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Psicologia social
Aula 4
Percepção social, atribuição causal e percepção de pessoas
2011_12
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Atribuição causal
• (ainda)APsicologiaingénuadeHeider• OmodelodeatribuiçãodeKelley
• OModelodasInferênciascorrespondentesdeJonese
Davis(1965)
• AcrisedosmísseisdeCuba• Oerrofundamentaldeatribuiçãocausal
• Discurfantasiassexuaiscomumestranho
• FundamentosideológicoseImplicaçõessociais
• AbuGhraib
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O Modelo de Kelley como saber se a nossa percepção do mundo social é válida?
• Kelley identifica três causas potenciais: Pessoa, entidade e situação,• Por sua vez definem três dimensões informativas:
consenso – o modo como os outras pessoas se comportam face à mesma entidade
distintividade - o modo como a entidade se comporta com diferentes pessoas
Consistência – o modo como a entidade se comporta face a mesma pessoa ao longodo tempo (diferentes situações)
• Aplica o principio da covariação: um efeito é atribuído aquela das suascausas possíveis com que covaria ao longo do tempo – Efeito presente qdo a causa está presente (suficiência) – Efeito ausente qdo a causa está ausente (necessidade)
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DISTINTIVIDADE CONSENSO CONSISTÊNCIA ATRIBUIÇÃO
ALTA ALTO ALTA
BAIXA BAIXO ALTA
BAIXA ALTO BAIXA
ENTIDADE
SITUAÇÃO
PESSOA
E quando a informação disponível é incompleta?os três tipos de padrões atribucionais funcionam como esquemas
causais (preconcepções sobre o modo como as causasinteragem na produção de certo efeito)
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O princípio do desconto
• Quando nos apercebemos da presença de múltiplascausas suficientes tendemos a atribuir menos o efeito daacção a cada uma destas potenciais causas emparticular
• Ou seja, uma causa tipicamente usada para explicar umaacção perde importância causal a partir do momento quenos apercebemos de outras potenciais causasfacilitativas da mesma acção
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O princípio do aumento
• Quando uma acção ocorre na presença de causasinibitórias (algo que constrange o comportamento)inferimos que a intenção subjacente à acção foisuficientemente forte para ultrapassar as causas
inibitórias (constrangimentos)• Ou seja, qdo uma acção ocorre na presença de
constrangimentos (custos, riscos) verifica-se um reforçoda atribuição da acção a aspectos pessoais do actor
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Teoria das inferências correspondentes Inferência de intenções (Jones e Davis, 1965)
Como percebemos aquilo que outra pessoa tenciona fazer?
(inferimos as intenções a partir dos efeitos do comportamento)
O que é que estas intenções nos dizem sobre a pessoa?
(dizem-nos quem ela “é”: disposições / traços de personalidade)
Inferências de traços a partir de intenções:
inferencias correspondentes
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Nº de efeitos
não comuns
Desejabilidade dos efeitos
Elevada baixa
Elevado
Ambiguidade
trivial
Ambiguidade Intrigante
baixo
Identificação de
intenção trivial
Inferência
correspondente
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Constrangimentos situacionais
• Claro que o que foi dito até agora só é válido se se assumir queo actor age livremente de acordo com a sua intenção
• Neste sentido quando o actor viola as normas sociais maisprovável é a ocorrência de inferências correspondentes
• Por outro lado, se a situação limita as opções de acção do actor não fazemos inferências correspondentes
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Jones e Harris (1967)
ORIENTAÇÃO DO DISCURSO
ESCOLHA Pró-Castro Anti-Castro
Escolha Livre 59.62 17.38
Escolha Forçada 44.10 22.87
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Enviesamentos correspondentes: triviais ou substantivos?
• Os sujeitos não perceberam que o actor tinha sido coagido• A tarefa (escrever ensaios) envolve argumentos fortes e pouco
usuais que revelam a verdadeira atitude do actor • Os participantes acham que os actores foram persuadidos pela
tarefa
• Os próprios participantes são persuadidos pela tarefa
• ...Ou, tendemos a negligenciar a situação social emque os comportamentos ocorrem e a atribui-los a
atributos pessoais dos actores
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O erro fundamental de Atribuição causal (Ross, 1977)
• A negligência dos factores situacionais é um axiomabásico da Psicologia Social:
– e.g., Influência Social (e.g., Milgram 1965, Asch, 1958)
“De facto, se o senso-comum fosse mais consciente doimpacto das influências situacionais no comportamento
a Psicologia Social seria menos importante ou pelo
menos uma disciplina muito diferente”
(Jones, 1993, p. 87)
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Explicações I
• Modelo dualista Gilbert, Pelham e Krull (1988)• A interpretação do comportamento social faz-se em duas fases
sequenciais (uma largamente automática outra controlada).
• O observador infere intenções com base no comportamento do actor e da situação (faz a atribuição).
• O observador realiza inferência de traço correspondentes (aocomportamento).
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Discutir fantasias sexuais com um estranho…
• Pts vêem videos (sem som) de mulheres que não se conheciam antes adiscutir vários tópicos
• Duas condições (tópicos relaxantes vs ansiogénicos) x 1 ou 2 tarefas(ver os vídeos; ver os vídeos e memorizar palavras)
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ResultadosAté que ponto se trata de uma pessoa ansiosa?
(escala de 13 pontos - valores + elevados correspondem a maior ansiedade
percebida)
Umatarefa Duastarefas
Condição temasrelaxantes
10.31 9.28
Condição temas
ansiogénicos
7.79 8.88
…aspalavrasparamemorizareramostemasde
discussãodecadavídeo!
Circunstancialismo:falhaemusarinformaçãoausente(maspossíveldeobter)ouinformação
directamentedisponível
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Componentes controlada e automática das
inferências de traçoIdentificação da acção(automática)
Inferência correspondente(automatica)
Ajustamento(motivação e capacidade)
(Gilbert, Pelham, & Krull, 1988;Quattrone, 1982)
Osenviesamentoscorrespondentes
resultamdeancorarmosaatribuiçãona
inferênciacorrespondenteedpsajustarmos
deformainsuficienteemfunçãoda
situação.
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Reversibilidade do enviesamento
• Num paradigma igual ao de Gilbert et al. (1988), Krull e Erikson (1995)pediram aos Ss. para avaliar a situação da pessoa (recebiam informaçãodisposicional)
• Desta vez os pts faziam inferências situacionais e só dps corrigiam emfunção da informação disposicional (traços dos actores)
• As inferências correspondentes podem não ser intrinsecamentedisposicionais: depois das inferências iniciais (situacionais oudisposicionais) serem realizadas, a correcção destas inferências envolverecursos cognitivos e motivação.
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Explicações II
• Modelo dualista Trope (1986)• A identificação do comportamento e a inferência de traço são
afectados pelos mesmos factores: – Comportamentos passados
– situação
• A Sofia está a roer as unhas – A Sofia costuma roer as unhas qdo está nervosa (comportamentos prévios)
– A Sofia vai arrancar um dente (situação)
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Modelodualistadeinferênciadetraço
(Trope,1986)
Comportamentos prévios
(roi as unhas qdo nervosa)
Situação actual:
(Dentista...)
Identificação da acção: Inferênciasdisposicionais:
Desconto(insuficiente)Assimilação
Extremo nervosismoA Sofia é uma
pessoa nervosa
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Idealismo
Ironicamente, em vez de nos proteger contra enviesamentoscorrespondentes, o reconhecimento das pressões situacionais podempromover estas inferências.
A situação facilita a identificação do comportamento, mas devido àassimilação do comportamento à situação este tende a ser visto comomais extremo do que na realidade é.
A consequência é …enviesamentos correspondentes.
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EgotismoQto mais importante é compreender o comportamento dos outros
maior a probabilidade de fazermos atribuições disposicionais(negligenciando causas situacionais)
Realismo
Tal como não realizamos que o significado que damos aocomportamento é “construido”, não realizamos que compreender asituação implica “construi-la” do ponto de vista de quem está nela
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Erro fundamental de atribuição causal,disposicionalismo ou enviesamentos
correspondentes ?• Erro fundamental de atribuição causal : “A tendência para subestimar
o impacto dos factores situacionais e sobrestimar o papel dosfactores disposicionais no controlo do comportamento” (Ross, 1977,
p.183)• Disposicionalismo: “tendência para preferir atribuições disposicionais
a atribuições situacionais” (Krull, 2001, p. 214)
• Enviesamento correspondente: “tendência para realizar inferências
disposicionais a partir de comportamentos que podem ser explicadospela situação” (Gilbert & Malone, 1995, p.21)
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Trata-se sempre de
um erro porque
envolve uma
estimação defactores
disposicionais e
situacionais
incorrecta.
Não é
necessariamente
um erro porque os
factoresdisposicionais são
por vezes mais
importantes do
que os
situacionais.
Não é
necessariamente um
erro porque a
personalidade podecorresponder ao
comportamento
mesmo na presença
de forças
situacionais.
Erro Fund. Atrib.
CausalDisposicionalismo
Enviesamento
correspondente
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Só pode ser
identificado se as
verdadeiras
influências dosfactores situacionais
e disposicionais
forem conhecidas.
Não é necessário
que as verdadeiras
influências dos
factores sejamconhecidas, basta
que os factores
disposicionais
sejam mais
enfatizados do queos situacionais.
Não envolve a
consideração de
factores situacionais.
Refere-se meramenteà relação entre
disposições e
comportamento.
Erro Fund. Atrib.
CausalDisposicionalismo
Enviesamento
correspondente
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Fundamentos ideológicos e Implicações sociais
• O erro fundamental de atribuição… é uma consequência inevitável dafilosofia Ocidental do sec. XIX que nos levou a acreditar que o nossodestino depende predominantemente das nossas qualidades individuais (Icheiser, 1943, p.152)
• “O funcionamento da sociedade depende deste erro de interpretaçãofundamental que tem a função de manter a aparência de que cada pessoa tem o que merece” (Icheiser, 1943, p.154)
A completa e trágica cegueira dos privilegiados ao considerar ascondições de vida dos que não têm privilégios é o resultado deste tipo
de invisibilidade dos factores situacionais” (Icheiser, 1949, p.47)
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AbuGhraib
• AprisãoiraquianadeAbuGhraiberahámuitoconhecidacomoocentrodetorturadoDitadorSaddamHussein
• Em2004tornou-sepúblicoosabusos,tortura,sodomiae
homicídiosdeprisioneirosiraquianosdedosnaprisãode
AbuGhraibnoIraquepeloexércitoamericano.
• Osactosforamcomedosnãoporassassinosoupsicopatas
masporpessoaldapolíciamilitaramericana.
• JanisKarpinski,ocomandantedaprisãodeAbuGhraib,
despromovidopornegligência,esmoumaistardeque90%
dosdedoseraminocentes
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SabrinaHarman,26anos,aoladodocadáverdeManadelal-
Jamadium,IraquianodedoemAbuGhraib.
Atribuição?
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