Editorial
Sumário
O que é design? 4
O que é branding? 8
MATÉRIA DE CAPA 9
Os designers do momen-to e suas obras. É o que a
Revista Design Traçado trará em suas edições. Conteúdo em entre-vistas, sessão enciclopédia dedica-da a curiosidades do mundo atual e claro, tudo relacionado a design.
Nossa meta principal é assegu-rar que a boa informação chegue a você, leitor, de forma descompli-cada e direta. Assim, você pode-rá continuar a usufruir dos diver-sos campos e formas que o design nos oferece. Afinal, a vida é fei-ta com muitos traços e rabiscos!
A redação
SESSAO ENCICLOPEDIA
O que é marca? 6
FUTEBOL
SHOW
É No
BRASILEIRÃO
2013!Acom
panhe
os
números
do
campeonato
2012
e saiba o q
ue pode ro
lar em 201
3!
SESSAO ENCICLOPEDIA
Entende-se por design a melhoria dos aspectos funcionais, ergonômicos e
visuais do produto, de modo a atender às necessidades do consumidor, melhoran-do o conforto, a segurança e a satisfação dos usuários. O design é o meio de adicio-nar valor aos produtos industrializados, levando à conquista de novos mercados.
As empresas têm usado o design como poderoso instrumento para introduzir di-ferenciações nos produtos e destacarem-se no mercado, perante aos seus concorrentes.O design surgiu para ser a ferramen-ta das companhias em busca de um pro-duto melhor. Firmou-se a idéia de que "a forma segue a função", ou seja, aquilo que é bem projetado do pon-to de vista funcional acaba tendo uma
forma agradável, atraindo o cliente.Durante sua evolução, o design teve
momentos em que representava clara-mente a cultura de um país ou região: design italiano, americano, alemão, ja-ponês. Com a troca de informações em todo o mundo, e o processo de "globali-zação", pouco a pouco as diferenças cul-turais entre produtos de diversos países foram diminuindo, levando à projeção de um produto aceito internacionalmente.
Hoje está chegando a um equilíbrio: o produto deve ser bem aceito no mun-do todo, mas mantendo uma identidade nacional, ou seja, ele deve representar as-pectos positivos do país em que foi criado.O design se manifesta, principalmente, através de duas qualidades: funcionalidade
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e estilo. As pessoas sempre associam design ao bom gosto, a algo bem-feito. Os melho-res recursos que temos para descobrir o de-sign são os nossos sentidos, principalmen-te os da visão e do tato, empregados no uso do produto ou serviço. As duas principais formas mais conhecidas de design são:
GRÁFICO: São projetos da marca (logo-tipo) e do material de papelaria da empresa (papéis timbrados, cartões de visita, etc.), do visual da embalagem, dos cartazes, dos folhetos, das capas de livros e dos discos.DE PRODUTO: São os projetos de obje-tos, tais como o aparelho de barba, cadei-ras, automóveis e torneiras.
Uma boa embalagem tem tanto design gráfico como design de produto. No de-sign gráfico pode-se observar o "visual" da caixa, as instruções nela impressas, etc. No design de produto é selecionado o mate-rial da embalagem, a maneira de usar esse material, o formato (modelo) da embala-gem, como será montada, etc. O design é fator diferenciador de produtos e serviços.
Ele destaca aspectos, como identida-de, qualidade e satisfação do cliente, que são condicionantes fundamentais para a manutenção e conquista de mercados.
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A marca é o conjunto de caracte-rísticas tangíveis e não tangíveis
materializados em logo, grafismos, mas-cote, música, entre outras manifestações. Se gerenciadas adequadamente, trazem valor a marca devido à influência cau-sada na decisão de compra. A mar-ca de uma empresa tem que sintetizar todos os valores e soluções para possí-veis necessidades dos seus consumidores.
Marcas podem ser legalmente classifi-cadas em diversos tipos. Por exemplo, há a marca estrangeira e a brasileira; de produ-tos/serviços ou coletivas, de certificação etc.
Marca figurativa — é constitui-da de um desenho ou forma es-tilizada de letras e/ou números.Marca mista — é a composta de uma combinação de componentes das mar-cas figurativa e nominativa, cuja gra-fia se apresente de forma estilizada.
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Marcas tridimensionais — aquelas cons-tituidas por um formato físico de pro-duto, embalagem etc., sem ter associa-da a si um efeito técnológico qualquer.
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Branding é o agrupamento de so-luções que uma marca necessita
para sobreviver no mercado. Ele abran-ge desde a criação de uma nova marca, na administração da mesma e no repo-sicionamento de marcas existentes que passam por dificuldades. O Branding se divide nas seguintes etapas: Detalha-mento do Público-Alvo, Posicionamen-to da Marca, Construção Multissensoria.
Já foi definido quem será o público-al-vo e qual a imagem que a marca deve ter? Agora é o momento de construir a mar-ca , ou retificá-la caso ela já exista. Deve-se nesse estágio, explorar todos os pontos de contato com o consumidor, ser multis-sensorial, abordando todos os 5 sentidos. Não basta apenas criar o logo, mas tam-bém pensar no aroma, na textura, som e, dependendo do caso, no paladar também!
Pois só assim a empresa conseguirá atingir de forma eficiente a mente do pú-blico-alvo definido anteriormente. Esta-mos acostumados a ver muitos anúncios e logotipos todos os dias, e isso já saturou a vida de todos. O resultado é a queda na eficiência apenas visual da marca. Mar-cas que exploram mais sentidos têm mui-to mais chances de serem memorizadas e absorvidas pela mente do consumidor.
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Processo de criação do novo logo do site “Yahoo”, o chamado rebranding
Q uando são citados os nomes im-portantes do design contempo-
râneo, o francês Philippe Starck não pode faltar. Parisiense, nasceu em 1949 e estu-dou design na École Nissim de Camondo. Aos dezesseis anos de idade ganhou com-petições de mobiliário, aos dezenove tra-balhou em projetos de móveis infláveis em parceria com L.Venturi e com apenas vinte anos ocupava o cargo de diretor de arte da Pierre Cardin, criando 65 peças de design.
Aos trinta anos, em 1979, Philippe Starck já havia trabalhado como designer de interiores, produto e mobiliário e ini-
Philippe Starck: “São as três cadeiras mais famosas do mundo, juntas, em uma só”
ciou sua própria empresa, a Starck Pro-ductions, quando teve a oportunidade de fazer o redesign completo do apartamen-to pessoal do presidente da França. Seu trabalho como designer de interiores foi o que chamou a atenção. Numa época de estrelismo e culto ás celebridades , era ne-cessário que os ambientes fizessem jus á quem o frequentava. Interiores ousados como O Café Costes (1984)em Paris e o Hotel Royalton em NY (1988) chamaram atenção internacional com suas “atrações estilísticas pós-modernas”.
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A primeira bicicleta - patinete do mundo, mais um projeto assinado por Starck
A crítica e a imprensa sempre contri-buíram para a ascensão do próprio Star-ck ao status de “celebridade”. Na década de 90, o designer passou a batizar suas cria-ções com seu nome, como em seus vesti-dos desenhados para Wolford chamados de “Starck Nu” e “Starck Nu Quente” ou o “Kayak Starck”, do catálogo de 1998 que
possui uma série de produtos de transpor-te e lazer criados em tais realizações nesse relativo pouco tempo de carreira.
Suas produções são de fato, inovadoras e um marco de contemporaneidade, suas peças tem aspecto moderno e orgânico e os materiais utilizados são os menos usu-ais.. Seus trabalhos já foram exibidos em museus no mundo todo e a versatilidade
de seus projetos, contribuem profunda-mente para isso. O repertório estilístico do desenho de Starck sofre uma forte influên-cia do Art Decó e da estética aerodinâmica norte-americana do começo do século 20.
Apesar de suas peças mais famosas se-rem para o mercado de luxo, sua preocu-pação em produzir símbolos permite um
repertório variado de preços e públicos para suas criações. “Certa vez, em um res-taurante, eu tive essa visão de um espreme-dor de limão em forma de lula e comecei a projetá-lo … E, quatro anos depois ele ficou famosíssimo. Mas, para mim, é mais uma micro escultura simbólica que um ob-jeto funcional. Seu objetivo real, não é es-premer milhares de limões, mas permitir a
um recém-casado entabular conversa com a sogra..” (Starck em entrevista á Sunda Times Magazine). Nos últimos anos, in-clusive, Starck declarou em algumas entre-vistas, ter certo desprezo pela cultura do gasto e das grifes que estourou nos anos 80, conceitos parecidos com os princípios de design da Bauhaus, defendendo bom gosto e alta qualidade industrial ao alcance de todos.
No contexto de seu catálogo Good Goods ele defende um novo tipo de produção do design, onde o papel do designer do novo milê-nio é tanto de proteger quanto enriquecer a so-ciedade com símbolos e verdades que não agridam o meio ambiente. Assim, há mais ou menos 10 anos ele pas-sou a se envolver mais com projetos mais sustentáveis.
Montou uma empresa de alimentos or-gânicos e atualmente vem desenvolvendo projetos de carros movidos á hidrogênio. Também é diretor criativo de um projeto de um novo-espaço numa cidade no Novo México, o qual será realizado em altos pa-drões de sustentabilidade e ecologia.
Recentemente, em 2009, Starck es-treiou um reality show para a BBC cha-mado “Design For Life” onde ele comanda uma trupe de aspirantes a designers em busca de uma vaga como estagiário em seu escritório em Paris.
“CERTA VEZ, EM UM RESTAURANTE,
EU TIVE ESSA VISÃODE ESPREMEDOR DE
LIMÃO EM FORMA DE LULA E COMECEI A
PROJETÁ-LO… E, QUATRO ANOS DEPOIS ELE FICOU
FAMOSÍSSIMO...”
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Quando o grupo de jornalistas entrou na sala em que Philippe Starck apresen-taria a cadeira Masters, lançamento da Kartell no mercado brasileiro, o designer francês estava de pé sobre o assento de um exemplar. Com os óculos sobre a ponta do nariz, ele mexia no aparelho de ar condi-cionado, para tentar ajustar a temperatura.
Depois, bem-humorado, falou do pro-cesso de criação da peça, inspirada em três clássicos: Series 7, de Arne Jacobsen, Tu-lipa, de Eero Saarinen, e Eiffel, de Char-les e Ray Eames. “São as três cadeiras mais famosas do mundo, juntas, em uma só. E esta é mais confortável e mais barata do que todas elas!”, diz Starck.
O preço, aliás, é uma questão primor-dial para ele, defensor do design democrá-tico. “Na época em que eu estava começan-do, o design era uma coisa mais elitista. Para mim, isto não fazia sentido nenhum”, conta. De acordo com Starck, o uso do plástico fez a grande diferença nesse pro-cesso. “O design deve ser para todos e, com esse material, é possível produzir mais e vender por menos”, afirma o designer.
A Masters custa cerca de 140 euros na Europa, valor relativamente baixo para uma peça com design assinado. No Brasil, ela sai por R$ 720.
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As 3 cadeiras mais famosas em uma só
Starck verde e amarelo
Depois da tentativa de trazer uma fi-lial de sua empresa, a yoo, para o Brasil, ano passado, o designer francês Philippe Starck e o sócio inglês John Hitchcox po-dem ter não uma, mas duas bases no país. A primeira já funciona há dois meses em São Paulo. A segunda deverá ser aberta em breve em terras cariocas.
E como primeiro presente para a cidade, onde pretende in-vestir em empreendimentos imo-biliários nos próximos anos, a empresa quer dar os bancos que vão ficar no entorno da pista de skate do Parque de Madureira. E é o próprio Starck quem vai de-senhar o mobiliário que deverá ser construído em fibra e ferro pela yoo e doado para a prefeitu-ra, com quem a empresa mantém diversas negociações.
O protótipo será aprovado pelo prefeito Eduardo Paes e deve ser apre-sentado ainda em 2013, quando Hitchcox vem ao país lançar outros negócios: um hotel em Botafogo, outro em São Paulo, e um residencial na Barra, outro também em São Paulo. Todos terão a mesma so-fisticação que marca os projetos da em-
presa pelo mundo.— Esse é o momento certo para in-
vestir no mercado brasileiro que está mais maduro.
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O Brasil está na iminência de uma grande mudança, e com isso o mercado lo-cal passa a desejar mais qualidade de vida e diversidade de opções. Queremos trazer o design europeu para cá de uma maneira que possamos celebrar tanto o nosso de-sign, como o brasileiro — conta Hitchcox, em entrevista por e-mail ao Morar Bem.
Fundada em 1999, a yoo é um estúdio de design de interiores que já criou 51 pro-jetos de alto luxo para empreendimentos imobiliários em 50 cidades de 27 países. Além de Starck, a empresa conta ainda com a colaboração de outros nomes ba-dalados do design mundial como Marcel Wanders, Jade Jagger e Kelly Hoppen.
Sentar nos bancos desenhados por Starck para o Parque de Madureira pode até sair de graça, mas morar num imóvel com design do próprio e sua equipe será privilégio de muito poucos.Uma pesquisa realizada recentemente pela consultoria Knight Frank provou que em-preendimentos grifados custam em mé-dia 30% mais que imóveis similares sem a assinatura de um designer badalado.
Mas, no caso da yoo, essa valorização é bem superior podendo chegar a dez ve-zes o valor inicial. Apartamentos em Nova York, por exemplo, teriam passado de algo em torno de R$ 1,25 milhão para R$ 7,7 milhões, após a interferência da marca. E, em Mumbai, de R$ 660 mil para R$ 6,76 milhões.
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Em todos os lugares onde criamos pro-jetos residenciais, nossos clientes anseiam por conhecer as áreas comuns que criamos e onde todos querem estar — afirma Hi-tchcox, que não descarta a possibilidade de vir a trabalhar com designers brasilei-ros. — O Brasil tem produzido designers maravilhosos, que são muito apreciados na Europa. Nós adoraríamos conversar com os Irmãos Campana, Claudia Moreira Sal-les, Gustavo Penna.
O design sempre esteve ai, em nossas vidas, revolucionando o modo que vemos o mundo, a forma com que interagimos com os elementos. Assim, resta torcer que o design e os designers continuem a nos surpreender no dia-a-dia.
— Incorporadores nos procuram exata-mente porque sabem que nossos projetos aumentam tanto o valor como a velocida-de de venda dos empreendimentos, que ga-nham também mais visibilidade — avalia Hitchcox, que vê o Brasil como o próximo destaque também no mercado de alto luxo. — Acreditamos que este é o lugar certo para o futuro da nossa marca de design residen-cial de luxo. Uma coisa que aprendemos em todos estes anos trabalhando projetos sofisticados é que o bom design é universal.
Com isso, Hitchcox garante, os proje-tos desenvolvidos aqui deverão seguir os mesmos preceitos que a marca trabalha ao redor do mundo. Espaços desenhados para que as pessoas possam estar juntas, mas, ao mesmo tempo, sem perder sua individualidade. E sempre com criações originais pensadas para atender às neces-sidades daqueles clientes especificamente, o que muda de acordo com as diferenças culturais e sociais de cada país.
Na Ásia, por exemplo, é pre-ciso investir mais em áreas co-muns de lazer e, na Rússia, ga-rantir segurança. — Pegamos essas necessidades e usamos o design para entregar soluções surpreendentes. Para nós, in-vestir em design é uma de-cisão que leva em conta não quanto se vai gastar mas como se quer viver.
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