UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁPR
Ministério da EducaçãoUniversidade Tecnológica Federal do ParanáCâmpus de CuritibaCurso de Engenharia de Computação
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO
1ª Versão 20062ª Versão - Atualização em Abril de 20113ª Versão - Atualização em Dezembro de 2016
CURITIBA – PARANÁ2015
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁDEPARTAMENTO ACADÊMICO DE INFORMÁTICA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO
(Curso aprovado pela Resolução COEPP nº 63/06 de17/11/2006.
Atualização aprovada pela Resolução COEPP nº 15/11de 10/06/2011)
Projeto Pedagógico de Curso apresentadoà Diretoria de Graduação e EducaçãoProfissional (DIRGRAD) da UTFPR pelaCoordenação do Curso de Engenharia deComputação, Câmpus Curitiba.
CURITIBA – PARANÁ2015
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ELABORAÇÃO
Membros Docentes do NDE - Núcleo Docente Estruturante:
Prof. Laudelino Cordeiro Bastos (DAINF) (Coordenador do Curso 2011/2012)
Prof. Hugo Vieira Neto (DAELN) (Coordenador do Curso 2013/2014)
Prof. João Alberto Fabro (DAINF) (Coordenador do Curso 2015)
Prof. Gustavo Benvenutti Borba (DAELN) (Vice-Coord. do Curso 2015)
Prof. Adolfo Gustavo Serra Seca Neto (DAINF)
Profa. Anelise Munaretto Fonseca (DAINF)
Prof. Hilton José da Silva Azevedo (DAELN)
Profa. Keiko Verônica Ono Fonseca (DAELN)
Prof. Luiz Ernesto Merkle (DAINF)
Profa. Myriam R. De Biase da Silva Delgado (DAINF)
Prof. Rafael Carvalho Barreto (DAFIS)
Prof. Ricardo Lüders (DAINF)
Representação Discente perante o NDE:
Fabiano G. Prado Araújo
Bianca Alessandra Visineski Alberton
Henri Stadzisz
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SUMÁRIOTABELAS DE SIGLAS / ACRÔNIMOS...................................................................................1
RELAÇÃO DE FIGURAS.........................................................................................................3
RELAÇÃO DE TABELAS........................................................................................................3
1. APRESENTAÇÃO................................................................................................................4
1.1 Histórico das Engenharias na UTFPR............................................................................6
1.2 A Engenharia Industrial Elétrica, Ênfase Eletrônica / Telecomunicações ..................8
1.3 A Engenharia de Computação na UTFPR ......................................................................9
1.4 Visão geral das reformulações promovidas neste PPC (versão 3)............................13
2. IDENTIFICAÇÃO DA ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO................................................19
3. ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA ....................................................................20
3.1 Concepção do Curso......................................................................................................20
3.2 Matriz Curricular do Curso............................................................................................42
4. INFRAESTRUTURA.........................................................................................................100
4.1 Salas de aula ................................................................................................................100
4.2 Laboratórios de ensino e informática.........................................................................100
4.3 Recursos audiovisuais.................................................................................................102
4.4 Estrutura de bibliotecas da UTFPR............................................................................,102
4.5 Corpo Docente..............................................................................................................103
5. REFERÊNCIAS................................................................................................................111
ANEXO A – Justificativas para as decisões no Ajuste Curricular do curso de Engenharia de Computação(Bacharelado) 2015
ANEXO B - Regulamento da comissão de suporte a execução das disciplinas de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do Curso de Engenharia de Computação
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Tabelas de Siglas / Acrônimos
Sigla Nome por extensoACE Avaliação das Condições de EnsinoACM Association for Computing Machinery ANDIFES Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino SuperiorCAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CEFET-PR Centro Federal de Educação Tecnológica do ParanáCEP Controle Estatístico de ProcessoCES Câmara de Educação SuperiorCFE Conselho Federal de EducaçãoCITPAR Centro de Integração de Tecnologia do ParanáCNE Conselho Nacional da EducaçãoCNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoCONFEA/CREA Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura – Conselho Regional
de Engenharia e ArquiteturaCPA Comissão Própria de AvaliaçãoCPGEI Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática IndustrialCPLD Complex Programmable Logic DeviceDAELN Departamento Acadêmico de EletrônicaDAESO Departamento Acadêmico de Estudos SociaisDAINF Departamento Acadêmico de InformáticaDE Dedicação ExclusivaDECEN Departamento de Ensino de Ciências e EngenhariasEIE-EE/T Engenharia Industrial Elétrica ênfase Eletrônica/Telecomunicações ENADE Exame Nacional de Desempenho de Estudantes ERBs Estações Rádio BasesETF Escolas Técnicas FederaisETFPR Escola Técnica Federal do ParanáFFT Transformada Rápida de Fourier – Fast Fourier TransformFGV Fundação Getúlio VargasFLOPS Floating Point Operations Per SecondFPGA Field Programmable Gate ArrayHSBC HongKong and Shanghai Banking CorporationIC Iniciação CientíficaIEEE Institute of Electrical and Electronics EngineersINEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
TeixeiraITA Instituto Tecnológico de AeronáuticaMEC Ministério da EducaçãoMOPS Modelchecking Programs for Security PropertiesNDE Núcleo Docente EstruturanteOLAP On-line Analytical ProcessPDS Processamento Digital de SinaisPET Programa de Treinamento Especial da CAPES
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Sigla Nome por extensoPPC Projeto Pedagógico do CursoPPGCA Programa de Pós-Graduação em Computação AplicadaPPGEB Programa de Pós-Graduação em Engenharia BiomédicaPPGEM Programa de Pós-Graduação em Engenharia MecânicaPPGTE Programa de Pós-Graduação em TecnologiaPP Projeto PedagógicoPPI Projeto Pedagógico InstitucionalPPP Projeto Político PedagógicoPUCPR Pontifícia Universidade Católica do ParanáRTOS Núcleos Operacionais de Tempo RealSBC Sociedade Brasileira de ComputaçãoSE Sistemas Embarcados SEABI Setor de aquisição bibliográficaSEATU Seção de atendimento ao usuárioSEPME Setor de periódicos e materiais especiaisSEPTE Seção de processos técnicos SEREC Setor de referência e circulaçãoSINAES Sistema Nacional de Avaliação da Educação SuperiorSPEC Standard Performance Evaluation CorporationTCC Trabalho de Conclusão de CursoTECPAR Instituto de Tecnologia do ParanáTI Tecnologia da InformaçãoTIC Tecnologia da Informação e ComunicaçãoUFPR Universidade Federal do ParanáUFRGS Universidade Federal do Rio Grande do SulUFRJ Universidade Federal do Rio de JaneiroUFSCAR Universidade Federal de São CarlosULA Unidade Lógica e AritméticaUNICAMP Universidade Estadual de CampinasUSB Universal Serial BusUTFPR Universidade Tecnológica Federal do ParanáVHDL Very High Speed Integrated Circuit Hardware Description Language
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Relação de FigurasFigura 1- Distribuição de conteúdos do Curso.....................................................................38Figura 2- Esquema de Codificação e Detalhamento da Área "Computação e Sistemas"(CS)…............................................................................................................................................40Figura 3- Esquema de Codificação e Detalhamento da Área de "Engenharia Eletrônica" (EE)
…............................................................................................................................................41Figura 4 - Matriz Curricular do Curso de Engenharia de Computação – Grade 721............. 42Figura 5 - Matriz Curricular do Curso de Engenharia de Computação – Matriz 844..............43Figura 6 - Disciplinas Optativas em Trilhas em Engenharia de Computação........................44Figura 7- Exemplo de composição da carga horária (360 h) em disciplinas de opção dosestudantes (Trilhas+Optativas+Eletivas).......…......................................................................55
Relação de Tabelas e QuadrosTabela 1 - Tabela de Equivalências........................................................................................46
Tabela 2 - Disciplinas e carga horária dos conteúdos básicos..............................................49
Tabela 3 - Disciplinas integradoras de conhecimentos e sua carga horária...........................50
Tabela 4 - Disciplinas e Carga horária dos conteúdos Profissionalizantes............................50
Tabela 5 - Disciplinas e Carga horária de Conteúdos Profissionalizantes Específicos..........51
Tabela 6 – Resumo das cargas horárias................................................................................51
Tabela 7 - Infraestrutura de Laboratórios de Ensino – DAINF..............................................101
Tabela 8 - Infraestrutura de Laboratórios de Ensino – DAELN...........................................102
Tabela 9 - Horários de atendimento do sistema de bibliotecas no Câmpus Curitiba........104
Tabela 10 - Total do acervo bibliográfico disponível, em exemplares...................................104
Tabela 11 - Titulação dos professores efetivos do DAELN e DAINF, com atuação prevista no
curso, em 2008....................................................................................................................105
Tabela 12 - Titulação dos professores efetivos do DAELN e DAINF, com atuação efetiva no
curso, entre 2013 e 2015.....................................................................................................105
Quadro 1 - Perfil do Egresso do Curso...................................................................................36
Quadro 2 - Trilhas em Engenharia de Computação e respectivas unidades curriculares......57
Quadro 3 - Optativas Isoladas do curso de Engenharia de Computação..............................59
Quadro 4 - Ementário das unidades curriculares em trilhas em computação.......................74
Quadro 5 - Ementário das unidades curriculares “Optativas Isoladas”..................................91
Quadro 6 - Corpo docente do DAINF e suas áreas de atuação.........................................104
Quadro 7 - Corpo docente do DAELN e suas áreas de atuação.........................................108
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1 APRESENTAÇÃO A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) é a primeira assim
denominada no Brasil e tem uma história um pouco diferente das outras universidades. A
Instituição não foi criada e, sim, transformada a partir do Centro Federal de Educação
Tecnológica do Paraná (CEFET-PR). Como a origem deste centro é a Escola de Aprendizes
Artífices, criada em 1909, a UTFPR herdou uma longa e expressiva trajetória na educação
profissional.
Este Projeto Pedagógico, doravante denominado de Projeto Pedagógico do Curso
(PPC), atende às Diretrizes Curriculares aprovadas pelo Conselho Universitário da UTFPR,
tendo em vista a Lei no 9.394, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20 de
dezembro de 1996; a Resolução CNE/CES n 11, de 11 de março de 2002, que regulamenta
as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Engenharia, a Lei no 11.184, Lei de
transformação do CEFET-PR em UTFPR, de 07 de outubro de 2005.
A primeira versão deste Projeto foi apresentada ao Conselho de Ensino pelas
Comissões designadas pela Portaria n° 114 de 23 de maio de 2006 e n° 222 de 11 de
outubro de 2006 da Diretoria do Câmpus Curitiba da UTFPR para elaboração do mesmo. As
Comissões foram compostas pelos seguintes professores:
Anelise Munaretto Fonseca (DAINF);
Arandi Ginane Bezerra Júnior (DAFIS);
Carlos Magno Corrêa Dias (DAMAT);
Douglas Roberto Jakubiak (DAELN);
Fabiana Pottker (DAELN);
Flávio Neves Junior (DAELN);
Keiko Verônica Ono Fonseca (DAELN);
Laudelino Cordeiro Bastos (DAINF);
Luiz Ernesto Merkle (DAINF);
Marcelo Mikosz Gonçalves (DAINF);
Mário Lopes Amorim (DAESO);
Myriam Regattieri de Biase da Silva Delgado (DAINF);
Ricardo Lüders (DAINF);
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Ubiradir Mendes Pinto (DAELN);
Vicente Machado Neto (DAELN);
Volnei Antonio Pedroni (DAELN).
Colaboraram ainda os seguintes professores para a versão original de 2006:
Profa. Lucia Valéria Ramos de Arruda (DAELN)
Prof. Vicente Machado Neto (DAELN)
Prof. Gilson Leandro Queluz (DAESO)
Prof. Ivo Pereira Queiroz (DAESO)
Prof. Lino Trevisan (DAESO)
Profa. Marília Gomes de Carvalho (DAESO)
Prof. Cristóvão Renato Morais Rincoski (DAFIS)
Profa. Vanessa Ishikawa Rasoto (DAGEE)
Prof. Alexandre Morais (DAGEE)
Prof. Gustavo Alberto Gimenez Lugo (DAINF)
Prof. César Augusto Tacla (DAINF)
Prof. Celso Antonio Alves Kaestner (DAINF)
Prof. Nestor Moraes (DAQBI)
Profa. Maria Teresa Garcia Badoch (DAQBI)
A versão original foi aprovada pela Resolução COEPP nº 63/06 de 17/11/06 e o curso
teve sua primeira turma de ingressantes no verão de 2007.
Ocorreu a primeira atualização deste documento para sua Versão 2, em abril de
2011, contando com a colaboração de todos os professores que participaram direta ou
indiretamente das reuniões de planejamento de curso em 2007, 2008, 2009 e 2010, bem
como diretamente pelos professores Gustavo Alberto Gimenez Lugo; Keiko Verônica Ono
Fonseca; Laudelino Cordeiro Bastos; Luiz Ernesto Merkle; Myriam Regattieri de Biase da
Silva Delgado; Ricardo Lüders; Robinson Noronha Vida e Heitor Silvério Lopes, em reuniões
específicas de discussões sobre atualização do PPC. As atualizações da versão 2, de abril
de 2011, visaram incorporar alterações que não modificam a estrutura nem os propósitos
estabelecidos na versão original, mas sim corrigir imperfeições e acrescer conteúdos
relativos às mudanças legais definidas em normas da UTFPR geradas no processo de
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construção de sua identidade como Universidade. Entre as modificações de cunho legal
relacionam-se:
- a exigência do Núcleo Docente Estruturante (NDE), estabelecido através da
Portaria nº 147/2007 no período de transição entre o Decreto nº 3.860/2001 e o Decreto nº
5.773/2006.
- adesão da UTFPR ao REUNI, submetida à apreciação do Conselho Universitário
(COUNI) na 7ª. Reunião Extraordinária, do dia 22 de dezembro de 2007, com aprovação,
pelo MEC, em março de 2008, por intermédio do Acordo de Metas nº. 052.
- a nova lei de estágio, Lei 11.788, de 25 de Setembro de 2008. Ministério do
Trabalho e Emprego.
- a regulamentação das Atividades Práticas Supervisionadas na UTFPR,
estabelecida pela Resolução nº 78/09 – COEPP, de 21 de agosto de 2009.
- o novo Regulamento da Organização Didático-Pedagógica dos Cursos de
Graduação da UTFPR estabelecido na Resolução nº. 112/10-COEPP.
Assim sendo, a estrutura da Versão 2 procurou manter as diversas partes que
determinaram sua concepção original e modificou somente textos ou incluiu seções que
contemplavam as especificidades relativas às novas normas.
A atualização aqui apresentada, doravante denominada versão 3, de outubro de
2015, originou-se da busca contínua de aperfeiçoamento do curso, através das discussões
constantes realizadas pelo NDE desde sua instituição em 2012. A discussão contínua, em
conjunto com o recebimento de sugestões de melhoria e ajustes, englobando todos os
professores que atuam junto ao curso, além dos discentes e egressos, levou a um processo
que culminou com a proposta de ajuste aqui apresentada.
Após ampla discussão, esta atual versão 3 do Projeto Pedagógico do Curso (PPC)
de Engenharia de Computação procura manter a concepção original do curso, porém
atendendo às demandas de docentes e discentes, levantadas desde o início da implantação
do curso na UTFPR, buscando atualização, flexibilização curricular e uma melhor formação
profissional do egresso.
1.1 Histórico das Engenharias na UTFPR
Os Cursos de Engenharia na UTFPR tiveram início no segundo semestre de 1974,
quando a instituição ainda se chamava Escola Técnica Federal do Paraná (ETFPR), com os
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cursos de Engenharia de Operação em Construção Civil e em Eletrotécnica, seguidos pelo
Curso de Engenharia de Operação em Eletrônica implantado no primeiro semestre de 1975.
Os Cursos de Engenharia de Operação foram criados pela portaria ministerial nº 36 de
9/2/1965 tendo em vista o parecer nº 36. Este parecer citava como um dos principais
motivos para a criação dos Cursos de Engenharia de Operação, “o déficit de Engenheiros
com que luta o país para atender o grande desenvolvimento industrial”. Havia, portanto,
necessidade de formar Engenheiros para o chamado “chão de fábrica” em tempo reduzido
(três anos).
O Engenheiro de Operação encontrou problemas no exercício profissional e na sua
ascensão funcional, pois não era um profissional de currículo pleno. O sistema Conselho
Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) e Conselho Regional de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) concedia–lhe as atribuições de 9 a 18 da
Resolução Nº 218 (atribuições estas que hoje são do Tecnólogo). Esta limitação o impedia
de ser responsável técnico, exigindo sempre a supervisão de um Engenheiro Pleno que
assinava e executava os projetos. Esta situação culminou com a extinção dos Cursos de
Engenharia de Operação pela Resolução Nº 5/77 de 28/3/1977 do Conselho Federal de
Educação (CFE). Nas três Escolas Técnicas Federais que ministravam Cursos de
Engenharia de Operação (Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro) criou-se o impasse de
1977: o que fazer com os Cursos existentes, uma vez que os egressos tinham boa
aceitação no mercado e estes ficariam num “limbo” profissional?
Uma proposta do Ministério da Educação (MEC) veio com a Resolução Nº 5-A/77 de
3/5/1977 cujo parágrafo segundo sugeria que as Universidades extinguissem os Cursos ou
os transformassem em habilitações plenas. Em instituições isoladas de ensino superior, de
acordo com o artigo quarto, estes cursos poderiam ser convertidos em cursos de Tecnologia
em áreas afins.
Entretanto, as Escolas Técnicas Federais (ETF) não eram Instituições de Ensino
Superior e, sendo Federais, não poderiam ter cursos com a mesma designação daqueles
ministrados pelas Universidades Federais. O impasse foi resolvido pelo artigo quinto da
Resolução Nº 5-A/77 que previa a passagem para cursos de Engenharia Industrial. Porém,
as três Escolas Técnicas teriam que passar para instituições de ensino superior. A
modificação ocorreu por força da Lei nº 6.545, de 30 de junho de 1978, que transformou
essas Escolas Técnicas em Centros Federais de Educação Tecnológica e as regulamentou
pelo Decreto nº 87.310, de 21 de junho de 1982.
Mas o que eram os Cursos de Engenharia Industrial?
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A primeira referência à Engenharia Industrial em nosso país apareceu no Decreto
Imperial 5600 de 25/4/1874. Este Decreto transformava a Escola Central em Escola
Politécnica, a qual passaria a ministrar, além de Engenharia Civil, cursos com outras
designações. O Decreto 1073 de 22/11/1890 da República mudou a organização da Escola
Politécnica e introduziu um curso com o nome de Engenharia Industrial. Uma nova visão
para a Engenharia Industrial surgiu na Resolução 4/77 de 9/3/1977 proposta pelo MEC.
Na então ETFPR, esta resolução levou o grupo de Elétrica (Eletrônica e
Eletrotécnica) a transformar os Cursos de Engenharia de Operação em Eletrônica e em
Eletrotécnica em Cursos de Engenharia Industrial Elétrica. Esta transformação decorreu do
perfil dos professores deste grupo - professores em regime de trabalho de tempo integral e
professores oriundos de empresas da região.
A composição curricular da modalidade Engenharia Industrial visava formar um
Engenheiro com base científica e voltado a realizar aplicações de seus conhecimentos na
resolução de problemas tecnológicos reais.
1.2 A Engenharia Industrial Elétrica, Ênfase Eletrônica /Telecomunicações
De acordo com seu Projeto Pedagógico, o Curso de Engenharia Industrial Elétrica
ênfase Eletrônica/Telecomunicações (EIE-EE/T) foi implantado no CEFET-PR no ano de
1979. A estrutura curricular do Curso obedecia às diretrizes apresentadas na Resolução
48/76, do então Conselho Federal de Educação (CFE), hoje Conselho Nacional de
Educação (CNE) e caracterizava o Currículo Mínimo para os Cursos de Engenharia,
levando-se em conta os termos da Resolução 4/77, do CFE, que distinguia a habilitação em
Engenharia Industrial. A Resolução 4/77 exigia que a habilitação em Engenharia Industrial
tivesse origem em uma das habilitações definidas pela Resolução 48/76 com alterações
adicionais. Estas alterações se referiam, principalmente, ao acréscimo de carga horária ao
Curso, com a inclusão da disciplina de Psicologia Aplicada ao Trabalho (30 horas); uma
carga horária de Laboratório igual à metade da carga horária das disciplinas de Formação
Profissional Específica e o Estágio Obrigatório Orientado e Supervisionado (mínimo de 360
horas) e avaliação final através de banca com parecer favorável.
O Corpo Docente inicial do Curso de EIE-EE/T era de Engenheiros oriundos de
Instituições de Ensino de renome no Brasil e boa parte também trabalhava em empresas da
região, como por exemplo, as Companhias de Energia e Telefonia (COPEL, TELEPAR) ou
em empresas privadas. As primeiras turmas de Engenheiros formados passaram a atender
às necessidades regionais e fizeram com que o Curso obtivesse amplo reconhecimento da
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comunidade local. Ao final da década de 70, o CEFET-PR iniciou sua participação na política
de aperfeiçoamento de pessoal promovida pelo Governo Federal. Neste sentido, enviou
seus primeiros professores para participarem de Programas de Pós-Graduação stricto
sensu (Mestrado e Doutorado) em outras Instituições do país e do exterior promovidos pelo
MEC via Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). À medida que
regressavam, esses professores passaram a atuar, principalmente, em regime de Dedicação
Exclusiva (DE), desenvolvendo pesquisas e provocando mudanças curriculares.
O currículo do Curso de EIE-EE/T do CEFET-PR garantia ao egresso as atribuições
plenas do Engenheiro Eletricista, de acordo com as Resoluções nº 218 de 29/06/1973 e nº
288 de 07/12/1983 do CONFEA/CREA; salvaguardando, também, os direitos outorgados
pelos artigos 8º (Engenheiro Eletricista Modalidade Eletrotécnica) e 9º (Engenheiro
Eletricista Modalidade Eletrônica ou Engenheiro de Comunicação).
1.3 A Engenharia de Computação na UTFPR
A primeira matriz curricular do Curso de EIE-EE/T foi elaborada em 1978 (“matriz 1”)
e implementada no primeiro semestre de 1979. A primeira alteração curricular ocorreu em
1984 (“matriz 2”) e foi implementada no primeiro semestre de 1985 permanecendo até 1994.
Neste período, havia uma forte ênfase para capacitação em hardware com a “matriz 2” pois
ainda vigorava a Lei de Informática (uma reserva de mercado onde a importação de
qualquer produto de informática era dificultada, controlada, altamente tarifada ou mesmo
proibida devido à existência de similar nacional). Neste contexto, as soluções em hardware
eram requeridas e o mercado necessitava de Engenheiros com competência para gerá-las.
Em 1987 criou-se o Departamento de Informática (DAINF), formado por professores
vindos do departamento de Matemática, o qual era responsável por ministrar disciplinas de
Computação, Cálculo Numérico e Estatística para os cursos de Engenharia em nível de
graduação. Na mesma época, uma associação entre a UFPR, PUCPR, CEFET-PR e o
CITPAR criou um Curso de Mestrado em Informática Industrial (PII) com professores locais
e pesquisadores convidados da França, Chile e da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS).
Em 1988, com o encerramento desta associação, o CEFET-PR absorveu parte dos
professores do PII e continuou a manter o Curso de Mestrado. Na decisão por mantê-lo
pesou o fato de ser, dentre as três Instituições de Ensino, aquela com maior número de
pessoas qualificadas (mestres e doutores) e, com uma expectativa de retorno num curto
prazo, de mais cinco professores com doutorado e no médio prazo de mais onze.
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Entre 1990 e 1992 os fatos a seguir contribuíram para a elaboração de uma nova
matriz curricular, a “matriz 3”, e de mudanças no programa de pós-graduação:
a) Os primeiros professores com doutorado retornaram.
b) A lei de informática foi reformulada e a abertura de mercado foi ampla.
c) As soluções para operações de sistemas voltaram-se mais para o software.
d) Muitos egressos do Curso de mestrado eram docentes do departamento de
Eletrônica (DAELN) ou recém-contratados.
e) Os professores estrangeiros, com exceção de um, haviam deixado a instituição.
f) Na avaliação institucional de 1992, no quesito “integração entre graduação e pós-
graduação” o CEFET-PR havia obtido desempenho ruim, pois possuía uma pós-graduação
sem graduação na área, e uma graduação com professores titulados onde não havia pós-
graduação. Outro fato negativo na avaliação foi o fato de que a maioria dos professores da
pós-graduação não atuava na graduação.
A consequência imediata do “item f” foi a mudança do programa de pós-graduação
que passou a se chamar Curso de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática
industrial (CPGEI) e a exigência aos professores de pós-graduação para ministrarem pelo
menos uma disciplina na graduação.
Para a elaboração de uma nova matriz foi proposta uma união entre os professores
de ensino superior dos Departamentos de Eletrônica (DAELN) e de Informática (DAINF). O
objetivo era a criação de uma matriz comum que atendesse aos Cursos de Engenharia
Industrial Elétrica, ênfase Eletrônica/Telecomunicações e ênfase em Computação. O núcleo
comum em Computação seria de sete disciplinas obrigatórias (duas obrigatórias para todos
os Cursos e cinco denominadas Métodos em Engenharia comuns às duas ênfases). A
ênfase Computação ou Eletrônica/Telecomunicações seria caracterizada por mais sete
disciplinas optativas. A entrada dos alunos se daria pela ampliação do número de vagas no
vestibular para 80 e a escolha da ênfase seria livre e determinada pela concentração das
optativas numa ou noutra ênfase. O resultado deste trabalho foi a “matriz 3,” ou matriz de
1993, que tramitou em 1994 e foi implantada no primeiro semestre de 1995.
No entanto, a ênfase Computação não foi implementada a partir de 1995 por dois
motivos principais: (a) não foi possível fazer a ampliação do número de vagas e (b) uma
parte do grupo de professores do Departamento de Informática, ou se aposentou ou deixou
a instituição. Além disso, a ênfase não foi registrada no CREA como determina a Resolução
289 do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Cabe ressaltar que
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apesar destes fatos, a área de conhecimento permaneceu aberta, porém não foram
ofertadas disciplinas.
Com a entrada em vigor da Resolução Nº 11 de março de 2002, que estabelece as
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia, houve uma
flexibilização para a elaboração de novos currículos. Tendo em vista a informação divulgada
pelo MEC de dobrar o número de vagas nas Instituições Federais até 20101, nas reuniões
da Comissão Curricular Permanente (CCP) do Curso de EIE-EE/T passou-se a discutir a
possibilidade de abrir um curso pela manhã. Na quadragésima reunião da CCP, o
Coordenador do Curso de EIE-EE/T apresentou uma proposta de estudar a possibilidade de
abertura de um Curso de Engenharia de Computação no período matutino/vespertino e a
manutenção do atual Curso de EIE-EE/T com perfil generalista nas áreas de Conhecimento
de Digital, Telecomunicações, Automação e Controle, Computação, Produção e Biomédica.
Na quadragésima terceira reunião da CCP foi consenso da Comissão manter o
Curso atual, com atualização da matriz curricular, mantendo suas áreas de conhecimento e
propor a abertura da Engenharia de Computação em conjunto com o DAINF no período
matutino/vespertino após consulta aos professores do DAINF.
Realizada esta consulta pelo Coordenador do Curso de EIE-EE/T, o DAINF em
reunião de departamento, decidiu pela criação de uma Comissão interna para estudar a
viabilidade do Curso. Esta Comissão deveria apresentar um estudo do impacto na carga
horária dos professores do departamento, demanda de mercado e um melhor entendimento
da proposta do DAELN. Em reuniões subsequentes, decidiu-se autorizar a Comissão interna
a prosseguir com as negociações necessárias para a implementação do Curso.
Na quadragésima quarta reunião da CCP do Curso de EIE-EE/T foi consenso
consultar o Colegiado sobre a autonomia da nova Comissão da Engenharia de Computação
composta por membros do DAELN e DAINF. Na quadragésima reunião do Colegiado do
Curso de EIE-EE/T, os membros do Colegiado, por unanimidade, aprovaram a proposta de
manter as Áreas de Conhecimento (Digital, Computação, Telecomunicações, Controle e
Automação, Produção e Biomédica) e propor ao DAINF a criação do Curso de Engenharia
de Computação, autorizando assim a Coordenação do Curso a avançar as negociações
com os departamentos/áreas envolvidos para análise de viabilidade e interesse de abertura
do Curso de Engenharia de Computação.
1 Fonte: http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2006/01/03/453651/mec-quer-abrir -30-mil-vagas-em-universidades.html
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http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2006/01/03/453651/mec-quer-abrir
A proposta de criação do Curso de Engenharia de Computação, encontrou forte
respaldo em ambos os departamentos, DAINF e DAELN, formando-se de imediato uma
equipe motivada a construir um Curso que era o sonho de longa data de muitos professores.
Levada esta proposta à Direção da Unidade de Curitiba da UTFPR para a formação de uma
Comissão mista DAELN e DAINF, esta foi aceita de imediato, visto que uma das bandeiras
da Direção do câmpus Curitiba é instigar a ampliação do número de vagas da Instituição,
com a criação de Cursos de qualidade, priorizando o período matutino, no qual a Instituição
possui espaço físico livre. O diretor do câmpus designou uma Comissão de professores com
membros dos Departamentos de Eletrônica e Informática através da portaria nº 114 de 23 de
maio de 2006 para elaborar no prazo de cento e cinquenta dias o projeto de criação do
Curso de Graduação em Engenharia de Computação do Câmpus de Curitiba. Ao final do
prazo, esta foi substituída pela portaria nº 222 de 11 de outubro de 2006 que designou uma
nova comissão para implantar, no prazo de 180 dias, o Curso de Graduação em Engenharia
de Computação.
A proposta de abertura de curso foi aprovada pelo Conselho de Ensino e Pesquisa
(COEPP) em Resolução COEPP nº 63/06 de 17/11/06 e autorizado o ingresso de
estudantes no novo curso conforme ata de reunião ordinária do Conselho Universitário
(COUNI) em 29 de setembro de 2006.
O curso teve seu primeiro processo seletivo naquele ano, sendo que a primeira
turma, de 22 alunos, iniciou o curso no primeiro semestre de 2007. Desde 2009, com a
adesão da UTFPR ao programa REUNI do governo federal, o número de vagas semestrais
passou de 22 para 44 alunos.
O curso de Engenharia de Computação da UTFPR foi oficialmente reconhecido pela
Portaria nº 652 do Ministério da Educação (MEC) de 10 de dezembro de 2013, publicada no
Diário Oficial da União(DOU) do dia 11 de dezembro de 2013. A nota do ENADE (avaliação
realizada em 2011): Nota 5. A nota do ENADE (avaliação realizada em 2014): Nota 5.
Conceito Preliminar de Curso (CPC) da avaliação do MEC 2014: CPC Contínuo: 4.237, CPC
Faixa: 5; primeiro lugar entre os cursos de Engenharia de Computação do Brasil (E-
MEC, 2015).
12
1.4 Visão geral das reformulações promovidas neste PPC(versão 3)
Com o reconhecimento do curso, em 2013, iniciou-se o processo de reformulação
curricular, culminando na versão do PPC aqui apresentada. Esta reformulação curricular
busca ajustar e integrar todas as sugestões de melhorias apresentadas por professores,
alunos e ex-alunos egressos do curso, tendo sido resultado de mais de 2 anos de
discussões no Núcleo Docente Estruturante do curso.
As adequações visam atender ao máximo as sugestões de melhoria apresentadas ao
NDE, e também a ampliar o atendimento a demandas por mecanismos que viabilizem
construção de trajetórias curriculares individualizadas por parte de cada estudante do curso.
Tal flexibilidade é em parte atendida pelo que se nomeia neste projeto como trilhas, que
permitem um aprofundamento em uma subárea do conhecimento. A escolha diferenciada de
um conjunto de trilhas, descritas posteriormente, visam potencialmente a atender a
diferentes demandas da sociedade, ou mesmo aspirações profissionais. A seguir são
apresentadas algumas das premissas do ajuste curricular promovido neste PPC.
1.4.1.Premissas
O PPC do curso de Engenharia de Computação foi baseado nas seguintes premissas:
- Redução da carga horária semanal presencial do aluno a um máximo de 25 h-a
(horas-aula).
- Manter majoritariamente as disciplinas obrigatórias do curso em 4 anos.
- Redução da carga horária total do curso, de 4245 horas, para o mínimo exigido por lei
(3600 horas). O curso aqui proposto, contando 180 horas de atividades complementares, e
400 horas de estágio curricular obrigatório, passa agora a ter um total de 3820 horas.
Ressaltamos que a redução da carga horária de algumas disciplinas do curso não implica
uma redução de conteúdo: ela implica uma mudança de abordagem e de processos de
ensino. Neste sentido, é importante destacar que esta readequação dos processos de
ensino está prevista e será desenvolvida pelos grupos de professores das disciplinas
envolvidas.
- Prover maior flexibilidade curricular, através da oferta de disciplinas optativas em
trilhas, optativas isoladas e eletivas, passando de um total de 300 horas para um total de
360 horas, a serem realizadas em um total de 8 disciplinas de 45 horas.
13
1.4.2. Disciplinas novas no núcleo de conteúdos básicos
1.4.2.1. Disciplinas novas
- Introdução a Práticas de Laboratório em Eletricidade e Eletrônica (3 horas-aula/
semana, 2o Período).
- Física Teórica D (4 horas-aula/semana, 4o Período).
- Física Experimental 2 (2 horas-aula/semana, 4o Período).
1.4.2.2. Disciplinas que surgiram do desmembramento daquelas presentes na versão anterior do PPC
- “Desenho Técnico” (2 ha/s, 4o período) e “Desenho Técnico Aplicado” (2 ha/s, 6o
período): desmembramento da disciplina de “Comunicação Gráfica” (3 ha/s, do 2o Período).
- “Eletricidade” (3 ha/s, 3o período) e “Circuitos Elétricos” (3 ha/s, 4o período):
desmembramento da disciplina “Fundamentos de Análise de Circuitos Elétricos” (5 ha/s, do
3o período).
- “Controle 1” (4 ha/s, 7o período) e “Laboratório de Controle Discreto” (2 ha/s, 8o
período): desmembramento de “Fundamentos de Controle” (5 ha/s, do 6o período).
- “Projeto e Análise de Algoritmos”(3 ha/s, 4o período): desmembramento de “Estruturas
de Dados 2” (3 ha/s, 4o período). A disciplina de “Estruturas de Dados 2” passou para o 3o
período, e assumiu parte do conteúdo anteriormente ministrado em “Estruturas de Dados 1”
(estruturas de dados em árvore), e a parte associada especificamente a análise e projeto de
algoritmos, complexidade e NP-completude, foi deslocado para a nova disciplina de “Projeto
e Análise de Algoritmos” (3 ha/s, 5o período).
As disciplinas de Física Teórica (A, B, C e D) contemplam os seguintes tópicos exigidos
pela Resolução CNE/CES 11, referentes ao núcleo de conteúdos básicos (30% da carga
horária mínima):
- Física;
- Fenômenos de Transporte;
- Mecânica dos Sólidos;
- Ciência e Tecnologia dos Materiais;
14
As disciplinas de Física Teórica A e B foram especialmente reformuladas a fim de
satisfazer o conteúdo anteriormente oferecido pelas disciplinas de “Fenômenos de
Transporte” (Hidrodinâmica e Transferência de Calor) e “Mecânica” (Mecânica Geral,
Tensão, Elasticidade e Deformação em Sólidos), sendo que o aprofundamento em tais
tópicos foi direcionado para disciplinas específicas, oferecidas na "Trilha em Física":
“Mecânica Geral 1 e 2”, e “Fenômenos de Transporte 1 e 2”.
A seguir é apresentada uma comparação das ementas e conteúdos das disciplinas de
“Mecânica” e “Fenômenos de Transporte” da versão anterior do PPC com as ementas e
conteúdos de “Física Teórica” desta versão do PPC, onde os conteúdos equivalentes
aparecem sublinhados:
Mecânica/FI64C
Ementa: Leis de Newton. Conservação da Energia. Conservação do Momento Linear.Conservação do Momento Angular. Esforço Mecânico: Tração e Compressão. Flexão e
Cizalhamento. Torção e Flambagem.
Fenômenos de Transporte/FI66A
Ementa: Mecânica dos Fluidos. Conceitos fundamentais. Estática dos fluidos. Forçashidráulicas em superfícies submersas. Balanço global de massa. Equação do momentum
para o volume de controle inercial. Dinâmica de fluxo incompressível não-viscoso.
Transferência de massa. Escoamento de fluidos ao redor de corpos submersos. Introdução
à Transferência de calor.
Física Teórica A - Contempla os 80% dos conteúdos de Mecânica/FI64C
Ementa de “Física Teórica A”: Medição. Movimento Retilíneo. Vetores. MovimentoMultidimensional. Leis de Newton. Força e Movimento. Energia Cinética e Trabalho. Energia
Potencial e Conservação da Energia. Sistema de Partículas. Centro de Massa e
Conservação do Momento Linear . Rotação. Rolamento, Torque e Conservação do Momento
Angular. Leis de Conservação, Simetrias e Referencial Girante. Equilíbrio Estático.
15
Conteúdos detalhados no plano de ensino de “Física Teórica A”: Força e movimento;Primeira Lei de Newton (Inércia); Força; Massa; Segunda Lei de Newton (Efeito da Força);
Força gravitacional, Peso, Força Normal e Força de Atrito; Tração; Terceira Lei de Newton
(Ação e Reação); Aplicações: Plano inclinado, polias e cabos; Propriedades do Atrito:
Cinético e Estático; Força de arrasto e velocidade terminal; Movimento Circular Uniforme;
Aceleração Centrípeta; Força Centrípeta; Energia; Teorema do Trabalho e Energia Cinética;
Trabalho realizado pela força gravitacional; Força elástica; Trabalho realizado por uma força
elástica; Trabalho realizado por uma força variável qualquer; Potência; Independência da
trajetória para uma Força Conservativa; Escolha da referência para determinar a Energia
Potencial; Conservação da Energia Mecânica; Interpretação da curva de energia potencial
(direção da força); Trabalho realizado por uma força externa sobre o sistema; Princípio da
Conservação da Energia; Trabalho; Potência (transmitida por uma força externa e dissipada
por atrito); Balanço entre Energia Cinética e Potencial; Cálculo da Força a partir da Energia
Potencial; Centro de Massa (via somatória); Segunda Lei de Newton para um sistema de
partículas; Momento linear; Colisão e Impulso; Forças internas e externas; Princípio da
Conservação do Momento Linear; Momento e Energia Cinética em Colisões; Colisões
Elásticas e Inelásticas em uma Dimensão; Colisões em duas dimensões; Sistemas de
massa variável (Foguete); Rotação; Coordenadas Polares: Posição, Deslocamento,
Velocidade e Aceleração Angular e Radial; Equações Cinemáticas para Aceleração angular
constante; Relação entre variáveis lineares e angulares; Energia Cinética de Rotação;
Momento de Inércia (via somatória e integração); Teorema dos Eixos Paralelos; Torque;
Segunda Lei de Newton para Rotação; Trabalho e Energia Cinética da Rotação; Rolamento,
Translação e Rotação; Energia Cinética de Rolamento; Forças no Rolamento; Ioiô; Torque,
Momento Angular e Segunda Lei de Newton; Momento Angular de um Sistema de Partículas
(via somatória); Momento Angular de um Corpo Rígido em torno de um eixo (via integral);
Princípio da Conservação do Momento Angular; Forças Centrais; Precessão do Giroscópio;
Aplicações das Leis de Conservação; Colisões: Trocas de Momento Linear, Angular e
Energia entre dois corpos; Descrição do Movimento da Bailarina: Momento Angular,
Velocidade Angular e Energia Cinética de Rotação; Aplicações das Leis de Conservação;
Precessão do Pião e do Planeta Terra; Rolamento dos Cilindros Oco e Maciço; Ioiô;
Aplicações das Leis de Conservação; Cálculo do Momento de Inércia de diferentes corpos;
Revisão das Leis de Newton em Três Dimensões; Referencial Girante: Forças de Inércia,
Força Centrífuga, e Força de Coriolis; Equilíbrio estático de corpos extensos; Centro de
gravidade;
16
Física Teórica B - Contempla os 20% dos conteúdos de “Mecânica/FI64C”, e 100% dosconteúdos de “Fenômenos de Transporte/FI66A”.
Ementa de “Física Teórica B”: Esforço Mecânico e Elasticidade. Gravitação. Mecânicados Fluidos. Oscilações. Ondas. Som. Temperatura, Calor e a Primeira Lei da
Termodinâmica. Teoria Cinética dos Gases. Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica.
Conteúdos detalhados no plano de ensino de Física Teórica B: Revisão de Equilíbrioestático e Centro de gravidade; Tensão Mecânica, Tração, Compressão, Flexão,
Cisalhamento, Torção e Flambagem; Deformação; Módulos de Elasticidade (Young e
Cisalhamento); Tensão Hidrostática e Módulo de Elasticidade Volumétrica; Introdução à
formulação tensorial; Lei da Gravitação; Princípio da superposição; Forças em 3 dimensões;
Aceleração Gravitacional e a Equivalência entre Massa Inercial e Gravitacional;
Proximidades da superfície da Terra; Cascas Esféricas e o Interior do Planeta; Energia
potencial gravitacional; Energia Potencial de um Sistema de Partículas; Velocidade de
escape; Leis de Kepler; Energia do Movimento Planetário; Princípio da Equivalência;
Densidade; Forças Volumétricas e Superficiais; Densidade de Forças, Densidade de Energia
e Pressão; Hidrostática; Lei de Stevin; Princípio de Pascal; Vasos comunicantes;
Manômetro; Princípio de Arquimedes e Empuxo; Noções de Hidrodinâmica; Escoamento
Estacionário e Laminar; Equação da Continuidade; Equação de Bernoulli (Fluido Ideal:
Incompressível, Irrotacional, e não-Viscoso); Fórmula de Torricelli; Tubo de Pitot;
Viscosidade; Noções de Turbulência e Vórtices; Movimento Harmônico Simples (MHS);
Frequência e Período; Oscilador Linear (Sistema Massa-Mola); Balanço Energético;
Pêndulos; Oscilador Angular; Relação entre MHS e MCU (Fasores); Movimento Harmônico
Amortecido (MHA); Oscilações Forçadas e Ressonância; Ondas Transversais e
Longitudinais; Ondas senoidais; Equação de Onda e Função da Onda; Comprimento de
Onda, Frequência, Amplitude e Fase; Velocidade de uma Onda em uma Corda Esticada;
Potência (Energia Transmitida em um Onda); Princípio da Superposição de Ondas; Fasores
e Interferência; Reflexão, Ondas Estacionárias e Ressonância; Ondas Sonoras; Módulo de
Elasticidade Volumétrico e a Velocidade do Som; Frentes de Onda (Amplitude de
Deslocamento e de Pressão); Interferência (diferenças de percurso); Potência, Intensidade,
e Níveis Sonoros (decibéis); Ondas Estacionárias em Tubos; Batimentos; Efeito Doppler;
Ondas de Choque (Cone de Mach); Propriedades Macroscópicas; Temperatura e
Termômetros; Lei Zero (Equilíbrio Térmico); Escalas Relativas (Celsius e Fahrenheit); Escala
Absoluta (Kelvin); Coeficiente de Dilatação Térmica e Calor; Capacidade Térmica e Calor
17
Específico (Mássico e Molar); Transformação de Estado (Calor de Vaporização e Fusão);
Trabalho devido à Expansão Volumétrica; Primeira Lei (Conservação da energia);
Aplicações: Processos Adiabáticos, Isocóricos, Cíclicos e Expansão Livre; Mecanismos de
Transferência de Calor (Condução, Convecção e Radiação); Propriedades Microscópicas;
Número de Avogadro; Equação de Estado e a Lei dos Gases Ideais; Constante dos Gases
Ideais e Constante de Boltzmann; Teoria cinética: Pressão, Temperatura, e Velocidade
Molecular; Livre Caminho Médio; Distribuição de Velocidades de Maxwell; Calor Específico
Molar, Graus de Liberdade, Energia Cinética e o Teorema da Equipartição da Energia;
Processo Isotérmico e Adiabático; Processos Irreversíveis; Variação da Entropia; Segunda
Lei (Seta do Tempo); Máquinas Térmicas e Eficiência; Ciclo de Carnot; Máquina de Stirling;
Refrigeradores e Coeficiente de Desempenho; Visão Estatística da Entropia e Microestados;
18
2 IDENTIFICAÇÃO DA ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃODenominação do Curso: Curso de Engenharia de Computação.
Titulação: Engenheiro de Computação.
Nível do Curso: Graduação.
Modalidade de Curso: Curso Regular de Engenharia.
Duração do Curso: 10 semestres letivos (5 anos), sendo 8 anos o tempo máximo doCurso de acordo com o Regulamento da Organização Didático Pedagógica.
Área de Conhecimento: Engenharia de Computação.
Habilitação: Engenheiro de Computação.
Regime escolar: Semestral com matrículas por disciplinas, respeitados os pré-requisitos existentes.
Número de vagas oferecidas por semestre (até 2008 inclusive): Vinte e duas (22)vagas por semestre totalizando quarenta e quatro (44) vagas por ano.
Número de vagas oferecidas por semestre (a partir de 2009 com a adesão aoREUNI): quarenta e quatro (44) vagas por semestre totalizando oitenta e oito (88) vagas porano.
Turnos previstos: Diurno (Manhã e Tarde).
Ano e semestre de início de funcionamento: 1º semestre de 2007.
Autorização de funcionamento do curso: Resolução COEPP nº 63/06 de 17/11/06,ata da 6a reunião ordinária do Conselho Universitário (COUNI) em 29 de setembro de 2006.
Número do ato de reconhecimento do Curso: Portaria nº 652 do Ministério daEducação (MEC) de 10 de dezembro de 2013, publicada no Diário Oficial da União (DOU)
do dia 11 de dezembro de 2013. A nota do ENADE (avaliação realizada em 2011): Nota 5. A
nota do ENADE (avaliação realizada em 2014): Nota 5. Conceito Preliminar de Curso (CPC)
da avaliação do MEC 2014: CPC Contínuo: 4.237, CPC Faixa: 5; primeiro lugar entre os
cursos de Engenharia de Computação do Brasil (E-MEC, 2015).
Processo de ingresso: A admissão dos alunos é realizado duas vezes ao ano
através de edital de processo seletivo. Houve realização de vestibular para as entradas em
2007, 2008 e 2009. No ano, 2010 o ingresso passou a fazer uso do SISU conforme edital
próprio da UTFPR, se mantendo daí em diante.
19
3 ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
3.1 Concepção do Curso
A construção coletiva do curso através do seu projeto pedagógico foi orientada pelo
comprometimento com as regras, diretrizes e orientações do Ministério da Educação e das
metas estabelecidas pelo Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e no Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI) da UTFPR.
3.1.1 Fundamentação
A Comissão encarregada da elaboração deste PPC entende que o Curso de
Engenharia de Computação da UTFPR será fundamentado em 5 pontos principais:
Colegiado: O Curso será guiado pelas resoluções estabelecidas em reuniões do seuColegiado, formado por representantes dos departamentos de Eletrônica e Informática,
assim como representantes de outros departamentos presentes no Curso. Vale salientar
que a proposta do Curso de Engenharia de Computação é estabelecer um novo
paradigma, ou seja, o de um curso interdepartamental, ao invés do modelo tradicional
que prevê apenas um departamento responsável. Assim, as decisões serão tomadas em
conjunto, mediante atuação efetiva dos membros do Colegiado.
Integração: A integração será uma das prioridades do Curso e ocorrerá tanto num períodoespecífico, através de oficinas e projetos integradores, quanto ao longo de todo o Curso,
pela sequência de conteúdos idealizada. Este modelo preconiza a substituição de
disciplinas isoladas, por disciplinas integradas, nas quais os conteúdos comuns deverão
ser investigados/descobertos pelos alunos e evidenciados/valorizados pelos professores.
Multidisciplinaridade: A necessidade de atualização constante da formação emEngenharia e a concepção de um Colegiado atuante envolvendo professores de vários
departamentos permitirá a revisão continuada dos conteúdos relacionados oferecidos em
disciplinas de áreas distintas, assim como a percepção de novos relacionamentos que
porventura tenham sido desconsiderados num primeiro momento. Além disso, as oficinas
de integração e as atividades complementares permitirão ao aluno uma formação geral e
multidisciplinar.
20
Flexibilidade: Apesar de propor uma série de conteúdos novos no núcleoprofissionalizante, o Curso pretende prover flexibilidade, entendida aqui como a
possibilidade de oportunizar itinerários diferenciados a partir do que já é oferecido na
instituição, tanto em termos de conteúdo básico, quanto em termos de disciplinas
optativas profissionalizantes, optativas em Ciências Humanas e Sociais e Ciências
Ambientais. Por estar embasada em documentos de relevância nacional e internacional,
esta flexibilidade poderá envolver disciplinas em Cursos oferecidos em outras
instituições nacionais e/ou estrangeiras.
Visão humanista: Este Curso pretende formar um Engenheiro crítico, reflexivo e cientedas suas obrigações enquanto cidadão, pertencente a uma sociedade carente, entre
outras coisas, de mudanças tecnológicas profícuas, embasadas em ética e com
consciência ambiental. Assim, as disciplinas das áreas de Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas, Ciências Ambientais e atividades complementares serão consideradas
fundamentais e cobertas de maneira transversal, do início ao final do Curso.
3.1.2 O Projeto do Curso
Apresentam-se neste item as principais linhas que delineiam o projeto do Curso.
Dentre as várias diretivas que guiaram a elaboração deste projeto, cabe ressaltar o
papel normativo de várias resoluções governamentais que têm dado suporte à elaboração
de Cursos da Educação Superior. Adicionalmente, várias associações de classe
profissionais, nacionais e estrangeiras, também têm elaborado recomendações curriculares,
a saber: Currículo de Referência para o Curso de Engenharia de Computação da Sociedade
Brasileira de Computação (SBC) versão 2009, Computing Curricula da Association for
Computing Machinery (ACM) e do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE).
No interesse deste projeto, estão aquelas concentradas na Educação Superior em
Engenharia e em Computação e, segundo o CONFEA, na Graduação Superior Plena,
Modalidade Eletricista, Campo de Atuação Profissional no âmbito da Engenharia de
Computação. Justifica-se, desta forma, a não definição do Curso como um curso de
Engenharia Industrial.
Com o objetivo de explicar algumas das decisões tomadas pela Comissão que
elaborou este Projeto Pedagógico, vale comentar pontualmente um trecho das orientações
do Conselho Nacional de Educação sobre flexibilidade, homologada no Parecer CNE-CSE
Nº: 776/97. Os comentários estão entre colchetes.
“As diretrizes curriculares constituem, no entender do CNE/CES, orientações para a
elaboração dos currículos que devem ser necessariamente respeitadas por todas as
21
instituições de ensino superior”. Visando assegurar a flexibilidade e a qualidade da formação
oferecida aos estudantes, as diretrizes curriculares devem observar os seguintes princípios:
• Assegurar às instituições de ensino superior ampla liberdade na composição da
carga horária a ser cumprida para a integralização dos currículos, assim como na
especificação das unidades de estudos a serem ministradas;
[A Câmara de Educação Superior indicou a carga horária mínima de 3600h para Cursos
de Graduação em Engenharia. Na elaboração deste Curso de Engenharia de
Computação, almejou-se alcançar esta carga horária mínima mandatória pela legislação
institucional.]
• Indicar os tópicos ou campos de estudo e demais experiências de ensino-
aprendizagem que comporão os currículos, evitando ao máximo a fixação de
conteúdos específicos com cargas horárias pré-determinadas, as quais não poderão
exceder 50% da carga horária total dos cursos;
[Procura-se oferecer um máximo de optativas profissionalizantes, almejando a
flexibilidade, mas mantendo a formação do egresso calcada nas Ciências Exatas e
Humanas.]
• Evitar o prolongamento desnecessário da duração dos cursos de graduação;
[Procura-se concentrar o principal da formação técnica até o sétimo semestre, sendo
que o oitavo semestre foi reservado às disciplinas de gestão e humanidades, sendo o
nono e décimo semestres reservados para as disciplinas optativas (em duas trilhas em
computação, duas disciplinas optativas, e duas disciplinas eletivas), além da realização
do Trabalho de Conclusão de Curso.]
• Incentivar uma sólida formação geral, necessária para que o futuro graduado possa
vir a superar os desafios de renovadas condições de exercício profissional e de
produção do conhecimento, permitindo variados tipos de formação e habilitações
diferenciadas em um mesmo programa;
[Muitas recomendações curriculares em Engenharia de Computação, principalmente as
estrangeiras, embora enfatizem a importância da formação em competências das áreas
de Física e Matemática, não estabelecem cargas horárias mínimas para estas.
Encontram-se, consequentemente, Cursos de Engenharia de Computação que têm um
mínimo de Cálculo e Física, ou simplesmente não os oferecem regularmente aos
estudantes. Face à interação da Informática com a Eletrônica, optou-se neste projeto por
incorporar uma carga horária substancialmente maior das disciplinas de Cálculo e
Física, do que aquela encontrada regularmente em Cursos de Engenharia de
Computação oferecidos por departamentos de Computação, tendo em vista uma
formação geral que amplie os horizontes do profissional.]
22
[Opta-se por oferecer oficinas de integração ao longo do Curso, baseadas em projetos, e
que visam, assim como os Projetos de Conclusão de Curso, integrar as disciplinas em
atividades multidisciplinares. Enquanto as atividades complementares, transversais ao
Curso, fomentam atividades de extensão, as oficinas de integração fomentam atividades
associadas à pesquisa e ao desenvolvimento, mediadas por competências associadas
ao trabalho em equipe, e embasadas em conteúdos de Metodologia Científica e
Comunicação e Expressão.]
• Estimular práticas de estudo independente, visando uma progressiva autonomia
profissional e intelectual do aluno;
• Encorajar o reconhecimento de conhecimentos, habilidades e competências
adquiridas fora do ambiente escolar, inclusive as que se referiram à experiênciaprofissional julgada relevante para a área de formação considerada;
[As Atividades Complementares e Estágio Obrigatório têm por objetivo, dentre outros,
aprofundar a formação do profissional e cidadão de modo a facilitar sua inserção na
sociedade civil e seu entendimento das relações multifacetadas entre tecnologia e
sociedade. ]
• Fortalecer a articulação da teoria com a prática, valorizando a pesquisa individual e
coletiva, assim como os estágios obrigatórios e a participação em atividades de
extensão;
[As atividades complementares devem ser articuladas com uma formação humanista,
coberta parcialmente em disciplinas de ciências humanas e sociais aplicadas
distribuídas ao longo do Curso e também integradas às oficinas. Deste modo tem-se o
desenvolvimento de projetos de alunos que sejam ou possam ser integrados à sua
atuação na sociedade civil.]
• Incluir orientações para a condução de avaliações periódicas que utilizem
instrumentos variados e sirvam para informar a docentes e a discentes acerca do
desenvolvimento das atividades didáticas.
[Tanto as oficinas quanto as atividades complementares e os Projetos de Conclusão de
Curso, permitem avaliações diferenciadas que revelem uma síntese dos conhecimentos
adquiridos tanto ao docente quanto ao discente.]
Estabelecido o entendimento das Diretrizes Curriculares Nacionais, das Diretrizes
dos Cursos de Engenharia da UTFPR, das diferentes recomendações de Associações de
Classe e das análises de currículos de Cursos de Engenharia de Computação de
instituições de renome no país e no exterior, justifica-se a composição da matriz curricular
deste PPC. Discutem-se, a seguir, os pontos que caracterizam a matriz proposta e este
projeto como coerente com as citadas diretrizes.
23
A grande maioria das recomendações curriculares estrangeiras não está organizada
por disciplinas, mas por uma matriz de conhecimentos ou competências. Estas, por sua vez,
são mapeadas em currículos específicos. Ao se deparar com isto, e com o fato do Currículo
da SBC estar organizado por disciplinas, embora estruturado por áreas, refletiu-se sobre a
necessidade de se desenvolver, para este projeto, uma matriz de competências específica
para os conteúdos do Curso de Engenharia de Computação. Adicionalmente, deparou-se
com resolução interna da UTFPR desenvolvida com o objetivo de flexibilizar o currículo dos
vários cursos de Engenharia ofertados pela Instituição, também referenciado em forma de
disciplinas. Face a isto, optou-se por organizar o Curso também como matriz de disciplinas,
detalhada na Figura 5. Entretanto, esta decisão foi tomada respeitando-se as várias
recomendações curriculares estudadas de modo a favorecer uma formação ampla e
profunda em Engenharia de Computação que respeitasse as contingências institucionais e o
contexto regional.
3.1.2.1 A Integração Ensino-Pesquisa-Extensão
Este PPC atende à premissa da tríade Ensino-Pesquisa-Extensão conforme
estabelecida no Projeto Político Institucional (PPI) da UTFPR. A abordagem aqui proposta
para a sua efetivação foge da usualmente apresentada na maioria dos sistemas formais de
Ensino, ou seja, aquelas onde as três dimensões são tratadas de forma mutuamente
excludentes. Neste PPC estabelecem-se três premissas básicas para a sua execução:
(1) As três dimensões (Ensino, Pesquisa e Extensão) devem formar um mesmo
corpo relacional.
(2) A integração Ensino-Pesquisa-Extensão deve abranger igualmente tanto o Corpo
Docente quanto o Corpo Discente do curso.
(3) Os resultados desta integração devem ser continuamente avaliados e
disponibilizados para a comunidade de forma a garantir tanto a atualidade quanto a
qualidade do Ensino.
No ciclo contínuo do conhecimento, a partir do Ensino, o aluno deve ser estimulado
para a Pesquisa onde vislumbrará novos horizontes. A Extensão o permite divulgar suas
descobertas e aprendizados que assim alimentam o Ensino das gerações futuras; fechando-
se desta forma o ciclo. A Extensão visa também traduzir em benefícios diretos à
comunidade, os conhecimentos adquiridos tanto no nível do Ensino, quanto no da Pesquisa.
Normalmente, a Pesquisa e a Extensão estão fortemente centradas nos professores
e o estudante é geralmente um elemento passivo. Este fato leva a um não
24
comprometimento do estudante com a aplicação dos resultados de pesquisa/extensão para
alimentar o Ensino, bem como para a revelação de suas habilidades e competências.
O método proposto para atingir a integração aqui preconizada se baseia na
execução de atividades complementares a serem desenvolvidas ao longo do curso. Os
focos de ação são em Ensino/Pesquisa e Ensino/Extensão:
Ensino/pesquisa
Disciplinas Optativas: as disciplinas cursadas em Programas de Pós-Graduação
Stricto Sensu da Instituição poderão ser convalidadas como disciplinas optativas no curso.
Projeto Final: Poderão ser desenvolvidos projetos finais associados às linhas de
pesquisa dos programas de pós-graduação.
Projetos Integrados: Projetos de pesquisa desenvolvidos nos programas de pós-
graduação poderão ter núcleos de desenvolvimentos distribuídos ao longo do curso
envolvendo os vários projetos integrados previstos nas disciplinas de integração.
Iniciação Científica (IC): Alunos deverão ser incentivados a participar, desde o início,
em projetos de pesquisa no nível de iniciação científica.
Estágio de Docência e Orientações: os alunos de mestrado e doutorado poderão
envolver-se nas atividades do curso.
Programas de Educação Tutorial: O Departamento Acadêmico de Informática contacom dois programas de educação tutorial, o Programa de Educação Tutorial em Engenharia
de Computação2, e o Programa de Educação Tutorial Computando Culturas em Equidade3.
Ambos desenvolvem atividades de pesquisa, ensino e extensão, muitas envolvendo a
comunidade.
Ensino/Extensão
Oferta de Cursos de Extensão com participação de professores e alunos e vagas
gratuitas para membros carentes da comunidade.
Cooperação com a comunidade através de: Realização de atividades como Feira de
Cursos; Feiras Científicas (ExpoUT); Semana do Curso aberta à comunidade; Palestras em
escolas públicas, seminários PIBIC abertos ao público.
2Programa de Educação Tutorial em Engenharia de Computação. Sítio www disponível em http:// www . dainf. ct. utfpr. edu. br/peteco/ 3Programa de Educação Tutorial Computando Culturas em Equidade. Sítio www disponível em http://www. dainf. ct. utfpr. edu. br/petcoce/
25
http://www.dainf.ct.utfpr.edu.br/petcoce/http://dainf.ct.utfpr.edu.br/peteco/http://dainf.ct.utfpr.edu.br/peteco/http://www/http://www/
Integração dos familiares dos estudantes nas atividades da UTFPR através de
convites para participação nas atividades acima listadas.
Estruturação de programas de educação profissional de nível básico através de
Previsão de projetos com financiamento para bolsas PIBIC Jr.
Ampliação de atividades de extensão, em programas comunitários e assistenciais;
Previsão de alunos monitores nos cursos de extensão;
Realização de consultorias a serem desenvolvidas em programas assistenciais;
Fomento do desenvolvimento de incubadoras e parques tecnológicos;
Divulgação da existência das incubadoras e parques tecnológicos implantados tanto
na UTFPR quanto em outros setores (TECPAR, CITS, etc.);
Divulgação de “cases” de incubação para incentivar o empreendedorismo;
Incentivo, via projetos integrados e projeto final, para participação ativa das
incubadoras e parques na realização dos projetos desenvolvidos.
3.1.2.2 Integração Curricular
As Diretrizes Curriculares exigem a integração entre os conhecimentos difundidos
nos Cursos de Graduação mantidos pela UTFPR. A elaboração de um PPC requer um
estudo consistente sobre Integração Curricular, aqui entendida por:
• Integração entre os diferentes conteúdos das disciplinas oferecidas ao longo do
Curso;
• Compatibilidade com outras disciplinas já oferecidas pela instituição;
• Compatibilidade com outras instituições de ensino do país e até mesmo do exterior.
A integração de conteúdos deverá ser uma prioridade dentro do Curso de Engenharia
de Computação da UTFPR e será desenvolvida de quatro formas distintas:
• Oficinas de Integração: as disciplinas de oficinas, distribuídas em três períodos ao
longo do Curso, além da disciplina introdutória “Introdução à Práticas de Laboratório
em Eletricidade e Eletrônica”, permitirão ao aluno integrar os conhecimentos obtidos
em matérias de formação geral e específica ao longo de todos os anos.
• Trabalho de Conclusão do Curso: o trabalho de diplomação, a ser desenvolvido nos
últimos períodos do curso, deve desempenhar um importante papel de integração de
26
conhecimentos, uma vez que o aluno desenvolverá um projeto amplo de acordo com
o seu interesse específico.
• Disciplinas especificadas para competências e projetos integradores: A elaboração
da maioria das disciplinas deve ser feita de modo a indicar claramente as
competências a serem desenvolvidas. Em algumas disciplinas específicas, deve ser
incentivado o desenvolvimento de projetos integradores com outras disciplinas, além
daqueles das oficinas.
• Integração entre conteúdos dos diferentes períodos: a oferta de disciplinas
envolvendo conteúdos correlatos, mas oferecidos em diferentes períodos, permitirá
ao aluno uma integração mais ampla e o desenvolvimento de habilidades e
competências que deverão se iniciar nos primeiros períodos e se estender até os
últimos períodos do Curso estabelecendo uma interdependência entre as disciplinas.
No caso de compatibilidade com outras disciplinas já oferecidas pela instituição,
quando possível, buscou-se ao máximo, compatibilizar disciplinas e ementas comuns aos
cursos existentes, em especial a formação profissionalizante básica em Computação do
Curso de EIE-EE/T do câmpus Curitiba.
A composição da matriz curricular, assim como as ementas das disciplinas, tomaram
por base documentos discutidos e aprovados por conselhos e sociedades reconhecidas
nacional e internacionalmente e relacionados na seção de Referências deste documento.
Face à velocidade das mudanças na sociedade contemporânea, não se pode
imaginar um PPC estático. Assim sendo, faz-se necessária uma equipe que avalie
constantemente esta integração curricular, estude seu alcance e objetivos, e subsidie a
coordenação do Curso na execução do PPC. Um contínuo processo de auto-avaliação do
curso deve realimentar os gestores do curso quanto ao atendimento dos objetivos propostos
e atualizar o PPC.
Entende-se aqui por adequações de um Currículo não somente a retirada ou
acréscimo de algumas disciplinas e nem tão pouco o seu deslocamento na matriz curricular.
Estas adequações devem estar baseadas em uma análise lógica de necessidade e de
integração entre os diversos conteúdos tratados em disciplinas distintas, bem como das
demandas geradas pela dinâmica da sociedade.
27
3.1.2.3 A Auto-Avaliação do Curso
O SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) é o responsável
perante o MEC através do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP) pelas avaliações institucionais, de curso e de estudantes. O objetivo deste
processo avaliativo é aferir qualidade, a partir de um cenário e de instrumentos de avaliação.
Entre estes instrumentos, destacam-se a auto-avaliação institucional, a avaliação
institucional externa; a avaliação das condições de ensino (ACE); o Processo de Avaliação
Integrada do Desenvolvimento Educacional e da Inovação da Área (ENADE) via uma prova
aplicada aos alunos, por amostragem, no início e no final do Curso.
Esse PPC procura estabelecer um processo de avaliação interna ou auto-avaliação
do Curso não só para as normativas nacionais, mas também atingir um padrão de qualidade
de ensino e educação. Conforme o INEP, o processo de avaliação tem como principais
objetivos produzir conhecimentos, pôr em questão os sentidos do conjunto de atividades e
finalidades cumpridas pela instituição, identificar as causas dos seus problemas e
deficiências, aumentar a consciência pedagógica e capacidade profissional do corpo
docente e técnico-administrativo, fortalecer as relações de cooperação entre os diversos
atores institucionais, tornar mais efetiva a vinculação da instituição com a comunidade, julgar
acerca da relevância científica e social de suas atividades e produtos, além de prestar
contas à sociedade.
A UTFPR conta com uma Comissão Própria de Avaliação (CPA), que realiza o
processo de auto-avaliação institucional4. No entanto, o MEC entendeu que uma equipe
deve ser a responsável pela elaboração e acompanhamento da execução do PPC, e
regulamentou sua existência com a denominação de NDE (Núcleo Docente Estruturante). O
projeto original do curso recomenda um conjunto de instrumentos para a auto-avaliação do
Curso nos termos definidos pelo INEP. Esses instrumentos são:
- As reuniões de uma Comissão com pauta específica para análise de currículo.
- A coleta e análise de dados de alunos e egressos do Curso.
- As reuniões de planejamento de ensino realizadas semestralmente ou
extraordinariamente com pauta específica para fins de avaliação. Nestas reuniões cada
professor, associado a uma disciplina executada para alunos do Curso, deve apresentar um
relatório sintético de resultados de desempenho de alunos, de aplicação de métodos de
ensino, de condições de infra-estrutura, da efetividade das integrações interdisciplinares
realizadas, das carências de capacitação do docente e de discentes, entre os principais
4 Sítio www disponível em: http://www.utfpr.edu.br/estrutura-universitaria/ diretorias-de-gestao/ diretoria-de-gestao-da-avaliacao-institucional/cpa-comissao-propria-de-avaliacao
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http://www.utfpr.edu.br/estrutura-universitaria/diretorias-de-gestao/diretoria-de-gestao-da-avaliacao-institucional/cpa-comissao-propria-de-avaliacaohttp://www.utfpr.edu.br/estrutura-universitaria/diretorias-de-gestao/diretoria-de-gestao-da-avaliacao-institucional/cpa-comissao-propria-de-avaliacaohttp://www.utfpr.edu.br/estrutura-universitaria/
temas. Sugere-se a experiência da EIE-EE/T em organização de reuniões similares por área
de conhecimento cujos resultados são reportados ao Colegiado do Curso e traduzidos em
ações efetivas estabelecidas pelos Conselhos Departamentais, Colegiado ou NDE.
A instituição em 2006 ainda não havia formalizado a existência do NDE, mas o curso
de EIE-EE/T já mantinha uma comissão, a CCP, com esta função. Assim sendo,
aproveitando-se da experiência existente, sob a orientação da coordenação e do colegiado
do curso, diversos professores voluntariamente participam do processo de elaborar,
implantar, implementar, atualizar e complementar a política de ensino, pesquisa e extensão
e acompanhar a execução do PPC desde 2007. Em 22 de fevereiro de 2011, o colegiado de
curso estabeleceu as regras para a composição do NDE do curso, e os representantes
eleitos a partir desta data assumiram a discussão dos aspectos pedagógicos do curso, cujo
resultado é a presente versão deste PPC (versão 3).
Os resultados dos dados levantados pelo processo de auto-avaliação devem determinar
o estabelecimento de metas para que os objetivos propostos pelo projeto para o perfil
desejado do egresso se concretizem.
3.1.2.4 O Atendimento das Resoluções CES/CNE
Como já explicitado neste documento, este PPC prevê que os conteúdos
relacionados à “Metodologia Científica e Tecnológica” e “Comunicação e Expressão” são
transversais à formação em Engenharia. Adicionalmente, pretende-se que todas as
atividades práticas reforcem competências do discente, associadas à capacidade de
comunicação do mesmo, ao método científico e tecnológico, à postura ética e profissional, e
aos desdobramentos e implicações de suas atividades na sociedade civil.
As disciplinas relacionadas à formação geral são aquelas comumente associadas às
áreas de Ciências Humanas, Letras e Artes, às Ciências Biológicas, e às Ciências
Socialmente Aplicáveis, embora não se restrinjam a estas. O objetivo é permitir ao estudante
o contato com conhecimentos de formação geral, e que ao mesmo tempo, possam talhar
sua formação em função de seu projeto de vida. A importância do papel mediador da
Instituição nesta formação está no suporte às atividades críticas e reflexivas, determinado
por composição de turmas pequenas, e pelo controle das disciplinas cursadas.
Atendendo ao princípio de formar um Engenheiro com visão humanista e buscando
a integração departamental, foram solicitadas ao Departamento Acadêmico de Estudos
Sociais (DAESO) da UTFPR diretrizes para formação geral do estudante na área de
Ciências Humanas.
29
No curso originalmente aprovado, e também mantido na primeira reformulação
(versão 2) o curso contava com cinco disciplinas de Ciências Humanas – “Tecnologia e
Sociedade” (30 horas), “Filosofia da Ciência e da Tecnologia” (30 horas), “História da
Técnica e da Tecnologia” (30 horas), “Sociedade e Política no Brasil” (30 horas) e por fim
“Ética, Profissão e Cidadania” (30 horas) - totalizando 150 horas.
Nesta versão do PPC (versão 3), as disciplinas propostas foram: “Sociologia” (45
horas) (integrando os conteúdos das disciplinas “Tecnologia e Sociedade” e “Sociedade e
Política no Brasil”), “Filosofia da Ciência e da Tecnologia” (45 horas), e “Ética, Profissão e
Cidadania” (30 horas), totalizando 120 horas.
O currículo também inclui um mínimo de duas disciplinas em Ciências Socialmente
Aplicáveis, totalizando 60 horas. Nestas, os conteúdos de “Economia” (30 horas), e “Gestão
Financeira” (30 horas) são relacionados de forma a atender às diretrizes nacionais e da
instituição, decididas em comum acordo na reunião de uniformização e discussão de
projetos de Cursos da UTFPR realizada em 22 de junho de 2006, sob a condução do
DECEN. Também está presente a disciplina “Ciências Ambientais” (30 horas), visando uma
formação de um engenheiro com uma preocupação com o meio ambiente e a
sustentabilidade.
Com relação às disciplinas escolhidas para comporem o rol das Ciências Humanas e
Sociais, a inclusão da disciplina “A Presença Africana no Brasil: Tecnologia e Trabalho”,
como disciplina optativa, além da importância e relevância desta temática, visa atender à
Resolução CNE Nº1, de 17 de junho de 2004. Esta resolução institui as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana que estabelecem que as instituições de ensino
superior incluirão estes conteúdos e que estes serão considerados nas avaliações das
condições de ensino, conforme estabelecido nos parágrafos primeiro e segundo do artigo
primeiro.
O estudante também deve cursar 360 horas em disciplinas à sua escolha, sendo ao
menos 270 horas em disciplinas optativas, e ao menos 90 horas em disciplinas eletivas.
Esta carga horária representa um avanço em relação à flexibilidade da formação, em
comparação às 300 horas necessárias até a versão 2 deste curso. Aos estudantes
interessados em reforçar a formação geral, básica ou específica, esta possibilidade ampla
de escolha pode propiciar uma formação mais abrangente e interdisciplinar. Desta maneira,
do mínimo de 270 horas em disciplinas optativas a sua escolha, o estudante pode cursas
disciplinas que podem dar uma formação específica, centrada em um núcleo formador, ou
ampla, abrangendo vários núcleos formadores. Algumas disciplinas optativas são divididas
30
em “Trilhas”. Cada “trilha” é composta por diversas disciplinas de aprofundamento em uma
área, e cada estudante deve selecionar ao menos duas “Trilhas em Engenharia de
Computação” para cursar. Para completar uma Trilha, o estudante deve realizar ao menos
duas disciplinas dentre as que compõe a trilha, obtendo uma formação mais aprofundada
em cada uma das trilhas selecionadas (Figura 6). É também necessário ao estudante cursar
um mínimo de 90 horas em disciplinas eletivas, não listadas neste documento, e ofertadas
em outros cursos da UTFPR ou de outras universidades conveniadas. Uma descrição
detalhada das disciplinas optativas, trilhas e eletivas é apresentada na seção 3.2.11.
Transversalmente, as disciplinas de Integração (Introdução a Práticas de Laboratório em
Eletricidade e Eletrônica, e Oficinas de Integração 1, 2 e 3), de Trabalho de Conclusão de
Curso, o Estágio Obrigatório Supervisionado e as Atividades Complementares também
propiciam uma formação geral, tão crucial à inserção do Engenheiro de Computação na
sociedade.
Os conteúdos obrigatórios de “Informática” são cobertos na proposta pelas
disciplinas de “Fundamentos de Programação 1” e demais disciplinas de Computação.
Os conteúdos obrigatórios de “Expressão Gráfica” são cobertos pelas duas novas
disciplinas de “Desenho Técnico”, e “Desenho Técnico Aplicado”, que substituem a disciplina
de “Comunicação Gráfica”.
Os conteúdos obrigatórios de Matemática são cobertos pelas disciplinas de “Cálculo
Diferencial e Integral 1, 2 e 3”, além das disciplinas de “Geometria Analítica e Álgebra
Linear” e “Equações Diferenciais e Ordinárias” (esta última substitui a disciplina de
“Matemática 2”, com atualização de ementário).
Os conteúdos obrigatórios de “Física”, “Fenômenos de Transporte” e “Mecânica dos
Sólidos”, são contemplados respectivamente nas disciplinas de “Física Teórica A, B e C”,
além das disciplinas de “Física Experimental 1 e 2”. As ementas das atuais disciplinas de
Física 1, 2 e 3 foram ampliadas, e a carga horária para as atividades práticas foi repassada
para as disciplinas de “Física Experimental 1 e 2”. Também foi incluída a disciplina “Física
Teórica D”.
Finalmente, os conteúdos obrigatórios de “Eletricidade Aplicada”, “Química” e
“Ciência e Tecnologia dos Materiais”, são contemplados pelas disciplinas de “Eletricidade” e
“Circuitos Elétricos” (o primeiro), “Química” (o segundo) e “Química” e “Eletrônica Geral 1” (o
terceiro). A única diferença significativa é a divisão da disciplina anterior de “Fundamentos
de Análise de Circuitos Elétricos” em duas disciplinas, “Eletricidade” e “Circuitos Elétricos”. A
seção 3.2 detalha esta associação de conteúdos e carga horária em tabelas próprias para
31
este fim. Enfatiza-se que a carga horária estabelecida para estas disciplinas atende
plenamente às diretrizes da UTFPR.
i. Quanto à formação profissionalizante básica e específica
Os conteúdos de Eletricidade, de Circuitos Elétricos e de Eletrônica foram
estabelecidos de forma específica para a formação do Engenheiro de Computação. Os
conteúdos abordados nas disciplinas de “Eletricidade”, de “Circuitos Elétricos”, “Eletrônica
Geral 1 e 2”, “Análise de Sistemas Lineares” e de “Circuitos Digitais” são apresentados a
seguir:
- As disciplinas de “Eletricidade” (terceiro período) e “Circuitos Elétricos” (quarto período)
abrangem os conteúdos clássicos da Engenharia Elétrica como indicado pelas referências
bibliográficas, como também ocorre no Curso de Engenharia IE-EE/T da UTFPR. Neste
PPC os conteúdos foram selecionados de tal forma a introduzir os teoremas vistos em
Eletricidade e aplicados em circuitos de corrente contínua e alternada em regime
permanente e transitório.
- A disciplina de “Análise de Sistemas Lineares” completa o estudo de Circuitos Elétricos
dando ênfase às Transformadas e completando a análise transitória não coberta na
disciplina de “Circuitos Elétricos”. O objetivo principal desta disciplina será a representação
de sistemas contínuos por função de transferência discreta (Transformada Z) e uma
introdução a Análise de Fourier para Sinais e Sistemas Discretos no tempo (DFT). A
continuidade do estudo de Sinais e Sistemas se faz em “Processamento Digital de Sinais”
(PDS) com a abordagem de conteúdos mais avançados de Transformada de Fourier e
algoritmos de FFT (Fast Fourier Transform). A organização de PDS, portanto, está
intimamente vinculada a esta disciplina.
- Os conteúdos de “Eletrônica Geral” focam função de transferência, realimentação no
domínio da frequência e do tempo, estabilidade e compensação, as bases de Controle
Clássico e pré-requisitos para a disciplina de “Controle 1” e “Laboratório de Controle
Discreto�
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