UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA
ARQUEOLOGIA BRASILEIRA
VALDINÊY AMARAL LEITE
ENCONTRO FORMATIVO PARA ESTUDANTES DO TERCEIRO ANO
DO ENSINO MÉDIO
HISTÓRIA INDÍGENA DO BRASIL: ARQUEOLOGIA E PATRIMÔNIO
EM PERSPECTIVA
Belo Horizonte - MGNovembro de 2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA
ARQUEOLOGIA BRASILEIRA
VALDINÊY AMARAL LEITE
ENCONTRO FORMATIVO PARA ESTUDANTES DO TERCEIRO ANO DO
ENSINO MÉDIO
HISTÓRIA INDÍGENA DO BRASIL: ARQUEOLOGIA E PATRIMÔNIO EM
PERSPECTIVA
Trabalho apresentado á disciplina Arqueologia
Brasileira do curso de Pós-graduação em
Antropologia/Arqueologia – FAFICH-UFMG
como exigência aprovação na disciplina.
Docente: Prof. Drº. André P. Prous
Belo Horizonte - MGNovembro de 2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................04
O QUE É A ARQUEOLOGIA?...................................................................................05
O QUE É UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO?................................................................08
A era da globalização (do presente a 500 anos AP)....................................................11
O Brasil antes de Cabral (de 500 a 1000AP)...............................................................13
As sociedades complexas (de 1.000 a 2.000AP)...........................................................18
A era da especialização (2000 a 4000AP).....................................................................23
Caçadores em Ação (4000 a 12000AP)........................................................................26
O início do povoamento (12000 a 50000AP)...............................................................30
IPHAN E O UM PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO.............................................32
Considerações finais......................................................................................................34
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................36
Referencias eletrônicas..................................................................................................37
INTRODUÇÃO
Para a realização deste trabalho, crio a seguinte situação hipotética; onde alunos
do terceiro ano do ensino médio irão visitar sítios arqueológicos em uma determina
região. Para que a visita seja aproveitável, os professores da escola convidaram-me para
que eu pudesse dá um momento formativo abordado à arqueologia brasileira como tema
principal.
Assim, o presente trabalho visa fazer um apanhado da arqueologia brasileira
para alunos do ensino médio e pessoas interessadas no tema, mas que, porém conhecem
pouco sobreo assunto. Para que todos possam entender e participar deste diálogo de uma
forma unanime, proponho que algumas questões fiquem claras para o início desta prosa.
A primeira delas é: O Que é a arqueologia? O que é um sítio arqueológico?
Após conversamos sobre estas duas questões iremos apresentar o IPHAN e o
que é um patrimônio arqueológico. Feita estas considerações iremos apresentar as
diversas vestígios arqueológicos (cultura material) que formam a diversidade de sítios
arqueológicos que existem em solos Brasileiros e revelam o modo de vida dos primeiros
que aqui chegaram.
Para que os alunos conseguiam ter uma compreensão dos temas em pauta,
usaremos muitas fotografias para ilustrar os sítios e mapas para que eles possam saber a
localização destes patrimônios arqueológicos no Brasil e em nossa região.
Outra opção para que este momento seja mais dinâmico/prático seria importante
mostrar para os alunos além de imagens, mesmo que réplicas, artefatos arqueológicos
para que eles possam pegar e desenvolverem a percepção do objeto (peso, dimensões,
etc.).
É importante salientar que a arqueologia encontra-se dentro dos parâmetros
curriculares nacional-PCN, como tema transversal, ou seja, são raros os casos onde as
escolas irão aborda este tema de forma mesmo que parcial, a arqueologia para os
estudantes sempre fica esquecida, raras as vezes é mencionada nos livros de história.
Quando isso ocorre, nem sempre o aluno é instigado a refletir e a conhecer o patrimônio
arqueológico que temos em nosso município ou estado, os sítios abordados são sempre
fora do país (Europa) ou quando fala em sítios arqueológicos Brasileiros, fala-se
somente dos sítios na Serra da Capivara no Piauí.
O Que é a arqueologia?
Como mencionado anteriormente, vamos entender o que é essa ciência chamada
de arqueologia e logo em seguida vamos adentrando em algumas questões importantes.
A palavra Arqueologia vem do grego archaios (antigo) + logos (“conhecimento”,
“estudo”), ou seja, o estudo do que é antigo. Adianto que é uma ciência como outra
qualquer, utiliza de métodos de investigação e trabalho científico. Apesar de existir uma
associação desta ciência às aventuras vividas por personagens dos filmes de aventura,
como do Indiana Jones ou caçadores de relíquias antigas, no meu vê não acho errado,
pois na arqueologia tem muita aventura e muitas coisas acontecem, mas a arqueologia
não se resume somente a isso, é muito mais.
O profissional da arqueologia, chamado de arqueólogo tem uma
responsabilidade muito grande, pois ele está lindando (quase sempre) com a cultural
material de pessoas ou comunidades que não existem mais e às vezes em estados de
deterioração muito avançado. Qualquer descuido ele pode perder informações cruciais
para entender ou responder as questões que ele propôs.
De acordo com Pedro Paulo Funari, do Departamento de História da Unicamp, o
trabalho do arqueólogo pode ser dividido em quatro etapas: campo, processamento em
laboratório, estudo e publicação (figura 01).
No cenário atual Brasileiro, existem dois tipos de atuação do arqueólogo, no
meio acadêmico ou na arqueologia de contrato, sendo o segundo campo com maior
concentração de arqueólogos exercendo atividade. No campo do contrato o arqueólogo
presta consultoria para empresas públicas e privadas para definir as características da
ocupação em locais predeterminados e fazer relatórios arqueológicos.
Mas em ambos os campos (acadêmico e contrato) o arqueólogo atua fazendo
explorações, que é ir a campo para fazer diagnósticos, prospecções e escavações; realiza
pesquisa, analisando em centros de pesquisa ou laboratórios, materiais e objetos
coletados em campo e elaborar relatórios. O arqueólogo é também responsável pela
educação ou socialização das pesquisas que consiste em promover atividades para a
preservação de recursos patrimoniais e de turismo cultural, por meio de feiras de
divulgação científica, museus, escolas e unidades de conservação.
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Figura 1: Fases do trabalho do arqueólogo. Fonte: Google imagens.
Com esse processo de desenvolvimento acelerado, grandes obras estão em
processo em todo Brasil, as quais precisam atender aspectos da legislação ambiental e
patrimonial. Com isso, grande parte dos sítios arqueológicos brasileiros vem sendo
descobertos ao acaso, em meio a uma construção ou uma obra. Nesse caso, uma equipe
de arqueólogos é contratada (daí o nome "arqueologia de contrato") para promover um
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salvamento do sítio, caso ele esteja em destruição iminente. Se não houver risco de
destruição, o sítio deverá ser cadastrado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) para posterior pesquisa. Então, entra o trabalho da arqueologia
acadêmica que é mais minuciosa e conta com maior prazo para realizar as atividades.
É importante frisar que a arqueologia não é uma ciência que exista por si só, os
pesquisadores desenvolvem as atividades em parceria com outros profissionais de outras
ciências como antropologia, história, geografia, sociologia, química, paleontologia,
botânica, biologia entre outras.
Então a arqueologia é a ciência que vai estudar o modo de vida de povos que
não utilizavam a escrita. Essas populações só podem ser conhecidos atualmente por
meio dos vestígios materiais que deixaram nos locais em que viviam. O sítio
arqueológico é o que restou das coisas que as pessoas fabricaram e usaram ao longo de
suas vidas em um determinado tempo/lugar (panelas de cerâmica, restos de machado e
outras ferramentas feitas de pedra, sinais de que fizeram roças e plantaram alimentos
etc.).
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O QUE É UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO?
Nesta altura do campeonato vocês devem está se perguntando o que é cultura
material e onde ela está? Pois bem. Vamos lá! Entende-se como cultural material todos
os vestígios encontrados em um sítio arqueológico que podem ter sido construídos,
deixados propositalmente ou não. Estes artefatos podem ser líticos (lascas, estilhas,
núcleos, plaquetas, seixo, instrumentos sob rocha), abrigo com pinturas as vezes sem
pinturas mas com lítico/cerâmica/outros em superfície, cachimbos, restos de habitações
ou de templos, marcas de fogueira, cascas de moluscos, esqueletos (humano ou de
animais), cerâmicas, armas, garrafas de vidro, ferraduras, vasos. São esses artefatos
(associados ao contexto) encontrados pelo o arqueólogo ou comunidade local que vão
formar o que chamamos de sítio arqueológico (exemplo de sítios Figura 2A e 2B).
Figura 3A e 2B: Sítios arqueológicos em Minas Gerais, na região de Diamantina-MG. Fonte: Leite 2014.
Lembre-se, para formar ou ser caracterizado como sítio arqueológico não precisa
ter todos os artefatos citados, inclusive, qualquer um destes artefatos em quantidade
associados ao contexto faz com que aquele espaço, onde o material se encontra (in situ)
seja caracterizado como um sítio arqueológico. Por exemplo, existem sítios que tem
somente cerâmicas, outros somente líticos, outros registros rupestres e existem outros
que vão ter cerâmica, lítico e arte rupestre tudo no mesmo local, que são chamados de
sítios multicomponenciais.
O importante é que todos esses artefatos ou cultura material se preferirem são
remanescentes que contam a história das antigas ocupações e que representam os
hábitos e costumes de quem viveu sobre aquele espaço.
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Então, para que a história destas populações não seja destruída com as obras, ou
pisoteio de animais ou até mesmo pelos próprios processos naturais, alguns cuidados
devem ser tomados para que não percamos informações às vezes caras ao estudo do
material.
Nesse momento, vocês podem está com a seguinte dúvida, como que os
arqueólogos sabem das possíveis datas de quando certa população viveu em tal lugar?
Pois bem, para que o arqueólogo consiga datações confiáveis é preciso que ele faça uma
escavação para coletar material datável (carvão, ossos, sedimentos, material orgânico,
outros) e, sobretudo para contextualizar suas datações aos processos dinâmicos do sítio.
A datação deste material coletado em sítio com os devidos “endereços de
origem/estratigrafia” é feita pelo carbono-14 (C14). Este elemento químico, presente
nos seres vivos, começa a se desprender após a morte, a cada 5.700 anos, o objeto perde
aproximadamente metade da radiação. Por meio da comparação, é possível determinar a
idade do objeto com uma margem de erro de 40 anos aproximadamente. Quando se trata
de épocas acima de milhares de anos, essa margem de erro torna-se insignificante.
Aliado a datação o arqueólogo observa os processos deposicionais por meio da
estratigrafia cultural. Como é sabido sempre o mais antigo está em baixo do mais
recente, sendo a superfície onde colocamos os “pés” o presente. Cada 2 ou 3 ou 10
centímetros que desce em uma escavação (varia de contexto/situação) estaremos
recuando no tempo até chegar na rocha ou solo estéreo (figura 4).
Figura 4: Princípios da sobreposição estratigráfica. Fonte: Google imagens.
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Para que vocês possam ter uma ideia de como a estratigrafia é importante e
como funciona principalmente no Brasil, apresento as faixas cronológicas dividida
tendo como ponto de partida os dias atuais (o Presente) e vai recuando no tempo, para
datas Antes do Presente (AP). Além disso, varias imagens e mapas ilustraram cada
momento da faixa cronológica para que possa ficar didático e de fácil entendimento
para todos. É importante frisar que estas imagens já vão contando a história dos nossos
antepassados, procurarei ilustrar cada momento com imagens de sítios arqueológicos
existentes no Brasil.
A primeira faixa temporal vai, de hoje a 500 anos atrás, ou seja, do Presente a
500 anos AP. E assim por diante. Essa linha do tempo apresentada foi elaborada pelos
arqueólogos Erika Marion Robrahn-González e Paulo Zanettini e equipe em um
trabalho social desenvolvido pelo Itaú Cultural o projeto Arqueologia Brasileira (figura
05).
Figura 5: As faixas cronológicas em que a arqueologia brasileira foi dividida. Fonte: Virtual Itaú Cultural.
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A era da globalização (do presente a 500 anos AP)
Com a expansão marítima europeia a partir do século XV, a América é
incorporada definitivamente ao mundo capitalista. A partir daí, europeus, indígenas e
africanos se vem às voltas com a de um país chamado Brasil.
A arqueologia avança no tempo e se dedica também ao estudo desses grupos e
locais. Como exemplo, apresento os achados realizados em Canudos, alguns aspectos
de um campo de batalha e a cidade de Canudos destruída por uma cruel guerra civil, em
fins do século XIX (figura06).
Figura 6: As ruínas da 3ª igreja de Canudos. Fonte: Alexandre Lyrio – do CORREIO. Disponível em: http://landisvalthcheiodearte.blogspot.com.br/2013/05/canudos-nao-se-rendeu.html. Montagem de prancha, LEITE, 2014.
Outro exemplo que chama a atenção a Igreja Matriz de São Matias. Construída
em 1648, ano de fundação da cidade, sobraram dela somente a fachada e uma das torres.
Há também a Igreja Nossa Senhora do Carmo, da mesma época, mas que foi reformada
e hoje abriga painéis de azulejo no altar (figura 7).
11
Figura 7: Ruínas históricas em Alcântara – São Luís-MA. Fonte: Leite, 2014.
12
O Brasil antes de Cabral (de 500 a 1000AP)
Em torno de cinco séculos antes da chegada de Cabral ao Brasil, grande parte de
nosso país estava ocupado por povos que falavam línguas semelhantes e apresentavam
muitas características culturais comuns. São genericamente denominados de Tupi-
Guarani (figura 08).
Figura 8: "Desembarque de Cabral em Porto Seguro" - Oscar Pereira da Silva Pintor brasileiro (1865-1959). Fonte: http://www.infoescola.com/historia/chegada-de-cabral-ao-brasil/, acesso em novembro de 2014.
Segundo Prous (2003), os vestígios dos povos Tupi-guarani encontram-se desde
as Missões e o rio da Prata, ao sul, até o Nordeste, com algumas ocorrências ainda mal
conhecidas no sul da Amazônia. O leste ocupava toda a faixa litorânea, desde o Rio
Grande do Sul até o Maranhão. O oeste aparece (no rio da Prata) no Paraguai e nas
terras baixas da Bolívia. Evitam as terras inundáveis do Pantanal e marcam sua presença
discretamente nos cerrados do Brasil central. De fato, ocuparam, de preferência, as
regiões de floresta tropical e subtropical (figura 9).
13
Figura 9: Tela dos tupi-guaranis. Disponível em: http://www.historiadigital.org/questoes/questao-enem-2010-tradicoes-tupi-guaranis/.
Abro um parêntese aqui para chamar a atenção de dois fatos muito importantes.
Quando falamos de línguas indígenas, a primeira coisa que se pensa é que todos os
povos falam Tupi. Isto não está correto. O Tupi é um tronco linguístico e não uma
língua. Esta confusão acontece porque muitas palavras do vocabulário brasileiro têm
origem nas línguas da família Tupi-Guarani (figura 10). E o outro fato é que muitas
destas línguas existem e são usadas até os dias de hoje, vejam mapa (figura 11).
Figura 10: Esquema linguístico para os povos indígenas no Brasil. Fonte: http://pibmirim.socioambiental.org/linguas-indigenas, acesso em novembro de 2014.
14
Figura 11: Línguas indígenas faladas atualmente no Brasil. Fonte: Instituto Socioambiental, 2009. Disponível: http://pibmirim.socioambiental.org/linguas-indigenas, acesso em novembro de 2014.
Com relação à expansão destes grupos em territórios Brasileiros, existem várias
hipóteses, mas é um tema ainda pouco estudado e debatido. Para a equipe de Robrahn-
González e Zanettini a expansão desses grupos provavelmente partiu da Amazônia, deu-
se por todo o litoral brasileiro até chegar ao sul do país. Povos guerreiros e grandes
canoeiros utilizavam as vias fluviais e marítimas para incorporar novos territórios,
seguindo um modelo de adaptação tropical recente. Quando o colonizador português
aqui chegou, encontrou vários de seus grupos espalhados pela costa, como é o caso
dos Tupinambá da costa baiana (Figura 12A).
Segundo Prous (2005), baseado em artefatos cerâmicos é possível apesar do
parentesco formal entre todas as ocorrências Tupiguarani, distinguir dois grandes
conjuntos geográficos, um que denominamos ‘proto-tupi’, que se estende do litoral
norte de São Paulo até o Ceará, e outro, ‘proto-guarani, situado entre o sul do litoral
de São Paulo e o norte da Argentina. Esses grupos distinguem-se tanto por formas
15
específicas dos artefatos de cerâmica quanto pelo estilo e pelos motivos de
decoração plástica ou pintada. Em cada conjunto seria possível estabelecer subdivisões
estilísticas que acreditamos refletir a extensão de ‘parcialidades’ de cunho político
ou étnico, ver mapa (figura 12B).
Figura 12: A: Expansão das línguas gerais no Brasil. Fonte: Museu da Língua Portuguesa. B:Localização dos sítios arqueológicos de povos Tupi e Guarani conhecidos nos territórios de Brasil, Uruguai e Argentina. Fonte: A. Prous, 2005.
Em algumas partes mais altas e abertas do planalto, entretanto, outros grupos
continuavam a se desenvolver, definindo formas bastante típicas de ocupação. Bom
exemplo são as Casas Subterrâneas do sul do Brasil (Figura 13), construídas em valas
abertas no solo, como proteção ao vento gelado do inverno. Algumas vezes, as casas se
comunicavam através de túneis, formando verdadeiras redes subterrâneas de
comunicação (Figura 14B).
Segundo Cunha (2012), as paredes eram compactadas com argila mais fina,
resultando em uma camada de revestimento. O teto era apoiado sobre estacas: uma
estaca principal no centro, que descia até o chão da casa, e estacas laterais, que
irradiavam do mastro central e se apoiavam na superfície do solo, na parte externa.
O teto ficava pouco acima do nível do terreno, garantindo ventilação, iluminação
e trânsito. As casas tinham mais ou menos 2 metros de profundidade e o diâmetro
variava entre 2 e 22 metros (Figura 8A).
16
BA
Figura 13: Guarani (tape, arachane e carijó): litoral e parte central até fronteira com a Argentina; Jê (Kaingang e Xokleng): planaltos do Norte e Nordeste e Pampianos (Charruas e Minuanos): Sul, próximo ao Uruguai. Disponível em http://f1colombohistoriando.blogspot.com.br/2012/07/indios-os-primeiros-habitantes-do-rio.html, acesso em novembro de 2014.
Figura 14A: Corte de uma casa subterrânea recriada a partir de diversos estudos arqueológicos. Arte: César Mattos. 14B: Modelagem eletrônica mostrando as interligações existentes entre um conjunto de casas subterrâneas no Sul do Brasil Arte: César Mattos. 14C: Vasilhas cerâmicas características dos habitantes das casas subterrâneas Fonte: Prous (1988). 14D: Utensílios de pedra polida: virotes, batedores e lâminas de machado. Fonte: Prous (1988). Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/arqueologia/pt/tempo/subterranea/index.html, acesso em novembro de 2014.
17
DC
BA
As sociedades complexas (de 1.000 a 2.000AP)
As ditas sociedades complexas estão situadas na Amazônia e constitui
importante pólo de introdução da agricultura e da cerâmica no Brasil. Em determinadas
porções dessa imensa região se desenvolveram culturas complexas e sofisticadas, como
é o caso da Cultura Marajoara, que ocupou a ilha de mesmo nome (figura15).
Figura 15: Localização da Ilha de Marajó com alguns sítios plotados. Fonte: Google imagens.
Em seu período de apogeu, Marajó pode ter congregado mais de 100 mil
habitantes. Entre eles havia grandes artistas, que fabricavam objetos cerâmicos
ricamente decorados, incluindo vasilhas, estatuetas, urnas funerárias e adornos. Este
diversificado arsenal de objetos sugere aos arqueólogos que as culturas ali presentes
alcançaram uma grande complexidade social e política (figura 16).
18
Figura 16: Diversos vestígios arqueológicos da ilha de Marajó disponível em: http://direitasja.com.br/2012/05/17/a-conquista-do-brasil-parte-ii/#comments
A cerâmica dessas sociedades era altamente elaborada, diferenciando-se pelas
técnicas complexas de produção. Havia urnas funerárias elaboradas, comércio e uma
densidade demográfica de escala urbana. Acredita-se que a monocultura era praticada,
além da caça e da pesca intensivas, a produção intensiva de raízes e o armazenamento
de alimentos.
Outro marco que temos desta ocupação especializada ocorre no Pantanal mato-
grossense (figura 17), que abrigava nesta época outra ocupação bastante especializada.
Organizada a partir de pequenos bandos, era formada por pescadores, caçadores e
coletores altamente adaptados ao ecossistema pantaneiro, ocupando o topo de elevações
protegidas das cheias do rio (os aterros). Ceramistas e provavelmente cultivadores,
enterravam os seus mortos também nestes aterros, muitas vezes acompanhados por um
rico material funerário.
19
Figura 17: Mapa com a localização do Pantanal Matogrossense e suas sub-regiões ou pantanais. Fonte: MAGALHÃES (1992:17 in: OLIVEIRA, J.E (2003).
20
21
Figura 18:Sítios da região do Mato Grosso do Sul. Fonte: MuArq-UFMS. Disponível em: http://muarq.ufms.br, acesso em novembro de 2014.
Chamo a atenção de vocês para um exemplo de urna, á Aratu (figura 26). Ela
diferencia-se da Tupiguarani, sobretudo pela sua morfologia: a borda é simples e não
reforçada, assim como não se observa a presença de ombros no corpo do vasilhame. O
corpo do vaso é inteiro e globular, sua base costuma ser arredondada.
Usualmente pesquisadores tem chamado esta forma de “periforme”, devido a
sua semelhança com uma pêra.
Figura 26: Urnas funerárias resgatadas por Calderón. (Calderón, 1969, p.169)
As urnas Aratu apresentam grandes dimensões, podendo chegar a 1 metro de
diâmetro de boca. Em muitos casos teriam sido utilizadas para o armazenamento de
água e grãos, podendo ainda servir para a fermentação de bebidas alcoólicas. Alguns
autores têm sugerido que, após a sua utilização como artefato doméstico, as urnas eram
reaproveitadas para a realização de sepultamentos (Proust, 2006). A seguir alguns
fragmentos de cerâmica, coleta em Confins-Minas Gerais (Figura 19).
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Figura 19: Amostra da cerâmica coletada no Aeroporto de Confins. Google imagens.
A era da especialização (2000 a 4000AP)
Os grupos de caçadores e coletores que há pelo menos 15.000 anos ocupam o
Brasil começam, neste período, a apresentar um maior crescimento demográfico e a se
tornar sedentários.
As pesquisas arqueológicas nos mostram evidências de uma organização social
bastante forte entre esses grupos, tornando-os capazes de gerar verdadeiros monumentos
construtivos, um exemplo disso são os sambaquis. A palavra “sambaquis” tem origem
Tupi, e é a mistura das palavras tamba (conchas) e ki (amontoado), logo amontoados de
Concha.
O primeiro sambaqui estudado está na Dinamarca. Alguns sambaquis em países
Europeus e no norte da África foram datados entre 4000 a 2000 a.C.
No Brasil, existem sambaquis em vários pontos do litoral brasileiro, sendo que
em Santa Catarina estão os maiores sambaquis do mundo (figura 20). Nesse estado,
existem sambaquis em todo o litoral, que chegam a ter 25 metros de altura e centenas de
metros de extensão. As datações são de aproximadamente de 5.000 anos. É importante
ressaltar que no Brasil existem também sambaquis no baixo Amazonas e no Xingu.
Dentre os utensílios encontrados nos sambaquis brasileiros, muitos são feitos em
rocha, como os quebra-cocos, facas, machados de diabásio semipolido, raspadores e
pontas. Os anzóis, furadores, pontas de flechas e arpões encontrados são feitos de ossos.
Infelizmente o mapa não mostra (figura 21), mas no norte/nordeste em alguns
locais litorâneos tem também os sambaquis e os sítios conchíferos que não chega a fazer
grandes montes iguais os Sambaquis.
23
Figura 20: Localização aproximada das principais áreas com Sambaquis conhecidos ao largo da orla marítima do Estado de Santa Catarina Adaptado de RODRIGUES (2002). Fonte: Ler mais: http://noticias-malacologicas-am.webnode.pt/news/pre-historia-sambaquiana-no-sul-do-brasil-/
Figura 21: Mapa da distribuição de Sambaquis no Litoral brasileiro. Fonte: Itaú cultural Arqueologia.
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Figura 22:A primeira foto um Sambaqui, na parte inferior esquerda um sepultamento em Sambaqui e na direita inferior uma ilustração do modo de vida das populações sambaquieiras. Fonte: Arqueologia, Os detetives do tempo. São Paulo, SP: Abril Jovem S.A., Coleção "Disney Sabe-Tudo", no. 4, p. 14. Disponível em: http://pibmirim.socioambiental.org/antes-de-cabral/ocupacao-brasil
Um bom exemplo disto nos é dado pelos sítios sambaqui, encontrados em
diferentes porções do litoral brasileiro. Ocupados por grupos principalmente de
pescadores, estes sítios podem atingir mais de 50 metros de altura (veja novamente
figura 22), contendo centenas de enterramentos humanos. Em um sítio sambaqui
encontramos marcas de fogueiras, de habitações e restos de alimento.
Caçadores em Ação (4000 a 12000AP)
25
Entre 12.000 e 4.000 anos o Brasil começa a ser extensivamente ocupado por
grupos que tinham na caça e na coleta sua principal fonte de alimentação. Começa o
chamado “Período Arcaico”. Grupos espalham-se pelo país através de um sistema de
vida que variava entre o nômade e o seminômade, deixando seus vestígios em entradas
de cavernas, abrigos rochosos, beiras de rio, topos de morros e muitos outros lugares.
Alguns desses caçadores chegaram a conviver com animais atualmente extintos
(paleofauna), como a preguiça gigante em lagoa santa ou com tigre-dente-de-sabre
encontrados no Abismo Ponta de Flecha, onde foram identificados vestígios de
caçadores de paleofauna.
Figura 23: Esquema do Sítio Abismo Ponta de Flecha.
Procurando pistas que ajudassem a responder estas questões, um grupo de
arqueólogos, geólogos e paleontólogos realizaram escavações no Abismo Ponta de
Flecha, localizado no vale do Ribeira de Iguape, sul de São Paulo.
26
Figura 24: Diferentes tamanhos e formas de pontas projeteis para caça e pesca. Acervo: MAE-USP. Fotos: Wagner Sousa e Silva. Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/arqueologia/pt/tempo/abismo/index.html.
Figura 25: Dentes de Toxodon resgatados no abismo Ponte de Flecha. Foto: Ivo Karmann (IG-USP). Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/arqueologia/pt/tempo/abismo/index.html
Em lagoa Santa pesquisadores brasileiros encontram fósseis em Minas Gerais de
um Bicho-preguiça de seis metros de altura, que viveu durante o período Holoceno, há
cerca de 10 mil anos (figura 26). E um sepultamento que foi batizado de "Luzia", a qual
teria vivida perto de Lagoa Santa, Minas Gerais, pelo menos 11.000 anos atrás, baseada
em fósseis recolhidos no lugar (figura 27). Estimulando, assim, a ideia de que antes da
vinda dos povos de aspectos mongoloides, já havia ocorrido uma onda migratória de um
povo que nada se parece com estes. Para mis informações vê (NEVES et al, 2007).
27
Figura 26: Reprodução hipotética de uma preguiça-gigante. Fonte: http://misteriosuniversal.blogspot.com/2011/10/cientistas-brasileiros-descobrem-fossil.html#ixzz3KBqirkXS
Figura 27: Crânio de Lagoa Santa (entre 8 mil e 10 mil anos) (direita). Fonte: MHNJB-
UFMG. À esquerda, reconstituição facial de Luzia, feita por Richard Neave. Disponível
em: http://racabionupem.blogspot.com.br/2011/09/extincao-da-
megafauna-americana-11500.html.
Relacionado a esse período, poucas são as pesquisas no Brasil que puderam
relacionar o homem pré-histórico aos animais da Megafauna. A região de São
Raimundo Nonato, no Piauí, é um dos exemplos, inclusive contando com pinturas de
algumas espécies em paredões de rocha, como o tigre-dente-de-sabre. O mesmo é
sugerido para pinturas rupestres na região Central (Bahia), onde haveria o desenho de
um Toxodon e a figura de um urso, apoiado nas patas traseiras, com sua cabeça maciça
28
e orelhas redondas. Cavernas na região de Lagoa Santa forneceram, ainda, ossos
humanos misturados com fauna extinta.
A expansão destes animais parece estar relacionada à última fase glacial do
Pleistoceno, algo entre 20.000 e 14.000 anos atrás. Nesse período, os terrenos baixos da
América do Sul ficaram mais secos e frios, condição favorável para a expansão dos
campos e matas abertas, ambientes preferidos por estes grandes animais. Outro fato
importante a ser observado no final do Pleistoceno (mais ou menos 12.000 anos atrás)
houve muitas mudanças climáticas, por conta de um aquecimento geral e da elevação
das águas do oceano devido ao último degelo.
29
O início do povoamento (12000 a 50000AP)
Falar do inicio do povoamento das terras brasileiras é levantar uma serie de
perguntas para as quais ainda não temos uma resposta consistente. Poderíamos
perguntar quando teve início a História Humana Brasileira? Quais foram os primeiros
grupos a ocuparem o país, e quando eles chegaram? Como eram? De onde vieram? São
perguntas simples, mas que ainda não temos uma resposta que seja unanime entre os
pesquisadores, portanto, varias teorias estão em pauta (neste momento apresentar o
mapa abaixo para a turma, para que eles possam também fazer suas interpretações e
expor suas ideias).
Figura 28: Correntes migratórias para o continente americano elaborado de maneira didática. Disponível em: <http://alcidesbarbosadeamorim.com.br/?p=783> acessado em Nov. de 2014.
Pensando no ambiente desse início do povoamento, estudos palioclimáticos
indicam que o clima, a vegetação, a fauna e o relevo possuíam características diferentes
das atuais, sendo que os primeiros grupos, denominados Paleo-índios, vivenciaram e se
adaptaram a essas modificações ambientais.
Todas essas discussões são introduzidas, com as pesquisas desenvolvidas
em São Raimundo Nonato, no Piauí. Escavações realizadas pela arqueóloga Niède
Guidon no sítio Boqueirão da Pedra Furada, no Piauí, revelaram a data mais antiga até
então alcançada pela arqueologia nacional: 48.000 anos. Motivando uma grande
discussão científica sobre o início do povoamento no Brasil e nas Américas.
Esse mesmo sítio já havia fornecido várias datas, indicando uma sequência de
ocupações humanas que se iniciava em 6.000 anos e recuava no tempo, até atingir, nas
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camadas mais profundas das escavações, acima de 30.000 anos de idade. E chegou a
48.000.
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IPHAN E O UM PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO
O Brasil tem vários tratados nacionais e internacionais, onde é responsável pela
proteção do patrimônio nacional, que é um bem de todos. Os sítios arqueológicos
também é um bem patrimonial que inclusive não precisa de processo de tombamento ele
por si só já e considerado como patrimônio. Assim que é registrado no IPHAN, o sitio
arqueológico se torna imediatamente um bem tombado pela União, ou seja, sítios
arqueológicos pré-históricos não precisam ser reconhecidos como patrimônio da
humanidade.
Portanto na Constituição Federal o artigo 216 vai tratar da Lei de arqueologia
3.924 de 1961 que dispõe dos monumentos arqueológicos e pré-históricos, a Portaria
230 (está em processo de complementação – IN/2014?) de 2002 do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), dentre outras, cuidam para que os
artefatos sejam guardados em Instituições como Universidades, Museus e Institutos e
assim possam ser preservados e estudados.
No Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) foi
criado em 1937 como SPHAN. Hoje este órgão está vinculado ao Ministério da Cultura
e atua através de 27 superintendências em todo o território nacional, responsabilizando-
se pela proteção e gestão dos sítios arqueológicos, abaixo um mapa da distribuição de
sítios arqueológicos estudados e que o IPHAN tem conhecimento.
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Figura 29: Sítios estudados no Brasil. Disponível em: http://www.comciencia.br/reportagens/arqueologia/arq03.shtml.
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Considerações finais
Em fim, vimos uma grande diversidade de sítios e diferentes cronologias e
contextos de sítios arqueológicos no Brasil, isso não chega 1% do que temos em
território Brasileiro. Mas é importante frisar que o sítio arqueológico é constituído de
elementos frágeis (exceto o lítico, mas que também é deteriorado), que já vem resistindo
aos processos naturais do próprio tempo (figura 30). Já sabemos que muitos sítios não
resistirão ao tempo e muito menos as interferências catastróficas dos seres humanos
atuais. O que devemos fazer é ajudar a preservar e deixar que o ciclo natural faça o
resto. Neste momento é interessante pegar fotos de cada sitio deste mais antigo para o
Brasil e mostrar aos alunos, focando principalmente na arte rupestre, que é o vestígio
arqueológico que mais chama a atenção de pessoas leigas.
Figura 30: Sítios arqueológicos mais antigos do Brasil. Disponível em: http://www.itaucultural.org.br/arqueologia/, acesso em novembro de 2014.
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Os sítios arqueológicos são patrimônio de todos nós, que devem ser visitados,
mas para isso muitos cuidados são necessários. Neste momento de conclusão deste
momento formativo, chamar atenção para que eles, visitantes leigos tomem alguns
cuidos, como manter certa distancia do sítio, pois ele deve saber até mesmo onde pisar e
qual tipo de calçado usar. Nada deve ser retirado do local, tudo deve permanecer in situ,
somente o arqueólogo capacitado e com devida autorização que deverá fazer manuseio
dos vestígios, e ainda, para isto, este arqueólogo tem que ter uma boa justificativa ou
razão cientifica para tais interferências.
Outro detalhe, visitantes leigos e nem profissionais não deve ficar colocando a
mão nos grafismos rupestres ou retirando os vestígios dos locais e colocando
novamente, pois, primeiro que as mãos podem estar carregando uma serie de fungos,
bactéria que podem contribuir para a proliferação de fungos sobre as pinturas. No caso
do lítico pode ser que neste momento de retirada e retorno do material, pode-se perder a
orientação dos vestígios, a orientação dos vestígios ajuda o arqueólogo interpretar uma
serie de acontecimentos. Tomados esses e outros cuidados, façam uma boa visita aos
sítios e se tornem também, pessoas que defendem a não destruição dos sítios e
promovam a ideia de pertencimento, mostrando para seus familiares e amigos a
importância do patrimônio arqueológico para a humanidade como um todo.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Coleção de artigos, entrevistas e reportagens de arqueologia disponíveis no site:
http://www.comciencia.br/reportagens/arqueologia/creditos.shtml. Edição: Carlos Vogt
(Diretor de Redação), Rafael Evangelista (Editor-Chefe), Simone Pallone (Editora-
Chefe).
DA CUNHA, Lauro Pereira. Índios Xokleng e colonos no Litoral Norte do Rio Grande
do Sul (séc. XIX). Porto Alegre: Evangraf, 2012.
NEVES, Walter Alves; BERNARDO, Danilo V.; OKUMURA, Maria Mercedes M.. A
origem do homem americano vista a partir da América do Sul: uma ou duas migrações?.
Revista de Antropologia (São Paulo), v. 50, p. 9, 2007.
OLIVEIRA, J.E. Da pré-história à história indígena: (Re) pensando a arqueologia e os
povos canoeiros do pantanal. Revista de Arqueologia, 16: 71-86, 2003.
PROUS.A. A pintura em cerâmica Tupiguarani. Ciência Hoje. Vol. 36, nº 36. 2005.
Disponível em: file:///C:/Users/SOA03/Downloads/ceramica1.pdf, acesso em
04/11/2014.
PROUS. A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Editor, 2005).
Referencias eletrônicas.
Google images.
http://www.mhnjb.ufmg.br/arqueologiaprehistorica.html, acesso em 04/11/2014.
http://noticias-malacologicas-am.webnode.pt/news/pre-historia-sambaquiana-no-sul-do-
brasil-/, acesso em 04/11/2014.
http://pibmirim.socioambiental.org/linguas-indigenas, acesso em 04/11/2014.
http://www.infoescola.com/historia/chegada-de-cabral-ao-brasil/, acesso em
04/11/2014.
http://pibmirim.socioambiental.org/linguas-indigenas, acesso em 04/11/2014.
http://www.arqueologia-iab.com.br/page/arqueologia, acesso em 04/11/2014.
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