Plano Diocesano Da ação evangelizaDora
2014
Igreja: Casa da InICIação à VIda CrIstã
dIoCese de jundIaí
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Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
ÍNDICE
Apresentação ................................................................................................... 05
Siglas e Abreviaturas ....................................................................................... 08
Objetivo Geral ................................................................................................. 09
Metas ............................................................................................................... 09
1. Fundamentos bíblico-teológicos ................................................................ 09
1.1. O termo “iniciação” ........................................................................... 09
1.2. A Iniciação Cristã .............................................................................. 10
1.3. A Iniciação Cristã realizada na Igreja ................................................ 11
1.3.1. Existir em Cristo pelo Batismo ............................................. 11
1.3.2. Viver em Cristo pela Confirmação ........................................ 12
1.3.3. Alimentar-se de Cristo na Eucaristia .................................... 13
1.4. Viver no mundo como iniciados sendo discípulos missionáriosde Cristo ............................................................................................ 13
2. A Iniciação Cristã na renovação das Paróquias ......................................... 16
3. Indicações Pastorais para a Diocese de Jundiaí ......................................... 17
Justificativa .................................................................................................. 17
1ª Indicação Pastoral: Elaboração e publicação do Diretório Diocesano de Catequese, contendo, inclusive, os critérios e as orientações para a preparação e a celebração dos Sacramentos da Iniciação Cristã e demais Sacramentos ................................................... 18
Objetivo .................................................................................................. 18Meios ...................................................................................................... 18
2ª Indicação Pastoral: Ministério da Acolhida ......................................... 18Objetivo .................................................................................................. 18Meios ...................................................................................................... 19
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Plano Diocesano da Ação Evangelizadora
3ª Indicação Pastoral: A renovação da catequese: superar amentalidade sacramentalista ................................................................... 20Objetivo .................................................................................................. 20Meios ...................................................................................................... 21
4ª Indicação Pastoral: Valorização do Ritual da IniciaçãoCristã de Adultos (RICA) ....................................................................... 22Objetivo .................................................................................................. 22Meios ...................................................................................................... 231. Conhecer e articular todos os níveis da catequese nos
temos e processos da Iniciação Cristã ............................................... 232. Proposta de articulação em todos os níveis da cateque-
se com inspiração catecumenal ......................................................... 24
5ª Indicação Pastoral: Criação da Escola Catequética Dio-cesana e Formação dos Catequistas ........................................................ 27Objetivo .................................................................................................. 27Meios ...................................................................................................... 27
6ª Indicação Pastoral: Definição de subsídios catequéticos catequéticos diocesanos para todos os níveis da catequese .................... 28Objetivo .................................................................................................. 28Meios ...................................................................................................... 29
7ª Indicação Pastoral: Fortalecimento do Centro Catequé-tico Diocesano – Curso de Teologia para Leigos – nos seus vários núcleos ......................................................................................... 29Objetivo .................................................................................................. 29Meios ...................................................................................................... 29
4. Bibliografia ................................................................................................. 30
Anexo ............................................................................................................... 31
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011 – 2015 da CNBB ..................................................................................... 31
1. Objetivo Geral ............................................................................................. 31
2. As 5 Urgências na Ação Evangelizadora ..................................................... 31
3. Urgência na Ação Evangelizadora – Igreja: casa dainiciação à vida cristã .................................................................................. 31
4. Perspectivas de ação − Igreja: casa da iniciação à vida cristã ..................... 34
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Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
apresentação
“Assim como acolhestes o Cristo Jesus, o Senhor, assim continuai caminhando com ele. Continuai enraizados nele, edificados sobre ele, firmes na fé é tal qual vos foi ensinada, transbordando em ação de graças” (Cl 2,6-7), “fazendo discípulos de Jesus entre todas as nações” (cf. Mt 28,19).
Queridos Presbíteros, Diáconos, Seminaristas, Religiosos e Religiosas, Cristãos Leigos e Leigas do Povo de Deus que se faz presente na querida e amada Igreja Diocesana de Jundiaí
Tenho a grata alegria de colocar em suas mãos o novo Plano Diocesano da Ação Evangelizadora – 2014, fruto de amplas consultas e debates nas reuniões do Conselho Diocesano da Ação Evangelizadora (CDAE) e dos Conselhos Regionais da Ação Evangelizadora (CRAEs) no decorrer do ano de 2013.
Atendendo às inspirações do Espírito Santo que sempre renova a sua Igreja (cf. Ap 2,7), ao ensinamento do Magistério (principalmente os ensinamentos do Papa e das DGAE) e à constatação da realidade de como a maior parte dos católicos vive sua fé, a Igreja Diocesana de Jundiaí quer tornar-se “casa da Iniciação à Vida Cristã.
O Papa Francisco acaba de lançar a Exortação Apostólica “Evangelii Gau-dium” (A Alegria do Evangelho), sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual (24/11/2013). Se de um lado ele agradece a Deus pela “alegria do Evangelho que enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus” (n. 1), doutro lado, porém, ele afirma que os destinatários do anúncio do Evangelho são constituídos por três categorias: (1) os “fiéis que frequentam regularmente a comu-nidade”; (2) “pessoas batizadas que, porém, não vivem as exigências do Batismo, não sentem uma pertença cordial á Igreja e já não experimentam a consolação da fé”; (3) aqueles “que não conhecem Jesus Cristo ou que sempre O recusaram” (EG, n. 14abc).
O Santo Padre pergunta: O que fazer para que a mensagem salvadora e liberta-dora de Jesus ecoe no mundo de hoje, atingindo toda a humanidade, particularmen-te “os adultos batizados e não suficientemente evangelizados” (DAp, n. 293)? Qual deve ser a nova evangelização para a transmissão da fé nos dias de hoje? O Papa Francisco é bem decisivo na sua análise da realidade eclesial: “Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida” (EG, n. 49). Portanto, “não deixemos que nos roubem a alegria da evangelização!” (EG, n. 83).
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Plano Diocesano da Ação Evangelizadora
Seguindo o espírito das conclusões da Conferência de Aparecida (2007), o Papa Francisco propõe que a Igreja nunca deve deixar de viver e de testemunhar “a be-leza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado” (EG, n. 36), de ser “uma Igreja ‘em saída’” (EG, n. 20), uma Igreja decididamente em estado permanente de missão, que “sabe ir à frente, sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos” (EG, n. 24).
Como o próprio Plano Diocesano da Ação Evangelizadora – 2014 afirma (na “Justificativa”, antes das Indicações Pastorais – p. 17), esta ação missionária da Igreja necessariamente exigirá o que o Documento de Aparecida chama de: “con-versão pastoral”, de abandono de “ultrapassadas estruturas que já não favorecem a transmissão da fé” (DAp, n. 365). Na verdade, devemos reconhecer que “há estru-turas eclesiais que podem chegar a condicionar um dinamismo evangelizador; de igual modo, as boas estruturas servem quando há uma vida que as anima, sustenta e avalia” (EG, n. 26c). O novo Plano Diocesano exigirá também a renovação e a revitalização das nossas Paróquias, que precisam tornar-se “ainda mais próximas das pessoas, sendo âmbitos de vida comunhão e participação e orientando-se com-pletamente para a missão” (EG, n. 28). Daí impõe-se “a tarefa irrenunciável de oferecer modalidade de iniciação cristã” (DAp, n. 287), assumindo “um processo catequético orgânico e progressivo que se estenda por toda a vida” dos fiéis (DAp, 298), numa “perspectiva eminentemente catecumenal” (DGAE, n. 42).
Queridos irmãos e irmãs: tenho plena certeza que os frutos deste Plano Dioce-sano da Ação Evangelizadora – 2014 dependerão certamente da ação misteriosa e extraordinária da graça de Deus. Dependerá também da maneira como os principais responsáveis deste Plano Diocesano (ministros ordenados e agentes de pastoral) vão se integrar “de bom grado na pastoral orgânica da nossa Igreja particular” (cf. EG, n. 29). Por isto, como Bispo Diocesano, “a todos exorto a aplicarem, com generosidade e coragem, as orientações deste documento, sem impedimentos nem receios. Importante é não caminhar sozinho, mas ter sempre em conta os irmãos e, de modo especial, a guia do Bispo, num discernimento pastoral sábio e realista” (cf. EG, n. 33). É importante aprofundar também a Primeira Parte do Plano Diocesano (“Fundamentos bíblico-teológicos) que serve de justificativa e de apoio para toda a ação evangelizadora que a nossa Diocese quer assumir.
O Papa Francisco termina sua Exortação Apostólica invocando a luz e a força do Espírito Santo sobre os anunciadores e as testemunhas da “Alegria do Evangelho” nos dias atuais, pois “nenhuma motivação será suficiente, se não arde nos corações o fogo do Espírito. Em suma, uma evangelização com espírito é uma evangelização com o Espírito Santo, já que Ele é a alma da Igreja evangelizadora” (EG, n. 261). De coração, auguro ao Padre Leandro Megeto, o novo Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora, e à sua Equipe de Apoio, para que eles possam contar com
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Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
a plena e generosa colaboração de todos(as) os(as) diocesanos(as) na implantação deste projeto evangelizador. Este Plano Diocesano não terá um prazo determinado para a sua realização, pois envolve, como já se afirmou anteriormente, uma conver-são pessoal e pastoral, como também transformação de estruturas eclesiais muito acima das nossas categorias temporais e previsões limitadas.
Em relação às cinco “Urgências na Ação Evangelizadora”, conforme as DGAE, como constou também em relação ao Plano Diocesano da Ação Evangelizado-ra – 2012, intitulado: “A Diocese – Igreja: Comunidade de Comunidades” e que focalizou a quarta Urgência (“Igreja: comunidade de comunidades”), o Plano Dio-cesano da Ação Evangelizadora – 2014, ao enfocar mais uma Urgência das DGAE (“Igreja: casa da iniciação à vida cristã”), não pretende, de forma alguma, excluir as outras Urgências da ação evangelizadora. Evidentemente, tal escolha é apenas de ordem pragmática e operacional.
O Papa Francisco confiou a nova tarefa do anúncio da “Alegria do Evangelho” a Maria, a Mãe da Evangelização, “o dom de Jesus ao seu povo” (EG, nn. 285-286), “a Estrela da nova evangelização” (EG, nn. 287-288). A Nossa Senhora do Des-terro, Padroeira da nossa Diocese, queremos confiar o Plano Diocesano da Ação Evangelizadora – 2014, ela que “deixou-Se conduzir pelo Espírito, através de um itinerário de fé, rumo a uma destinação feita de serviço e fecundidade” (EG, n. 287). É este “itinerário da fé” que quereremos percorrer juntos, indo ao encontro de todos, a fim de que, “a Igreja se torne uma casa para muitos” (EG, n. 288), “a casa da Iniciação à Vida Cristã”. Maria, “Mãe do Evangelho vivente, manancial de ale-gria para os pequeninos,rogai por nós.Amém. Aleluia!” (Oração conclusiva da EG).
A todos abençoo.
Jundiai – SP, 01 de janeiro de 2014.Solenidade da Santa Maria, Mãe de Deus.
______________________________ Dom Vicente Costa
Bispo Diocesano de Jundiaí
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sIglas e abreVIaturas
CELAM Conselho Episcopal Latino-Americano.
CHL “Christifideles laici” (“Os fiéis leigos”), Exortação Apostólica Pós-Sino-dal do Papa João Paulo II sobre a Vocação e Missão dos Leigos na Igreja e no Mundo (1998).
CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
cf. Confira, veja-se.
CIgC Catecismo da Igreja Católica (1997).
CR Catequese renovada. Orientações e conteúdo (Documentos da CNBB, n. 26 (1983).
DAp Documento de Aparecida. Texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (Aparecida – Brasil) (2007).
DCE “Deus caritas est” (“Deus é amor”), Carta Encíclica do Papa Bento XVI sobre o amor cristão (2005).
DGAE Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015 (Documentos da CNBB, n. 94 (2011).
DNC Diretório Nacional de Catequese (Documentos da CNBB, n. 84) (2005).
EG “Evangelii Gaudium” (“A Alegria do Evangelho”), Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre o anúncio do Evangelho no mundo moderno (2013).
ibid. Citação do mesmo autor e da mesma obra referidos anteriormente.
LG “Lumen Gentium” (“A Luz dos Povos”), Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Igreja (1964).
n., nn. Número, números.
p., pp. Página, páginas.
PL Patrologia Latina (Coleção de textos dos Santos Padres).
RICA Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, da Congregação para o Culto Divi-no e a Disciplina dos Sacramentos (2001).
SC “Sacrosanctum Concilium” (“O Sacrossanto Concílio”), Constituição do Concílio Vaticano II sobre a Sagrada Liturgia (1963).
RM “Redemptoris Missio” (“A missão de Cristo Redentor”), Carta Encíclica do Papa João Paulo II sobre a validade permanente do mandato missioná-rio (1990).
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Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
objetIVo geral
Tornar a Igreja Diocesana de Jundiaí “Casa da Iniciação à Vida Cristã”, a fim de que, a partir do encontro pessoal e profundo com Jesus Cristo, nossas comunidades acolham e acompanhem os que desejam percorrer o itinerário permanente de sua formação cristã (o querigma, a conversão, o discipulado, a comunhão e a missão – cf. DAp, n. 278).
Metas
1. InIcIar um processo de iniciação na vida cristã dos não batizados e dos batizados, mas não evangelizados, a partir de uma catequese com inspiração catecumenal (cf. DAp, nn. 286-294);
2. realIzar a catequese, no processo da iniciação à vida cristã, adotan-do a inspiração catecumenal do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos (RICA);
3. SuScItar uma conversão pastoral e a renovação missionária das co-munidades (cf. DAp, nn. 365-372; Capítulo I da EG: “A transforma-ção missionária da Igreja”, nn. 19-49);
4. Formar os catequistas e os agentes evangelizadores de nossa Diocese como discípulos missionários de Jesus Cristo;
5. Integrar a liturgia, a vida comunitária e a prática da caridade nesta formação catecumenal integral.
1. Fundamentos Bíblico-teológicos
1.1. o termo “iniciação”
O conceito “iniciação”, historicamente, tem suas raízes nas re-ligiões do mundo antigo. O termo iniciação tem sua origem no verbo latino “in-ire” que significa, etimologicamente: “conduzir para dentro”. Isso sig-nifica dizer que a iniciação faz com que o iniciado pertença a um determina-do grupo humano ou a uma determinada religião. Na dImenSão relIgIoSa, a
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iniciação é considerada como: “começo e aprendizagem de uma experiência religiosa que procura ser definitiva, já que constitui uma mudança de estado, a transformação do ser”. 1
Habitualmente, num processo de iniciação, é muito importante o conjunto de ritos celebrado ao longo de todo o período de aprendizagem. Esses ritos são caracterizados sempre por trêS traçoS, que os configuram como ritos de passagem, irrepetíveis e que produzem uma transformação existencial no ser.
1.2. A Iniciação Cristã
O conceito de Iniciação Cristã quer indicar o proceSSo gradu-al da Fé realizado por quem teve uma primeira adesão a Cristo, pelo qual é inserido no mistério de Cristo. Por isso mesmo, a Iniciação Cristã configura-se como uma articulada celebração sacramental2 (Batismo, Confirmação e Eucaristia), e catequética – enquanto educação gradual da fé cristã, compre-endida, celebrada e testemunhada3 − por meio da qual o iniciado é identifi-cado e inserido no caminho de Cristo dentro da comunidade cristã, pois o cristianismo “consiste numa fé e numa prática às quais só pode ter acesso aquele que foi iniciado”.4
A antiga tradição da Igreja viveu esta Iniciação Cristã exata-mente como iniciação aos três Sacramentos juntos (Batismo, Confirmação e Eucaristia): eles eram conferidos em celebração única. A sucessão dos três ritos nos é descrita desde o século II em texto clássico de Tertuliano:
“O corpo é lavado, para que a alma seja purificada; o corpo é ungido para que a alma seja consagrada; o corpo é assinalado (com o sinal da cruz) para que a alma seja fortificada; o corpo é sombreado (pela im-posição das mãos) para que a alma seja iluminada pelo Espírito Santo; o corpo é alimentado com o corpo e sangue de Cristo para que a alma se nutra de Deus”.5
1 C. FLORISTÁN, Catecumenato: história e pastoral da iniciação, Petrópolis: Vozes, 1995. p. 15.2 A.F. LELO, A Iniciação Cristã. Catecumenato, dinâmica sacramental e testemunho, São Paulo: Paulinas: 2005, p 42.3 C. FLORISTÁN, Catecumenato: história e pastoral da iniciação, Petrópolis: Vozes, 1995, p. 26.4 Ibid., p. 27.5 TERTULIANO, Sobre a ressurreição da carne, 8; PL 2, 852.
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1.3. A Iniciação Cristã realizada na Igreja
Jesus Cristo, para cumprir a vontade do Pai, inaugurou na terra o Reino de Deus. Com “obras e palavras” (cf. Lc 24,19) confirmou que, com Ele, tinha chegado o Reino de Deus. Com Sua morte na Cruz e Sua Ressur-reição realizou a salvação de toda a humanidade. Enviando o Espírito Santo no dia de Pentecostes, confirmou a missão dos Apóstolos de serem suas tes-temunhas (cf. At 1,8). Esta missão divina, confiada por Cristo aos Apóstolos, deverá durar até o fim dos séculos (cf. Mt 28,20). Assim, deixou como sinal de sua salvação, a Igreja, como verdadeIro Sacramento de crISto, “o sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero hu-mano“ (LG, n. 1). E, para cumprir essa missão, o Senhor Jesus concedeu à sua Igreja os meios necessários − os Sacramentos − como sinais salvíficos de sua presença perene entre nós.
1.3.1. Existir em Cristo pelo Batismo6
A Iniciação Cristã é o acesso à experiência do mistério de Cristo. É o encontro com JeSuS crISto que possibilita aos seres humanos mergulhar num abismo de entrega total e remodelar toda a sua vida a partir d’Ele. O Batismo é o que permite à humanidade mergulhar nesse mistério de Cristo.
A expressão batISmo vem do grego e significa mergulhar, imergir. Quem é batizado é mergulhado na morte de Cristo e ressurge com Ele como criatura nova (cf. Rm 6,4).
Como todos os demais Sacramentos, o Batismo se situa no contexto da história da criação e da salvação. Para compreender e assumir a vivência cristã deste sacramento é preciso ter presente que ele está funda-mentado em uma tríplIce dInâmIca antropológIca, a saber: o duplo simbo-lismo da água (morte e vida); as abluções (purificações); e, as iniciações, que inserem na participação dentro de uma comunhão.7
6 O esquema apresentado nesta seção foi extraído de V. DOS SANTOS COSTA, “Os Sacramentos da Iniciação Cristã”, em A Liturgia da Iniciação Cristã, São Paulo: LTr, 2008, pp. 65-83.
7 Cf. E.-M. FABER, Doutrina católica dos Sacramentos, São Paulo: Loyola, 2008, p. 106.
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Assim como todo aquele que mergulha só o faz na certeza da profundidade da água, todos os que são mergulhados nas águas do Batismo só o fazem porque antes houve uma decISão conFIante em mergulhar no mistério de Cristo. Afinal, “é por meio do batismo que somos configurados à semelhança de Cristo” (cf. LG, 7b) e, por isso mesmo, passamos a existir em Cristo pelo Batismo.
1.3.2. Viver em Cristo pela Confirmação
Hoje a teologia encontra dificuldade para justificar a especificidade do Sacramento da Confirmação, dado que ele foi deslocado para o final do processo da etapa inicial à vida cristã por um motivo histórico. Em todo caso, juntamente com o Batismo e a Eucaristia, o Sacramento da Confirmação constitui o conjunto dos Sacramentos da Iniciação Cristã (cf. SC, 71a). Tal Sacramento confirma no cristão a Força do batISmo, reforçando nele a sua condição de fiel testemunha de Jesus Cristo. Por isso, a recepção deste Sacramento é necessária à consumação da graça batismal. De fato, nos ensina o Concílio Vaticano II que, pelo Sacramento da Confirmação os fiéis “são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de força especial do Espírito Santo, e assim mais estritamente obrigados à fé que, como verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir e defender tanto por palavras como por obras” (LG, n. 11a).
Assim, é no dia do Batismo que o cristão se torna morada do Pai e do Filho (cf. Jo 14, 23) e templo do Espírito Santo (cf. 1Cor 3,16). Porém, adulto na fé pelo Sacramento da Confirmação, o crismado deverá colocar à disposição da Igreja oS próprIoS donS, talentoS e carISmaS, evangelizando pelo exemplo de sua vida, por sua palavra e ação, e levar, nos mais variados ambientes da sociedade, o perfume suave de Cristo.8 Pela graça do Batismo e da Confirmação, todos se tornam discípulos missionários de Jesus Cristo e corresponsáveis pelo anúncio do Evangelho através do próprio testemunho de vida e palavra. Se pelo Batismo passamos a existir em Cristo, pela Confirmação passamos a viver n’Ele.
8 Por ser óleo perfumado, o óleo do Crisma é símbolo do bem-estar e das bênçãos de Deus (cf. Pv 27, 9), mas também da força que ele confere nos momentos em que mais necessitamos da força de Deus; cf. J. ALDAZÁ-BAL, Gestos e símbolos, São Paulo: Loyola, 2005, pp. 93-94.
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1.3.3. Alimentar-se de Cristo na Eucaristia
Teologicamente, com o Sacramento da Eucaristia culmina a Iniciação Cristã, já que ela “compreende o catecumenato, os ritos litúrgicos próprios do batismo e da confirmação e, por último, o sacramento por exce-lência, a eucaristia”.9 Na realidade, a Eucaristia culmIna e plenIFIca a InteIra vIda Sobrenatural, porque é o Sacramento dos Sacramentos, já que contém a graça de Deus – como os demais Sacramentos − e o autor da graça, Jesus Cristo Nosso Senhor.
Assim nos ensina o Catecismo da Igreja Católica: “A santa Eucaristia conclui a iniciação cristã. Os que foram elevados à dignidade do sacerdócio régio pelo Batismo e configurados mais profundamente a Cristo pela Confirmação, estes, por meio da Eucaristia, participam com toda a co-munidade do próprio sacrifício do Senhor” (n. 1322).
Portanto, na Eucaristia a Igreja professa sua fé na presença viva do Senhor que a alimenta a caminho da Páscoa definitiva.
Deste modo, se o batISmo nos faz existir em Cristo e a con-FIrmação nos amadurece para vivermos n’Ele, a eucarIStIa torna-se o ali-mento que garante a nossa existência e permanência em Cristo e na Igreja, porque ela fortalece a vida do cristão para a participação plena na comunida-de eclesial. Daí “a oportunidade de fortalecer a unidade dos três sacramentos da iniciação, e aprofundar o rico sentido deles” (DAp, n. 288).
1.4. Viver no mundo como iniciados sendo discípulosmissionários de Cristo
No processo de Iniciação Cristã há de se levar necessariamente em conta algo muito importante e necessário: a Formação do dIScípulo mISSIoná-rIo de Jesus Cristo. O Documento de Aparecida aprofundou essa questão como tema central da 5ª Conferência Geral do CELAM: “Discipulado e missão são como as duas faces da mesma moeda: quando o discípulo está apaixonado por Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele nos salva (cf. At 4,12)” (DAp, n. 146; cf.: “Todos somos discípulos missionários”, EG, nn. 119-121).
9 J.-M.R. TILLARD, Los sacramentos de la Iglesia, em C. FLORISTÁN, Catecumenato: história e pastoral da iniciação, Petrópolis: Vozes, 1995, p. 314.
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Os InIcIadoS na Fé são chamados a atingir “a plenitude de sua estatura no exercício de sua missão de povo cristão no mundo e na Igreja”10 como verdadeiros, autênticos e permanentes discípulos missionários de Je-sus, já que “o discípulo, à medida que conhece e ama o seu Senhor, ex-perimenta a necessidade de compartilhar com outros a sua alegria de ser enviado, de ir ao mundo para anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado, e tornar realidade o amor e o serviço na pessoa dos mais necessitados, em uma palavra, a construir o Reino de Deus” (DAp, n. 278e).
Na Igreja primitiva, cada batizado era, para seu ambiente, uma testemunha viva de Jesus Cristo. A atividade da Igreja das origens era assu-mida por todoS oS SeuS membroS, e não apenas pelos ministros ordenados, uma vez que cada iniciado na fé nos Sacramentos da Iniciação Cristã sentia-se investido da função missionária, recebida especialmente e assumida no Sacramento da Confirmação.11
Era o eSpírIto Santo que conduzia os iniciados na fé a dar pleno testemunho de Cristo, Morto e Ressuscitado, tornando a vida e missão de Cristo o centro do anúncio e da missão de cada um. A missão consistia em levar Cristo a todos os povos, como gostava de dizer Dom Gabriel Pauli-no Bueno Couto (1910-1982), nosso primeiro bispo diocesano: “Dar Cristo àqueles que não O têm e consciência de Cristo àqueles que já O possuem”.
Por isso, é tarefa de todo batizado anunciar o nome e o amor de crISto e mostrar que a sua mensagem não é uma utopia, mas é mensagem de salvação para todos os povos. Eis o que nos lembra Inácio de Antioquia:
O ardor missionário não é portanto exclusivo do clero, mas anima os cristãos todos a uma plena vivência do cristianismo, a uma ora-ção e atitude correspondente a ela e ao desejo de dar-se totalmente por aqueles que ainda não encontraram Deus12.
10 CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, Ritual da Inicia-ção Cristã de Adultos, São Paulo: Paulus, 2004, n. 02, p. 9.
11 L. PADOVESE, Introdução à Teologia Patrística, São Paulo: Loyola, 1999, pp. 182-185. 12 P.E. ARNS, Cartas de Santo Inácio de Antioquia. Comunidades eclesiais em formação, Petrópolis: Vozes, 1984, p. 25.
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Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
Dessa forma, o ardor mISSIonárIo que brota dos Sacramentos da Iniciação Cristã e de uma evangelização sólida e eficaz faz com que to-dos sejam mergulhados no Mistério de Cristo e, por isso mesmo, tornem-se discípulos missionários de Jesus Cristo.
Porém, para chegar a ser discípulo missionário de Jesus Cris-to, o iniciado precisa passar por todaS aS etapaS da InIcIação crIStã que o farão apto para anunciar ao mundo que n’Ele todos tenham vida “e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Estas etapas encontram-se presentes no Docu-mento de Aparecida (cf. n. 278), quando os Bispos tratam dos aspectos do processo de formação dos discípulos missionários, destacando cinco aspec-tos essenciais:
1. o encontro com JeSuS crISto, que no querigma (o primeiro e decisivo anúncio da Pessoa de Jesus Cristo) manifesta a sua força, já que só a partir desse anúncio explícito e trans-formador de Jesus Vivo e Ressuscitado acontece a possibi-lidade de uma iniciação cristã verdadeira (cf. DAp, n. 279; EG, nn. 164-165; “O encontro pessoal com o amor de Jesus que nos salva”, em EG, nn. 264-267);
2. a converSão, como resposta inicial de quem escutou o Se-nhor e está decidido a ir após Ele, transformando a sua for-ma de pensar e viver;
3. o dIScIpulado, que visa ao seguimento a Jesus Cristo e ama-durece essa vivência por uma catequese permanente e uma inserção na vida sacramental, permitindo que os discípulos missionários perseverem na vida cristã;
4. a comunhão entre os discípulos missionários de Jesus Cris-to, já que não existe vida em Cristo fora da comunidade (cf.: “O prazer espiritual de ser povo”, em EG, nn. 268-270);
5. a mISSão, pois quanto mais se conhece e ama o Senhor mais se sente necessidade de compartilhá-lo com os outros que ainda não experimentaram este encontro vivificante com o Senhor (cf. EG. nn. 271-274).
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2. A Iniciação Cristã na renovação das Paróquias
A fé é um dom de Deus. “A todos nos toca recomeçar a partir de Cristo, reconhecendo que ‘não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisi-va’” (DAp, n. 12, citando DCE, n. 1b). Tal encontro é sempre mediado pela ação da Igreja, que inserida em cada tempo e lugar, anuncia, testemunha e proclama a Palavra de Deus, a fim de que o anúncio se torne eficaz.
Se, no passado, o encontro com a Pessoa de Jesus Cristo se dava na própria família e, até mesmo na sociedade que se afirmava cristã, hoje vivemos num contexto religioso social e cultural bem diferentes. Devido a uma profunda crise de fé, o preSSupoSto da Fé, considerado antes como um pressuposto óbvio da vida diária dos cristãos, não só deixou de existir, como também frequentemente acaba até negado (cf. Carta Apostólica do Papa Bento XVI com a qual se proclama o Ano da Fé: “Porta Fidei”, n. 2; DGAE, n. 40). Deste modo, é urgente e necessário “desenvolver em nossas comunidades um processo de iniciação na vida cristã que comece pelo que-rigma e que, guiado pela Palavra de Deus, conduza a um encontro pessoal, cada vez maior, com Jesus Cristo” (DAp, n. 289; cf. DGAE, n. 40).
Recentemente (abril de 2013), a CNBB lançou um estudo muito im-portante e provocador a respeito da renovação e da revitalização das nossas Paróquias, tornando-as rede de verdadeIraS comunIdadeS FraternaS e aco-lhedoraS, casa da Palavra, casa do pão partilhado, casa da caridade (ágape), casa dos discípulos missionários de Jesus Cristo. Em resumo: as Paróquias como “casas e escolas de comunhão” (DAp, n. 170). Este Estudo, intitulado de: Comunidade de Comunidades: Uma nova Paróquia, oferece nove im-portantes proposições para alcançar este objetivo tão urgente e necessário para a nossa Igreja. A quInta propoSIção trata justamente da “Catequese de Iniciação à Vida Cristã” e afirma: “Para que as comunidades sejam renova-das, a catequese há de ser uma prioridade. Um novo olhar permitirá uma nova prática. A catequese, como iniciação à vida cristã, ainda é desconheci-da em muitas comunidades. Trata-se de passar da catequese como instrução e adotar a metodologia catecumenal, conforme a orientação do RICA e do Diretório Nacional da Catequese. Nesse sentido, padres, catequistas e a pró-pria comunidade precisam de uma conversão pastoral. Isso implica rever os pro-cessos de catequese das crianças, adolescentes, jovens e dos adultos” (n. 221).
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Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
3. Indicações Pastorais para a Diocese de Jundiaí
“quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (Ap 2, 7).
Justificativa: Fazer da InIcIação à vIda crIStã uma urgência em nossa Diocese de Jundiaí requer uma verdadeIra mudança de comportamento ecleSIal. Segundo o Documento de Aparecida, trata-se de “entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé” (DAp, n. 365). Portanto, esta “conversão pastoral e renovação missionária das comunidades”, tão destacada pelo Documento de Aparecida e pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015, implica rever atitudes, horários, estruturas e formação do agente evangelizador, bem como da comunidade que acolhe e acompanha os que desejam percorrer o itinerário de formação cristã (cf. DGAE, n. 42).
Um dos textos mais inspiradores para a elaboração do Plano Diocesano da Ação Evangelizadora − 2014, além da segunda Urgência da Ação Evangelizadora das DGAE: “Igreja: casa da iniciação à vida cristã” (cf. Anexo) vem do Documento de Aparecida: “Assumir esta iniciação cristã exige não só uma renovação de modalidade catequética da paróquia. Propomos que o processo catequético de formação adotado pela Igreja para a iniciação cristã seja assumido em todo o Continente como a maneira ordinária e indispensável de introdução na vida cristã e como a catequese básica e fundamental. Depois, virá a catequese permanente que continua o processo de amadurecimento da fé; na qual se deve incorporar um discernimento vocacional e a iluminação para projetos pessoais de vida” (DAp, n. 294).
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Plano Diocesano da Ação Evangelizadora
Para tanto, torna-se necessário adotar as seguintes sete indicações pastorais:
1ª Indicação Pastoral: Elaboração e publicação do Diretório Dio-cesano de Catequese, contendo, inclusive, os critérios e as orientações para a prepa-ração e a celebração dos Sacramentos da Iniciação Cristã e demais Sacramentos.
objetIVo
Levando em consideração as profundas mudanças religiosas, culturais e sociais desde a publicação do subsídio diocesano: Normas, Diretrizes e Estatutos (2005), elaborar e publIcar o Diretório Diocesano de Catequese, com orientações claras e objetivas a respeito da preparação e da celebração dos Sacramentos da Iniciação Cristã e demais Sacramentos.
MeIos
1. InSerIr a catequese em preparação aos Sacramentos da Iniciação Cristã e demais Sacramentos dentro de “um processo catequético or-gânico e progressivo que se estenda por toda a vida, desde a infância até a terceira idade” (DAp, n. 298), evitando uma catequeSe apenaS ocaSIonal, reduzida a momentos prévios aos Sacramentos;
2. prIorIzar, nesta preparação, a experIêncIa com JeSuS crISto e a inser-ção viva na comunidade eclesial;
3. prIvIlegIar, nesta preparação, a leitura e a meditação da Palavra de Deus, particularmente a leItura orante da Bíblia (cf. DAp, nn. 249 e 300; EG, nn. 174-175).
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2ª Indicação Pastoral: Ministério da Acolhida
objetIVo
buScar as “pessoas batizadas que, porém, não vivem as exigências do
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Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
Batismo”, que “não sentem uma pertença cordial à Igreja e já não experi-mentam a consolação da fé” (EG, n. 14b). A esses “católicos afastados e aqueles que pouco ou nada conhecem sobre Jesus Cristo”: oFerecer “uma pastoral da acolhida que os ajude a sentir a Igreja como lugar privilegia-do do encontro com Deus e mediante um itinerário catequético permanen-te” (Bento XVI, Discurso aos Bispos do Brasil, São Paulo, Catedral da Sé, 11/05/2007, n. 3b).
MeIos
1. IncentIvar os Grupos de Rua/Grupos de Reflexão, para que se tor-nem porta de entrada para a vida comunitária, principalmente da-queles que estão afastados da Igreja ou que ainda não receberam os Sacramentos da Iniciação Cristã. Os Coordenadores destes grupos devem ajudar no acolhimento e no encaminhamento destas pessoas à vida comunitária;
2. IntroduzIr os participantes dos Grupos de Rua/Grupos de Reflexão na prática da Iniciação Cristã, através de SubSídIoS próprIoS;
3. prIorIzar o atendImento perSonalIzado das pessoas que chegam à Pa-róquia, começando com um bom treinamento dos(as) secretários(as) paroquiais − formando a consciência da real necessidade de um di-álogo interpessoal e não apenas profissional − bem como o acolhi-mento por parte dos padreS e dIáconoS permanenteS, compartilhando da história de cada um(a), respeitando, porém, a liberdade de cada pessoa;
3. retomar o Projeto 2 do Plano Diocesano da Ação Evangelizadora – 2012 (“A Diocese – Igreja: Comunidade de Comunidades”) no que diz respeito ao mInIStérIo da eScuta crIStã e do mInIStérIo da vI-SItação, selecionando e capacitando leigos(as) para exercerem esses Ministérios, contando com o apoio dos padres e dos diáconos per-manentes (cf.: “O acompanhamento pessoal dos processos de cresci-mento”, EG, nn. 169-173; DGAE, n. 87);
4. IncentIvar o eSpírIto de comunhão nas Pastorais Específicas, Mo-vimentos Eclesiais, Novas Comunidades e Associações Religio-sas, formando bem os seus coordenadoreS, de modo que possam
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Plano Diocesano da Ação Evangelizadora
acolher bem os novos membros que chegam à comunidade, abrin-do espaço para exercerem os dons que o Senhor lhes confiou para o bem de toda a Igreja (cf. 1Cor 12,7);
5. acolher as pessoas em SItuaçõeS canonIcamente IrregulareS, de modo que não se considerem separadas da Igreja, devendo enquan-to batizadas, participar da vida da Igreja, sendo acompanhadas com ternura, misericórdia e compreensão, sempre de acordo com as orien-tações do Magistério (cf. DAp, n. 437j), recordando as sábias pala-vras do Papa Bento XVI sobre esta questão: “Devemos dizer... que a Igreja as ama, mas elas devem ver e sentir este amor. Considero grande tarefa duma paróquia, duma comunidade católica, fazer todo o possível para que elas sintam que são amadas, acolhidas, que não estão ‘fora’, apesar de não poderem receber a absolvição nem a Co-munhão: devem ver que mesmo assim vivem plenamente na Igreja... Penso que o seu sofrimento, se realmente aceito interiormente, seja um dom para a Igreja. Devem saber que precisamente assim servem a Igreja, estão no coração da Igreja. Obrigado pelo vosso compromis-so!” (7º Encontro Mundial das Famílias, Milão, Itália, 02/06/2012);
6. garantIr um eficaz processo de iniciação à vida cristã, de modo que as Paróquias estejam atentas aos grupos que necessitam de um ItIne-rárIo de Formação eSpecIal, com horários de atendimento e cateque-se diferenciados;
7. Dado que “a melhor catequese sobre a Eucaristia é a própria Eucaris-tia bem celebrada” (Exortação Apostólica sobre a Eucaristia, “Sacra-mentum Caritatis”, n. 64a), IncentIvar a conScIêncIa lItúrgIca, bem como a Formação lItúrgIca em nossas assembleias, tornando princi-palmente as celebrações dominicais da Santa Missa e da Celebração da Palavra lugar de atração e amor a Cristo e à Sua Igreja.
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3ª Indicação Pastoral: A renovação da catequese: superar a mentalidade sacramentalista
objetIVo
paSSar de uma catequese “ocasional, reduzida a momentos prévios aos
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Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
sacramentos ou à iniciação cristã” (DAp, n. 298) para uma catequeSe com InSpIração catecumenal, dentro de “um processo catequético orgânico e progressivo” (ibid.), pois a fé cristã não pode ser reduzida “a uma bagagem, a um elenco de algumas normas e de proibições, a práticas de devoção frag-mentadas, a adesões seletivas e parciais das verdades da fé, ... à repetição de princípios doutrinais, a moralismos brandos ou crispados que não convertem a vida dos batizados” (DAp, n. 12; cf. DGAE, n. 41).
MeIos
1. Implantar, efetivamente, a comISSão paroquIal para anImação bí-blIco–catequétIca, articulando entre si todos os níveis (Batismo, Pré-Catequese, 1ª Eucaristia, Perseverança, Crisma e Catequese com Adultos);
2. colocar a Palavra de deus no centro da catequese, fazendo da Bíblia o livro por excelência, bem como o Catecismo da Igreja Católica (formação dos catequistas) e o Youcat, como instrumentos de apoio para a catequese nos vários níveis pela Diocese (cf. DAp, nn. 249 e 300; EG, nn. 174-175);
3. IncentIvar a formação dos grupos para o nível da pré-catequeSe, evangelizando as crianças já na primeira etapa de sua formação hu-mana, criando, quando for possível, espaços especiais de catequese nos horários da celebração da Santa Missa, possibilitando a celebra-ção da Liturgia da Palavra numa linguagem própria de acordo com a idade dos(as) catequizandos(as), enquanto seus pais participam da Missa;
4. paSSar de uma catequese com mentalidade escolar (lista de chamada, sala de aula, catequista/professor, catequizando/aluno, férias, fichas assinadas para comprovar a presença nas Missas, crachás, etc.) para uma catequeSe celebratIva, que acompanhe principalmente o Ano Litúrgico, adaptando, inclusive, os espaços da catequese;
5. aSSumIr no período da “Perseverança” também os proJetoS Já exIS-tenteS na Diocese, tais como: Pequenos Acólitos, Acólitos, Infância e Adolescência Missionária (IAM), etc., a fim de que adolescentes possam evangelizar outros adolescentes, incutindo neles o desejo e o amor pela missão;
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Plano Diocesano da Ação Evangelizadora
6. Fortalecer a catequeSe da crISma e com oS adultoS, incentivando a inserção, principalmente dos jovens, na Igreja e no mundo, adotando o “estágio pastoral” neste período de catequese, a fim de ajudar os catequizandos a descobrirem a própria vocação e seus dons na vida e missão da comunidade paroquial;
7. valorIzar a catequeSe FamIlIar, de modo que as famílias inseridas na vida da comunidade se tornem agentes evangelizadores, tornando os pais verdadeiros catequistas (introdutores) de seus filhos, e assim a família se torne uma “Igreja doméstica”, a “primeira escola da fé” (DAp, nn. 302-303), onde a Palavra de Deus é acolhida, anunciada, celebrada e vivida;
8. prIorIzar a catequeSe com oS adultoS “como a forma fundamental da educação da fé” (DAp, n. 298), pois são eles “os que assumem mais diretamente, na sociedade e na Igreja, as instâncias decisórias e mais favorecem ou dificultam a vida comunitária, a justiça e a frater-nidade” (DNC, n. 181, citando o Documento da CNBB, n. 26: Cate-quese renovada. Orientações e conteúdo, n. 130a) e a eles devem ser orientados os melhoreS evangelIzadoreS da comunidade;
9. Integrar a mISSão SocIal em todo itinerário permanente da forma-ção cristã, pois “se esta dimensão não for devidamente explicitada, corre-se sempre o risco de desfigurar o sentido autêntico e integral da missão evangelizadora” (EG, n. 176; cf. o Quarto Capítulo des-ta Exortação Apostólica: “A dimensão social da Evangelização”, nn. 177-258).
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4ª Indicação Pastoral: Valorização do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos (RICA)
objetIVo
reSgatar, a partir do RICA, o que era considerado fundamental no cate-cumenato da Igreja primitiva: a Interação Fé e vIda, a partir de uma formação que consiste na InStrução e no aproFundamento doutrInal (catequese), unida à experIêncIa lItúrgIca, a partir da vivência dos tempos e processos da Ini-ciação Cristã: querigma, catecumenato (catequese), iluminação e purificação (Domingos da Quaresma), celebração dos Sacramentos e mistagogia.
- 23-
Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
MeIos
1. Conhecer e articular todos os níveis da catequese nos tempos e processos da Iniciação Cristã.
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Plano Diocesano da Ação Evangelizadora
2. Proposta de articulação em todos os níveis da catequese com inspiração catecumenal.
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Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
5ª Indicação Pastoral: Criação da Escola Catequética Dio-cesana e Formação dos Catequistas
objetIVo
propIcIar a formação dos catequistas e agentes evangelizadores nos processos da Iniciação Cristã e capacitá-los para o exercício de seu ministério, em vista de uma catequeSe evangelIzadora e comprometIda, fortalecendo a caminhada da Comissão Diocesana para a Animação Bíblico-Catequética e promovendo a Integração da catequeSe com as Pastorais Específicas, Movimentos Eclesiais e Associações Religiosas. Pois, como nos lembra o Papa Bento XVI: “É óbvio, portanto, que os seus catequistas não são simples comunicadores de experiências de fé, mas devem ser autênticos transmissores, sob a guia do seu Pastor, das verdades reveladas” (Discurso aos Bispos do Brasil, São Paulo, Catedral da Sé, 11/05/2007, n. 4a).
MeIos
1. crIar a Escola Catequética, em Jundiaí e em outras Regiões Pastorais da Diocese, para a Formação permanente de todoS oS catequIStaS da Diocese, formando seus participantes nos conteúdos da Fé e na metodologia catequética, favorecendo também a relação fé e vida, gerando a consciência da missão;
2. aSSegurar que haja em todas as Paróquias catequIStaS bem Forma-doS nos temas da fé e da moral, para que os mistérios da fé cristã sejam por todos conhecidos, amados, vividos e celebrados;
3. garantIr e apoIar a formação de equipe(s) itinerante(s), sob a res-ponsabilidade da Coordenação Diocesana da Ação Evangelizadora, constituída(as) por membros da Comissão Diocesana para a Anima-ção Bíblico-Catequética e outros agentes de pastoral, com o objetivo de percorrer as Regiões Pastorais e as Paróquias da Diocese, a fim de dIvulgar e buScar o apoIo total ao Plano Diocesano da Ação Evan-gelizadora - 2014;
4. realIzar, preferencialmente no primeiro semestre de 2014, uma Se-mana de Formação em nível de Região Pastoral para os catequis-tas e os agentes evangelizadores, também sob a responsabilidade da
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Plano Diocesano da Ação Evangelizadora
Coordenação Diocesana da Ação Evangelizadora, com o objetivo de divulgar o Plano Diocesano da Ação Evangelizadora − 2014, bus-cando meios para a sua efetiva concretização;
5. garantIr que as Paróquias, por meio dos Conselhos de Economia e Administração (CPEAs), juntamente com seus respectivos Párocos e Administradores Paroquiais, priorizem os eSpaçoS adequadoS e aco-lhedoreS para a catequese e as celebrações, inclusive respeitando aS normaS de aceSSIbIlIdade, para acolher as pessoas com deficiência física, atendendo às suas necessidades, de modo que elas possam ter “o mesmo direito à catequese, à vida comunitária e sacramental” (cf. DNC, n. 202);
6. aSSegurar a inserção dos catequistas na vIda e na mISSão da próprIa comunIdade paroquIal à qual eles pertencem, pois o testemunho de sua pertença ativa e comprometida à comunidade eclesial é decisivo na formação da fé cristã;
7. utIlIzar os modernoS meIoS de comunIcação, bem como inserção nas mídias sociais, por parte dos catequistas e agentes de pastoral, desen-volvendo, como método de formação dos catequistas, um blog, bem como um canal no Youtube, com vídeos formativos, feitos por espe-cialistas na Formação metodológIca doS catequIStaS, abrangendo os vários aspectos da formação dos catequistas, abrindo possibilidades de uma Formação à dIStâncIa, para aqueles que residem longe da sede diocesana ou regional.
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6ª Indicação Pastoral: Definição de subsídios catequéticos diocesanos para todos os níveis da catequese
objetIVo
deFInIr, para uma maior comunhão, subsídios que estejam de acordo com a proposta da catequeSe com InSpIração catecumenal a serem utilizados por todas as paróquias e comunidades da Diocese.
- 29-
Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
MeIo
1. acompanhar, atualIzar e deFInIr “a qualidade dos textos” (DNC, n. 251d) utilizados em todos os níveis catequéticos (Batismo, Pré-Ca-tequese, 1ª Eucaristia, Perseverança, Crisma e Catequese com Adul-tos), chegando a elaborar SubSídIoS próprIoS – quando for necessário – a fim de garantir um projeto global de catequese com inspiração catecumenal em toda a Diocese (cf. DAp, n. 299).
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7ª Indicação Pastoral: Fortalecimento do Centro Cate-quético Diocesano – Curso de Teo-logia para Leigos − nos seus vários núcleos
objetIVo
valorIzar e apoIar o Centro Catequético Diocesano – Centro de Teologia para Leigos − constituído por 5 Núcleos Teológicos (Jundiaí, Itu, Salto, Santana de Parnaíba e Várzea Paulista), visando à sua plena integração no projeto diocesano: “Iniciação à Vida Cristã”.
MeIos
1. garantIr a formação e o acompanhamento na fé do cristão, com o aprofundamento constante dos conteúdoS da Fé, nos vários núcleos do Centro Catequético Diocesano – Curso de Teologia para Leigos;
2. aSSegurar a Formação permanente dos fiéis leigos que estão à frente dos trabalhos de evangelização nas Pastorais Específicas, nos Movi-mentos Eclesiais, nas Associações Religiosas e nas novas Comunida-des, formando-os para a comunhão eclesial (cf. DGAE, n. 91);
3. IntroduzIr o estudo sobre a Iniciação Cristã, a partir de aulas, cursos, seminários, fóruns, em todos os núcleos do Centro Catequético Dio-cesano – Curso de Teologia para Leigos.
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- 30-
Plano Diocesano da Ação Evangelizadora
bIblIografIa
ALBERICH, E. e BINZ, A., Catequese com adultos. Elementos de metodologia, São Paulo: Salesiana, 2001.
----------, Formas e modelos de catequese com adultos. Panorama internacional, São Paulo: Salesiana, 2001.
CNBB – COMISSÃO EPISCOPAL PASTORAL PARA A ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA, 3ª semana Brasileira de catequese. Iniciação à Vida Cristã, Brasília: Ed. CNBB, 2010.
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS, Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, São Paulo: Paulus, 2001.
COSTA DOS SANTOS, V., A Liturgia da Iniciação Cristã, São Paulo: LTr, São Paulo, 2008.
DIOCESE DE OSASCO – CENTRO CATEQUÉTICO DIOCESANO, Querigma e mistagogia. Caminhos à Iniciação Cristã, São Paulo: Paulus, 2011.
FABER, E.-M., Doutrina católica dos Sacramentos, São Paulo: Loyola, 2008.
FLORISTÁN, C., Catecumenato: história e pastoral da iniciação, Petrópolis: Vozes, 1995.
LELO, A.F., A Iniciação Cristã. Catecumenato, dinâmica sacramental e testemunho, São Paulo: Paulinas: 2005.
----------, Catequese com estilo catecumenal, São Paulo: Paulinas, 2008.
NENTWIG, R., Iniciação à comunidade cristã. A relação entre a comunidade evangelizadora e o catecumenato de adultos, São Paulo: Paulinas, 2013.
NERY, IRMÃO, Catequese com adultos e catecumenato. História e proposta, São Paulo: Paulus, 2001.
PANAZZOLO, J., Caminho de Iniciação à Vida Cristã. Elementos fundamentais, São Paulo: Paulus, 2011.
PEREIRA DO NASCIMENTO, E., Formação cristã de adultos. O grande desafio para a Igreja do III Milênio, Petrópolis: Vozes, 1994.
QUEZINI, R., A pedagogia da iniciação cristã, São Paulo: Paulinas, 2013.
ZORZI, L., Uma proposta de catecumenato com o Ritual da Iniciação Cristã de Adultos – RICA – simplificado, São Paulo: Paulinas, 2006.
- 31-
Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
anexo
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011 – 2015
− Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) −
1. Objetivo Geral:
Evangelizar,a partir de Jesus Cristoe na força do Espírito Santo,como Igreja discípulamissionária e profética,alimentada pela Palavra de Deuse pela Eucaristia,à luz da evangélica opçãopreferencial pelos pobres,para que todos tenham vida (cf. Jo 10,10),rumo ao Reino definitivo.
2. As 5 Urgências na Ação Evangelizadora:
1. Igreja em estado permanente de missão2. Igreja: casa da iniciação à vida cristã3. Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral4. Igreja: comunidade de comunidades5. Igreja a serviço da vida plena para todos
3. Urgência na Ação Evangelizadora − Igreja: casa da iniciação à vida cristã.
“Paulo e Silas anunciaram a Palavra do Senhor ao carcereiroe a todos os da sua casa. E, imediatamente, foi batizado, junto com
todos os seus familiares” (At 16,32s).
- 32-
Plano Diocesano da Ação Evangelizadora
37. A fé é dom de Deus! “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva” (DCE, n. 1, DAp, nn. 12, 243-244). Por sua vez, este encontro é mediado pela ação da Igreja, ação que se concretiza em cada tempo e lugar, de acordo com o jeito de ser de cada povo, de cada cultura. A descoberta do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, dom salvífico para toda a humanidade, não acontece sem a mediação dos outros (Rm 10,14).
38. Cada tempo e cada lugar têm um modo característico para apresentar Jesus Cristo e suscitar nos corações o seguimento apaixonado não a algo, mas à sua pessoa, que a todos convida para com Ele vincular-se intimamente (DAp, n. 131). “A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo” (DAp, n. 136). To-davia, como resposta, a adesão a Jesus Cristo implica anúncio, apre-sentação, proclamação. Em outras épocas, a apresentação de Jesus Cristo se dava através de um mundo que se concebia cristão. Família, escola e sociedade em geral, ao mesmo tempo em que ajudavam a se inserir na cultura, apresentavam também a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo.
39. Sabemos que, em nossos dias, meios utilizados em outros tempos para o anúncio de Jesus Cristo já não possuem a mesma eficácia de antes. Olhemos, por exemplo, a família, chamada a ser a grande transmis-sora da fé e dos valores (DAp, n. 432). Tamanhas têm sido as trans-formações que a instituição familiar já não possui o mesmo fôlego de outras épocas para cumprir esta missão indispensável. O mesmo ocorre com outras instituições importantes. Esta situação exige uma radical transformação no modo de concretizar a ação evangelizado-ra. Em outras épocas, era possível pressupor que o primeiro contato com a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo acontecia em sociedade, possibilitado pelos diversos mecanismos culturais, fazendo com que a ação evangelizadora se preocupasse mais com a purificação e a re-tidão doutrinais, com a moral e com os sacramentos. A mudança de época exige que o anúncio de Jesus Cristo não seja mais pressuposto, porém explicitado continuamente. O estado permanente de missão só é possível a partir de uma efetiva iniciação à vida cristã.
- 33-
Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
40. Esta é a razão pela qual cresce o incentivo à iniciação à vida cristã, “grande desafio que questiona a fundo a maneira como estamos edu-cando na fé e como estamos alimentando a experiência cristã” (DAp, n. 287). Trata-se, portanto, de “desenvolver, em nossas comunidades, um processo de iniciação à vida cristã que conduza a um encontro pessoal, cada vez maior com Jesus Cristo” (DAp, n. 289), atitude que deve ser assumida em todo o continente latino-americano e, portanto, também no Brasil (DAp, n. 294). Este é um dos mais urgentes sen-tidos do termo missão em nossos dias. É o desafio de anunciar Jesus Cristo, recomeçando a partir dele, sem “dar nada como pressuposto ou descontado” (DAp, n. 549). É preciso ajudar as pessoas a conhecer Jesus Cristo, fascinar-se por Ele e optar por segui-lo.
41. A Conferência de Aparecida, além de elevar a iniciação à vida cristã à categoria de urgência, lembra que ela deve acontecer não apenas uma única vez na vida de cada pessoa. A iniciação cristã não se es-gota na preparação aos sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia. Ela se refere à adesão a Jesus Cristo. Esta adesão deve ser feita pela primeira vez, mas refeita, fortalecida e ratificada tantas vezes quantas o cotidiano exigir (DAp, n. 288). Ela acontece, por exemplo, quando chegam os filhos, quando o adolescente busca sua identidade, quando o jovem prepara suas escolhas futuras, no noivado e no matrimônio, nas experiências de dor e fragilidade. Nossas comunidades precisam ser comunidades diuturnamente mistagógicas, preparadas para permi-tir que o encontro com Jesus Cristo (DAp, nn. 246-257, 278) se faça e se refaça permanentemente.
42. Esta perspectiva eminentemente catecumenal de nossas comunidades apresenta uma série de consequências para a ação evangelizadora. Em primeiro lugar, o processo permanente de iniciação apresenta uma sé-rie de exigências para a evangelização: acolhida, diálogo, partilha, bem como maior familiaridade com a Palavra de Deus e a vida em comunidade. Em segundo lugar, implica estruturas, isto é, grupos de estilo catecumenal nos mais diversos lugares e horários, sempre dis-poníveis a acolher, apresentar Jesus Cristo e dar as razões da nos-sa esperança (1Pd 3,15). Implica, assim, um novo perfil de agente evangelizador, no qual o Ministério dos(as) introdutores(as) (“Pessoa que conhece o candidato ao Batismo, acompanha e é testemunha de seus costumes, fé e desejo de receber os sacramentos. Não é neces-sariamente o padrinho ou madrinha” [cf. Ritual de Iniciação Cristã de
- 34-
Plano Diocesano da Ação Evangelizadora
Adultos, n. 42]) e catequistas assuma papel preponderante. Eles são a ponte entre o coração que busca descobrir ou redescobrir Jesus Cristo e Seu seguimento na comunidade de irmãos, em atitudes coerentes e na missão de colaborar na edificação do Reino de Deus.
43. No serviço do acolhimento, que inicia ou reinicia no encontro com Je-sus Cristo e com a comunidade dos discípulos, a ação evangelizadora se põe em diálogo com o atual momento da história, que pede o anún-cio explícito e contínuo de Jesus Cristo e o chamado à comunhão, como atitude decorrente para a vivência de fé e para a vida em geral.
4. Perspectiva de ação − Igreja: casa da iniciação à vida cristã.
85. Nos dias atuais, a catequese de inspiração catecumenal (cf. DAp, n. 294; CNBB, Diretório Nacional de Catequese, Brasília: Edições: CNBB, 2007, n. 45), que equivale ao processo de iniciação cristã, adquire grande importância, não limitada a crianças. Trata-se de uma catequese não ocasional (apenas na ocasião de preparar-se para rece-ber algum sacramento), mas continuada. Isso implica melhor forma-ção dos responsáveis (cf. DAp, n. 296) e um itinerário catequético permanente, assumido pela Igreja Particular, com a ajuda da Confe-rência Episcopal (cf. DAp, n. 298), que não se limite a uma formação doutrinal, mas integral, à vida cristã. A inspiração bíblica, catequética e litúrgica é condição fundamental para a iniciação cristã de crianças, bem como de adolescentes, jovens e adultos que não foram suficien-temente orientados na fé e nas obras inspiradas pela fé.
86. É necessário desenvolver, em nossas comunidades, um processo de iniciação à vida cristã, que conduza ao “encontro pessoal com Jesus Cristo” (cf. DAp, n. 289), no cultivo da amizade com Ele pela ora-ção, no apreço pela celebração litúrgica, na experiência comunitária e no compromisso apostólico, mediante um permanente serviço aos demais [cf. DAp, n. 299. A qualidade e os frutos do catecumenato são diretamente proporcionais à sua duração. A escolha mais difícil do Bispo para a iniciação cristã é sua duração. O Rito de Iniciação Cristã de Adultos [RICA] frisa que “deve prolongar-se e, se necessário, mes-mo por vários anos para que a conversão e a fé possam amadurecer” [RICA 7/b; 98]). As muitas manifestações da piedade popular católica precisam ser valorizadas e estimuladas e, onde for necessário, puri-
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Igreja: Casa da Iniciação à Vida Cristã
ficadas. Tais práticas têm grande significado para a preservação e a transmissão da fé e para a iniciação à vida cristã.
87. No contexto em que vivemos, marcado pelo pluralismo e pelo sub-jetivismo, desencadear o processo de iniciação à vida cristã impli-ca grande atenção às pessoas, com atendimento personalizado (Di-retório Geral para a Catequese [1997], n. 170; RM, n. 14). Trata-se de estabelecer um diálogo interpessoal, de reflexão sobre a experiên-cia de vida, abrindo-a a seu verdadeiro sentido. É importante valorizar e respeitar a liberdade de cada um, assim como sua experiência, pois toda pessoa traz em si o desejo e a capacidade de encontro com a Pa-lavra de Deus, que o próprio Espírito Santo suscita.
88. As pessoas, hoje, ciosas de sua liberdade e autonomia, querem se con-vencer pessoalmente. Desejam discutir, refletir, avaliar, ponderar os argumentos a favor e contra determinada visão, doutrina ou norma. Por isso, no processo de iniciação à vida cristã, deve-se ter consci-ência que, mesmo em se tratando da Boa Nova, não se pode impô-la. A pedagogia evangélica consiste na persuasão do interlocutor pelo testemunho de vida e por uma argumentação sincera e rigorosa, que estimula a busca da verdade.
89. No anúncio da Boa Nova, antes do missionário, sempre chega o Espí-rito Santo, protagonista da evangelização. É Ele quem move o cora-ção para o encontro pessoal com Jesus Cristo, embora se trate de um encontro sempre mediado por pessoas. O discípulo missionário crê em Igreja, crê com os outros discípulos missionários e naquilo que os outros discípulos missionários creem. No processo de iniciação cristã é preciso, portanto, dar grande valor à relação interpessoal, no seio de uma comunidade eclesial. As pessoas não buscam em primeiro lugar as doutrinas, mas o encontro pessoal, o relacionamento solidário e fraterno, a acolhida, vivência implícita do próprio Evangelho.
90. O lugar da iniciação cristã é a comunidade eclesial. Que esta, particu-larmente a paróquia, seja lugar de iniciação à vida cristã dos adultos batizados e não suficientemente evangelizados. Seja local para iniciar os não batizados que, havendo escutado o querigma, querem abraçar a fé” (DAp, n. 293).
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Plano Diocesano da Ação Evangelizadora
91. A comunidade eclesial é o lugar de educação na fé (DAp, n. 276) para crianças, adolescentes e jovens batizados, em um processo que os leve a completar sua iniciação cristã. A formação dos discípulos missioná-rios precisa articular fé e vida e integrar cinco aspectos fundamentais: o encontro com Jesus Cristo; a conversão; o discipulado; a comunhão; a missão (DAp, n. 278). O processo formativo se constitui no alimento da vida cristã e precisa estar voltado para a missão, que se concretiza em vida plena, em Jesus Cristo, para todos, em especial para os po-bres. A formação não se reduz a cursos, pois integra a vivência comu-nitária, a participação em celebrações e encontros, a interação com os meios de comunicação, a inserção nas diferentes atividades pastorais e espaços de capacitação, movimentos e associações. A formação dos leigos e leigas precisa ser uma das prioridades da Igreja Particular, dado que é “um direito e dever para todos” (ChL, n. 57). Ela se torna mais efetiva e frutuosa quando integrada em um “projeto orgânico de formação” (DAp, n. 281), que contemple a formação básica de todos os membros da comunidade e a formação específica e especializada, sobretudo para aqueles que atuam na sociedade, onde se apresenta o desafio de dar “testemunho de Cristo e dos valores do Reino” (DAp, n. 216).
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