Agrupamento de Escolas de Penacova
PLANO de INOVAÇÃO
2020/2021
(Reformulação)
(Portaria 181/2019, de 11 de junho)
Escolas que são asas não amam pássaros
engaiolados.
O que elas amam são pássaros em voo. Existem para
dar aos pássaros coragem para voar.
Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo
já nasce dentro dos pássaros.
O voo não pode ser ensinado.
Só pode ser encorajado 1
“Gaiola ou Asa”, Rubem Alves
1In Projeto de Intervenção da Diretora ANA CLARA ALMEIDA - 2019-2023
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I.ENQUADRAMENTO
O presente Plano de Inovação foi elaborado em conformidade com o previsto pela Portaria nº
181/2019, de 11 de junho, não esquecendo os princípios consagrados no Decreto-Lei nº 54/2018
de 6 de julho e no Decreto-Lei nº 55/2018 de 6 de julho.
A proposta que aqui se apresenta pretende prosseguir a finalidade última de atingir o sucesso
pleno, entendido como o sucesso de cada um dos alunos do Agrupamento.
O Agrupamento de Escolas de Penacova (AEP) propõe-se implementar, numa perspetiva
temporária, durante o ano letivo 2020/2021 e no âmbito do princípio de autonomia e flexibilidade,
dois grupos de Percursos Curriculares Alternativos de 6.º e 7.ºanos de escolaridade, a
desenvolver na Escola Básica e Secundária de Penacova e conceção de um plano de inovação
curricular e pedagógico nas turmas dos 1.º e 2.ºanos de escolaridade do Agrupamento.
Este plano de inovação pretende envolver todos os atores educativos num mesmo sentido de
responsabilidade, a de concretizar um projeto delicado e com impacto na mudança de práticas
pedagógicas, mas, simultaneamente, um projeto de um cariz central e desafiador de inovação
pedagógica.
O grau de flexibilidade curricular reflete o aprofundamento vertical de um conjunto diversificado de
medidas a aplicar nos diferentes anos de escolaridade. Traduzindo-se numa gestão flexível das
matrizes curriculares de 28%, no 1º ciclo, de 40% no PCA do 6º ano de escolaridade e de 27% no
PCA do 7º ano de escolaridade.
Esta opção pretende valorizar os benefícios resultantes do envolvimento progressivo da
comunidade educativa nas mudanças em curso.
Nos tempos que correm, a Escola tem de ser ambiciosa, porque o seu papel é, mais do que
nunca, imperativo numa Sociedade onde Saber e Ser são exigências indissociáveis e
fundamentais para a formação de cada indivíduo. A ela cabe-lhe abrir caminhos ousados,
preparar oportunidades para que cada uma das crianças, jovens e adultos realize o seu projeto
educativo com qualidade. Só assim seremos uma escola inclusiva, uma escola de e com futuro.
II. IDENTIFICAÇÃO
Penacova é um dos Municípios da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra. Com
aproximadamente 220 km2 de superfície e cerca de 15.251 habitantes segundo os censos 2011
(dados mais recentes no PORDATA apontam para 14.100 residentes em 2017), Penacova
subdivide-se administrativamente em oito freguesias dispersas: Carvalho, Figueira de Lorvão,
Lorvão, Penacova, Sazes do Lorvão, União das Freguesias de Friúmes e Paradela, União das
Freguesias de Oliveira do Mondego e Travanca do Mondego e União das Freguesias de São
Pedro de Alva e São Paio de Mondego.
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Este agrupamento de escolas está inserido num concelho de lugares muito dispersos. Com efeito,
alguns alunos chegam a demorar mais de uma hora no percurso casa/escola, o que conduz a um
desgaste físico não propiciador do estudo e do envolvimento com as tarefas escolares em casa.
Os diferentes estabelecimentos de ensino são frequentados por crianças provenientes de famílias
de classe média e de famílias de meios sociais mais desfavorecidos, sendo estas marcadas por
alguma instabilidade profissional.
Por outro lado, através de um estudo recente2, constata-se que são evidentes algumas oscilações
(grandes amplitudes) ao nível da formação dos diversos elementos da comunidade e,
concretamente, ao nível da formação dos pais e Encarregados de Educação. Existe um número
de elementos com formação superior mas, por outro lado, verifica-se uma taxa significativa de
pessoas com baixa escolaridade.
O AEP é constituído pelas seguintes escolas: Jardim de Infância da Aveleira, Jardim de Infância
de Figueira do Lorvão, Jardim de Infância de S. Mamede, Jardim de Infância de Sazes do Lorvão,
Jardim de Infância de Penacova, Jardim de Infância de Miro, Jardim de Infância de S. Pedro de
Alva, Centro Escolar do Lorvão (Jardim de Infância e 1º Ciclo), Centro Escolar do Seixo (Jardim
de Infância e 1º Ciclo), Escola do 1º CEB da Aveleira, Escola do 1º CEB de Figueira do Lorvão,
Escola do 1º CEB de Penacova, EBI de São Pedro de Alva (1º, 2º e 3º CEB) e Escola Básica e
Secundária de Penacova, sendo esta última a escola sede do AEP.
Em 2019/2020 estão matriculados nas escolas do Agrupamento 1200 alunos, distribuídos por
todos os ciclos de ensino: pré-escolar, 1º ciclo, 2º ciclo, 3º ciclo, ensino secundário e cursos
profissionais.
Temos procurado criar junto de todos os alunos, docentes e não docentes um espírito de pertença
ao Agrupamento e a inclusão é uma das nossas preocupações constantes. Procuramos chegar a
todos, com ofertas multidisciplinares a nível das artes, línguas, desporto, oficinas de leitura,
participação em projetos nacionais e internacionais a nível dos programas ERASMUS+. Em 2019-
2021 participamos em 3 projetos KA229 e KA201, a nível das literacias digitais, o ensino com
base em programas STEM e no combate ao abandono e desinteresse escolar.
III. CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO DE ALUNOS
A decisão de se incluírem todas as turmas dos 1.º e 2.ºanos de escolaridade supramencionados
teve por base o facto de existirem no agrupamento, turmas mistas que incluem os referidos anos.
Numa primeira fase, embora se perspetivasse a implementação destas práticas pedagógicas
apenas nas turmas de início de ciclo e só posteriormente, a sua disseminação por toda a
2 EDUCAÇÃO E MUNICIPALIDADE: RECIPROCIDADES E RUTURAS - Estudo de caso no concelho de Penacova; julho
2013; Sónia Costa.
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população discente do agrupamento, a existência de turmas mistas leva-nos a envolver os alunos
dos 1.º e 2º anos.
A decisão supramencionada tem por base a necessidade de se implementarem
estratégias/metodologias adequadas às características destes alunos, visando a promoção da
qualidade das suas aprendizagens e o seu sucesso pleno.
Verifica-se que este projeto possa ter impacto positivo num conjunto de alunos que irão transitar
ao 2.º ano, por força da legislação, com algumas fragilidades, para além dos problemas causados
pela pandemia COVID-19, em termos de competências de leitura e escrita e que se repercutem
no desenvolvimento de competência matemática. Geralmente são alunos com alguma
imaturidade, muito dependentes. São cerca de 11 alunos, de um total de 64, ou seja 17,2%
identificados como tendo já estas dificuldades. Estes alunos são apoiados por professores de
apoio educativo e beneficiem de medidas de suporte à aprendizagem e inclusão – 7 com medidas
universais e 2 com medidas seletivas. Os restantes alunos têm um aproveitamento muito
satisfatório com menções expressivas ao nível do Bom e Muito Bom nas várias disciplinas. Nos
alunos que se encontram no 2.º ano de escolaridade, as dificuldades no desenvolvimento das
competências já enunciadas, tornam-se mais acentuadas por força da exigência das
aprendizagens esperadas; atualmente 24 dos 72 alunos do 2.º ano, ou seja cerca de 33%,
revelam necessidade de implementação de medidas de suporte à aprendizagem e inclusão,
sendo que 17 beneficiam de medidas universais e 7 de medidas seletivas. O diagnóstico das suas
dificuldades incluem problemas em torno da leitura – 7%, da escrita - 17% e 3% dos alunos têm
nível insuficiente a matemática.
Sabemos ainda que da educação pré-escolar irão ser recebidas no próximo ano letivo crianças
com vários problemas já identificados.
Acresce dizer que a esmagadora maioria das turmas do 1.º ciclo do agrupamento são turmas
mistas, com 2 ou 3 anos de escolaridade pelo que o trabalho em sala de aula não rende o mesmo
que em turmas com um só ano. Este projeto pretende também potenciar e melhorar novas
dinâmicas de trabalho de projeto e de interdisciplinaridade entre vários conteúdos.
No âmbito do artigo 7.º da Portaria nº 181/2019, de 11 de junho, pretendemos integrar nestes
grupos de Percursos Curriculares Alternativos (PCA), alunos que ainda não estão preparados
para integrar o ensino regular e que face às suas dificuldades de aprendizagem requerem a
implementação, ainda que temporariamente, de medidas educativas conducentes à melhoria das
suas aprendizagens.
Para integrar o grupo PCA de 6.º ano estão previstos 12 alunos que frequentam atualmente o 5.º
ano e demonstram dificuldades no domínio da expressão e compreensão oral e escrita e na
leitura, ao nível da língua materna, o que afeta toda a sua aprendizagem. São alunos que
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requerem um acompanhamento individual na generalidade das tarefas desenvolvidas em sala de
aula e nos quais a ausência de consolidação de aprendizagens prévias condiciona a melhoria dos
resultados escolares. Pretende-se, essencialmente, promover atividades que desenvolvam
hábitos e gosto pela Leitura e aperfeiçoar os desempenhos no domínio da Escrita e da Oralidade.
Para integrar o grupo PCA de 7.ºano estão previstos 10 alunos que frequentam atualmente o
sexto e o sétimo anos de escolaridade e que demonstram dificuldades no domínio cognitivo a
nível da capacidade de raciocínio, aplicação e interpretação, com graves lacunas a nível da
oralidade, leitura e educação literária e gramática (Fonte: REPA e RIPA das provas de aferição
2017/2018).
O plano a aplicar a estes grupos de alunos centra-se na necessidade de adequar as respostas
educativas às suas necessidades específicas, a fim de garantir que todos adquiram
conhecimentos e desenvolvam capacidades e atitudes que lhes permitam adquirir as
competências previstas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PASEO).
O AEP não dispõe de ofertas educativas e formativas alternativas ao ensino regular, a fim de
promover uma reorientação no percurso escolar deste grupo de alunos, que tem vindo a
demonstrar que não está integrado no ensino regular e na sua dinâmica de trabalho.
O grupo de alunos ao qual se pretende aplicar este plano, é constituído por jovens com idades
compreendidas entre os 11 e 12 anos (no caso do PCA de 6.ºano) e os 13 e 15 anos (no caso do
PCA de 7ºano), sendo ainda alunos com baixas expectativas escolares e com um visível
desinteresse pelas matérias curriculares.
As ofertas extracurriculares significam muito pouco para estes alunos e não estão a ser o motor
que os traz à escola. O seu sucesso escolar está em níveis muito baixos e a sua postura perante
as atividades letivas é cada vez mais preocupante e desestabilizante, constatando-se que estes
jovens precisam de um “virar de folha” no seu percurso curricular. A maior parte não apresenta
profundas dificuldades cognitivas, mas sim de desinteresse pela Escola, sala de aula, ensino
tradicional.
Têm um historial de algumas retenções, não apresentam problemas de assiduidade graves ou
situação de abandono escolar efetivo, contudo as suas dificuldades de aprendizagem conduzem a
uma desmotivação pela vida escolar, que culmina em graves dificuldades de integração e rutura
efetiva com o que a Escola representa, o que, nesta faixa etária, potencia insucesso e risco de
abandono escolar precoce.
Alguns dos alunos propostos para integrar este tipo de percurso provêm de um meio sociofamiliar
desfavorecido, denotando-se falta de acompanhamento e supervisão parental, o que muitas vezes
facilita alguns comportamentos desviantes. Os encarregados de educação destes alunos têm
baixas expectativas relativamente ao percurso escolar dos seus educandos, não deixando, no
entanto, de ter alguma ligação com a escola através dos diretores de turma dos seus educandos.
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É, pois, muito importante o reforço do envolvimento e motivação dos discentes perante o processo
de aprendizagem, aumentando o sentimento de autoeficácia, estabelecendo objetivos e metas
exequíveis, reforçando sucessos e perspetivando a resolução de dificuldades, e o
desenvolvimento de competências sociais, sobretudo de assertividade, para a consolidação e
desenvolvimento de aquisições em falta, rompendo-se, assim, com previsíveis ciclos de fracasso.
IV. CONCEPÇÃO DO PLANO DE INOVAÇÃO Em tempos de mudança, a escola tem muito por onde escolher, negociar, planear, protagonizar a
mudança na educação, nas estratégias pedagógicas.
Vemos o presente plano como a possibilidade de concretizar essa mudança, de mais facilmente
podermos aplicar o que se concebe no DL 54/2018 e no DL 55/2018 e ao mesmo tempo fazer jus
ao esperado a nível da autonomia das escolas que se devem centrar na gestão ideal dos seus
recursos educativos e na implementação do seu projeto educativo. Temos de olhar para os
“nossos” e ir ao encontro das suas expectativas a nível do futuro.
A Comunicação, a Arte e a Curiosidade Científica são, sem dúvida, as três áreas com que nos
queremos identificar e pelas quais queremos que o AEP, os seus professores e, sobretudo, os
seus alunos sejam conhecidos.
Com o quadro legal presente, abrem-se possibilidades de avançarmos na realização das nossas
intenções, de forma capaz e acompanhada, por isso refletimos novamente sobre quem somos, o
que nos preocupa e o que nos é particular, construindo, como consequência, o Plano de Inovação
que aqui se apresenta.
O plano que agora se apresenta, e que visa a conceção de PCA e a gestão da matriz curricular-
base dos 1.º e 2.º anos, teve por base a auscultação dos Encarregados de Educação e Diretores
de Turma, o envolvimento do Conselho Pedagógico na sua aprovação e do próprio Conselho
Geral, que já se pronunciou sobre esta proposta e, tendo em conta as necessidades específicas
do grupo-alvo, tem os seguintes objetivos:
a. Promover o sucesso educativo;
b. Atender aos ritmos de aprendizagem diferenciados;
c. Combater o absentismo, mesmo o que é justificado com enquadramento legal;
d. Reforçar os hábitos de convivência sociais, de respeito e de vida saudável;
e. Combater a iliteracia científica;
f. Inverter o desinteresse e desmotivação pelo currículo normalizado/padronizado;
g. Diminuir a retenção no início do 3º ciclo do ensino básico;
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h. Responder ao desafio de operacionalização do PASEO e das Aprendizagens Essenciais,
dotando todos os alunos das competências necessárias ao seu pleno desenvolvimento como
cidadãos.
Este plano de inovação pedagógica aplica-se a todos os níveis de ensino e visa a introdução de
alterações de âmbito organizacional e pedagógico e estrutura-se em três áreas prioritárias:
- Gestão das matrizes curriculares-base (aplica-se a todas as turmas dos 1.º e 2.º anos de
escolaridade e a dois grupos de alunos, um do 2.º ciclo (6.ºPCA) e outro do 3.º ciclo (7.ºPCA);
- Calendário escolar - semestralidade (aplica-se a todas a turmas do agrupamento);
- Novas dinâmicas de aprendizagens e avaliação com adoção de “mecanismos de monitorização
de procedimentos avaliativos ajustados ao processo de aprendizagem e às necessidades
individuais e específicas de cada um dos alunos.
Permite-se também, um ajustamento temporal de aprendizagem e viabiliza-se a decomposição de
tarefas, tornando possível a aprendizagem de conteúdos por parte destes alunos.
Por fim, torna possível a criação de equipas de trabalho colaborativo que possam ajustar
estratégias pedagógicas e procedimentos de avaliação ajustados aos alunos e a elaboração e
aplicação de medidas articuladas entre os docentes envolvidos. Desta forma, constituem-se
respostas educativas sustentáveis e articuladas, salvaguardando-se e potenciando-se o sucesso
escolar destes alunos.
Para a consecução destas prioridades, é necessário introduzir alterações nas matrizes
curriculares do ensino básico; reorganizar o calendário escolar e alterar as dinâmicas pedagógicas
e as metodologias implementadas, com vista à inclusão de todos os alunos e ao seu sucesso
educativo.
Este projeto tem como objetivos tentar recuperar a motivação destes alunos face ao conhecimento
em geral e evidenciar as suas capacidades. Além disso, esta oferta visa atingir as seguintes
metas:
- Melhorar a qualidade da aprendizagem traduzida no sucesso educativo dos alunos;
- Obter uma taxa de retenção tendencialmente nula;
- Combater o abandono escolar e a saída precoce do sistema educativo;
- Criar condições que favoreçam a orientação educativa destes alunos;
- Aumentar a articulação da ação da Escola com a dos parceiros locais, nomeadamente IPSS e
Autarquia;
- Dar mais espaço e tempo aos alunos e docentes para o desenvolvimento do currículo no
contexto do perfil dos alunos e da educação inclusiva;
- Aumentar os momentos de reporte de avaliação aos alunos e aos encarregados de educação,
ao longo do ano letivo;
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- Aumentar o envolvimento das famílias no processo de ensino aprendizagem dos seus
educandos, através de um feedback mais eficaz;
- Melhorar a qualidade das aprendizagens no 2º ano de escolaridade, atuando preventivamente
desde o 1º ano;
- Desenvolver práticas pedagógicas inclusivas que valorizem as especificidades individuais e,
simultaneamente, promovam o trabalho colaborativo/cooperativo;
- Cumprir os princípios orientadores da Estratégia Nacional da Educação para a Cidadania
(ENEC) e as premissas enunciadas nas Estratégias de Educação para a Cidadania do
Agrupamento;
- Promover o ensino experimental das ciências, articulando-o vertical e horizontalmente, com o
Clube de Ciência, incluindo sempre que possível, outras disciplinas/saberes.
As metas a alcançar, com este Plano de Inovação Pedagógico, terão que ser, necessariamente,
as mesmas que se pretendem atingir com o Projeto Educativo do Agrupamento, já que são
projetos complementares. Assim, além das metas definidas por cada área de intervenção, as
metas gerais são as já definidas no PEA, tais como:
Metas Indicadores de Avaliação
- Manter ou melhorar as taxas de transição de ano e
conclusão de ciclo (ver relatório de autoavaliação).
- Manter ou melhorar a percentagem dos alunos do
Agrupamento que concluem o 1º ciclo em 4 anos.
- Manter ou melhorar a percentagem dos alunos do
Agrupamento que concluem o 2º ciclo em 2 anos.
- Manter ou melhorar a percentagem de alunos que obtêm
nível igual ou superior a 3 nas provas finais do 9º ano, após
o percurso sem retenções nos 7º e 8º anos.
- Manter ou melhorar as taxas de conclusão do ensino
secundário/profissional em 3 anos.
- Manter ou melhorar a percentagem de alunos que obtêm
classificação igual ou superior a 10, nos exames nacionais
do 12.º ano, após o percurso sem retenções nos 10º e 11º
anos.
- Garantir que, no ensino básico, a discrepância entre a CIF
e a CE é ≤ 1.
- Garantir que a classificação dos exames nacionais do 11º
e 12.ºano (CE) não difira negativamente da CIF em mais de
35 pontos e 20 pontos, respetivamente.
- Aumentar, anualmente, o número de alunos que integram
os quadros de Excelência e de Valor.
- Resultados da avaliação
interna no final de cada ano
letivo.
- Resultados da avaliação
externa dos alunos internos.
Comparação com os
resultados do NUT.
- Estatística dos contactos
dos Pais e reuniões com a
Associação de Pais e EE do
Agrupamento.
- Resultados da avaliação
interna no final de cada ano
letivo.
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IV_1.GESTÃO DA MATRIZ CURRICULAR-BASE
Ao nível das alterações ao currículo, propomos criar uma dinâmica que possa:
- proporcionar uma maior consciencialização do seu papel enquanto cidadãos ativos;
- criar interações sociais e de pares mais positivas;
- aumentar o sentimento de pertença na comunidade escolar;
- reforçar a utilidade individual e de grupo na sociedade;
- valorizar os sucessos, melhorando a autoestima.
A intervenção pedagógica para estes grupos prevê:
- implementação de estratégias de diagnóstico, nas diferentes áreas, de forma a aferir as
dificuldades e necessidades reais dos alunos;
- planificação dos conteúdos programáticos de acordo com as dificuldades detetadas e articulação
destes conteúdos com as restantes áreas de formação, dando especial realce a estratégias e
metodologias ativas como a implementação da metodologia de projeto, o desenvolvimento de
DAC, privilegiando atividades de caráter prático (“aprender fazendo”);
- recurso a estratégias que promovam a corresponsabilização pelas aprendizagens e
comportamentos, imputando aos alunos uma atitude de responsabilidade face à sua evolução e
persecução dos seus objetivos;
- implementação de dinâmicas de grupo, de atividades de autoconhecimento e de gestão de
conflitos com vista ao desenvolvimento de competências sociais;
- aplicação de estratégias de atuação conjunta que visem o desenvolvimento de competências de
convivência social, o saber-estar e o saber-ser, assim como o desenvolvimento de valores e do
espírito empreendedor;
- privilegiar-se a promoção de um apoio individualizado aos alunos;
- continuar a orientação dos alunos para atividades enriquecedoras de ocupação dos tempos
livres;
- possibilitar a promoção da integração/mobilidade dos alunos dentro das várias respostas do
agrupamento, durante o ano letivo, numa perspetiva de atuação em tempo útil nas dificuldades
identificadas.
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Matrizes curriculares e operacionalização – 1.º e 2.º anos
Componentes do currículo Carga horária
1º ano 2º ano
Português
Cid
ad
an
ia e
De
sen
volv
ime
nto
4
TIC
4
5h 6h
Matemática 6h 5h
Estudo do Meio 2h 2h
Educação Artística (Artes Visuais, Expressão
Dramática/Teatro, Dança e Música)1
2h
1h
2h
1h Educação Física1
Apoio ao Estudo 2 1h 1 h
Oferta Complementar 3
(Oficina de Leitura/Oficina de Cálculo)
Oficina de
Leitura
1h
Oficina de
Cálculo
1h
Bolsa de Horas para Flexibilidade Curricular
(Português, Matemática, Estudo do Meio,
Educação Artística, Leitura e Cálculo…)
7h 7h
TOTAL5 25h
5 25h
5
EMRC6
1h 1h
AEC (5h)
AFD 2h 2h
Oficina Criativa 1h 1h
Ensino da Música 2h 2h 1 Possibilidade de implementação de coadjuvações na Educação Artística e na Educação Física, sempre
que os recursos humanos o permitam;
2 O Apoio ao Estudo constitui um suporte às aprendizagens, assente numa metodologia de integração de
várias componentes de currículo, privilegiando a pesquisa, o tratamento e a seleção de informação.
3 A(s) nova(s) componente(s), criada(s) pela escola no tempo destinado à Oferta Complementar,
apresenta(m) identidade e documentos curriculares próprios.
4 Áreas de integração curricular transversal, potenciadas pela dimensão globalizante do ensino neste ciclo.
5 Cada escola gere, no âmbito da sua autonomia, os tempos constantes da matriz, para que o total da
componente letiva incorpore o tempo inerente ao intervalo entre as atividades letivas com exceção do
período de almoço (anexo I do Decreto-Lei n.º55/2018, de 6 de julho)
6 Disciplina de oferta obrigatória e de frequência facultativa.
Nota: a gestão das matrizes curriculares-base confere uma gestão de 28% do total da carga
horária.
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A reorganização da matriz curricular do 1.º e 2.º anos revelou-se necessária devido à urgência de
implementação de práticas motivadoras e integradoras dos alunos, que possam incluir as
inteligências múltiplas, respeitando o ritmo e perfil individual dos alunos e simultaneamente, que
proporcionem aos alunos experiências de aprendizagem sob metodologias ativas e de projeto.
Neste ciclo de ensino numa prática de interdisciplinaridade é permitida, ao docente em
monodocência, a adequada distribuição e flexibilização disciplinar, dando-lhe liberdade na
organização da carga horária atribuída.
No âmbito da Bolsa de Horas para Flexibilidade Curricular pretende-se contribuir para que de
forma autónoma o docente possa criar Contextos Integradores das Aprendizagens, organizando-
os sob a metodologia de trabalho de projeto, realizados de forma interdisciplinar, mas intencional
e planificada. O trabalho de projeto responde ao indicado na Portaria n.º 223-A/2018, de 3 de
agosto e surge para dar sentido ao conhecimento e às aprendizagens, numa gestão integrada e
flexível do currículo (conjugação de saber disciplinar com projetos interdisciplinares e
transdisciplinares).
Esta gestão deve ainda contribuir para um reforço planificado (reforço com organização semestral
a Português e Matemática) das diferentes componentes do currículo, além do previsto na matriz
curricular-base, num reforço de práticas pedagógicas quando e sempre que as dificuldades dos
alunos assim o justifiquem, garantindo sempre o total cumprimento semanal das horas constantes
da bolsa, assim como o total cumprimento das aprendizagens essenciais e do total anual de horas
por componente do currículo.
No caso do reforço planificado para Português e Matemática, privilegiar-se-á a organização
semestral com a promoção da leitura reforçada ao longo do primeiro semestre. É de salientar que
nos 1.º e 2.ºanos inicia-se o desenvolvimento das competência da escrita e da leitura, por isso
considera-se fulcral reforçar primeiramente a disciplina de Português para aprofundar, potenciar e
articular as aprendizagens essenciais das diferentes áreas disciplinares, Isto facilitará o
desenvolvimento de competências em áreas de Matemática e do Estudo do Meio, reforçada ao
longo do segundo semestre.
Pretende-se, ainda, que sejam explorados percursos pedagógico-didáticos de base prática e ou
experimental, capazes de promover a curiosidade, a descoberta e o conhecimento. Pretende-se
através do trabalho de projeto promover as aprendizagens integradas, indutoras do
desenvolvimento de competências de nível elevado, assumindo a centralidade nos alunos através
de uma gestão transdisciplinar do currículo. Os alunos têm a possibilidade de planear, explorar
materiais, realizar aprendizagens integradas, e avaliar, sempre acompanhados pelo docente da
turma e outros docentes em regime de coadjuvação.
No que concerne ao trabalho pedagógico a incluir na Bolsa de Horas para Flexibilidade Curricular
serão abordadas temáticas da(s) disciplina(s) envolvida(s), ou seja, serão abordadas as
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aprendizagens essenciais dessa(s) disciplina(s), num trabalho interdisciplinar e/ou de articulação
curricular. Serão privilegiadas as tarefas conducentes ao desenvolvimento da competência leitora,
de expressão e compreensão oral, escrita e as literacias a elas associadas. Pretende-se fomentar
nos alunos o desenvolvimento de competências de pesquisa e de mobilização crítica, apostando
na dinamização do trabalho de projeto e no desenvolvimento de experiências de comunicação e
expressão oral e escrita, nomeadamente através de dramatizações, atividades de leitura,
dinamização de jogos pedagógicos…
Além da promoção do trabalho interdisciplinar, a criação da Bolsa de Horas confere ao professor
titular de turma uma maior liberdade na gestão curricular (exemplo), tendo em vista o reforço dos
saberes básicos e o desenvolvimento das competências essenciais nos primeiros anos de
escolaridade, permitindo o reforço da carga horária, temporariamente, de uma determinada
disciplina do currículo, além do limite definido, assegurando o cumprimento do total de horas
anual.
Esta gestão abre possibilidade para a implementação de respostas curriculares e pedagógicas
adequadas às necessidades de cada aluno, assim como às suas dificuldades de aprendizagem,
visando a promoção da qualidade das aprendizagens e o sucesso pleno de todos os alunos.
Exemplo de Gestão Curricular Semanal (1.ºano):
Componentes do currículo Carga horária - 1.ºano
Semana 1 Semana 2
Português
Cid
ad
an
ia e
De
sen
volv
ime
nto
TIC
5h+5h 5h+1h
Matemática 6h 6h+3h
Estudo do Meio 2h+1h 2h+2h
Educação Artística 2h+1h
1h
2h+1h
1h
Educação Física
Apoio ao Estudo 1h 1h
Oferta Complementar (Oficina de Leitura) 1h 1h
Bolsa de Horas para Flexibilidade Curricular
TOTAL 25h
25h
as 7h da Bolsa de Horas serão redistribuídas pelas diferentes componentes do currículo, de
forma planificada e cumprindo o total anual de horas.
Assim, numa primeira instância, consideramos que reforçando as componentes/disciplinas de
Português e Matemática potenciamos a consolidação das aprendizagens e competências, quer da
leitura quer da escrita, recorrendo a diversas estratégias:
Plano de Inovação 2020/2021 Page 12 of 21
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a) à diversificação de métodos de ensino e aprendizagem da leitura;
b) à criação de grupos homogéneos de alunos;
c) à afetação de mais um professor às turmas do 1º ano em cada escola, utilizando os recursos
humanos existentes no Agrupamento e a componente não letiva (artigo 79.º) dos docentes do
grupo de recrutamento 110;
d) à alteração da organização do ano letivo [semestres], uma vez que dará, a todos os
intervenientes no processo, mais e melhor feedback das aprendizagens realizadas; mais tempo
para avaliar e alterar estratégias; diversificar metodologias e métodos; mais tempo para os alunos
/no “seu tempo” atingirem os objetivos/aprendizagens.
Matrizes curriculares e operacionalização – 6.ºano
Componentes do currículo Carga horária semanal
6º ano - PCA
Áreas disciplinares / Disciplinas
Línguas e Estudos Sociais
Português 180
Inglês 90
História e Geografia de Portugal 90
Cidadania e Desenvolvimento 45
Oficina de Leitura e Escrita1 90
Laboratório de Línguas2 90
Matemática e Ciências
Matemática 180
Ciências Naturais 90
Oficina de Projeto3 135
Educação Artística e Tecnológica
Educação Visual
Educação Tecnológica
Artes e Ofícios Locais4 135
Educação Musical 45
Tecnologias de Informação e Comunicação
Som e Movimento5 90
Educação Física 90
Total 1350 min
Educação Moral e Religiosa 6 45 1
Disciplina nova a funcionar em par pedagógico pelos docentes de Português e História e Geografia de
Portugal
2 Disciplina nova atribuída a docente de Inglês
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3 Disciplina nova a funcionar em par pedagógico para desenvolvimento de competências das disciplinas de
Matemática, Ciências Naturais e TIC
4 Disciplina nova a funcionar em par pedagógico com os docentes de Educação Visual e Educação
Tecnológica, sendo que as aprendizagens essenciais de cada disciplina serão lecionadas em regime
semestral
5 Disciplina nova a funcionar em par pedagógico com os docentes de Educação Musical e Educação Física
6 Disciplina de oferta obrigatória e de frequência facultativa, com um tempo letivo de 45 minutos
Nota: a criação das novas disciplinas confere uma gestão de 40% do total da carga horária.
Matrizes curriculares e operacionalização – 7.ºano
Componentes do currículo Carga horária semanal
7º ano - PCA
Áreas disciplinares / Disciplinas
Português 135
Oficina de Leitura e Escrita1 45
Línguas Estrangeiras
Inglês 90
Ling. Estrangeira II 90
Laboratório de Línguas Estrangeiras 2 90
Ciências Sociais e Humanas
História 90
Geografia 90
Cidadania e Desenvolvimento 45
Arte e Património3 90
Matemática 135
Ciências Físico-Naturais
Ciências Naturais (1.º semestre) 90+90
Físico-Química (2.º semestre) 90+90
Laboratório Experimental4 90
Educação Artística e Tecnológica
Educação Visual 90
Educação Artística
Tecnologias de Informação e Comunicação
MatemaTIC5 90
Educação Física 135
Total 1485 6 min
Educação Moral e Religiosa 7 45
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1 Disciplina nova a funcionar para desenvolvimento das competências da disciplina de Português
2 Disciplina nova a funcionar em par pedagógico com os docentes de línguas estrangeiras
3 Disciplina nova a funcionar em par pedagógico para desenvolvimento de competências das disciplinas de
Geografia e Expressões Artísticas
4 Disciplina nova a funcionar em par pedagógico com os docentes de Ciências Naturais e Físico-Química
5 Disciplina nova a funcionar para desenvolvimento das competências das disciplinas de Matemática e TIC
6 Semanalmente, o docente de Matemática e de Português (alternadamente, em cada semestre), irá
lecionar mais 15 minutos, a fim de cumprir a carga horária constante na matriz curricular do 7.ºano
7 Disciplina de oferta obrigatória e de frequência facultativa, com um tempo letivo de 45 minutos
Nota: a criação das novas disciplinas confere uma gestão de 27% do total da carga horária.
IV_2. CALENDÁRIO ESCOLAR - SEMESTRALIDADE
A reorganização do calendário escolar em semestres, a ser aplicado em todas as turmas de todos
os níveis de ensino é uma medida que acreditamos ser facilitadora do sucesso educativo dos
alunos. Existem inegáveis vantagens, na nossa perspetiva:
- permite uma maior continuidade e consistência no desenvolvimento das aprendizagens e dos
vários projetos a desenvolver pelos alunos; uma maior interação com os alunos, possibilitando a
realização de trabalhos de grupo e de pesquisa, levando a um maior empenho e motivação para
as diferentes disciplinas,o que leva a um desenvolvimento das capacidades cognitivas e a um
desenvolvimento do raciocínio científico que tão importante é para a nossa sociedade;
- permite a implementação de instrumentos de avaliação mais diversificados, focados no ritmo de
aprendizagem de cada um;
- incentiva a maior frequência de momentos de auto e heteroavaliação no sentido de ser possível
fazer uma monitorização das aprendizagens o que permite, mais facilmente, redesenhar
estratégias, a médio prazo, de superação das dificuldades diagnosticadas;
- as competências constantes no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade obrigatória sejam
reforçadas, valorizadas e avaliadas;
Em suma, acreditamos que a reorganização que se propõe (em anexo) dá uma resposta mais
adequada ao desenvolvimento do Perfil do Aluno, já que ficam asseguradas melhores condições
para o desenvolvimento das competências ali previstas.
A organização escolar que se propõe acarreta uma profunda alteração de procedimentos,
nomeadamente nos momentos de reporte de avaliação aos alunos e respetivos Encarregados de
Educação, no entanto garante o cumprimento integral do número de dias de atividade letiva fixado
no calendário escolar e garante que os alunos realizam as provas de aferição, provas finais e
exames nacionais conforme o calendário proposto pela tutela e conforme estipulado nas alíneas
a) e b) do n.º5, do artigo 4.º da Portaria n.º181/2019, de 11 de junho.
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A reorganização do calendário escolar, implicará uma reflexão profunda e reestruturação nos
instrumentos de reporte de avaliação aos alunos e Encarregados de Educação:
- Interrupção letiva de novembro: Avaliação descritiva / qualitativa;
- Interrupção letiva de janeiro: Avaliação sumativa para os alunos do ensino básico e secundário;
- Interrupção letiva da Páscoa: Avaliação descritiva / qualitativa;
- Final do ano: Avaliação sumativa para os alunos do ensino básico e secundário.
Após a realização de cada momento de avaliação, serão dinamizados espaços de reflexão e
partilha:
- Comunidades de Aprendizagem: espaços de reflexão com todos os implicados no processo de
ensino aprendizagem, nos quais todos contribuem para a avaliação e melhoria do processo
através de: autoavaliação do aluno, apreciação dos colegas (heteroavaliação), apreciação por
parte dos EE (enquanto colaborador no processo) e apreciação por parte dos professores.
A alteração da organização semestral do calendário escolar do ano letivo dará, a todos os
intervenientes no processo, feedback mais regular sobre a aquisição das aprendizagens; mais
tempo para avaliar e alterar estratégias; diversificar metodologias e métodos; mais tempo para os
alunos /no “seu tempo” atingirem os objetivos/aprendizagens.
IV_3. NOVAS DINÂMICAS DE APRENDIZAGENS
Este grupo de alunos revela grandes dificuldades na aquisição das competências essenciais. A
isso acresce uma enorme desmotivação e uma atitude negativa perante a escola face às ofertas
tradicionais. Tendo a escola a missão de ajudar os alunos a desenvolverem a sua capacidade de
iniciativa, de resolução de problemas, a criatividade, a participação cívica ativa, consciente e
responsável, algumas disciplinas foram organizadas tendo por base a metodologia de
oficina/laboratório:
A) Oficina de Leitura e Escrita (6.ºano: docentes de Português e de HGP; 7.ºano: docente de
Português)
Nesta disciplina, lecionada em par pedagógico no 6.ºano, serão abordadas temáticas da(s)
disciplina(s) envolvida(s), ou seja, serão abordadas as aprendizagens essenciais dessa(s)
disciplina(s), num trabalho interdisciplinar e/ou de articulação curricular e com integração de factos
históricos locais, nomeadamente os que se encontram associados ao Mosteiro de Lorvão e à
Batalha do Bussaco ocorrida em 1810, bem como a divulgação histórica do tempo e dos factos
ocorridos no séc. XIX.
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Serão privilegiadas as tarefas conducentes ao desenvolvimento da competência leitora, de
expressão e compreensão oral, escrita e as literacias a elas associadas, num contexto de
mudança em que equipamentos, tecnologias e ambientes de acesso e de trabalho são hoje uma
realidade fluida, requerendo capacidades cada vez mais complexas.
Serão desenvolvidas, principalmente, as seguintes atividades:
• Treino de atividades de metacompreensão leitora associadas à mobilização da compreensão
literal, da reorganização, da compreensão inferencial e da compreensão crítica: exemplificação e
exercício de processos cognitivos para melhorar a compreensão da leitura (clarificação de
conceitos, colocar questões a si próprio, resumos parciais do que já foi lido, previsões, ...);
• Atividades de leitura social: comunidades de leitores presenciais e online, dramatizações,…
• Leituras em voz alta; recomendações de leitura, associando vários tipos de linguagem (verbal,
visual, musical, cinematográfica, …);
• Debates em torno de livros, filmes ou outros media;
• Escrita sobre o que se leu (reconto, comentários e críticas) ou inspirada no que se leu (finais
alternativos, textos paralelos, outros textos);
• Criação de narrativas transmédia, conjugando linguagens, formatos e suportes diversificados.
• Produção de ebooks, podcasts, vídeos, booktrailers, apresentações, digital storytelling.
B) Laboratório de Línguas (6.ºano: docente de Inglês; 7.ºano: docentes das Línguas
Estrangeiras)
Nesta disciplina, lecionada em par pedagógico no 7.ºano, serão abordadas temáticas da(s)
disciplina(s) envolvida(s), ou seja, serão abordadas as aprendizagens essenciais dessa(s)
disciplina(s), num trabalho interdisciplinar e/ou de articulação curricular.
Serão desenvolvidas nesta disciplina as aprendizagens essenciais de Inglês (6.ºano) e de Inglês e
da Língua Estrangeira II (7.º ano), privilegiando-se o domínio da oralidade. Serão fomentadas
atividades para desenvolvimento do “listening” ativo e outras capacidades comunicativas, como a
expressão e a interação verbal, com recurso à sala existente na escola, que se encontra equipada
com um laboratório de línguas.
C) Oficina de Projeto (6.º ano: docente de TIC e docente de Matemática/Ciências Naturais)
Esta disciplina será lecionada em par pedagógico num sistema dinâmico de trabalho projeto e
articulará as aprendizagens essenciais de Tecnologias de Informação e Comunicação,
Matemática e Ciências Naturais, tendo em conta também as áreas de preferência dos alunos e as
suas potencialidades. Nas atividades desta disciplina, prevê-se também a participação dos alunos
em oficinas/projetos/clubes, como a Oficina da Ciência, Clube da Matemática e Clube da Floresta,
numa lógica de integração de projetos desenvolvidos no Agrupamento.
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A introdução da disciplina de TIC, nesta oficina, vai possibilitar o recurso a metodologias de
trabalho de projeto e de resolução de problemas e o desenvolvimento de competências de
pesquisa, promovendo o pensamento crítico e criativo. Integra ambientes de aprendizagem
diferentes - locais privilegiados de ensino, com acesso a conteúdos de lecionação "in loco", como
o Parque Verde, Estufa e Horta Pedagógica, existentes na escola, permitindo lecionar e aprender
de forma significativa, priorizando-se o saber-fazer e o saber-pensar.
D) Artes e Ofícios Locais (6.ºano: docentes de Educação Visual e de Educação Tecnológica)
Esta disciplina será lecionada em par pedagógico com os docentes de Educação Visual e
Educação Tecnológica (a abordagem central nas disciplinas funcionará em regime semestral).
Serão abordadas as aprendizagens essenciais dessa(s) disciplina(s), num trabalho interdisciplinar
e/ou de articulação curricular e de integração com os saberes e cultura locais.
A existência de par pedagógico, permitirá a implementação de metodologias mais práticas e mais
dinâmicas e a diversificação de instrumentos de avaliação. A semestralidade permitirá o
desenvolvimento de trabalhos por um período mais alargado e a redução de conteúdos/disciplinas
em cada momento.
Esta nova disciplina pretende estimular a criatividade, o empreendedorismo, motivando os alunos
para uma vertente vocacional, com integração dos saberes locais e de conhecimentos
tradicionais, de caráter etnobotânico e artesanal, utilizados no processo de produção dos palitos.
Para tal será fundamental o estabelecimento de parcerias com pequenos empresários locais que
se dedicam à arte paliteira.
E) Som e Movimento (6.ºano: docentes de Educação Musical e de Educação Física)
Esta disciplina será lecionada em par pedagógico num sistema dinâmico que articulará as
aprendizagens essenciais das duas disciplinas.
Nesta área prevê-se uma integração a atividade física e da música com as componentes de
natureza regional e da comunidade local, nomeadamente danças regionais, mas também o
desenvolvimento das modalidades na área das danças desportivas, numa articulação com a
Escola de Artes de Penacova.
F) Arte e Património (7.ºano: docente de Geografia e docente de Artes)
Nesta disciplina, lecionada em par pedagógico, serão abordadas as áreas temáticas de Geografia,
numa perspetiva de integração com as Artes, ou seja, numa vertente de trabalho transdisciplinar.
Será privilegiado o trabalho de pesquisa, a apropriação de informação e a sua transformação em
produtos como posters, flyers, vídeos, fotografias…
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Centrando-se nas áreas de competências consignadas no PASEO e no contexto da sua
comunidade educativa, prevê-se a integração das componentes do património natural de natureza
regional, numa perspetiva de projetar melhor o futuro, respeitando a cultura, as tradições e o
ambiente.
G) Laboratório Experimental (7.ºano: docente de Ciências Naturais e docente de Físico-
Química)
Nesta disciplina, lecionada em par pedagógico, pretende-se o desenvolvimento de atividades
práticas de observação, de experimentação e de reflexão a partir das aprendizagens essenciais
de Ciências Naturais e Físico-Química. Esta dinâmica partilhada tem como objetivos despertar a
curiosidade do aluno, aumentar o seu interesse e incrementar o pensamento crítico e criativo.
Prevê-se também a participação dos alunos em oficinas/projetos/clubes, como a Oficina da
Ciência, numa lógica de integração de projetos desenvolvidos no Agrupamento, assim como a
participação noutras formas práticas de aprendizagem, como palestras, workshops, projetos
empreendedores ligados à Educação Ambiental e à preservação do património geológico e saídas
de campo.
Prevê-se a implementação de trabalhos de projetos, com vista à resolução de problemas locais ,
privilegiando as saídas de campo na região, a fim de se conhecer a geologia da zona, que é
extremamente característica - geomonumentos de interesse nacional (cristas quartzíticas,
vulgarmente conhecidas por “Livrarias do Mondego”; as diabases com disjunção esferoidal; os
calcários recifais, em tempos, levados para fornos de cal, típicos desta localidade, onde era
produzida a cal parda, utilizada na construção civil e ainda um vasto registo fóssil,
nomeadamente trilobites e bivalves. Permitindo-se assim o estudo do paleoambiente da região,
numa articulação interdisciplinar com os conteúdos “substâncias e misturas”, de “transformações
físicas e químicas” e de “separação das substâncias de uma misturas”.
H) MatemaTIC (7.ºano: docente de Matemática e docente de TIC)
Esta disciplina, também lecionada em par pedagógico, tem como objetivo contribuir para uma
aprendizagem de Matemática, guiada pelas Tecnologias de Informação e Comunicação, tornando-
a mais aliciante e potenciando a aprendizagem dos alunos pela via experimental ligada à
realidade dos alunos, com a utilização de vários modelos matemáticos simples.
A utilização de ferramentas digitais prevê-se como sendo um fator de motivação para os alunos na
aprendizagem da Matemática e simultaneamente contribuir para o desenvolvimento das
aprendizagens essenciais das disciplinas de TIC e de Matemática.
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No desenho curricular que se pretende implementar nas duas turmas de PCA, houve a
preocupação de tornar as medidas educativas propostas o mais sustentáveis possível e conforme
o previsto no n.º 5, do artigo 12.º, do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho estão de acordo com
os recursos humanos existentes no agrupamento. Todavia, qualquer projeto requer afetação de
recursos humanos, sendo que na constituição dos pares pedagógicos haverá recurso ao crédito
horário, para um dos professores a lecionar no par.
As novas disciplinas criadas terão identidade e documentos curriculares próprios, os quais têm de
inscrever as aprendizagens a desenvolver pelos alunos, que constituem a orientação base para a
planificação e avaliação dos alunos, conforme estipulado no artigo 17.º do Decreto-Lei n.º
55/2018, de 6 de julho.
V. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PLANO
Atendendo a que é uma alteração profunda na organização do ano letivo, a equipa de
autoavaliação do Agrupamento fará também, dentro do seu trabalho, inquéritos a pais, alunos,
pessoal docente e não docente e relatórios a propósito da aplicação da semestralidade.
Esta equipa irá reunir mensalmente até ao Natal, uma vez a meio do 2.º semestre e após o
terminus das aulas, para uma monitorização final, com possibilidade de, se for o caso, propor
alterações e/ou melhorias para o ano letivo seguinte.
A avaliação do Plano de Inovação terá em conta os seguintes parâmetros:
- Avaliação dos alunos (monitorização/avaliação do cumprimento das metas definidas no ponto
IV).
Além das já mencionadas, aos dois grupos do PCA aplicam-se ainda os seguintes indicadores de
monitorização: taxa de insucesso em cada momento avaliativo, taxa de alunos com mais de três
disciplinas com níveis inferiores a três, no final de cada semestre; taxa de alunos com sucesso
pleno; Número de alunos no quadro de mérito (média igual ou superior a 4,5) e taxa de
absentismo escolar.
- Grau de satisfação dos alunos, monitorizado através de Assembleias de Turma, que funcionam
no início e no final de cada quinzena e servem para definir os objetivos próprios de cada Plano
Individual de Trabalho e de cada agenda semanal. Serão ainda momentos para os alunos
refletirem e promoverem uma avaliação do próprio plano;
- Grau de satisfação dos diversos atores educativos sobre a organização escolar em semestres.
VI. PLANO DE FORMAÇÃO
A formação será um instrumento estratégico para o desenvolvimento do Plano de Inovação, assim
como dos objetivos preconizados no Projeto Educativo do Agrupamento.
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As áreas de formação a integrar no plano de formação, são definidas em função das
necessidades do corpo docente e do tipo de dinâmica de trabalho que se pretende implementar,
sem nunca esquecer a aposta individual de cada docente na sua autoformação.
Assim recorrendo a sessões de formação com recursos humanos internos e ao plano de formação
do CFAE Minerva, consideram-se áreas prioritárias as seguintes:
- Avaliação de aprendizagens e Instrumentos de avaliação – avaliação centrada nas
aprendizagens dos alunos;
- Dinâmicas de trabalho colaborativo;
- Desenvolvimento de uma escola inclusiva;
- Autonomia e Flexibilidade Curricular;
- Metodologias ativas centradas no aluno – trabalho de projeto;
- Aprendizagem ativa com recurso às TIC;
- Gestão e mediação de conflitos em contexto de sala de aula ou Auto(regulação) do Stress em
contexto escolar: conhecer, agir e intervir;
- Educação para a Cidadania: do enquadramento às práticas;
- Ferramentas Digitais ao serviço do Ensino;
- Assistentes Operacionais na Inclusão de Alunos.
VII. CONCLUSÃO
O Conselho Pedagógico, em reunião ordinária de dia 24 de março de 2020, deu o parecer positivo
à presente proposta; tanto aquele Conselho, como o Conselho Geral, que emitiu um parecer
positivo por email a 1 de abril de 2020, dada a impossibilidade de realizar uma reunião em tempo
útil, mesmo que por videoconferência, irão envolver-se no próximo ano letivo na implementação
destas novas dinâmicas pedagógicas, sendo que o Município também manifestou a sua
concordância, relativamente a alterações a implementar a nível dos transportes e outros que se
venham a apresentar, dada a transferência de competências a efectuar-se durante o ano de 2020.
O docente de cada disciplina curricular assegurar-se-á de que serão cumpridas as premissas das
aprendizagens essenciais de cada aluno, em cada ciclo de ensino, e que o perfil dos alunos à
saída da escolaridade será mais adequado nas áreas das competências e valores, cumprindo a
sua formação nos princípios da aprendizagem, inclusão, equidade, estabilidade, coerência e
flexibilidade, base humanista, sustentabilidade, adaptabilidade e ousadia e, por último mas muito
importante, o Saber.
Agrupamento de Escolas de Penacova, 23 de junho de 2020
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