarpaceae), guapuruvu (Schizolobium parahyba – Fabaceae), bicuíba
(Virola bicuhyba - Myristicaceae), licurana (Hyeronima alchorneoides - Phyllanthaceae),
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estopeira (Cariniana estrellensis - Lecythidaceae), canjerana (Cabralea canjerana –
Meliaceae) e cedro (Cedrela fissilis - Meliaceae). Nas regiões mais baixas da bacia do rio
Luís Alves, pode ocorrer à formação Aluvial, ou seja, às margens dos cursos d’água com
elementos florísticos mais hidrófilos. Nas regiões em que o rio perde sua energia forma
planícies mais amplas (ao sul do município) com vegetação herbáceo-arbustiva.
Em Luís Alves as florestas secundárias cobrem a maior parte dos morros e suas
encostas e raras áreas com florestas primárias alteradas. Como resultado da exploração há
presença de significativa de guarapuvus (Schizolobium parahyba – Fabaceae) e embaúbas
(Cecropia glaziovii – Urticaceae), jacatirões (Miconia cinnamomifolia – Melastomataceae).
A agricultura é extensiva e intensiva com cultivo de banana (maior fonte de renda do
município), palmeira-real, arroz, olericultura (hortaliças) e povoamentos de Eucalyptus spp.
e Pinus spp.
Devido ao relevo acidentado, a sua geologia e solos profundos, utilização intensa
das encostas por cultivos, as chuvas intensas de novembro de 2008 (1005 mm de chuva em
um mês) desencadearam desastre ambiental que provocou escorregamentos de encostas
com perdas de vidas humanas, animais, agricultura e pecuária, e muitas vezes a perda de
residências, indústrias e rodovias. Em muitas propriedades o solo foi revolvido, não se
prestando mais para a agricultura e pecuária, devido ao volume de sedimentos depositados
oriundos das encostas.
O levantamento das percepções dos estudantes frente à biodiversidade da Mata
Atlântica foi efetuado na Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, uma
escola pública, no interior de Luiz Alves, Santa Catarina, Brasil. Essa escola possui em seu
quadro de funcionários: 16 professores sendo que 10 são efetivos e seis são admitidos em
caráter temporário (ACT), todos formados na área em que atuam; um assistente de
educação; um assistente técnico pedagógico; uma diretora; uma orientadora educacional;
duas cozinheiras e duas serventes de limpeza. A escola conta com 301 estudantes, 216
atuando no nível fundamental, 100 do gênero feminino e 116 do gênero masculino, com
faixa etária de 06 a 14 anos e 85 no ensino médio, desses 41 femininos e 44 masculinos,
com faixa etária de 15 a 17 anos. Em geral, os estudantes são oriundos de famílias com
baixo poder aquisitivo, sendo a maioria filhos de empregados dos bananicultores.
16
A coleta de dados foi feita com questionários (apêndice 1) e utilização de figuras.
Sendo que as coletas de dados foram efetuadas nas salas de aulas das respectivas séries. As
análises dos conteúdos sobre Mata Atlântica e biodiversidade serão feitas individualmente,
sendo que esses dados sofreram uma analise quantificativa.
Para verificarmos as possíveis diferenças entre gênero e idade, utilizamos o teste do
qui-quadrado (x²), método bastante utilizado para duas ou mais séries. É um teste de
hipóteses que se destina a encontrar um valor da dispersão para duas variáveis nominais,
avaliando a associação existente entre variáveis qualitativas (dados do tipo categórico). O
princípio básico deste método é comparar proporções, isto é, as possíveis divergências entre
as freqüências observadas e esperadas para certo evento. Evidentemente, pode-se dizer que
dois grupos se comportam de forma semelhante se as diferenças entre as freqüências
observadas e as esperadas em cada categoria forem muito pequenas, próximas a zero
(BEIGUELMAN, 1996). O cálculo pela seguinte fórmula:
X² = Σ (Ο − Ε)2
Ε
O = Freqüência observada
E = Freqüência esperada
Precisamos observar que (O-E) é a diferença entre a freqüência observada e a
esperada, que deverá ser calculada para cada célula da tabela. Quando as freqüências
observadas são muito próximas às esperadas, o valor (O-E) é pequeno; no entanto, quando
as discrepâncias são grandes, (O-E) passa a ser grande e, conseqüentemente, o X² assume
valores altos (MORCILLO, 2006).
17
3. RESULTADOS
A avaliação das representações da biodiversidade da Mata Atlântica pelos alunos da
5° e 6° séries do ensino fundamental, da Escola de Educação Básica Governador Irineu
Bornhausen, localidade de rio do Peixe, em Luiz Alves, SC, evidenciou parcial
conhecimento da biodiversidade local e regional.
3.1. Estimativas de abundância de seres vivos no Bioma Mata Atlântica
No questionário os estudantes tiveram que marcar a abundância de plantas, de
animais e dos microorganismos da região de Luiz Alves. Notamos que independente da
idade e dos gêneros, prevaleceu muitas espécies, tanto de plantas, como animais e
microorganismo. Mais de 70% dos estudantes responderam que existem “muitas” plantas
Quanto a espécies de animais citadas pelos estudantes, observamos que 48% responderam
que há muitos e 62% das crianças responderam que há muitos microorganismos na região
de Luiz Alves.
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muito
pouco
umamuit
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pouco
uma
plantas animais microorganism os
porc
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5 série
6 série
Figura.1. Representação de quantidade de plantas, animais e microorganismos da região de Luiz Alves segundo o gênero dos estudantes da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura.2. Estimativa da abundância de plantas, animais e microorganismos da região de Luiz Alves segundo a série dos estudantes da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
18
Quanto à representação da quantidade de plantas, animais e microorganismos
efetuados pelos estudantes, os do gênero feminino não diferiram significativamente dos do
masculino: para plantas (x2= 0,48, p= 0,78 gl.= 2); para os animais (x2= 3,21, p=0,20 e gl. =
2) e microorganismos (x2 = 6,59, p= 0,83, gl. = 2), Fig. 5.1.1. A representação quanto à
quantidade também não teve diferença significativa para os três grupos de organismos: para
plantas (x² =2,54, p=0,28, gl.= 2); para os animais (x² = 2,59, p= 0,27, gl. = 2) e para os
microorganismos (x² = 1,65, p= 0,43, gl. =2), Fig. 5.1.2.
3.2. Biodiversidade de Plantas
Os estudantes em geral fazem citações de espécies pelo nome popular e no
momento de efetuar o rol, tem em mente determinada espécie. No entanto, quando vamos
sistematizar os dados percebe-se que o que foi chamado de eucalipto, por exemplo, por um
aluno (se mostrada uma foto da espécie), seria diferente de outro aluno. Isso ocorre porque
há uma grande biodiversidade específica de plantas e os nomes populares não são
suficientes para expressar esta variabilidade. No agrupamento das citações essa dificuldade
é percebida, tanto que fica difícil dar os nomes científicos correspondentes, portanto
preferiu-se utilizar o táxon que melhor agrupava a citação (Tab. 3.2.1).
A maioria dos estudantes não apresenta dificuldade para citar nomes de plantas
nativas ou cultivadas, tanto que foram 125 espécies citadas, com um total de 229 citações,
Tab. 1. É citada em maior quantidade as plantas exóticas (não nativas do Brasil,
introduzidas no país pelos humanos) que nativas (do Brasil). A planta mais freqüente foi o
eucalipto (56%), seguido pela bananeira (32%), laranjeira (28%) e pinus (26%). O grupo de
plantas com uso alimentar foi aquele com maior número de espécies citadas (89%), e
dessas a maior parte foram plantas exóticas (98%).
Deve-se considerar que muitas espécies de plantas podem ser agrupadas sob uma
denominação popular, por exemplo: rosa e orquídea. Se considerarmos as plantas
ornamentais como um grupo à parte a rosa e a orquídea foram as mais citadas. Das espécies
madeireiras arbóreas as mais citadas foram: eucalipto (Eucalyptus spp.), pinus (Pinus
elliottii) e as espécies amazônicas: castanheira (Bertholetia excelsa) e seringueira (Hevea
19
brasiliensis). Com utilidade alimentícia foram: a banana (Musa paradisiaca) e a palmeira-
real (Archontophoenix alexandrae ou A. cunninghamiana).
Tabela 1. Representações da biodiversidade de espécies de plantas da Mata Atlântica efetuada pelos estudantes de 5° e 6° séries do ensino fundamental, da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, localidade de rio do Peixe, em Luiz Alves, SC. Obs.: Somente foram listadas aquelas com freqüência de duas citações ou mais.
Nome popular Táxon Família Nativos Abacateiro Persea americana Lauraceae Não Ameixeira Eryobotrya japonica Rosaceae Não Bambu Bambusa vulgaris Poaceae Não Banana Musa paradisiaca Musaceae Não Bromélia Bromeliaceae Sim Cacto Cactaceae Não Castanheira Bertholletia excelsa Lecythidaceae Sim Cedro Cedrela fissilis Meliaceae Sim Coqueiro Syagrus romanzoffiana Arecaceae Sim Eucalipto Eucalyptus spp. Myrtaceae Não Goiabeira Psidium guajava Myrtaceae Sim Jabuticabeira Plinia trunciflora Myrtaceae Sim Jacatirão Miconia cinnamomifolia Melastomataceae Sim Laranjeira Citrus sinensis Rutaceae Não Limoeiro Citrus limon Rutaceae Não
Macieira Malus domestica Rosaceae Não Mangueira Mangifera indica Anacardiaceae Não Margarida Chrysanthemum leucanthemum Asteraceae Não Orquídea Orchidaceae Sim Palmeira Archontophoenix alexandrae
ou A. cunninghamiana
Arecaceae Não
Palmito Euterpe edulis Arecaceae Sim Pau-brasil Caesalpinia echinata Fabaceae Sim Pinos Pinus elliottii Pinaceae Não Roseira Rosa spp. Rosaceae Não Samambaia Divisão
Pterophyta Sim e Não
Seringueira Hevea brasiliensis Euphorbiaceae Sim Tangerina Citrus reticulata Rutaceae Não
20
Não existe diferença significativa segundo o gênero (x² = 3,71, p = 0,59, gl. = 5) e a
série (x² = 0,14, p = 0,99, gl. = 4) dos entrevistados quanto às representações da flora.
Sendo que nos exemplos mencionados, o eucalipto foi o mais citado, Figs. 3. e 4.
3.3. Biodiversidade Específica de Animais
Os estudantes em geral fazem citações de espécies pelo nome popular e no
momento de efetuar o rol, tem em mente determinada espécie. No entanto, quando vamos
sistematizar os dados percebe-se que o que foi chamado de cobra por um aluno (se
mostrada uma foto da espécie), seria diferente de outro aluno. Isso ocorre porque há uma
grande biodiversidade específica de cobras e os nomes populares não são suficientes para
expressar esta variabilidade de espécies. No agrupamento das citações essa dificuldade é
percebida, tanto que fica difícil dar os nomes científicos correspondentes, portanto, da
mesma forma que no caso anterior, preferiu-se utilizar o táxon que melhor agrupava a
citação (Tab. 1).
Os alunos tiveram maior facilidade para citar o nome de animais nativos resultando
em 250 citações (Tabelas 1), dessas, apenas dois referem-se aos animais exóticos (leão e
elefante). Quanto à classificação zoológica os mais citados foram os mamíferos, seguidos
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euca
lyptu
s
bana
naro
sapin
us
palm
eira
laranja
sam
amba
ia
orqu
ídea
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masculino
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Figura 3. Principais plantas representadas pelos estudantes (%) da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura 4. Principais plantas representadas pelos estudantes da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC, segregados por gênero (masculino e feminino) em percentual (%).
21
pelas aves, répteis, anfíbios e finalmente os insetos (Fig. 3. e 4). Os estudantes não diferem
significativamente quanto às espécies de animais citados em relação ao seu gênero (x²=0,
05, p= 0, 99, gl= 6) e quanto à série (x²= 0,89, p=0,97, g.l =5).
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tatu
capiv
ara
gamba
mac
aco
paca
lagarto
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asa
po
tuca
noar
ara
onça
porc
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masculino
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Figura 5. Representação dos animais mais citados pelos estudantes (%) da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura 6. Representação dos animais segundo o gênero dos estudantes da quinta e sexta série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC
Tabela 2. Representações da biodiversidade de espécies de animais da Mata Atlântica efetuada por estudantes de 5° e 6° séries do ensino fundamental, da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, localidade de rio do Peixe, Luiz Alves, SC. Obs.: Somente os taxa com freqüência superior a duas citações estão listadas.
Nome popular Táxon Família Nativos Arara Ara sp. Psittacidae Sim Cachorro do mato Cerdocyon thous Canidae Sim Canarinho Sicalis flaveola Fringillidae Sim Capivara Hydrochoerus hydrochaeris Hydrochaeridae Sim Cobra Sub-ord. Serpentes Sim Cutia Dasyprocta azarae Dasyproctidae Sim Elefante Loxodonta africana Elephantidae Não Gambá Didelphis spp. Didelphidae Sim Gato do mato Leopardus sp. Felidae Sim Gavião Fam. Accipitridae Accipitridae Sim Jaguatirica Leopardus pardalis Felidae Sim Lagarto Ord. Squamata Sim Leão Panthera leo Felidae Não Macaco Cebus nigritus Cercopithecidae Sim Onça Panthera onca Felidae Sim Ouriço Sphiggurus villosus Erethizontidae Sim
22
Paca Cuniculus paca Dasyproctidae Sim Papagaio Amazona sp. Psittacidae Sim Periquito Brotogeris tirica Psittacidae Sim Sabiá Turdus sp. Muscicapidae Sim Sapo Rhinella sp. Bufonidae Sim Saracura Aramides sp. Rallidae Sim Tatu Dasypus sp. Dasypodidae Sim Tico-tico Zonotrichia capensis Emberizidae Sim Tucano Ramphastos vitellinus Ramphastidae Sim Urubu Coragyps atratus Cathartidae Sim
3.4. Biodiversidade de Microorganismos
Os estudantes da 5° e 6° série da escola de Educação Básica Governador Irineu
Bornhausen (36% estudantes), tiveram grandes dificuldades em responder a questão sobre a
biodiversidade especifica de microorganismos. Os microorganismos mais citados foram os
fungos, incluindo os cogumelos com 64%, bactérias com 40% e micróbios com 18%, das
citações, Figs. 7 e 8. Também houve estudantes que deram respostas equivocadas incluindo
as pulgas, formigas e genericamente os bichinhos como microorganismos, devido ao seu
pequeno tamanho.
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bact
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os
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cogu
melo
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Figura 7. Representação de microorganismos pelos estudantes (%) segregados segundo série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura 8. Representação de microorganismos pelos estudantes (%) segregados segundo o gênero dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
23
Não houve diferença significativa na representação da biodiversidade dos
microorganismos quanto à série (x² = 0,42; p= 0,98, gl.=4) e ao gênero (x² =10,09, p=0,38,
gl = 4) Figs. 7 e 8.
3.5. Ecossistema da Mata Atlântica
Aos estudantes foi apresentada fotografia de uma floresta existente na comunidade
de Laranjeiras (Fig. 9), Luiz Alves, lugar conhecido pelos mesmos e em seguida
questionados: esta floresta está presente em Luiz Alves? Qual o nome dela?
fonte: Márcia Moser, 2008
Figura 9. Floresta pertencente ao Bioma Mata Atlântica existente na localidade de
Laranjeiras, Luiz Alves, Santa Catarina.
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está ñ está ñ responderam
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Figura 10. Reconhecimento da ocorrência da floresta encontrada na localidade de Laranjeiras, Luiz Alves, segundo a série dos alunos do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura 11. Reconhecimento da ocorrência da floresta encontrada na localidade de Laranjeiras, Luiz Alves, segundo o gênero dos alunos do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
24
Os testes mostraram não serem significativas as diferenças nas respostas entre os
alunos de séries diferentes (x² = 1,67, p = 0,43, gl.=2) e fig. 3.5.2. Em relação ao gênero
(x²=6,59, p=0,03, gl.=2) essa diferença foi significativa, Fig 3.5.3.
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M. Atlântica ñ sabem Amazônia
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M. Atlântica ñ sabe Amazôniapo
rcen
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Figura 12. Identificação da floresta encontrada em Laranjeiras, Luiz Alves segundo a série dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura 13. Identificação da floresta encontrada em Laranjeiras, Luiz Alves, segundo o gênero dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Os testes mostraram diferenças significativas nas respostas em relação à série dos
estudantes (x² = 14,91, p = 0,0005, gl.=2), Fig 12, no entanto sem diferenças significativas
entre as respostas segundo o gênero (x² = 2,50, p = 0,47 gl=3), Fig 13.
3.6. Preferências por Ecossistemas
Utilizou-se várias imagens de regiões fitoecológicas alheias e à Mata Atlântica, para
que os entrevistados escolhessem as que pertenciam à mesma, classificamos as respostas da
seguinte maneira: quando os estudantes reconheceram todas as três imagens, apresentando
ecossistemas alheios à Mata Atlântica a resposta foi considerada correta, quando
reconheceram menos de três foi considerada parcialmente correta e quando não
reconheceram nenhuma foto como alheio foi considerada incorreta.
25
Figura 14. Imagens de regiões fitoecológicas e formações associadas ao bioma Mata
Atlântico (fotos 2, 4, 6) e outros ecossistemas alheios a esta (fotos 1, 3, 5), apresentadas aos
estudantes da quinta e sexta séries do ensino fundamental da Escola de Educação Básica
Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
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parcial total nenhuma
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masculino
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Figura 15. Reconhecimento de ecossistemas alheios a Mata Atlântica segundo a série dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura 16. Reconhecimento de ecossistemas alheios a Mata Atlântica segundo ao gênero dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Os testes mostraram não ser significativa a diferença de respostas segundo a série
dos entrevistados (x²=1,24, p=0,53, gl=1) e ao gênero (x²=2,48, p= 0,28, gl= 2).
A maioria conseguiu identificar os biomas que não fazem parte da Mata Atlântica,
com um total de 8% de respostas corretas e 90% de respostas parcialmente corretas.
Os estudantes da 5a série foram os que mais optaram pela Figura 14 – 2, relativa ao
Parque Nacional da Serra do Itajaí e Fig. 14 - 6 mostrando a Floresta Ombrófila Densa,
1 2 3
4 5 6
: http://www.brasilescola.com/imagens/caatin4.jpg
Fonte: Márcia Moser, 2008
www.ra-bugio.org.br/mataatlantica_03.php
FONTE:www.photosonline.com/deserto.jp
FONTE: www.panoramio.com/photo/1546233,
FONTE: http://br.geocities.com/drverrone/alpes2.jpg
26
encontrada em Luiz Alves como não sendo Mata Atlântica. E as mais citadas por todos os
estudantes foram as figuras 14-1 - Alpes, 3.6.1-3 - deserto e 14 -5 – caatinga.
Constatou-se que a maior parte dos alunos considera a Floresta Ombrófila Mista
(Fig. 14- 4) ou com araucária como pertencente ao Bioma Mata Atlântica, como o é de fato.
3.7-Preferência por paisagens
Neste teste foram utilizadas as mesmas imagens da questão anterior Fig. 3.6.1, no
qual obtivemos as seguintes preferências e justificativas para tal:
1) Montanhas com geleiras, Alpes (foto 1) - sendo esta a mais votada, os motivos
da escolha foram principalmente valores estéticos: beleza da paisagem transparece uma
tranqüilidade, aparência de água limpa, com neve, sem poluição.
2) Floresta Ombrófila Densa, Parque Nacional Serra do Itajaí, SC (foto - 2) -
motivos para esta escolha foram a presença de muita árvores que produzem oxigênio e,
conseqüentemente, por ter muitos frutos e por abrigar muitos animais, sendo portanto a que
possui mais vida, representando valores utilitaristas e estéticos.
3) Floresta Ombrófila Mista (foto - 4) - motivos que levaram a escolha dela foram
valores estéticos alegando presença de araucárias.
4) Deserto (foto - 3) - as escolhas foram de ordem estética e principalmente
utilitarista (recreativa): muita areia para brincar, andar, escorregar.
5) Floresta Ombrófila Densa, encontrada em Luiz Alves (foto - 6) sendo que os
valores estéticos e afetivos os mais relevantes para a escolha, além de possuir muitas
árvores da Mata Atlântica e estar perto de nós.
A foto 5, que representava a caatinga, não foi escolhida.
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Figura 17. Preferência por ecossistemas segundo a série dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura 18. Preferência por ecossistemas segundo gênero dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Os testes estatísticos demonstram não haver diferença significativa nas preferências
de ecossistemas em relação à série (x² = 3,21, p=0,52, gl=4) e ao gênero (x² = 4,33, p=0,36,
gl= 4).
3.8-Preferência pela fauna ou flora da Mata Atlântica
As crianças preferem os animais da Mata Atlântica, sendo citados em 62% das
respostas, seguido pelas plantas em 26% e de ambos 12%.
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animais plantas ambos
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animais plantas ambos
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Figura 19. Preferência dos entrevistados por planta ou animal ou ambos da Mata Atlântica, segundo a série do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura 20. Preferência dos entrevistados por planta, animal ou ambos da Mata Atlântica, segundo o gênero do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
A preferência difere entre as séries (x² = 7,84, p=0,01, gl= 2) e entre os gêneros (x²=
7,03, p= 0,02, gl=2) dos alunos.
3.9-Planta preferida
Pedimos para as crianças nomearem a sua planta preferida e explicar por que desta
escolha. Dos estudantes 14%, não souberam dizer qual a planta preferida. Abaixo às três
plantas mais citada na ordem decrescente e com suas respectivas justificativas.
1) eucalipto (Eucalyptus spp.) – a escolha destas árvores justificou-se pela
importância para as construções, as folhas tem cheiro bom e é uma planta muito importante
para o comércio do município, por ser uma planta madeireira, ou seja, com valor utilitarista.
28
2) banana (Musa paradisiaca) - o porquê desta escolha foi pelo fato da bananeira
dar o fruto que é um alimento para os humanos e para os animais, é uma planta muito
importante para a economia do município, ou seja, tem um valor utilitarista.
3) samambaias – a escolha dessas plantas como preferidas deveu-se ao fato de ser
um grupo de plantas muito bonitas e ter várias espécies diferentes (valor estético).
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masculino
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Figura 21. Planta preferida segundo a série dos entrevistados do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura 22. Planta preferida segundo o gênero dos entrevistados do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
O teste do qui-quadrado evidenciou ser significativa a diferença de representação da
planta preferida, segundo a série (x²= 6,75, p=0,08, gl=3), mas, não quanto ao gênero dos
entrevistados (x²= 0,74, p=0,86, gl=3).
5.10-Animais preferidos
os estudantes nomearam seu animal preferido encontrado na Mata Atlântica ou
silvestre. Enfatizamos para não citarem os animais domésticos. O animal mais citado foi o
tucano e a arara, seguido pela onça e tatu. Também foram citados outros animais, em menor
porcentagem como: cobra (Sub-ord. Serpentes), jaguatirica (Felis pardalis), gato-do-mato
(Leopardus tigrinus), cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), arara (Ara sp.), tatu (Dasypus
sp.), paca (Agouti paca), entre outros. Dos animais citados, 90% são nativos. Citaram o leão
(Panthera leo), mas esse é exótico ao Brasil.
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no tatu
arar
a
ñ re
spon
dera
mon
ça
porc
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gem
masculino
feminino
Figura 23. Animal preferido segundo a série dos entrevistados, do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura 24. Animal preferido segundo o gênero dos entrevistados, do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Os testes do qui-quadrado mostraram que as diferenças de preferências foram
significativas entre as séries dos (x²=8,14, p=0,08, gl=4) mas não em relação ao gênero
(x²=1,82, p=0,76, gl=4).
3.11. Efeito do cultivo de bananeiras sobre a Mata Atlântica
Pedimos para que os estudantes comentassem sobre os efeitos do cultivo de banana
sobre a Mata Atlântica. Do total de respostas, 56% afirmam que o cultivo de banana ajuda
a Mata Atlântica, 44% afirmam que prejudica e 6% não souberam responder. Os estudantes
que afirmaram que esse cultivo beneficia a Mata Atlântica justificaram dizendo que ‘a
bananeira é uma árvore, então produz oxigênio’; ‘produz alimento saudável para os
humanos e para os animais das florestas’, ‘onde tem bananal evita-se a construção de
casas’. No entanto, os que afirmaram que esse cultivo prejudica, justificaram suas respostas
afirmando que ‘com este cultivo ocorre muito desmatamento e erosão’, ‘prejudicam a
respiração e poluem os rios por causa dos venenos utilizados nas plantações’.
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Figura 25. Reconhecimento do que a plantação de banana faz com a Mata Atlântica segundo a série dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Figura 26. Reconhecimento do que a plantação de banana faz com a Mata Atlântica, dos estudantes do ensino fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC, segundo o gênero.
Não foram constatadas diferenças significativas entre as opiniões sobre o efeito do
cultivo de banana sobre a Mata Atlântica, entre as séries (x²= 0,87, p=0,64, gl=2, como
entre os gêneros (x²=1,90, p= 0,38, gl=2).
3.12- Agricultura altera a Mata Atlântica
Nesta questão, 96% das respostas, citaram atitudes dos agricultores que agridem a
Mata Atlântica, sendo que 4% afirmam que não agridem. Os que afirmam que eles agridem
justificam os desmatamentos e as queimadas para fazer plantações ou pastagens, bem como
a caça, a utilização de venenos nas plantações que polui o ar, o solo e os rios, reduzem a
floresta ou a qualidade do ambiente.
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Figura 27. Reconhecimento pelos estudantes do ensino Figura 28. Reconhecimento pelos estudantes do ensino
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fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC, das atitudes dos agricultores agressivas ou não à Mata Atlântica segundo a série.
fundamental da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC, das atitudes dos agricultores agressivas ou não à Mata Atlântica segundo o gênero.
Não foi verificada diferença entre séries (x²=7,34, p=0,11, gl=4) e entre gêneros
(x²=1039, p=0,84, gl=4) referente citações das atitudes dos agricultores contra a Mata
Atlântica. Dentre as agressões foram citadas com destaque o desmatamento e a utilização
de agrotóxicos nas plantações, de modo semelhante entre os gêneros e séries.
4. Discussão
Independente da série e do gênero, todos reconhecem que há muitas espécies de
plantas, de animais e microorganismos. Os estudantes não tiveram dificuldades em citar
plantas que conhecem. As angiospermas foram as mais citadas pelo fato de possuir flores e
frutos o que as torna atrativas para os estudantes. No entanto, as mais citadas foram as
exóticas com potencial alimentar e comercial como a banana, base da economia de Luiz
Alves e porque muitos deles são filhos de bananicultores, ou seus pais trabalham para estes.
As espécies, com potencial madeireiro mais citadas foram: o eucalipto e o pinus,
que também são árvores muito cultivadas no município, que são vendidas para a indústria
madeireira ou são utilizadas em construções na propriedade. Verifica-se que as espécies
nativas de importância madeireira pouco foram citadas, isso pode estar relacionado aos
impedimentos legais de sua exploração, desde 1992, com o decreto 750, ou ainda porque
estão em quantidade exígua nas propriedades, devido ao histórico processo de exploração
que as florestas do município estiveram submetidas, ou ainda porque como a cobertura
florestal prevalecente no município é secundária, não há muitas espécies de valor
econômico, ou porque parte das propriedades não possui mais cobertura florestal mínima
(reserva legal de 20% acrescidas das áreas de proteção permanente).
Foram citadas também plantas nativas, mas em menor quantidade, entre elas o
cedro (utilidade madeireira), o palmiteiro mostrando que há parcial conhecimento popular
sobre as árvores nativas da Mata Atlântica. Mas se considerarmos que em um hectare de
Mata Atlântica no vale do Itajaí podemos ter cerca de 100 espécies de árvores por hectare
32
segundo Sevegnani ( 2002), há um conhecimento parcialmente pobre em realação as
plantas nativas da região.
Os estudantes citaram plantas que consideram nativas como a goiabeira (utilidade
como fruta), palmeira-real (cultivada para produção do palmito), mas de fato essas são
exóticas ao Brasil.
O gênero e série não influenciaram nas citações, no entanto, todos listaram maior
quantidade plantas exóticas de potencial alimentar, madeireiro e ornamental, do que as
nativas. Nota-se, nesse caso, extrema valorização econômica (valor utilitarista) ou
ornamental (valor estético) da biodiversidade. Essa valorização leva à redução dos
ecossistemas naturais ou sua simplificação.
Em relação aos animais os mamíferos foram os mais citados, com mais de 50% das
respostas. Os animais mais citados por ordem decrescente foram: tatu, capivara, gambá e
cobra, outros animais receberam baixa freqüência de citação. Não houve diferença
significativa quanto à estimativa de abundancias dos animais, em relação às citações entre
os gêneros, nem no número médio de animais citados, sendo que todos tiveram um alto
índice de citação de animais nativos.
Os estudantes masculinos citaram mais freqüentemente as aves. Podemos assim
dizer que eles se interessam mais por estes animais, e isso pode estar relacionado ao fato
dos garotos os caçarem, ou os têm como animais de estimação em gaiolas ou viveiros.
Deve-se ressaltar que a caça é proibida no Brasil desde 1967, com o código de caça, no
entanto essa prática ilegal, ainda existe neste município, e as ações de educação ambiental
feita pelas escolas ou pela mídia ainda não são eficazes para minimizar esta prática
criminosa.
Em relação aos microorganismos os estudantes afirmam haver muitas espécies, no
entanto quando vão citá-las o fazem por meio do uso de plurais como por exemplo
cogumelos, nesse caso podendo representar centenas de espécies, ou ainda bactérias
(milhares delas). Como para diferenciar os microorganismos é necessário equipamentos de
precisão, tais como microscópios, esses não disponíveis na escolas , em geral, e muitos
menos nas residências. Segundo Schwarz (2007) os estudantes conseguem perceber os
efeitos dos microorganismos, como o apodrecimento da matéria orgânica, as doenças em
33
plantas e animais que provocam, mas é pouco acessível ao público sua visualização e
observação particularizada.
Embora os estudantes vivam no âmbito da Mata Atlântica e visualizem todos os
dias a floresta, foram muito poucos que souberam nomeá-la, como Mata Atlântica, sendo
que a maioria não sabia o seu nome ou a identificaram como Floresta Amazônica.
Atualmente, a maioria dos professores usam o livro didático em suas aulas, o que mostra
muitos tipos de paisagem, e talvez se esqueçam de trabalhar e mostrar as paisagens locais,
por isso, os estudantes reconhecem o local da floresta, mas não conseguem identificá-la
corretamente. Muitos se confundem afirmando que a Mata Atlântica e a Floresta
Amazônica são as mesmas. Constata-se também que todo o trabalho da mídia e das
escolas referente ao bioma Mata Atlântica não é suficiente para criar conceitos claros de
florestas e permitir sua identificação por estudantes que residem e têm suas famílias
trabalhando no âmbito do bioma. Isso evidencia a necessidade de um trabalho forte por
parte dos professores, especialmente o de Ciência, no esclarecimento, motivação para
criação de valores conservacionistas nos seus alunos, visando propiciar competências para
entender, respeitar os ecossistemas e utilizar criteriosamente os recursos da Mata Atlântica.
No reconhecimento das regiões que não pertenciam a Mata Atlântica, foram poucos
os entrevistados que conseguiram identificar as regiões, sendo que, alguns, afirmaram que
os ecossistemas do Parque Nacional da Serra do Itajaí e a floresta que cobre Luiz Alves não
pertenciam à Mata Atlântica. Os entrevistados identificam a Mata Atlântica como sendo
uma floresta cheia de árvores. A maior parte dos estudantes avaliados identificou a Floresta
Ombrófila Mista como não pertencendo ao Bioma Mata Atlântica, apesar de ser uma de
suas regiões fitoecológicas.
Das imagens apresentadas aos estudantes, a preferida foi a dos Alpes, ou seja, um
ecossistema alheio à Mata Atlântica. Podemos assim suscitar que a maioria não conhece
pessoalmente este ambiente, mas escolheram pelo fato de ser exótico e belo e têm
curiosidade em conhecê-lo, ou seja, apresentam valores estéticos. As informações sobre
esse ecossistema alpino podem ter chegado aos estudantes através da educação formal,
informal ou não formal. Esta escolha pode ter sido pelo fato de ser diferente dos
ecossistemas regionais, ou porque muitos dos avaliados vivam em ambiente degradado e
com poluição nos rios.
34
Foram poucos os entrevistados que escolheram o bioma Mata Atlântica, alegando a
presença de muitas árvores que produzem oxigênio e, consequentemente, há muitos frutos e
animais, representando assim a vida (valores naturalistas e utilitaristas).
Em relação à preferência, pela a fauna e a flora da Mata Atlântica, a maioria cita os
animais como os preferidos, podendo ser explicada pelo fato dos estudantes, desde
pequenos terem mais interação com animais do que com as plantas. Quando a criança é
pequena, ganha de presente animaizinhos em pelúcia e não flores ou outras plantas
fabricadas com o mesmo material (SCHWARZ, 2007). A mobilidade e interação que um
animal apresenta torna-se um grande atrativo para as crianças.
Quando questionamos quais plantas elas preferiam, as mais citadas foram plantas
exóticas, de importância madeireira, frutífera e por fim, ornamental, como a samambaia.
Pode-se pressupor que a razão encontra-se no fato, de serem plantas de grande valor
econômico no município, sendo encontradas em grandes plantações, por isso popularmente
conhecida, como as bananeiras e os eucaliptos. Já a nativa de utilidade ornamental deve-se
pelo fato da maioria ter esta planta cultivada nas casas, como decoração. Diferenciando
aqui dos resultados obtidos por Schwarz (2007), com as crianças da área urbana, em
Joinville, em cujo estudo foram citadas em maior quantidade as plantas exóticas
ornamentais, que apresentavam flores de cores e beleza muito atrativas. Na zona rural, as
questões econômicas têm grande peso no dia a dia das famílias. Isso nos traz consequências
para se pensar em um trabalho de educação ambiental na perspectiva sócio-ambinetal.
Como houve restrição à citação de animais domésticos, por parte do questionador,
os estudantes selecionaram seus animais nativos preferidos. Os de maior preferência pelos
meninos foram os mamíferos: onça e o tatu e entre as meninas o tucano e a arara. O leão e o
elefante foram citados, apesar da solicitação expressa de não fazê-lo. Contrapondo com os
resultados obtidos por Schwars (2007), no qual em sua pesquisa os entrevistados citaram
um único animal nativo que foi a onça, pois todas as outras citações foram de animais
exóticos.
A banana é um dos principais cultivos de Luiz Alves e muito importante para a
economia municipal e estadual, por isso abrange grandes extensões na base e na meia
encosta dos morros do município. Diante dessa importância e extensão, solicitou-se aos
estudantes comentário sobre os impactos do cultivo de banana sobre a Mata Atlântica.
35
Através das respostas percebeu-se que a maioria dos mesmos afirma que esta cultura ajuda
a Mata Atlântica, somente uma pequena parcela deles percebe o mal que ela causa à Mata
Atlântica. Esta baixa percepção do problema pode estar relacionada a idade dos estudantes,
10 a 12 anos, ou mesmo a falta de discussão dessa problemática em sala de aula, ou mesmo
na comunidade.
Como a cultura da banana é responsável pela subsistência de muitas famílias, os
estudantes a percebem como uma boa cultura e, por conseqüência, deve ser boa para a
Mata Atlântica. Entretanto, a maioria dos estudantes afirma que as ações dos agricultores,
como o desmatamento, a utilização de agrotóxicos, as queimadas para novas plantações,
agridem a Mata Atlântica. Percebendo assim, que outros cultivos agrícolas são prejudiciais
à floresta.
Por todo este trabalho pudemos constatar que a escola poderia influenciar mais nos
conhecimentos dos alunos sobre sua realidade local, como seus problemas e belezas. Os
conteúdos relativos às plantas e aos animais tratados na quinta e sexta série poderia estar
contextualizado com a realidade da vida dos estudantes, especialmente os da zona rural.
5. Conclusão
Embasados nos resultados podemos concluir que apesar dos estudantes viverem em
meio a Mata Atlântica, terem contato com ela, tem pouco conhecimento e valorização.
Os seus conhecimentos vêm da comunidade, do dia a dia em suas casas.
Embora reconheça que há muita riqueza nas matas do município, sentem grande
dificuldade em identificá-la com profundidade, com um conhecimento mais pobre em
relação aos microorganismos. Em relação às plantas, nota-se um conhecimento totalmente
popular, de plantas exóticas, e pouco conhecimento de plantas nativas. Através desta
pesquisa explica-se este conhecimento pelo fato de citarem plantas popularmente
conhecidas, por fazer parte do comercio do município. Os animais também se percebem o
conhecimento popular, pois citam nativos que são muito procurados para caça, tanto aves
como para os mamíferos.
As preferências do estudantes por ecossistemas, está relacionada com valores
estéticos e utilitaristas, não havendo diferença ente série e gênero. Verificou-se que a
36
identificação dos ecossistemas, da sua biodiversidade e os valores, tem mais a influência
da família do que da escola.
Constatou-se que os mesmos têm consciência de que há muitas atividades agrícolas
que prejudicam a Mata Atlântica, mas não percebem a cultura de banana com uma delas.
Afirma-se que mesmo sendo estudantes de escola de área rural, e estarem em
contato direto com a Mata Atlântica, não possuem um conhecimento amplo do que as
rodeiam. Muitas vezes, por falta de ser trabalhada nas escolas a realidade circundante.
Sendo assim, a escola pode utilizar mais o bioma rico em biodiversidade, que está ao seu
redor, para estimular os alunos em seu processo de aprendizagem.
Podendo também a escola utilizar os conhecimentos e a realidade rural dos alunos,
fazendo-os valorizar os conhecimentos que adquirem no dia a dia em suas lidas domésticas
e agriculturais.
Aulas ministradas entre quatro paredes, baseadas em livro didático são pouco
eficazes para conhecer a realidade dos ecossistemas que rodeiam a escola. A escola muita
vezes esquece que a floresta, os jardins, os quintais, as áreas agrícolas são locais ricos em
informações, os quais devem ser aproveitados no processo de ensino-aprendizagem.
Para que as crianças, os jovens e até os adultos, comecem a proteger Mata Atlântica
é preciso que eles conheçam o que ela é, o que ela tem e qual sua importância, para
humanidade e para a vida, pois só se protege o que se conhece.
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4.Anexos
4.1 Apêndice. I. Questionário da pesquisa, que foi entregue parta os alunos e respondidos
pelos mesmos.
Universidade Regional de Blumenau Curso de Ciências Biológicas
Acadêmica: Márcia Moser
Pesquisa sobre o conhecimento relacionado à Mata Atlântica, por parte dos estudantes das 5as. e 6as. séries da Escola de Educação Básica Governador Irineu Bornhausen, Luiz Alves, SC.
Questionário
1) Meu nome: _______________________________________________________________ Sou (...) um rapaz (...) uma garota Tenho_________anos. Estou na_______série. 2) Você observa as plantas quando vem de sua casa para a escola? Em sua opinião, Luiz Alves possui: (…) muitas espécies diferentes de plantas (…) não muitas espécies diferentes de plantas (…) poucas espécies diferentes de plantas (…) somente uma espécie de planta 3) Escreva o nome das plantas da Luiz Alves que você conhece: (Por exemplo: tipos de árvores, arbustos, ervas e flores). ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4) Quantos animais da floresta você sabe que existe na região de Luiz Alves? (...) muitas espécies de animais silvestres (...) não muitas espécies de animais silvestres (...) poucas espécies de animais silvestres
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(...) somente uma espécie de animal silvestre 5) Escreva o nome destes animais da floresta que você conhece ou sabe que existe na região de Luiz Alves (não citar animais domésticos como gato, cachorro, galinha, vaca). ______________________________________________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 6) O mundo em miniatura ou os microorganismos é um mundo desconhecido para nós, pois não podemos ver sem um microscópio. Mas ele existe e também faz parte dos seres vivos e está presente na Mata Atlântica. Em sua opinião, na região de Luiz Alves existe: (...) muitas espécies de microorganismos (...) não muitas espécies de microorganismos (...) poucas espécies de microorganismos (...) somente uma espécie de microorganismo 7) Você pode dar exemplos de microorganismos? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 8) A floresta desta foto está presente em Luiz Alves. Diga o nome desta floresta. (Anexo II). ______________________________________________________________________________________________________________________________ 9) Olhe bem todas as fotos do slides (ANEXOIII) . Algumas destas paisagens não fazem parte da Mata Atlântica. Cite as letras daquelas fotos que não pertencem à Mata Atlântica . As letras estão atrás das fotos. ______________________________________________________________________________________________________________________________ 10) Qual o nome da planta da floresta que você mais prefere? Diga por quê? ______________________________________________________________________________________________________________________________ 11) Qual é seu animal da floresta ou silvestre preferido? Diga por quê? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
41
12) Você prefere as plantas ou os animais da Mata Atlântica? Por quê? ____________________________________________________________________________________________________________________________ 13) Escolha a paisagem que mais lhe agrada e explique o por que de sua escolha. (Anexo IV) __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 14) Você acha que as plantações de banana ajudam ou prejudicam a preservar Mata Atlântica em Luiz Alves? Explique sua resposta dizendo como. _____________________________________________________________________________________________________________________________________________ 15) Quais atitudes dos agricultores prejudicam os animais e plantas das florestas de Luiz Alves? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4.2.Anexo II
FONTE: Márcia Moser-2008
42
4.3.Anexo III
4.4.Anexo IV
FONTE: Márcia Moser-2008
1 2 3
4 5 6
43
FONTE: http://br.geocities.com/drverrone/alpes2.jpg
FONTE: www.panoramio.com/photo/1546233, por Iumaã
44
FONTE:www.photosonline.com/deserto.jpg.
FONTE: www.ra-bugio.org.br/mataatlantica_03.php
45
FONTE: Márcia Moser-2008
FONTE: http://www.brasilescola.com/imagens/caatin4.jpg
46
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