Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica - PROVAB
Incontinência Urinária
APRESENTAÇÃO
Essa unidade será composta pelos seguintes temas:
Incontinência Urinária;
Doença de Parkinson e Tremor;
Osteoporose;
Avaliação e manejo do declínio cognitivo 1;
Avaliação e manejo do declínio cognitivo 2;
Depressão;
Desequilíbrio e Vertigem;
Objetivo da Unidade
Descrever os principais agravos à saúde dos idosos, visando a qualificação do cuidado aos
pacientes acometidos com essas patologias.
Agora escolha o tema a ser estudado navegando pelo menu superior. Bons Estudos!
TEMA 1 - INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Neste tema você aprofundará o seu conhecimento em um dos mais importantes problemas
que acometem a população idosa: a Incontinência Urinária (IU).
Objetivo de aprendizagem desse tema
- Rastrear, quantificar, identificar as principais causas e tipos de IU;
- Realizar o diagnóstico diferencial e utilizar as opções de tratamento disponíveis.
Introdução
Definição
A incontinência urinária é definida pela Associação Mundial de Continência, como a queixa
de qualquer “perda de urina involuntária”, em local, momento, frequência e quantidade
suficiente para causar prejuízos sociais ou à saúde.
Atenção: o Idoso pode descrever seu sintoma de diferentes formas, além de “perder”
involuntariamente urina, pode queixar-se de “dificuldade” de controlar a urina ou de não
“segurar” a urina até chegar ao banheiro. E a descrição da queixa pode ser uma primeira
“dica” para tipo de incontinência que apresenta.
FREQUÊNCIA:
A Incontinência Urinária (IU) é bastante frequente na população idosa, especialmente
entre aqueles que vivem em Instituições de longa permanência (ILP). Entre os que vivem
na comunidade, é muito mais frequente nas mulheres.
CONSEQUÊNCIAS:
A presença de IU leva ao desenvolvimento de diversos riscos sociais e clínicos que podem
comprometer a qualidade de vida do idoso, como redução da autoestima, isolamento
social, comprometimento do relacionamento íntimo, infecções urinárias de repetição, risco
de institucionalização, alterações do padrão de sono.
Dificuldades na abordagem:
Estima-se que apenas a metade dos idosos acometidos de IU procure o medico por esta
queixa. Mesmo durante a consulta, frequentemente quando questionados negam o
sintoma, por constrangimento e vergonha ou por considerar “normal para idade” e,
portanto sem solução. Não é raro o profissional de saúde perceber o odor característico de
urina em um paciente que nega ter IU.
Portanto é necessário o questionamento direto, objetivo e até insistente na consulta de
todos os idosos.
“Perguntando sobre Incontinência Urinária”
Frente à dificuldade de abordagem devemos insistir no questionamento, formulando
perguntas abertas e com uma linguagem simples e compreensível.
Exemplos:
- Alguma vez a Sra. perdeu urina sem querer, mesmo que só um pouquinho?
- Conte-me sobre seus problemas com a bexiga.
- A Sra. tem problemas para segurar a urina?
- A Sra. já usou protetores (absorventes/fraldas, etc.) para sair ou mesmo em casa para
evitar acidentes com a urina?
Fatores de risco
O envelhecimento é um fator de risco considerável para IU:
ALTERAÇÕES PRÓPRIAS DO ENVELHECIMENTO QUE INTERFEREM NA MICÇÃO
BEXIGA
- Redução da Capacidade;
- Hiperatividade;
- Redução da contratilidade do detrusor;
- Aumento do volume residual.
URETRA
- Redução da pressão de fechamento da uretra pelo esfíncter uretral.
PRÓSTATA
- Aumento do volume da próstata;
- Câncer;
- Hiperplasia benigna.
ALTERAÇÕES EXTRA SISTEMA URINÁRIO
- Aumento da produção noturna da urina
- Aumento da incidência de infecções recorrentes
- Redução da produção de estrogênios na mulher
Classificação
O idoso pode apresentar causas associadas de IU que se sobrepõem, tornando mais difícil
uma classificação precisa. Quanto à forma de surgimento a IU pode ser classificada como
IU Transitória (por causas agudas, potencialmente reversíveis) e Estabelecida (Persistente).
Segue abaixo uma classificação clínica, visando auxiliar o raciocínio e a conduta prática.
Incontinência transitória
Surge de maneira aguda ou subaguda em pacientes continentes ou agravando
incontinências já estabelecidas. A causa não decorre exclusivamente da presença de
disfunção do trato urinário, havendo geralmente neste grupo uma causa desencadeante
específica, identificável e potencialmente reversível, cuja correção pode suprimir ou reduzir
a IU.
Quais as possíveis causas de incontinência Urinária transitória?
1. Constipação intestinal e/ou Fecaloma – pode provocar tanto urgência como
incontinência por transbordamento.
2. Confusão Mental / Delirium: o paciente não compreende que quer urinar ou não
encontra o banheiro.
3. Dificuldade de locomoção: secundária a doenças agudas que comprometam a
autonomia e independência, como traumas, Acidente Vascular Cerebral (AVC),
Hipotensão Postural.
4. Idoso frágil com doenças sistêmicas: Pneumonias, Desnutrição, Fibrilação Atrial.
5. Infecções do Trato Urinário (ITU): cistite, uretrites, vaginites atróficas, que
comprometem o controle da micção.
6. Ingestão excessiva de líquidos, especialmente no final do dia, em pacientes com
capacidade funcional comprometida, pode provocar Noctúria (levantar para urinar
durante a noite, interrompendo o sono).
7. Neoplasias, cálculos e divertículos na bexiga podem provocar IU de urgência, por
irritação ou redução da capacidade volumétrica da bexiga.
8. Poliúria devido a Diabetes Mellitus (DM) descompensado, Hipercalcemia, absorção
de edemas.
9. Retenção urinaria por aumento da próstata - Incontinência por transbordamento.
10. Visualize os Medicamentos e substâncias que podem causar ou agravar a
Incontinência Urinária:
Tratamento
O tratamento da causa leva à remissão do quadro ou diminui de forma expressiva os
sintomas. A IU transitória pode se tornar permanente se a situação que a desencadeou
tornar-se crônica. É importante lembrar que a ITU em idosos muitas vezes não se
apresenta com sintomas clássicos, como ardência miccional, poliúria, polaciúria. O único
sintoma pode ser a IU, associada ou não a manifestações sistêmicas. Em pacientes com
comprometimento cognitivo, a primeira manifestação de ITU pode ser o choque séptico.
Na Incontinência urinária transitória podemos usar um termo mnemônico para lembrarmos
as causas mais comuns: DIURAMID
Incontinência estabelecida (persistente)
Definição e Causas Externas
Este tipo de incontinência persiste ao longo do tempo, sendo geralmente decorrente de
doenças sistêmicas crônicas (causa externa ou funcional) ou de patologias que afetam
diretamente o sistema gênito-urinário (causa interna).
Causas externas ou funcionais: Incontinência Funcional
Ocorre em pacientes com patologias que determinam comprometimento da capacidade
funcional - Síndromes Demenciais, Depressão grave, Doença de Parkinson, AVE,
Neoplasias, lesões medulares, Hidrocefalia de Pressão Normal, Síndrome da Imobilidade –
e pode ser agravada por qualquer restrição do acesso ao banheiro ou coletor, por
dificuldade locomoção, limitação ambiental ou demora em atender o paciente acamado.
Tratamento ou Controle da Incontinência Funcional
Abordagem da doença de base, quando possível, fisioterapia para melhorar a locomoção,
uso de órteses, otimização do acesso ao banheiro, adaptação do ambiente, utilização de
coletores próximos à cama ou poltrona.
Definição e Causas Internas
Classificadas em três grupos, de acordo com o mecanismo intrínseco causal: hiperatividade
do musculo detrusor da bexiga, disfunção do esfíncter uretral e distensão vesical
(transbordamento). Estes mecanismos podem se sobrepor.
INCONTINÊNCIA DE URGÊNCIA OU BEXIGA HIPERATIVA
É a incontinência mais comum entre os idosos, representa 50 a 75% dos casos, isolada ou
associada a outros determinantes. Nos homens é a mais comum.
Mecanismo relacionado:
Perda de habilidade de controlar ou inibir as contrações do detrusor, com diminuição da
complacência vesical.
Sintomas:
- Urgência miccional (não dá tempo de chegar ao banheiro);
- Polaciúria (desejo frequente de urinar, com volumes pequenos);
- Noctúria (levantar da cama 2 ou mais vezes para urinar à noite);
- Sensação de não ter esvaziado completamente a bexiga;
- Perda de volume moderada a grande;
- Resíduo vesical é pequeno;
- Podem ocorrer alguns segundos após espirrar ou tossir, mas não imediatamente.
Causas:
Aumento das contrações do músculo destrusor da bexiga, secundária a variadas causas
ligadas aos neurotransmissores ao Sistema Nervoso Central. Em homens pode resultar de
patologias da Próstata.
INCONTINÊNCIA DE ESFORÇO OU ESTRESSE
Segundo tipo mais comum nas mulheres idosas. Pouco comum nos homens.
Mecanismo relacionado:
Disfunção ou deficiência do esfíncter uretral associada ou não a hipermotilidade do colo
vesical. Perda de urina associada ao aumento da pressão intra-abdominal que cessa
quando a pressão volta ao normal. Não há contração ou hiperdistensão da bexiga.
Sintomas:
- Perda de urina durante a tosse, espirro, subir escadas ou qualquer esforço que resulte
em aumento da pressão intra-abdominal.
- Ocorre comumente durante o dia, em ortostatismo e com a bexiga cheia, raramente
durante o sono ou tardiamente após esforço.
- Não persiste após o termino do esforço.
- Perda de pequeno volume de urina e interrompida voluntariamente.
- Volume residual pequeno.
Causas:
- Multiparidade, hipoestrogenismo decorrente da menopausa com diminuição da
vascularização e atrofia da mucosa da uretra, vagina e bexiga, obesidade, tabagismo,
cistocele, retocele, prolapso uterino, radioterapia, neoplasia.
- Nos homens este tipo de incontinência se restringe geralmente aos submetidos à
prostatectomia e radioterapia.
- Uso de medicamentos de ação adrenérgica como Bloqueador alfa-adrenérgico
(doxazosina, prazosina) e agonistas beta-adrenérgicos, ambos relaxam o esfíncter uretral.
INCONTINÊNCIA POR TRANSBORDAMENTO
Mais comum entre os homens.
Mecanismo relacionado:
Retenção urinária por obstrução do fluxo da urina e/ou perda da contratilidade (hipotonia)
do detrusor. A distensão da bexiga ultrapassa sua capacidade máxima de armazenamento,
levando ao extravasamento de urina.
Sintomas:
- Perda quase contínua de urina (gotejamento da urina);
- Pequenas quantidades ou esvaziamento incompleto da bexiga;
- Volume residual grande;
- Jato fraco;
- Frequência miccional aumentada / Noctúria;
- Sensação vesical diminuída, isto é a bexiga está cheia mas o individuo não percebe a
necessidade de urinar.
- Pode estar associada à incontinência fecal por diminuição dos reflexos da região sacra.
Causas:
Hiperplasia benigna da próstata (mais comum), câncer de próstata, vulva e colo uterino,
cistocele, lesão traumática da uretra, neuropatia diabética, hipotireoidismo, sífilis, uremia,
trauma medular, fecaloma, (impactação fecal), medicamentos (antialérgicos,
antidepressivos tricíclicos, antipsicóticos, antiespasmódicos, bloqueadores do canal de Ca,
anti-inflamatórios não hormonais, estimulantes dos α-receptores adrenérgicos).
Incontinência mista
Como o nome antecipa, geralmente é multifatorial, com comprometimento de diferentes
mecanismos, também podendo ser agravada por causas transitórias. A associação mais
comum é entre a IU de urgência e esforço (estresse).
Avaliação Clínica
- Anamnese: deve ser dirigida e insistir no questionamento quanto à continência,
características da perda, fatores precipitantes, função intestinal, doenças neurológicas e
clínicas, ingesta hídrica, cirurgias, radioterapia e medicamentos usados.
- Avaliação cognitiva, funcional e afetiva (Depressão).
- Exame físico: observar edemas e mobilidade, ocorrência de tumoração no hipogástrico
(bexiga distendida) e avaliação de todos os sistemas.
- Toque retal: tumorações, impactação fecal, avaliação da próstata.
- Exame Ginecológico: atrofia genital, cistocele, retocele, atrofia muscular.
- Exame Neurológico: Pesquisa da sensibilidade na região sacral (sensibilidade perineal,
contratilidade esfincteriana voluntária - tônus do esfíncter anal), reflexos dos membros
inferiores.
Exames complementares
- Pesquisa de elementos anormais e sedimentos na urina (EAS) e Urinocultura –
Obrigatório para todos os pacientes portadores de incontinência.
- Bioquímica: ureia, creatinina, eletrólitos e eventualmente clearance de creatinina são
indicados em caso de retenção, proteinúria ou hematúria. Glicemia e calcemia em caso de
poliúria ou suspeita de hiperparatireoidismo. Citologia urinária em casos específicos.
- Diário Miccional: útil para a caracterização do tipo predominante de IU. Preenchido no
período de 3 a 7 dias. Deve constar o volume urinado, medido em qualquer recipiente; as
perdas referidas em cruzes de acordo com a intensidade e o fator desencadeante da perda.
- É possível fazer o diagnóstico de 80% das incontinências com anamnese exame físico,
diário miccional, exame de urina (EAS) e Urinocultura.
Exames Adcionais
- Teste do esforço (estresse): indicado em mulheres com sintomas compatíveis com
incontinência de esforço. Pede-se à paciente para levantar, relaxar e tossir vigorosamente.
Observar perda de urina: se instantânea é compatível com IU de esforço. Perda retardada
e volumosa sugere hiperatividade do detrusor.
- Medida do volume residual pós miccional: Pode ser medida por cateterização ou
ultrassonografia.
- Indicação: Homens com urgência urinária, previamente ao inicio de medicação
anticolinérgica. Para incontinência recorrente em mulheres operadas para incontinência.
Para pacientes com obstrução da via de saída ou hipoatividade do detrusor.
- Resultados: menos que 100 ml indicam boa função vesical, mais que 100 ml retenção
urinária.
- Urodinamica: necessária em algumas situações especiais. Apesar de ser padrão ouro não
deve ser indicada de rotina em idosos.
- Indicação em homens: excluir obstruções de via de saída de urina
- Indicação em homens e mulheres: suspeita de hiperatividade do detrusor com redução
da contratilidade.
Roteiro para avaliação clinica do paciente com incontinência
HISTÓRIA
Subjetivos Qualidade de vida, isolamento social, afeto, motivação.
Sintomas urinários
Início duração, frequência, horários, quantidade de urina perdida, padrão do comportamento miccional, fatores precipitantes, problema miccionais, disúria, hematúria, noctúria, urgência e ingesta hídrica.
História pregressa
Infecção urinária recorrente, câncer, cirurgia pélvica, doenças neurológicas, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, incontinência fecal, constipação intestinal, depressão, insuficiência venosa, tratamentos para incontinência urinária.
Medicamentos e substâncias
Diuréticos, anticolinérgicos, antipsicóticos, analgésicos derivados de morfina, agonistas e bloqueadores adrenérgicos, bloqueadores do canal de cálcio, álcool, cafeína.
Ambientais Localização dos banheiros, acomodações, mobilidade.
EXAME FÍSICO
Abdominal Palpação da bexiga, massas abdominais.
Retal Sensação, tônus, massas, impactação fecal, avaliação da próstata, retocele, sangue.
Genital Vaginite atrófica, cistocele, uretrocele, prolapso uterino, massas, infecção, tonicidade perineal.
Neurológico Deambulação, tremores, rigidez, sinais focais, cognição.
Outros Padrão ventilatório, engurgitamento jugular, edema periférico, adenopatias.
Fonte: Adaptado do Protocolo de Atenção à Saúde do Idoso – secretaria de saúde – SS.
Para refletir:
O que aconteceria se prescrevêssemos Antimuscarínicos para um idoso frágil e com
retenção urinária por hiperplasia da próstata?
Agravaríamos a retenção urinária.
Tratamento não farmacológico
O tratamento da Incontinência Urinária pode ser não farmacológico; farmacológico e
cirúrgico.
Veja a seguir o esquema sobre o Tratamento Não Farmacológico.
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
Adequação Ambiental
- Facilitar o acesso ao banheiro
- Facilitar a mobilização dentro do banheiro
Mudanças Comportamentais
PACIENTE:
- Treinamento vesical
- Fisioterapia do Assoalho Pélvico
CUIDADOR:
- Treinamento do Hábito da micção
- Micção programada
Fonte: Vaughan et al. Mt Sinai J Med 78:558-570, 2011.
Mudanças do estilo de vida
Redução do peso, supressão do álcool, reajuste da ingesta hídrica, diminuição da cafeína e
do tabagismo.
Micção Programada
Cuidador estimula a micção num intervalo de 2/2 horas e aumenta o intervalo
progressivamente até 4 horas.
Incontinência por transbordamento
Cateterismo vesical intermitente três vezes ao dia de acordo com o volume residual. Se o
resíduo for maior que 100 ml aumentar o numero de cateterizações.
Cateterismo permanente
Indicado quando há incontinência por transbordamento associado à Síndrome de
Imobilidade ou a obstruções sem condições cirúrgicas.
Fisioterapia do assoalho pélvico
Exercício de Kegel
Fortalecimento dos mecanismos de pressão uretral pela realização de contrações musculares isoelétricas, realizada em 3 séries de 8 a 12 contrações com duração de 6 a 8 segundos cada. 3 a 4 vezes por semana, durante 15 a 20 semanas.
Cones Vaginais
Introdução de cones de pesos variados no canal vaginal com a paciente em posição ortostática. Nesta posição o cone tende a deslizar induzindo a contração reflexa da musculatura do assoalho pélvico para o cone não cair. Complementares aos exercícios de Kegel.
Biofeedback
Amplifica, através de aparelhos, as respostas fisiológica e convertem em informações visuais e auditivas, facilitando a percepção, pela paciente, da ação da musculatura pélvica. Treina a coordenação para manter a contração da musculatura pélvica enquanto os músculos abdominais, das nádegas e coxas se mantem relaxados. Melhora o controle voluntario destas estruturas.
Eletroestimulação
Complementar a cinesioterapia. Tem o objetivo de provocar contração da musculatura pélvica e/ou modular as contrações do musculo detrusor. Indicado para incontinências refratárias. Inclui Estimulação intravaginal e intra-anal não invasiva; Estimulação sacral; Estimulação percutânea do nervo tibial; Estimulação intravesical.
ANTIMUSCARÍNICOS (ANTICOLINÉRGICOS)
Indicados na IU de urgência (Bexiga Hiperativa). Bloqueiam os receptores muscarinicos no
músculo detrusor, diminuindo a contratilidade vesical, aumentando a capacidade da bexiga
e amenizando a sensação de urgência.
A ação aumenta progressivamente até a quarta semana.
Efeitos adversos:
Xerostomia e Xerostose cutânea, Taquicardia, Borramento visual, Constipação intestinal,
Piora da função cognitiva, Retenção urinária.
Fármacos:
Oxibutinina, Tolterodina, Solifenacina.
ANTAGONISTAS ALFA-ADRENÉRGICOS
Indicados para bexiga hiperativa associada a hiperplasia prostática benigna, para obstrução
vesical neurogênica decorrente de lesão medular. Menos eficazes nas mulheres.
Efeitos adversos:
Hipotensão postural e Tontura
Fármacos:
Doxazosina, Tamsulosina. A Doxazosina consta da RENAME.
OBS: Estes devem ser usados com cuidado no idoso, pois podem causar hipotensão
postural. Cuidado especial quando associado a anti-hipertensivos.
ANTIDEPRESSIVOS
Seu uso no tratamento da IU não está estabelecido, sobretudo em idosos, devido ao risco
potencial de efeitos colaterais sérios. A racionalidade do seu uso é baseada em seu efeitos
antimuscarínicos (anticolinérgicos), reduzindo episódios de incontinência e melhorando a
qualidade de vida na incontinência de esforço e na bexiga hiperativa. As doses devem ser
menores que as utilizadas para o tratamento da Depressão.
Efeitos adversos:
Náuseas, constipação intestinal, hepatotoxidade, depressão do Sistema Nervoso Central,
cardiotoxidade, hipotensão, xerostomia.
Fármacos:
Amitriptilina: comprimidos de 25 e 75mg. Posologia de 12,5 a 50mg/dia, em dose única ou
fracionada. Nortriptilina: comprimidos de 25, 50 e 75mg. Posologia de 12,5 a 50mg/dia,
fracionada em duas a três tomadas ou em dose única.
ESTRÓGENOS TÓPICOS
Teoricamente aumentam a vasculatura uretral, sensibilizam os receptores uretrais do colo
vesical. Tem eficácia controversa e duração de tratamento não estabelecida.
Contraindicados em casos com ou risco aumentado de câncer de mama ou ginecológico,
hepatopatias e história de tromboembolismo.
Fármacos:
Estrogênios conjugados em creme vaginal com 0,625mg/g. Aplicar após o banho,
alternando três semanas de uso com uma de descanso.
Tratamento cirúrgico
- Injeção periuretral de colágeno;
- Suspensão transvaginal por agulha;
- Colpossuspensão retropúbica (suspender o útero) – IU estresse;
- Colocação de faixas pubovaginais de suporte (slings) que elevam a uretra restaurando
seu ângulo com a bexiga – IU esforço;
- Prótese esfincteriana;
- Cateterização supra-púbica – impedimento da passagem do cateter (neoplasia).
Relembrando – tipos de incontinência com os respectivos tratamentos
TIPO TRATAMENTO
INCONTINÊNCIA DE URGÊNCIA
- Mudanças do estilo de vida;
- Terapias comportamentais;
- Antimuscarínicos.
INCONTINÊNCIA DE ESFORÇO
NA MULHER
- Perda de peso;
- Reforço da musculatura pélvica;
- Treinamento vesical / Estimulação elétrica;
- Estrógenos tópicos – vaginites atróficas;
- Cirurgia.
INCONTINÊNCIA DE ESFORÇO
NO HOMEM;
- Fisioterapia do assoalho pélvico;
- Cirurgia.
INCONTINÊNCIA POR
TRANSBORDAMENTO
- Cirúrgico para obstrução mecânica do fluxo urinário;
- Cateterização intermitente ou Cateterização
permanente;
- Antagonistas alfa-adrenérgicos – se não houver
retenção urinária;
- Estimulação sacra para hipoatividade do detrusor por
alteração neuropática.
INCONTINÊNCIA MISTA - (Associação da incontinência de esforço e
urgência)
TIPO TRATAMENTO
- Exercícios do assoalho pélvico;
- Antimuscarínicos.
INCONTINÊNCIA FUNCIONAL
- Medidas ambientais e comportamentais;
- Reabilitação física;
- Controle dos distúrbios psiquiátricos;
- Apoio social.
Para todos os casos apresentados são indicadas as seguintes medidas gerais: controle da
ingesta hídrica especialmente à noite; controle da ingesta de álcool e cafeína; avaliação
das medicações em uso; tratamento de possível Infecção de Trato Urinário (ITU);
tratamento de doenças de base.
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Concluindo
Você chegou ao final do tema Incontinência Urinária proposto para você.
Aprendemos sobre Incontinência urinária, classificação, causas e tratamento .
Esperamos que você tenha aproveitado ao máximo todos os assuntos abordados ao longo
deste material.
Agradecemos a sua dedicação. Para ver as referências do tema clique no botão "Próximo".
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