ALINE ISABEL CINTRA GALASSO
PROCESSOS E GESTÃO DE CONTEÚDOS NA WEB: SEMINÁRIOS VIRTUAIS AVANÇADOS DO CISC
SÃO PAULO 2003
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ALINE ISABEL CINTRA GALASSO
PROCESSOS E GESTÃO DE CONTÉÚDOS NA WEB: SEMINÁRIOS VIRTUAIS AVANÇADOS DO CISC
Memorial Descritivo apresentado como exigência parcial da disciplina de Projeto em Multimeios II, para a conclusão do curso de graduação de Comunicação Social habilitação em Multimeios, da Faculdade de Comunicação e Filosofia, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP Orientador: Prof° Ms. MILTON PELEGRINI
SÃO PAULO
2003
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Título: PROCESSOS E GESTÃO DE CONTEÚDOS NA WEB: SEMINÁRIOS VIRTUAIS AVANÇADOS DO CISC Autora: ALINE ISABEL CINTRA GALASSO Local e data: SÀO PAULO, 2003 Banca Examinadora: Prof° Ms. Fábio Valverde Rodrigues Bastos Filho Instituição: PUC-SP Nota: ........................................................ Assinatura: ............................................... Prof° Flavio Marques Azevedo Instituição: PUC-SP Nota: ........................................................ Assinatura: ............................................... Prof° Ms. Milton Pelegrini Instituição: PUC-SP Nota: ........................................................ Assinatura: ...............................................
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Aos meus pais, Ulysses Darly Galasso e Maria Cecília Cintra Galasso, minha eterna gratidão pelo imenso esforço e dedicação à minha formação.
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AGRADECIMENTOS Ao Prof° Ms. Milton Pelegrini, orientador desse projeto, primeiramente pela oportunidade, e pela ajuda dada durante todo o processo que envolveu esse trabalho e ao Prof° Dr. Norval Baitello Júnior por depositar enorme confiança nessa realização. Toda a diretoria do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC) pelo interesse e apoio. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo incentivo e confiança dados ao projeto. À todos os professores que contribuíram direta e indiretamente no projeto e à minha colega de Iniciação Científica, Camilla Lousada Machado pelo otimismo e determinação. Aos meus familiares, especialmente à minha irmã Andréa, pela grande ajuda e generosidade que colaboraram diretamente para o meu crescimento, às minhas irmãs Ana e Adriana, e ao meu irmão Ulysses. Agradeço ainda, aos meus amigos pelo companheirismo e troca de experiências, e especialmente, à André Bacci, pela paciência e colaboração.
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RESUMO O projeto consiste no estudo de processos de conteúdos comunicativos na Web. Tem-se a formatação de uma interface digital capaz de adequar os Seminários Virtuais Avançados do CISC num site para o Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC). Esse projeto tem o intuito de realizar uma abordagem dos fenômenos comunicativos, relacionando os aspectos da comunicação humana desde o corpo até a “mídia terciária”, expondo dessa os possíveis recursos digitais para a formação de comunidades virtuais em redes acadêmicas online. Palavras-chave Fenômenos comunicativos, mídia terciária, interface digital, ambiente virtual, comunidade virtual, comunidade de aprendizagem.
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ABSTRACT The project consists in the study of the communicative content on the Web. There is the formatting of a digital interface capable of adapting the Seminários Virtuais Avançados do CISC in a website for the Interdisciplinary Semiotics of Media and Culture Center (Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia - CISC). The goal of the project is to accomplish an approach of the communicative phenomena, linking the aspects of human communication from the body through the "third media", exposing from that the possible digital resources to generate virtual communities in academic networks online. Keywords Communicative phenomena, third media, digital interface, virtual environment, virtual community, learning community
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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Tela de login da ferramenta HDL ........................................................ 20
FIGURA 2 – Interface da ferramenta HDL ............................................................... 21
FIGURA 3 – Interface do “artigo” na ferramenta HDL .............................................. 22
FIGURA 4 – Interface do “corpo do artigo” na ferramenta HDL ............................... 23
FIGURA 5 – Interface dos “arquivos de mídia” na ferramenta HDL ......................... 23
FIGURA 6 – Página inicial do site da ferramenta Moodle ........................................ 24
FIGURA 7 – Tela do login da ferramenta Moodle ................................................... 25
FIGURA 8 – Tela do “módulo de curso” da ferramenta Moodle ............................... 25
FIGURA 9 – Tela inicial do site Seminários Virtuais Avançados do CISC ............... 31
FIGURA 10 – Tela de login do site Seminários Virtuais Avançados do CISC ......... 31
FIGURA 11 – Tela do curso A Gramática do Cotidiano do site Seminários Virtuais
Avançados do CISC ................................................................................................. 32
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SUMÁRIO Introdução ................................................................................................................. 9 1. Da mídia primária à mídia terciária .................................................................. 13 1.1 O corpo como texto .......................................................................................... 13 1.2 Do corpo à virtualidade .................................................................................... 15 1.3 A terceira mídia ................................................................................................. 16 2. Os meios digitais ................................................................................................ 20 2.1 Huey, Dewey and Louie (HDL) ......................................................................... 20 2.2 Moodle .......................................... .................................................................... 24 2.3 Gerenciamento de conteúdos na Web ........................................................... 26 2.4 Plano de Trabalho dos Seminários Virtuais Avançados .............................. 28 3. Comunidades virtuais ........................................................................................ 33 3.1 A Comunicação Eletrônica ............................................................................. 33 3.2 As Redes Acadêmicas ..................................................................................... 36 3.3 Comunidades de Aprendizagem ..................................................................... 38 Conclusão................................................................................................................ 39 Referências Bibliográficas..................................................................................... 41 Anexo ....................................................................................................................... 44
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INTRODUÇÃO
O projeto Processos e Gestão de Conteúdos na Web: Seminários Virtuais
Avançados do CISC consiste no estudo de conteúdos comunicativos dentro da mídia
terciária, no caso, na World Wide Web (Web), com o intuito de realizar uma
abordagem dos fenômenos comunicativos, relacionando os aspecto da comunicação
humana desde o corpo-presente até a chamada “mídia terciária”1, pontuando e
expondo dessa os possíveis recursos dos meios digitais, para a formação de
comunidades virtuais em redes acadêmicas online.
Os Seminários Virtuais Avançados foram aprovados em nível de Iniciação
Científica pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
(http://www.fapesp.br) em março de 2003. Ressalta-se que o presente trabalho,
desenvolvido por mim, será apresentado junto ao relatório final exigido pela
FAPESP, como item fundamental para avaliação e aprovação do projeto.
Esse projeto visa o intercâmbio da pesquisa científica nas áreas de
Comunicação, Cultura e Mídia, de forma a ampliar a troca de informação, através da
aplicação e formatação de uma interface digital de conhecimento, construindo um
site para o Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC)
(http://www.cisc.org.br), oferecido tanto para pesquisadores, quanto para alunos
mestrandos e doutorandos, além de alunos de graduação, facilitado pelo meio
digital, num ambiente virtual.2
Portanto, a formatação dessa interface digital busca a adequação de cursos/
seminários, ou seja, uma versão digitalizada dos Seminários Avançados, tradicionais
no CISC, e que já tiveram a participação de professores internacionais convidados,
como o Prof° Dr. Harry Pross (Prof° Emérito da Universidade Livre de Berlim), o
Prof° Dr. Ivan Bystrina (da Universidade de Praga), o Prof° Dr. Dietmar Kamper (da
1 Conceito formulado por Harry Pross no livro Medienforschung (1972). 2 Ambiente acessado através de uma interface tecnológica.
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Universidade Livre de Berlim), o Prof° Dr. Vicente Romano (da Universidade de
Sevilha), o Prof° Dr. Thomas Bauer (da Universidade de Viena), o Prof° Dr. Ryuta
Imafuku (da Universidade de Sapporo, Japão), a Profª Dr. Birke Mersmann, entre
outros.
O Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC) foi
oficialmente fundado em 30 de novembro de 1992. É um centro de estudos e pesquisas de caráter interdisciplinar, vinculado ao Programa de Estudos Pós-
Graduados em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC/SP) (http://www.pucsp.br). Esse centro de pesquisa tem como
finalidade:
- Promover, orientar e incentivar pesquisas e estudos a respeito de fenômenos/textos da cultura em sua natureza comunicativa.
- Promover, orientar e incentivar pesquisas e estudos em embasamento
em
Ciências da Comunicação, possibilitando assim os diálogos amplos entre a esfera da
cultura com seus textos e as manifestações informacionais/sígnicas dos organismos
vivos/das sociedades.
- Promover, orientar e incentivar pesquisas, estudos e leituras dos
fenômenos
da mídia em sua dimensão semiótica, histórica e cultural.
Todos os projetos realizados no CISC partem dos fundamentos teóricos da
Semiótica da Cultura. São eles: Biocomunicação, Limiares Semióticos, Semiótica da
Arte, Semiótica da Mídia, Semiótica do Mito e dos Ritos, Semiótica Política,
Semiótica do Tempo e Futurologia.
O Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia realiza diversas
atividades buscando sempre as parcerias com outros Centros de Estudos e
Pesquisas da PUC/SP, de outras universidades brasileiras e estrangeiras, Centros
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Culturais e Instituições de Apoio à Pesquisa. O CISC realiza também, algumas
atividades como:
- Promoção de eventos como Palestras, Seminários, Cursos, Mesas
redondas e Conferências de fundamentação teórica da Semiótica da Cultura e/ou de
fenômenos/textos culturais específicos.
- Tradução e edição de textos inéditos em língua portuguesa,
fundamentais
para o estudo da Semiótica da Cultura e da Mídia.
- Documentação dos eventos realizados por meio de publicações
em editoral ou pre-print, vídeo e outros veículos.
- Organização e participação em Congressos em áreas específicas das
Ciências da Comunicação e afins.
O CISC edita também a revista digital Ghrebh-, uma publicação em tempo
real disponível para acesso no endereço http://www.cisc.org.br/ghrebh
O centro está cadastrado no diretório de pesquisa do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e seus pesquisadores atuam nas
áreas de Comunicação, Cultura e Mídia.
Para implementação dos Seminários Virtuais Avançados do CISC foi
utilizada uma ferramenta editorial para a Web chamada “HDL”, um software
desenvolvido pelo Media Lab (http://www.media.mit.edu), o laboratório de mídia do
Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, para a criação de
comunidades online.
O Media Lab recebe o patrocínio da Agência Estado, empresa do Grupo O
Estado de São Paulo, que cedeu os direitos de uso para a Faculdade de
Comunicação e Filosofia (Comfil) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Essa faculdade é responsável pelo curso de Comunicação em Multimeios.
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Foi utilizada também, a ferramenta “Moodle”, um sistema de gerenciamento
de cursos online. Um software desenvolvido para ajudar educadores a criar cursos
online de qualidade, um sistema de e-learning. “Moodle” é um “sistema de
gerenciamento de aprendizagem” ou seja, “ambiente de educação à distância”.
O projeto Processos e Gestão de Conteúdos na Web: Seminários Virtuais
Avançados do CISC foi baseado em pensadores como: Harry Pross, cientista
político alemão, Dietmar Kamper, sociólogo e filósofo alemão, Seymour Papert,
matemático sul-africano, Norval Baitello Júnior, doutor em Ciências da Comunicação
e diretor-científico do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia
(CISC) e Vicente Romano, professor doutor em Comunicação Social, pela
Universidade de Münster e doutor em Ciências da Informação, pela Universidade
Complutense, trazendo uma análise comunicativa dos recursos digitais para a
formação de redes acadêmicas online, tendo em vista as comunidades virtuais.
Dessa forma, o projeto tem caráter apenas experimental, não tem o objetivo
ser ideal ou perfeito, mas pode servir de embasamento para futuros projetos na área
da pesquisa científica. Pode-se, com os Seminários Virtuais Avançados, continuar
buscando caminhos que permitam inovar e criar, norteando desse modo, a criação
conjunta do conhecimento. O site Seminários Virtuais Avançados do CISC pode ser
acessado pelo endereço http://oficina.hotcao.com.br/curso/.
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1. DA MÍDIA PRIMÁRIA À MÍDIA TERCIÁRIA 1.1 O CORPO COMO TEXTO
No projeto Seminários Virtuais Avançados do CISC, uma das abordagens
fundamentais é a exploração do conceito do corpo, de forma que os corpos
presentes, juntamente com seus significados e significantes, revelam-se como
“mídia primária”.
No entender de Dietmar Kamper:
O corpo, do latim corpus, intenso no sentido de corpo morto dos chefes e, mais tarde, no sentido de cadáver pode ser na verdade considerado como natural ou original. De costume, como “resultado” vital e ativo da evolução, ele é atribuído à pré-história e à história. Isso deve dar às ciências humanas e sociais, e, particularmente, à antropologia histórica, uma prioridade com relação às ciências da natureza e às variantes da antropologia que tomam isso como modelo (KAMPER, 2002, p. 1).
Para a realização do estudo da comunicação humana, de forma coerente,
tem-se primeiro a analise do corpo até a chegada desse nas realizações dos meios
digitais (mídias digitais), objeto de estudo desse projeto.
Segundo Norval Baitello Júnior, “todo processo comunicativo tem suas
raízes em uma demarcação espacial chama corpo. O que se denomina
‘comunicação’ nada mais é que a ponte entre dois espaços distintos” (BAITELLO Jr.,
1998, p. 11).
Chega-se ao conceito de “mídia primária”, formulado pelo filósofo alemão
Harry Pross, em seu livro pioneiro, Medienforschung (Investigação da Mídia), de
1972. Pross classifica o corpo como a primeira mídia do homem, aquela que funde
“em uma pessoa conhecimentos especiais”, a pessoa torna-se então, mídia, na qual
“juntam-se conhecimentos especiais em uma pessoa. O orador deve dominar a
gestualidade e mímica [...], o mensageiro deve saber correr, cavalgar e garantir
assim a transmissão de sua mensagem” (PROSS, 1972, p. 127).
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Para o autor, “toda comunicação humana começa na mídia primária, na
qual os indivíduos se encontram cara a cara, corporalmente e imediatamente, e toda
comunicação retorna para lá” (PROSS, 1972, p. 128).
Pode-se então descrever inúmeras possibilidades comunicativas da “mídia
primária”, ou seja, o corpo e suas incontáveis possibilidades de produção de
linguagens, como as expressões corporais no geral, as expressões faciais, de
postura, de cabeça, o andar, o gesto, a mímica, os ritmos, a dança, as linguagens
naturais, entre outras. Cada gesto básico do corpo, em diferentes ocasiões, nações,
povos e culturas, mostra o importante papel da “mídia primária” na formação dos
vínculos da comunicação. Dessa forma, o corpo em forma de texto, como são os
Seminários Virtuais Avançados, é capaz de comunicar e transmitir conhecimento.
Chega-se na abordagem de Dietmar Kamper, que revela:
[...] pelo menos se multiplicam as estratégias mais disparatadas que apelam ao corpo na teoria e na prática, e se refletem em sua linguagem, em sua “imagem”. Seria, por esse motivo, oportuno tentar uma análise do clima, e do espírito do tempo no qual, embora as velhas hostilidades não tenham desaparecido, pode-se anunciar uma nova compreensão do corpo (KAMPER3)
No projeto Seminários Virtuais Avançados do CISC, o corpo tem papel
fundamental, tanto como elemento inicial para a produção de um ambiente virtual, no
qual o corpo é representado e, até transformado em textos, imagens, sons, vídeos
etc., juntamente com a utilização de diversos recursos multimídia. Dessa maneira, a
aula presencial torna-se Seminário Virtual, no qual os usuários podem trocar
conhecimento e informações nas áreas da pesquisa acadêmica, em tempos e
espaços diferentes. Além disso, o corpo mostra-se como um elemento de análise
nos demais processos comunicativos explorados nesse projeto.
3 Disponível em http://www.cisc.org.br/biblioteca/medial.pdf
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1.2 DO CORPO À VIRTUALIDADE
Para Pross, “mídia secundária” são “aqueles meios de comunicação que
transportam a mensagem ao receptor, sem que este necessite de um aparato para
captar seu significado, portanto são mídia secundária a imagem, a escrita, o
impresso, a gravura, a fotografia [...]” (PROSS, 1972, p. 128).
Norval Baitello Júnior aponta que o homem:
[...] em sua inquietude e criativa operosidade, procura aumentar sua capacidade comunicativa, criando aparatos que amplifiquem o raio de alcance de sua “mídia primária” [...] os aparatos prolongadores e/ou substitutos do próprio corpo inauguram um quadro da mediação mais complexo, o da mídia secundária (BAITELLO Jr., 1999, p. 3).
Na “mídia secundária”, têm-se objetos com a função de acrescentar ao
corpo uma informação, um prolongamento da “mídia primária”. Dessa forma, na
“mídia secundária” há a presença de um aparato mediador entre o receptor e o
emissor, durante o processo de comunicação.
Portanto, a “mídia secundária” utiliza-se de um transportador extra-corpóreo
para envio de sua mensagem, de forma que aumente sua abrangência em relação
tanto ao tempo, quanto ao espaço, e intensidade, transmitindo ou até mesmo
marcando outros corpos, dentro do fluxo dos sinais existentes na comunicação.
Assim, vê-se a possibilidade de ampliação da comunicação e o aumento da
complexificação dos veículos da “mídia secundária”. É a partir desse momento em
que inaugura-se a “era da virtualidade”, ou seja a permanência e a sobrevivência
dos símbolos após o corpo-presencial: “a escrita é a presença virtual de um corpo e
de uma vida associados à uma história”, diz Norval. (BAITELLO Jr., 1998, p. 13).
16
1.3 A TERCEIRA MÍDIA
Chega-se então ao próximo sistema de mediação, a “mídia terciária”. Pross
diz que, “são aqueles meios de comunicação que não podem funcionar sem
aparelhos tanto do lado do emissor, quanto do lado de receptor” (PROSS, 1972, p.
226).
É importante citar que o nascimento da “mídia terciária”, segundo Norval
Baitello Júnior, só foi possível por causa da eletricidade, o mediador de todas a
possibilidades de geração e transmissão, já que aparatos emissores e codificadores
das mensagens, e outros aparatos receptores e decodificares são usados, como
exemplos: o telefone, o rádio, o fax, a televisão, o correio eletrônico, entre outros.
Sabe-se que a “mídia terciária” possui um alcance espacial impensável do
que os outros tipos de mídia, como o corpo, através do transporte ou do suporte de
sua mensagem. Segundo Norval, “a mídia terciária transporta impulsos que se
transformam em mensagem perceptível no aparato receptor” (BAITELLO Jr., 1998,
p. 13).
A partir dessas teorias, é que surgem os conceitos e principais objetivos do
projeto Seminários Virtuais Avançados, que visa uma análise de processos e gestão
de conteúdos nos fenômenos comunicativos na mídia terciária, na World Wide Web -
a rede mundial de computadores - para implantação de cursos online, dentro do site
do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia, a fim de garantir o
intercâmbio da pesquisa científica nas áreas de Comunicação, Cultura e Mídia,
ampliando assim, a troca de informação e o estudo dos atos de emitir, transmitir e
receber mensagens, elementos básicos da comunicação.
Ao avançar no estudo da comunicação humana, entendendo e explicitando
os vários sistemas de mediação, percebe-se um ponto relevante e complexo no que
se diz respeito à acumulação do sistema comunicador: o mais moderno, não
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substitui o mais antigo, e nem a “mídia secundária”, nem a “mídia terciária”
suprimem o corpo, a “mídia primária”.
Portanto, Baitello Jr. expõe uma lei: “a ‘mídia secundária’ é a acumulação da
‘primária’ mais um sistema amplificador. E a ‘mídia terciária’ é a ‘mídia primária’ mais
dois sistemas amplificadores” (BAITELLO Jr., 1999, p. 4).
Fica claro então, que em qualquer sistema de comunicação conterá a junção
de dois corpos, sendo o corpo a base de toda a comunicação, alterando-se
conforme o sistema, sociedade ou cultura de que faz parte. Na “mídia terciária” não
tem-se a eliminação do antigo, mas o acréscimo de uma etapa, de uma tecnologia.
Muitas reflexões e abordagens sobre a “mídia terciária” têm sido feitas nos
estudos da comunicação humana, principalmente em relação ao desenvolvimento da
tecnologia da comunicação. Dessa forma, surgem os novos conceitos e idéias de
projetos que podem envolver os meios tecnológicos juntamente aos programas de
estudo da comunicação.
Na “tecnologia da comunicação” está presente uma crescente complexidade,
tanto da parte do emissor, quanto do receptor, que através de um aparato
tecnológico foi dada a possibilidade de novos recursos no sistemas comunicativos,
transformando os processos de troca de informação e de conhecimento. Sem
dúvida, esta complexidade trás inúmeros ganhos, vantagens, mas também traz
algumas perdas.
Pode-se citar como ganhos fundamentais a redução crescente do espaço,
ou seja, a redução ou até a anulação da dificuldade de transporte físico, graças as
redes de cabeamento e as transmissões via onda, proporcionadas pelos atuais
sistemas e redes elétricos, desenvolvidos há algumas décadas.
Vicente Romano, a vê a comunicação como resultado das relações,
mediadas por informações e sentimentos, tendo a função de “experimentar o
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sentimento de solidariedade e a participação em uma comunidade”. Chega-se então,
ao conceito de comunidades virtuais e sua evolução, colocando elementos sociais e
comunicacionais em jogo, na nova maneira de se fazer sociedade. Na visão de
Romano tem-se um enfoque simultaneamente filosófico e tecnológico.
Tem-se a proposta de investigação e análise dos temas inseridos dentro dos
Seminários Virtuais Avançados, através de itens pontuais como: o corpo e seus
vínculos, o corpo e a máquina, os sentidos de proximidade e os sentidos de
distância, a perda do presente e, os aspectos positivos e negativos da transição
“corpo-mídia terciária”. Através da “mídia terciária”, vê-se também, a aceleração do tempo e das
sincronizações sociais, tornando-se possível a rapidez das mensagens, sendo que
apropriação do tempo não se dá pela durabilidade da mensagem, e sim somando o
número de receptores. O tempo, divide-se agora, em pequenas unidades.
Segundo Vicente Romano:
os ideais diretivos da sociedade moderna, industrial e pós-industrial, são a velocidade e a aceleração crescentes. E onde melhor se manifestam são nos meios de transporte e de comunicação dos séculos XIX e XX. A aceleração do tempo é tal que o futuro condiciona e determina o presente. Esta circunstância tem modificado a representação do tempo. [...] A rápida mudança tecnológica dissolve a ordem tradicional do tempo (ROMANO4, p. 5)
O filósofo Vilém Flusser descreveu um processo de perda crescente das três
dimensões do espaço de comunicação do homem. Inicialmente a comunicação
corporal é colocada por ele ocorrendo em três dimensões, passando a comunicação
por quatro imagens, em apenas duas dimensões, depois para a escrita, composta de
traços unidimensionais, e até à comunicação digital, com “nenhuma dimensão”.
Assim, a partir de uma imaginária “nulodimensão”, o homem começa a reconstruir
virtualmente as outras dimensões.
4 Ver em http://www.cisc.org.br/biblioteca/ordemnatural.pdf
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Seguindo esses pensamentos, Thomas Bauer coloca que: Os atuais movimentos e mudanças mundiais, iniciados durante o último terço do século que ora está terminando, são como pontes para o futuro, bem como rupturas com o passado; eles acionam euforia e ceticismo; produzem esperança e medo; neles são colocadas tantas expectativas quanto os desapontamentos que produzem. Oportunidade e risco são sempre os dois lados da moeda rotulada ”mudança”, do mesmo modo que problema e solução são os dois lados de qualquer desafio. [...] a informação é um bem que necessita mediação. A mídia materializa e objetiva a informação. Para tornar a informação acessível e utilizável, requer-se mídia de acesso. Esta conexão leva ao desenvolvimento de uma tecnologia carente de um equivalente na História, devido ao seu refinamento e aceleração (BAUER5).
Em relação a tecnologia e aspectos positivos ou não, Bauer, diz que “a
tecnologia de informação e comunicação está interessada na arbitrariedade de
estocagem, mediação, conexão, bem como na ampliação e multiplicação de
conteúdos, recursos e textos” (BAUER6).
No projeto Seminários Virtuais Avançados do CISC, com o auxílio digital é
possível criar novas relações entre os participantes e professores/tutores dos cursos,
e também entre os próprios participantes/alunos. Surge a troca de conhecimento em
um ambiente envolto de espaços e tempos relativos, característica dos ambientes
virtuais.
O autor Thomas Bauer, em relação aos ambientes, coloca que:
[...] Nesta abordagem tecnológica, a humanidade tenta não só realizar o desejo por des-isolamento social, mas também a extinção das fronteiras espaço-tempo. Tudo pode estar disponível a qualquer tempo e em toda parte (BAUER7).
Com os Seminários Virtuais Avançados, pode-se armazenar, trocar e somar
conhecimentos individualmente e/ou coletivamente, de forma não-lienar por espaços
e tempos distintos, nos “modos virtualizados”, vistos até agora.
5 Ver em http://www.cisc.org.br/biblioteca/sinf_bauer.pdf 6 Idem 7 Idem
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2. OS MEIOS DIGITAIS 2.1 HUEY, DEWEY AND LOUIE (HDL)
Para implementação dos Seminários Virtuais Avançados do CISC, foi
programado, inicialmente, utilizar o software “Pluto”, ferramenta editorial para a
World Wide Web desenvolvido pelo Media Lab, o laboratório de mídia do
Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, para a criação de
comunidades online. Mas em seguida, surgiu a oportunidade de utilizar a ferramenta
Huey, Dewey and Louie (HDL), uma versão mais atualizada do “Pluto”.
O software “HDL” é um ambiente de publicação online feito para usuários
com pouca experiência com computadores. Ele suporta a criação, a edição e a
publicação de material online, como também a criação de páginas pessoais na Web.
Figura 1 - Tela de login da ferramenta HDL
Assim, como o “Pluto”, sua versão anterior, o “HDL” é resultado do trabalho
de muitos pesquisadores do MIT Media Lab. O programa “Pluto” foi utilizado por
inúmeras comunidades, inclusive de idosos nos EUA e pelo Worldwide Youth
Activists do Junior Summit, um programa organizado pelo Media Lab que juntou
21
online, crianças de 139 países diferentes para discutir como a tecnologia pode ser
usada para ajudá-las.
O “Pluto” e o “HDL” são programas que organizam a criação, edição e
apresentação de artigos envolvendo uma gama de seções de certo modo, similar a
um jornal ou revista tradicional. Eles suportam o ciclo tradicional escrever/editar, e
adicionam a possibilidade de trabalho colaborativo e tomada de decisões, ambos
online (através dos recursos como: correio eletrônico, grupos de discussão online,
compartilhando artigos e arquivos de mídia).
Figura 2 - Interface da ferramenta HDL
O “HDL” foi criado com um grande número preocupações.i A primeira e
principal foi facilitar o uso para os autores, não esperado nenhum “expert” em
computador. Um autor pode criar um artigo e fazer uso de formatação padrão sem
nenhum conhecimento específico em HTML ou Internet em geral.
A segunda preocupação foi dessa ferramenta trabalhar completamente em
rede. Toda criação, edição e administração do sistema é feita através de interfaces
de formulários de Internet. Deste modo, usuários podem estar geograficamente
dispersos; tudo que necessitam é um navegador e uma conexão com a Internet.
22
Essa qualidade de descentralização é também suportada por recursos online como
fórum de discussões e correio eletrônico.
Em terceiro, foi projetada para ser um “multimeio”. O material publicado pode
ser em qualquer língua suportada pelos navegadores e a interface atual para
autores e editores pode ser configurada em qualquer língua desejada. Foi projetado
para ser uma ferramenta colaborativa para ser usada por uma comunidade
efetivamente participante de decisões em grupo e criação.
Figura 3 - Interface do “artigo” na ferramenta HDL
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Figura 4 - Interface de “corpo do artigo” na ferramenta HDL
Figura 5 - Interface dos “arquivos de mídia” na ferramenta HDL
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2.2 MOODLE
“Moodle” é sistema de gerenciamento de curso, um software desenvolvido
para ajudar educadores a criar qualidade em cursos online. Como os sistemas de e-
learning, pode ser chamado, também de “sistemas de gerenciamento de educação”
ou de “ambiente de educação à distância”.
“Moodle” é um software de código aberto, o que significa que gratuitamente
pode-se fazer download, usá-lo, modificá-lo, e até mesmo distribuí-lo (sob os termos
da GNU General Public License8). Ele roda sem modificação, no Unix, Linux,
Windows, Mac OS X, Netware9 e em qualquer outro sistema que use a linguagem
PHP, incluindo a maioria dos provedores de sites de hospedagem. Os dados são
armazenados numa única base de dados. MySQL e PostgreSQL são os mais
adequados mas pode ser usado também com Oracle, Access, Interbase, ODBC e
outras. O sistema está disponível em trinta e quatro línguas.
Figura 6 - Página inicial do site da ferramenta Moodle
8 Copyright (C) 1989, 1991 Free Software Foundation, Inc. 9 Sistemas operacionais
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Figura 7 - Tela de login da ferramenta Moodle
Figura 8 - Tela do “módulo de curso” da ferramenta Moodle
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2.3 GERENCIAMENTO DE CONTEÚDOS NA WEB
O gerenciador de conteúdo é uma ferramenta que permite integrar e
automatizar todos os processos relacionados à criação, agregação, personalização e
entrega de conteúdos, sendo que o conteúdo tem um significado muito mais amplo
aqui. Não é apenas texto, mas sim áudio, vídeo, formulários, emails etc.
Para o planejar cuidadosamente a produção e o gerenciamento, é preciso
oferecer um conteúdo apropriado, regularmente aos visitantes, buscando assim as
necessidades e propostas da gerência de tal conteúdo. É importante considerar uma
solução de gerenciamento de conteúdo que permita automatizar o fluxo de trabalho,
simplificar as operações de publicação e empregar controles programados para a
disponibilização, publicação e retirada de conteúdo, de forma simples e clara.
Assim, o projeto Seminários Virtuais Avançados do CISC buscou
ferramentas e técnicas que garantam a eficácia do conteúdo entre seu público:
pesquisadores, alunos mestrandos e doutorandos, além de alunos de graduação
cadastrados no grupo de pesquisa.
Sabe-se que um sistema de gerenciamento de conteúdo serve para
proporcionar um conteúdo novo, atual, preciso e personalizado para facilitar o
trabalho dos fornecedores de incluir um novo conteúdo ou atualizar o já existente
(remover automaticamente o velho).
Mas por outro lado, o sistema deve aperfeiçoar um dos processos mais
importantes da publicação: o de aprovação do conteúdo. A análise, o
encaminhamento e o aval de documentos devem ser automáticos e estar
completamente integrados para evitar extravios e longos atrasos. Uma
característica importante do gerenciamento de conteúdos são os recursos de
publicação diferenciados e padrões abertos.
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Tem-se alguns recursos que ajudam a criar um design consistente e
perfeitamente aproveitável:
- Editoração e apresentação do conteúdo da Web com base em templates;
- Controle centralizado dos elementos de design;
- Arquitetura de site componente-conteúdo e apresentação dinâmica de
páginas da Web;
Dessa forma tem-se os itens que tratam de forma atual do gerenciamento de
conteúdo, sendo eles:
- Publicação: a figura do indivíduo “gerenciador/publicador de conteúdos”
não é mais solução para os dias de hoje. O volume de conteúdo cresce em elevadas
taxas e a automação do processo se faz necessário, o que implica na volta do
poder/permissão de publicação para os criadores do conteúdo.
- Padrões abertos: gerenciador de conteúdo baseado nesses padrões e
com
arquiteturas extensíveis, permite grandes possibilidades de customização, além da
fácil integração com sistemas já desenvolvidos internamente.
Assim, o gerenciamento de conteúdo de qualidade, com uma boa relação
custo-benefício, é essencial para uma presença bem-sucedida na Web, tendo assim
mais êxito nos objetivos do projeto do site dos Seminários Virtuais Avançados do
CISC.
28
2.4 PLANO DE TRABALHO DOS SEMINÁRIOS VIRTUAIS AVANÇADOS
O projeto Seminários Virtuais Avançados foi divido em três fases distintas,
sendo inicialmente formatadas pesquisas, elaborações e criações de métodos de
trabalho, paralelamente ao estudo teórico dos processos e gestão de conteúdos
comunicativos dentro da “mídia terciária”.
Fases de Projeto Seminários Virtuais Avançados:
1. Formatação Técnica
2. Identidade Visual 3. Implementação
Na fase 1 “Formatação Técnica ou “Etapa Técnica” realizou-se a
implementação das ferramentas através do sistema operacional Linux, instalação do
servidor Apache, e a instalação e configuração das ferramentas “HDL” e “Moodle”.
Na fase 2 “Identidade Visual” ou “Etapa de Design” foi realizada uma
pesquisa de design, cores, tipografia e imagens para o layout. Criou-se um protótipo
de layout, tanto para a homepage do site, como para as páginas internas dos
cursos, além de ser disponibilizado e organizado o banco de dados, ou seja, o
conteúdo das aulas e os recursos multimídia, para breve implementação do curso.
Nessa etapa foi realizada também, a criação de manuais para os
participantes dos cursos e para os professores/tutores das aulas, ou seja, uma
documentação específica para os cursos, que ajudará no entendimento do uso da
ferramenta editorial “HDL”, e do sistema de gerenciamento de cursos “Moodle”. Foi
projetada também, toda a parte de arquitetura, navegação e programação do site,
assim como a construção do site, em si.
Na fase 3 “Implementação do Curso” ou “Etapa de Implementação e Manutenção” tem-se a formatação de todo o material do primeiro curso previsto: “A
29
Gramática do Cotidiano”, ministrado pelo professor Ryuta Imafuku da Universidade
de Sapporo, no Japão, apresentado durante oito semanas na cidade de São Paulo,
no auditório do Curso Intensivo de Jornalismo do Jornal O Estado de São Paulo, e
serviu como seminário de pesquisa para o Programa de Estudos Pós-Graduados em
Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
O curso “A Gramática do Cotidiano” foi gravado em formato digital, em
DVDs, em seguida esse material foi transcrito e transformados em textos. Foi feita
uma produção do conteúdo das aulas (pesquisa de imagens, pesquisa bibliográfica
e de citações, pesquisa de áudio e captura de vídeos) e por fim, foi editado todo o
conteúdo, e inserido na ferramenta “HDL”, que posteriormente fez uma integração
com a ferramenta “Moodle”.
A versão online desse curso, ou seja, a adaptação para os Seminários
Virtuais Avançados do CISC, terá a finalidade de testar a nova ferramenta “HDL”
implementada no site. Os Seminários Virtuais Avançados contam com
aulas/módulos nos quais o conteúdo poderá ser visualizado pelos participantes na
própria página do curso, em HTML e estará disponível em breve, também para
download, em formato PDF.
O protejo Seminários Virtuais Avançados não tem como objetivo voltar seus
cursos para a tecnologia, e sim para os resultados desejados tanto pelos
professores/tutores, como para os alunos e por suas necessidades. Os softwares
foram escolhidos para facilitar e ajudar no processo de aprendizagem e na troca de
conhecimento.
Dessa forma, as ferramentas “HDL” e “Moodle” têm aspectos funcionais, de
simples operação para o aluno e para o professor, são visualmente atraentes e de
fácil navegação.
As inscrições para as aulas/módulos poderão ser efetuadas através do
preenchimento de uma ficha de inscrição online, o que assegura uma vaga no curso.
30
O participante inscrito escolherá sua própria identificação pessoal (login) e senha
que permitirão acesso na página do ambiente virtual e terá validade por todo o
período do curso, que tem previsão de duração de um a dois meses.
Uma vez acessado o ambiente virtual, o participante terá à disposição na
homepage do site um menu com os itens:
- Cursos (cursos disponíveis);
- Inscrição/Acesso (cadastro e acesso aos cursos);
- Agenda (cronograma de aulas e notícias sobre os cursos do site);
- O Projeto (descrição do projeto, manual do professor e manual do aluno);
- Contato (contato com o webmaster e expediente do site);
Ao acessar o curso, através do seu login e senha, o participante visualizará
os itens:
- Aulas do curso (aulas em formato HTML)
- Mídias (banco de imagens, áudio e vídeo)
- Glossário (lista alfabética de expressões com suas respectivas definições)
- Caderno de Anotações (caderno online de rascunho) - Galeria de Trabalho (exposição de trabalhos, exercícios, comentários e
“impressões” sobre as aulas) - Fórum de Discussão (fórum para conversas e debates) - Chat (bate-papo) - Fale com o professor (serviço de consulta ao professor/tutor)
- Outros mecanismos que auxiliarão o aprendizado e a troca de experiências
entre os participantes e os professores, e entre os próprios participantes.
31
Figura 9 - Tela inicial do site Seminários Virtuais Avançados do CISC
Figura 10 - Tela de login do site Seminários Virtuais Avançados do CISC
32
Figura 11 - Tela do curso A Gramática do Cotidiano do site
Seminários Virtuais Avançados do CISC
Serão utilizadas duas formas básicas para averiguar os resultados para o
presente projeto: a primeira consiste em usar uma pesquisa de opinião entre
usuários da interface afim de obter um parâmetro de qualificação para o uso da
ferramenta, e a outra consiste em entrevistar os membros do Conselho Editorial do
CISC e da revista digital Ghrebh-, para aferir o desempenho pedagógico e a
importância do uso de mídia digital para compartilhar o conhecimento. Ambas as
formas serão efetuadas no final do projeto.
Estão previstos os convites para as próximas realizações de Seminários
Virtuais Avançados: Prof° Dr. Norval Baitello Júnior (PUC/SP), Prof° Dr. Harry Pross
(Prof° Emérito da Universidade Livre de Berlim), Prof° Dr. Vicente Romano
(Universidade de Sevilla, Espanha), Prof° Dr. Cristoph Wulf (Universidade Livre de
Berlim) , Prof° Dr. Eduardo Peñuela Cañizal (USP), Prof° Dr. Etienne Samain
(Unicamp), Prof° Dr. Muniz Sodré (UFRJ) e Prof° Dr. Thomas Bauer (Universidade
de Viena, Áustria).
33
3. COMUNIDADES VIRTUAIS 3.1 A COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA
Sabe-se que foi o alfabeto, com sua transferência qualitativa da
comunicação humana, que proporcionou ao Ocidente a infra-estrutura metal para a
“comunicação cumulativa”, baseada no conhecimento. Assim, muitos anos depois da
invenção da alfabeto, tem-se a integração de vários modos de comunicação em uma
rede interativa que juntou a escrita, o oral e o audiovisual da comunicação humana.
Surge um “novo sistema eletrônico da comunicação”, uma nova mídia
nomeada “comunicação mediada por computadores”, que tem como características
fundamentais o alcance global, a integração com todos os meios de comunicação e
a interatividade. Essa mídia descentralizada e diversificada, trouxe a preparação de
um “sistema multimídia”, a partir dos anos 90. Esse sistema de comunicação,
organizado em função do uso de redes de computadores, apareceu a partir da
Internet e do desenvolvimento de novos tipos de comunidades virtuais.
As autoras Rena Palloff e Keith Pratt expõem que:
A comunicação eletrônica apresenta-se de diversas formas, incluindo emails, fóruns eletrônicos de discussão, quadros de avisos eletrônicos, serviços pagos por utilização e, finalmente, chats, tanto nos limites quanto fora de uma estrutura organizacional. Essas formas de comunicação têm várias questões centrais que perpassam todo o meio e aparentemente invadem todo tipo de comunicação eletrônica (PALLOFF e PRATT, 2002, p. 59).
A comunicação mediada por computadores, teve uma expansão muito
grande e tende a ser rápida, porém exclui uma grande parte da humanidade. Através
dela, temos a construção da “virtualidade real”, um sistema em que “a própria
realidade é inteiramente captada”, segundo Manuel Castells no livro A Sociedade em
Rede. Essa característica do “novo sistema de comunicação” tem como base a
integração em rede digitalizadora de múltiplos modos de comunicação.
34
Palloff e Pratt dizem que “na comunicação humana, a noção de contato
virtual como algo contrário ao contato humano determina um dualismo artificial. Pelo
fato de as pessoas comunicarem-se, a comunicação virtual, mesmo sob a forma
textual, não deixa de seu humana” (PALLOFF e PRATT, 2002, p. 61).
Portanto, do ponto de vista da sociedade, a “comunicação eletrônica ou
virtual” é também comunicação. Mas por outro lado, o “novo sistema de
comunicação” transforma imensamente o espaço e o tempo, ou seja, as “dimensões
fundamentais” da vida humana.
No entender de Manuel Castells:
Localidades ficam despojadas de seu sentido cultural, histórico e geográfico e reintegram-se em redes funcionais ou em colagens de imagens, ocasionando um espaço de fluxos que substitui o espaço dos lugares. O tempo é apagado no novo sistema de comunicação, já que passado, presente e futuro podem ser programados para interagir entre si na mesma mensagem. O espaço de fluxos e o tempo intemporal são as bases principais de uma nova cultura[...] (CASTELLS, 2000, p. 397).
Os meios de comunicação foram inventados para superar os limites
espaciais e temporais criados, assim, para fazer chegar mensagens às pessoas que
estivessem em localidades distantes demais para ouvir nossa voz ou ver nossos
gestos e rostos.
O papel central desempenhado pela tecnologia na nossa sociedade é
aproximar as pessoas e intermediar as relações humanas, de forma que, na criação
de grupos, esses possam criar, reproduzir e reforçar suas visões de mundo e suas
identidades, e também como indivíduos nos grupos.
Percebe-se portanto, que os novos meios interativos, como a Internet tem
como características: o controle descentralizado, ou seja é o primeiro grande meio
de comunicação sem um poder central controlador, sem proprietários; o processo
comunicativo multidirecional, ou seja, é uma comunicação em múltiplas vias,
formando uma grande teia (Web) de vias pelas quais circulam mensagens, idéias,
possibilitando trocas comunicativas; a interatividade, é um meio muito mais
35
participativo, por sua natureza aberta e ampla; multimídia, ou seja, múltiplos meios
espalham múltiplas mensagens, criando um universo de mídias cada vez mais
integradas num formato digital comum; “não-linearidade”, a possibilidade de diversos
tipos de navegação que levam à construção de trajetórias “não-lineares”, sem pontos
fixos de partida e chegada.
O projeto Seminários Virtuais Avançados está envolto num ambiente onde
há trocas entre sistemas, através de informações, cultura, conhecimento e
aprendizagem. O site possibilita trocas entre os professores dos seminários e os
alunos participantes (cadastrados) dos cursos online. Os participantes podem expor
suas dúvidas, postar trabalhos, comentários e impressões online.
De acordo com a capacidade da rede, dos equipamentos e de cada material
utilizado na distribuição e transmissão de informação, é possível fazer o usuário
entrar em “contato” com o professo/tutor. O fator interatividade, surgido com o
advento das redes de computadores permite a realização de diversas formas de
comunicação e contato entre os usuários, nesse projeto.
Assim, vem se configurando com grande vigor a necessidade de
ferramentas mais ágeis para a manutenção e o enriquecimento dos projetos de
pesquisa nacionais e internacionais do CISC. Um canal que permita aos
pesquisadores brasileiros que retornam aos seus Estados e cidades de origem a
continuidade de participação em cursos e seminários com autoridades na área.
Igualmente cresce a necessidade de diálogo com os parceiros no exterior, para um
intercâmbio mais ágil e mais freqüente. Para tal colocam-se pontualmente, o projeto
Seminários Virtuais Avançados do CISC, como a ferramenta adequada para as
necessidades acima mencionadas.
36
3.2 AS REDES ACADÊMICAS
No Brasil, como em muitos países, a Internet chegou através da comunidade
acadêmica, sendo que as principais redes completaram dez anos no ano de 2002.
Já a Internet comercial, usada pela maior parte da população, é mais recente, tendo
iniciado sua operação no ano de 1995.
Apesar de ter sido criado um serviço público de acesso à Internet através
das redes comerciais, continua existindo uma rede dedicada à comunidade de
ensino e à pesquisa acadêmica, isso por causa de duas razões constatadas:
primeiro, por questões de escala continua, já que é mais vantajoso organizar e
operar uma rede dedicada a essa comunidade; segundo, pelo limite existente nos
serviços prestados pelas redes comerciais, sendo que a rede acadêmica tem a
oferecer inúmeras vantagens em seus serviços, desde a quantidade até,
principalmente, a qualidade.
Portanto, as aplicações que podem ser usadas nas rede acadêmicas são
qualitativamente diferentes daquelas possíveis na rede comercial, e se distinguem
pelo volume ou taxa de informação transmitida, ou pela qualidade de serviço
prestada, possibilitando, por exemplo, o uso eficaz de aplicações multimídia
interativas, como é o caso desse projeto.
Alguns serviços das redes acadêmicas permitem assim, o desenvolvimento
e uso de novas formas de cooperação entre pesquisadores em diferentes áreas,
tendo possivelmente a formação de comunidades virtuais e de aprendizagem.
O projeto Seminários Virtuais Avançados teve aprovação no projeto
Incubadora Virtual de Conteúdos Digitais do Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia) (http://www.tidia.fapesp.br), lançado pela FAPESP com o objetivo de transformar a
Internet em objeto de pesquisa. Essa rede servirá de campo de testes para
pesquisas encaminhadas ao Programa e implementadas pelas redes acadêmicas.
37
No projeto Tidia prevê-se parcerias com empresas do setor de
telecomunicações e a criação de uma rede de fibras ópticas de alta velocidade para
conectar, inicialmente, São Paulo, Campinas e São Carlos e, posteriormente, outros
municípios paulistas, tendo a velocidade de 400 gigabits/segundo. Outro objetivo do
Tidia é formar especialistas em desenvolvimento de tecnologias para a Internet.
38
3.3 COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM NO CIBERESPAÇO
As novas tecnologias interativas estão difundindo outras formas de
comunicação e assim, implementando novos modelos educacionais e de
aprendizagem, descentralizados, participativos, colaborativos, buscando vários
estímulos e permitindo o acesso ampliado à informação, às idéias e principalmente
ao conhecimento.
Os usuários das novas tecnologias, dos novos meios interativos e
“multimidiáticos” constróem aos poucos, em diferentes propósitos, as chamadas
“comunidades virtuais” e “comunidades de aprendizagem”, estabelecendo um
ambiente de conhecimento centrados na investigação, na descoberta e na
colaboração ativa, indo além das ações informativas.
Algumas questões são comuns à medida que se constróem “comunidades
de aprendizagem” por meio de aulas online, como “o contato virtual vesus contato
humano, conectividade e articulação; responsabilidade, regras, papéis, normas e
participação compartilhados; questões psicológicas e espirituais; vulnerabilidade,
privacidade e ética” (PALLOFF e PRATT, 2002, p. 59).
É importante citar também, um aspecto característico dentro das
comunidades online: a proximidade, que acaba aparecendo como característica,
surgindo uma nova concepção aos participantes desse ambiente, trazendo a idéia
de conexão com o outro, compartilhando e vivendo momentos juntos.
Como outros, esse projeto busca a constituição de ambientes colaborativos
e cooperativos de aprendizagem, através da adoção de ferramentas que facilitem e
configurem essas abordagens. Portanto a combinação entre os meios de
comunicação, espaço e conhecimento evoluem sistematicamente, tendo assim o
crescimento e a mudança das mídias digitais, dos espaços, da interação humana e
das comunidades virtuais.
CONCLUSÃO
39
Por fim, vê-se que as sociedades se tornam ao longo do tempo mais
complexas que os meios, e as formas de comunicação também se transformam. Os
novos meios de comunicação estão começando ter a um impacto mais profundo e
importante nas atividades tradicionais, como nas redes acadêmicas.
No Brasil, iniciativas nessa área são bem mais recentes, apesar de uma
considerável demanda de pessoas interessadas, não se vê hoje, a presença de uma
comunidade de informação, auxiliada por uma mídia digital, visando o intercâmbio da
pesquisa científica e a troca de conhecimento, como os Seminários Virtuais
Avançados do CISC.
Nesse projeto, nota-se a elaboração e utilização de ferramentas de código
aberto, específicas para a construção de interfaces digitais aplaudíveis e, portanto,
de ambientes virtuais que estejam voltados diretamente à pesquisa nas áreas
citadas ao longo desse estudo e recomendadas, no caso das políticas editoriais,
pelo CISC.
As soluções do Media Lab, como o “HDL” ampliam o acesso dos indivíduos
à pesquisa e favorecem a construção do conhecimento. O “HDL”, juntamente com a
ferramenta “Moodle”, trazem a constituição de uma “comunidade de informação”,
podendo mais de um indivíduo interagir e trocar conhecimento. A possibilidade de
produzir conteúdo online e ter acesso a ele são marcas da era da “tecnologia da
informação”, que traz nela todos os aspectos da “comunicação eletrônica”.
Diante desse projeto, pode-se afirmar que com as redes acadêmicas-
virtuais, através da mídia digital, no caso a Web, juntam-se ao “novo meio de
comunicação” (em fase de evolução e mudanças), podendo ajudar a rever e a
modificar muitas das formas atuais de troca de conhecimento. Com a elaboração de
projetos de aprendizagem e de pesquisa acadêmica, pode-se organizar
comunidades de pesquisadores, alunos mestrandos e doutorandos, além de alunos
de graduação cadastrados no grupos de pesquisas acadêmica e científica do CISC.
40
O CISC é o primeiro centro de pesquisa que abrigou um projeto em nível de
pesquisa avançada. Através do curso teste, “A Gramática do Cotidiano”, ministrado
pelo professor Ryuta Imafuku, o projeto Seminários Virtuais Avançados do CISC se
mostrou viável e válido como uma experiência transformadora na Web, tornando
essa um local interessante para testes.
Mais cursos serão projetados com o perfil técnico e teórico descritos, como
esse curso. Sendo produzidos, assim, exclusivamente para a Web e atendendo às
necessidades específicas, como conexões discadas, por exemplo.
O próximo curso dos Seminários Virtuais Avançados terá o “Corpo” como
tema e será ministrado pelo Prof° Dr. Norval Baitello Júnior, tendo uma versão
online, exclusivamente.
41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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42
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43
_____. As máquinas são tão mortais como as pessoas. CISC, São Paulo, sem data. Disponível em <http://www.cisc.org.br/biblioteca/mortais.pdf> Acesso em: 14 mai. 2003 ROMANO, Vicente. Ordem cultural e ordem natural do tempo. CISC, São Paulo. Disponível em <http://www.cisc.org.br/biblioteca/ordemnatural.pdf> Acesso em: 10 mai. 2003 SIMÃO NETO, Antônio. Comunicação e Interação em Ambientes de Aprendizagem Presenciais e Virtuais. Coordenadoria de Educação à Distância, PUC/Paraná, Paraná. Disponível em <http://fad.uta.cl/dfad/docum/cedm/2-br-Antonio%20Sim%E3o520Neto.pdf> Acesso em: 21 jun. 2003
44
ANEXO ANEXO A - O projeto Seminários Virtuais Avançados foi aprovado em nível de
Iniciação Científica pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP) (http://www.fapesp.br) em março de 2003, tendo como pesquisadoras
bolsistas as alunas Aline Isabel Cintra Galasso e Camilla Lousada Machado, alunas
do curso de graduação Comunicação Social habilitação em Multimeios, da
Faculdade de Comunicação e Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC/SP).
AXEXO B - O projeto está sendo abrigado no servidor do projeto Infra-4, também
financiado pela Fapesp para o Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da
Mídia (CISC), contando atualmente, ainda com outros dois grupos de pesquisa da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
ANEXO C - O projeto Seminários Virtuais Avançados também recebeu a aprovação
no projeto Incubadora Virtual de Conteúdos Digitais do Programa Tecnologia da
Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia), lançado pela FAPESP
em 2001 com o objetivo de transformar a Internet em objeto de pesquisa. Essa rede
servirá de campo de testes para pesquisas encaminhadas ao Programa e
implementadas pelas redes acadêmicas.
ANEXO D - Relatório parcial10 do projeto de Iniciação Científica Seminários Virtuais
Avançados, exigido pela FAPESP, entregue em junho de 2003:
10 Relatório aprovado pela FAPESP. Ver ANEXO E (p. 51)
45
ANEXO D (cont.)
Relatório da Pesquisa de Iniciação Científica
Seminários Virtuais Avançados
Relatório parcial exigido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo - Fapesp, do projeto de Iniciação Científica das bolsistas
Aline Isabel Cintra Galasso e Camilla Lousada Machado,
alunas do curso de Comunicação em Multimeios da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP
Orientador: Prof. Dr. Norval Baitello Junior Orientador técnico: Prof. Milton Pelegrini
SÃO PAULO Junho de 2003
46
a) Resumo do plano inicial e das etapas já descritas em relatórios anteriores:
Conforme previsto no plano de trabalho e no cronograma de execução dos
Seminários Virtuais Avançados tem-se a divisão do projeto em 3 fases: 1. Formatação técnica, 2. Identidade visual e 3. Implementação do curso,
executada em:
- Março de 2003 a conclusão da Fase 1: Formatação Técnica
- Abril, Maio e Junho de 2003: conclusão da Fase 2: Identidade Visual
- Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro de 2003: conclusão da
Fase 3: Implementação do Curso
Os Seminários Virtuais Avançados contam com aulas/módulos nos quais o conteúdo
poderá ser visualizado pelos participantes na própria página do curso, em HTML.
Uma vez acessado o ambiente virtual, o participante terá à disposição um banco de
imagens, uma agenda de aulas, um noticiário, um glossário, um fórum de discussão,
uma galeria para exposição de exercícios e trabalhos, um caderno de anotações e
um serviço de consultas ao professor tutor, dentre outros mecanismos que auxiliarão
o aprendizado e a troca de experiências entre os participantes e professores e entre
os próprios participantes.
Além da proposta da criação de um “manual” que ajudará tanto o professor tutor da
aula como o participante do curso a entender e usar a ferramenta editorial.
As inscrições para as aulas/módulos poderão ser efetuadas através do
preenchimento de uma ficha de inscrição online, o que assegura uma vaga no curso.
O participante inscrito escolherá sua própria identificação pessoal (login) e senha
que permitirá acesso na página ambiente virtual e terá validade por todo o período
do curso.
47
b) Resumo do que foi realizado no período a que se refere o relatório: Conforme previsto no cronograma de execução dos Seminários Virtuais Avançados,
segue abaixo as realizações do período de março a junho de 2003:
No mês de março foi desenvolvida e concluída a Fase 1: Formatação Técnica do
projeto. Essa etapa contou com a implementação do sistema operacional Linux, a
instalação do servidor Apache e a instalação da ferramenta editorial HDL, versão
atualizada da ferramenta Pluto, situada no endereço eletrônico
http://200.144.150.71:8080/hdl/
Nos meses de abril, maio e junho foi desenvolvida e concluída a Fase 2: Identidade Visual do projeto. Essa etapa contou com a pesquisa de design, cores, tipografia e
imagens; e a criação do layout das páginas do curso, além do início da
disponibilização do banco de dados e dos recursos multimídia do curso, dentro da
ferramenta editorial, Pluto.
Convém salientar que os ajustes finais e os testes de funcionamento serão feitos no
mês de julho, para só depois colocá-los, definitivamente, no ar. O projeto está sendo
abrigado no servidor do projeto Infra-4, também financiado pela Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fapesp para o Centro Interdisciplinar
de Semiótica da Cultura e da Mídia, o Cisc, contando ainda com outros dois grupos
de pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Ressalta-se que os Seminários Virtuais Avançados também receberam a aprovação
na Incubadora de conteúdos digitais no projeto Tidia, também desenvolvido pela
Fapesp.
c) Detalhamento dos progressos realizados, dos resultados obtidos no período, justificando eventuais alterações do projeto ou em sua execução e discutindo eventuais dificuldades surgidas ou esperadas na realização do projeto
48
O projeto foi desenvolvido como previsto e descrito no cronograma inicial: em março
de 2003, foi implementado o sistema operacional Linux, instalado o servidor Apache
e instalada também, a ferramenta editorial HDL, versão atualizada da ferramenta
Pluto, do MediaLad, o laboratório de mídia do Massachusetts Institute of Technology
(MIT), nos Estados Unidos.
A ferramenta HDL utiliza a tecnologia Java, tendo um diferencial da versão Pluto, já
que a partir de um banco de dados com a finalidade de armazenamento, ela facilita a
exportação e disponibilização de outras ferramentas. Assim, a partir de uma versão
estática de organização, a ferramenta expõe suas versões finais na linguagem
HTML.
A criação dos manuais para usuários e professores (documentação específica para
o curso) foi prorrogada já que não se tinham prontos em março o conteúdo do site e
as ferramentas para implementação dos cursos, dificultando a criação dos manuais.
Só a partir do mês de julho, quando começa a Fase 3: Implementação do Curso do
projeto Seminários Virtuais Avançados, inicia-se a elaboração e confecção. Sendo
assim, no final do mês de julho eles estarão na fase final.
Em abril, maio e junho foi criado todo o layout e estruturada a navegação do site dos
Seminários Virtuais Avançados. Foi pesquisada e testada uma estrutura hipertextual
para o site, havendo poucas divergências, em relação ao posicionamento e
arquitetura da informação entre os integrantes do projeto, sendo definido e concluído
no mês de junho.
Nota-se que não faltou nenhum item descrito no projeto. Assim, uma vez acessado o
curso em que o participante estiver inscrito, ele tem a disposição um banco de
imagens, uma agenda de aulas, um noticiário, um glossário, um fórum de discussão
de cada curso, uma galeria para exposição de exercícios e trabalhos, um caderno de
anotações e um serviço de consultas ao professor tutor.
49
É importante citar uma alteração no projeto, ou seja, o acréscimo de uma outra
ferramenta do software Pluto, não descrita anteriormente no plano de trabalho: a
partir desta ferramenta, o usuário tem a possibilidade de ouvir sons e assistir vídeos,
de cada curso, indicados pelo professor.
d) Plano de trabalho e cronograma para as etapas seguintes:
A partir do mês de julho, será implementado o primeiro curso dos Seminários
Virtuais Avançados, que já foi adaptado e transcrito pelas pesquisadoras desse
projeto. O curso foi elaborado pelo prof. dr. Ryuta Imafuku, da Universidade de
Sapporo do Japão, chamado “A Gramática do Cotidiano”, e apresentado durante oito
semanas na cidade de São Paulo, no auditório do curso Intensivo de Jornalismo do
Jornal O Estado de São Paulo, e serviu como seminário de pesquisa para o
Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo.
A versão online deste curso, ou seja, a adaptação para os Seminários Virtuais
Avançados, do CISC, terá a finalidade de testar a nova ferramenta, HDL
implementada no site.
Tem-se outro curso agendado, que será ministrado pelo prof. dr. Norval Baitello
Júnior, orientador deste projeto.
Cronograma das Etapas Seguintes
Fase 3: Implementação do Curso:
Julho – Implementação do primeiro curso dos Seminários Virtuais Avançados do
CISC, com duração de três meses, do prof. dr. Ryuta Imafuku, da Universidade de
Sapporo do Japão, chamado “A Gramática do Cotidiano”, com a finalidade de testar
a nova ferramenta, HDL implementada no site.
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Agosto – Continuação da fase de testes e manutenção do curso “A Gramática do
Cotidiano”, do prof. dr. Ryuta Imafuku.
Setembro – Finalização da fase de testes do curso “A Gramática do Cotidiano” ,do
prof. dr. Ryuta Imafuku.
Outubro – Implementação do segundo curso dos Seminários Virtuais Avançados,
elaborado pelo prof. dr. Norval Baitello Júnior, que terá duração de três meses.
Novembro – Começo da implementação e manutenção do segundo curso.
Dezembro/Janeiro – Finalização do segundo curso, elaborado pelo prof. dr. Norval
Baitello Júnior. Elaboração da análise com enquetes e pesquisas online com os
alunos dos cursos dos Seminários Virtuais Avançados e divulgação dos resultados
obtidos pela pesquisa de Iniciação Científica.
Criação de seis versões de idiomas para a navegação do site dos Seminários
Virtuais Avançados, sendo eles: Português, Inglês, Francês, Italiano, Espanhol e
Alemão, facilitando o intercâmbio de informações entre os professores e
pesquisadores dos mais diversos países.
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