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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS E HABITAÇÃO

PROJECTO DE REABILITAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS PARA

O ABASTECIMENTO DE ÁGUA NICOADALA-LICUÁRI

PLANO DE COMPENSAÇÃO

MAPUTO, JUNHO DE 2011

Ref. Nr GTC/002/11

RP544 V3

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P r o j e c t o d e R e a b i l i t a ç ã o e C o n s t r u ç ã o d e I n f r a - e s t r u t u r a s p a r a o

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G E O T E C , L d a 1

FICHA TÉCNICA

O Plano de Compensação das populações afectadas pelo projecto de reabilitação e

construção de Infra-estruturas para o abastecimento de água Nicoadala-Licuári foi elaborado

pela Geotec – Consultoria em Geologia Geotecnia e Ambiente Lda, na sequência do contrato de

prestação de serviços de consultoria celebrado com o FIPAG.

© Geotec – Consultoria em Geologia Geotecnia e Ambiente Lda

Data: 06.04.2011

Endereço:

Av. Maguiguana, Praceta do Diu, No. 6, 2º Andar Único

Maputo – Moçambique

Email: [email protected]

Telefax: 21304512

Telefones: (+ 258) 823081960

(+ 258) 827919680

(+ 258) 823567880

Equipa de técnicos envolvidos:

• Enoque Mendes Vicente – Ambientalista e Director do Projecto

• Dionísio Pedro De Amurane – Especialista de GIS, Responsável pela Revisão e

Edição do PRC

• Francisco João Mbebe – Especialista em Reassentamentos

• Granélio Miguel Gabriel Tamele - Especialista em Reassentamentos Jr.

• Júlio Cuna – Oficial de Campo

Agradecimentos

A realização do presente Plano de Compensação contou igualmente com a valiosa

colaboração da seguinte equipa de técnicos a quem endereçamos os nossos agradecimentos:

• Enga. Cremilda Sitole – Representante do FIPAG (Maputo)

• Sr. Edson Pedro Abacar – Representante do FIPAG (Quelimane);

• Sr. José Manuel Ceia Francisco – Serviços Distritais de Actividades Económicas de

Nicoadala;

• Sr. Rendes Emissone – Assistente Técnico do Distrito.

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G E O T E C , L d a 2

INDICE Pág.

INDICE ................................................................................................................................................. 2

LISTA DE ANEXOS .......................................................................................................................... 4

SUMÁRIO EXECUTIVO.................................................................................................................. 5

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 8

1.1. Descrição do Projecto............................................................................................................. 8

1.2. Escopo e Âmbito do Plano de Compensação..................................................................... 9

2. SITUAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA DO DISTRITO DE NICOADALA ...................12

2.1. Demografia .............................................................................................................................13

2.1.1. Distribuição da população...................................................................................................... 13

2.1.2. Caracteristicas sócio-culturais ............................................................................................... 15

2.2. Situação das Infra-estruturas no Distrito de Nicoadala ................................................... 16

2.2.1. Infrastruturas Sociais.............................................................................................................. 16

2.2.2. Outras Infra-estruturas Básicas.............................................................................................. 17

3. ENQUADRAMENTO LEGAL ............................................................................................. 19

3.1. Quadro Legal e Principais Políticas de Águas Relevantes ao Projecto ..........................19

3.2. Quadro Legal e Políticas Sobre Reassentamento.............................................................. 19

3.3. Política de Reassentamento do Banco Mundial ................................................................ 21

3.3.1. Avaliação Ambiental (PO 4.01) .............................................................................................. 21

3.3.2. Populações Indígenas (PO 4.20) ............................................................................................ 22

3.3.3. Reassentamento Involuntário (PO/PB 4.12) ........................................................................... 22

3.3.4. Bens Culturais (PO 11.03).................................................................................................... .. 23

3.4. Directrizes Internacionais.....................................................................................................23

3.5. Instalação De Infraestruturas Temporárias ....................................................................... 24

3.6. Outras Considerações Legais ............................................................................................... 24

4. METODOLOGIA .....................................................................................................................26

4.1. Fase de Preparação ................................................................................................................26

4.2. Fase de Levantamento Sócio-Ambiental............................................................................ 26

4.3. Fase Conclusiva......................................................................................................................29

5. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL AO LONGO DO TRAÇADO DA

CONDUTA .................................................................................................................................30

6. AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO PROJECTO .................................................................. 33

6.1. Fase de Pré-Construção ........................................................................................................36

6.2. Fase de Construção da Conduta.......................................................................................... 38

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G E O T E C , L d a 3

6.2.1. Impactos da Actividade Sobre o Meio Biofísico ..................................................................... 38

6.2.2. Impactos da Actividade Sobre o Meio Socioeconómico ......................................................... 44

6.2.3. Impactos da Actividade na Saúde e Segurança Ocupacional ................................................. 47

6.3. Fase de Operação/Manutenção .......................................................................................... 50

7. CÁLCULO DAS COMPENSAÇÕES ................................................................................... 50

7.1. Tarifas a aplicar pela perda de culturas agrícolas .............................................................. 50

7.2. Tarifas a aplicar pela perda de estruturas ........................................................................... 50

8. PLANO DE COMPENSAÇÕES ÀS PARTES AFECTADAS ........................................51

8.1. Princípios de Pagamento de Compensações ..................................................................... 51

8.2. Preparação de pagamento e assinatura de acordos ........................................................... 52

8.2.1. Notificação das partes/pessoas afectadas sobre assinatura de acordo e pagamento de

compensações....................................................................................................................... 53

8.2.2. Transferência de fundos à Delegação do FIPAG de Quelimane ............................................ 53

8.2.3. Preparação e assinatura de acordos entre o FIPAG e as Partes Afectadas........................... 53

8.2.4. Preparação de cheques e valores monetários em numerário ................................................. 54

8.3. Pagamento das compensações aos afectados pelo FIPAG .............................................54

8.4. Responsabilidades e funções das partes envolvidas no processo de pagamento .........55

8.5. Encerramento do processo de compensações .................................................................. 56

9. RECLAMAÇÕES E PROCEDIMENTOS DE SEU ATENDIMENTO/CASOS

ADICIONAIS.............................................................................................................................56

10. ORÇAMENTO ..........................................................................................................................58

11. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................ 60

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 61

13. ANEXOS .....................................................................................................................................63

13.1. ANEXO 1: Mapa do Traçado da Conduta Adutora ........................................................ 64

13.2. ANEXO 2: Lista de Compensações ................................................................................... 65

13.3. ANEXO 3: Acordo de Acesso para as Obras de Construção ........................................80

13.4. ANEXO 4: Ficha de Acordo de Compensação e Ficha do Termo de Compromisso81

13.5. ANEXO 5: Tabela de Custos para Compensação pela Perda de Culturas ...................83

13.6. ANEXO 6: Calendário Proposto para o Pagamento de Compensações ......................85

13.7. ANEXO 7: Modelo de Carta de Notificação de Pagamento às Famílias Afectadas ...86

13.8. ANEXO 8: Lista Nominal dos Líderes Comunitários..................................................... 87

13.9. ANEXO 9: Actas dos Encontros Realizados ................................................................... 88

13.9.1. Acta da Reunião com os Líderes Comunitários no Âmbito da Preparação do Plano de Acção

de Reassamento ............................................................................................................... ..... 88

13.9.2. Acta da reunião sobre apresentação do projecto ................................................................... 90

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ACRÓNIMOS

AIS Avaliação de Impacto Social

BKS Empresa responsável pela fiscalização da obra

BM Banco Mundial

EN1 Estrada Nacional Número 1

FIPAG Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água

Geotec Lda Consultoria em Geologia, Geotecnia e Ambiente, Lda

GPS Sistema de Posicionamento Global

IFC Conselho Financeiro Intenacional (Intenational Finance Council)

ODM Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

ONU Organização das Nações Unidas

PAR Plano de Acção de Reassentamento

PARPA Planos de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta

PESA Plano Estratégico de Água e Saneamento

PI&A’s Partes Interessadas e Afectadas

MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental

PO Política Operacional

PD Pessoas Deslocadas

BAD Banco Africano de Desenvolvimento

UE União Europeia

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1. Mapa do Distrito com o traçado da conduta adutora

Anexo 2. Lista de compensações Nicoadala-Licuári

Anexo 3. Acordo de acesso para as obras de construção

Anexo 4. Ficha de acordo de Compensação e Ficha do termo de compromisso

Anexo 5. Tarifa de compensação de culturas (Direcção da Agricultura da Província da

Zambézia)

Anexo 6. Calendário proposto para o pagamento de compensações

Anexo 7. Carta de notificação de pagamento ao afectado

Anexo 8. Lista de nomes dos Líderes Comunitários

Anexo 9. Actas dos Encontros Realizados

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SUMÁRIO EXECUTIVO

Objectivos e Metodologia

O Plano de Compensação do Projecto de Reabilitação e Construção de Infra-estruturas para

o Abastecimento de Água Nicoadala-Licuári tem por objectivo assegurar que todas as partes

afectadas negativamente sejam devidamente compensadas e garantir que no futuro o FIPAG

possa aceder a área da servidão para efectuar trabalhos de manutenção e reparação da infra-

estrutura. A sua elaboração foi guiada pelos procedimentos e padrões do Banco Mundial

contidos na Directiva Operacional 4:30: Reassentamento Involuntário (de Junho de 1990)

bem como a legislação em vigor em Moçambique.

Quadro Legal

O Artigo 17 do Regulamento da Lei de Terras (Decreto Nº 66/98 de 8 de Dezembro), que

expõe o seguinte a respeito de servidões de interesse público: “Quando, por motivo de

necessidade de utilização de parte de um terreno objecto do direito de uso e aproveitamento

da terra, seja para a instalação de condutores aéreos, superficiais ou subterrâneos de

electricidade, de telecomunicações, petróleo, gás, água ou outros, houver restrição desse

direito, deverá a entidade pública ou privada indemnizar o titular do direito, em quantia que

represente o efectivo prejuízo pela não utilização da parte afectada, constituindo-se sobre ela

a respectiva servidão, a qual será registada no Cadastro Nacional de Terras e averbada no

título”. Portanto, apesar da ausência de uma lei específica para as questões de

reassentamento, expropriação e compensação em Moçambique, as actividades deste projecto

estão cobertas pelo Decreto Nº 66/98 de 8 de Dezembro; pela Lei de Terras Nº 19/97 de 1

de Outubro de 1997, e pelas directrizes de reassentamento do FIPAG que são consonantes

com as directrizes do Banco Mundial quanto a necessidade de restauração da qualidade de

vida às famílias afectadas, procura sempre minimizar os impactos negativos que possam advir

de expropriações ou danos associados a implementação de algum projecto de

desenvolvimento.

A Lei de Águas (Lei 16/91 de 3 de Agosto) e a Política de Águas (46/2007 de 21 de Agosto)

estabelecem que cabe às pessoas singulares ou colectivas encarregadas de fornecer água para

o consumo assegurar que as instalações utilizadas e a água fornecida respeitem os requisitos

definidos no Diploma Ministerial nº 180/2004. de 16 de Fevereiro. Este Diploma estabelece

os parâmetros de qualidade de água destinada ao consumo humano e as modalidades para a

realização do seu controlo, visando proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes

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de qualquer contaminação que possa ocorrer nas diferentes etapas do sistema de

abastecimento de água desde a captação até à disponibilização do consumidor.

Resultados do levantamento de famílias

No total são elegíveis para compensação 158 agregados familiares, geralmente agricultores do

sector familiar e um pequeno número ligado ao sector empresarial. Dadas as características

deste projecto em que as obras serão caracterizadas por escavações dos terrenos ao longo do

traçado para a colocação da conduta adutora, os efeitos identificados resumem-se em danos

em estruturas, nas culturas anuais, árvores de fruta e de forma isolada algumas árvores de

madeira. Para a minimização de danos foram tomadas medidas preventivas, tais como a

demarcação no terreno das áreas abrangidas, a marcação com tinta das árvores a serem

derrubadas e a indicação nos mapas do traçado de locais onde deverá ocorrer trabalho

manual, sem prejuízo do cumprimento do tempo e prazos de execussão do projecto.

Custos de compensação

A compensação aos afectados pela implementação do projecto deverá custar 389.381,74 MT

(Trezentos e Oitenta e Nove Mil e Trezentos e Oitenta e Um Meticais e Setenta e Quatro

Centavos).

Responsabilidades

O FIPAG será responsável pela preparação e pagamento dos valores monetários relativos a

compensação nas modalidades e data dia previstas bem como pelo encerramento

administrativo. A Geotec Lda cabe a responsabilidade de preparar e distribuir as cartas de

notificação, preparar os acordos, organizar as reuniões de assinatura dos acordos e de

pagamentos; Estabelecer a ligação entre o FIPAG e os afectados assegurando assim o fluxo

de comunicação; Assistir os actos de pagamento e organizar testemunhas, distribuir os

acordos assinados e copiados pelas partes pertinentes. Os líderes comunitários serão

envolvidos na mobilização dos afectados nos dias de assinatura dos acordos e dos

pagamentos.

Conclusões e Recomendações

O estudo realizado para a elaboração do plano de compensação no âmbito do projecto de

construção e reabilitação da conduta adutora de abastecimento de água ao longo do traçado

Nicoadala-Licuári permitiu constatar que serão afectados 158 agregados familiares que

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possuem os seus bens dentro do perímetro da servidão e por conseguinte devem ser

compensados em dinheiro pelos danos associados à implementação do projecto.

A lista dos danos associados à implementação do projecto inclui destruição de culturas

agrícolas, árvores de fruta e de madeira e estruturas tais como habitações, alpendre, poço,

tanque e casa de banho. Apesar do elevado número de famílias afectadas e do facto das

perdas serem susceptíveis de provocar as mais diversas reacções entre os afectados, não foi

registada qualquer oposição ao projecto e, portanto não existem quaisquer elementos que

possam determinar a sua suspenção.

As directrizes apresentadas no presente Plano de Compensação devem ser seguidas para

facilitar o processo de compensação e seu sucesso seja garantido, sugerindo-se que os passos

a seguir se resumam no seguinte:

− Notificação das partes/pessoas afectadas sobre a assinatura de acordo e pagamento de compensações;

− Transferência de fundos à Delegação do FIPAG de Quelimane;

− Preparação e assinatura de acordos entre o FIPAG e as Partes Afectadas;

− Preparação de cheques e valores monetários em numerário;

− Pagamento das compensações aos afectados pelo FIPAG;

− Encerramento do Processo de compensações;

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Descrição do Projecto

O FIPAG propõe-se implementar um projecto de abastecimento de água que consiste em

instalar uma conduta adutora de 15 Km de comprimento entre Nicoadala e Licuári, no

Distrito de Nicoadala, Província da Zambézia (Figura 1). A conduta destina-se ao

abastecimento de água e faz parte de um dos vários projectos enquadrados nos esforços

empreendidos pelo governo no sentido de melhorar o abastecimento de água bem como

aumentar a taxa de cobertura na província da Zambézia.

Sendo previsível que a instalação da conduta adutora no terreno podesse resultar em

perturbação de algumas estruturas localizadas ao longo do traçado do projecto e, para

salvaguardar os interesses das pessoas potencialmente afectadas, o FIPAG contratou a

Geotec – Consultoria em Geologia Geotecnia e Ambiente Lda para desenvolver um estudo

conducente à elaboração do Plano de Reassentamento e Compensação.

O âmbito do contrato prevê a elaboração de um Plano de Reassentamento e Compensação

Abreviado (PRCA), em conformidade com a Política de Reassentamento do FIPAG e em

harmonia com as políticas e directrizes do Governo de Moçambique e as boas práticas

recomendadas pelo Banco Mundial.

A conclusão sobre a elaboração de um PRCA surgiu na sequência de um levantamento sócio-

ambiental realizado pelo FIPAG em Agosto de 2010, o qual indicava que a implementação

do projecto de construção da conduta adutora de distribuição de água que parte de Nicuadala

a Licuári iria afectar cerca de 05 residências, 05 pequenos quiósques, infra-estruturas diversas,

cerca de 50 Machambas , fruteiras e outras árvores.

O PRC tem a função básica de providenciar um conjunto de informações sobre as acções a

serem desenvolvidas no âmbito da implementação do projecto, afim de encontrar soluções

positivas para as perdas (culturas e infra-estruturas) das famílias afectadas. O PRC inclui

igualmente um conjunto de instruções claras e obrigatórias para o FIPAG (na qualidade de

proponente), as partes afectadas, o consultor e o empreteiro, relativamente a questões sócio-

ambientais a tomar em consideração nas diferentes fases de implementação do projecto.

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MARÁVIA

Morrumbala

80

00

00

0

81

00

00

0

80

00

00

0

81

00

00

0

800000 900000

DR Congo Tanzania

Angola

Zambia

Malawi

M O C U B A

Zimbabwe

Botswana

South Africa

Swaziland

M O R R U M B A L A

N1

Área do Projecto

N1

Namacurra

M A G A N J A

D A C O S T A

Nante

Maganja

!.

Licuari

Nicoadala

N A M A C U R R A

M O P E I A

Campo

N I C O A D A L A

N10

Maquival

Macuze

Chupanga

Mopeia

QUELIMANE

Legenda

Inhassunge !. Sedes P. Administrativos

I N H A S S U G E

Gonhane

Estradas Primárias

M A R R O M E U

Marromeu

C H I N D E

Micaune

· 0 6 12 18 24

kms

Estradas Secundárias

Distrito de Nicoadala

Outros Distritos

800000

900000

Figura 1 - Localização da área do projecto

1.2. Escopo e Âmbito do Plano de Compensação

Os objectivos deste plano de compensação são de assegurar que todas as partes que sofrerão

danos devido à construção da conduta na secção Nicoadala-Licuári, sejam compensadas e

que qualquer acesso futuro do FIPAG para os trabalhos de manutenção e reparação estejam

garantidos, mediante a assinatura de acordos de compromisso entre as partes.

Do leque das actividades a desenvolver destacam-se as seguintes:

─ Organizar formulários para o censo;

─ Realizar inventário dos bens;

─ Realizar o levantamento sócio-ambiental;

─ Interagir e coordenar com o Município, Estruturas Provinciais e Distritais e outras

instituições relevantes como a Administração do Distrito de Nicuadala, FIPAG e

Organizações Não Governamentais sobre o planeamento do processo de

reassentamento;

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─ Organizar juntamente com o preponente do projecto reuniões com as instituições

acima mencionadas de modo a definir uma metodologia e critério de atribuição de

valores dos bens afectados;

─ Organizar e conduzir encontros nas áreas afectadas para explicar o projecto, os

possíveis impactos, o processo de planificação, o reassentamento em geral, as opções

de compensação, processos de reclamação e permitir a participação da população

afectada na preparação Plano de Acção e de Reassentamento;

─ Organizar e treinar uma equipa para trabalhar com aspectos administrativos incluindo

a identificação das famílias afectadas, emissão de cartões para o registo,

números/códigos;

─ Desenvolver um plano para implementação do Plano de Acção de Reassentamento

ou programa de implementação do Plano de Reassentamento Abreviado de acordo

com a realidade actual no terreno e a entrega das propriedades/infra-estruturas àsas

pessoas a serem reassentadas;

O presente plano de compensação é o culminar das acções de levantamento de dados nas

áreas de possível impacto e danos ao longo do traçado de 15km de extensão. O seu conteúdo

destaca os detalhes relativos ao processo de implementação do exercício de compensação na

secção Nicoadala-Licuári.

O traçado inicial que serviu de base para os levantamentos preliminares ao longo da servidão

dos seis metros de largura, estabeleceu o seu limite entre 11-15 metros lineares a partir da

EN1. O limite estabelecido permitiu, em larga medida, que fossem feitos alguns desvios para

evitar danos em infra-estruturas residenciais e mercados locais.

A conduta será montada em troços paralelos à EN1 quase em toda a sua extensão. Neste

contexto, observando as áreas afectadas pela instalação da conduta ao longo da servidão dos

seis metros de largura, em toda a sua extensão; tomando em consideração a dimensão das

áreas cultivadas, as culturas afectadas e o reduzido número de população nas áreas adjacentes

e que grande parte da rota da conduta será construída em espaços desertos, assume-se que as

perdas ou estragos que ocorrerão em função do projecto não irão influenciar o modo de vida

da população em redor do sistema e os impactos negativos serão mínimos ou insignificantes,

sem descurar, no entanto, acções correctivas e de mitigação.

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G E O T E C , L d a 11

Este plano de compensação somente trata de pagamentos de compensação. Nenhum

reassentamento físico será aplicável em toda a secção Nicoadala-Licuári.

As compensações resultam de danos previstos, associados às perdas de culturas e

infraestruturas que serão removidas devido aos trabalhos de limpeza e construção da conduta

entre Nicoadala e Licuári, numa extensão de 15 km. Nesta secção, a conduta será enterrada

na maior parte ao longo do traçado paralelo à EN1 e, por isso, as vias de acesso para as

máquinas foram minimizadas em acordo comum com o Fiscal da obra (BKS) e com o

empreiteiro. Determinados troços, devidamente identificados e registados em mapas do

traçado, indicam os locais onde os trabalhos deverão ser realizados manualmente e os locais

onde pequenos desvios serão efectuados para reduzir danos em propriedade alheia. No

entanto, danos imprevisíveis, alheios à vontade do empreiteiro e fora do plano, poderão

ocorrer em estruturas e/ou mesmo em áreas produtivas. Tais casos, terão tratamento

adequado de acordo com os critérios e procedimentos legais para a sua resolução.

De uma forma geral foram contabilizados danos que ocorrerão numa servidão de largura de

um máximo de seis metros (três metros em cada lado da conduta) e valorizados de acordo

com as tarifas estabelecidas na tabela oficial editada pela Direcção Provincial da Agricultura

da Província da Zambézia.

Foto 1 – vista de uma área de passagem da conduta de água, paralela à EN1: grande parte da secção é caracterizada por espaços “livres” onde a conduta passa sem causar danos a propriedades

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G E O T E C , L d a 12

2. SITUAÇÃO SÓCIO‐ECONÓMICA DO DISTRITO DE NICOADALA

Em termos de administração territorial, a secção Nicoadala-Licuári que é coberta pelo

presente projecto pertence ao Distrito de Nicoadala. Este distrito, cuja sede dista cerca de 35

kms de Quelimane, tem de superfície 3.392 km2 e conta com 231.850 habitantes de acordo

com o 3º Censo Geral da População e Habitação de 2007, perfazendo assim uma média de

densidade populacional de 68,36 hab/km2.

A Norte faz limite com os distritos de Mocuba e Namacurra, enquanto que a Sul está a

Cidade de Quelimane e o Distrito de Inhassunge. A Oeste é limitado pelos distritos de

Morrumbala e Mopeia e a Este fica o Oceano Índico (Figura 1). Os únicos Postos

Administrativos são Maquivale e Nicoadala-sede, cuja jurisdição inclui a localidade de

Munhonha, onde se localiza o povoado de Licuári.

O Distrito de Nicoadala é atravessado pela EN1, que constitui um importante corredor para

o transporte de pessoas assim como escoamento de bens dentro e fora da província.

Nicoadala tem em Quelimane o seu principal centro de transações comerciais dada a sua

relativa proximidade. É dali que partem produtos agrícolas, alguns dos quais com origem em

nicoadala como copra e madeiras para os restantes pontos do país e inclusivamente para a

exportação. Nicoadala está integrado no sistema de desenvolvimento estruturado, ligado à

rede económica do país como fonte de matéria-prima para a indústria alimentar, de

processamento de madeira e copra. Este e outros factores contribuem com um impacto

significativo no desenvolvimento local, abrindo espaço para uma participação comunitária

mais activa no processo de reabilitação e reconstrução do tecido sócio-económico.

Foto 2 – Vista parcial de um quintal que se encontra na rota da conduta adutora

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G E O T E C , L d a 13

2.1. Demografia

2.1.1. Distribuição da população

A actual divisão administrativa do país estabelece que o Distrito de Nicoadala é composto

por dois postos administrativos: Nicoadala-Sede e Maquival-Sede. O posto administrativo de

Nicoadala Sede contém quatro localidades, a saber: Nicoadala-Sede, Munhonha (Licuári),

Namacata, Nhafuba. Por seu turno, o posto administrativo de Maquival Sede inclui as

seguintes localidades: Nangoela, Marrongane, Madal, Ionge e Maquival Sede.

De acordo com o censo populacional realizado em 2007 (INE, 2008), o Distrito de

Nicoadala conta actualmente com 231.850 habitantes e uma densidade populacional média de

68,35 hab/km2. Estes valores correspondem a um aumento de 16,83% , quando comparados

com 198.451 habitantes e a densidade de 60,28 hab/km2 que se resgistavam em 1997.

A classificação por género indica que a população feminina é de 118.959 habitantes e a

masculina de 112.891 habitantes correspondendo a 51,3% e 48,7%, respectivamente. Trata-se

de uma população predominantemente rural já que 65.1% vive em zonas rurais.

A distribuição da população por grupos etários específicos e por sexo é apresentada na

pirâmide etária da Figura 2, onde consta que a população economicamente activa é de

117.913 pessoas, o que corresponde aproximadamente a 50,9% do total da população e tem

idades que variam entre 15 e 64 anos. A maioria da mão-de-obra está ligada ao sector

agrícola, que absorve cerca de 76 % de toda a população activa.

A população dedica-se à agricultura de subsistência e pratica a cultura de arroz, mandioca,

faijão e hortícolas. Os homens desenvolvem igualmente outras actividades de rendimento

como a produção e venda de carvão lenhoso, exploração de madeira, entre outras. Contudo,

o potencial agro-ecológico do distrito de Nicoadala é propício para a produção de inúmeras

culturas, distiguindo-se à partida o exercício de exploração agrícola em dois sectores:

(i) O sector familiar, que se dedica maioritariamente à produção de arroz, milho, feijões,

batata-doce, mandioca e fruteiras tais como laranjeiras, ananaseiros, cana-de-açucar,

bananeiras;

(ii) O sector empresarial, cuja actividade dominante é a exploração comercial de

plantações de palmeiras, árvores para a produção de madeira entre as quais se

contam os eucaliptos, pinheiros e casuarinas.

Para além da actividade agrícola, uma parte da população integra a pesca de pequena escala

no seu sistema de sobrevivência, como estratégia de aumento da renda familiar. Pequenas e

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G E O T E C , L d a 14

médias empresas no ramo da pesca e descasque de arroz são também uma referência nas

actividades económicas do distrito de Nicoadala.

As crianças com com idades entre 0-14 anos correspondem a 46,3% (107.297 habitantes) do

tatal da população. É frequente encontrar caso de envolvimento de crianças em actividades

de rendimento.

Os idosos com mais de 65 anos de idade correspondem a 2,9% (6.640 habitantes) do total da

população.

Figura 2 – Pirâmide etária da população por sexo e grupos de idade (INE 2008)

Em 1997 a esperança de vida média foi estimada em 35 anos, sendo de 34.5 anos para os

homens e de 36.4 anos para as mulheres. O rácio médio de sexo era de 97, isto é 97 homens

para cada 100 mulheres, e a proporção de mulheres correspondente a 50.7 %. Os

indicadores de mortalidade infantil apontavam para níveis de 182.9 por cada mil nascidos

vivos, sendo 191.1 para os rapazes e 174.4 para as raparigas por cada mil. A mortalidade pós-

infantil era de 152.2 por cada mil, o que permitia concluir que o nível de mortalidade infantil

e pós infantil ( 0-5 anos), ou seja na infância era de 306.2 por cada mil nados vivos. O

número médio de pessoas por agregado é de 5.

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2.1.2. Caracteristicas sócio-culturais

Língua e estrutura sócio-cultural

As línguas Chuabo e Portuguesa constituem dois principais idiomas falados em Nicoadala. A

estrutura socio-cultural de Nicoadala é predominantemente matrilinear, facto que joga um

papel importante na estrutuação das relações sociais, especialmente no que concerne à

definição do local de estabelecimento de residência e na resolução de eventuais conflitos

intrafamiliares. Entretanto, a promoção dos valores culturais e a execução das decisões

emanadas pela tradição são asseguradas pelos homens, que assumem funções de decisão na

estrurua social, ainda que em nome dos valores tradicionais matrilineares.

Esta forma de configuração da realidade acaba por conferir o poder efectivo aos homens e o

poder virtual e simbólico reside na referência às mulheres. Deste modo as disparidades de

género ficam manifestas numa sociedade que se define como sendo predominantemente

matrilinear. A frequência da poligamia é outra das formas de manifestação de poder dos

homens, que eventualmente passam a dispor de duas ou três esposas, tendo somente que

respeitar a obrigação moral de prover cada uma delas com recursos para subsistência.

Entretanto, a subsistência das famílias é muitas vezes assegurada pela mulher, na medida em

que ela está envolvida nos afazeres domésticos e nos trabalhos agrícolas, enquanto que o

homem, só ocasionalmente se envolve na agricultura.

A expectativa é que o homem seja capaz de arranjar algum tipo de trabalho remunerado ou

que se envolva em actividades comerciais, o que nem sempre é possível, tendo em conta o

alto índice de desemprego.

Religião

A população do distrito professa diferentes religiões, sendo de destacar a religião cristã

representada pelas Igrejas Católica, a Assembleia de Deus, Envagélica e Metodista Unida de

Moçambique. Entre as outras religiões destaca-se a religião Islâmica. Contudo, uma parte

significativa da população rural pratica o culto de antepassados.

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2.2. Situação das Infra‐estruturas no Distrito de Nicoadala

2.2.1. Infrastruturas Sociais

Educação

Em 2008 o Distrito de Nicoadala possuía 188 escolas, das quais 185 escolas primárias e 3

escolas secundárias, um aumento de 31,5% em relação ao número total de escolas do ano

anterior (Tabela 1). Com este aumento o número de alunos frequentando o ensino

secundário passou de 4.902, em 2007 para 6.905 em 2008, enquanto o número de professores

passou de 78 em 2007 para 133 em 2008.

Apesar dos esforços empreendidos pelas autoridades para aumentar o número de

estabelecimentos de ensino e dos sucessos alcançados ao longo dos anos, em 2007 o distrito

ainda continuava com 15.189 crianças com idades entre 6 e 13 anos sem estudar. Além disso

a taxa de analfabetismo para indivíduos com idade superior a 18 anos era de 69,1%.

Tabela 1 – Estabelecimentos de Ensino por Tipo e Nívelno Distrito e na Província –

2007/2008 (INE, 2010)

Estabelecimentos de Ensino

2007

2008 Variação

2008/2007 (%) Total da

Província 2008 Dist/Prov

(%)

Número total de escolas 143 188 31,5 2667 7,0

EP‐I

Públicas 126 150 19,0 2217 6,8

Privadas/comunitárias 0 0 ‐ 5 0

EP‐II

Públicas 15 35 133,3 383 9,1

Privadas/comunitárias 0 0 ‐ 6 0

ESG‐I

Públicas 2 2 0 36 5,6

Privadas 0 0 ‐ 1 0

ESG‐II

Públicas 0 1 ‐ 7 14,3

Privadas 0 0 ‐ 1 0

Escolas técnico‐profissional

públicas 0 0 ‐ 4 0

privadas 0 0 ‐ 2 0

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Saúde

O Distrito de Nicoadala conta actualmente com 1 (um) hospital distrital, 8 (oito) centros de

saúde e 2 (dois) postos de saúde. Apesar de insuficientes já que significam que uma unidade

sanitária está para 27 mil pessoas, cada cama está para 8.900 pessoas e cada profiffional

técnico está para servir 6.700 pessoas. Contudo estas infra-estruturas representam um

número razoável se comparadas com o total das infra-estruturas de saúde da província da

zambézia que apesar dos seus 15 distritos tem 2 (dois) hospitais distritais, 100 (cem) centros

de saúde e 28 (vinte e oito) postos de saúde.

2.2.2. Outras Infra-estruturas Básicas

Vias de Acesso

A estrada asfaltada centro-nordeste que atravessa a Província da Zambézia estabelendo a

ligação entre Sofala, a Sul, e Nampula, a Norte é considerada aespinha dorsal da do

desenvolvimento económico e social da província. Contudo, tirando esta estrada que também

atravessa o Distrito de Nicoadala, as restatntes estradas ligando as diversas zonas do distrito

apresentam problemas sérios de transitabilidade o que dificulata o acesso às zonas rurais, a

comercialização dos produtos agrícolas e a deslocação de pessoas.

Telecomunicação

Algumas localidades do distrito já contam com o sistema de comunicação por telefonia

móvel. São os casos das localidades de Namacata na Cerâmica, Nicoadala-sede, Munhonha,

Maquival, Zalala. Em outros locais a comunicação é garantida pela rede fixa das

Telecomunicações de Moçambique como é o caso de Domela ou ligações via satélite por

meio de PBX ou Rádio emissor e receptor, cujo os mesmos foram equipados no comando da

PRM, Administração, Partido Frelimo e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).

Energia

O Distrito de Nicoadala conta com uma cobertura de fornecimento de energia eléctrica

razoável ao distrito já que beneficia da linha de alta tensão que atravessa o distrito, partindo

de Chimuara e ligando as substações de Mocuba e Cerâmica. Além disso, é desta que parte

a linha de média tensão que alimenta a cidade de Quelimane e a sede do Distrito. Dentre as

zonas beneficiadas incluem-se: os bairros de supinho, mola, Nerir, o regadio Mucelo Novo,

fábrica de Cerâmica, povoado de Domela e Namacata Feira, Licuári, de Madal, Sede

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Maquival, Praia de Zalala. E muitos outros bairros e povoados das localidades deste distritos

estão incluídos na lista de próximos beneficiários.

Abastecimento de água

A principal fonte de abastecimento de água potável é a estação de captação de água de

localizada em Licuari que abastece a vila sede de Nicoadala, a localidade de Namacata por

onde passa a conduta atè a cidade de Quelimane.

No total existem no distrito 207 fontes de água distribuídos pelas comunidades, das quais 118

são poços e 89 furos, para além de 12 fontes protegidas de água canalizada . A actual taxa de

cobertura de abastecimento de água está estimada em 36%, um índice que está bastante

aquém das necessidades da população e que tem sido agravado pelo elevado número de

fontes avariadas totalizando 65 fontes.

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G E O T E C , L d a 19

3. ENQUADRAMENTO LEGAL

A implementação de qualquer projecto com as características que este projecto apresenta é

susceptível de afectar pessoas e bems ao longo do seu traçado, particularmente durante a fase

de construção. Por essa razão, este capítulo realça os principais instrumentos legais e

directivos que devem guiar a execução do projecto afim de que prevaleçam as garantias do

seu prosseguimento em conformidade com o quadro legal em vigor no país e que eventuais

danos que resultem da sua implementação sejam devidamente reparados.

Nas secções que se seguem, alguns dos referidos instrumentos são brevemente descritos

enfatizandos as referências ao reassentamento involutário.

3.1. Quadro Legal e Principais Políticas de Águas Relevantes ao Projecto

O direito a água potável está consagrado na Constituição da República de Moçambique e é

corroborada pela Lei de Águas (Lei 16/91 de 3 de Agosto) e a Política de Águas (46/2007 de

21 de Agosto) que estabelecem que cabe às pessoas singulares ou colectivas encarregadas de

fornecer água para o consumo assegurar que as instalações utilizadas e a água fornecida

respeitem os requisitos definidos no Diploma Ministerial nº 180/2004. de 16 de Fevereiro.

Este Diploma estabelece os parâmetros de qualidade de água destinada ao consumo humano

e as modalidades para a realização do seu controlo, visando proteger a saúde humana dos

efeitos nocivos resultantes de qualquer contaminação que possa ocorrer nas diferentes etapas

do sistema de abastecimento de água desde a captação até à disponibilização do consumidor.

O Nº 2 do Artigo 7 da Lei de Águas (Lei 16/91, de 3 Agosto) refere que a aprovação de

obras hidráulicas deve ser precedida de uma análise dos seus efeitos e impactos sociais,

económicos e ambientais sendo esta tarefa imputada aos donos das obras.

3.2. Quadro Legal e Políticas Sobre Reassentamento

O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) endossa as recomendações

sobre reassentamento e requer que a localização e dimensão das áreas de reassentamento

sejam conduzidas de forma participativa para favorecer um crescimento demográfico natural,

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G E O T E C , L d a 20

fornecimento e manutenção de serviços, bem como a geração de oportunidades sócio-

econónicas locais com acesso a benefícios resultantes do programa de reassentamento e do

projecto que o originou.

Actualmente não há legislação específica em vigor no país que regule o reassentamento

involuntário. Contudo existem uma série de instrumentos legais que quando combinados

oferecem subsídios úteis para tratar dos vários aspectos que compõem o processo de

reassentamento.

Nos casos em que julaga provável que ocorra deslocação ou reassentamento involuntário, o

regulamento do Governo (Decreto 45/2004 de 29 de Setembro) requer que seja empreendida

uma Avaliação de Impacto Social (AIS) completa e de acordo com os princípios e/ou

directrizes do Banco Mundial e do Banco Africano de Desenvolvimento. As directrizes do

Banco Mundial para o reassentamento involuntário são também recomendadas pela

DNA/AIAS .

De acordo com as agências acima, o reassentamento involuntário representa um impacto

significativo numa pessoa, família, grupo ou comunidade, que é/são forçosamente removidos

devido a decisões tomadas por agentes externos ao grupo. As pessoas afectadas são as

pessoas atingidas pela perda de infra-estrutura de habitação de variados tipos, fontes de

emprego e/ou meios de subsistência. O reassentamento não se restringe apenas ao seu

significado usual – ou seja “deslocação física”. Dependendo dos casos, uma acção de

reassentamento pode incluir (i) a perda de terra ou de estruturas físicas sobre a terra,

incluindo negócios; (ii) a deslocação física; e (iii) a reabilitação económica das pessoas

deslocadas (PDs), no sentido de melhorarem (ou pelo menos de poderem repor) os níveis de

rendimento ou de vida prevalecentes antes da acção causadora do reassentamento.

A prática internacional, regional e nacional indica que, sempre que possível, o reassentamento

deve ser evitado e/ou minimizado. Quando o reassentamento é inevitável, é necessário

elaborar um Plano de Acção de Reassentamento (PAR) para garantir que as pessoas afectadas

sejam compensadas e reassentadas de forma adequada e equitativa. De modo semelhante, as

pessoas afectadas e as autoridades a que estas se subordinam devem receber informação clara

e atempada sobre as possíveis alternativas de compensação para poderem escolher as

alternativas que melhor se adequam às suas necessidades. O processo de reassentamento

deve ser participativo.

Para além disso, é quando as magnitudes dos impactos afectam mais de 200 pessoas, que se

solicita um plano de reassentamento completo para tratar das medidas de mitigação

necessárias para gerir efeitos potencialmente empobrecedores do reassentamento

involuntário (Banco Mundial OP 4.12, § 25). Quando as pessoas a serem afectadas forem

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G E O T E C , L d a 21

inferiores a 200 pessoas um plano de reassentamento simplificado torna-se aceitável (BM OP

4.12). Quando as políticas de salvaguarda dos doadores requeiram conformidade como pré-

condição de acesso a empréstimos, estas devem também ser referidas. Adicionalmente, o

BAD e a OCDE/DAC1 têm políticas e linhas de orientação que são grandemente abafadas

pelas abordagens, directrizes e directivas operacionais do BM para avaliações ambientais e

reassentamento involuntário. Em princípio, estas linhas de orientação aplicam-se a todos os

projectos financiados por agências membro, mais as da UE. Por conseguinte, a maioria dos

procedimentos de reassentamento realizados até à data por iniciativas de desenvolvimento do

sector privado/público, que requereram o reassentamento de famílias rurais, seguiu em geral

a política operacional PO 4.12 (Dezembro de 2001) do BM sobre reassentamento

involuntário. Outras cláusulas legais e provisões reguladoras que regem a AIS e o PAR são:

• A Lei de Terras 19/97 que fornece a base para definir os direitos à terra das pessoas

afectadas, baseados no direito consuetudinário, e os procedimentos para aquisição do

título de uso e aproveitamento pelas comunidades e indivíduos.

• O Regulamento 66/98 da Lei de Terras, bem como as directrizes de compensação

básica produzidas pelas Direcções Provinciais de Agricultura, abrangendo os custos

mínimos de diversas árvores e colheitas, regulamenta a compensação de perdas

incorridas pelo processo de realocação. As directrizes para avaliação dos valores das

casas, produzidas pelas Direcções Provinciais de Obras Públicas e Habitação,

baseiam-se no Diploma Ministerial 119/94, de 14 de Setembro.

3.3. Política de Reassentamento do Banco Mundial

Em geral as directrizes do BM que regem a AIS e o PAR realçam os seguintes aspectos:

3.3.1. Avaliação Ambiental (PO 4.01)

Os projectos de Categoria “A” devem ser sujeitos a análise ambiental. A PO considera que

devem ser considerados níveis apropriados de avaliações ambientais e sociais no acto do

projecto. Além disso deve ser desenvolvido um processo de consulta pública para acomudar

as opiniões dos grupos afectados pelo projecto e das ONGs locais, abrangendo os pontos de

vista dos grupos económicos desfavorecidos e socialmente prejudicados, assegurando que

sejam desenhados e implementados planos de acção específicos para mitigar e compensar os

prováveis impactos negativos.

1 DAC é o órgão de coordenação para organizações bilaterais de países da OCDE

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3.3.2. Populações Indígenas (PO 4.20)

O presente projecto não deve ter impactos específicos nas minorias étnicas, contudo pode

causar impactos nos grupos sociais minoritários com fraco poder para tomada de decisões e

em agregados familiares chefiados por mulheres e crianças. Para tal os seus interesses estão

protegidos pelas PO 4.01 e PO 4.12.

O projecto está directamente relacionado com a reabilitação do sistema de abastecimento de

água, numa área relativamente estável. Por esta razão, ao lidar com o impacto do

reassentamento nos grupos sociais como mulheres e agregados familiares chefiados por

mulheres, que são geralmente marginalizados dos processos de tomada de decisões, devem

ser tomadas precauções especiais para assegurar que não sejam excluídos das oportunidades e

decisões.

3.3.3. Reassentamento Involuntário (PO/PB 4.12)

A PO 4.12 – sobre Reassentamento Involuntário, prevê que a população afectada por um

projecto receba benefícios do mesmo, incluindo os relacionados com usufruto ou direito

consuetudinário à terra ou outros recursos abrangidos pelo projecto. A PO é abrangente e

assegura que sejam compensados todos aqueles que forem directa ou indirectamente

afectados pelo desenvolvimento dos projectos. Entres as pessoas afectadas incluem-se

aquelas cujos rendimentos provêm do sector informal e de actividades não agrícolas e ainda

de recursos de propriedade comum. A ausência de direitos legais não limita o direito à

compensação. Particular atenção deve ser dada às necessidades de grupos vulneráveis,

especialmente os que vivem abaixo da linha de pobreza, os sem terra, os anciãos, mulheres e

crianças. Deve também ser prestada atenção às RDSAS do BM, onde é dada ênfase aos

exemplos em que as pessoas perdem o direito de aproveitar os recursos mas não perdem a

posse sobre eles. Estas perdas involuntárias de acesso aos recursos podem também caber

dentro do contexto de reassentamento involuntário.

As informações disponíveis indicam que a implementação do presente projecto não resultará

na deslocalização de pessoas e famílias que actualmente residem ao longo do traçado da

conduta adutora. Contudo regista-se alguma ocupação desordenada de espaços por parte de

pessoas no desenvolvimento de suas actividades sociais ao longo do traçado e que poderá

sofrer perturbação que resulta em perdas temporárias ou definitivas de componentes das suas

infra-estruturas (casas, quintais, barracas, etc.) assim como outros activos (árvores, campos

agrícolas, culturas, etc.).

A legislação acima referida é corroborada pela política de reassentamento involuntário do

FIPAG que baseiando-se no princípio da restauração da qualidade de vida das famílias

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G E O T E C , L d a 23

afectadas, procura minimizar os impactos negativos resultantes de expropriações em todas as

etapas e acções previstas para a elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário.

3.3.4. Bens Culturais (PO 11.03)

O financiamento de projectos desta natureza têm sido sustentados pela garantia de que os

danos aos bens culturais não replicáveis serão mínimos, e tais locais foram previamente

identificados e incorporados no desenhados para prevenir danos maiores. Ajustamentos do

traçado do projecto deverão ser feitos para assegurar que este não destrua quaisquer outros

locais imprevistos considerados sagrados ou de culto pelas populações afectadas.

3.4. Directrizes Internacionais

Moçambique é signatário de directrizes internacionais que serão tomadas em consideração

neste projecto. Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM’s) são uma declaração

assinada pelos Estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000 e que

fixam objectivos de desenvolvimento específicos a serem alcançados até ao ano 2015 nas

áreas de combate à pobreza, ao analfabetismo, à desigualdade entre os sexos, à mortalidade

infantil, à mortalidade materna, à mortalidade epidemiológica (incluindo a que decorre do

HIV/SIDA), à degradação ambiental e à desigualdade social entre os países ricos e os países

pobres.

O projecto de construção da conduta adutora entre Nicoadala e Licuári tem por objectivo a

melhoria dos serviços de abastecimento de água às populações urbanas e rurais cumprindo

assim as metas definidas no Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA

II) (GM, 2006) e no Plano Estratégico de Água e Saneamento (PESA), e guiando-se também

pelos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) (Objectivo 7), do qual

Moçambique é signatário.

As metas previstas, de acordo com os ODM e assumidas no contexto nacional para as áreas

urbanas e suburbanas, são:

a) Atingir a cobertura de 70% em abastecimento de água em 2015 (serviço cobrindo

cerca de 6 milhões de pessoas);

b) A longo prazo, garantir acesso universal a um serviço seguro e fiável de

abastecimento de água;

c) Aumentar a eficiência dos sistemas de abastecimento de água através de programas

adequados de gestão;

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d) Aumentar a cobertura para atingir uma cobertura universal a longo prazo;

e) Garantir a adopção de práticas de higiene nas famílias, comunidades e escolas.

O mesmo conceito está preconizado nos Princípios de Equador estabelecidos em 2002 e que

constituem um conjunto de exigências mínimas para a concessão de crédito, que asseguram

que os projectos financiados sejam desenvolvidos de forma socialmente e ambientalmente

responsável (CpS, 2009). Estes princípios têm por objectivo garantir a sustentabilidade, o

equilíbrio ambiental, o impacto social e a prevenção de acidentes de percurso que possam

causar embaraços no transcorrer dos empreendimentos, reduzindo também o risco de

incumprimento dos compromissos de pagamentos assumidos.

3.5. Instalação De Infraestruturas Temporárias

A autorização para a construção de instalações temporárias como estaleiros, estaleiros,

oficinas e escritórios necessários para a fase de construção é da responsabilidade dos

Presidentes dos Concelhos Municipais e Administradores dos Distritos em função do tipo de

unidade administrativa como preconizado na Lei de Terras (Lei 19/97 de 1 de Outubro) e

respectivo regulamento (Decreto nº 66/98, de 8 de Dezembro).

O pedido é feito na forma de requerimento que deve conter no mínimo a seguinte

informação:

− Área pretendida e a sua localização;

− Para que fim se destina;

− Por quanto tempo o requerente pretende explorar o espaço; e

− Plano de uso do espaço.

3.6. Outras Considerações Legais

Além dos instrumentos descritos nas secções anteriores, o nosso país dispõe de outros

instrumentos legislativos que podem servir de referência para a implementação deste

projecto, nomeadamente:

− Lei de Terras (Lei 19/97 de 1 de Outubro);

− Política de Águas (Lei 43/2007 de 30 de Outubro);

− Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes

(Decreto 18/2004 de 2 de Junho);

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− Regulamento sobre a qualidade de água para o consumo humano (Diploma

Ministerial nº 180/2004);

− Lei do Trabalho (Lei 8/98 de 20 de Julho);

− Lei de Águas (Lei 16/91 de 3 de Agosto);

− Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto n.º 13 /2006, de 15 de Junho).

− Decreto 30/2003 de 1 de Junho sobre Regulamento dos sistemas públicos de

distribuição de água e de drenagem de águas pluviais.

− Regulamento sobre padrões de qualidade ambiental e de emissão de efluentes

(Decreto 18/2004 de 2 de Junho);

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4. METODOLOGIA

Na realização do presente estudo foi adoptada uma abordagem metodológica que consistiu

na implementção faseada das várias actividades previstas. Assim sendo e tomando em

consideração os objectivos do trabalho, o tipo de informação a manusear, as disposições

contratuais, as características e interdependência das actividades previstas foram definidas 3

fases de realização: Fase de Preparação, Fase de Levantamento Sócio-Ambiental e Fase Conclusiva.

4.1. Fase de Preparação

A fase de preparação incluiu as actividades iniciais de realização da consultoria, consideradas

indispensáveis na criação de condições adequadas a implementação das actividades das fases

subsequentes. Neste contexto, esta fase incluiu a recolha e análise de informação sobre a área

do projecto contida em relatórios, mapas, entre outros tipos de documentos.

Em seguida foi realizada uma visita de reconhecimento na área do projecto para avaliar as

necessidades logístico-administrativas necessárias nas fases subsequentes de implementação

do projecto. Esta visita serviu igualmente para estabelecer os primeiros contactos com os

principais intervenientes do projecto entre autoridades provinciais, distritais e locais bem

como as partes afectadas e interessadas nomeadamente o representante do FIPAG a nível

local, os empreiteiros e fiscais da obra.

Ainda durante esta fase foram analisadas as políticas sectoriais, regulamentos e directrizes

constantes da legislação da República de Moçambique para a gestão de situações adversas que

emergem da implementação de projectos de desenvolvimento e que requeiram

reassentamento, compensação por outras infra-estruturas habitacionais, plantas, culturas, etc.

4.2. Fase de Levantamento Sócio‐Ambiental

A fase de levantamento sócio-ambiental consistiu na identificação de infra-estrturas afectadas

tendo sido feita no local com recurso ao GPS e posterior registo em cartas topográficas, nas

quais o traçado da conduta adutora foi marcado. Em seguida foram indicados os

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agrupamentos de assentamentos e infra-estruturas rurais, áreas cultivadas e de pastos. Este

trabalho serviu de base para a estimativa inicial da natureza, localização e magnitude das

infra-estruturas afectadas e das práticas de uso da terra e sobretudo para os posteriores

cálculos de compensação.

O levantamento geral de dados ocorreu no terreno cobrindo objectivos concretos tais como:

• Inventariação preliminar de benfeitorias e infra-estruturas afectadas;

• Identificação de situações potenciais de realocação;

• Identificação de infra-estruturas afectadas e determinar a sua tipologia;

• Levantamento sócio-económico da população afectada;

• Determinação de critérios para a planificação da realocação e compensação.

Os trabalhos do levantamento compreenderam toda a zona abrangida pelo projecto, com

envolvimento directo das autoridades locais e da comunidade afectada tendo sido realizadas

paralelamente Consultas Públicas para a divulgação do projecto.

Procedimentos Usados Durante o Levantamento Sócio-Ambiental

O exercício de planificação de compensações iniciou com um levantamento das áreas

afectadas pela servidão da rota prevista da conduta Nicoadala-Licuári. O levantamento seguiu

as marcações registadas no mapa que a BKS tem em seu poder e assumiu a servidão de 6

metros (3 metros de cada lado da conduta).

Esta actividade foi realizada por uma equipe técnica que, para além do técnico-assistente da

Geotec incluia funcionários do FIPAG, Direcção Distrital das Actividades Económicas de

Nicoadala, Direcção Distrital de Infra-estruturas e Obras Públicas. Para garantir

transparência, todo o processo teve envolvimento directo das autoridades locais, líderes

comunitários e secretários dos bairros. Estes facilitaram na identificação dos proprietários das

machambas e/ou dos bens destruídos ao longo do traçado. Em trabalho conjunto fez-se a

alistagem e confirmação das benfeitorias que serão afectadas e/ou removidas.

Para os terrenos com produtos agrícolas as áreas das culturas a serem removidas foram

medidas e especificadas por cada tipo. Em certos casos, onde as culturas estavam em

adiantada fase de maturação, procedeu-se à negociação com o afectado para a respectiva

colheita.

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Foto 3 – Elementos afectados pelas obras: a) Palhota b) Machamba e cajueiros

Foram tiradas coordenadas de localização através de GPS e registadas como instrumento de

suporte para posterior identificação dos polígonos abrangidos. A lista com os detalhes de

cada afectado pode ser encontrada no Anexo 2.

Todos os afectados receberam um breve esclarecimento sobre o projecto e seus objectivos.

Foram sensibilizados sobre a inevitabilidade de danos das suas culturas por imperativo do

projecto. Foram informados sobre a prontidão e abertura do FIPAG em reconhecer o seu

direito à compensação. Nesse contexto, os afectados foram convidados a aderir à assinatura

de um “Acordo de Acesso para Obras de Construção” (veja Anexo 3), que concede ao

empreiteiro o direito para fazer as obras de escavação e construção. Este “Acordo de

Acesso” foi apresentado para a assinatura aos proprietários com e sem danos potenciais

identificados para garantir a passagem da conduta. Somente os casos que terão perdas são

apresentados na lista de compensações em Anexo 2.

Foto 4 – Grande afluência da população à Reunião Pública para informação sobre o projecto

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4.3. Fase Conclusiva

A Fase conclusiva de realização do presente estudo compreendeu essencialmente as

actividadades: O processamento dos dados recolhidos em fases anteriores, a identificação

final dos afectados elegíveis para compensação, o cálculo das compensações, a produção de

mapas e a elaboração do relatórios de progresso das actividades e do Plano de Compensação.

O processamento dos dados do levantamento consistiu na criação de uma Base de Dados do

projecto contendo a identificação de todos os afectados pelas obras, os tipos de elementos

afectados e suas características específicas. Por exemplo, a distinção entre as culturas anuais e

as árvores de fruta em que no primeiro caso há necessidade de saber área ocupada e a

quantidade em kgs resultante da colheita anual enquanto no segundo caso é preciso saber a

quantidade e idade da cada árvore de fruta que ocorre dentro do perímetro do traçado da

conduta adutora. Na Base de Dados esta informação foi organizada de forma a facilitar os

cálculos de compensação.

No cálculo das compensações os elementos afectados foram agrupados em duas categorias

culturas e estruturas e os cálculos foram efectuados seguindo as tarifas que constam do

regulamento em vigor (ANEXO 5) e que nos foi disponibilizado pela Direcção Provincial da

Agricultura da Zambézia (Capítulo 7).

Estão igualmente incluídas nesta fase as actividades que estão ainda por realizar e que estão

associadas a implementação do plano de compensação.

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5. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL AO LONGO DO TRAÇADO DA CONDUTA

O levantamento sócio-ambiental económico foi realizado pela Geotec entre Janeiro e Março

de 2011. O trabalho cobriu toda a extensão da área de influência directa do projecto de

reabilitação e construção de infra-estruturas de abastecimento de água entre Nicoadala e

Licuári e dele resultou um conjunto de dados que descrevem os bens que serão parcial ou

totalmente danificados assim como os seus proprietários. Estes dados são apresentados de

forma detalhada no Anexo 2, acompanhados dos cálculos dos custos de compensações.

No total são elegíveis para compensação 152 agregados familiares, geralmente agricultores do

sector familiar e um pequeno número ligado ao sector empresarial. Dadas as características

deste projecto em que as obras serão caracterizadas por escavações dos terrenos ao longo do

traçado para a colocação da conduta adutora, os efeitos identificados resumem-se em danos

em estruturas, nas culturas anuais, árvores de fruta e de forma isolada algumas árvores de

madeira. Para a minimização de danos foram tomadas medidas preventivas, tais como a

demarcação no terreno das áreas abrangidas, a marcação com tinta das árvores a serem

derrubadas e a indicação nos mapas do traçado de locais onde deverá ocorrer trabalho

manual, sem prejuízo do cumprimento do tempo e prazos de execussão do projecto.

Foto 5 – Avaliação de técnicas a aplicar no processo de construção da conduta, para a

minimizaçãode danos em infra-estruturas, como por exemplo este poço.

De acordo com as características citadas anteriormente, grande parte desta secção tem uma

estrutura rural e, uma parte insignificante é peri-urbana, localizada nas áreas circunvizinhas da

dos povoados de Nicoadala e Licuári.

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As perdas originadas pelas obras de construção da conduta de água e os valores a creditar

para compensação são pouco significativos na proporção de recursos e rendimentos globais

das famílias, pelo que não irão afectar negativamente o modus-vivendi dos agregados.

As estruturas que constituem barreira para o avanço da conduta serão evitadas na sua

maioria, através de pequenos desvios no perímetro de 11-15 metros, previamente definidos e

acordados com o empreiteiro e fiscal da obra. Deste modo, os poços, drenos, murros,

barracas bem como residências estão fora do pacote de compensação, com excepção de um

caso de salão de cinema e alpendre construídos com material local.

As técnicas previstas para a implementação do projecto técnico de construção da conduta,

sejam a escavação manual ou mecânica, minimizarão danos que seriam onerosos nas

compensações, principalmente nas áreas com plantações de eucaliptos, palmeiras, jatropha e

abacaxis. O fiscal do projecto foi bastante cooperativo quanto a este aspecto (Foto 4).

Note-se que os valores apresentados na lista de compensações (Anexo 2) mostram uma

estimativa que reflecte valores máximos, avaliados em respeito à tabela aplicável da Direcção

Provincial da Agricultura da Zambézia.

Os bens afectados pelo projecto podem ser divididos em duas categorias, as estruturas

(Tabela 2) e as culturas (Tabela 3, Figura 3). As estruturas abrangidas são poucas e incluem

um poço, uma lavadeira, um cine e um alpendre. No caso do cine e alpendre o número

apresentado refere-se a taxas usadas para proceder ao cálculo de compensações que foram

acordadas com os proprietários.

Tabela 2 – Quadro resumo das estruturas afectadas

Estruturas Nº de

Proprietários Quantidades

(unidades) Poço 1 1 Lavadeira 1 1 Cine (Mat. Local) 1 40 Alpendre 1 20 Casa de banho 1 6

Na Tabela 3 são sumarizadas as culturas anuais e árvores de fruta e de madeira que serão

abrangidas e sua distribuição pelas partes afectadas.

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Tabela 3 – Quadro resumo das culturas afectadas

Culturas Nº de

Proprietários Área (m

2)

Quantidades

(kg ou unidades)

Abacateira 5 8 Ananaseiro 8 793 Arroz 26 7176 720 Ateira 2 2 Bambu 1 50 Bananeira 35 627 Batata doce 15 1898 616,5 Cajueiro 29 52 Cana‐de‐açúcar 6 883 Casuarina 3 6 Coco Norte 6 11 Coqueiro 22 34 Eucalipto 9 17 Feijão boer 3 586 50,8 Goiabeira 3 28 Jambalão 3 3 Jatropha 1 5 Laranjeira 11 23 Limoeiro 5 9 Litchia 1 1 Maçanica 2 2 Mandioqueira 70 14312 8014,2 Mangueira 46 77 Milho 23 3690 552,8 Muringueira 1 1 Papaieira 11 17 Quiabo 1 90 68,4 Umbila 1 1

Figura 3 – Proporções relativas das árvores e culturas de cultivo identificadas ao longo do traçado da

obra.

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6. AVALIAÇÃO AMBIENTAL DO PROJECTO

A identificação e avaliação dos potenciais impactos ambientais que podem estar associados às

fases de construção/instalação e operação/manutenção deste projecto merecem uma grande

consideração, pois permitem o cumprimento dos preceitos legais em vigor no nosso país.

Este capítulo inclui a análise de aspectos biofísicos, socioeconómicos e de saúde e segurança

ocupacional.

Os impactos significantes das fases de construção e operação foram identificados de acordo

com critérios pré-definidos de carácter, extensão, duração, intensidade, ocorrência e

significância.

A análise de impactos aqui apresentada reside na elaboração e comparação de cenários

ambientais, em que o quadro ambiental antes da implantação do empreendimento serve de

referência em relação a qual se estabelece a comparação com o cenário que considera as

tendências ambientais resultantes da implantação do projecto, de forma a possibilitar a:

- Identificação dos impactos: definição dos potenciais impactos associados às acções

previstas no projecto;

- Caracterização dos impactos sua magnitude e importância relativamente ao factor

ambiental afectado, quando analisado isoladamente.

- Identificação das medidas de mitigação incluindo alternativas.

A análise preliminar dos impactos realizada com base nas características referidas e em outras

informações, tais como a percepção das expectativas da população, as características do

traçado da conduta, os aspectos ambientais considerados críticos e/ou sensíveis, a capacidade

de recuperação do meio, entre outras.

Além dos impactos individuais, foram também avaliados efeitos cumulativos ou impactos

associados a projectos complementares, associados ou subsidiários, de modo a assegurar uma

avaliação mais completa quanto possível dos impactos ambientais associados à

implementação do presente empreendimento.

A avaliação dos impactos identificados seguiu critérios internacionalmente aceites, com base

os seguintes parâmetros: carácter, extensão, duração, intensidade dos impactos, probabilidade

de ocorrência e sua significância (Tabela 5). Na Tabela 4 os meios de avaliação de impactos e

de elementos do meio ambiente sobre os quais os impactos se fazem sentir.

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Meio de Avaliação Elementos Ambientais

Meio Físico

Clima e Qualidade do Ar Geologia e Geomorfologia Recursos Hídricos (quantidade e qualidade, hidrogeologia, usos da água) Ruído Paisagem

Meio Biótico

Habitas, Flora e Vegetação Fauna Terrestre Ecossistemas Aquáticos

Meio Socioeconómico

Divisão Administrativa e Organizacional Aspectos Demográficos Actividades Económicas Infra‐estruturas e Serviços Padrões de Uso do Solo Património Cultural (Antropológico/Sagrado/Arqueológico)

Tabela 4 - Lista de meios de avaliação de impactos e de elementos do meio ambiente sobre os quais os impactos se fazem sentir

Os critérios usados para qualificar os impactos encontram-se listados na Tabela 5 indica e

descritos a seguir de forma sumária.

Tabela 5 – Breve descrição dos critérios e classes de avaliação dos impactos

Critério Classe do critério Descrição

Carácter

Positivo Impactos ambientais benéficos

Negativo Impactos ambientais adversos

Extensão

Local Afecta apenas a área de construção do projecto

Sub‐regional Estende‐se pelos distritos vizinhos

Regional Estende‐se pelas províncias vizinhas

Nacional Estende‐se por todo o pais

Regional/Internacional Estende‐se pelos países vizinhos

Duração

Curto ‐ prazo Que dura menos de 6 meses

Médio ‐ prazo Que dura 6 meses a 2 anos

Longo ‐ prazo Que dura mais de 2 amos

Intensidade

Baixa Impacto de baixa severidade, efeitos menores

Média Severidade média, maiores efeitos

Alta Impactos de grande severidade

Probabilidade

Improvável Ocorrência improvável

Provável Alguma possibilidade de ocorrência

Altamente provável Grande probabilidade de ocorrência

Definitiva Certeza de ocorrência

Significância

Significância Baixa Não requer investigação aprofundada, sem mitigação ou gestão

Significância Média Requer mitigação e gestão para reduzir os impactos negativos para níveis aceitáveis

Significância Alta Deve influenciar a decisão sobre o projecto se o impacto não pode ser mitigado ou gerido

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G E O T E C , L d a 35

− Carácter: descreve a natureza do impacto podendo ser positivo ou negativo;

− Probabilidade: descreve a probabilidade de impacto realmente acontecer;

− Extensão: este critério descreve a área afectado pelo projecto;

− Duração: Este critério descreve o tempo de vida no qual o impacto far-se-á sentir;

− Intensidade: avalia a magnitude do impacto na área do projecto.

− Significância: este parâmetro é avaliado através da síntese de todos critérios

mencionados acima. Ela constitui a interpretação final da intensidade do impacto a

partir das correcções dos critérios de avaliação considerados como os mais

representativos: reversibilidade, abrangência, importância e magnitude. A matriz de

qualificação da significância dos impactos que foi usada neste estudo é apresentada na

Tabela 6.

Tabela 6 – Matriz de qualificação dos impactos ambientais com base na sua significância.

Critérios de Avaliação Baixa Importância Média Importância Alta Importância

Reversível Irreversível Reversível Irreversível Reversível Irreversível

Baixa

Magnitude

Pontual Baixa Baixa Baixa Baixa Média Alta

Local Baixa Baixa Baixa Média Média Alta

Regional Baixa Baixa Média Média Alta Alta

Baixa

Magnitude

Pontual Baixa Média Média Média Alta Alta

Local Baixa Média Média Alta Alta Alta

Regional Média Média Média Alta Alta Alta

Baixa

Magnitude

Pontual Média Média Média Alta Alta Alta

Local Média Média Alta Alta Alta Alta

Regional Alta Alta Alta Alta Alta Alta

São considerados impactos todas as modificações relevantes, em relação ao quadro de

referência actual e perspectivas de evolução futuras, directa ou indirectamente associadas à

implantação dos empreendimentos propostos.

Os impactos potencialmente significativos, os quais estão naturalmente associados à natureza

da intervenção e características das áreas a ser objecto de intervenções, prendem-se com os

seguintes aspectos:

• Gestão qualitativa e quantitativa dos recursos hídricos;

• Aspectos geológicos, geomorfológicos e paisagísticos;

• Aspectos ecológicos;

• Aspectos socioeconómicos e aspectos culturais;

• Reassentamentos e uso da terra.

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G E O T E C , L d a 36

Os impactos são na generalidade apresentados segundo três fases do projecto,

nomeadamente, fase de pré-construção, fase de construção e fase de exploração.

Os impactos positivos podem ser observados como consequência do projecto e incluem:

− Expectativa de emprego;

− A criação de empregos temporários;

− Melhoramento das condições de vida das populações, devido à criação de emprego;

− Provisão planeada do abastecimento de água para a área;

− Adequação e fiabilidade do abastecimento de água;

− Resposta positiva para o direito de ter água de boa qualidade, como indicado na Lei

de Águas e Política de Águas;

− Redução de escoamento e erosão, melhoria na saúde pública;

− Colecta de água extraída;

− Redução de assoreamento dos corpos receptores de águas;

− Aumento dos níveis de água dos corpos de recepção;

− Melhoria da saúde pública, e melhores condições para o desenvolvimento das

actividades económicas;

− Melhorar a qualidade no tratamento de efluentes;

− Compatibilidade com o desenvolvimento económico da região;

− Impactos cumulativos devido a sinergias com projectos de outras instituições.

Estes impactos positivos justificam a implementação do projecto pois os impactos negativos

que foram identificados como consequência da implementação do projecto são na

generalidade de magnitude baixa, circunscritos e temporários, relativos à perturbação

induzida pelas obras, locais de apoio, estaleiros, acessos, remoção da vegetação e

possibilidade de reassentamento de uma pequena quantidade de população que pode ser

afectada pela materialização do projecto em apreço.

6.1. Fase de Pré‐Construção

Os impactos associados a fase de pré-construção são essencialmente as altas expectativas que

podem surgir no seio da população local com relação aos resultados do projecto a curto

prazo. A expectativas podem ser:

─ esperança de que o projecto vai criar postos de trabalho;

─ solução dos seus problemas crónicos de abastecimento de água;

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G E O T E C , L d a 37

─ possibilidade de conseguirem compensações avultadas pelo eventual reassentamento

e pelas perdas resultantes da construção da conduta adutora.

Classificação dos impactos

Estatuto: Negativo

Probabilidade: Altamente provável

Extensão: Local

Duração: curto a médio prazo

Intensidade: Média

Significância sem mitigação: Moderada a Alta

Significância com mitigação: Baixa

Medidas de mitigação:

Para expectativas de solução de problemas de falta de emprego:

− Para cada função deve ser divulgado o número exacto de postos de trabalho

disponíveis, o período aplicável e as remunerações a atribuir para cada tipo de

trabalho;

− Os requisitos de contratação devem ser claros, devidamente divulgados antes do

início do processo de recrutamento e cumpridos pelo empreiteiro designado. Para um

melhor impacto junto das comunidades este processo deverá ser conduzido com o

envolvimento dos líderes locais;

− Devem ser indicadas as qualificações necessárias para tal função ou, nos casos em que

tal não seja aplicável, deve ser claramente indicado não ser necessária qualificação

especial;

− Caso se verifique existirem localmente expectativas de emprego que não possam ser

satisfeitas pelo projecto, a disponibilidade limitada de vagas deve ser dada a conhecer

aos interessados (por meio de um documento escrito assinado por uma pessoa

competente, a ser mantido como comprovativo de tal condição);

− Estes princípios e procedimentos de contratação deverão, tanto quanto possível, dar

prioridade à contratação de mão-de-obra local.

Para expectativas de solução de problemas de abastecimento de água a curto-prazo:

− Divulgação junto das comunidades locais do alcance das medidas que vão ser

tomadas a curto prazo para evitar falsas expectativas e garantir a credibilidade do

projecto junto das comunidades;

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G E O T E C , L d a 38

− Coordenar com as autoridades locais, os líderes locais e tradicionais o processo de

divulgação do faseamento e das metas de implementação do projecto;

− Aproveitar as escutas públicas para o início desta sensibilização.

Para expectativas de avultadas Compensações:

− Para o caso específico de compensação por perda de áreas de machambas e de

árvores de fruta, a Direcção Provincial de Agricultura (DPA) da Zambézia deve ser

contactada em todos os casos de dúvidas relativas a procedimentos de compensação,

incluindo a negociação com os usuários da terra;

− As situações identificadas no terreno são variáveis e devem ser analisadas caso a caso.

Assim, mecanismos de indemnização devem ser implementados em todos os casos

justificáveis, com base em critérios claros de elegibilidade. Acredita-se que o

envolvimento das autoridades irá contribuir para a minimização de casos de

oportunismo.

6.2. Fase de Construção da Conduta

De acordo com os resultados do levantamento de campo diferentes tipos de características

biológicas e físicas serão afectados durante a fase de construção da conduta adutora. Nas

secções que se seguem, os impactos identificados são brevemente descritos e classificados.

Simultaneamente são apresentadas as medidas de mitigação dos impactos, enquadrados no

meio biofísico, biótico e sócio-económico.

6.2.1. Impactos da Actividade Sobre o Meio Biofísico

As actividades de construção poderão resultar nos seguintes impactos sobre o meio biofísico:

− Erosão dos solos - Associada às actividades de remoção da vegetação, abertura de

trincheiras para colocação das condutas de água, utilização de maquinaria pesada,

nivelação e terraplanagem, acumulação de material. Em dias com elevada intensidade

pluviométrica e escoamento das águas pluviais pode resultar excessiva erosão devido

à exposição de material solto que é susceptível a fácil erosão;

− Degradação das características dos solos e poluição do solo e água em caso de má

gestão de resíduos sólidos e líquidos produzidos nas actividades de construção da

conduta;

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G E O T E C , L d a 39

− Alterações na morfologia do terreno;

− Poluição de solos e águas subterrâneas por derrames acidentais de hidrocarbonetos;

− Perturbação das comunidades circunvizinhas por poluição sonora e vibrações do

terreno;

− Degradação da qualidade do ar pela emissão de poeiras, fumos e gases;

− Perturbação do habitat da vegetação;

− Perturbação estética da paisagem;

Na Tabela 7 estão sumarizadas as classificações de cada um dos impactos associados ao meio

biofísico onde se pode observar que todos os impactos identificados são negativos;

apresentam uma probilidade de ocorrência que varia de provável a certeza de ocorrência; são

de escala local; em geral de curto-prazo de duração; intensidade baixa a média; e de

significância baixa a média se nenhuma medida de mitigação for tomada e significância baixa

se forem tomadas algumas das medidas de mitigação for tomada.

Na Tabela 8 são apresentadas as medidas de mitigação dos impactos sobre o meio biofísico.

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 40

Tabela 7 – Quadro sumário da avalização dos impactos das actividades da fase de construção sobre o meio biofísico

Impactos

Carácter Probabilidade de ocorrência

Extensão

Duração

Intensidade Significância

sem mitigação Significância

com mitigação Erosão dos solos

Negativo Altamente provável

Local

Curto‐prazo

Média

Média

Baixa

Degradação das características dos solos e poluição do solo e

Negativo Altamente provável

Local a sub‐regional

Curto‐prazo

Média

Média

Baixa

Alterações na morfologia do terreno Negativo provável Local Curto‐prazo Média Média Baixa Potencial poluição de solos e águas subterrâneas por derrames acidentais de hidrocarbonetos

Negativo

provável

Local

médio‐prazo

Média

Média

Baixa

perturbação das comunidades circunvizinhas por poluição sonora e vibrações do terreno

Negativo

provável

Local

Curto‐prazo

Média

Média a baixa

Baixa

Degradação da qualidade do ar pela emissão de poeiras, fumos e gases;

Negativo

provável Local a

sub‐regional

Curto‐prazo

Média

Média a baixa

Baixa

Perturbação do habitat da vegetação

Negativo Certeza de ocorrência

Local

Curto‐prazo

Baixa

Média

Baixa

Perturbação estética da paisagem Negativo provável Local Curto‐prazo Média Média a baixa Baixa

Tabela 8 – Medidas de mitigação dos impactos sobre o Meio Biofísico

Impactos Medidas de Mitigação

Erosão dos solos

− Decapagem: a camada de solo superficial, com pelo menos 20 centímetros de espessura, deve ser manuseada de forma a repô‐la aquando do fecho das trincheiras abertas para enterrar as condutas de água.

− Vegetação com propriedades de prevenir erosão deve ser replantada (ou deixada intacta) à volta das trincheiras.

− Assim, plantas rasteiras e estrato herbáceo devem ser mantidos e em casos especiais devem ser replantadas.

− Tomar medidas apropriadas para garantir que a erosão seja controlada através da estabilização das margens, uso de vegetação, bacias de sedimentação e outras medidas apropriadas que assegurem a dissipação de fluxo superficial concentrado;

− Reposição da vegetação com arbustos de crescimento lento ou espécies madeireiras de pequeno porte e índice de crescimento lento pois poderão ajudar na retenção de água e consequente diminuição da erosão.

− Restringir a circulação de veículos pesados em áreas propensas a erosão;

− Reduzir ao máximo o tempo de exposição do material susceptível de ser arrastado na eventualidade de queda pluviométrica;

− Reposição imediata dos solos retirados na abertura das trincheiras. Degradação das características dos solos e poluição do solo e

− Os materiais de construção deverão ser descarregados num estaleiro temporário (apenas para a fase de construção) que deverá ser compactado e, se possível impermeabilizado, ficando os materiais de construção armazenados em paletes, longe do chão.

− Deverão ser definidas áreas de acesso automóvel e pedonal que regulem a circulação e evitem o pisoteio desordenado; e tanto quanto tecnicamente possível, deve ser limitada a circulação e manobras de maquinaria e veículos pesados, a áreas designadas para o efeito.

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G E O T E C , L d a 41

− As operações de preparação de cimento deverão ser realizadas em zonas compactadas dotadas de barreiras de contenção em terra. No caso de ocorrer um derrame acidental de cimento, este deve ser imediatamente removido para reciclagem.

− Todos os edifícios deverão ser construídos sobre uma plataforma de cimento, que será removida para reciclagem, aquando da fase de encerramento dos estaleiros.

− Findos os trabalhos de construção, o estaleiro deverá ser desactivado e a área deverá ser reabilitada.

Alterações na morfologia do terreno

− Reduzir ao máximo o tempo de exposição do material susceptível de ser arrastado na eventualidade de queda pluviométrica;

− Reposição imediata dos solos retirados na abertura das trincheiras.

− Antes de iniciar qualquer operação nas áreas de empréstimo, o empreiteiro deverá solicitar a autorização das autoridades competentes (Ministério dos Recursos Minerais);

− Antes da abertura da câmara de empréstimo devem ser elaborados planos específicos para cada área, para optimizar a extracção dos inertes, minimizar perturbações e facilitar a reabilitação;

− Planos específicos para cada área devem ser usados pelo empreiteiro durante a planificação da exploração, a operação e a reabilitação final da câmara de empréstimo;

− Deverão ser sempre satisfeitas as exigências e condições estabelecidas pelo Ministério de Recursos Minerais para as operações;

− Novas câmaras de empréstimo deverão localizar‐se a distâncias não inferiores a 100 metros da estrada principal;

− Onde praticável, as câmaras de empréstimo para extracção de inertes serão situadas em locais altos, a uma distância mínima de 100m das linhas de água e rios a fim de se minimizar o assoreamento.

− Após a utilização e abandono do local, deverão ser implementadas medidas adequadas de reabilitação, bem como de drenagem e controlo de erosão, para evitar erosão e apoiar a regeneração natural;

− Os aterros devem ser nivelados, os declives reduzidos a menos de 25% e o solo superficial reposto e espalhado sobre o aterro;

− O material radicular e a vegetação removidos deverão ser espalhados sobre o solo superficial para promover a reposição natural da vegetação;

− Onde praticável serão acomodados futuros usos potenciais do local.

− O desmantelamento e encerramento dos estaleiros ocorrerão no final da vida do projecto. O encerramento do estaleiro incluirá o desmantelamento e venda de equipamento, o restabelecimento e reabilitação da vegetação perturbada e a monitoria pós‐encerramento.

Potencial poluição de solos e águas subterrâneas por derrames acidentais de hidrocarbonetos

− Materiais poluentes, como combustíveis, lubrificantes, detergentes, cimento e outros, devem ser manuseados com especial cuidado, de modo a evitar derrames.

− O abastecimento de máquinas e viaturas deve ser feito em locais apropriados previamente identificados;

− O armazenamento de combustível e a manutenção ou reabastecimento de veículos ou equipamento deverão ser efectuados a uma distância não inferior a 100 metros de qualquer curso de água, terras húmidas, onde exista potencial para que derrames de combustível contaminem os cursos de água ou a água subterrânea.

− Os óleos lubrificantes usados devem ser recolhidos em tambores, selados e remetidos às empresas fornecedoras desses produtos para posterior reciclagem.

− Evitar o derrame de óleo ou combustíveis no solo o máximo que for possível.

− A manutenção das viaturas deverá ser feita em oficinas dentro do acampamento. Caso não seja possível remover a viatura para a oficina a manutenção só poderá acontecer num outro local com as devidas precauções como por exemplo cobrir o solo com material impermeável como por

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exemplo folhas de plástico. Este material será descartado em aterros sanitários no fim do projecto ou quando ele já estiver em capacidade de criar condições de impermeabilidade.

− Os locais de construção, armazéns e estaleiros temporários devem ser limpos para evitar queimadas indiscriminadas, enterro ou abandono de lixo.

− Uma equipe deverá ser responsável por manter a área de trabalho limpa, recolhendo todo o lixo produzido pelos trabalhadores envolvidos no projecto, e depositando nos locais apropriados.

− Devem ser usados aterros sanitários temporários para deposição de resíduos; a camada de solo superficial deve ser manuseada de tal forma que possa retomar ao mesmo lugar donde foi removida, quando termine a utilização do aterro.

− As embalagens feitas de materiais facilmente biodegradáveis (papel, cartão, madeira) devem ser depositadas em aterros ou incinerados. Embalagens e tambores que tenham sido usados com produtos tóxicos como combustíveis e lubrificantes, devem ser devolvidos às empresas distribuidoras desses produtos; os que não tenham sido utilizados com produtos tóxicos podem ser distribuídos às populações que os poderão usar como reservatórios de água.

perturbação das comunidades circunvizinhas por poluição sonora e vibrações do terreno

− Concentrar todas as actividades durante o dia o que reduzirá as horas de incidência do impacto.

− As viaturas e o equipamento da unidade de processamento deverão ser inspeccionados regularmente, para assegurar o seu funcionamento adequado e limitar a libertação de fumos/ruído;

− Efectuar a manutenção regular da maquinaria, veículos e equipamentos, de forma a manter os níveis de ruído no mínimo possível.

− No caso de actividades potenciais geradoras de altos níveis de ruído e vibrações devem‐se criar mecanismos de alerta para os receptores mais próximos, especialmente para os receptores sensíveis identificados.

− Todos os equipamentos ruidosos deverão ser instalados nos estaleiros, com o maior afastamento possível dos locais habitados na área envolvente.

− Evitar trabalhos de construção em dias de ventos fortes e condições climáticas que possam favorecer a propagação de ruído de modo a controlar a incidência deste impacto.

− O pessoal que estiver a trabalhar directamente com a maquinaria geradora dos ruídos, incluindo a sua estadia curta em zonas onde o ruído é exagerado será disponibilizado equipamentos auriculares de protecção de tipo inserção, conforme recomendado no PGA.

− Instalação de silenciadores e mecanismos de controlo de ruído (isolantes) nos equipamentos e máquinas que emitam elevados níveis de ruído;

− O transporte de materiais deverá ser feito respeitando os limites de carga dos equipamentos e a velocidade máxima dentro das vias não pavimentadas deverá ser limitada a 20 km/h;

− Adicionalmente deverão ser adoptadas medidas de monitoria das comunidades próximas estabelecendo um sistema de monitoria periódica dos ruídos sempre que ocorrerem actividades susceptíveis de causar ruídos e, se necessário, determinar mais medidas de mitigação, em conjunto.

Degradação da qualidade do ar pela emissão de poeiras, fumos e gases;

− Todos trabalhadores na área de serviço deverão protectores de poeiras, com máscaras

− Limitar a remoção da vegetação ao mínimo necessário para reduzir as áreas expostas;

− Restringir a duração da remoção das camadas do solo durante a abertura das trincheiras e proceder imediatamente à sua protecção com cobertura vegetal após a reposição, protegendo‐as do vento até que a vegetação cresça;

− Limitar a velocidade de circulação de máquinas e veículos para 20 km/h dentro das vias não pavimentadas;

− O transporte de materiais deverá ser feito respeitando os limites de carga dos equipamentos, e a carga deverá ser coberta;

− Deverá ser utilizado o método de aspersão de água no solo das estradas e vias não pavimentadas para fazer assentar as poeiras sempre que necessário (i.e. antes do início de actividades geradoras de níveis altos de poeiras; sob condições de ventos fortes).

− Adicionalmente deverão ser adoptadas medidas de protecção e monitoria das comunidades próximas: o Deverão ser estabelecidas barreiras de som e vento na vizinhança das comunidades próximas ao local de projecto;

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o Deverá ser estabelecido um sistema de monitoria das poeiras junto das comunidades para, se necessário, determinar mais medidas de mitigação, em conjunto.

Perturbação do habitat da vegetação

− É inevitável a emissão desses gases, pois a natureza do processo assim o dita. O único gás cuja emissão pode ser regulada e controlada é o monóxido de carbono através da observância duma boa prática da queima do combustível. Um excesso do ar da queima bem determinado elimina o monóxido de carbono.

− Entretanto, o dióxido de carbono, pode ser retido pela grande riqueza vegetal que existe na área do projecto uma vez que as plantas assimilam‐no para a produção de carbohidratos através do processo de fotossíntese.

− Recomenda‐se que o empreiteiro seleccionado possua equipamento em bom estado e da melhor qualidade de modo a reduzir os níveis de emissões de gases.

− Executar manutenção periódica dos veículos e equipamentos para que se minimize a emissão de gases poluentes.

− Inspeccionar os equipamentos antes do início da actividade e inspeccioná‐los numa base trimestral.

− Limitar a remoção de vegetação ao mínimo necessário.

− Sempre que possível deverão ser usadas vias de acesso pré‐existentes;

− Todo o pessoal envolvido nas actividades do projecto deve ser instruído a preservar os habitats naturais e sensíveis na área de influência do projecto;

− A remoção da camada superior do solo (topsoil), de todas as zonas onde se vão implementar infra‐estruturas deverá anteceder todos os trabalhos da fase de construção. Esta operação deverá ocorrer preferencialmente no tempo seco para reduzir a compactação do mesmo.

− A preparação para a remoção da camada superior do solo deverá incluir a remoção de todas as árvores e arbustos da zona, seguida por um gradagem ligeira que garante a incorporação de matéria vegetal e sementes na camada a remover.

− Depois de removida, a camada superior do solo deve ser preservada, na forma de escombreira vegetada, de modo a ser usada para cobrir as áreas após a reposição dos solos de modo a facilitar a recuperação da vegetação.

− Implementar medidas temporárias de controlo de erosão durante a construção para minimizar a perda de solo durante o período de remoção da vegetação (p. ex. mecanismos de retenção de sedimentos de modo a controlar as águas de escorrência tais como redes de protecção, estacas de madeira, etc);

− Plantio de árvores pelo empreiteiro em substituição das árvores de grande porte removidas. Para a produção de sementes deve ser construído um viveiro para arbustos e árvores indígenas;

− Nos estaleiros A localização das infra‐estruturas auxiliares deverá ser cuidadosamente escolhida, de modo a reduzir ao mínimo a perturbação de habitats.

− Após terminada a obra e removidas as infra‐estruturas provisórias, as áreas degradadas deverão ser reabilitadas de modo a reconstituir a situação anterior.

Perturbação estética da paisagem

− Implantação de cortina vegetal em locais com estruturas que permanecerão activas durante a operação;

− Recuperação das áreas utilizadas e abandonadas com o enriquecimento da cobertura vegetal nativa.

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6.2.2. Impactos da Actividade Sobre o Meio Socioeconómico

As actividades de construção poderão resultar nos seguintes impactos sobre o meio sócio-

económico:

− Criação de reduzidos Postos de trabalho e melhoria das condições de vida da

população;

− Conflitos entre trabalhadores e a população local na área do projecto;

− Destruição ou perturbação das infra-estruturas sociais e económicas e perda de bens

tangíveis e intangíveis (Destruição parcial ou completa de habitações,

estabelecimentos comerciais, campos agrícolas e árvores de fruta e consequente

perturbação da vida quotidiana e actividade económica da população afectada);

− Perturbação do trânsito de pessoas e veículos durante a fase de construção e

mudança no volume de tráfego.

Na Tabela 9 estão sumarizadas as classificações de cada um dos impactos associados ao meio

sócio-económico onde se pode observar que todos os impactos identificados, excepto um,

são negativos; apresentam uma probilidade de ocorrência que varia de provável a certeza de

ocorrência; são de escala local; a duração é varia em geral de long-prazo a definitiva;

intensidade média a alta; e de significância média a alta se nenhuma medida de mitigação for

tomada e significância baixa a média se forem tomadas algumas das medidas de mitigação for

tomada.

Na Tabela 10 são apresentadas as medidas de mitigação dos impactos sobre o meio sócio-

económico.

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Tabela 9 – Quadro sumário da avalização dos impactos das actividades da fase de construção sobre o meio sócio-económico

Impactos

Carácter Probabilidade de ocorrência

Extensão

Duração

Intensidade Significância

sem mitigação Significância

com mitigação Criação de reduzidos postos de trabalho e melhoria das condições de vida da população

Positivo Certeza de ocorrência

regional

longo‐prazo

Média

Alta

Conflitos entre trabalhadores e a população local na área do projecto

Negativo

Provável

Local

longo‐prazo

Média

Média

Baixa

Destruição ou perturbação das infra‐estruturas sociais e económicas e perda de bens tangíveis e intangíveis (Destruição parcial ou completa de habitações, estabelecimentos comerciais, campos agrícolas e árvores de fruta e consequente perturbação da vida quotidiana e actividade económica da população afectada);

Negativo

provável

Local

definitiva

alta

alta

Média

Perturbação do trânsito de pessoas e veículos durante a fase de construção e mudança no volume de tráfego

Negativo Altamente provável

Local

temporária

Média

Média

Baixa

Tabela 10 – Medidas de mitigação dos impactos sobre o meio sócio-económico

Impactos Medidas de Mitigação*

Criação de reduzidos Postos de trabalho e melhoria das condições de vida da população

− Estabelecer formalmente requisitos de contratação claros, a serem cumpridos pela empresa contratante; Devem ser indicadas as qualificações necessárias ou, nos casos em que tal não seja aplicável, deve‐se indicar claramente não serem necessárias qualificações;

− Para cada função deve ser divulgado o número de postos de trabalho disponíveis e o período aplicável.

− Na contratação de trabalhadores deve ser dada prioridade a residentes locais;

− Tanto quanto possível, formação deverá ser dada a pessoas locais para a execução de tarefas semi‐especializadas, de modo a reduzir o número de trabalhadores de fora para este fim.

Conflitos entre trabalhadores e a população local na área do projecto

− Deverão ser implementadas acções de consciencialização dos trabalhadores sobre o assunto, realçando‐se a importância de manter

uma boa relação com as comunidades locais;

− Deverá existir pelo menos uma pessoa encarregue de estabelecer a comunicação entre o pessoal do projecto e a comunidade, o que será particularmente importante em casos de reclamação. Tal elemento deverá estar bem familiarizado com o projecto em geral e ser capaz de solucionar ou encaminhar devidamente quaisquer queixas/reclamações;

− Deverá ser estabelecido e implementado um conjunto de Normas (ou um Código de Conduta) para o local de trabalho. As Normas

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 46

deverão incluir, entre outros aspectos, a entrada de pessoas estranhas ao serviço e a proibição da prostituição nos estaleiros. Destruição ou perturbação das infra‐estruturas sociais e económicas e perda de bens tangíveis e intangíveis (Destruição parcial ou completa de habitações, estabelecimentos comerciais, campos agrícolas e árvores de fruta e consequente perturbação da vida quotidiana e actividade económica da população afectada);

− Implementar o Plano de Acção para o Reassentamento, antes do início da actividade.

− Sempre que acidentalmente o empreiteiro interferir com estruturas e bens das populações deverá proceder a devida compensação em coordenação com as autoridades locais e o proponente do projecto.

− Sempre que o empreiteiro necessitar desenvolver actividades próximo a habitações e machambas deverá privilegiar meios manuais.

Perturbação do trânsito de pessoas e veículos durante a fase de construção e mudança no volume de tráfego

− Anunciar nos órgãos de comunicação social sobre as restrições de trânsito sempre que eles forem acontecer;

− Instalar uma boa sinalização das áreas de trabalho indicando as rotas alternativas, restrições de velocidade e desvios nas estradas enquanto decorrerem as obras;

− Contratar e treinar agentes sinaleiros para orientação dos motoristas e peões na áreas de tráfego intenso;

− Construir passagens seguras sobre as trincheiras que venham a ser abertas, de modo a minimizar os incómodos das obras para a população local;

− Educar as populações locais sobre segurança rodoviária e sobre a presença de actividades de construção na área que levam a presença de um número de excessivo de veículos;

− Observar limites de velocidade pelos veículos de construção. * No caso em que os impactos são alusivos a criação de reduzidos postos de trabalho e melhoria das condições de vida da população as medidas apresentadas visam incrementar dos impactos

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A b a s t e c i m e n t o d e Á g u a N i c o a d a l a - L i c u á r i - P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

6.2.3. Impactos da Actividade na Saúde e Segurança Ocupacional

As actividades de construção poderão resultar nos seguintes impactos sobre a saúde e

segurança ocupacional:

− Aumento da incidência de doenças, incluindo a propagação do HIV/SIDA

− Incremento de doenças ocupacionais resultantes das actividades de construção

− Potencial aumento do tráfico de seres humanos

Na Tabela 11 estão sumarizadas as classificações de cada um dos impactos associados ao

meio saúde e segurança ocupacional onde se pode observar que todos os impactos

identificados são negativos; apresentam uma probilidade de ocorrência considerada provável;

são de escala local; em geral de a duração varia de curto-prazo a longo-prazo; intensidade

média; e de significância baixa a média se nenhuma medida de mitigação for tomada e

significância baixa se forem tomadas algumas das medidas de mitigação for tomada.

Na Tabela 12 são apresentadas as medidas de mitigação dos impactos sobre o meio saúde e

segurança ocupacional.

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P r o j e c t o d e R e a b i l i t a ç ã o e C o n s t r u ç ã o d e I n f r a - e s t r u t u r a s p a r a o A b a s t e c i m e n t o d e Á g u a N i c o a d a l a - L i c u á r i -

P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 48

Impactos Medidas de Mitigação*

Aumento da incidência de doenças, incluindo a propagação do HIV/SIDA

− Levar a cabo acções de sensibilização dos trabalhadores sobre formas de transmissão de ITSs e HIV/SIDA, incluindo comportamentos de risco;

− Recrutar uma organização especializada para implementar actividades de consciencialização sobre ITSs e HIV/SIDA, a nível das comunidades. Atenção especial deverá ser dada às trabalhadoras do sexo, às mulheres locais em geral e às raparigas.

− Fornecer gratuitamente preservativos na área do projecto;

− Encorajar os trabalhadores a submeterem‐se a testes de HIV; encorajar os trabalhadores a submeterem‐se ao tratamento de ITSs na sua fase inicial, para minimizar o risco de infecção por HIV e criar condições para o efeito – tais condições incluem a atribuição de licença para que o trabalhador se possa deslocar à unidade sanitária e a criação de mecanismos internos para permitir que o trabalhador não se abstenha de procurar cuidados de saúde por falta de fundos;

− Encaminhar os trabalhadores para tratamento e monitoria precoce de infecções secundárias/oportunistas como tosses, gripes e pneumonia em unidades sanitárias.

Incremento de doenças ocupacionais resultantes das actividades de construção

− Avaliar a aptidão física e psicológica dos trabalhadores que tenham que executar trabalhos a grandes alturas, por pessoal devidamente

qualificado para o efeito;

− Todos os trabalhadores envolvidos no processo de construção devem beneficiar de treino de indução em matéria de saúde e segurança ocupacional antes do início das obras; Consciencialização sobre saúde e segurança no trabalho é uma componente chave para o cumprimento da legislação Moçambicana sobre este aspecto e para prevenir acidentes a formação deve ser ministrada por pessoal devidamente qualificado para o efeito. Os trabalhadores devem ser treinados de modo a serem capazes de identificar os riscos associados à sua actividade e saberem como proceder em casos de emergência.

− Redigir e divulgar, através de acções de formação em saúde e segurança ocupacionais, um manual com procedimentos de segurança para a fase de construção. Este manual deverá conter de forma não limitativa o seguinte:

o Informação sobre os materiais a utilizar (seus riscos, especificações de segurança, modo de manuseamento, transporte e armazenagem –

Tabela 11 – Quadro sumário da avalização dos impactos das actividades da fase de construção sobre o meio saúde e segurança ocupacional

Impactos

Carácter Probabilidade de ocorrência

Extensão

Duração

Intensidade Significância

sem mitigação Significância

com mitigação Aumento da incidência de doenças, incluindo a propagação do HIV/SIDA

Negativo

Provável

Sub‐regional

Médio‐prazo

Média

Média

Baixa

Incremento de doenças ocupacionais resultantes das actividades de construção

Negativo

Provável

Local

Curto‐prazo

Média

Média

Baixa

Potencial aumento do tráfico de seres humanos Negativo Provável Local Longo‐prazo Média Baixa a Média Baixa

Tabela 12 – Medidas de mitigação dos impactos sobre o meio saúde e segurança ocupacional

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geralmente feita a partir de um resumo das fichas de dados de segurança dos materiais); o Os principais riscos associados aos vários processos de construção, apresentando regras de segurança de trabalho; o A sinalética a utilizar na obra, bem como os procedimentos a adoptar em caso de acidentes. − Assegurar que equipamento de primeiros socorros adequado esteja disponibilizado e que todos os trabalhadores estão devidamente

capacitados para o utilizar;

− Assegurar que existem trabalhadores formados e equipados para a resposta a acidentes;

− Disponibilizar o equipamento de protecção pessoal (EPP) e impor o seu uso;

− O equipamento de trabalho deverá ser devidamente inspeccionado e mantido, como forma de reduzir a possibilidade de queda;

− Colocar sinalização em locais bem visíveis nos pontos onde o risco é maior (p.e. pontos elevados abertos, ou seja, sem barreira de protecção);

− Realizar de exercícios regulares referentes aos procedimentos de emergência (p.e. simulações de uma situação de incêndio, etc.);

− Proibir fumar em áreas específicas, através de sinalização com avisos localizados em pontos visíveis;

− Providenciar, em locais adequados, extintores de fogo e proceder à sua manutenção regular; e

− Tornar obrigatório o uso de equipamento de protecção pessoal (uniformes, coletes fluorescentes, botas, luvas, tampões de protecção auricular, óculos protectores, etc.).

Potencial aumento do tráfico de seres humanos

− Restringir o acesso de crianças às áreas de trabalho;

− Aumentar a presença policial nas áreas de maior aglomeração de pessoas, de modo a persuadir qualquer tentativa de tráfico de crianças;

− Levar a cabo campanhas de sensibilização contra tráfico de crianças, mostrando os comportamentos e atitudes típicas de traficantes;

− Colaboração entre a comunidade e a polícia na denúncia de atitudes suspeitas;

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G E O T E C , L d a 50

6.3. Fase de Operação/Manutenção

O impacto mais significativo que se espera na fase de operação do projecto está relacionado

com possíveis fugas de água que possam requerer trabalhos de manutenção bastante

localizados. Apesar de serem de ocorrência local as fugas de água a partir da comduta podem

resultar em forte erosão dos solos e eventualmente provocar a charcos temporários de água

estagnada.

Apesar de este tipo de erosão ser de classificação similar a apresentada na secção 6.2, a sua

mitigação passa pela rápida resposta dos técnicos na reparação das condutas dada a

imprevisibilidade temporal e espacial da sua ocorrência.

7. CÁLCULO DAS COMPENSAÇÕES

O procedimento usado para estabelecer as tarifas a aplicar nos cálculos das compensações

aos afectados difere para as remoções agrícolas e as remoções de estruturas.

7.1. Tarifas a aplicar pela perda de culturas agrícolas

As tarifas estabelecidas para o cálculo de compensações pela perdas de culturas agrícolas são

baseadas numa tabela providenciada pela Direcção Provincial da Agricultura da Zambézia,

inclusa no Anexo 5. As tarifas representam os valores mínimos a serem pagos pelo FIPAG.

A tabela apresenta os preços para culturas danificadas na província da Zambézia. A tabela

data de 1998 e carece de uma actualização. No entanto, para as culturas mais predominantes

nesta região os preços de compensação aproximam-se aos actualmente em vigor.

Contudo, certas culturas não estão registadas na supracitada tabela. Os preços para estas

culturas (caso de jatropha) foram verificados e comparados com os preços no mercado em

Quelimane e posteriormente negociados com os proprietários, após consulta à Direcção

Provincial da Agricultura da Zambézia.

7.2. Tarifas a aplicar pela perda de estruturas

As tarifas a aplicar pelos danos (ou perda total) de estruturas foram estabelecidas através de

consulta pública realizada em Novembro de 2010. Os valores representam custos de

substituição para aquisição dos materiais de construção. Para tal, o tipo de estrutura, o tipo de

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materiais e dimensões foram calculados com base no valor de compensação e confirmados

junto do proprietário.

No caso do presente projecto, o levantamento efectuado indica que haverá demolição de um

alpendre e um salão de cinema de construção precária em Nicoadala.

8. PLANO DE COMPENSAÇÕES ÀS PARTES AFECTADAS

8.1. Princípios de Pagamento de Compensações

A informação obtida durante a fase de levantamento sócio-ambiental sugere que não será

necessário proceder ao reassentamento de famílias afectadas devido a reduzida magnitude

dos danos em habitações e pelo facto de maior parte dos elementos afectados serem

compostos por culturas de cultivo e árvores. Portanto a alternativa acordada com as partes

afectadas é a compensação em dinheiro.

A compensação em dinheiro deverá ser regida pelos princípios apresentados a seguir, que

emergiram da análise de documentos como a Política do Governo de Moçambique e Política

de Reassentamento do FIPAG, directrizes e padrões do Banco Mundial sobre o

reassentamento involuntário bem como a aplicação de boas prácticas nacionais e

internacionais de lições aprendidas em outros projectos similares. Estes princípios são iguais

para todos os tipos de afectados, sejam indivíduos singulares, empresas ou Governo e

permitem estabelecer os pagamentos de compensações de forma transparente e consistente.

1. Elegibilidade para compensação:

a) Se a terra de um proprietário for atravessada e culturas/estruturas presentes (visíveis)

danificadas, no momento de trabalhos de limpeza ou construção, o dono é elegível

para o pagamento de compensação. Isto significa que só serão indemnizados os

danos que forem realmente confirmados. Se as culturas tiverem sido colectadas antes

do trabalho de construção, os afectados não serão elegíveis para o pagamento;

b) Se a terra de um proprietário for atravessada mas nenhumas culturas/estruturas

(visíveis) presentes danificadas no momento dos trabalhos de limpeza ou construção,

o dono não é elegível para pagamento de compensação;

c) São considerados somente os danos que resultem directa ou indirectamente dos

trabalhos de limpeza e/ou colocação da conduta;

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G E O T E C , L d a 52

d) Danos indirectos são aqueles que são resultado indirecto dos trabalhos de limpeza e

construção tais como os danos às culturas devido aos bloqueios dos rios;

2. Âmbito do PRC:

a) As estruturas situadas na extremidade da zona dos seis metros (tocando a zona) são

incluídas para assegurar que o FIPAG tenha acesso futuro à conduta para trabalhos

de reparação e de manutenção;

b) Danos directos normalmente acontecem na servidão da largura de seis metros (três

metros em cada lado da conduta ou o (paralelo). Neste plano de compensação esta

área é chamada de “zona dos seis metros”. A área danificada pode variar dependendo

da sua extensão pelo comprimento;

3. Condições de pagamento da compensação:

a) Os valores da compensação em geral representam os custos de substituição (para

excepções veja explicação no ponto 5.2);

b) Todos os pagamentos serão monetários;

c) Os pagamentos só serão feitos se o afectado assinar “A ficha do termo de

compromisso” (veja Anexo 4). Este acordo permite que no futuro o FIPAG tenha

acesso ilimitado à área de localização da conduta para efectuar trabalhos de reparação

ou manutenção.

8.2. Preparação de pagamento e assinatura de acordos

O processo de pagamento de compensações consiste em três fases, nomeadamente:

1. Preparação de pagamento e assinatura de acordos (secção 6.2)

2. Pagamento de compensações aos afectados (6.3); e

3. Encerramento administrativo do pagamento de compensações (6.5).

O calendário de pagamento das compensações é apresentado no anexo 6. Este calendário

contém os passos a seguir durante a implementação do plano de compensações bem como as

responsabilidades da cada uma das partes envolvidas. As datas ainda não foram propostas

uma vez que irão depender da prontidão das partes envolvidas (FIPAG/BKS/SINO HIRO).

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G E O T E C , L d a 53

8.2.1. Notificação das partes/pessoas afectadas sobre assinatura de acordo e

pagamento de compensações

Os afectados serão convocados pela Geotec para uma primeira reunião na qual será explicado

o processo de assinatura dos acordos (veja anexo 4) e pagamentos. Esta reunião será seguida

por outra reunião correspondente ao dia do pagamento.

A notificação dos afectados sobre a assinatura do acordo e pagamento de compensações

consiste na:

1. Preparação da carta de notificação de pagamento para cada afectado; e

2. Distribuição das mesmas pelos líderes comunitários para os afectados.

Um exemplo da carta de notificação a ser usada encontra-se em anexo 7.

8.2.2. Transferência de fundos à Delegação do FIPAG de Quelimane

A fim de preparar o pagamento no local, o FIPAG-Quelimane deverá receber os fundos para

este exercício pelo menos 10 dias antes das datas de pagamento.

8.2.3. Preparação e assinatura de acordos entre o FIPAG e as Partes Afectadas

O afectado assinará dois acordos (veja Anexos 3 e 4):

1. Um acordo de pagamento que contém a propriedade danificada listada e o valor

compensado (Ficha do acordo de compensação) e

2. Um acordo entre o FIPAG e o afectado (prevenção de compensações futuras e

concessão de acesso ao FIPAG no futuro: Ficha do termo de compromisso). Somente depois

de assinar este acordo o afectado poderá receber o valor respectivo no dia do pagamento.

Os acordos devem ser preparados (preenchidos) em dois exemplares.

O acordo entre o FIPAG e a pessoa afectada (Ficha de termo de compromisso) declara o seguinte:

• O afectado concorda que o FIPAG não terá mais responsabilidades de pagamento de

compensação uma vez que esta tenha sido liquidada.

• O afectado concorda que:

o Não plantará árvores de frutas dentro da zona dos 6 metros de conduta;

o Não construirá qualquer estrutura na zona dos 6 metros de conduta;

o Não escavará na zona dos 6 metros de conduta.

• O afectado concorda em ceder acesso ao FIPAG na sua propriedade sempre que

necessário para qualquer trabalho de reparação e manutenção. O FIPAG não será

responsabilizado por qualquer dano que surgir como resultado destes trabalhos.

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G E O T E C , L d a 54

No dia de assinatura de acordo (Ficha do termo do compromisso) serão seguidos os seguintes

procedimentos:

1. A Ficha do acordo de compensação será verificada e discutida pela Geotec, Lda e pelo

afectado.

2. Cada afectado assinará os seus acordos.

3. Será feita uma verificação precisa para saber se o afectado possui um BI para os casos em

que o pagamento seja feito em cheque.

No dia de assinatura de acordo (Ficha do termo de compromisso), o afectado deverá ter a

possibilidade de ler o acordo e fazer qualquer pergunta antes de assinar. Depois de assinar,

uma cópia do acordo ficará com o afectado. A outra cópia ficará com o FIPAG e também

será levado ao local de pagamento no dia indicado para que o afectado possa assinar o seu

pagamento.

8.2.4. Preparação de cheques e valores monetários em numerário

Todos os pagamentos serão preparados com antecedência. Para pagamentos em dinheiro o

montante precisa de ser organizado para o efeito. Para os pagamentos em cheque, este deve

ser preenchido e fotocopiado. Cada pagamento deverá ser anexado ao acordo (Ficha de acordo

de compensação) para facilitar o processo no dia do exercício.

8.3. Pagamento das compensações aos afectados pelo FIPAG

Para cada pagamento, na lista de compensações está indicado se o pagamento deve ser feito

em cheque ou em dinheiro. Este plano pressupõe que todos os pagamentos até 3.000,00 MT

sejam feitos em numerário e que todos os pagamentos superiores a 3.000,00 MT devem ser

efectuados por cheque. Quantias superiores a 3.000,00 MT podem acarretar um risco ao

afectado uma vez que ele poderá não ter acesso imediato aos serviços bancários devido à

distância da cidade de Quelimane.

No dia de pagamento, o afectado deve apresentar-se com algum documento de identificação,

propondo-se os seguintes, por ordem de preferência:

• Bilhete de Identidade (BI);

• Talão de espera do BI (recibo de pedido do BI);

• Cédula pessoal;

• Passaporte;

• Carta de Condução;

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• Cartão de Eleitor ou

• Cartão de Desmobilização

Se o afectado não puder apresentar qualquer documento de identificação, será necessária uma

declaração do líder local para provar a sua identidade e a assinatura de duas testemunhas na

ficha de compensação

Para pagamento em cheque o afectado deverá apresentar o BI, porque caso contrário o

Banco poderá não pagar o cheque. A cópia do cheque deverá ser assinada pelo afectado no

acto do pagamento e ficará sob responsabilidade do FIPAG.

O afectado assinará o acordo de compensação que servirá de recibo (ou comprovativo) de que o

pagamento foi efectuado. Uma cópia ficará com o afectado e a outra cópia com o FIPAG.

8.4. Responsabilidades e funções das partes envolvidas no processo de pagamento

O FIPAG será responsável e liderará todos os assuntos relacionados com a efectivação dos

pagamentos tais como a preparação dos valores monetários previstos, a transferência

atempada para Quelimane, os pagamentos nas modalidades e no dia previsto e o

encerramento administrativo.

Estes pagamentos assim como os procedimentos administrativos serão decididos e levados a

cabo pelo FIPAG em conformidade com os seus regulamentos financeiros e administrativos

internos. Preferivelmente os pagamentos de compensações aos afectados serão feitos nas

sedes dos Postos Administrativos e/ou na sede do regulado.

A Geotec Lda será responsável pela preparação e distribuição das cartas de notificação,

preparação dos acordos, organização de reuniões de assinatura dos acordos e reuniões de

pagamentos. A Geotec Lda também irá desempenhar o papel de ligação entre o FIPAG e os

afectados, assegurando assim o fluxo de comunicação; a Geotec Lda estará presente em

todos os actos de pagamento e organizará testemunhas para o respectivo processo. A Geotec

Lda também será responsável pela distribuição dos acordos assinados e copiados para todas

as partes pertinentes.

Os líderes comunitários serão envolvidos na mobilização dos afectados nos dias de assinatura

dos acordos e dos pagamentos. Ajudarão a estabelecer a ligação com os afectados e

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solucionarão qualquer problema antes dos dias de assinatura dos acordos e de pagamentos.

Eles também serão convidados a estar presentes durante os dias de pagamento nos seus

respectivos Postos Administrativos.

8.5. Encerramento do processo de compensações O processo de pagamento será encerrado quando todos os afectados que constam da lista de

compensação original (Anexo 2) e resultados do procedimento de reclamação tiverem sido

pagos. Se houver algum afectado que não tenha sido pago, devido à falta de comparência

(depois de convidado para receber o pagamento) por duas vezes, também nestes casos o

processo será considerado encerrado. O momento de encerramento será determinado em

conjunto com o FIPAG. Assim que o encerramento estiver acordado, todos os afectados

serão informados sobre o encerramento do procedimento de pagamento por carta (através

do seu líder).

Depois dos pagamentos e assinatura de ambos os acordos, deverão ser feitas cópias e

distribuídas pelas partes pertinentes tais como os chefes de posto para constarem dos seus

arquivos. As cópias terão que ser feitas pelo FIPAG, que será responsável pela sua

distribuição.

Um mês após o acordo do encerramento do processo de pagamento, a Geotec Lda irá

elaborar e apresentar um relatório final ao FIPAG descrevendo o processo de compensação

e os resultados. O relatório será elaborado com base na compilação de todos os documentos

que foram usados para o processo de pagamento das compensações e será feita uma relação

de todo o processo identificando os resultados imediatos e apresentando conclusões e

recomendações.

9. RECLAMAÇÕES E PROCEDIMENTOS DE SEU ATENDIMENTO/CASOS ADICIONAIS

Embora se tenha tido o máximo cuidado e atenção para apresentar uma lista completa de

compensações anexada a este plano, é possível que depois do pagamento possam aparecer

alguns casos novos que necessitem de uma reapreciação/compensação. Por exemplo:

• Determinadas compensações podem ter sido negligenciadas durante o processo da sua

avaliação.

• Um desvio inesperado da rota da conduta que possa causar danos adicionais não

esperados, que resulte em novos casos de compensação.

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G E O T E C , L d a 57

O outro caso pode surgir pela eventualidade de algumas pessoas se recusarem a receber o

pagamento por alguma razão.

No orçamento (veja capítulo 10) uma margem de 10% é reservada para permitir tais

pagamentos (contigências).

Nesses casos o afectado precisará de apresentar o seu caso por escrito (através do Posto

Administrativo) ao FIPAG. O FIPAG encaminhará a informação à Geotec Lda. Cada caso

apresentado precisará de ser investigado pela Geotec Lda para se apurar a sua

veracidade/justificação ou não. A Geotec Lda irá apresentar um relatório à FIPAG baseada

na avaliação, para a tomada de decisão concludente. Se o pagamento for aplicável, o FIPAG

deverá processar o pagamento o mais rápido possível. A Geotec Lda irá facilitar o processo

de pagamento.

As reclamações serão tratadas usando o mesmo processo. Poderão ser recebidas reclamações

de pessoas afectadas com propriedade inventariada registrada antes da data limite, como

também de outras que possam estar relacionadas com compensações novas, ou outros

assuntos sociais relacionados com o pagamento de compensações.

No fim de processo será emitida uma nota informativa esclarecendo aos Posto

Administrativos, e informando sobre o fim do processo de compensação.

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G E O T E C , L d a 58

Culturas/Estruturas Nº de

Proprietários Área (m

2)

Quantidades

(kg ou unidades) Custo Unitário

(MT) Custo Total

(MT)

CU

LTU

RA

S

Abacateira 5 8 250,0 2.000,0 Ananaseiro 8 793 30,0 23.790,0 Arroz 26 7.176 720 8,0 5.760,0 Ateira 2 2 150,0 400,0 Bambu 1 50 10,0 500,0 Bananeira 37 627 65,0 40.905,0 Batata doce 15 1.598 616,5 10,0 6.165,0 Cajueiro 29 52 680,0 33.810,0 Cana‐de‐açúcar 6 883 10,0 8.830,0 Casuarina 3 6 880,0 5.280,0 Coco Norte 6 11 250,0 2.750,0 Coqueiro 22 34 700,0 23.050,0 Eucalipto 9 17 880,0 14.960,0 Feijão boer 3 586 50,8 13,0 660,4 Goiabeira 3 28 100,0 2.800,0 Jambalão 3 3 150,0 450,0 Jatropha 1 5 150,0 750,0 Laranjeira 11 23 430,0 8.970,0 Limoeiro 5 9 375,0 3.200,0 Litchia 1 1 1.125,0 1.125,0 Maçanica 2 2 150,0 300,0 Mandioqueira 70 14.108 8.014,2 10,0 80.142,2 Mangueira 46 77 450,0 33.680,0 Milho 23 3.690 552,8 6,0 3.316,8 Muringueira 1 1 880,0 880,0 Papaieira 11 17 350,0 5.750,0 Quiabo 1 90 68,4 13,0 889,2 Umbila 1 1 880,0 880,0

Sub‐total 1 311.993,4

ESTR

UTU

RA

S Poço 1 1 2.000,0 2.000,0 Lavadeira 1 1 390,0 390,0 Cine (Mat. Local) 1 40 600,0 24.000,0 Alpendre 1 20 600,0 12.000,0 Casa‐de‐banho 1 6 600,0 3.600,0

Subtotal 2 41.990,0

Subtotal 1+2 353.983,40 Contingências (10%) 35.398,34

TOTAL 389.381,74

10. ORÇAMENTO

A Tabela 13 apresenta de forma resumida os custos das compensações a atribuir aos

afectados pelo projecto de reabilitação e construção de infra-estruturas de abastecimento de

água entre Nicoadala e Licuári, com base na servidão com uma largura de 6m.

Tabela 13 – Sumário dos custos de compensação distribuídos pelas culturas e estruturas afectadas

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G E O T E C , L d a 59

No total as compensações a serem pagas aos afectados pelas obras no traçado Nicoadala-

Licuári deverão custar 389.381,74 MT (Trezentos e Oitenta e Nove Mil e Trezentos e

Oitenta e Um Meticais e Setenta e Quatro Centavos), dos quais 35.398,34 MT (Trinta e

Cinco Mil e Trezentos e Noventa e Oito Meticais e Trinta e Quatro Centavos) correspondem

às contingências na ordem de 10% e 353.983,40 MT (Trezentos e Cinquenta e Três e

Novecentos e Oitenta e Três Meticais e Quarenta Centavos) que é o valor apurado no cálculo

da compensações (Tabela 13).

Do total do valor orçamentado para a componente de culturas, 45% cobrem os custos de

compensação pelo derrube de árvores de fruta e árvores de madeira, enquanto as culturas

anuais correspondem aos restantes 55%, com maior destaque para o arroz.

Os custos associados às estruturas constituem 11% do valor total das compensações

excluindo as contingências. Tal como ilustra a Figura 4 as estruturas abrangidas são apenas 5,

nomeadamente uma cine construída de material local, um alpendre um poço, uma lavadeira e

uma casa de banho e custam respectivamente 24.000,00MT; 12.000,00MT; 2.000,00MT,

390,00MT e 3.600,00MT.

Figura 4 - Distribuição relativa das duas principais categorias do orçamento pelos itens que as compõem: a) categoria de culturas; b) categoria de estruturas

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G E O T E C , L d a 60

11. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O presente estudo para a elaboração do plano de compensação enquadrado no projecto de

construção e reabilitação da conduta adutora de abastecimento de água ao longo do traçado

Nicoadala-Licuári permitiu constatar que serão afectados 158 agregados familiares. Trata-se

de agregados familiares que actualmente possuem os seus bens dentro do perímetro da

servidão e por conseguinte devem ser compensados em dinheiro pelos danos associados à

implementação do projecto.

A lista dos danos associados à implementação do projecto inclui destruição de culturas

agrícolas, árvores de fruta e de madeira e estruturas tais como habitações, alpendre, poço,

tanque e casa de banho. Apesar do elevado número de famílias afectadas e do facto das

perdas serem susceptíveis de provocar as mais diversas reacções entre os afectados, não foi

registada qualquer oposição ao projecto e as constatações indicam que o projecto proposto

não possui quaisquer elementos que possam determinar a sua suspenção.

As directrizes apresentadas no presente Plano de Compensação devem ser seguidas para

facilitar o processo de compensação e seu sucesso seja garantido, sugerindo-se que os passos

a seguir se resumam no seguinte:

− Notificação das partes/pessoas afectadas sobre a assinatura de acordo e pagamento de compensações;

− Transferência de fundos à Delegação do FIPAG de Quelimane;

− Preparação e assinatura de acordos entre o FIPAG e as Partes Afectadas;

− Preparação de cheques e valores monetários em numerário;

− Pagamento das compensações aos afectados pelo FIPAG;

− Encerramento do Processo de compensações;

O FIPAG será responsável pela preparação e pagamento dos valores monetários relativos a

compensação nas modalidades e data dia previstas bem como pelo encerramento

administrativo. A Geotec Lda cabe a responsabilidade de preparar e distribuir as cartas de

notificação, preparar os acordos, organizar as reuniões de assinatura dos acordos e de

pagamentos; Estabelecer a ligação entre o FIPAG e os afectados assegurando assim o fluxo

de comunicação; Assistir os actos de pagamento e organizar testemunhas, distribuir os

acordos assinados e copiados pelas partes pertinentes. Os líderes comunitários serão

envolvidos na mobilização dos afectados nos dias de assinatura dos acordos e dos

pagamentos.

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G E O T E C , L d a 61

A avaliação de impactos ambientais dos projecto permitiu identificar alguns impactos, a

maioria dos quais são de extensão local, baixa intensidade e significância, de modo que se

forem adoptadas as devidas precauções através da aplicação das medidas de mitigação

proposta para este projecto os referidos impactos previstos não se materializarão.

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Conselho de Ministros (2007) - Estratégia Nacional de Gestão de Recursos Hídricos, 33pp

CpS (Compêndio para a Sustentabilidade) (2009). IFC - Princípios do Equador. Ferramentas

de Gestão de Responsabilidade Socioambiental, Princípios e Directrizes Sectoriais.

http://www.institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/41.

Decreto 18/2004 de 2 de Junho - Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e de

Emissão de Efluentes;

Decreto n.º 23/2008, de 1 de Julho (Regulamento de Ordenamento do Território)

Decreto n.º 6/2006, de 12 de Abril

Decreto n.º 66/1998, de 8 de Dezembro (Regulamento da Lei de Terras), 3º Suplemento do

Boletim da República, Série 1, Número 48.

Diploma Ministerial nº 180/2004, 0 - Regulamento sobre a qualidade de água para o consumo

humano.

Direcção Nacional de Águas (2007) - Plano Estratégico de Água e Saneamento Rural -

Documento Final, 83pp

FIPAG (2003a). Guidance on Environmental Assessment and Management of the National

Water Development Project of FIPAG. 53 pp incluindo anexos, Maputo: FIPAG.

FIPAG (2003b). Generic Framework Environmental Management Plan for Construction

Works of FIPAG projects de Fevereiro de 2003. 85 pp incluindo anexos, Maputo:

FIPAG.

FIPAG (2003c). Manual of Environmental Management System for National Water

Development Project. 178 pp incluindo anexos, Maputo: FIPAG.

FIPAG (2007). Resettlement Policy Framework. 51 pp incluindo anexos, Maputo: FIPAG.

GDM (Maio 2006) – Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta 2006-2009

(PARPA II), Maputo

IFC (2002) “Handbook for Preparing a Resettlement Action Plan”, Environmental and Social

Development Department, Washington, DC, USA.

INE (1997). Dados do Censo Geral da População de 1997 (www.ine.gov.mz)

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G E O T E C , L d a 62

INE (2007). Dados do Censo Geral da População de 2007. (www.ine.gov.mz).

INE, 2010. Estatística Distrital do Distrito de Nicoadala.

Lei de Águas (Lei 16/91 de 3 de Agosto).

Lei de Terras (Lei 19/97 de 1 de Outubro).

Lei do Ambiente (Lei nº. 20/97 de 20 de Outubro).

Lei do Trabalho (Lei 8/98 de 20 de Julho).

Lei n.º 19/1997 de 01 de Outubro (Lei de Terras)

Lei n.º 19/2007 de 18 de Julho (Ordenamento Territorial)

MAE - Ministério da Administração Estatal (2002)- Folhas informativas dos 33 Municípios,

289pp

MAE - Ministério da Administração Estatal (2005). Perfil do Distrito de Nicoadala. 61 pp.

Maputo: Ministério de Administração Estatal

MICOA/DINAPOT (2008) – “Integração do Planeamento do Uso da Terra no Processo da

Planificação Descentralizada”, Maputo, Moçambique.

MICOA/DINAPOT (2008) – “Integração do Planeamento do Uso da Terra no Processo da

Planificação Descentralizada”, Maputo, Moçambique.

Política Nacional de Águas (Lei 43/2007 de 30 de Outubro).

WASIS (2007) “Water Sector Services and Institutional Support Project – Resettlement Policy

Framework”.

World Bank (2004) “Involuntary Resettlement Source Book – Planning and Implementation

of Development Projects”. Washington, DC.

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G E O T E C , L d a 63

13. ANEXOS

Sumário dos Anexos:

ANEXO 1: Mapa do Traçado da Conduta Adutora

ANEXO 2: Lista de Compensações

ANEXO 3: Acordo de Acesso para as Obras de Construção

ANEXO 4: Ficha de Acordo de Compensação e Ficha do Termo de Compromisso

ANEXO 5: Tabela de Custos para Compensação pela Perda de Culturas

ANEXO 6: Calendário Proposto para o Pagamento de Compensações

ANEXO 7: Modelo de Carta de Notificação de Pagamento às Famílias Afectadas

ANEXO 8: Lista Nominal dos Líderes Comunitários

ANEXO 9: Actas dos Encontros Realizados

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 64

804

50

00

80

500

00

805

50

00

804

50

00

80

500

00

805

50

00

13.1. ANEXO 1: Mapa do Traçado da Conduta Adutora

895000 900000 905000

N1

QUELIMANE

OCEANO

INDICO

N1

L I C U Á R I

Legenda

Traçado da conduta ·

N I C O A D A L A

N10

Rios

Estradas Primárias

Distrito de Nicoadala

0 0.5 1 1.5 2

kms

Q U E L I M A N E

895000 900000 905000

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 65

13.2. ANEXO 2: Lista de Compensações

Nr de

Ordem

Nome do Chefe do Agregado Familiar

Afectado

No. de BI

Localização

Coordenadas UTM

Estruturas

Culturas

Area (m

2)

Quantidade (Kg) Custo

Unitário (MT)

Valor Total

(MT) E N

1 Francisco Pedro Pessula

040026677/f

Munhonha

255802

8056324

Mandioqueira

360

189

10.00

1,890.00

2 Luísa Baixone Munhonha 255802 8056148 Milho 180 18 6.00 108.00

3 Nilsa Ernesto Munhonha 255975 8056324 Milho 354 35.4 6.00 212.40

4 Hamedi Ali Dade Mamudo

CE 02/A526393009

Munhonha

256061

8056001

Arroz

150

15

8.00

120.00

5 Sábio Ibraimo Bi 7209122 Munhonha 256141 8055902 Mandioqueira 210 115.5 10.00 1,155.00

6 Eugenio Alde CE 0409A54639/ Munhonha 256141 8055852 Mandioqueira 168 92.4 10.00 924.00

7 Paulina Suale Munhonha 256193 8055849 Milho 96 9.6 6.00 57.60

8 Eugenia Albino Alfredo Bi 6848294 Munhonha 256199 8055828 Mandioqueira 240 132 10.00 1,320.00

9 Carmita Chipagura Bi 04160052368 Munhonha 256244 8055768 Mandioqueira 90 49.5 10.00 495.00

10 Raul C. Suriar Munhonha 256318 8055664 Bananeira 15 65.00 975.00

11

Rosa Maculeia

Munhonha

256375

8055603 Cana‐de‐açucar 75 10.00 750.00

Bananeira 15 65.00 975.00

12 Bartolomeu A.Natutelamuno

Munhonha

256379

8055605

Coqueiro

1

700.00

700.00

13 Argentina Victor Munhonha 256432 8055539 Mandioqueira 102 56.1 10.00 561.00

14 Roque Amaral colete Munhonha 256482 8055498 Mandioqueira 72 39.6 10.00 396.00

15 Teixeira Duarte Munhonha 256471 8055480 Mandioqueira 150 82.5 10.00 825.00

16

Alcina do Rosario

Munhonha

256487

8055498

Mandioqueira 252 138.6 10.00 1,386.00

Bananeira 5 65.00 325.00

Cana‐de‐açucar 125 10.00 1,250.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 66

Batata doce 242 100.8 10.00 1,008.00

17

Marcelino Lopes

040044494E

Munhonha

256540

8055426

Bananeira 5 65.00 325.00

Cana‐de‐açucar 125 10.00 1,250.00

Mandioqueira 582 320.1 10.00 3,201.00*

18 Manito Relogio Munhonha 256571 8055372 Batata doce 84 33.6 10.00 336.00

19

Carlitos Abreu

040145827V

Munhonha

256571

8055362

Mandioqueira 165 10.00 1,650.00

Laranjeira 2 200.00 400.00

Goiabeira 2 100.00 200.00

Limoeiro 1 375.00 375.00

Ateira 1 150.00 150.00

20

Jussa Batela

CE30018999

Munhonha

256638

8055305

Bananeira 10 65.00 650.00

Goabeira 2 100.00 200.00

Papaeira 1 350.00 350.00

21 Patricio A. Albano 040146201H Munhonha 257784 8055111 Mandioqueira 432 237.6 10.00 2,376.00

22

Victor Anselmo

Munhonha

256774

8055027

Bananeira 43 65.00 2,795.00

Mangueira 1 450.00 450.00

Arroz 192 21.6 8.00 172.80

23 Quininha E. Cristovao Munhonha 257717 8055006 Arroz 300 30 8.00 240.00

24 Júlio J. Henriques Munhonha 257099 8055036 Arroz 300 30 8.00 240.00

25 Mafalda Marcos Munhonha 257565 8055034 Arroz 210 21 8.00 168.00

26 Amélia Júlio Mudenguma

Munhonha

257717

8055006

Arroz

120

12

8.00

96.00

27 Celina Isaque Munhonha 259448 8054608 Arroz 120 12 8.00 96.00

28 Zaida Hermino Munhonha 258004 8054948 Arroz 120 12 8.00 96.00

29 Ze Hubre Munhonha 258007 8054950 Arroz 180 18 8.00 144.00

30 Sandra M.S. de Brito Munhonha 258102 8054928 Arroz 558 55.8 8.00 446.40

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 67

31 Daunisa Vili Munhonha 258164 8054902 Arroz 240 24 8.00 192.00

32 Vili A.Andrade Munhonha 258164 8054902 Arroz 390 39 8.00 312.00

33

Rosala Carlos J. Muzezela

Munhonha

258836

8054902

Arroz 300 30 8.00 240.00

Mandioqueira 150 15 10.00 150.00

Batata‐doce 150 15 10.00 150.00

34

Adelina Cabixo

Munhonha

257156

8055042 Arroz 360 36 8.00 288.00

Bananeira 116 65.00 7,540.00*

35 Amélia de Sousa Nantide

Munhonha

259504

8054594

Arroz

192

19.2

8.00

153.60

36 Florida Continho Lemos

Munhonha

257133

8055092

Arroz

282

28.2

8.00

225.60

37 Anastancia Marco Martins

Munhonha

259431

8054603 Arroz 234 23.4 8.00 187.20

Bananeira 12 12 65.00 780.00

38 Abibo Nazimo Munhonha 259425 8054605 Arroz 234 23.4 8.00 187.20

39 Otília Errnado Munhonha 259386 8054623 Arroz 222 22.2 8.00 177.60

40

Madalena T. Palaio

Munhonha

259182

8054654 Mandioqueira 210 115.5 10.00 1,155.00

Batata‐doce 210 84 10.00 840.00

41

Prosperino Ossumane

Munhonha

259127

8054662

Mandioqueira 168 92.4 10.00 924.00

Mangueira 1 450.00 450.00

Bananeira 3 65.00 195.00

42

Igreja Baptista Renovada

Munhonha

259084

8054681

Mandioqueira 78 42.9 10.00 429.00

Bananeira 3 65.00 195.00

Cajueiro 1 680.00 680.00

43

Fainesse A.Ofumane

Munhonha

259033

8054700

Laranjeira 2 430.00 860.00

Coqueiro 2 700.00 1,400.00

Mangueira 1 450.00 450.00

Poço 1 2,000.00 2,000.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 68

Papaeira 1 350.00 350.00

44 Tercia Angelo Sozinho Munhonha 258717 8054771 Mandioqueira 198 108.9 10.00 1,089.00

45

Dulce M.Alifo

Cedula 89662

Munhonha

258659

8054798

Mangueira 1 450.00 450.00

Cajueiro 1 250.00 250.00

Mandioqueira 210 115.5 10.00 1,155.00

Milho 210 12 6.00 72.00

46

Igreja Católica Naguoe

258634

8054111 Mangueira 1 450.00 450.00

Cajueiro 1 680.00 680.00

47

Cipriano O.Valia

Munhonha

257023

8055027 Mangueira 1 450.00 450.00

Coqueiro 1 700.00 700.00

48 Marcelino Moises Munhonha 257202 8055034 Coqueiro 2 700.00 1,400.00

49 Julio Jaime 040157865A Munhonha 257103 8055041 Coqueiro 1 700.00 700.00

50

Catarina Beque

INSS 014121

Munhonha

257125

8055039 Milho 30 3 6.00 18.00

Mandioqueira 30 16.5 10.00 165.00

51

Francisca Candeia

Bi 00640379

Munhonha

257133

8055042 Mangueira 1 450.00 450.00

Coqueiro 1 700.00 700.00

52 Quininho E. Cristovăo Munhonha 257227 8055072 Mandioqueira 216 118.8 10.00 1,188.00

53 Rosa Chico Munhonha 259672 8054532 Cajueiro 1 680.00 680.00

54

Carolina Ezequiel

Munhonha

259886

8054474

Mangueira 2 280.00 560.00

Goiabeira 1 100.00 100.00

Bananeira 18 65.00 1,170.00

55 Evaristo C. Intipa TL 013886210 Munhonha 259922 8054459 Milho 60 33 6.00 198.00

56 Fernanda J.M.Nantide Cel041573630

Munhonha

259972

8054438

Cajueiro

1

680.00

680.00

57

Bizueque Suberano C.

Bi 040198424J

Munhonha

260105

8054405 Mangueira 1 450.00 450.00

Coqueiro 1 700.00 700.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 69

58 Raul M Secula Bi040086445k Munhonha 260134 8054400 Mangueira 3 450.00 1,350.00

59 Elda N.Godjobue CE04154A Munhonha 260122 8054401 Mandioqueira 60 33 10.00 330.00

60

Macario V. Safuri

BI 040124101A

Munhonha

260157

8054411

Laranjeira 2 430.00 860.00

Coqueiro 1 700.00 700.00

Batata doce 36 14.4 10.00 144.00

61 Filomena Lionel Vinte Munhonha 260005 8054448 Mandioqueira 18 9.9 10.00 99.00

62

Maulida M.Nantide

BI 6848220

Munhonha

260199

8054376

Coqueiro 1 700.00 700.00

Mangueira 1 150.00 150.00

Mandioqueira 92 55.8 10.00 558.00

63 Piedade C.Ficial

Cedula 2801754

Munhonha

260284

8054369 Mangueira 4 450.00 1,800.00

Mandioqueira 180 99 10.00 990.00

64

Julia N. Gojobwe

C.E L0416A606522

Munhonha

259321

8054349

Milho 300 30 6.00 180.00

Mandioqueira 294 161.1 10.00 1,611.00

Batata doce 294 117.5 10.00 1,175.00

65

Marques Chave

Nicoadala sede

260195

8054317

Mangueira 1 450.00 450.00

Mandioqueira 432 237.6 10.00 2,376.00

Milho 216 21.6 6.00 129.60

Mangueira 1 450.00 450.00

66

Bonifácio M.Paulino

C.Cond 658227

Nicoadala

sede

260698

8054247

Coqueiro 1 450.00 450.00

Bananeira 6 65.00 390.00

Cajueiro 1 250.00 250.00

Papaieira 1 150.00 150.00

Lavadeira (tanque)

1

390.00

390.00

Mangueira 4 450.00 1,800.00

67 Napolião Andrade BI 110157950E Nicoadala 258910 8054731 Coqueiro 2 700.00 1,400.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 70

Oliveira Sede Goiabeira 4 100.00 400.00

68

Gloria Alexandre CE

0405A686372009 Nicoadala

Sede

260785

8054224 Mandioqueira 258 141.9 10.00 1,419.00

Coco Norte 1 250.00 250.00

69

Lopis Inhopa Joao

Nicoadala

Sede

260753

8054238

Mandioqueira 180 99 10.00 990.00

Mangueira 1 450.00 450.00

Cajueiro 1 680.00 680.00

70 Reino O.Rossola Munhonha 258885 8054869 Cajueiro 5 680.00 3,400.00*

71

Rodrigues Joao

Munhonha

258422

8054880 Cajueiro 2 680.00 1,360.00

Eucalipto 1 880.00 880.00

72

Tereza M.Ncamanha

BI 100413379Z

Nicoadala

Sede

260884

8054224

Mandioqueira 276 151.8 10.00 1,518.00

Mangueira 1 450.00 450.00

Maçanica 1 150.00 150.00

73

Silva Napueto

BI 1004133792 Nicoadala

Sede

261085

8054143 Bananeira 28 65.00 1,820.00

Milho 270 27 6.00 162.00

74

Horacio Sousa

BI 48882248 Nicoadala

sede

261232

8054104 Mandioqueira 294 161.7 10.00 1,617.00

Feijão boer 220 21.6 13.00 280.80

75

Evaristo R.Injenca Nicoadala

sede

261205

8059100 Bananeira 18 65.00 1,170.00

Mandioqueira 270 148.5 10.00 1,485.00

76

Tereza Sabonete Nicoadala sede

261282

8054092

Mandioqueira

49.5

10.00

495.00

77

IFP Nicoadala

Nicoadala sede

261444

8054044

Jatropha 5 150.00 750.00

Bananeira 10 65.00 650.00

Cajueiro 1 680.00 680.00

Coqueiro 1 700.00 700.00

78

Ana Maria Nicoadala

sede

261665

8053989 Mandioqueira 420 231 10.00 2,310.00

Papaieira 1 350.00 350.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 71

Mangueira 1 280.00 280.00

79

Senharota Gentilo

Nicoadala

sede

261643

8053990

Bananeira 9 65.00 585.00

Laranjeira 1 200.00 200.00

Bananeira 18 65.00 1,170.00

80 Nelio I.Muniva Ced 140595 Nicoad/ Sede 261576 8054016 Mandioqueira 480 264 10.00 2,640.00

81

Nazimito Issa

Nicoadala sede

261828

8053924

Batata doce 36 3.6 10.00 36.00

Mangueira 1 450.00 450.00

Papaieira 4 350.00 1,400.00

Bananeira 4 65.00 260.00

Limoneiro 2 375.00 750.00

82 Carlota Domingos Trinta

Nicoadala Sede

261537

8054031

Mandioqueira

300

165

10.00

1,650.00

83

Alfredo Sorte Nicoadala Sede

261198

8059116

Feijão boer

270

21.6

13.00

280.80

84

Joana Constáncio

Nicoadala sede

261875

8053897

Ananaseiro 81 30.00 2,430.00

Laranjeira 8 430.00 3,440.00*

Bananeira 23 65.00 1,495.00

Mandioqueira 300 165 10.00 1,650.00

85 Chivambo O. Canovano

Nicoadala sede

262109

8053875 Bananeira 1 65.00 65.00

Jambalão 1 150.00 150.00

86

Adolfo Basilio

Nicoadala sede

262124

8053859

Mandioqueira 120 66 10.00 660.00

Milho 120 12 6.00 72.00

Goiabeira 1 100.00 100.00

Papaieira 1 350.00 350.00

Batata doce 36 14 10.00 140.00

87

Leopoldina L. Ordem

Munhonha

258965

8054749 Mandioqueira 264 145.2 10.00 1,452.00

Milho 198 90 6.00 540.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 72

Cajueiro 2 680.00 1,360.00

Mangueira 1 450.00 450.00

88

Adelina Nhamirrado

Munhonha

267118

8052661 Cajueiro 1 680.00 680.00

Mandioqueira 180 99 10.00 990.00

89 João Arturo Mudulai Munhonha 258827 8054761 Mangueira 2 450.00 900.00

90

João J Bassa

Tal 002161592 Nicoadala

Sede

262200

8053825 Mandioqueira 210 115.5 10.00 1,155.00

Ateira 1 250.00 250.00

91

Flavia Xavier

ced. 1022 Nicoadala

Sede

262335

8053796 Mandioqueira 210 115.6 10.00 1,156.00

Milho 210 21 6.00 126.00

92

João J.Bassa

Tal 002161592

Nicoadala Sede

262375

8053781

Ananaseiro 82 30.00 2,460.00

Mandioqueira 120 66 10.00 660.00

Milho 120 12 6.00 72.00

Limoneiro 1 375.00 375.00

Bananeira 1 65.00 65.00

Coqueiro 2 700.00 1,400.00

Litchia 1 1,125.00 1,125.00

93

Rosita Andra Pacane

Nicoadala

sede

262448

8053766

Limoneiro 4 375.00 1,500.00

Cajueiro 2 680.00 1,360.00

Bananeira 3 65.00 195.00

94

Paula A L. Baranote

Carta de Conducao

Nicoadala sede

262559

8053747

Laranjeira 2 430.00 860.00

Eucalipto 1 880.00 880.00

Casuarina 1 880.00 880.00

Cajueiro 6 680.00 4,080.00*

Ananaseiro 33 30.00 990.00

Cana‐de‐açucar 33 10.00 330.00

95 Jojo Rodinho Tal 0415A90636670 Nicoadala 262712 8053700 Milho 150 15 6.00 90.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 73

sede Arroz 114 11.4 8.00 91.20

Mandioqueira 318 174.9 10.00 1,749.00

96

Maria de C.S.Oliveira

BI 04010012809N

Nicoadala

sede

262840

8053566

Mandioqueira 144 79.2 10.00 792.00

Laranjeira 1 430.00 430.00

Milho 144 14 6.00 84.00

97

Chimoio Chipangula

Tal 0015157116

Nicoadala Sede

263317

8053507

Mandioqueira 558 306.9 10.00 3,069.00*

Mangueira 1 450.00 450.00

Cajueiro 1 680.00 680.00

Jambalão 1 150.00 150.00

98

Eugenio A.Sorte

BI 0401500613L Nicoadala

Sede

263410

8053508 Mandioqueira 60 33 10.00 330.00

Cajueiro 1 680.00 680.00

99

Jorge Nicoadala sede

263578

8053463

Mandioqueira

60

33

10.00

330.00

100

Rodinho Mariano

Nicoadala sede

263586

8053456

Goabeira 3 100.00 300.00

Cajueiro 1 680.00 680.00

Mangueira 2 450.00 900.00

Mandioqueira 30 16.5 10.00 165.00

101

Vanda Crestina Sousa

Nicoadala sede

263463

8053497

Cajueiro 2 680.00 1,360.00

Eucalipto 1 880.00 880.00

Ananaseiro 61 30.00 1,830.00

Mandioqueira 408 224.4 10.00 2,244.00

102

João Carlos Lima

Nicoadala

Sede

263836

8053324

Mangueira 2 450.00 900.00

Arroz 330 33 8.00 264.00

Umbila 1 880.00 880.00

103

Marquinha F.Mendosa Nicoadala

Sede

263674

8053440 Bananeira 6 65.00 390.00

Goiabeira 1 100.00 100.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 74

Mangueira 2 450.00 900.00

Arroz 690 69 8.00 552.00

104

Aida Belo Polto

Nicoadala

Sede

264480

8053213

Ananaseiro 320 30.00 9,600.00*

Mandioqueira 330 181.5 10.00 1,815.00

Goiabeira 1 100.00 100.00

Cajueiro 3 450.00 1,350.00

105

Jose Pedro Monte Nicoadala Sede

264740

8053140

Cajueiro

1

680.00

680.00

106

Costa Nicoadala Sede

264409

8053244

Coqueiro

3

700.00

2,100.00

107

Candido Herminio d Alvaro

Tal 8020040

Nicoadala Sede

265159

8053043

Bananeira 72 65.00 4,680.00*

Ananaseiro 20 30.00 600.00

Papaieira 1 350.00 350.00

Mandioqueira 600 330 10.00 3,300.00*

Cana‐de‐açucar 350 10.00 3,500.00*

108

Humberto Remedio

Nicoadala sede

265302

8052977

Bananeira 5 65.00 325.00

Mandioqueira 270 148.5 10.00 1,485.00

Goiabeira 1 100.00 100.00

Feijão boer 96 7.6 13.00 98.80

Coqueiro 1 450.00 450.00

Maçanica 1 150.00 150.00

Cajueiro 1 680.00 680.00

109

Estevao Nincubar Nicoadala

sede

265378

8052956 Cana‐de‐açucar 1 175 10.00 1,750.00

Mandioqueira 222 122 10.00 1,220.00

110

José Carvalho

Tal 008991693

Nicoadala

sede

265520

8052913

Mangueira 5 450.00 2,250.00

Papaieira 4 350.00 1,400.00

Bananeira 30 65.00 1,950.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 75

Abacateira 2 250.00 500.00

Coqueiro 4 700.00 2,800.00

111

Isabel Munaua

C.E0301A78249617

Nicoadala sede

265545

8052915

Bananeira 30 65.00 1,950.00

Laranjeira 1 430.00 430.00

Abacateira 2 250.00 500.00

Mangueira 3 450.00 1,350.00

112

Helena Manuel Senta Nicoadala Sede

265581

8052897

Milho

24

2.4

6.00

14.40

113

Jovencio S.Muzuma

C E03015A5363690

Nicoadala Sede

265591

8052902

Mangueira 1 450.00 450.00

Coco Norte 2 250.00 500.00

Eucalipto 1 880.00 880.00

Coqueiro 1 700.00 700.00

114

José Mantenga

Nicoadala

sede

265775

8052841

Bambu 50 10.00 500.00

Cajueiro 3 680.00 2,040.00

Mangueira 1 450.00 450.00

115

Mafalda Miguelito Nicoadala sede

266041

8052775

Mandioqueira

30

16.5

10.00

165.00

116

Betinha José

Tal045A6963663663 Nicoadala

sede

266049

8052763

Mandioqueira

180

99

10.00

990.00

117

Lurdes Tito Elias Nicoadala sede

265877

8052820

Cajueiro

1

680.00

680.00

118

Farida J.Macherico

Tal 0403A7263660 Nicoadala

sede

266625

8052613

Mandioqueira

240

132

10.00

1,320.00

119

Cecilia Julio Sortane

Ced 9558 Nicoadala

sede

266048

8052763

Mandioqueira

90

49.5

10.00

495.00

120

Terezinha Candir

Tal 0415A96366143 Nicoadala

sede

266112

8052756

Mandioqueira

60

33

10.00

330.00

121

Mário Alcolente Nicoadala sede

262840

8053656

Mandioqueira

90

49.5

10.00

495.00

122 Sousa Amaral Banda Nicoadala 266188 8052727 Coco Norte 5 250.00 1,250.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 76

Sede Cajueiro 5 680.00 3,400.00*

Eucalipto 1 880.00 880.00

Mangueira 1 450.00 450.00

123

João Machel

Nicoadala

Sede

266465

8052655

Coqueiro 2 700.00 1,400.00

Coco Norte 1 250.00 250.00

Cajueiro 2 680.00 1,360.00

Jambalão 1 150.00 150.00

Mangueira 2 450.00 900.00

Laranjeira 1 200.00 200.00

124

Maria Pente Pinto Nicoadala Sede

266728

8052555

Arroz

456

45.6

8.00

364.80

125

Cecilia R.Molhavuga

C E0406A496369005

Nicoadala Sede

266814

8052563

Milho 90 91 6.00 546.00

Mandioqueira 90 49.5 10.00 495.00

Mangueira 1 450.00 450.00

Cajueiro 1 680.00 680.00

Quiabo 90 68.4 13.00 889.20

126 Maria Estanha F. C. Arrissane

Nicoadala sede

265706

8052865 Cajueiro 2 680.00 1,360.00

Casuarina 4 880.00 3,520.00*

127

Samuel F.Mendoso Nicoadala sede

266576

8052590

Arroz

456

45.6

8.00

364.80

128

Saquina Francisco Nicoadala sede

266583

8052623

Arroz

120

12

8.00

96.00

129

Fatima João Nicoadala sede

266711

8052590

Arroz

306

30.6

8.00

244.80

130

Mariana Luis Abdul Nicoadala

sede

266912

8052584 Mangueira 2 280.00 560.00

Goiabeira 1 100.00 100.00

131

Trigo Colheiro

CE0415A76963637 Nicoadala

sede

266994

8052600 Goiabeira 2 100.00 200.00

Mangueira 3 450.00 1,350.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 77

Mandioqueira 240 132 10.00 1,320.00

Batata doce 222 88.8 10.00 888.00

132

Abdul A.Mamad Nicoadala

sede

267002

8052633 Mangueira 1 450.00 450.00

Casuarina 1 880.00 880.00

133

Satar Armando Nicoadala

sede

267053

8052628 Eucalipto 2 880.00 1,760.00

Mangueira 2 450.00 900.00

134

Daniel Armando

Nicoadala

sede

267071

8052631

Mangueira 1 450.00 450.00

Muringueira 1 880.00 880.00

Papaieira 1 350.00 350.00

135 Julieta Feliciano

Nicoadala Sede

267079

8052630

Eucalipto

4

880.00

3,520.00*

136

Orlando Andrade Nicoadala

Sede

267262

8052753 Eucalipto 5 880.00 4,400.00*

Ananaseiro 152 30.00 4,560.00*

137

Ana Maria A. Rufai

Nicoadala

Sede

267244

8052743

Bananeira 1 150.00 150.00

Batata doce 54 21.6 10.00 216.00

Mandioqueira 54 29.7 10.00 297.00

138

Paula Victor Colher

Nicoadala

Sede

267262

8052753

Mandioqueira 78 42.9 10.00 429.00

Batata‐doce 78 31.2 10.00 312.00

Cajueiro 1 680.00 680.00

139 Martins J. Novais

BI 040090509Z Nicoadala

Sede

267296

8052768 Goiabeira 1 100.00 100.00

Bananeira 19 65.00 1,235.00

140

Luizinho L.Colheire

Nicoadala Sede

267344

8052795

Bananeira 8 65.00 520.00

Ananaseiro 44 30.00 1,320.00

Laranjeira 1 430.00 430.00

Papaieira 1 350.00 350.00

Coqueiro 1 700.00 700.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 78

Cajueiro 1 680.00 680.00

Limoneiro 1 150.00 150.00

Milho 60 6 6.00 36.00

141

Làzaro Afonso

Nicoadala Sede

267418

8052855

Batata‐doce 120 48 10.00 480.00

Mandioqueira 78 42.9 10.00 429.00

Mangueira 1 450.00 450.00

Eucalipto 1 880.00 880.00

Laranjeira 2 430.00 860.00

142

Franjo F. Almajane Nicoadala

Sede

267449

8052874 Mangueira 2 450.00 900.00

Mandioqueira 108 59.4 10.00 594.00

143

Aissa Carlos Ferras Nicoadala

Sede

267572

8052931 Mangueira 1 680.00 680.00

Milho 276 27.6 6.00 165.60

144 Alice Gouveia

Nicoadala Sede

267630

8052990

Milho

300

30

6.00

180.00

145

Estevão Langa

Nicoadala

Sede

265485

8052920

Bananeira 5 65.00 325.00

Coco Norte 1 250.00 250.00

Mangueira 1 450.00 450.00

146

Celestino Capitene Nicoadala

Sede

267548

8052930 Coqueiro 2 700.00 1,400.00

Mandioqueira 180 99 10.00 990.00

147

Sónia João

CE0412A855417027

Nicoadala Sede

267572

8052940

Papaeira 1 350.00 350.00

Goiabeira 1 100.00 100.00

Coqueiro 2 700.00 1,400.00

Milho 252 25.2 6.00 151.20

148

Ana C.Namauna

Monhanha

262452

8053784

Mandioqueira 144 79.2 10.00 792.00

Bananeira 20 65.00 1,300.00

Mangueira 1 450.00 450.00

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 79

Abacateira 2 250.00 500.00

149 Abdala (Medico)

Nicoadala Sede

267678

8053022

Goabeira

1

100.00

100.00

150

Adelina Paiva

Nicoadala

Sede

267724

8053042

Mandioqueira 570 313.5 10.00 3,135.00*

Goiabeira 6 100.00 600.00

Bananeira 35 65.00 2,275.00

Mangueira 8 450.00 3,600.00*

151

Luciano A. Rodriques

Bi 040100128167F

Nicoadala

Sede

267792

8053080

Milho 30 3 6.00 18.00

Batata‐doce 36 14 10.00 140.00

Coqueiro 1 450.00 450,00

Cine (Mat. Local)

40

600,00

24.000,00*

Alpendre 20 600,00 12.000,00*

152

Fernanda Mola Nicoadala Sede

267884

8053150

Mangueira

1

450,00

450,00

153

Ana C. Namauna

Munhonha

262452

8053784

Mandioqueira 144 79.2 10 792.00

Bananeira 20 65 1,300.00

Mangueira 1 450 450.00

Abacateira 2 250 500.00 154 Paulo Nicoad/Sede 267988 8053069 batata doce 150 15 10 150.00 155 Abdul Nicoad/Sede 268009 8053073 milho 144 14kg 6 86.04 156 Herassene Nicoad/Sede 268058 8053091 batata doce 150 15 10 150.00 157 Aissa Gabriel Nicoad/Sede 268114 8053118 Mandioqueira 60 33 10 330

158

Devesse Gabriel G. Caxeiro

Cédula 161576

Munhonha

260441

8054313

Coco norte 1 250 250

Bananeira 10 65 650.00 Casa de banho

6

1

600

3,600.00

353.983,40

Contingências (10%) 35.398,34

TOTAL 389.381,74

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G E O T E C , L d a 80

P r o j e c t o d e R e a b i l i t a ç ã o e C o n s t r u ç ã o d e I n f r a - e s t r u t u r a s p a r a o

A b a s t e c i m e n t o d e Á g u a N i c o a d a l a - L i c u á r i - P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

13.3. ANEXO 3: Acordo de Acesso para as Obras de Construção

ACORDO DE ACESSO PARA CONSTRUÇÃO

FIPAG – Projecto de Construção de Infra‐estruturas para o Abastecimento de Água Nicoadala‐Licuári

Sr(a) , na localidade de ,

Distrito de

concorda:

1. Que tem conhecimento do projecto acima referido;

2. Em dar acesso ao empreiteiro e outros oficiais do projecto para as actividades de limpeza,

escavação, enterro de tubagem e outras actividades necessárias para a realização do projecto

numa faixa de 6 (seis) metros onde passará a conduta adutora do FIPAG.

3. Em caso de existirem culturas ou bens nesta área, será possível que o projecto precisará de os remover

para permitir a realização das obras. Nesse contexto o projecto compromete‐se em:

a. Realizar um levantamento das culturas e bens afectados junto com o proprietário;

b. Registar os bens afectados para compensação usando procedimentos e tarifas determinadas

em conjunto com o Governo.

4. Está consciente que será necessário realizar inspecções e manutenção da conduta após a sua

construção, para qual será necessário ter acesso a esta área em operaçðes futuras. Neste caso será

necessária a vossa colaboração para garantir o acesso livre ao local.Para tal será celebrado um “Acordo

de FUTURO Acesso’” com FIPAG que detalhará as condições acordadas.

Por ser verdade, assino o presente documento que vai ser igualmente assinado pelo Representante do FIPAG.

. aos . de de 2011

Representante do FIPAG O Afectado

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

G E O T E C , L d a 81

13.4. ANEXO 4: Ficha de Acordo de Compensação e Ficha do Termo de Compromisso

FICHA DE COMPENSAÇÃO

FIPAG – Projecto de Construção de Infra-estruturas para o Abastecimento de Água Nicoadala-Licuari

DIREITO A COMPENSAÇÃO POR PERDA DE CULTURAS E/OU BENS

NOME DO BENEFICIÁRIO Nº Inventário LOCALIDADE DE

Identificação: BI Talão de BI Passaporte Cartão de Eleitor Cartão de Desmobilização No. de Identificação:

DESCRIÇÃO DE

CULTURAS EXT. (m

2)

VALOR TOTAL (MT)

DESCRIÇÃO DAS ÁRVORES No. VALOR TOTAL (MT)

DESCRIÇÃO DE INFRAESTRUTURAS

No. VALOR TOTAL (MT)

Valor Total a ser pago MT (São: )

Modalidade de Pagamento: Cheque (no. ) Numerário

Assinatura do Beneficário Assinatura do Representante do FIPAG:

Assinatura da Testemunha (1):

Nome da testemunha:

Assinatura da testemunha (2): Nome da testemunha:

(1) Testemunha obrigatória, (2) Testemunha necessária em caso do beneficiário não possuir qualquer um documento de identificação pessoal válido)

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P l a n o d e C o m p e n s a ç ã o

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FICHA DE ACORDO E TERMO DE COMPROMISSO

FIPAG – Projecto de Construção de Infra-estruturas para o Abastecimento de Água Nicoadala-Licuari

EU , localidade de , (nº do inventário ) afectado/a pelo projecto acima referido, aceito

por minha livre vontade que como forma de compensação pela perda das culturas e/ou infra estruturas concordo que vou ser pago um montante de Meticais

(São Meticais).

EU concordo que:

1. Após o pagamento do processo de compensação pelo FIPAG, darei por terminado todo o processo e não farei nenhum tipo de reivindicação, cedendo a faixa dos 6 metros da

conduta ao FIPAG;

2. Não colocarei nenhuma estrutura por cima de conduta do FIPAG;

Não plantarei nenhuma árvore por cima de conduta do FIPAG e

Não farei nenhuma escavação por cima e por baixo da conducta do FIPAG na faixa de 6 metros;

3. Darei acesso ao FIPAG para intervenções de manutenção sempre que necessário na faixa de 6 metros e eu concordo que o FIPAG não se responsabilizará pelos danos

incorridos naquela faixa como consequência dos mesmos;

4. O pagamento da compensação é referente á perda permanente/total da área que compreende a faixa de 6 m (seis metros) da conduta.

Por ser verdade, assino o presente documento que vai ser igualmente assinado pelo representante da Autoridade Local e pelo representante do FIPAG.

. no dia . de de 2010.

O Representante da Autoridade Local Representante do FIPAG O Beneficiário

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13.5. ANEXO 5: Tabela de Custos para Compensação pela Perda de Culturas

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13.6. ANEXO 6: Calendário Proposto para o Pagamento de Compensações

CALENDARIO DE IMPLEMENTAÇÃO DA

COMPENSAÇÃO DOS AFECTADOS NO PROJECTO DE NICOADALA‐LICUARI (PROJECTO DOS 15KM)

JUNHO JULHO RESPONSABILIDADE/

1. Preparativos

ACTIVIDADES LOCAL MONITORIA 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 COORDENAÇÃO

1.1. Preparação e impressão das fichas de compensação Maputo Fichas e Notificações Geotec Lda 1.2. Contactos com instituições relevantes (FIPAG, ADM Nicoadala, DPCAA, DPA, DPMAS) Quelimane/Nicoadala Memo Geotec Lda

2. Trabalho de campo

2.1. Reunião com os Líderes comunitários Quelimane/Nicoadala Acta Geotec Lda 2.2. Distribuição das notificações e convites Quelimane/Nicoadala Lista Geotec Lda

3. Pagamento de compensações

3.1. Pagamento em Nicoadala Nicoadala Fichas de compensação * FIPAG/ Geotec Lda 3.2. Pagamento em Licuári Licuári Fichas de compensação ** FIPAG/Geotec Lda

4.Finalização e controle

4.1. Assinatura e validação dos processos Quelimane FIPAG/Geotec Lda

5.Reclamações

5.1. Registo e discussão de reclamações Quelimane/Nicoadala Lista de reclamações Geotec Lda/FIPAG

6. Relatório

6.1. Elaboração do relatório do processo de compensação Maputo Relatório Geotec Lda/FIPAG

(*) Datas, 12‐13 de Julho

(**)Datas 13‐14 de Julho

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13.7. ANEXO 7: Modelo de Carta de Notificação de Pagamento às Famílias Afectadas

República de Moçambique Governo da Província da Zambézia

Direcção Provincial das Obras Públicas e Habitação Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG)

NOTIFICAÇÃO

Fica notificado o(a) Senhor(a) ,

proprietário(a) de estruturas ou machamba, localizadas no Bairro

, Distrito de Nicoadala, Província da Zambézia, as quais

encontram-se ao longo do traçado onde está sendo implantada a conduta adutora no

âmbito do Projecto de Construção do Sistema de Abastecimento de Água Nicoadala-

Licuári, para comparecer na sede onde funciona o Gabinete do Chefe do

Posto/Localidade/Bairro , afim de tratar de assuntos

relacionados com a assinatura de acordos relacionados ao pagamento de compensação

referentes às estruturas/culturas afectadas, no dia .

NB: Ser portador de um documento de identificação (de preferência BI) no dia de

assinatura de acordos e no dia de pagamento.

, aos de de 2011.

O Representante do FIPAG

(.....................................)

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13.8. ANEXO 8: Lista Nominal dos Líderes Comunitários

Lista Nominal dos Líderes Comunitários e Secretários

Paulo Monda

Francisco Luís

Carlos Uachepa

Raul Gibante

Rosário Nomeado

Fernando David

Orlando Canovana

Mário Armando M. Mucaia

Trigo Colher Gomes

Chipangura Mário

Alculete Eusébio

M.Elacinho Estêvão

C

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13.9. ANEXO 9: Actas dos Encontros Realizados

13.9.1. Acta da Reunião com os Líderes Comunitários no Âmbito da Preparação do

Plano de Acção de Reassamento

Data: 22 de Dezembro de 2010

Local: Escola Secundária em Nicoadala

Hora: 9:00 - 11:30

Geotec, Lda: Enoque Vicente

FIPAG: Eng Cremilda Sitole, Eng Augusto Chipenembe, Sr. Edson Abacar

Administração do Distrito de Nicoadala: Luísa Maria Pinto (Secretária Permanente),

Ângelo Amizade (Director de Planeamento e Infra-estruturas),

A abertura do encontro foi feita pela Sra Luísa Maria Pinto, Secretária Permanente do

Distrito de Nicoadala que iniciou a sessão dando as boas-vindas aos participantes e

agradecendo a sua presença e depois que explicou que o objectivo do encontro era receber

informações sobre as actividades de construção de uma conduta de água de Licuári a

Nicoadala. De seguida a Enga Cremilde Sitole explicou em que consistia o projecto de

construção da conduta de água que ligará o Posto Administrativo de Licuári à Sede do

Distrito de Nicoadala tendo enfatizado que esse processo poderá resultar na

perturbação/destruição de infra-estruturas e machambas das comunidades que têm as suas

actividades ou vivem ao longo do traçado da conduta.

A necessidade de determinar as compensações para estas famílias levou a contratação dos

serviços da Geotec que através do Sr. Enoque Mendes Vicente explicou os passos a serem

dados no processo que culminará com as compensações.

O Director dos Serviços Distritais de Planeamento e Infra-estruturas, Sr. Ângelo Amizade

realçou a necessidade de os líderes comunitários estarem claros sobre o processo de forma a

transmitirem informação correcta as comunidades. Destacou que a conduta vai afectar

machambas, casas, mangueiras que pertencem a comunidades que os líderes representam mas

que este processo vem responder positivamente aos pedidos constantes de água por parte das

comunidades. Realçou também que poderá acontecer que as comunidades recebam um

fontenário mas que esta água fornecida tem preço que deverá ser pago pelos consumidores.

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Finda esta parte introdutória seguiu-se a sessão de perguntas, comentários e respostas onde

isso fosse necessário. A tabela que se segue resume as principais questões suscitadas e a

reacção que provocaram por parte dos diferentes actores presentes.

Quadro resumo das questões levantadas e dos correspondentes esclarecimentos

Pergunta/Comentário Resposta Carlos Joaquim Jalua (Comunidade de Botão) Enoque Mendes (Consultor) da Geotec Lda

1 – Pode acontecer que alguém nas comunidades não queira que a sua árvore seja cortada. Será necessário contar com pessoas com esse tipo de atitude.

1 - Muito obrigado pela advertência. Entretanto é necessário reter que existem normas e leis em Moçambique para lidar com esse tipo de situações pois um projecto de benefício comum não pode ser inviabilizado pela atitude de uma pessoa.

Celestino Pereira (Comunidade de Butonga) Enoque Mendes (Consultor) da Geotec Lda 2 – A informação é bem-vinda. Quando vem um projecto,

geralmente não beneficia a população local. Teremos emprego neste projecto?

3 – Muitas vezes Nicoadala não se beneficia de água. Se o

problema é pagar água nós podemos mobilizar a população para ter água e pagar.

2 – Está previsto que no caso de necessidade de contratação de mão-de-obra seja dada prioridade à população local. Mas é preciso notar que o projecto não vai trazer grandes oportunidades de emprego pois o empreiteiro já possui o seu pessoal.

Eng Augusto Chipenembe (FIPAG)

3 – É difícil resolver os problemas de água. Temos 4 furos em Licuár e 6 em Nicoadala. Produzimos 9.000 m3/dia. A produção em Licuár é de 180 m3/hora e em Nicoadala ficam 80 m3/hora que é quase metade da produção. Isso mostra que a água captada em Licuár beneficia também as comunidades em Nicoadala.

(Líder de Pitimela) Eng Augusto Chipenembe (FIPAG) 4 – Pitimela é onde parte a Água para Quelimane. O

FIPAG prometeu 2 furos de água/fontenários gratuitamente. Agora aparecem com facturas e exigem pagamento imediato sob o risco de cortar o fornecimento. Na altura ouvimos que só os que pretendem fazer uma ligação é que deveriam pagar.

4 – O fontenário foi oferecido gratuitamente mas as pessoas têm que contribuir. 1 MT/20l de água é para manutenção e pagamento de salários.

Eusébio Munhota Eng Augusto Chipenenmbe (FIPAG) 5 – Existe uma conduta perto do bairro e pedimos uma

ligação domiciliária. O FIPAG pediu que contribuíssemos e o orçamento feito é muito elevado, acima de vinte mil meticais. A população não tem esse dinheiro apesar de alguns terem decidido avançar com a ligação de água mas o tubo terá que atravessar alguns quintais de forma a encurtar as distâncias.

5 – Não percebo como recebeu um orçamento tão elevado. Aproxime-se do FIPAG para ver essa questão pois uma ligação custa 2000,00 MT com a facilidade de pagamento em prestações.

Vasco Andrade Miguel Enoque Mendes (Consultor) da Geotec Lda 6 – A conduta é só para os que estão à beira da estrada ou

vai abranger também os bairros? 6 – O projecto é de fazer uma conduta de transporte de

água de Licuári a Nicoadala. Poderá ser possível colocar fontanários ao longo do trajecto da conduta.

Encerramento O encerramento do encontro esteve a cargo da Sra Luísa Maria Pinto, Secretária Permanente do Distrito de Nicoadala que, mais uma vez, apelou a colaboração dos presentes para os trabalhos que irão decorrer já a partir do mês Janeiro.

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Participantes no encontro realizado na sede do Distrito de Nicoadala.

13.9.2. Acta da reunião sobre apresentação do projecto

As nove horas do dia vinte e quatro de Janeiro de dois mil e onze, foi realizada a reunião

sobre a apresentação do projecto da montagem das condutas de água no distrito de

Nicoadala, na sala da direcção de FIPAG da cidade de Quelimane e teve como agenda

apresentação da planta da conduta dos tubos de água pelo empreiteiro e deslocação ao

campo para a observação da área.

Na reunião estava presente Enegenheira Fernanda Quitano que é a coordenadora do

projecto; Engenheira Cremilda que ambientalista do projecto; Sr James Van der Linde

responsável pela inspecção do projecto, Sr Chau Jifeng, que responde pelo sector de

empreiteiro do projecto, Engenheiro Agusto que é o director de FIPAG na cidade de

Quelimane; Alson e Jamal que são respectivamente os técnicos de FIPAG em Quelimane e

Júlio Cuna que é o técnico do campo da GEOTEC.

A reunião foi dirigida pela Engenheira Fernanda que era a presidente do encontro e começou

por saudar os presentes e em seguida concedeu a palavra para o empreiteiro para fazer a

apresentação e explicação dos mapas referentes ao projecto.

Após a explicação feita pelo Sr Chau Jifeng como representante do empreiteiro, a Engenheira

Fernanda, apelou que fossem céleres na vinda dos tubos de conduta de água para o inicio do

projecto porque já esta com um atraso de cerca de um mês. A presidente, questionou

também a GEOTEC acerca da periodicidade da duração do trabalho, precisamente a data do

inicio e o término das actividades.

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O representante da GEOTEC, respondeu imediatamente, dizendo que os trabalhos iniciaram

na mesma data já que possui todo o material necessário para o inicio da execução das

actividades. Por sua vez, a presente teceu o apelo de que as actividades deveriam ser feitas

considerando as zonas baixas como prioritárias o mais urgente possível para evitar o grau de

dificuldades durante a fase chuvosa.

Os outros elementos presentes no encontro não tendo manifestado qualquer discordância

acerca do que foi discutido, encerrou-se a reunião e seguiu a deslocação para o distrito de

Nicodala para a observação do local.

Chegado ao local, foram apresentados os elementos que irão fazer parte da equipe de

trabalho ao técnico da GEOTEC, nomeadamente um técnico da agricultura, um técnico dos

serviços distritais e planificação, um técnico de FIPAG e um técnico da parte do empreiteiro.

As actividades foram programadas para terem iniciarem no dia vinte e cinco de Janeiro de

dois mil e onze no distrito de Nicodala – Licuari, com um percurso de quinze quilómetros

para fazer o levantamento dos danos que possível podem acontecer durante a escavação e

montagem dos tubos de água.

Para terminar, a Engenheira Cremilda, apelou ao empreiteiro para tomar o máximo cuidado

acerca dos danos nas famílias que não estão localizadas nas linhas projectadas para a

montagem dos tubos de água, pois a FIPAG não poderá tomar responsabilidade social dos

danos que o empreiteiro pode causar nas famílias sem que a necessidade o justifique.

Após as observações do campo, despediu-se o governo do distrito de Nicoadala e regressou-

se a cidade de Quelimane, e lavrou-se apresente acta que vai ser assinada por mim técnico do

campo da GEOTEC, Lda.

Quelimane, ao 24 de Janeiro de 2011-01-24

………………………………………………………………….

(Júlio Cuna)


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