Nayara Lunkes
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
PRÁTICAS INTERACIONAIS: UMA ANÁLISE DOS APRESENTADORES
GALVÃO BUENO E LUÍS ROBERTO NA CONDUÇÃO DO PROGRAMA BEM,
AMIGOS! NO SPORTV
Santa Maria, RS
2014
Nayara Lunkes
PRÁTICAS INTERACIONAIS: UMA ANÁLISE DOS APRESENTADORES
GALVÃO BUENO E LUÍS ROBERTO NA CONDUÇÃO DO PROGRAMA BEM,
AMIGOS! NO SPORTV
Trabalho Final de Graduação (TFG)
apresentado ao Curso de Jornalismo – Área de
Ciências Sociais, do Centro Universitário
Franciscano, como requisito parcial para
obtenção do grau de – Bacharel em
Jornalismo.
Orientador: Gilson Luiz Piber da Silva
Santa Maria, RS
2014
Nayara Lunkes
PRÁTICAS INTERACIONAIS: UMA ANÁLISE DOS APRESENTADORES
GALVÃO BUENO E LUÍS ROBERTO NA CONDUÇÃO DO PROGRAMA BEM,
AMIGOS! NO SPORTV
Trabalho Final de Graduação (TFG) apresentado ao Curso de Comunicação Social –
Jornalismo – Área de Ciências Sociais, do Centro Universitário Franciscano, como requisito
parcial para obtenção do grau de - Bacharel em Jornalismo.
________________________________________
Gilson Luiz Piber da Silva, M.Sc. - Orientador (Centro Universitário Fransciscano)
________________________________________
Glaíse Bohrer Palma, M.Sc (Centro Universitário Fransciscano)
________________________________________
Maicon Elias Kroth, Dr. (Centro Universitário Fransciscano)
Aprovado em 15 de Julho de 2014.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço aos meus pais, Jorge Lunkes e Loreni Servat, por me
oferecerem a oportunidade e segurança de eu seguir meu sonho de cursar Jornalismo e poder
ter conato direto com pessoas para trabalhar.
Ao meu companheiro, André Luiz Missio, pelos anos de convivência, afago, amor, e
que me acompanhou durante meus momentos de insegurança e conquistas.
As minhas tias, Noeli e Rosali, que me acolheram em suas casas, oferecendo carinho e
aconchego dos seus lares, durante o início do curso para que eu pudesse dar continuidade às
disciplinas.
Ao meu orientador, Gilson Piber, que por vezes apostou em nosso trabalho, mesmo na
dúvida se iria dar certo, além da paciência em me ensinar durante o tempo que passamos
juntos.
E aos demais amigos, colegas e profissionais dos estágios dos quais passei,
especialmente Helena Boucinha e José Quintana, que participaram desta etapa da minha
formação profissional.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar as práticas interacionais dos apresentadores
Galvão Bueno e Luís Roberto de Múcio no programa Bem, Amigos! no canal televisivo por
assinatura SporTV. O programa semanal das segundas-feiras tem duração de duas horas e
inicia às 21h. Além disso, as especificidades da pesquisa consistem em mapear conceitos
sobre práticas interacionais, por meio de autores relacionados ao tema, identificá-las nos
apresentadores, bem como com os demais participantes do programa, e ligar conceitos do
telejornalismo esportivo ao formato do programa em análise. Desta forma, através da
descrição de duas edições do programa, identificamos diferenças entre os apresentadores
diante de cinco características propostas pelo conceito de práticas interacionais. Entretanto,
mesmo com as peculiaridades de cada apresentador, o assunto e o formato do programa não
perdem a essência de abordar assuntos esportivos, por meio de opinião, informação e música.
Palavras-chave: Futebol. Mídia esportiva. Telejornalismo esportivo. Televisão.
ABSTRACT
This study aims to analyze the interactional practices of presenters Galvão Bueno and
Luis Roberto de Múcio in Bem, Amigos! program transmitted by SporTV pay television
channel . The weekly program occurs every Monday, has duration of two hours and starts at 9
pm. Furthermore, the specificities of this research consists to map concepts of interactional
practices by the authors related to the topic, to identify them in the presenters, as well as with
other participants of the program, and link the concepts of sports television news program to
the program format. Therefore, description of two program issues were used to identify
differences between the presenters, considering five characteristics proposed by the concept
of interactional practices. However, even with the peculiarities of each presenter, both the
subject and the format of program do not lose the essence for broaching sports subjects
through opinion, information and music.
Keywords: Football. Sports media. Sportive telejournalism . Television.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 7
2 TELEJORNALISMO ....................................................................................................... 9
3 TELEJORNALISMO ESPORTIVO ............................................................................ 11
3.1 O PROGRAMA BEM, AMIGOS! ............................................................................ 15
3.2 GALVÃO BUENO .................................................................................................... 17
3.3 LUÍS ROBERTO DE MÚCIO .................................................................................. 18
4 PRÁTICAS INTERACIONAIS ..................................................................................... 19
5 METODOLOGIA ........................................................................................................... 22
6 DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS .............................................................................. 24
6.1 DESCRIÇÃO DO BEM, AMIGOS! NA CONDUÇÃO DE LUÍS ROBERTO ....... 24
6.2 DESCRIÇÃO DO BEM, AMIGOS! NA CONDUÇÃO DE GALVÃO BUENO .... 38
7 ANÁLISE DOS APRESENTADORES ......................................................................... 55
7.1 CONDUÇÃO DO PROGRAMA (MEDIAÇÃO) ..................................................... 55
7.2 OBSERVÂNCIA COM O TEMPO .......................................................................... 56
7.3 OBSERVÂNCIA DO FIGURINO ............................................................................ 56
7.4 LINGUAGEM (VERBAL, GESTUAL) ................................................................... 57
7.5 INTERAÇÃO COM OS CONVIDADOS ................................................................. 58
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 60
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 63
7
1 INTRODUÇÃO
O estudo visa analisar as práticas interacionais do programa Bem, Amigos! no canal
televisivo por assinatura SporTV. O programa semanal das segundas-feiras tem duração de
duas horas e inicia às 21h.
O programa com o nome Bem, Amigos! vem ao encontro de uma expressão utilizada
pelo apresentador titular Galvão Bueno, “Bem, Amigos da Rede Globo”, quando narra jogos
de futebol pela Rede Globo de Televisão.
Desde as origens, o programa trata de assuntos totalmente voltados ao esporte,
prevalecendo o futebol na maioria de suas edições, com reportagens, debates com artistas
convidados e comentaristas, e análise de jogadores e jogadas. O programa é conduzido por
Galvão Bueno e, na sua ausência, pelo jornalista e narrador esportivo Luís Roberto de Múcio,
Cléber Machado, Luiz Carlos Júnior, Milton Leite, Rogério Correa e Jader Rocha. O
programa ainda conta coma comentaristas fixos, como o ex-árbitro de futebol Arnaldo Cezar
Coelho, o jornalista Paulo César Vasconcellos, o ex-jogador e comentarista Caio Ribeiro
Decoussau, e o jornalista Alberto Helena Junior, que são suporte nas análises e comentários
com os convidados. Para completar a equipe, a jornalista Joanna de Assis é responsável por
receber mensagens nas redes sociais. Ela faz a ligação do internauta/telespectador com os
apresentadores, comentaristas e convidados.
O programa conta com um site inserido na página do canal SporTV, uma conta no
Facebook e outra no Twitter, que servem para auxiliar na comunicação entre telespectadores e
participantes do programa.
Dessa forma, o trabalho parte de uma questão mediadora e inquietante da qual foi a
causa da escolha do tema: quais são as práticas interacionais dos apresentadores Galvão
Bueno e Luís Roberto de Múcio?
A escolha da temática se justifica a partir do interesse em estudar programas
televisivos esportivos. Já a escolha do programa está na forma diferenciada de apresentação e
construção com alta intensidade de interesse do começo ao fim, bem como na veiculação no
ar há mais de dez anos. Na estrutura do programa, o titular na ancoragem é o narrador
esportivo Galvão Bueno e, na maioria das vezes da sua ausência, pelo jornalista esportivo
Luís Roberto de Múcio. Além disso, o Bem, Amigos! reúne, em seu contexto, comentaristas
fixos, convidados especiais, reportagens, música e interatividade pelas redes sociais.
Para tal investigação, o presente trabalho busca compreender as práticas interacionais
utilizadas pelos apresentadores Galvão Bueno e Luís Roberto na condução do programa
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televisivo Bem, Amigos! por meio do canal por assinatura SporTV. Além disso, as
especificidades da pesquisa consistem em mapear conceitos sobre práticas interacionais por
meio de autores relacionados ao tema, como José Luiz Braga, Maria Ângelo Mattos, e Inti
Queiroz, identificar as práticas interacionais dos apresentadores do Bem, Amigos! com os
demais participantes do programa, e conectar conceitos do telejornalismo esportivo ao
formato do programa em análise.
Com essa pesquisa, buscamos contextualizar o programa Bem, Amigos!, além de
entender os seus processos interacionais e o produto midiático. Queremos compreender esse
formato de programa de miscelâneas, envolvendo apresentação de um “ator participante”
principal, comentaristas fixos, convidados para falar dos seus times e avaliar outros. O
programa tem sempre uma atração musical, geralmente em acústicos ao vivo, e ainda a
participação dos internautas, que enviam suas dúvidas e fazem afirmações pelas redes sociais.
O estudo é uma contribuição para a área do jornalismo esportivo, uma vez que os
programas televisivos precisam se adequar a formatos diferenciados para atraírem
telespectadores. A concorrência da Internet desafia a mídia televisiva a modificar-se para que
possa atrair e prender a atenção do telespectador.
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2 TELEJORNALISMO
Para compreendermos a forma que o programa Bem, Amigos! É construído e de que
forma possa atingir os espectadores, utilizamos os estudiosos sobre o telejornalismo para
entender a existência da televisão e os programas televisivos.
Rezende (2000) ressalta que existe uma forma de análise sobre a hipnose do discurso
na televisão. “Essa ação hipnótica exercida pela TV pode fazer com que um telespectador,
inicialmente com a intenção de ver só um programa determinado, passe toda tarde ligado em
um fluxo de imagens de gêneros de programas diferentes”, observa o autor. Ele analisa que,
por meio da sensação da nova experiência visual, é possível mantê-lo preso a uma
programação, mas para isso deve ser interessante e inovador ao telespectador que já está
adaptado ao programa e também para aqueles que estão vendo pela primeira vez.
Segundo Freire Filho (2004), a televisão era restrita a pessoas com boa condição
financeira na década de 1950. A televisão era algo lúdico e luxuoso para época. Os jogos
foram um dos exemplos de atração lúdico-festiva, exemplificados pelo autor. Sodré (1983)
também relata que há uma ligação direta com o telespectador, assim criando uma espécie de
vínculo de familiaridade. Isso ocorre com as narrações esportivas, que optam por uma
linguagem estratégica coloquial para dar menor distanciamento entre a emoção do campo e a
sala da casa do telespectador.
Na visão de Rezende (2000), a televisão passou a ser considerada um meio de
divulgação que toma proporção pela imagem e som. Com a atenção do telespectador voltada
totalmente para a programação, a televisão também pode prender e ser uma forma de espalhar
a informação e ideias para muitos, através de um mesmo meio.
Para um programa de mais de uma década, o Bem, Amigos! é relevante pelo seu
formato de apresentação ao cenário colocado em evidência. São características que buscam
formas de identificar uma espécie de “arena”, de um lado os comentaristas fixos, do outro os
convidados que, muitas vezes, estão em situação de enfrentamento pela sua importância nos
campeonatos esportivos.
Em virtude desse espetáculo que realça o espaço em formato de arena, entra o
apaziguador, no caso, o apresentador Galvão Bueno ou Luiz Roberto de Múcio, para assim
conduzir a conversa tranquila ou organizar o processo comunicacional entre os participantes,
que por vezes geram um debate mais acalorado. Conforme Braga:
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Nessa perspectiva, a noção de “formato” inclui mas ultrapassa a descrição da
organização do produto e das táticas imediatamente visíveis, que se repetem, como
um molde para a identidade do programa. Assim, um “formato” é um modo de fazer
alguma coisa, de construir uma “conversação” em determinados ângulos, segundo
tais lógicas, conversação esta que se desenrola conforme uma variedade de
estratégias viabilizadas pelas “regras de funcionamento”. (Braga, 2006, p.2)
Apesar de um momento de batalha diante dessa arena, o cenário é composto por um grupo
musical convidado que canta antes do final de cada bloco, além dos músicos e cantores
fazerem análises amadoras sobre os assuntos em pauta. Para não parecer como se fosse
mesmo algo que possa ser negativo, as cores do programa ajudam a amenizar o cenário
competitivo e opinativo das respostas dos participantes. O azul e tons em prata são utilizados
para oferecer mais tranquilidade ao ambiente.
A televisão, além disso, utiliza-se de narrativas que complementam o programa em
destaque. Delas, são formatadas as perguntas e explanações, de acordo com que o narrador
achar conveniente de aprofundar ou até mesmo exprimir do assunto. Segundo Fechine (2013),
as narrações de adaptam às estratégias de veiculação:
As estratégias transmídias desenvolvidas pelos produtores contam com a disposição
e capacidade do público de operar com diferentes plataformas e empregar redes
sociais para se conectar de maneiras novas, moldando ativamente a circulação dos
conteúdos e desenvolvendo habilidades tanto para filtrar quanto para se envolver
amplamente com os produtos espalhados nas distintas mídias. (Fechine, 2013, p. 7)
A importância do cuidado e interesse em trazer o detalhe e até mesmo chamar a atenção
ao telespectador é a interatividade e meios diferentes em que a televisão está inserida na vida
das pessoas. Com a tecnologia avançada, percebe-se que a televisão pode ser encontrada em
diferentes locais, assim como Fechine (2013) chama atenção:
Na rua, a presença da TV é assegurada pela miniaturização e mobilidade das telas
móveis; em casa, o aumento das telas fixas, aliada à alta definição, garante o seu
predomínio sobre outros displays. Há outra constatação importante: estamos diante,
cada vez mais, da fragmentação e autonomia do público (Fechine, 2013, p.2).
Diante disso, Fechine (2013) analisa a utilização das novas “plataformas de
compartilhamento”, como ela chama, que representa o site onde o programa também se
insere, em que coloca um pouco de suas informações através de vídeos de trechos do
programa e informações noticiosas sobre o esporte tratado dentro do programa da semana.
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3 TELEJORNALISMO ESPORTIVO
O esporte, no sentido literal, descrito no dicionário online Dicio (2014), representa a
ação de exercícios físicos que podem ser realizados no formato individual ou coletivo, no qual
os jogos devem obedecer regras, e o mesmo desenvolve o físico do homem. Conhecidos
popularmente e oficialmente através dos Jogos Olímpicos de Verão de 1896, na Grécia, os
jogos proporcionaram algo lúdico para a época o que representava os países participantes. A
primeira Olimpíada exibida foi em 1936 realizadas em Berlim na Alemanha. Foi exibida em
telões na cidade, pois a televisão iniciava suas instalações.
Para descrever a vinculação do esporte à televisão e o entrelaçar da história entre os
mesmos, Betti explica que:
A televisão modificou a audiência do esporte em todo o mundo, e forçou-o a um
papel de dependência, à medida que o tornou menos capaz de subsistir com
espectadores ao vivo, dependendo do patrocínio resultante das transmissões
televisivas. (BETTI, 1997, p.34)
Desde a primeira transmissão futebolística na televisão em 1954, na Suíça, a tela
passou a aproximar o telespectador das partidas oferecendo comodidade. No Brasil, as
primeiras transmissões ocorreram em 1955, com intuito de obter audiência, conforme Araújo
(2012).
O telejornalismo esportivo, por sua vez, também usa de artifícios para modificação de
estrutura e linguagem.
Essas modificações históricas nos programas esportivos foram consolidando formas
específicas do fazer jornalístico e, também, das expectativas dos telespectadores
com relação a esse tipo de programa estabelecendo limites que indicam o que é
possível e o que não é (SILVA, 2005, p. 2).
Em relação ao papel da mídia no âmbito tele esportivo, Silva (2007) afirma que “a
mídia exerce papel importante nesta função de capturar públicos e captar recursos para o
campo esportivo, fazendo com que consiga atrair espectadores e a atenção da mídia, que passa
a ligar o esporte e o público”.
“Um dos produtos da televisão que mais vende no mundo todo é o esporte.”, afirma
Campos (2007). Essa visão é analisada pelo autor, em virtude da cultura da presença público-
torcedor nas partidas de futebol, já existente na época que se iniciam as transmissões do
esporte através da televisão. Devido à comodidade, optam pela televisão. O autor ainda afirma
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que o lucro das televisões é de tamanha proporção que a publicidade cresce cada vez mais em
cima de times.
Cashmore (1998) comenta que o “esporte em seu estado natural é insuficiente para o
espectador de TV: ele deseja que seja embalado e apresentado, como qualquer outra
mercadoria”. Isso se faz presente muito mais no momento em que nos encontramos, no qual
as pessoas preferem assistir, comentar e discutir através das redes sociais, ou até mesmo como
o autor coloca, as pessoas preferem jogar videogames e fazer os vídeos do que praticar o
esporte. Portanto, as pessoas que usufruem do esporte devem permanecer com maior
comodismo. Exemplo disso é o telejornalismo esportivo, que proporciona, com muita
intensidade pelos jogos transmitidos pela TV, os vários comentários oferecidos para as
diferentes visões que agrade os diversos públicos que assistem televisão. Pensando dessa
forma, o autor ainda ressalta a facilidade que a televisão proporciona com replays, cenas em
slow motion e detalhes do lance. Por isso, podemos ressaltar a importância do programa ser de
boa qualidade já que hoje são tantos canais e diferentes formatos de atrações esportivas que
mostram os mesmos lances.
O programa Bem, Amigos! é diferenciado, pois nele trata-se desses mesmos assuntos
comentados na mídia diariamente com um toque de leveza. Quando o tema fica muito pesado,
o apresentador chama uma pergunta oriunda da mensagem via internet, aproxima o
telespectador do programa ou até mesmo chama a banda para tocar uma música. Situação
inversa também ocorre e quando o assunto não flui o apresentador chama o comentário dos
jornalistas para aprofundar os assuntos em pauta.
Apesar de o jornalista exercer diversas funções e passar por diferentes editorias, ele
deve seguir a ética jornalística de produção, apuração e divulgação da matéria, em qualquer
que seja a editoria, segundo Coelho (2004). Porém, no âmbito do telejornalismo esportivo,
muitas vezes são convidados ex-atletas, técnicos e profissionais ligados às modalidades para
participar ou comentar no programa, para que possam assim oferecer maior experiência e
interatividade ao assunto, conforme Baggio (2012).
Segundo Silva (2005), a televisão pode ser categorizada em cinco gêneros: programas
jornalísticos, programas de auditório, blocos publicitários, ficção televisiva e reality show.
Para a autora, esses gêneros desmembram subgêneros, geralmente temáticos. Os programas
esportivos servem como exemplo.
Cashmore (1998) fala dos diferentes formatos que o jornalismo esportivo tem sido
apresentado, como debates, mesas redondas, entrevistas em edições semanais ou diárias.
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Passa, assim, a estar presente em diferentes formatos e horários da programação, já que
desperta o interesse dos telespectadores.
A linguagem do telejornalismo esportivo pode ser apresentada em um formato
diferenciado. Porém, Bravo (2009) acredita que há “exagero nas produções televisivas”, pois
defende que há uma “confusão entre textos sensacionalistas e descontraídos”. O autor contesta
o formato do texto, mas acredita que o jornalismo esportivo exerce funções emocionais nos
telespectadores, e assim apresenta-se como “espetáculo”, como ele descreve.
Antes dos anos 60, a disseminação do esporte em massa e a televisão consolidada
geraram certa rivalidade entre o meio e autoridades esportivas, pois estes achavam que, com a
transmissão ao vivo dos diversos jogos, o público não frequentaria ou diminuiria
significativamente o número de pagantes nos estádios. Entretanto, o desenrolar ocorre
conforme Betti (1997) explica:
Com o aparecimento do sistema de satélites para transmissões a longa distância, ao
vivo, a partir dos anos 60, esporte e televisão passaram a partilhar de uma "relação
simbiôntica", o que significa que eles apoiam-se mutuamente, e dependem um do
outro, especialmente no plano econômico (BETTI, 1997, p. 35).
O jornalismo esportivo é destaque quase todos os dias em jornais, televisão e rádio, é
um assunto comentado e discutido por adultos, jovens, e crianças. Por esse consumo saudável
de jornalismo esportivo, as redações têm equipes especializadas e grandes para dar conta de
cobrir os fatos esportivos, como explica Silva (2003). A autora descreve um panorama geral
de como é o cenário esportivo na televisão:
Na TV, existem cerca de 50 programas especializados em esportes distribuídos na
televisão aberta e nos canais especializados por assinatura, sem contar com as
transmissões ao vivo e as coberturas especiais (SILVA, 2003, p.27).
Analisando o esporte como o produto midiático mais rentável da televisão, o futebol
pela sua paixão nacional é um dos mais vendidos, segundo Campos (2007). Como pode-se
perceber neste momento em que vive-se a Copa do Mundo, um evento midiático que por sua
vez ganha destaque nos programas esportivos pela sua grandeza de estrutura e mobilização
financeira dos países envolvidos em envio de atletas e rivalidade de equipes, movimentação
na economia e turismo. Além do princípio da midiatização do esporte, que é a exposição do
país-sede e seus rivais.
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Além disso, podemos levar em consideração que o futebol é uma das economias que
exerce movimentação milionária de investimento em empresas televisivas e seus craques, que
depois serão destaque em outros meios midiáticos.
Coelho (2004) destaca o mercado em alta em no ano 2000, no qual percebia-se uma
ascensão do jornalista, principalmente esportivo, inclusive tratando-se de remuneração, porém
não a boa fase durou pouco e em 2001 muitos foram demitidos, pois os profissionais
experientes na área poderiam ser substituídos por outros de menor valor salarial. Por isso ele
afirma que os jovens jornalistas ainda começam pelas editorias de esporte e cidade.
O jornalista que opta pelo jornalismo esportivo muitas vezes acaba por achar que irá
escrever somente sobre futebol. Coelho (2004) levanta um ponto importante sobre a editoria,
que esporte não é sinônimo de futebol. Ele deixa claro que isso pode ser claramente
confundido para aqueles profissionais que são apaixonados por algum esporte em específico,
como futebol, vôlei, basquete, etc. Portanto, o jornalista, segundo o autor, precisa cobrir
qualquer esporte e se dedicar com o mesmo profissionalismo em qualquer modalidade,
oferecendo a mesma importância tanto para uma como para outra. Isso claramente é
evidenciado no programa analisado na pesquisa, pois ele traz como pauta os assuntos do
esporte em destaque na semana, mas não deixa de lado os outros.
Geralmente é futebol o principal ponto de partida do programa, mas isso não impede
de também estar ao lado do técnico de um time de futebol o corredor de Fórmula 1, para que
isso também sirva de interação entre os mesmos. Um falando do esporte do outro, seja por
situação pessoal ou até mesmo opinativa de acordo com o que o apresentador conduzir e
chamar a atenção para o assunto.
O autor ainda destaca a importância de ser jornalista esportivo e para com o cuidado
com os princípios da profissão, como checar a informação. Isso é de extrema importância para
qualquer programa ou assunto, porém, alguns casos já foram expostos ao vivo sem a devida
checagem e depois ganharam diversos comentários nas redes sociais. Exemplo mais próximo
disso foi no “Jornal do Almoço”, onde Paulo Brito, jornalista esportivo da RBS TV, anunciou
ao vivo a contratação de Enrico Cabrito pelo Grêmio.
O jogador nunca existiu e o jornalista esportivo falhou ao não conferir a informação
antes de anunciar ou querer “dar o furo”, como os profissionais da área costumam dizer.
Entretanto, Coelho (2004) comenta que a experiência do jornalista é que vai ensinar a ele
como deve tratar a informação. E isso pode-se visualizar no programa Bem, Amigos!, onde
Galvão Bueno e Luís Roberto já têm anos de experiência com o jornalismo esportivo,
principalmente com narração. Como o autor explica, Galvão e Luís Roberto têm tantos jogos
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narrados e diferentes entradas ao vivo na televisão com improvisação, que isso dá segurança
aos mesmos.
Coelho (2004) defende que a televisão exibe os jogos de futebol como um show.
Porém, ele destaca uma das emissoras, a Globo, que exalta apenas os pontos positivos da
partida, ao contrário das outras, que falam da condição do gramado ruim, estádios com pouca
estrutura, etc.
Outra questão é levantada quando falamos de telejornalismo esportivo, entre elas está
TV aberta ou por assinatura. A TV por assinatura, no Brasil, conforme Coelho (2004), teve
seu início em 1991, “quando a Globosat e a TVA colocaram suas programações no ar.”
Apesar de as duas terem começado na mesma época, a Globosat, com a SporTV, saiu na
frente por proporcionar maior alcance e qualidade. A TVA começou sua transmissão
esportiva um ano após a SporTV. Com isso, a Globosat saia mais uma vez na frente pela
quantidade de assinantes para arrecadar patrocinadores. Diante disso, a Globosat assinou com
a CBF para transmitir jogos organizados pela mesma, enquanto a TVA Esportes assinou com
o Clube dos Treze para a transmissão dos jogos dos filiados à entidade. Foi então que
iniciaram as transmissões esportivas dos jogos de futebol pela transmissão por assinatura.
Desde as primeiras transmissões de futebol, viu-se a necessidade de criação de novos
formatos para abordar a modalidade e outros esportes que estavam sendo veiculados, como
reportagens e debates. Surgiu o programa Bem Amigos, por exemplo. A atração discute o
esporte com atletas, técnicos, além de pessoas habilitadas e pesquisadoras sobre as
modalidades, e oferece a oportunidade de interação com o público que está em casa.
3.1 O PROGRAMA BEM, AMIGOS!
O programa Bem, Amigos! completa 11 anos em 2014 e recebeu este nome por meio
do apresentador “principal” Galvão Bueno. No programa especial em 2013, que marcou os 10
anos da atração esportiva, o narrador lembrou de como foi: “Não sabia se dava bom dia ou
boa noite, travei e saiu ‘Bem, amigos!’. Nome estranho para um programa, mas colou”. Este
bordão, como é chamado por jornalistas, foi criado em 1983 durante uma transmissão ao vivo
longe do Brasil.
As edições semanais ao vivo ganham espaço no canal por assinatura SporTV, todas as
segundas-feiras, às 21 horas, com duração diferenciada de duas horas, já que programas
esportivos duram de cerca de 30 minutos a uma hora de entrevista e notícias.
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A atração esportiva conta com a apresentação do narrador e jornalista esportivo
Galvão Bueno. Apesar de que, em 2013, ele esteve no programa quase como um convidado,
já que apresentou poucas edições pelas atividades extras como narrador da Fórmula 1 e
envolvimento com a Copa do Mundo e outros eventos esportivos. Mas quando a presença de
Galvão não se faz possível no programa, entra em campo um time de substitutos, como o
narrador esportivo Luís Roberto de Múcio, Cléber Machado, Luiz Carlos Júnior, Milton Leite,
Rogério Correa e Jader Rocha.
A composição do programa também é dada por comentaristas que se revezam, como
Arnaldo Cezar Coelho, Caio Ribeiro, Alberto Helena Júnior, Cléber Machado, Bob Faria e
Marco Antônio Rodrigues. Esses comentaristas são responsáveis, como o nome já está
relacionado, pelos comentários opinativos e novas informações, já que a maioria é jornalista.
Eles estão sempre acompanhando os assuntos esportivos e aptos a falar sobre qualquer um
que seja levantado durante o programa. O ex-árbitro e comentarista Arnaldo Cezar Coelho
também tem uma participação extra no programa com um quadro chamado de “Pegadinha do
Arnaldo”, em que ele oferece um jantar aos participantes do programa para quem acertar a
pergunta que feita a respeito de um lance duvidoso para a arbitragem.
Outros componentes que fazem parte do programa são os convidados artistas e
esportistas. Geralmente são pessoas ligadas ao esporte que tiveram destaque na semana que
antecede o programa, ou que vão disputar algo importante nos próximos dias. Sua importância
se dá pela dinamicidade que a presença deles oferece, por esclarecimento de algumas
situações inusitadas, e também para trazer informações mais claras de como está a situação
esportiva no país e suas diferenças em âmbito mundial.
Para que as pessoas que acompanham o programa possam fazer parte e dar sua
opinião, a jornalista Joana de Assis cuida das redes sociais, filtra as informações e faz
perguntas pertinentes, conforme ao assunto em destaque, para os convidados.
Como podemos perceber que matérias esportivas geralmente são compostas com trilha
que dá o ritmo ao assunto, até mesmo quando o jogador faz três gols pode pedir música,
percebe-se então a ligação do esporte com a música na televisão. Por isso, o programa com
duas horas de duração não poderia deixar de ter apresentações musicais. No programa em
comemoração aos 10 anos, Galvão comenta que a música no programa iniciou antes do
mesmo existir, quando ele reuniu na Copa de 1998 um grupo de comentaristas e amigos:
“Havia umas latas de lixo coloridas, o Pelé começou a batucar e cantar, meio desafinado, mas
o que eu ia dizer ao Pelé? (risos) Ali estava a semente do ‘Bem Amigos”. No programa, as
atrações musicais são de diferentes estilos, constitui-se por diversos ritmos, como samba, pop
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e rock. Porém, o ritmo e a banda geralmente não estão ligados ao momento e sim à agenda
dos músicos. Nesse contexto, o programa se inter-relaciona entre apresentador-condutor dos
assuntos, convidados, comentaristas e músicos.
3.2 GALVÃO BUENO
De acordo com Globo Esporte (2014) e Museu da TV (2014), uma das vozes mais
conhecidas da televisão brasileira é chamada de Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno, ou
mais conhecido como Galvão Bueno. Ele é filho da atriz de rádio teatro e TV Mildred dos
Santos e do redator Aldo Viana Galvão Bueno. Galvão Bueno nasceu em 21 de julho de 1950
no Rio de Janeiro, onde passou seus primeiros anos de vida. Quando tinha seis anos mudou-se
para São Paulo, onde sua mãe casou-se novamente com Celso Garcia, a quem considera como
pai.
Galvão, quando pequeno, já demonstrava interesse pelo esporte. A mãe dizia que ele
costumava se dar bem em português e quando fez o seu primeiro teste vocacional destacou-se
no dom da oratória, pois falava e expressava-se muito bem. O menino travesso, como relata a
mãe, gostava de ouvir rádio e fazer as próprias narrações.
Não apenas Galvão se destacou na narração de eventos esportivos como iniciou como
atleta jogando vôlei, futebol, handebol, entre outros, mas ele não teve destaque em nenhum
deles. O talento mesmo ficou para a profissão atual. Aos 15 anos mudou-se para Brasília e lá
conheceu Lúcia, jogadora de vôlei, com quem casou-se aos 22 anos.
Mas a sua iniciação no mercado de trabalho foi em uma fábrica de materiais plásticos,
porém, logo depois e ainda muito jovem decidiu trabalhar com uma rádio em São Paulo. Em
seguida foi para a televisão. Passou pela TV Gazeta, Rede Record, Rede Bandeirantes, até
chegar a Rede Globo, onde está até hoje.
O trabalho logo tomou destaque, já que as coberturas foram de grande importância
para a televisão brasileira. Em 1983, tornou-se o narrador oficial da Fórmula 1. Galvão
Bueno, então, tomou importância pela presença em narrações de diferentes esportes, com seu
bordão Bem, Amigos. Como um dos ícones da narração, Galvão recebe não só elogios mas
muitas críticas, também, dos telespectadores e até de colegas.
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3.3 LUÍS ROBERTO DE MÚCIO
De acordo com Memorial da Globo (2014) Luís Roberto de Múcio, filho de eletricista
e dona de casa, nasceu em 29 de maio de 1961, em São João da Boa Vista (SP), onde ficou até
os seus três anos de idade. Apesar do sonho de ser arquiteto, o menino resolveu fazer
jornalismo em Campinas (SP), interesse na área desde que começou a editar o jornal da
escola.
A primeira experiência com a profissão foi ainda na sua cidade natal em uma rádio
chamada de Piratininga. O trabalho era ler a coluna que escrevia sobre futebol. Com o convite
para participar de coberturas de jogos da cidade, Luís Roberto se destacou e então foi
naturalmente passando para a narração esportiva. Em 1984, o narrador já estava na Rádio
Cultura, de Santos (SP), onde pôde cobrir os jogos da Copa Libertadores. No mesmo ano, foi
para São Paulo. Na Rádio Gazeta, narrou jogos da Copa do Mundo de 1986. Em seguida, ele
foi trabalhar na Rádio Globo e ganhou diversos prêmios pelas narrações em coberturas de
grande visualização.
O trabalho na televisão foi devido ao seu prestígio como narrador esportivo na Rádio
Globo. Foi então que Luís Roberto se aventurou na TV Manchete, com comentários. Depois,
passou pela ESPN, com narrações e participações em programas do canal.
O convite para que a história começasse na Globo se deu por meio de dois fatos: um
deles em uma transmissão ao vivo no Campeonato Paulista, o empecilho era o dia chuvoso
em que o jogo atrasou uma hora, no qual teve que seguir com informações e comentários até
que a bola rolasse. O outro fato aconteceu quando foi escalado de última hora para narrar uma
luta de boxe. Foi, então, que Luís Roberto de Múcio acabou convidado, por Marco Mora,
executivo do Esporte em São Paulo, e Luiz Fernando Lima diretor do Central Globo de
Esportes, para trabalhar na TV Globo.
Desde então, Luís Roberto faz narração de jogos de futebol, entre outros esportes,
participação em programas, no qual um deles é o Bem, Amigos!.
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4 PRÁTICAS INTERACIONAIS
Para falar de práticas interacionais, partimos do sentido literal das palavras. No
dicionário online Dicio (2014), entende-se prática por discurso utilizado nos intervalos de
missas, processo, maneira de fazer, prática engenhosa, execução de algo que se projetou, em
que seu sentido pode também ser entendido como sinônimo de: uso, costume, convenção,
experiência, hábito, pôr em prática ou realizar.
Colocado em evidência o significado de prática, vamos destacar o significado de
interação para melhor entendimento do contexto de práticas interacionais. Portanto, segundo
o Dicio (2014), interação conceitua-se como influência recíproca, interação ligada à prática,
porém, o seu sentido está dividido em três âmbitos da física, sociologia e psicologia. Na
interação ligada a física, compreende-se quaisquer processos em que o resultado do estado de
suas partículas é influenciado pela ação de outra partícula. Já no sentido da sociologia,
entende-se por agrupamento das relações ou ações entre os indivíduos pertencentes a um
determinado grupo ou entre os grupos de uma mesma sociedade. Por fim, na psicologia, o
sentido é o fenômeno que permite a certo número de indivíduos constituir um grupo, e que
consiste no fato de que o comportamento de cada indivíduo se torna um estímulo para outro.
Precisa-se desta compreensão literal do sentido das palavras para que possamos
analisar o conjunto dessas práticas interacionais, realizadas durante a condução do programa
Bem, Amigos! pelos apresentadores Galvão Bueno e Luís Roberto de Múcio, junto de seus
convidados e participantes.
Para Braga (2006), o sistema de interação social sobre a mídia é um sistema de
circulação. Ele afirma que os sentidos devem circular dentro da sociedade para assim fazer
parte da cultura. Reafirma que esta forma de circulação está compreendida no sistema de
interação social, e devemos diferenciá-la. Para compreender o que o autor chama de
circulação, baseamo-nos nos exemplos citados por ele, em que o importante é que um grupo
tenha lido o mesmo livro ou ouvido o mesmo tipo de música e assim buscado informações
para “conversarem” a respeito, buscando nesses meios o assunto em comum. Braga ainda
distingue a circulação midiática que se define em duas ordens. “Devemos então distinguir: o
que a mídia veicula e o que, tendo sido veiculado pela mídia, depois circula na sociedade”
(Braga, 2006, p.28). Devido à afirmação, o que ele busca é a segunda ordem, onde apresenta
uma resposta por parte da sociedade.
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O programa Bem, Amigos!, para cativar e “prender” o telespectador, precisa de um
formato elaborado e pensado para que se torne atrativo e ofereça uma identidade visível à
quem consuma. Mas, para Braga (2006), o formato não é apenas isso e vai além do olhar
superficial que o telespectador possa perceber: “[...] Um “formato” é um modo de fazer
alguma coisa, de construir uma “conversação” em determinados ângulos, segundo tais
lógicas, conversação esta que se desenrola conforme uma variedade de estratégias
viabilizadas pelas “regras de funcionamento”. Porém, não se trata apenas de entrevista, como
ressalta ele, mas sim de diálogos de conversação entre os presentes no programa/estúdio.
Ainda, para o autor, o formato é construído para o consumidor através do olhar que os
produtores querem que seja visto, para que seja compreendido com uma certa linearidade,
onde o espectador possa saber o que haverá em cada bloco, por exemplo.
Fatores, como o ambiente a ser realizada a entrevista, também podem interferir na
interação entre entrevistado e entrevistador, como justifica Queiroz et al.:
Outros fatores poderiam interferir na questão da in/formalidade da situação: a
preparação do ambiente, a presença das entrevistadoras, o gravador (neste caso a
câmera digital), o contato que antecedeu o encontro, a consciência por parte do
entrevistado de que o objetivo do encontro, da perspectiva da instituição de pesquisa
que o programou, era observar a linguagem de pessoas consideradas usuárias da
norma culta (QUEIROZ ET AL., 2008, p. 8)
Não apenas pela entrevista, mas precisamos analisar o meio que ela está inserida,
assim como vamos nos dar o direito de não ficar apenas na análise da entrevista, mas sim
permear o tento como um todo, enquanto condução de entrevista, apresentação, oferecer a
palavra ao convidado ou comentarista, modo de se comunicar, entre outros, que podem ser
influenciados pelos fatores que Queiroz (2008) cita.
Para falarmos das práticas interacionais dos apresentadores com os demais
componentes do programa, levamos em consideração a mediação, um fator relevante na
análise dos mesmos. Mattos et al. (2012, p. 33), traz o conceito de mediação para que
possamos ter como base o que será analisado. Segundo ele, “em perspectiva genérica, uma
mediação corresponde a um processo em que um elemento é intercalado entre sujeitos e/ou
ações diversas, organizando as relações entre estes.” Dessa forma, ele nos mostra que a
mediação pode ser a relação do ser humano ao que está ao seu redor, o jeito que se porta
diante dos outros. Para o autor, essa relação deve sempre estar atrelada à realidade e isso pode
ser influenciado pela sua posição social, cultural e psicológica. No caso do programa que está
em análise, Bem, Amigos!, podemos levar em consideração as influências citadas por Braga,
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como a linguagem, a história de vida, a inserção de classe, as experiências práticas e o
“mundo local”, o trabalho, a educação formal recebida, os campos sociais de inserção.
O processo de interação é instigado pelo apresentador. No programa em análise, pode-
se observar as conversas informais para dar início a aproximação do entrevistado. Quando o
assunto começa a perder força, o apresentador chama matérias referentes ao tema em
discussão ou até mesmo um comentarista para gerar a ligação entre as pessoas presentes no
programa, além de gerar maior interação entre os meios.
Rodrigues (2007), autora de uma experiência com alunos de uma escola sobre práticas
interacionais, conclui que a interação são assuntos que circulam, são os processos que fazem
com que aconteça, os discursos, as pautas, as agendas e a linguagem, pois esses processos
fazem com que haja novas formas de socialização. “A interação serve da observação para o
que fazemos e como fazemos com a tecnologia e com a linguagem, assim sendo ela é central
para o estudo da midiatização”, observa Rodrigues (2007, p. 7).
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5 METODOLOGIA
O percurso metodológico leva a cabo a análise da condução dos apresentadores
Galvão Bueno e Luís Roberto de Múcio no programa Bem, Amigos!, no canal SporTV. Para
isso, são trazidos conceitos de telejornalismo, telejornalismo esportivo e práticas interacionais
para referendar teoricamente o trabalho.
O objeto pesquisado foi escolhido pela vontade de conhecer mais sobre o mundo do
telejornalismo esportivo e a forma que o programa bem, Amigos! é desenvolvido a partir dos
seus apresentadores. O programa televisivo Bem, Amigos! vai ao ar toda segunda-feira, a
partir das 21h, no canal por assinatura SporTV.
A análise envolve duas edições do programa, uma conduzida pelo titular Galvão
Bueno e outra pelo substituto Luís Roberto de Múcio. Assim, esperamos identificar e
compreender as práticas interacionais utilizadas pelos dois apresentadores na condução do
programa e na relação com os demais participantes.
Pelo momento em que se encontra o telejornalismo esportivo, pela Copa do Mundo na
qual somos país sede e toda a midiatização, acredito ser válida a análise desses programas
para compreender o modo que os jornalistas analisados portam-se ao tratar assuntos
esportivos no ano de 2014.
O trabalho consiste, inicialmente, numa descrição aprofundada de cada uma das duas
edições escolhidas, levando em conta a condução do programa por Galvão Bueno e Luís
Roberto, através de suas narrativas em cada momento dos blocos.
Para que a pesquisa fosse desenvolvida, foram acompanhadas as edições do programa
Bem Amigos!, desde o segundo semestre de 2013, para que pudéssemos ter um olhar mais
aprofundado sobre os apresentadores. Desde então, os encontros com o professor-orientador
ocorreram semanalmente, para a discussão de como estava o andamento da pesquisa.
Seguindo a linha de raciocínio da escolha para analisar a condução pelos
apresentadores Galvão Bueno e Luís Roberto de Múcio do programa Bem, Amigos!, optamos
pela escolha de dois programas aleatórios sendo um exibido em dezembro de 2013 e outro em
maio de 2014 .
Para a análise dos programas, levou-se em consideração a partir do conceito de
práticas interacionais categorias tais como : condução do programa (mediação), observância
com o tempo, observância do figurino, linguagem (verbal, gestual) e interação com os
convidados.
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O primeiro tópico, a duração do programa, foi analisado para saber qual era o tempo
total de cada edição e quantos minutos estavam dispostos para cada bloco e cada assunto,
diante da narrativa e condução de cada apresentador. Os blocos foram analisados para
identificar como eles estavam construídos e o formato adotado em cada um. O cenário
também mereceu importância pelas suas cores e localização onde as pessoas estavam
dispostas para que os apresentadores conseguissem interagir com todas.
Por fim, a análise recaiu sobre os personagens da pesquisa, Galvão Bueno e Luís
Roberto de Múcio, mas também foi levada em consideração a participação dos comentaristas
fixos, da jornalista que fica na internet para interação com as pessoas que estavam
consumindo pela web, além dos convidados que contemplavam pessoas ligadas ao esporte,
como técnicos e jogadores, assim como dirigentes e os próprios músicos.
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6 DESCRIÇÃO DOS PROGRAMAS
6.1 DESCRIÇÃO DO BEM, AMIGOS! NA CONDUÇÃO DE LUÍS ROBERTO
O programa a ser descrito é uma amostra aleatória escolhida para análise do
apresentador Luís Roberto de Múcio em comparação a Galvão Bueno. Partimos então da data
que o programa foi ao ar, dia 5 de maio de 2014, segunda-feira, pontualmente às 21 horas, no
canal por assinatura SporTv. O programa antecedeu a divulgação da listagem de convocação
dos jogadores da Seleção Brasileira de Futebol para a Copa do Mundo de 2014.
O apresentador Luís Roberto vestiu-se com sapatos escuros, calça jeans escura, camisa
azul clara e blazer cinza. Os convidados da noite foram Luiz Ayrão e banda, Adenor
Leonardo Bacchi, o Tite, ex-técnico do Corinthians e cotado para treinar a Seleção Brasileira
de Futebol depois da Copa, Cléber Machado, narrador esportivo, Arnaldo Cezar Coelho, ex-
árbitro de futebol e comentarista, Wagner Vilaron, jornalista e comentarista, Alberto Helena
Júnior, jornalista e comentarista, Caio Ribeiro Decoussau ex-jogador e comentarista, e Joanna
de Assis, jornalista.
A edição começou tradicionalmente com a vinheta de abertura de 10 segundos, com
sons de apitos de árbitros, gritos da torcida e tênis na quadra de futsal, imagens de diferentes
esportes, e a marca Bem, Amigos!. Em seguida, antes das boas vindas do apresentador Luís
Roberto, um clip com imagens de gols marcados no fim de semana ao som da música Garoto
de Camisa Amarela, de Luiz Ayrão, e imagens do ex-treinador do Corinthians, Adenor
Leonardo Bacchi, o Tite. Logo ao final do vídeo, Luís Roberto, com sorriso estampado no
rosto, atrás da bancada, falou esfregando as mãos:
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Figura 1 – Luíz Roberto no início do programa Bem, Amigos!
“Você que se liga no canal campeão, estamos chegando com o Bem, Amigos! Nesse ritmo, o
garoto da camisa amarela rapaz, quem falou que Luiz Ayrão ia passar em branco na Copa do
Brasil”. Logo, dirigiu-se ao próprio Luiz Ayrão, convidado para o programa, e o
cumprimentou com um aperto de mão, chamando-o de meu chará.
Figura 2 – Luís Roberto cumprimenta Luiz Ayrão.
Perguntou ao músico se o microfone estava ok, e disse que, se não estivesse, era para
avisar a ele. O músico respondeu que estava tudo bem e, em seguida, o apresentador se dirigiu
mais próximo do mesmo e fez uma pergunta: “Eu vi que o garoto da camisa amarela faz
algumas versões”? Ayrão respondeu, e Luís Roberto, saudando mais uma vez com aplausos,
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falou: “Garoto, você mais uma vez bem-vindo, obrigado por tê-lo aqui”. Com um instrumento
desconhecido do apresentador, ele chegou mais perto agradecendo a banda pela presença e
perguntando o nome do instrumento (tamburica), chamou o cinegrafista para perto dele e
tocou no instrumento para ouvir o barulho do mesmo. Se dirigiu ao músico que tocou a
tamburica, chamando-o de garoto, e perguntou sobre o instrumento. Agradeceu, mais uma
vez, pela banda estar presente no programa e os chamou de time.
Voltou, então, de costas para a bancada dizendo ao cinegrafista que tomasse cuidado
para não cair, e foi apresentar o convidado especial. Se aproximou de Tite, que se levantou, e
apertou a mão do mesmo, junto de um abraço dizendo: - “Adenor Bacchi, rapaz, os vivos
aparecem, grande Tite, que bom que você veio”.
Figura 3 – Luís Roberto cumprimenta Tite.
Tite agradeceu pelo convite, e Luís Roberto pediu que os dois se sentassem um
próximo ao outro. Quando eles sentaram, o apresentador observou que os dois estavam com
os mesmos sapatos. Eles acharam graça e brincaram com a situação de que o treinador estava
pobre.
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Figura 4 – Luís Roberto toca em Tite.
Com um toque na perna do treinador, Luís Roberto questionou: “Como é passar este
tempo sabático, é divertido é legal, faz parte? Tite, então, respondeu a questão, exaltando a
palavra rebuscada que o apresentador utilizou. Cléber Machado interrompeu Tite e fez uma
brincadeira com o mesmo, da mesma forma o ex-árbitro de futebol e comentarista do
programa Arnaldo Cezar Coelho se dirigiu ao técnico e outra pergunta. O apresentador
perguntou ao técnico: “Com quantos anos você parou de jogar futebol”? Tite respondeu e Luís
Roberto continuou interrogando: “Com qual joelho que teve o problema que fez ele parar”?
Enquanto o treinador respondia, o apresentador repetia entoando a informação: “27 anos”....
“nos dois?” Luís Roberto voltou a questionar sobre a carreira: “Qual foi o melhor momento
do Tite”?
Cléber Machado, mais uma vez, comentou e informou sobre a época. Luís Roberto
comentou o assunto do time onde Tite jogava dizendo: “Certamente, esses nomes hoje você
não vai esquecer nunca mais, quando você que tem 15 anos que está vendo com Cristiano
Ronaldo, daqui 50 anos você vai falar como se fosse ...”. Cleber Machado interrompeu Tite
para opinar.
Sentado ao lado de Tite, Luís Roberto tocou a mão do entrevistado para que ele
falasse, comentasse, concordasse ou até discordasse. Depois do comentário, o apresentador
virou o corpo para frente da poltrona e falou com Alberto Helena Júnior, que estava do outro
lado do cenário, perguntando sua opinião sobre como Tite jogava. O apresentador voltou seu
corpo mais uma vez ao entrevistado e perguntou: “Tite, a gente está na porta da Copa do
Mundo, a Seleção Brasileira vive, talvez assim, um pré-copa em um momento talvez mais
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sereno das últimas Copas, 2010 o time estava pronto mas houve uma certa pressão por conta
de Neymar e Ganso e tal, e 2006, depois que o time chegou na Alemanha, vários jogadores
acima do peso, houve uma controversa muito grande e tal, mas de qualquer forma todo mundo
sabe que o Felipão, terminada a Copa do Mundo, ele vai fazer outra coisa da vida dele e se dá
como certo que você será o cara, como que é conviver com isso? Falar disso todos os dias
com as pessoas? Já assinou contrato”? Ao longo da exposição, Luís Roberto gesticulou com
os braços, abrindo e fechando, e cruzou as pernas.
Tite respondeu a pergunta e relembrou um momento com Caio. O comentarista do
programa pediu autorização ao apresentador para contar e falar sobre a história. Com alguns
comentários paralelos sobre o assunto, todos acabaram rindo juntos. Arnaldo ainda insistiu na
história de Tite e fez uma pergunta a Caio. Ele respondeu e, mais uma vez, os comentários ao
mesmo tempo tomaram conta do programa. Depois que tudo se acalmou, naturalmente, a
conversa começou a fluir novamente com os comentaristas fazendo perguntas ao técnico.
Enquanto Tite respondia, Luís Roberto fazia breves comentários de brincadeiras, tocando a
perna do entrevistado.
Depois de cinco minutos calado, o apresentador voltou a falar e expressar um
comentário a respeito do assunto. Com isso, Tite começou a também expressar a sua opinião
sobre os jogadores e tocou o braço de Luís Roberto, mostrando estar tranquilo para falar sobre
o assunto. Em seguida, Cléber Machado voltou a perguntar sobre técnicos e elenco de
jogadores. Enquanto Tite respondia a pergunta, Luís olhava o relógio e descruzava as pernas,
acomodando-se para se levantar. Em uma pausa de respiro de Tite, o apresentador foi até a
bancada e opinou sobre o assunto dos jogadores e treinadores no Brasil.
Figura 5 – Luís Roberto na bancada.
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Concluindo o pensamento, o apresentador dirigiu-se ao outro lado do cenário, à direita
da televisão, sentando-se na guarda da poltrona, onde cumprimentou Wagner Vilaron com
aperto de mão, se desculpando por não ter lhe apresentado anteriormente, e fazendo uma
brincadeira com o convidado sobre a saudade de conversar com Tite. Vilaron, então,
comentou e elogiou o treinador pela sua carreira, além de trazer a informação, em forma de
pergunta, a respeito de Tite ter saído do Corinthians. Tite respondeu a Vilaron e o
apresentador voltou à bancada, cruzando os braços e prestando atenção no treinador. Ao
encerrar o pensamento, os comentaristas intensificaram a pergunta sobre o assunto de Tite
ficar ou não no Corinthians.
Luís Roberto percebeu que Tite se sentiu incomodado com a pergunta, interferiu e foi
ao encontro de Joanna de Assis: “Joanna de Assis, voltando de férias, tudo bem Joanna? Seja
bem-vinda. E essa câmera que você tem aí”? Ela respondeu, agradecendo as boas vindas e
dizendo que não é dela a câmera.
Figura 6 – Luís Roberto conversa com Joana de Assis.
Desconfiados, todos começaram a rir. O apresentador se voltou ao músico Luiz Ayrão
e ele comentou que é dele. Prontamente, Joanna disse que iria cuidar bem dela. Luís Roberto
ficou circulando em meio ao cenário, ainda com os braços entrelaçados, e sorriso no rosto.
Depois dos comentários a respeito da câmera, o apresentador pediu à Joanna que informasse o
endereço das redes sociais do Bem, Amigos!, para que os internautas pudessem mandar
sugestões, dúvidas e informações para e sobre os convidados. Joanna, então, se dirigiu a
Arnaldo para que também ressaltasse o endereço. Em seguida, Joanna disse que tinha uma
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pergunta a Tite, mas Luís Roberto disse que estava com o tempo esgotado do primeiro bloco e
pediu que começasse com a pergunta no próximo bloco. Contudo, Arnaldo fez mais uma
pergunta a Tite, e Luís Roberto se aproximou deles, apoiando-se na guarda do sofá e bancada.
O treinador respondeu a pergunta e logo quando Arnaldo fez uma intervenção com pergunta,
Luís Roberto também trouxe a informação e opinião sobre o assunto. Cléber e Arnaldo
também fizeram suas colocações, e o ex-árbitro chamou um lance no vídeo para exemplificar
e ilustrar o que queria dizer. Outra vez chamou atenção para outro lance de um jogo diferente,
e falou sobre a arbitragem. Helena Júnior também comentou sobre lances faltosos e jornalistas
que falam sobre o romantismo do futebol. O apresentador se dirigiu ao lado direito da
televisão, ficando próximo aos comentaristas fixos do programa, e cruzou os braços. Depois
da explanação de Helena Júnior, a discussão se alastrou e todos falavam ao mesmo tempo.
Luís Roberto disse que precisava encerrar o bloco e fez um breve comentário sobre o assunto.
As opiniões contrárias surgiram de Tite e Cléber, entretanto, o apresentador se dirigiu à banda,
onde ficou de costas para a câmera e pediu para tocarem: “Torre de tamburins”. Contudo,
deixou Ayrão falar sobre a honra de estar no programa, revendo os integrantes desta edição.
Luís Roberto então disse: “Luiz, vamos começar com Garoto da Camisa Amarela”? Ele
respondeu: “Não, vamos começar com Bola Dividida”. Luís Roberto confirmou: “Bola
Dividida, então, pronto para atender o pedido do Cléber Machado”. O apresentador ainda
saudou Ayrão com um aperto de mão e chamou o intervalo: “Gente, Luiz Ayrão, com Bola
Dividida, a gente fecha este primeiro bloco”. Luiz Ayrão cantou a música e, no final dela, o
apresentador aplaudiu e disse: “Luiz Ayrão, garoto, muito bom, e daqui a pouco nós voltamos
na sequência do Bem, Amigos!.” Ao final, rodou a trilha do programa para encerrar o bloco.
Na volta do segundo bloco, Luís Roberto segurava um livro em suas mãos e, olhando
para ele, falou: “Estamos de volta na sequência do Bem, Amigos!, o Luiz Ayrão, além de
compor, cantar, etc e tal, ainda é escritor”.
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Figura 7 – Luís Roberto mostrando livro de Luiz Ayrão.
Então, leu a dedicatória escrita por Ayrão no exemplar deixado ao apresentador,
mostrou o livro à câmera, lendo o título, e comentou a foto da capa, na qual o músico estava
sem barba. Ayrão comentou que o ato foi pela fase do livro. Luís Roberto pediu que ele
contasse mais sobre o livro e, dessa forma, o cantor falou sobre o assunto tratado. Ainda com
o livro em suas mãos, o apresentador falou dos nomes escritos na capa. Enquanto isso, mais
perguntas sobre o livro foram feitas pelos comentaristas a Ayrão. O músico respondeu e Luís
Roberto interrompeu os assuntos paralelos para chamar Joanna de Assis, dizendo ter
prometido que faria a pergunta inicial a Tite. Ela disse quem fez a pergunta e repassou-a ao
treinador. Tite agradeceu, e respondeu a pergunta. Luís Roberto, da bancada, indagou ao
treinador também sobre o assunto. Porém, não paravam de surgir perguntas a Tite, e ele, com
bom humor, respondeu gargalhando. Luís Roberto se posicionou entre a bancada e o sofá e
perguntou ao técnico a opinião dele sobre surpresas da lista da Seleção Brasileira. Tite,
convicto e sério, respondeu: “Sim”. Cléber Machado indagou o que significava surpresa e
quem poderia ser. Tite falou de um goleiro, e as opiniões entre os comentaristas divergiram.
Luís Roberto interferiu e disse que Tite estava fugindo da surpresa e foi sentar ao lado do
mesmo, deu um toque na perna do treinador e disse: “Conta pra gente essa surpresa”, cruzou
as pernas, inclinou-se próximo de Tite e aguardou a resposta. Os comentaristas começaram a
adivinhar as possíveis surpresas, enquanto o apresentador opinava sobre o assunto. Enquanto
surgiam os palpites dos comentaristas, Luís Roberto concordava ou discordava deles. Depois
do assunto cessar, o apresentador começou a perguntar a cada um dos componentes presentes
sobre quem seria convocado, Miranda ou Dedé? Victor ou Diego Cavalieri? Hernanes ou
Robinho? Filipe Luís ou Maxwell? Maicon ou Rafinha? Na última pergunta, Caio Ribeiro foi
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o primeiro que respondeu, disse ter dúvida sobre esta última dupla, e fez uma pergunta
dirigida a Tite. Depois da resposta de Tite, Caio respondeu ao apresentador. Na sequência,
Luís Roberto perguntou a opinião de Vilaron. O comentarista respondeu, opinou e perguntou
a Tite. Luís Roberto, então, pediu para ampliar a pergunta, complementando, e a fez para o
técnico. Tite ficou à vontade para responder, Luís Roberto estava ao lado dele na poltrona,
intensificando a opinião. Entre os comentários e discórdias dos comentaristas, Luís Roberto
interferiu, tocou a perna de Tite, dizendo: “Arnaldo, logo está na sua hora”, referindo-se ao
quadro do ex-árbitro no programa. O apresentador deixou Caio encerrar o pensamento, com
comentários paralelos dos componentes do programa. Luís Roberto, então, chamou Arnaldo
para levantar-se e dirigir-se à bancada para dar início ao quadro. Os dois ficaram lado a lado e
comentaram a resposta de Tite.
Figura 8- Luís Roberto abraça Arnaldo.
Dessa forma, o apresentador voltou a chamar Arnaldo, tocando o braço do mesmo e,
abraçando-o, perguntou como ele estava. Em seguida, pediu a opinião do ex-árbitro sobre
se o time da Copa das Confederações poderia ser o time da Copa do Mundo. Arnaldo disse ser
pego de surpresa, pois estava preparado para responder quais jogadores iriam ser convocados.
Porém, falou a respeito das dúvidas para a convocação e se irritou ao ser interrompido com
opiniões divergentes, Luís Roberto alertou que o tempo do quadro estava diminuindo, se
afastou até o sofá e aguardou que Arnaldo terminasse o raciocínio. O apresentador logo voltou
à bancada, tocando o braço de Arnaldo, para dizer que ainda não tinha respondido a pergunta
feita, e o ex-árbitro, debochando, disse: “Não repetiria a mesma escalação da Copa das
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Confederações, nem me lembro da escalação”. Luís Roberto rebateu: “O que é isso, você está
sendo descortês com o apresentador”. Arnaldo afirmou não lembrar-se quem eram os
jogadores, porém, começou a citar os nomes com a ajuda do Luís Roberto. Os comentaristas
opinaram, e Luís Roberto disse: “O tempo é seu Arnaldo, corta eles”. O apresentador sentou
na guarda do sofá e aguardou o ex-árbitro iniciar o quadro.
Figura 9 – Luís Roberto sentado na guarda do sofá.
Arnaldo começou mostrando um lance e fez a pergunta escolhida para o quadro da
semana. Depois de anunciar a pergunta, comentou sobre o cardápio do jantar. Luís Roberto,
então, se levantou e voltou à bancada. Arrumando o casaco, fez uma brincadeira com Arnaldo
sobre a revelação do cardápio do qual tinha esquecido de anunciar. Com o anúncio do jantar
feito, o apresentador agradeceu Arnaldo. Joanna de Assis interrompeu e disse ter acabado a
bateria da câmera colocada ao seu lado. Luís Roberto explicou o porquê da câmera ao lado da
Joanna. O programa seguiu quando o apresentador foi até a banda e pediu: “Então toca, mas
antes apresenta o time pra gente”. Posicionado em frente aos músicos, Luís Roberto cruzou os
braços e esperou os nomes serem citados, porém, durante cada anúncio, ele os cumprimentava
dizendo: “E aí garoto”, “Fala garoto”.
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Figura 10 – Luís Roberto em frente a banda.
Ao final da apresentação, um dos músicos pediu que Tite não fosse embora antes de
tirar uma foto com a banda. Luís Roberto mudou de assunto e perguntou sobre a cidade de
cada um e, em seguida, o time de cada integrante da banda. Falando sobre os times, o músico
disse que descartava qualquer são-paulino na banda. O apresentador, então, subiu o degrau até
o músico, tocou no braço dele e disse: “E o rubro-negro só porque canta”. Todos deram
risada, enquanto o mesmo deu três toques no ombro do músico. Ayrão contou a história de
que seu neto é corintiano. Curioso, Luís Roberto perguntou sobre o nome do neto de Ayrão e
o aconselhou a levar ele na nova Arena Corinthians. Logo, Ayrão lembrou da sua neta Luiza e
contou como nasceu a música Garoto da Camisa Amarela. Luís Roberto colocou as mãos no
bolso e escutou a história. O apresentador afirmou gostar muito da música, pediu então que a
banda tocasse a canção escolhida por eles. Ao final da música, Luís Roberto aplaudiu e disse:
“Maravilha, alô Yuri, daqui a pouco nós voltamos”.
Na volta do intervalo, Luís Roberto estava na bancada apoiado com os braços abertos
e disse: “E nós estamos voltando com o Bem, Amigos! desta segunda-feira. Quarta-feira tem
convocação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo. Ao longo de todo dia, a cobertura
da SporTv, trazendo todos os detalhes para você, a opinião das pessoas, dos especialistas, do
povo, e lembrando que à noite nós teremos o Cruzeiro na Libertadores da América, jogando
contra o San Lorenzo. É uma semana de Copa do Brasil, de jogos importantes, e o futebol
brasileiro persiste com o Cruzeiro, o nosso campeão da Libertadores, jogo duro contra o San
Lorenzo. Time leve, corre, o Tite gosta aquele que marca pelas beiradas”.
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Arnaldo comentou que foi uma pena o Grêmio ter ficado fora da Libertadores, mas
lamentou dois pênaltis perdidos. Perguntou a Tite se ele já tinha perdido pênaltis. A discussão
se estendeu pelos outros comentaristas e também pelo convidado Tite. O apresentador deixou
os integrantes falarem e, em poucos mais de três minutos, os interrompeu para chamar Joanna
de Assis, porém, a discussão não cessou. Caio perguntou a Luís Roberto se iria chamar o
Arnaldo, ele respondeu que sim, mas antes pediu a pergunta de Joanna de Assis. A jornalista
falou sobre a pergunta do internauta e disse que Lucas, o internauta, sempre mandava
pergunta para o programa. Luís Roberto, então, olhou no relógio, sorridente, e disse: “Vai
dormir cedo menino”. Joanna fez a pergunta sobre o ex-treinador assumir a seleção e Tite
respondeu. Luís Roberto, mais uma vez, fechou o casaco e sorridente pediu que Caio fizesse a
pergunta a Arnaldo. Caio fez a pergunta sobre um jogador, Arnaldo discordou, e Helena
Júnior interrompeu. Luís Roberto interviu com sua opinião. Com gesto de apoiar o pé no
degrau, olhar o relógio, disse: “Assim, o programa vai acabar”. Contudo, Helena Júnior deu
sequência na sua fala e completou o raciocínio. Arnaldo respondeu a pergunta de Caio, Cléber
opinou, e Luís Roberto complementou os nomes dos jogadores para ajudar Caio. Luís
Roberto aguardou na bancada, tocou mais uma vez o braço de Arnaldo, que estava ao seu
lado, e olhou para o relógio, mas Cléber Machado continuou a falar, Arnaldo complementou,
e Cléber discordou. O ex-árbitro voltou a opinar e o apresentador ficou sério, se posicionando
ao lado da bancada. Os dois comentaristas terminaram a discussão discordando e, para
encerrar, Arnaldo chamou um lance para discussão dos integrantes. Luís Roberto ficou ao
lado, de braços cruzados, prestando atenção no ex-árbitro. O lance foi mostrado no telão,
enquanto Arnaldo comentava, no entanto, Luís Roberto apoiou-se ao lado da bancada
opinando apenas com a cabeça. Porém, quando Arnaldo perguntou se concordavam com ele
sobre o lance de impedimento, o apresentador respondeu gesticulando: “É a linha do campo,
parecia a mesma linha, mas ao pé da letra tem o biquinho da chuteira”.
Para dar continuidade ao programa, Arnaldo chamou mais um lance para discussão,
Cléber fez uma pergunta a Arnaldo, o ex-árbitro ficou irritado e respondeu com rispidez ao
comentarista. Luís Roberto, ao lado de Arnaldo, sorriu discretamente, todos pediram para os
dois acalmarem-se. O apresentador escorou-se na bancada e disse: “Nós não temos tempo
para ampliar esta discussão”, porém, Arnaldo continuou mostrando outro lance. Luís Roberto
comentou que o jogo era muito bom e o vídeo começou a rodar no telão. A imagem voltou
para o estúdio e Luís Roberto, prontamente, comentou o lance, olhando para Arnaldo e
coçando a cabeça. O ex-árbitro também comentou o lance, porém, o assunto ficou confuso,
por isso o apresentador se posicionou e colocou os fatos em ordem, pedindo a opinião de voto
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para cada integrante. Na sequência, mais um lance foi mostrado por Arnaldo, que também
comentou. Luís Roberto tocou o braço do ex-árbitro para falar e opinar sobre o assunto, tentou
uma, duas, três vezes, e foi interrompido a todo momento com discussões paralelas. Luís
Roberto pediu para Arnaldo escolher o último lance para a análise. Ele então mostrou a
jogada em que um jogador acertou uma bolada no árbitro. O apresentador, sorrindo, disse:
“Como diria o cearense, ó o mio”. Arnaldo saiu da bancada e perguntou se entregou no tempo
correto, o apresentador, ironizando e sorrindo, disse: “Eu diria que você se exaltou um pouco,
mas foi bem”. Todos deram risada, Luís Roberto, mais uma vez, segurou o casaco e seguiu
sorrindo: “Vamos colocar um pouco de tranquilidade com música, vamos lá Luiz Ayrão, que
eu estou com tempo apertado”. Ayrão falou sobre a próxima música, e cantou Os Amantes.
Ao final da música, todos aplaudiram e Luís Roberto, animado, falou o nome dos integrantes
da banda e acrescentou: “Nós voltamos já, já para o bloco final”.
Luís Roberto iniciou o terceiro e último bloco atrás da bancada, se aproximou do
convidado arrumando o casaco e disse: “Nós estamos de volta para o último bloco com o
Bem, Amigos!, hoje recebendo Adenor Bacchi, o Tite. Você também é devoto a Nossa
Senhora do Caravaggio”? O apresentador, sorrindo, sentou ao lado do convidado, cruzou as
pernas e aguardou a resposta. Bem humorado, Tite respondeu a pergunta e logo na sequência
Luís Roberto interrogou mais uma vez: “Na Copa do Mundo, o que você vai fazer, vai
trabalhar? Vai para o estádio”? Tite respondeu e os comentaristas opinaram. Luís Roberto
ficou sério e começou a olhar novamente para o relógio. Enquanto os comentários fluíam
naturalmente entre os integrantes, o apresentador sorria e se curvava para frente do sofá,
apoiando os braços nas suas pernas. Helena Júnior fez mais uma colocação sobre o assunto e
Luís Roberto tocou a perna do técnico dizendo: “Aqui, para fechar com o Tite, aproveitando
antes que o Arnaldo coloque a pergunta para responder, se Cristiano Ronaldo estiver 100%,
Portugal pode ir até o fim”? O treinador respondeu, o apresentador se levantou e foi de costas
até a bancada. Discretamente entre os comentários, chamou o ex-árbitro para revelar a
resposta da pergunta do quadro, porém, ele não escutou de imediato e novamente Luís
Roberto o chamou com maior entonação: “Vem Arnaldo”. Mesmo assim, o assunto da
discussão não perdeu força e seguiu entre os integrantes. O apresentador, sorridente, interferiu
os comentaristas e abraçou Arnaldo, pedindo que mostrasse a resposta do quadro. Luís
Roberto tentou dar sequência ao programa, porém, foi interrompido por Helena Júnior, mas
mesmo assim, com bom humor, o apresentador tocou o braço de Arnaldo e disse: “Caio, para
de influenciar o cardápio do Arnaldo, porque o cardápio da segunda-feira deve ser gordo, tem
que ter doce”. Arnaldo tentou se opor aos comentários, porém, Luís Roberto fez graça: “Não,
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porque ele está fininho, está voando”. Caio respondeu sorrindo e o apresentador ajeitou o
próprio casaco mais uma vez. Tite comentou sobre a resposta de Caio, mas Luís Roberto
mudou de assunto e perguntou a Vilaron, referindo-se a pegadinha do Arnaldo: “Meu amigo,
Vilaron”. Ocomentarista então opinou sobre o lance mostrado durante o quadro de Arnaldo.
Luís Roberto seguiu e chamou: “Caio”!, referindo-se a mesma pergunta, o comentarista
respondeu com bom humor, agradecendo a nutricionista pela dieta que o fez perder peso. Em
seguida, Luís Roberto chamou: “Nego SP, em nome da banda”, “Luiz Ayrão”, “Joanna”,
“Machado”, “Tite”? Depois que todos responderam, Arnaldo explicou porque fez a pergunta,
enquanto isso Luís Roberto ficou ao lado de Arnaldo, com as mãos nos bolsos, arrumou a
camisa e também o casaco.
Figura 11 – Luís Roberto arrumando o casaco.
O ex-árbitro confirmou a resposta e Luís Roberto agradeceu, sorrindo e tocando, o
ombro do comentarista. Chegando ao final do programa, Luís Roberto começou a se despedir,
apertando a mão e abraçando Tite: “É uma alegria tê-lo aqui, muito bom trocar uma ideia
contigo, volta logo, e gostei dos palpites para Copa”. Tite agradeceu e, enquanto isso, o
apresentador voltou à bancada, pegou um livro e disse: “Rapidíssimo aqui, mas eu preciso dar
este destaque especial, afinal de contas, Alberto Helena está nas orelhas do (As coisas
incríveis do futebol, as melhores crônicas de Mário Filho, fala um pouquinho aí para gente”.
Helena Júnior alou do que se tratava o livro. Luís Roberto mostrou o livro e disse: “Muito
legal, um abração para o Trajano, que fez a apresentação, para o Francisco Michelin, que fez a
organização do livro, com a participação de Alberto Helena, e o Mário Filho é um dos
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maiores de todos os tempos se não o maior, tem uma foto dele aqui bem legal no Maracanã”.
Arnaldo interferiu e anunciou a notícia de punição de um jogador da Inglaterra por meio do
Tribunal. Luís Roberto agradeceu, e também foi até a banda para agradecer: “Muito bem, está
dada a informação, Luiz Ayrão, muito obrigado”. Apertou a mão no músico e perguntou:
“Você trocou a música, qual é agora”? Prontamente, Ayrão respondeu que iria finalizar com a
música chamada Ciúmes de Você. Luís Roberto, sorrindo, disse: “Ciúmes de Você, então
coloca o crédito lá produção, bonitinho, gente, obrigado pela presença, aos palmeirenses e
corintianos, vem ai a nova arena”. Ayrão também agradeceu e, mais uma vez, o apresentador
apertou a mão do músico. Com Ciúmes de Você, a banda terminou o programa. Ao final da
música, todos aplaudiram e Luís Roberto ainda finalizou: “Obrigado a todos, agora vem aí o
SporTv News, que vai ter uma entrevista com Cristiano Ronaldo, meu amigo Barreto, rolando
a bola aí no SporTv News, Barreto!”.
6.2 DESCRIÇÃO DO BEM, AMIGOS! NA CONDUÇÃO DE GALVÃO BUENO
O programa descrito a seguir é uma única edição publicada no site do youtube, já que
não havia mais edições anteriores apresentadas por Galvão Bueno, disponíveis para baixar no
site da SporTV. Partimos, então, da data em que o programa foi ao ar, dia 3 de dezembro de
2013, segunda-feira, pontualmente 2às 1 horas, no canal por assinatura SporTV. O programa
sucedeu o final do Campeonato Brasileiro e as vésperas de o Atlético Mineiro, campeão da
Libertadores, disputar o Mundial Interclubes no Marrocos.
O apresentador Galvão Bueno vestiu-se com sapatos escuros, calça jeans escura,
camisa branca e blazer preto abotoado. Os convidados da noite foram os músicos João Lucas
& Marcelo, Ronaldo de Assis Moreira, o Ronaldinho Gaúcho, jogador do Atlético Mineiro,
Cléber Machado, narrador esportivo, Arnaldo Cezar Coelho ex-árbitro de futebol e
comentarista, Bob Faria, jornalista e comentarista, Paulo Cesar Vasconcellos, jornalista e
comentarista, Anselmo Caparica, jornalista, Alberto Helena Júnior, jornalista e comentarista,
e Caio Ribeiro Decoussau, ex-jogador e comentarista.
O programa, tradicionalmente, teve sua abertura com a vinheta inicial. Na sequência,
foi apresentado um vídeo de duração de 1 minuto com comemorações de gols e títulos,
embalado pela música “A vida é uma festa”, de João Lucas & Marcelo. A vinheta tocou mais
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uma vez, mostrando o estúdio e, em seguida, Galvão Bueno começou o programa, escorando-
se na bancada:
Figura 12 – Galvão Bueno na bancada.
“Bem amigos do SporTV, muito boa noite, estamos chegando para mais um Bem,
Amigos!, no momento em que as coisas.... bom, em que já conhecíamos o campeão há muito
tempo, o Grêmio garante a vaga dele na Libertadores, já temos dois clubes rebaixados na série
A, nós temos a definição daqueles que vêm para a Série A, também daqueles que foram
rebaixados pela Série C, acendesse um sinal de alerta no futebol de São Paulo porque afinal o
mais bem colocado está na oitava colocação, na sequência outro em nono, em décimo, e
temos a Ponte Preta rebaixada e na Série B. Temos dois times de São Paulo rebaixados,
acende-se não uma mas duas luzes vermelhas no futebol do Rio de Janeiro, por ue de Vasco e
Fluminense, um deles, já está rebaixado e talvez aconteça o que seria um terrível para o
futebol do Rio de Janeiro com dois grandes clubes, com duas grandes equipes brasileiras
rebaixadas na segunda divisão, mas também é uma segunda-feira que marca algumas
despedidas, uma do técnico Tite, um grande abraço pra você Tite, e olha, o Tite se despediu
dos jogos em casa porque o restante é fora, mas não vamos contar essa coisa de espaço de
tempo porque ele, o Osvaldo Brandão seriam os maiores técnicos em espaço de tempo, o Tite
deixa de forma absoluta marcada a passagem dele pelo Corinthians, então sempre que se
contar a rica história do Corinthians, há de se falar do Tite e do tempo que passou por lá e no
trabalho que ele fez e sempre vale a pena se perguntar, será que vale a pena continuar como
Arsène Wenger, técnico do Arsena, que está na ponta do Campeonato Inglês, que anos atrás
apanhando mas continua técnico. O nosso convidado de hoje vai poder falar disso também,
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porque trabalhou com técnicos que ficaram muito tempo nos clubes e com alguns que tiveram
passagens rápidas, mas falando da despedida do Tite, ele se despede depois de uma carreira
passada por outros times, como Flamengo e Corinthians, se despede do Corinthians, foi lá que
usou a braçadeira do Corinthians por algum tempo, mas falar em despedida, essa dói no
coração porque perdemos esta semana, acabou se despedindo de nós de forma material, mas
se tem alguém que tem nome marcado na história do futebol mundial , enciclopédia do
futebol, o nosso Nílton Santos, que completou 80 anos de idade aqui neste programa. Durante
o programa, nós vamos mostrar, eu queria que fosse agora, mas durante esse programa nós
vamos mostrar aqui um trechinho da abertura de quando o mestre Nílton Santos veio ao
programa comemorar os 80 anos de vida, se tinha um cara do bem era o Nílton Santos, se
tinha um craque de futebol esse era Nílton Santos, se tinha um cara que nunca fez mal a
ninguém este era Nílton Santos, se tinha um cara querido por todos no Brasil de forma
absoluta e indiscutível este era Nílton Santos, e nos deixou pois lutava algum tempo contra
aquilo que a gente não tem como lutar que era a fadiga do material, o corpo humano também
sofre dessa fadiga e o Nílton nos deixou, nós vamos ter também algumas coisas de Nílton
Santos e nós vamos ter aqui como se fosse uma convenção de final de ano tem sempre,
quando você chega no último dia, por exemplo o Futcom do Parreira nos dias 10 e 11 e, no
final, tem o que eles chamam de plenária, plenária por quê? Porque está todo mundo no local,
então hoje nós temos uma plenária aqui com as pessoas por aqui, começando com o nosso
Caio”.
Sorrindo e brincando, Galvou falou: “Começamos aí com o mais novo pra cima, que
eu estou em dúvida de quem eu vou chamar por último, rapidinho, então, Caio só um toque,
me voi, como diz os argentinos, toque aqui, recebe ali, só um boa noite pra você, o programa
de hoje vai ser bacana, porque ele mesmo vai confirmar, eu já o entrevistei em algumas
oportunidades na série da Estrada, uma das mais belas entrevistas que tive a oportunidade de
fazer foi lá na sede do Milan de treinamento, foi muito gostoso de fazer aquela entrevista
dentre outras, mas acho que nestes mais de dez anos, porque ele vivia tanto tempo lá fora e
não veio ao Bem, Amigos! É a primeira vez e vem em um momento especialíssimo, já deu
uma torcida para o galo e a torcida do galo comemorou com toda justiça, com todo direito que
tinha, o título da Libertadores, e agora vem aí Marrakech, e vem aí o Mundial. Mas vamos lá
Caio, boa noite”.
Caio respondeu “Boa Noite”, Galvão: “Luz vermelha ou luz amarela no futebol
paulista”? Caio respondeu a pergunta e Galvão pegou o gancho falando: “Vou tentar
continuar aqui pela idade. Bob Faria, tudo bem”? Com soar de brincadeira, o apresentador
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disse: “Acho que acertei, acertei não é”? Galvão apertou a mão de Bob, e ele o cumprimentou
dizendo estar bem. O apresentador então convidou Faria para ir a Marrakech, e o comentarista
aceitou. Galvão então perguntou: “E como está a expectativa em Belo Horizonte, em Minas
Gerais, e dos torcedores do Atlético, e todo o Brasil”? Bob respondeu ao apresentador. Ele
agradeceu e, sorridente, virou-se e apresentou Cléber Machado. O comentarista então brincou,
dizendo que ele acertou a ordem do mais novo para o mais velho, e todos sorriram. Galvão
levantou um assunto e comentou: “Falando de tanta coisa boa, o Santa Cruz, que conquista o
primeiro título nacional, o Santa que lota o estádio, que passou tudo que um time podia passar
lá em baixo e conquista o título da Série C e vem que vem, quando o Santa vem, grande
abraço para a torcida do Santa Cruz, vem que vem forte”. Virou-se para Cléber e perguntou:
“O que é mais surpreendente Cléber é ver o futebol do Rio de Janeiro nesta situação, dois ex-
campeões brasileiros, um já que não há mais aritmética que salve os dois, o Fluminense e o
Vasco, ou ver o São Caetano, que surgiu como força, que jogou final e Campeonato
Brasileiro, que tinha sul-americana nas mãos no Pacaembu e cair para a terceira divisão”?
Cléber respondeu fazendo uma análise das cores de luzes que Galvão havia comentado. O
apresentador então interrompeu, completando o comentarista e afirmando o que havia falado,
repetindo a última frase do comentarista Cléber Machado. Cléber, então, finalizou seu
comentário e Galvão chamou: “Paulo Cesar, que bom vê-lo de volta aqui, você é um
especialista nas análises, não só nas coisas que acontecem dentro de campo, mas que
envolvem... Por que uma queda brutal de São Paulo e Rio de Janeiro, porque uma
manutenção de posição do Rio Grande do Sul, do Paraná, e por que essa ascensão desses dois
times, essa grande explosão de Atlético e Cruzeiro, com o Cruzeiro sendo campeão com
tantas rodadas de antecedência, com Atlético sobrando e atropelando a América do Sul na
conquista da Libertadores e indo agora para o Mundial, o que o filósofo Paulo Cesar
Vasconcellos falaria disso”?
Paulo Cesar começou a falar e Galvão disse: “Isso tudo rapidinho no boa noite”. O
comentarista, então, respondeu a pergunta do apresentador, porém, novamente, ele
interrompeu e fez suas colocações, trazendo informações e sua experiência. Paulo Cesar
continuou e finalizou o seu raciocínio. O narrador fez graça, dizendo: “Agora vem a dúvida,
não sei quem deixo para o final dos testemunhas do futebol brasileiro, tem um que jura ter
visto Perácio bater o pênalti, é casca grossa, e o outro talvez tenha marcado o pênalti, e pior, é
que pensei em ir por ordem alfabética, mas os dois começam com A, você é mais velho
Arnaldo? Você já começou a falar”. Arnaldo Cezar Coelho respondeu que podia ser. E todos
caíram na gargalhada. Galvão: “Mas como você sempre fala por último, Alberto Helena,
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vamos lá. Alberto Helena, que estava todo de gravata, hoje está mais esportivo, Alberto
Helena, o que você acrescentaria a esta discussão, só para abrir esta discussão, rapidamente
apresentar o nosso convidado, essa alternância de poder, seria tão bom em outros lugares, mas
diga lá Alberto Helena”.
Alberto Helena comentou sobre suas vestimentas, e disse que viria com outras, como
príncipe de Gales pelo convidado, mas preferiu usar o que estava vestindo. Galvão
interrompeu o comentarista e informou: “Grande parte da nossa audiência é composta por
jovens e nunca ouviram falar de príncipe de Gales, eles vão pensar que é o príncipe Charles”.
Helena, então, com humor, respondeu: “Eles podem buscar no wikipedia”. Todos começaram
a rir, porém, Galvão Bueno pediu que Helena continuasse a responder. Completado o
raciocínio do comentarista, o apresentador complementou com sua opinião.
Voltando a apresentação, Galvão usou da ordem inicial do mais novo para o mais
velho: “É lógico que o mais novo deles é nosso Anselmo Caparica, hoje vai bombar aí, não
vai”? Ele respondeu que já estava bombando as perguntas na internet. O apresentador, então,
chamou Arnaldo para que divulgasse o contato do programa. O ex-árbitro brincou, dizendo
que os internautas deveriam mandar perguntas pela internet e, em seguida, passou o contato.
Galvão, rindo, comentou: “Você já não fala mais, já falou bobagem de mais hoje aqui”.
Porém, Arnaldo trouxe à tona o assunto que seria discutido mais adiante, sobre a atenção que
demanda um árbitro em uma partida de futebol. O mesmo falou sobre uma bandeirinha que
errou no jogo entre São Paulo e Criciúma, teria passado mal durante o voo, e levou isso para
dentro de campo. Diante do comentário, Galvão interviu comentando: “Por que ela errou, de
forma grosseira, depois a gente vai ver, foram mais de 2 metros”. Arnaldo disse que em
seguida a pergunta do quadro que o mesmo apresenta vai falar sobre o lance do erro cometido
pela auxiliar.
Galvão Bueno perguntou ao diretor do programa se podia ser fechado o bloco com a
homenagem a Nílton Santos. Confirmado isso, pediu que rodasse um lance que ocorreu no
Paraguai, em 1999, e revelou não planejar o que vai dizer no ar. Cléber Machado também
comentou que em uma narração não tem como se planejar a cada palavra. Então, Galvão
falou: “Outro dia até me perguntaram quando você ia usar de novo, e a pessoa que me
perguntou é categorizada, quando alguém fizer algo tão diferenciado”. O apresentador sentou
na guarda do sofá, ao lado de Bob Faria, e pediu que fosse rememorado o lance de
Ronaldinho Gaúcho na Seleção Brasileira.
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Figura 13 – Galvão Bueno sentado junto de Bob Faria.
Na volta do vídeo, o apresentador já estava em pé atrás da bancada e apresentou
Ronaldinho Gaúcho com uma salva de palmas e um aperto de mão. Perguntou ao convidado
se recordava o lance. Ronaldinho respondeu que sim e agradeceu, dizendo que o apresentador
foi quem o batizou de Ronaldinho Gaúcho. Galvão, ainda na bancada, falou: “Arnaldo, você
estava ao meu lado como sempre, você se espantou tanto como eu quando ele fez o gol”?
Arnaldo respondeu e logo o apresentador passou para Caio a pergunta, dizendo que é o único
que jogou bola dos comentaristas, porém, brincou com o mesmo, comparando com
Ronaldinho Gaúcho. O convidado comentou que Caio jogava bem, então, Galvão perguntou
ao irmão de Ronaldinho, Assis, que estava sentado nos bastidores do estúdio. Todos caíram
na gargalhada, pois Assis disse que jogaram muito.
Os comentaristas discutiram o assunto. Galvão tentou falar, mas deixou Bob Faria
completar o que estava falando. O apresentador também complementou, dizendo que não
lembrava do adversário do Brasil, pela importância que teve o lance de Ronaldinho. Um
pouco atrapalhado nas palavras, Galvão Bueno seguiu falando sobre a narração, na qual são
pessoas que dão emoção ao jogo. Na sequência, anunciou a data de inscrição para talentos da
narração. Logo brincou com Arnaldo, perguntando se ele não queria participar. Em seguida,
passou as informações de como fazer a inscrição, porque participar e alguns quesitos básicos.
No final, assumiu ser um texto que foi passado a ele. Depois das informações, Galvão
relembrou que fazia 40 anos que passou por um concurso como este anunciado por ele,
contou como foi. Seguindo a linha de raciocínio de seleção para entrar na profissão,
perguntou a Ronaldinho se passou na primeira peneira. Galvão então se aproximou do
convidado e perguntou mais uma vez se passou de primeira na peneira. Ronaldinho afirmou
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que não, e explicou. Mas Galvão interrompeu e comentou o lance de quando Ronaldinho era
criança e jogava futebol de salão. O apresentador ainda se voltou aos comentaristas e
perguntou se alguém mais já havia passado em algum concurso. Caio comentou que passou
em uma peneira, então, os outros convidados começaram o assunto referente a passar em
concurso. Cléber disse que começou no rádio, Galvão também contou que não iniciou no
esporte e teve o começo da sua carreira no rádio. Cléber continuou explicando como teve
início na sua carreira, enquanto Galvão voltou para a bancada, e mais uma vez repetiu o site
para a inscrição dos candidatos para futuros narradores. Bob Faria também citou algumas
bibliografias de narradores importantes, cujo autor era o próprio comentarista. Galvão falou:
“Todo mundo aqui está modesto, não é, ele indicou um livro que ele mesmo fez junto com
seus companheiros narradores de futebol”. Bob, sorrindo, disse que o livro estava com a
editora, e que foram vendidos todos exemplares. Galvão chamou Anselmo para alguma
pergunta para Ronaldinho. Anselmo disse que já tinha até campanha nas redes sociais,
afirmando que o convidado deveria ficar no Atlético. Galvão, surpreso, disse: “Não assusta
ele Anselmo, vamos deixar mais para o final.” Anselmo insistiu na pergunta e disse que
muitas pessoas perguntaram, Galvão interrompeu e defendeu o convidado: “Como sou seu
amigo, você responde essa depois, quem sabe a gente esquece até o fim do programa”. Todos
caíram na gargalhada, e o apresentador continuou: “ Bob faz a sua pergunta antes, aquela que
você ia fazer”. Bob começou a responder e foi interrompido: “E os caras chegaram, me
desculpe Bob, fiz confusão, porque hoje eu acho que ele vai cantar, ele disse que não, mas eu
acho que vai, não vai não Ronaldinho”? O entrevistado disse: “Hoje, não”. Então, Galvão
continuou: “Mas hoje nós estamos recebendo a dupla João Lucas e Marcelo, boa noite? Uma
dupla que arrebentou, eu quero tchu eu quero tcha, que explodiu, tem muito daquela fase do
Michel Teló, do ai se eu te pego, do Gustavo Lima da balada, os dois meninos de Goiás
também explodiram pelo Brasil, não sei se você gosta deles, são parceiros não é? O Assis é
empresário deles”? Ronaldinho sorriu, e Galvão continuou: “... mas vamos lá João Lucas e
Marcelo”. Arnaldo interveio e comentou que João Lucas tinha cara de jogador de futebol. Os
músicos responderam sorrindo. Galvão disse que os meninos tinham muito sotaque, e a
conversa seguiu com Galvão: “Que história é essa que, além do sucesso, tudo que vocês
fazem, vocês escolheram a voz do Ronaldinho? Voz do quê? E ele gravou já, como que é”?
Os músicos ficaram sem graça e responderam dizendo que têm planejamento. Galvão falou de
Ronaldinho: “Ele é muito bom de percussão, samba, mas sertanejo universitário não sei se é a
praia dele não”? João Lucas disse que ele leva jeito, Galvão perguntou os times dos músicos e
os mesmos responderam ser Botafogo, do Seedorf, Galvão exclamou: “Botafogo com
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sobrenome, Botafogo Seedorf, ele que esteve no programa da semana passada, mas o
Botafogo tem uma história muito maior e gloriosa, nós vamos conversar daqui um pouco mais
e agora vai, manda lá”. Galvão cruzou os braços na frente de Bob, esperando sua pergunta. O
comentarista fez a pergunta direcionada ao convidado, e Ronaldinho respondeu. Ao final da
resposta do convidado, Galvão Bueno colocou uma mão em um dos bolsos e gesticulou com a
outra, perguntando especificamente sobre a contusão de Ronaldinho, se seria a pior delas na
sua carreira até então.
Figura 14 – Galvão Bueno se aproxima de Ronaldinho Gaúcho.
Ronaldinho respondeu que foi, então, o apresentador interrompeu e disse que o
jogador não tem histórico de muitas lesões, e bateu três toques na mesa agradecendo a Deus.
O convidado explicou como foi a lesão. Ainda Galvão perguntou como foi, de que forma foi.
Na sequência, o apresentador falou que a Medicina está bem avançada e das repercussões que
foram dadas pelo fato. Ronaldinho explicou que se recuperou bem, e agradeceu aos médicos
que o ajudaram. Galvão voltou à bancada, ficou escorado na mesma e pediu que o convidado
ressaltasse alguns nomes da equipe médica, Ronaldinho, então, aceitou e agradeceu um por
um. Arnaldo interrompeu e começou a falar de lances históricos de Ronaldinho, pediu que a
produção colocasse para que todos vissem, e Galvão disse que o narrador era “traíra”, já que
apenas separou os lances e não falou mais nada. Todos prestaram atenção no lance, logo
Arnaldo perguntou se os lances mostrados foram intencionais, o convidado ficou sem graça,
então, Galvão defendeu o jogador: “Isso foi para ele ganhar uns trocos na propaganda
Arnaldo, naquela época, ele precisava de uns trocos, hoje você pode pedir pra ele”.
Ronaldinho respondeu e Galvão complementou com histórias comparativas. Os comentaristas
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discutiram sobre o lance. Galvão destacou que o lance não houve impedimento na jogada.
Paulo César perguntou a Ronaldinho sobre pressão da torcida no time, e o mesmo respondeu,
enquanto Galvão concordava dizendo “E, é”. O apresentador completou falando sobre a
conquista do campeonato e elogiou a torcida do Atlético. Caio pediu a palavra e ofereceu sua
opinião, Galvão explicou que precisava chamar o intervalo, mas concedeu as palavras ao
comentarista. No final da fala, o apresentador tomou a palavra para si novamente: “Então
vamos fazer assim, Anselmo Caparica, faz uma última pergunta, vamos lá”. Prontamente,
Anselmo explanou a pergunta do internauta para o convidado. Galvão exclamou dizendo que
Anselmo só queria colocar Ronaldinho em uma fria, porém, o jogador respondeu a pergunta.
O apresentador chamou o intervalo: “Muito bem, a gente volta a falar disso no próximo bloco,
o João Lucas & Marcelo, onde vocês estavam mesmo”? Os músicos responderam, e o
mediador continuou: “E como eles são profissionais, eles chegaram em cima da hora e não
deu pra passar o som, nós vamos fazer uma coisa e eles vão tocar no final do segundo bloco,
porque nós vamos aproveitar o final deste primeiro bloco e vamos mostrar, então, um
trechinho do programa de Nilton Santos que nos deixou, o programa tinha dois anos, Nílton e
Beth Carvalho, dois símbolos, ou seja, era um programa alvinegro, como é hoje aqui, com o
Ronaldinho Gaúcho, e o Nílton se lembra assim como você se lembra quando nós fomos
jantar juntos e a alegria, que estava fazendo 80 anos, e todos nós estávamos junto com ele, o
grande, gigantesco, o inigualável e qualquer superlativo que a gente queira colocar, esta é a
homenagem que o Bem, Amigos! pode fazer pelo grande Nílton Santos, é mostrá-lo feliz da
vida, quando ele aqui comemorou os 80 anos de vida”. Rodou o vídeo. E o programa rodou
vinheta para intervalo.
Na volta do intervalo, um vídeo com Juliano Belletti, falando sobre Ronaldinho que
fez uma pergunta sobre como manter o estado físico e a carreira. Quando o vídeo foi
finalizado, Galvão pediu que Ronaldinho respondesse a pergunta: “Daí, parceiro, responde,
vocês ganharam a Champions juntos, você deixou ele fazer o gol”? O convidado respondeu e
Galvão complementou com informações de onde, como e quando. Os comentaristas ainda
discutiram a falta de habilidade de jogadores. Galvão ficou na bancada e deixou os
comentaristas discutirem mas também perguntou e contextualizou sobre quando Ronaldinho
jogou no Milan e a habilidade dos jogadores do time. Citou o nome de um jogador, porém,
errou, pediu perdão, disse que se enganou, falou o nome correto e perguntou sobre o atleta ao
convidado. Ronaldinho respondeu e os comentaristas continuaram no mesmo assunto.
Quando o convidado iniciou a falar, logo foi mais uma vez interrompido pelo apresentador,
que se estendeu em suas explicações e opiniões. As opiniões e exposições dos comentaristas
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giravam em torno do que Galvão acabou de falar. Porém, o apresentador novamente fez a
pergunta, apontou para Ronaldinho e disse: “Mas eu gostaria de saber de você Ronaldinho,
sobre a saída de Bernard e do Fernandinho”. O convidado prontamente respondeu, porém,
enquanto falava, novamente Galvão interferiu e perguntou: “Mas você sabe de onde vem isso
lá, é do técnico, é com o presidente? Vários dos nossos entrevistados que passaram pelo
Atlético, recentemente, fizeram muitos elogios ao Kalil, ao técnico do Atlético, da percepção
da contratação, dessas coisas todas tem um grupo que resolve isso? Vamos atrás de alguém
para o lugar do Bernard, alguma vez te perguntaram alguma coisa”? Ronaldinho respondeu
que é um grupo, logo comentaristas também explanaram sua opinião. Galvão interrompeu o
comentário e disse: “Vamos colocar uma coisa, vamos deixar uma coisa bem clara aqui, por
favor, vamos fazer uma colocação de como é que funciona o Mundial de Clubes que é bom
para as pessoas entenderem os caminhos. Dois clubes são os principais no campeonato
mundial, nesse o Atlético Mineiro e o Bayern de Munique, então, tem um caminho do Bayern
de Munique, e tem o caminho do Atlético Mineiro, tanto o Atlético como o Bayern jogam só
nas semifinais, mas tem jogo antes tem um caminho antes, então vamos ver as duas chaves,
vamos ver o que aparece primeiro por aqui para que eu possa acompanhar”. O apresentador,
então, explicou as chaves e como os times iriam se enfrentar, pediu que Arnaldo fizesse sua
pergunta que tinha iniciado antes de interrompê-lo. Caio complementou a pergunta para que o
convidado respondesse. Galvão perguntou contextualizando sobre a diferença de jogar nos
times que Ronaldinho já tinha jogado. O convidado respondeu e os comentaristas rebateram,
perguntando porque os jogadores não acompanham os times brasileiros. Galvão defendeu:
“Passar na televisão, passa, porque acompanhei na fase aguda, digamos assim, do Atlético
Mineiro na Libertadores, lá, porque era uma corrida de Fórmula 1, colada na Seleção
Brasileira, e eu assisti de madrugada todos os jogos ao vivo...”. Ronaldinho respondeu que
essa era a única forma que eles tinham de acompanhar os times e jogadores brasileiros. Os
comentaristas perguntaram sobre jogadores que estavam sendo estudados. O convidado
respondeu que conheceu o jogador. Galvão trouxe mais informações: “Vou me reportar e
voltar 30 anos no tempo, mas me lembro do Junior, nosso parceiro hoje, Flamengo e
Liverpool entrando em campo, e o Liverpool tinha aquela fama, e o Junior vira para o Zico e
diz, ô galo, os caras estão olhando pra gente de cima pra baixo, vamos acabar com eles,
quando o Barcelona jogou com o Inter, que é a experiência que você tem, vocês se achavam
muito superiores por estarem no grande Barcelona”? Ronaldinho respondeu que os
companheiros não sabiam qual time iriam enfrentar, Cléber perguntou se os jogadores ex-
companheiros de Ronaldinho sabem que existem tantos jogadores bons no Brasil. Helena
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complementou, trazendo informações e sua opinião dos jogos assistidos. Os comentários e
opiniões se alastraram e todos falaram juntos, Bob, então, finalizou com uma pergunta
direcionada a Ronaldinho, sobre o acompanhamento dos jogadores em relação a outros times.
O jogador respondeu como funciona, e Galvão interveio: “Muito bem, agora uma pergunta,
Anselmo se prepare para trabalhar um pouquinho, você está muito quieto”. Anselmo faz a
pergunta do internauta e Ronaldinho responde. Galvão chama Arnaldo para o quadro que ele
apresenta: “Arnaldo Cezar Coelho, vem pra cá”. Arnaldo se dirigiu à bancada e Galvão se
retirou. O ex-árbitro começou a mostrar o lance, enquanto Galvão opinava, porém, Arnaldo
pediu para o apresentador que o lance fosse discutido quando ele apresentasse a pergunta.
Quando a pergunta foi apresentada, Galvão disse que entendeu a pergunta, mas não condizia
com o lance, todos acharam graça e continuou: “Espera aí Arnaldo, vamos deixar claro uma
coisa, para não deixar confusa a cabeça do telespectador. No lance que você mostrou, quem
recebeu o pênalti foi o jogador do Criciúma, que estava impedido”. O ex-árbitro interpelou e
explicou o lance. Mesmo assim, Galvão afirmou não ter ligação com o lance mostrado.
Arnaldo explicou novamente a relação, e continuou mostrando as alternativas da pergunta.
Todos, confusos, começaram a gargalhar, Galvão exaltou: “Arnaldo, você estava indo tão
bem”. O ex-árbitro explicou o lance mais uma vez e de onde surgiu a pergunta, e logo
apresentou o jantar, porém, errou o nome da sobremesa e todos o corrigiram, enquanto Galvão
ficou fazendo graça com o erro de Arnaldo. Para falar do vinho, o ex-árbitro sugeriu que
Galvão desse a dica. O apresentador, rebuscadamente, trouxe sua experiência e falou a
combinação para cada um dos vinhos ali mostrados. Todos falaram ao mesmo tempo sobre o
cardápio e sorriam. Galvão voltou à bancada e tomou a posição de apresentador: “Muito bem,
nós vamos para um intervalo e na volta vamos ter uma pergunta do Lédio Carmona, porque é
a dúvida de quem acha melhor este ou aquele e ninguém melhor do que já foi o melhor do
mundo para dizer em um confronto de dois jogadores que estão ai polarizando, vai ser igual a
um par ou ímpar quer ver”.
Lédio Carmona iniciou o bloco seguinte, trazendo a pergunta: - “Se você vence um par
ou ímpar, você escolhe quem? Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo, pensa e reponde sem ficar
em cima do muro. E Neymar, em quantos anos, você que ele será eleito o melhor jogador do
mundo”? Ronaldinho respondeu e Galvão repetiu a pergunta e completou, citando os nomes
dos jogadores que já foram os melhores jogadores do mundo. Ronaldinho respondeu que vai
depender de quanto tempo Messi vai ficar nesse nível. Galvão interveio: “Teve muita gente
que ficou com raiva de você não é”? O convidado respondeu que não, mas Galvão afirmou
que deve ter sim. Os comentaristas falaram. Galvão perguntou: “Alguma comparação entre
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você, que era o melhor do mundo no Barcelona, e o Messi surgindo e começou a jogar junto
com você lá, alguma comparação agora com você e Messi ou Neymar chegando junto com
ele...”, continuou contextualizando a carreira de cada um deles. Ronaldinho respondeu que o
tempo é parecido. Galvão: “E você foi gente boa com Messi ou você acha que ele vai dar um
mata leão no Neymar”? Ronaldinho respondeu, dizendo que todos se ajudam, e os
comentaristas complementaram opinando. Galvão opinou, trazendo sua experiência e falando
da carreira de Ronaldinho, pois acompanhou a vida dele e narrou os jogos da sua carreira.
Continuou, ainda, opinando sobre a comparação da superioridade mostrada em campo por
Cristiano Ronaldo. Caio comentou que há diferença de vaidade e ironia. Galvão disse que o
jogador será um grande atleta na Copa, mas não precisa de todo preciosismo demonstrado em
campo. Galvão, então, apontou para cada integrante do programa para que escolhesse entre
Messi e Cristiano Ronaldo. Em seguida, chamou Assis, irmão de Ronaldinho, e Diego Lisboa
para irem até a bancada, pediu um microfone para os convidados e disse, ironizando, à
produção: “Oh, gente esperta danada”. O apresentador fez graça do produtor, que levou o
microfone até a bancada, dizendo que arrumou o colarinho da camisa somente para levar o
microfone.
Figura 15 – Roberto de Assis Moreira (Assis), Galvão Bueno e Diego Lisboa.
Galvão leu um texto, em formato de convite, mandado para lançamento de um filme
produzido pela produtora de Ronaldinho e pediu que Diego se apresentasse e falasse sobre os
filmes. Brincou com o sotaque do baiano e perguntou o time dele. Virou-se para Assis,
falando sobre a amizade que tem com ele e ser conhecedor do trabalho dele com o
Ronaldinho, porém, afirmou não saber que tinha vínculo com produção de filmes. Assis
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agradeceu a oportunidade e contou como foi o início da ideia. Galvão pediu que um trecho do
filme fosse mostrado e explicou que a legenda é para que o longa seja veiculado em todo
mundo. Assis comentou. O apresentador citou uma frase da sua mulher, que dizia: “O Assis,
de bobo, só tem carinha e jeitinho de caminhar. ” Todos sorriram, e Galvão pediu o trecho do
filme (R49, o Meteoro Atleticano).
Na volta, Galvão explicou que apenas o trailer foi feito em preto e branco, e logo falou
no outro filme, chamado Contra o Vento, explicou do que se tratava, e pediu que colocasse o
trailer também. Depois do vídeo, todos bateram palmas. O apresentador ainda comentou sobre
as primeiras imagens e pediu que Bob falasse a sua opinião. Galvão abraçou Assis e disse:
“Você falou certo, foi o momento do encontro certo e justo”. Assis respondeu que foi
maravilhoso e explicou o porquê de fazer os filmes. O narrador explicou o que é Bollywood,
do qual Assis comentou que foi o local onde foi feita a lapidação do filme. Paulo César
Vasconcellos perguntou a Assis se o Atlético representou a realização de todos os projetos da
volta do Ronaldinho ao Brasil. Assis explicou sobre a volta de Ronaldinho ao Brasil. Galvão
elogiou o empresário: “Você foi elegante, bacana, isso que é importante e tudo isso gira em
torno do cara aqui, ó”. Apontou para o jogador, e continuou: “Nós vamos terminar esse nosso
bloco e vocês fiquem aqui”. Abraçou Assis, cumprimentou Diego e sorriu: “Nós vamos fazer
o seguinte, na volta, a Vanessa Riche está voltando depois da licença maternidade, o Luca e o
Lorenzo, que Deus os abençoe, e abençoe toda família e a Vanessa, na volta, faz uma
pergunta para o Ronaldinho, nós voltamos já”.
Na volta do quarto bloco, Vanessa Riche fez a pergunta ao atleta: “Quem você acha
que é o principal adversário”? Ronaldinho respondeu, e Galvão apoiou-se na bancada,
confirmou a resposta do jogador e fez outra pergunta sem anunciar o autor: “Será que existe
uma motivação maior em uma possível final com o Bayern de Munique, porque, pelo
Guardiola estar dirigindo o Bayern de Munique, você tem alguma bronca da sua saída do
Barcelona, vai motivar mais estar do outro lado”? Ronaldinho sorriu e respondeu com bom
humor, todos deram risadas e comentaram a resposta, porém, Galvão interrompeu e
comentou. Paulo César perguntou ao jogador qual foi seu melhor treinador, Ronaldinho
respondeu, e o comentarista rebateu por que, o atleta respondeu. Mas, outra vez, Galvão
interrompeu, perguntando sobre outro treinador, e Ronaldinho respondeu. Caio pediu a
palavra e Galvão a concedeu, dizendo: “É a última pergunta”. Caio fez a pergunta sobre a mãe
de Ronaldinho e o apoio da torcida quando ela não estava bem. Ronaldinho respondeu,
agradecendo a torcida. Galvão, sorrindo, disse: “Vai, Arnaldo”. Os integrantes riram, pois
Arnaldo disse que Galvão fez gestos para terminar o programa. O apresentador, então, se
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exaltou, saiu da bancada e interpretou como o ex-árbitro fez. Arnaldo fez a pergunta sobre os
dentes de Ronaldinho e o atleta respondeu estar se sentindo bem. Os integrantes acharam
graça na resposta e caíram na gargalhada. Galvão interveio: “Era a resposta merecida,
Arnaldo”. Os comentaristas continuaram fazendo comentários com humor, enquanto o ex-
árbitro se dirigia até a bancada para a resposta do quadro apresentado por ele durante o
programa. O apresentador cedeu espaço a Arnaldo e sentou-se na guarda do sofá, ao lado de
Bob. Os comentários se estenderam e Galvão estalou os dedos para que Arnaldo falasse sobre
os lances. O ex-árbitro mostrou novamente o lance e comentou o que deu errado na jogada.
Galvão perguntou se houve pênalti, mas Arnaldo argumentou que a imagem não mostrou,
porém, os comentaristas opinaram mesmo assim sobre o lance. Arnaldo voltou a falar sobre o
que deu errado na jogada e porque aconteceu o ato falho da bandeirinha. Galvão pediu que o
ex-árbitro retornasse ao seu lugar, aproximou-se da bancada e disse: “Tem um ritual para
terminar o programa, terminamos sempre da mesma forma, senão, você já emendava por aqui.
Mas eu queria mostrar a classificação, porque nós temos nesse momento o Cruzeiro campeão
e Grêmio já na Libertadores, nós temos também uma briga, já que não temos a classificação,
vamos ter que explicar, nós temos uma luta do Atlético Paranaense, que vem logo a seguir na
terceira posição, e depois nós temos o Goiás, temos o Botafogo e temos o Vitória, os três
brigando por uma quarta vaga que pode até não existir porque a Ponte Preta”.
Figura 16 – Galvão com a camiseta da Ponte Preta.
A produção, então, entregou uma camiseta da Ponte Preta para Galvão e ele comentou:
“O departamento de marketing manda, com muito orgulho, da Ponte Preta, um clube mais que
centenário, a macaca, honra e glória de Campinas, está aqui a camisa da Ponte Preta. A Ponte
Preta será o Brasil, daqui pra frente, na Sul-americana evidentemente, que contra a Ponte
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Preta só poderia estar torcendo o Goiás, o Vitória, o Botafogo e o Guarani”. Galvão estendeu
a camiseta na bancada e Cléber Machado comentou sobre o time do Guarani. Galvão
anunciou as informações sobre o jogo e seus respectivos narradores que fizeram cobertura
pela SporTV. Seguiu falando sobre o rebaixamento do campeonato e as partidas que ainda
tinham sido jogadas. Ao final, anunciou um programa especial para a semana seguinte:
“Teremos um programa com os melhores escolhidos do Campeonato Brasileiro e teremos a
honra de entregar os prêmios, o programa vai ser normal, discutindo todo campeonato, porque
hoje era o dia do Ronaldinho, que vou agradecer no final, mas é a primeira vez desde que
ele saiu e foi pra Europa que passa mais de duas horas em um programa de televisão, depois
quero falar contigo no final, porque é uma consideração que pra nós é muito importante e
ficamos todos nós muito felizes com isso. Então, vamos mostrar três festas, que tivemos
ontem, começamos com a festa do Flamengo, porque a festa do Flamengo foi antes, foi a
conquista do retorno para a Libertadores, a conquista no Maracanã, em cima do Atlético
Paranaense... então, nós vamos lá”. O vídeo foi exibido e os integrantes comentaram os lances
e a comemoração. Porém. Paulo César falou da saída do técnico, que fez com que o time
ficasse alerta. No entanto, Galvão pediu permissão para discordar e elogiou o trabalho do
técnico substituto, logo chamou o vídeo seguinte, que mostrava a festa do Santa Cruz, e pediu
a opinião de Alberto Helena, afirmando serem os mais velhos dos integrantes do programa. O
comentarista opinou, porém, logo foi interrompido por uma pergunta que Galvão fez a
Arnaldo. O apresentador, portanto, foi encerrar o programa: “Fechamos, então, com a vitória
do Bahia, mas o Cruzeiro, com todos os méritos, fazendo sua festa, o Mineirão lotado, a
torcida do Cruzeiro de bem com a vida, o Cruzeiro dominou total e inteiramente o
campeonato, e a festa é mais do que merecida, neste ano em que Minas Gerais domina o
futebol brasileiro e o Atlético que será o Brasil a partir do dia 18...”. Se dirigiu ao convidado,
perguntando quando ele viajaria e treinos no local do jogo, ainda emendou a pergunta sobre o
Cruzeiro ser merecedor do campeonato. O jogador respondeu, porém, Galvão levantou o
assunto da briga entre torcedores do jogo do Cruzeiro. Bob Faria opinou. O apresentador
chamou Arnaldo, mais uma vez, para falar sobre o jantar que ele prometeu no quadro que
apresentou anteriormente. O ex-árbitro fez graça, porém, Galvão disse para ele apenas falar a
resposta. Arnaldo, então, rapidamente, relembrou a pergunta e o apresentador novamente
interrompeu: “Arnaldo, deixa eu vir pra cá, vamos criar um momento de expectativa”.
53
Figura 17- Galvão Bueno ao lado de João Lucas e Marcelo.
Figura 18 – Galvão Bueno se despedindo de Ronaldinho Gaúcho.
Arnaldo tentou seguir e chamar a resposta, porém, Galvão iniciou a perguntar a
opinião e resposta para cada integrante do programa. Entretanto, em meio as respostas, o
apresentador lembrou-se de uma pergunta que Anselmo queria fazer e, passou a palavra a ele:
“Os torcedores querem saber se Ronaldinho vai renovar com o Atlético”? O convidado, sem
hesitar, respondeu que tudo indica que isso iria acontecer. Galvão tomou a palavra e disse que
era uma ótima novidade à torcida do time e, em seguida, continuou perguntando a opinião dos
integrantes. Ao final, agradeceu a presença dos músicos e perguntou a opinião dos músicos
sobre o lance que Arnaldo mostrou. Na sequência, agradeceu Ronaldinho por ter passado o
tempo do programa com eles. Arnaldo explicou o lance e deu a resposta. Galvão falou sobre o
jogo da Ponte Preta quando era, e chamou a música (Louca Louquinha, de João Lucas e
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Mateus), anunciou também que em seguida viria o SporTV News, e se despediu de
Ronaldinho Gaúcho.
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7 ANÁLISE DOS APRESENTADORES
Para analisarmos o modo como os apresentadores Galvão Bueno e Luís Roberto atuam
no programa Bem, Amigos!, vamos nos deter em algumas categorias que estabelecemos
previamente durante a pesquisa baseadas no conceito de práticas interacionais, como
condução do programa (mediação), observância com o tempo, observância do figurino,
linguagem (verbal, gestual) e interação com os convidados.
7.1 CONDUÇÃO DO PROGRAMA (MEDIAÇÃO)
Alguns aspectos diferentes na condução do programa entre os apresentadores são
percebidos. Sabe-se que jornalistas mediadores de um debate ou programa apenas fazem suas
colocações e intervenções sem qualquer opinião. Porém, o programa analisado tem
características diferenciadas, pois os apresentadores se colocam também como comentaristas
dos assuntos debatidos. Luís Roberto de Múcio apresenta características próximas as ideias
colocadas por autores sobre mediação do programa, já que podemos analisar isso diante da
descrição do programa, onde apenas o apresentador fala o necessário para perguntar e opinar.
Traz com ele aspectos da sua bagagem jornalística que ajudam na condução do programa,
pois são deles que surgem as primeiras perguntas ao convidado, em seguida aos
comentaristas, jornalistas e músicos. A partir da narrativa que foi construída por Luís Roberto,
foram formatadas as perguntas e explanações, de acordo com que o narrador achasse
conveniente de aprofundar ou até mesmo exprimir do assunto.
A narrativa tem fluidez a partir do momento que estes, chamados anteriormente de
integrantes, conseguem explanar suas opiniões e falar diante da bagagem cultural e histórica
deles.
Portanto, quando falamos de Galvão Bueno, sabemos de sua trajetória profissional
indescritível, porém, ainda o apresentador leva consigo o jornalismo esportivo entranhado na
sua vida, pois, extra estúdio, ele tem relação direta com treinadores, jogadores, empresários e
dirigentes de todo país. Conhecedor do futebol propriamente em destaque, coloca isso em
evidência na condução do programa. A maneira de se portar com sua narrativa traz conteúdo
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informativo, opinião e dúvidas que se transformam nas perguntas do programa. Porém, a
participação dos comentaristas, convidado, jornalistas e músicos é quase nula, comparada ao
tempo de exposição de fala de Galvão.
7.2 OBSERVÂNCIA COM O TEMPO
Os dois apresentadores demonstram cuidado com o tempo de duração do programa,
principalmente com o fechamento dos blocos. Porém, quando trata-se de exposição de opinião
dos comentaristas, os mediadores se portam de forma diferente.
Luís Roberto, por ser mais intimista na narrativa, se deixou levar algumas vezes pelos
comentários e não tomava posição para encerrar o bloco. No entanto, achava brechas nas falas
para dar continuidade e assim poder dar fim ao bloco. Da mesma forma, se comportava ao
espaço dado para cada integrante do programa ter possibilidade de expor sua opinião,
inclusive os músicos, que tinham participação diretamente opinativa sobre os assuntos
tratados, já que o esporte também faz parte da história das canções.
Galvão Bueno tinha controle sobre o tempo de encerrar cada bloco e o que gostaria de
finalizar em cada um deles. Quando os integrantes falavam e estavam finalizando o
raciocínio, imediatamente ele os interrompia, expressava sua opinião e encerrava o bloco. Ao
contrário de Luís Roberto, pouco tempo era dado aos participantes do programa para se
estenderem nas explicações. Porém, mesmo tendo o controle do tempo do programa, Galvão
passou três minutos das duas horas de exibição na grade de programação.
7.3 OBSERVÂNCIA DO FIGURINO
Ao observarmos o figurino dos apresentadores, não percebemos muita diferença. Luís
Roberto com sapatos escuros, calça jeans escura, camisa azul clara e blazer cinza aberto. Já
Galvão Bueno com sapatos escuros, calça jeans escura, camisa branca e blazer preto
abotoado. Porém, o que notamos foi a maneira que os dois se comportaram com as
vestimentas, na qual Luís Roberto esteve sempre de blazer aberto e o arrumava repetidas
vezes. Galvão Bueno ficou com o blazer abotoado e apenas o abriu para sentar ao lado de Bob
Faria. Os comentaristas e jornalistas do programa também se vestiram com trajes parecidos
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aos dos apresentadores, contudo, os convidados se diferenciaram. Tite estava de terno,
Ronaldinho estava vestido com camiseta e uma espécie de boina e os músicos se vestiam
tradicionalmente, como em outros programas.
Fatores, como o ambiente a ser realizada a entrevista, também podem interferir na
interação entre entrevistado e entrevistador, como justifica Queiroz et al.:
Outros fatores poderiam interferir na questão da in/formalidade da situação: a
preparação do ambiente, a presença das entrevistadoras, o gravador (neste caso a
câmera digital), o contato que antecedeu o encontro, a consciência por parte do
entrevistado de que o objetivo do encontro, da perspectiva da instituição de pesquisa
que o programou, era observar a linguagem de pessoas consideradas usuárias da
norma culta (QUEIROZ ET AL., 2008, p. 8)
7.4 LINGUAGEM (VERBAL, GESTUAL)
Como podemos perceber na literatura, a linguagem do telejornalismo esportivo é
diferenciada, pois se aproxima da linguagem simples cotidiana, porém, não deixa de ser
correta. O telejornalismo esportivo, por sua vez, também usa de artifícios para modificação de
estrutura e linguagem.
Essas modificações históricas nos programas esportivos foram consolidando formas
específicas do fazer jornalístico e, também, das expectativas dos telespectadores
com relação a esse tipo de programa estabelecendo limites que indicam o que é
possível e o que não é (SILVA, 2005, p. 2).
Portanto, analisa-se os apresentadores pelas suas características discursivas. Luís
Roberto utilizou palavras simples para descrever sua opinião que, por sua vez, foram rápidas,
e também para fazer a pergunta, muitas vezes usando apenas o necessário de palavras para se
expressar. Ele trouxe palavras como chará, garoto, time, entre outras, que geraram uma certa
aproximação com os convidados. Sua linguagem gestual foi bem expressiva, pois aproximou-
se de cada pessoa que fez a pergunta, cumprimentando-a, abraçando-a ou dando um aperto de
mão. Aplaudiu para elogiar, tocou no braço ou na perna do integrante para que falasse,
sentou-se ao lado no sofá. O que chamou atenção foi um gesto corriqueiro que ele fez, de
arrumar seu casaco diversas vezes em diferentes momentos do programa.
O conceito de mediação, para que possamos ter como base na análise, segundo Mattos
et al. (2012, p. 33), enfatiza que, “em perspectiva genérica, uma mediação corresponde a um
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processo em que um elemento é intercalado entre sujeitos e/ou ações diversas, organizando as
relações entre estes.” Dessa forma, ele nos mostra que a mediação pode ser a relação do ser
humano ao que está ao seu redor, o jeito que se porta diante dos outros. Para o autor, essa
relação deve sempre estar atrelada à realidade e isso pode ser influenciado pela sua posição
social, cultural e psicológica.
Utilizou tanto de uma linguagem acessível aos telespectadores para atraí-los como fez
questão de explicar alguns comentários levantados durante o programa, assim como ações dos
integrantes. Na linguagem gestual, o apresentador foi econômico, já que, na maior parte das
vezes, se posicionou atrás da bancada, expressando-se apenas com seus braços. Poucas vezes
saiu do local para sentar-se na guarda do sofá, assim como cumprimentar com aperto de mão
os convidados. Galvão se afastou poucas vezes da bancada. Uma delas foi quando se dirigiu
até a produção para pegar uma camisa da Ponte Preta, e outra ao despedir-se da dupla de
músicos e dar um abraço em Ronaldinho Gaúcho.
7.5 INTERAÇÃO COM OS CONVIDADOS
A interação entre os apresentadores e convidados ocorreu de forma distinta, como já
foram apresentadas nos tópicos acima. Luís Roberto de uma forma mais descontraída, foi até
os convidados e comentaristas, falando com cada um, apresentando certa proximidade e até
intimidade, com ações como toques no braço ou perna, um abraço ou até mesmo com
perguntas sobre a família. Galvão Bueno também apresentou algumas características
semelhantes de estratégias, entre elas, perguntas sobre a família do convidado e interesses
pessoais. Isso nos mostrou maior proximidade ao entrevistado o que captura o telespectador.
Porém, o que os diferenciou foi a forma mais contida de Galvão Bueno de ser o apresentador
como pilar principal no cenário e os participantes serem meros integrantes que
complementam o que ele tem a dizer.
Portanto, para caracterizarmos as categorias apresentadas, partimos de alguns
conceitos pesquisados durante o processo de análise, entre eles, baseamo-nos em um em
especial, a prática interacional.
Diante disso, para compreendermos, relembremos o significado de prática. Para isso,
destacamos o significado de interação para melhor entendimento do contexto de práticas
interacionais. Segundo o Dicio (2014), interação conceitua-se como influência recíproca,
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interação ligada à prática, porém, o seu sentido está dividido em três âmbitos da física,
sociologia e psicologia.
Diante destes conceitos, passamos a analisar os condutores do programa por meio da
definição de práticas interacionais adotada por Braga (2006). Ele afirma que os sentidos
devem circular dentro da sociedade para assim fazer parte da cultura. Reafirma que esta forma
de circulação está compreendida no sistema de interação social, e devemos diferenciá-la.
Assim, podemos naturalmente compreender a prática interacional citada por Braga
(2006), na temática abordada pelo programa. Apesar de os convidados serem diferentes, os
assuntos giram em torno do meio em que vivem - esporte e futebol - em especial dos dois
programas analisados. A linguagem e as estratégias de interação entre os apresentadores e
convidados se diferenciam, porém, o meio de transmissão do conteúdo é muito próximo, com
conversa, opinião, informação, vídeos e música. O que caracteriza um produto final com
estética linguística apresentando particularidades de cada apresentador, figurinista mostrando
a forma de se vestir e se portar diante dos convidados e temporal que contempla em qual
época do ano e campeonatos estão ocorrendo.
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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ressaltamos a maneira que o tema foi escolhido, pelo qual nos identificamos até a
conclusão deste trabalho de pesquisa e análise. A escolha do assunto da pesquisa é decorrente
do gosto por assuntos esportivos. Desta forma, o programa Bem, Amigos! foi escolhido pela
sua duração, estilo de apresentação e características fortes e marcantes de cada apresentador.
Diante disso, surgiu a curiosidade de analisar o apresentador Galvão Bueno, um narrador
célebre do âmbito esportivo, além de ser o comandante do programa. Entretanto, percebeu-se
a ação de apresentadores substitutos no Bem, Amigos! Assim, optamos por comparar a
condução de Luís Roberto de Múcio, que foi o apresentador que mais vezes substituiu Galvão
Bueno no comando do programa. Assim, analisamos as práticas interacionais dos
apresentadores em relação aos integrantes do programa. O problema de pesquisa nos norteou
desde o início da busca por pesquisadores que já haviam escrito sobre o assunto, até como
seria a análise.
No primeiro momento, fizemos uma busca bibliográfica como estudo da arte em busca
de alguns autores que estudam telejornalismo e telejornalismo esportivo, bem como o
conceito de práticas interacionais. Depois, buscamos o tempo de existência do programa Bem,
Amigos!, a história dos apresentadores e quem são as pessoas que participam d a atração
esportiva. Contudo, decidimos por aprofundar, na pesquisa, as práticas interacionais, que nos
guiaram para a descrição e a análise propriamente dita. Além disso, elegemos algumas
características específicas para que fossem comparadas diante da descrição de dois programas
escolhidos aleatoriamente, um conduzido por Galvão Bueno e outro por Luís Roberto.
Uma das características analisadas foi a condução do programa pelos dois
apresentadores. Luís Roberto, na mediação do programa, mostrou-se mais econômico nas
falas, em comparação com Galvão Bueno, e fez perguntas de forma mais sucinta aos
participantes. Mesmo assim, porém, fez suas considerações e opinou sobre os assuntos
tratados. Além disso, adotou a aproximação com um integrante do programa para que o
mesmo sentisse que apenas era uma conversa entre amigos. Usou do toque na mão ou o
abraço para cumprimentar integrantes do programa e abordou questões de uma forma mais
leviana do que Galvão Bueno. Luís Roberto deixou que os comentaristas do programa
também participassem da condução do programa. Já Galvão Bueno utilizou-se do
cumprimento apenas com o convidado e no final do programa. Outra característica particular
61
foi nas colocações do apresentador durante o programa, que demandaram maior tempo de
exposição da fala, superior até a dos convidados.
Outra característica analisada foi a observância com o tempo dos blocos do programa,
na qual os dois apresentadores respeitaram. Porém, a preocupação em olhar diversas vezes
para o relógio ocorreu da parte de Luís Roberto, que também mediava o tempo para não
passar do horário do programa e deixar todos fazerem suas considerações. Galvão também
esteve atento ao tempo do programa e ao tempo do quadro de Arnaldo Cézar Coelho.
Entretanto, na edição analisada, passaram-se três minutos do tempo máximo previsto para o
programa.
O figurino também fez parte das características, em que percebeu-se semelhanças de
vestimentas entre um apresentador e outro. Destacamos, ainda, o cenário do programa, que
exprime situação de arena, no qual algumas pessoas ficam de um lado, outras do outro e o
apresentador no meio. E a última característica pontual foi a linguagem verbal e gestual, onde
encontramos diferenças entre os dois apresentadores. Luís Roberto andou pelo cenário,
sentou-se ao lado do convidado, foi ao palco da banda, além de utilizar as mãos para tocar no
entrevistado ou fazer alguma indicação de fala. Ele também utilizou uma linguagem mais
informal para se expressar. Já Galvão Bueno permaneceu o maior tempo na bancada e se
expressou diversas vezes com as mãos, além de utilizar uma linguagem pouco mais formal.
Dentro dessas características, observamos peculiaridades das quais fazem parte de
cada apresentador. Luís Roberto teve um estilo mais conservador, porém, amigável, sorriu
durante as explanações dos convidados, chegou próximo ao entrevistado ou comentarista,
como se fosse uma conversa informal. Galvão Bueno, há mais tempo como narrador e sendo
idealizador do programa, se manteve mais falante durante todo o programa e utilizou isso para
explicar e deixar o telespectador mais informado. Ele pouco circulou pelo cenário e usou com
frequência a linguagem gestual e o tom da voz mais alto para colocar sua opinião.
Consideramos que as características apresentadas por Luís Roberto e Galvão Bueno no
Bem, Amigos! fazem parte das práticas interacionais entre os dois apresentadores e
integrantes do programa, que têm contato direto durante a atração esportiva. Seja por
conteúdo informativo, opinativo ou musical, a dinamicidade que os apresentadores dão ao
programa, oferece ritmo e, ao mesmo tempo, valor aprofundado sobre os assuntos esportivos
que aconteceram, que estão acontecendo ou até mesmo que vão acontecer. Itens comparativos
como estes, nos demonstram o quanto a influência de bagagem histórica e de experiência cada
62
um carrega, no qual podemos identificar a autoridade e respeito que os outros participantes
têm pelos apresentadores.
Este trabalho serviu para observar como as diferenças entre as características de
condução do programa de cada apresentador não interfere, no caso do Bem, Amigos!, no
produto final, pois cada um, com suas peculiaridades, consegue dar fluidez de um jeito
diferente em um mesmo formato para falar de esporte, com comentários, opiniões, informação
e tudo isso aliado a música. Foi por meio do conceito de práticas interacionais que
conseguimos identificar cada característica para comparar a mediação do programa de cada
apresentador.
A compreensão desse conceito foi fundamental para visualizar esta nova forma de
apresentação de programa esportivo. Quem habitualmente acompanha o programa, pode
observar as diferenças entre os apresentadores, porém, independente do mediador, a atração
não perde suas particularidades de abordar os assuntos esportivos de uma forma informativa,
opinativa e musical.
63
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