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ESPECIAL - Aprendizagem através do toque A1

“Expandir para toda rede é impor-

tantíssimo, mas o investimento é

muito grande”

Anderson Gomes, Secretário de Educação

Investimento milionáriocoloca alunos da rede conectadosSecretaria de Educação do Estado inves-tiu R$106 milhões na compra de tab-lets para os alunos das séries finais do Ensino Médio

Por Erick França

A aquisição de tablets para os alu-nos da rede pública estadual foi um dos maiores investimentos da

Secretaria de Educação de Pernambuco nos últimos doze meses. Os 156 mil aparelhos custaram aos cofres públicos R$106 mil-hões e a meta é que os computadores por-táteis sejam entregues em mais de mil esco-las do Estado até o final do ano. A empresa vencedora da licitação foi a Digibras Indús-tria do Brasil S.A., uma divisão da CCE, e cada computador de mão custou R$ 629. Se comparado ao valor da primeira licita-ção, houve uma redução de mais de R$ 26 milhões nos gastos do executivo estadual. Tudo começou quando a Secretaria de Educação iniciou um pregão eletrônico, no final do ano passado, para a aquisição dos tablets. No certame só participaram duas empresas, que seriam uma fabricante e uma distribuidora da mesma marca. A vencedora da licitação cobrou R$ 890 por cada computador, e o negócio foi orçado em mais de R$ 130 milhões. A empresa Di-gibras se achou lesada e entrou com uma ação no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) e no Tribunal de Contas do Estado (TCE) alegando que foi excluída do proces-so licitatório e que oferecia um produto 15% mais barato do que o da atual vencedora. Tanto a justiça quanto o TCE aceitaram a alegação e anularam o pregão eletrônico e

Ao custo unitário de R$ 629, os computadores de mão foram destinados aos alunos de mais de mil escolas da rede

mente seria no começo do ano, mas ficou para o retorno às aulas do segundo semestre. Os computadores foram distribuídos como parte do material pedagógico a todos os estudantes das séries finais do ensino médio da rede. Para o secretário de Educa-ção, Anderson Gomes, o investimento em tecnologia é de extrema importância para o aprendizado. “É um processo, ele começou e não tem volta. Todo o ano vai ter esse pro-grama e isso é uma evolução, e certamente uma avaliação melhor vai ser feita em um a dois anos, pois o tablete já vai entrar no ritmo dos alunos e dos professores”, re-lata Anderson Gomes. O secretário ainda diz que a intenção da pasta é aumentar o alcance do programa. “Temos uma pro-posta para que o Aluno Conectado também chegue ao aluno do 1º ano, até como moti-vação para continuar os estudos, pois existe uma evasão muito grande. Expandir para toda rede é importantíssimo, mas o inves-timento é muito grande”, pontua Anderson. Alguns profissionais da Educação concordam com o grande investimento em

uma nova licitação foi feita no mês de fever-eiro, dessa vez com nove empresas. Por R$ 10 de diferença a Digibras venceu a licitação

para a empresa Positivo Informática, que foi a vencedora do primeiro processo. Todas essas etapas provocaram o atraso na entrega dos aparelhos para os alunos, que inicial-

Foto: Erick França

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tecnológica para as escolas, mas eles res-saltam que a infraestrutura das unidades educacionais também deve ser lembrada pelo governo. A psicopedagoga e profes-sora da rede há 25 anos, Jaidenise Azevedo, está entre esses profissionais. “Eu entendo que paralelo ao investimento tecnológico é preciso o investimento na infraestrutu-ra das escolas, pois há lugares que faltam material para as aulas e até mesmo papel higiênico, sem contar na falta de profis-sionais, como professores”, relata Jaidenize. O presidente do Sindicato dos Servi-dores em Educação de Pernambuco (SIN-TEPE), Heleno Araújo, reforça a ideia de que é preciso investir mais nas escolas e só depois em tecnologia. “Nós criticamos todo investimento em equipamentos para dentro de um estado que não está preparado para receber. Nós temos escolas que não tem ban-heiro, não tem energia, e ainda temos esco-las que faltam água. Então, nós defendemos que o investimento na educação básica tem que garantir o padrão mínimo de qualidade, e a partir disso pode-se colocar equipamen-

tos que venham melhorar e modernizar as escolas e os estudantes”, diz Heleno. Os pais dos alunos assinaram um contrato para que seus filhos recebessem o aparelho, assim eles ficam responsáveis pelo equipamento. Por conta do valor do com-putador portátil, alguns alunos têm medo de serem roubados ou até mesmo perdê-lo, por isso preferem deixar em casa. Mas não é preciso se preocupar, pois os aparel-hos possuem alguns sistemas de segurança, como a logomarca do Governo do Estado, um chip de localização por GPS, e em caso de perda ou roubo, pode ficar inutilizado. O equipamento só será devolvido à escola se o aluno sair da instituição ou for reprovado, e no caso da aprovação ao final do 3º ano, o computador será definitivamente dele.

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Foto: Alyne Pinheiro / Governo PE

Aluno Conectado em números

156 mil aparelhos

Mais de 1.000 escolas beneficiadas

Valor unitário R$ 629

Valor total R$106 milhões

Fonte: Secretaria de Educação de Pernambuco

Os equipamentos começaram a ser entregues para os alunos no mês de Julho, início do segundo semestre do ano letivo