COLÉGIO ESTADUAL DR. JOÃO CÂNDIDO FERREIRA
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Rua Guaira, 2225 – Jardim La Salle
Toledo- PR
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
A necessidade de um Projeto Político Pedagógico na escola antecede a qualquer decisão política ou exigência legal, já que, enquanto educadores e enquanto membros da instituição devemos ter claro a que horizontes pretendemos chegar com nossos alunos, com a comunidade e com a sociedade, caso contrário não estaremos exercendo o nosso papel de educadores, mas simplesmente de “aventureiros” que não sabem onde querem chegar (Reis)
Toledo - PR
2012
2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................………..................... 05
2 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO………………………................... 06
3 HISTÓRICO DO ESTABELECIMENTO…………………………….................... 06
3.1 BIOGRAFIA: DR. JOÃO CÂNDIDO FERREIRA………………………............07
3.2 PROFESSORES QUE ATUARAM NA DIREÇÃO DO COLÉGIO .................08
3.3 DEPOIMENTO DE UM EX-ALUNO DO COLÉGIO DR. JOÃO CÂNDIDO.... 09
4 OBJETIVO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO..................................... 09
5 OBJETIVOS DO COLÉGIO............................................................................... 10
5.1 NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO ........................................................ 12
5.2 FINALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA.........................................................13
5.3 ENSINO MÉDIO ............................................................................................. 13
5.4 PLANO DE ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO..................................................16
5.5 ATA DE INCLUSÃO DE ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO ............................ 18
5.6 FILOSOFIA DA ESCOLA ...............................................................................18
5.7 MATRIZ CURRICULAR - ENSINO FUNDAMENTAL .................................... 20
5.8 MATRIZ CURRICULAR - ENSINO MÉDIO.....................................................20
5.9 ORGANOGRAMA .......................................................................................... 21
6 DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA E PARANAENSE .....................21
6.1 CONTEXTO ESCOLAR – TOLEDO .............................................................. 22
6.2 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR ....................................24
6.3 RECURSOS HUMANOS ................................................................................ 25
6.4 CRITÉRIOS PARA A FORMAÇÃO DE TURMAS ........................................ 25
6.5 EDUCAÇÃO ESPECIAL, INCLUSÃO EDUCACIONAL................................. 26
6.6 SALA DE
RECURSO .....................................................................................30
6.7 SALA DE APOIO............................................................................................30
6.8 ESPAÇO FÍSICO DO ESTABELECIMENTO..................................................31
6.8.1 Biblioteca ......................................................................................... 31
6.8.2 Laboratório de Ciências ................................................................. 31
6.8.3 Laboratório de Informática – Paraná Digital ........................................... 32
6.8.4 Recursos Materiais .................................................................................... 33
7 CONCEPÇÕES ................................................................................................. 33
7.1 DE SOCIEDADE, DE MUNDO E DE HOMEM............................................... 33
3
7.2 CONCEPÇÃO DE ESCOLA.......................................................................... 35
7.2.1 Professor – Aluno............................................................................ 37
7.2.2 Escola – Família............................................................................... 38
7.2.3 Avaliação Institucional.................................................................... 40
7.3 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO..................................................................... 41
7.4 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO............................................................. 43
7.5 CONCEPÇÃO DE ENSINO – APRENDIZAGEM............................................44
7.6 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO..................................................................... 46
7.7 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO..................................................................... 49
7.8 CONCEPÇÃO DE METODOLOGIA ...............................................................50
7.9 CONCEPÇÃO DE CONTEÚDOS....................................................................52
7.10 GESTÃO ESCOLAR..................................................................................... 52
7.11 CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA...................................... 53
7.11.1 Articulação com a Educação Infantil............................................55
8 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS........................................55
8.1 ENSINO DA HISTÓRIA DO PARANÁ............................................................ 56
8.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................. 58
8.3 EDUCAÇÃO DO CAMPO............................................................................... 59
8.4 HISTÓRIA E CULTURA – AFRO-BRASILEIRA ............................................61
8.5 CULTURA INDÍGENA..................................................................................... 62
8.6 PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS.......................................... 64
8.7 VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS.......................................................................... 65
8.8 EDUCAÇÃO FISCAL..................................................................................... 67
8.9 EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA ............................................................... 68
9 INSTÂNCIAS COLEGIADAS ............................................................................ 70
9.1 CONSELHO ESCOLAR.................................................................................. 70
9.2 ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS – APMF................71
9.3 GRÊMIO ESTUDANTIL ..................................................................................72
9.4 CONSELHO DE CLASSE............................................................................... 73
10 PLANO DE TRABALHO DOCENTE................................................................75
10.1 ORGANIZAÇÃO DA HORA ATIVIDADE......................................................76
10.2 FORMAÇÃO CONTINUADA.........................................................................77
10.3 REGENTE DE TURMA..................................................................................78
4
10.4 REPRESENTANTE DE TURMA................................................................... 79
10.5 AVALIAÇÃO.................................................................................................80
10.6 RECUPERAÇÃO........................................................................................... 80
11 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR......................................................................... 81
11.1 PLANO DE AÇÃO ............................................................................. 82
12 PROJETO DE LEITURA................................................................................. 84
13 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PPP............................................. 86
14 ATA DE APROVAÇÃO DO P.P.P...................................................................86
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 87
5
INTRODUÇÃO
O Projeto Político Pedagógico – PPP, aqui apresentado, está pautado na LDB
9394/96 em seus artigos 12, 13 e 14 menciona que “todos os Estabelecimentos de
Ensino, respeitando as normas comuns e as de seus sistemas se ensino incumbir-
se-ão de elaborar e executar sua proposta pedagógica”; “os docentes participarão
da elaboração”, onde estarão definidas as normas de gestão democrática, de
acordo com suas peculiaridades próprias e traduz o trabalho coletivo dos
profissionais atuantes nos diferentes setores do Colégio Estadual Dr. João Cândido
Ferreira- Ensino Fundamental e Médio.
O compromisso com a educação pública é assumido por todos que nela atuam,
procurando oferecer aos educandos o conhecimento necessário para que se tornem
os principais autores de seu próprio processo de desenvolvimento, como cidadãos
conscientes, críticos e criativos. Dessa forma, pretende-se sempre articular e manter
uma consonância entre o pedagógico e o político voltado para a formação do
cidadão.
O planejamento educacional, portanto, é democrático, possibilitando a relação
das diferentes instâncias da prática educativa e dos indivíduos que dela fazem parte,
oportunizando conquistas de autonomia relevante, seja no seu trabalho docente, e
ajustes necessários para as adequações demandadas da prática no P.P.P. O que é
uma constante; instituindo com isso, seu caráter essencialmente político.
A dimensão pedagógica envolve a forma de organização dos elementos
necessários à assimilação do saber (conteúdos, espaço, tempo e procedimentos,
fazendo a distinção entre o essencial e o acidental, o principal e o secundário, o
fundamental e o acessório. As dimensões político-pedagógicas são indissociáveis,
porque propicia a vivência democrática necessária à participação de todos os
membros da comunidade escolar e o exercício da cidadania. A elaboração do P.P.P.
supõe reflexão e discussão crítica sobre os problemas da sociedade e da educação
para encontrar as possibilidades de intervenção na realidade, além de alicerçar o
trabalho pedagógico escolar como processo de construção contínua.
6
2 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
Denominação: Colégio Estadual Dr. João Cândido Ferreira – Ensino Fundamental e
Médio – Código 00056 CNPJ 73.416.901/0001/32
Endereço: Rua Guaira, 2225 – Jardim La Salle. CEP – 85 902 140
Município: Toledo – PR Código: 2790
Fone/fax: (45) 3252-2068 e/ou 3252-0400
SITE: www.toojoaocferreira.seed.pr.gov.br E-mail: [email protected]
NRE: Toledo Código: 27
Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná
Autorização De Funcionamento
Decreto Nº 3424/77 DOE: 26/05/1977
Reconhecimento do Estabelecimento
Resolução Nº 2837/81 DOE – 30/12/1981
Reconhecimento do Ensino Fundamental
Resolução Nº 2837/81 DOE: 30/12/1981
Reconhecimento do Ensino Médio
Resolução Nº 0988/03 DOE: 09/06/2003
Resolução Nº 672/2008 DOE: 07/05/2008
Renovação do Reconhecimento do Ensino Fundamental
Resolução Nº 5246/06 DOE: 26/02/2007
3 HISTÓRICO DO ESTABELECIMENTO
Por volta de 1964, iniciou-se um loteamento de terras e chácaras dos Perim,
que eram três: Caetano Severino Perin, Luiz Herry e Lidoino Antônio Perin. O
Projeto de loteamento foi apresentado à municipalidade de Toledo e aprovado, pelo
prefeito na época, o Dr. Avelino Campagnolo. Os 10% de espaços verdes ou
brancos, como eram chamados, se constituíam numa área de terrenos, onde depois
foi edificado um casa destinada à escola. A referida área era totalmente desabitada
e ainda com mato em toda a quadra e arredores.
A construção iniciou-se em 1965 e já em março de 1966 passou a funcionar
com 6 (seis) salas de aula, sendo uma turma de magistério no período noturno e as
outras salas foram cedidas ao então Ginásio Estadual de Toledo, hoje Escola
7
Estadual Dario Vellozo, criado em 1966, sem dependências próprias e que aqui
funcionou até 06/11/1967, nos períodos matutino e noturno. Um dos alunos de
então, foi o Dr. Ronaldt Grallmann, figura da escola da magistratura paranaense e
Juiz de Direito da comarca de Toledo.
Segundo informações, em 1965, uma família de pioneiros em visita à cidade,
proprietária de áreas de terra, loteou, doando um espaço de 5.600 m² ao município
para nele ser construído uma escola normal estadual.
Em 1970, foram cedidas salas ao então Grupo Escolar de Toledo, hoje Colégio
Estadual Luiz Augusto Morais Rego, para crianças de 1ª a 4ª séries.
Em 05/02/1971, pela portaria nº 232/71, criou-se oficialmente a Escola de
aplicação Dr. João Cândido Ferreira, para atender esses alunos e também
oportunizar aos alunos da escola normal a fazer seus estágios no próprio
estabelecimento.
Em 1974, a Escola Normal Colegial Estadual Dr. João Cândido Ferreira foi
transferida de local passando a funcionar no Instituto Imaculado Coração de Maria,
por ser mais central, permanecendo aqui somente o Ensino Fundamental, já na
época de 1ª a 6ª séries. Ainda em 1974, com o nome de Escola Fundamental Dr.
João Cândido Ferreira, a escola passou a fazer parte do complexo escolar Bento
Munhoz da Rocha Neto, e a partir de 1975, passou a oferecer também a 7ª e a 8ª
séries do 1º Grau.
A partir de maio de 1983, através da resolução 1793/83, a escola passou a
denominar-se E. E. Dr. João Cândido Ferreira Ensino de 1º Grau.
A partir de 1996 a Escola Estadual Dr. João Cândido Ferreira passou pelo
processo de municipalização, (1ª a 4ª séries), administrado e mantido pelo
município. Assim, pela resolução 4714/95, foi criada a Escola Municipal Amélio Dal
Bosco, que atualmente ocupa as mesmas instalações do colégio.
3.1 BIOGRAFIA: DR. JOÃO CÂNDIDO FERREIRA
Nasceu na cidade da Lapa, no estado do Paraná aos 21/04/1864, filho de João
Cândido Ferreira e Leocádia Ferreira. Formou-se em Medicina. Foi professor de
renome e pertenceu a Academia Nacional de Medicina e membro da Academia
Paranaense de Letras. Foi prestigioso chefe político nacional, como: prefeito da
8
Lapa, neste estado; presidente da província do Paraná; vice - presidente do estado
do Paraná; deputado estadual por diversas legislaturas e deputado federal.
Foi escritor de estilo vigoroso e fulgurante, editou entre outras obras: “Feridos
do coração”; “Profilaxia da Tuberculose”; “A Eugenia”; “O álcool não é aperitivo, nem
termogênico”; “Palavras Convergentes”; “Espiritismo”; “Gomes Carneiro e o Cerco
da Lapa”; “Elogio de patrono”; “Diagnóstico e tratamento das nefrites periféricas”;
“Retrospecto”; “Charlatanismo”; “Balanço metapsíquico”.
Foi também membro da Universidade do Paraná, lecionou a cadeira de Clínica
Médica e presidiu a Faculdade de Medicina.
3.2 PROFESSORES QUE ATUARAM NA DIREÇÃO DO COLÉGIO
Diretora: Nilza Helena Formighiere Rockenbach (1971 - 1973)
Diretora: Iara Pydd Schelle (1974 – 1977)
Diretora: Suely Terezinha Dallanhol Zancanaro (1978 - 1979)
Diretora: Glací Garcia (1980 – 1987)
Vice-diretora: Norma Priesnitz (1985 – 1987
Diretora: Norma Priesnitz (1988)
Vice-diretora: Glací Garcia (1988)
Diretora: Glací Garcia (1989 – 1994)
Vice-diretora Norma Priesnitz (1989 - 1994)
Diretora: Lídia Rippel (1994)
Vice-diretora: Norma Priesnitz (1994)
Diretora: Mery Terezinha Slongo (1995 – 2000)
Vice-diretora: Norma Priesnitz (1995 – 1999)
Diretor: Reginaldo Aparecido dos Santos (2001 – 2005)
Vice-diretora: Córdula Aurélia Parecy Glaeser (2001 – 2005)
Diretora: Olga Schnorrenberger (2006 - 2008)
Vice-diretora: Nadeje Emmel Mulhbeier (2006 - 2008)
Diretor: Libório de Souza (2009 - 2011)
Diretor auxiliar: Sergio Luiz Maccari (2009 - 2011)
Diretor: Libório de Souza (2012- 2014) Ato de Designação: R0601211 de 21/12/2011
9
3.3 DEPOIMENTO DE UM EX-ALUNO DO COLÉGIO DR. JOÃO CÂNDIDO
O homem constrói a vida a partir da base.
Com este sentimento faço referência as coisas boas da minha vida, onde a
família é o começo de tudo e a escola, o alicerce do conhecimento.
Aproveito para fazer meu agradecimento à escola Dr. João Cândido Ferreira,
onde estudei de 5ª a 8ª séries, lembrando dos bons momentos, quando na época, se
não me falha a memória, dos anos 1973 a 1976, convivi com pessoas de extrema
dedicação e desapego à transmitir seus conhecimentos a mim e a muitos outros
alunos. Lembro que a estrutura da escola era pequena. Em volta da escola ainda
andávamos e brincávamos nos intervalos na terra. Lembro também, que naquela
época foi construída a quadra de esportes bem rústica. Porém éramos muito bem
atendidos. Lembro-me de muitos professores, que como ícones da sociedade
acabam no anonimato. Se pudesse expressar minha gratidão, não sei se encontraria
palavras suficientes no “Aurélio” para reverenciar aqueles que foram fundamentais
na minha educação e, por conseguinte no conhecimento. Obrigado! (Ademar
Rockemback - ex-aluno)
4 OBJETIVO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
De acordo com o Art. 12°. da lei 9.394/96, os estabelecimento de ensino, terão
a incumbência de elaborar e executar a sua proposta pedagógica, o Art. 13° da
mesma lei estabelece que os docentes deverão participar da elaboração.
O Projeto Político Pedagógico demonstra intencionalidade da escola, porém
não é definitivo ele vai sendo aperfeiçoado e concretizado durante a caminhada, sempre que houver necessidade, é um documento norteador para prática pedagógica do estabelecimento.
Diante de reflexões e discussões para a construção do P.P.P. fica claro que
são necessárias mudanças, tanto no meio escolar como na sociedade, pois, hoje, o
que temos é uma sociedade desumana, injusta, corrupta, contraditória, capitalista,
consumista e que se encontra em crise de identidade.
Acredita-se que este quadro venha se reverter com ações que atendam ao
interesse da comunidade e que tenha esta como parceira para podermos contribuir
com o educando, tanto na sua formação humana como pedagógica, garantindo-lhe o
10
acesso ao conhecimento científico, a fim de que estes possam estruturar
futuramente uma sociedade mais justa.
Se sonhamos com uma sociedade menos agressiva, menos injusta, menos violenta, mais humana, o nosso testemunho deve ser o de quem, dizendo não a qualquer possibilidade em face dos fatos, defende a capacidade do ser humano em avaliar, de compreender, de escolher, de decidir e, finalmente, de intervir no mundo. (Paulo Freire)
Portanto, o P.P.P. deste estabelecimento tem como objetivo, organizar
coletivamente ações que viabilizem o ensino e aprendizagem de qualidade,
priorizando conteúdos que levem o aluno a esta conquista.
5 OBJETIVOS DO COLÉGIO
Objetivo Geral:
O Colégio Dr. João Cândido Ferreira busca garantir um ensino de qualidade,
assegurando condições adequadas de aprendizagem, respeitando as diferenças e
os diversos ritmos da mesma, direcionando a atividade pedagógica para a formação
de cidadãos atuantes, políticos, participativos, éticos, capazes de ter e compreender
seu momento histórico, interferindo, criando e transformando que a escola possa
contribuir para a formação de futuros adultos auto-confiantes, dotados de criticidade;
capazes de solucionar situações problemas em sua vida intra e interpessoal e tenha
condições de transformar as situações de violências existentes e se portem como
realmente convém a um cidadão responsável e humano.
Objetivos Específicos:
I. Elevar o desempenho acadêmico dos alunos melhorando as práticas
pedagógicas da escola, a fim de auxiliar os alunos a lidarem com as diferenças a
qual são expostos em seu universo cultural considerando as capacidades possuídas
e potencializando-as;
II. Proporcionar ações baseadas no pleno desenvolvimento da diversidade
levando em conta os diferentes modelos culturais e intelectuais, adotando atitudes
compatíveis com uma postura ética que valoriza a dignidade, a justiça, a igualdade,
respeitando a nossa cultura e as diferentes formas de expressão cultural;
III. Estabelecer interação permanente com as famílias, para que as mesmas
acompanhem o progresso do aluno, tendo conhecimento claro dos objetivos
propostos, os conteúdos estabelecidos, métodos vigentes, visão do professor sobre
11
a evolução do filho, bem como das ações desenvolvidas no contexto escolar,
informando e articulando sua participação;
IV. Promover formas de apoio aos professores, buscando alternativas para
enfrentar as dificuldades do cotidiano escolar nas questões de ensino-
aprendizagem, estimulando os cursos de capacitação e oportunizando palestras,
trabalhos em equipe para troca de experiências e enriquecimento profissional;
V. Criar mecanismos de acompanhamento e execução da proposta pedagógica
estabelecida pela escola atendendo as D. C. E; acompanhar e orientar os
professores na criação e execução da Proposta Curricular e do Plano de Trabalho
Docente;
VI. Construir e estabelecer novos paradigmas de gestão e de práticas
pedagógicas que levem esta instituição de ensino a corresponder às necessidades e
aos anseios de todos os que participam do cotidiano escolar;
VII. Potencializar o desenvolvimento físico, intelectual, social e afetivo, tendo
em vista a construção da autonomia intelectual e moral;
VIII. Favorecer e estimular o desenvolvimento das capacidades de
comunicação, mediante o uso das diferentes formas de linguagem e de expressão
individual e grupal;
IX. Desenvolver o gosto pela aprendizagem, pela investigação, pelo
conhecimento;
X Desenvolver o pensamento crítico mediante a superação de desafios, por
meio da criatividade;
XI. Estimular o desenvolvimento psicomotor e as habilidades física, motora e as
diferentes destrezas;
XII. Favorecer o desenvolvimento do raciocínio lógico e da autonomia do
pensamento;
XIII. Proporcionar o domínio de conhecimentos científicos básicos, nas
diferentes áreas;
XIV. Favorecer a sociabilização do educando mediante a localização de si
próprio como sujeito da participação em seu grupo social, da localização espaço-
temporal e sócio-cultural;
XV. Formação moral que conduza a condutas e sensibilidades no entender e
agir no mundo que o cerca.
12
Dados do IDEB
Os dados abaixo, servem como referência para a comunidade escolar, desta
forma é possível o acompanhamento dos resultados , garantindo ações pedagógicas
que impulsione a revisão dos projetos internos e possibilite definir eventuais
problemas de aprendizagem servindo de parâmetro e direcionamento para um
ensino de qualidade. Este é um composto da Prova Brasil e do SAEB, demonstrados
pelos alunos desta Unidade de Ensino. É importante observar que nos próximos
anos a meta é de superação , com o objetivo de evolução do desempenho, cabendo
ao gestor e sua equipe trabalhar de forma reflexiva,( tendo a ética como suporte) no
sentido de melhorar seus indicadores correspondendo a um sistema educacional
que prima pela qualidade.
Ideb Observado
Metas Projetadas
Escola2005 2007 2009 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
JOAO C. FERREIRA C E DR E FUND
MEDIO4.4 4.8 5.5 4.4 4.6 4.8 5.2 5.6 5.8 6.0 6.3
5.1 NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO
O Colégio Estadual Dr. João Cândido Ferreira oferta à comunidade do sexto ao
nono anos, correspondente aos anos finais do Ensino
Fundamental, de forma simultânea a partir de 2012, conforme instrução n o
008/2011- SUED/SEED em dois turnos: matutino e vespertino, e Ensino Médio
regular, no período noturno.
13
5.2 FINALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA
I. Potencializar o desenvolvimento físico, intelectual, social e afetivo, tendo em
vista a construção da autonomia intelectual e moral;
II. Favorecer e estimular do desenvolvimento das capacidades de
comunicação, mediante o uso das diferentes formas de linguagem e de expressão
individual e grupal;
III. Desenvolver o gosto pela aprendizagem, pela investigação, pelo
conhecimento, pelo novo;
IV. Desenvolver o pensamento crítico mediante a superação de desafios, por
meio da criatividade;
V. Estimular o desenvolvimento psicomotor e as habilidades física, motora e as
diferentes destrezas;
VI. Favorecer o desenvolvimento do raciocínio lógico e da autonomia do
pensamento;
VII. Proporcionar o domínio de conhecimentos científicos básicos, nas
diferentes áreas;
VIII. Favorecer a sociabilização do educando mediante a localização de si
próprio como sujeito da participação em seu grupo social, da localização espaço-
temporal e sócio-cultural;
IX. Formação moral que conduza a condutas e sensibilidades no entender e
agir no mundo que o cerca.
5.3 ENSINO MÉDIO
As dificuldades para conciliar trabalho e estudo fazem com que grande parte da
população jovem esteja fora da escola. De acordo com relatório do Banco Mundial a
projeção para 2015 é de que 50% dos adolescentes de 15 a 19 anos estarão
matriculados no Ensino Médio. O denominador comum dos cursos noturnos é, sem
dúvida, o trabalho. E, se por um lado, acarreta desgaste ao aluno, por outro lado, lhe
proporciona ganhos potenciais, pois, por já estar inserido no mundo do trabalho,
mais amadurecido pode avançar no seu percurso escolar desde que lhe sejam
dadas condições. E, formar os alunos ao mundo do trabalho, requer o acesso aos
conhecimentos produzidos historicamente pelo conjunto da humanidade, a fim de
14
possibilitar ao futuro trabalhador se apropriar das etapas do processo de forma
conceitual e operacional.
Os conhecimentos escolares são a via para se analisar esta dimensão
contraditória do trabalho, permitindo ao estudante e futuro trabalhador atuar no
mundo do trabalho de forma mais autônoma, consciente e crítica.
Propõe-se abordar os conhecimentos disciplinares de modo contextualizado,
de um ponto de vista questionador, numa perspectiva interdisciplinar, quebrando a
rigidez que a legitimidade social e o estatuto de verdade dão a ele. Adota-se uma
perspectiva curricular de formação pluridimensional pela qual os conhecimentos
escolares devem ser contemplados em suas dimensões científica, artística e
filosófica para além do humanismo clássico e da profissionalização específica.
Dessa forma espera-se que os egressos do Ensino Médio se tornem sujeitos
capazes de analisar e criticar o tempo em que vivem, pois compreenderão a lógica
da sociedade técnico-científica no contexto das relações sociais e de trabalho o que
lhe possibilitará atitudes de intervenção.
Para o currículo do Ensino Médio, contexto não é o entorno contemporâneo e
espacial de um objeto ou fato, mas é um elemento fundamental das estruturas sócio-
históricas marcadas por uma metodologia que faz uso necessariamente de
conceitos teóricos precisos e claros voltados à abordagem das experiências sociais
dos sujeitos históricos produtores do conhecimento.
As questões do conhecimento, da arquitetura curricular, bem como a
compreensão dos conceitos de interdisciplinaridade e contextualização dos
conteúdos têm por objetivo aprofundar as reflexões a respeito dos sujeitos no Ensino
Médio. Se todos estes temas tratados, até aqui e até agora, dão uma identidade a
este nível de ensino, é preciso retomar a pergunta:
Quem é esse estudante e de que modo o Ensino Médio pode transformá-lo?
Compreender o currículo como documento e como ação político-pedagógica
torna evidente a relação entre “o que e para quê” ensinar, com “o que os alunos
devem ser”.
A discussão do currículo como construção social passa, inevitavelmente, pela
discussão a respeito dos sujeitos no Ensino Médio. Eis algumas questões a serem
também consideradas:
I. Quem são os sujeitos envolvidos no Ensino Médio da escola pública?
II. De onde vêm?
15
III. Que referências sociais e culturais trazem para a escola?
IV. O que a escola e o currículo querem que eles conquistem?
Pensar uma política pública para Ensino Médio, a partir da realidade desses
sujeitos, exige que se tenha claro que não são sujeitos sem rosto, sem história sem
origem de classe ou fração de classe.
“Os sujeitos a que nos referimos são predominantemente jovens e, em menor número, adultos, de classe popular, filhos de trabalhadores assalariados ou que produzem a vida de forma precária por conta própria, do campo e da cidade, de regiões diversas e com particularidade socioculturais e étnica”. (FRIGOTTO, G. 2004, p. 57).
De fato, o Ensino Médio não pode ter na dicotomia da preparação para o
vestibular ou para o mercado de trabalho, uma única possibilidade de escolha. É
preciso que o currículo lhe dê um significado mais amplo, para além das amarras de
sua dualidade estrutural histórica. Por isso, na construção das novas perspectivas,
[...] é preciso que o ensino médio defina sua identidade como última etapa da educação básica mediante um projeto que, conquanto seja unitário em seus princípios e objetivos, desenvolva possibilidades formativas que contemplem as múltiplas necessidades socioculturais e econômicas dos sujeitos que o constituem adolescentes, jovens e adultos –, reconhecendo-os não como cidadãos e trabalhadores de um futuro indefinido, mas como sujeitos de direitos no momento em que cursam o ensino médio (RAMOS apud CIAVATA, 2004, p. 41).
Considera-se, então, as dimensões formadoras do sujeito: a complexidade
histórica e social e a singularidade. Ou seja, o estudante do Ensino Médio é uma
pessoa de um tempo histórico específico, que sofre as influências dos movimentos e
das determinações de sua época. É uma pessoa que tem uma origem social, que
marca sua constituição como sujeito. Não se reduz, porém, a estas circunstâncias
históricas e sociais porque é, também, um ser singular, alguém que interpreta e dá
um sentido ao mundo, à sua vida e à sua história.
Assim, construir uma identidade para o Ensino Médio pressupõe reconhecer a
complexidade desses sujeitos e pensar num currículo que contribua para sua
formação crítica. Talvez um começo seria apresentar-lhes os saberes escolares de
um ponto de vista questionador, contextualizado, interdisciplinar, quebrando a
rigidez que a legitimidade social e o estatuto de verdade dão a eles.
A inserção do estágio não obrigatório no Projeto Político Pedagógico da escola
não pode contrapor-se à própria concepção de escola pública, ainda que o estágio
seja uma atividade que vise à preparação para o trabalho produtivo, conforme Lei nº
11788/008. A função social da escola vai além do aprendizado de competências
próprias da atividade profissional e, nesta perspectiva, vai para além da formação
16
articulada às necessidades do mercado de trabalho. O acesso aos conhecimentos
universais possibilita ao aluno estagiário, não somente sua integração nas atividades
produtivas, mas a sua participação nela, integrando as práticas aos conhecimentos
teóricos que as sustentam. Nesta perspectiva, o estágio pode e deve permitir ao
estagiário que as ações desenvolvidas no ambiente de trabalho sejam trazidas para
a escola e vice-versa, relacionando-as aos conhecimentos universais necessários
para compreendê-las a partir das relações de trabalho diante da contraditória
sociedade atual.
A Instrução nº 006/009 da SUED/SEED orienta os procedimentos do Estado
dos estudantes da Educação Profissional Técnica de nível médio, do Ensino Médio,
da Educação Especial e dos anos finais do Ensino Fundamental, na modalidade
Profissional da Educação de Jovens e Adultos.
5.4 PLANO DE ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO
O estágio não obrigatório não interfere na aprovação/reprovação do aluno e
não é computado como componente curricular, é exigida a idade mínima de 16
anos, será planejado, executado e avaliado em conformidade com os objetivos
propostos para a formação profissional dos estudantes, com os previstos no PPP e
descritos no Plano de Estágio. O estágio deverá ser desenvolvido com a mediação
de um professor orientador, o qual será responsável pelo acompanhamento e
avaliação das atividades.
O objetivo, portanto, do estágio não-obrigatório é contribuir para a formação do
aluno no desenvolvimento das atividades relacionadas ao mundo do trabalho que
oportunizem concebê-lo.
Como ato educativo, O Plano de Estágio não-obrigatório integrará o Termo de
Compromisso que é o instrumento pedagógico que norteia e normatiza o estágio dos
alunos.
As atividades que os alunos do Ensino Médio podem realizar no estágio não-
obrigatório são as que possibilitem a integração social, o uso de novas tecnologias,
produção de textos, aperfeiçoamento do domínio do cálculo, aperfeiçoamento da
oralidade, compreensão das relações do mundo do trabalho, tais como:
17
planejamento, organização e realizações de atividades que envolvam rotina
administrativa, documentação comercial e rotinas afins.
Considerando, a Lei nº 11788/2008 que dispõe sobre o estágio de estudantes,
o Decreto Estadual 3.207/2008 publicado no Diário Oficial nº 7783 de 12/08/2008
que revê, atualiza e consolida os procedimentos operacionais adotados para o
gerenciamento da atividade de estágio e as indicações da Superintendência de
Educação da SEED, o Colégio Estadual Dr. João Cândido Ferreira contempla no
seu P.P.P. os procedimentos para inclusão de estágio não obrigatório a alunos de
Ensino Médio deste estabelecimento não podendo contrapor-se a própria concepção
de escola publica, ainda que o estágio seja uma atividade que vise a preparação
para o trabalho produtivo. A função social da escola vai para além do aprendizado
de competências próprias da atividade profissional e, nesta perspectiva vai para
além da formação articulada à necessidades do mercado de trabalho.
Conceber trabalho como princípio educativo pressupõe oferecer subsídios, a
partir das diferentes disciplinas, para se analisar as relações e contradições sociais,
as quais se explicam a partir das relações de produção de trabalho. Isto implica em
oferecer instrumentos conceituais ao aluno para analisar as relações de produções,
a dominação, bem como as possibilidades de emancipação do sujeito a partir do
trabalho.
Formar para o mundo do trabalho, portanto, requer o acesso aos
conhecimentos produzidos historicamente produzidos pela humanidade, a fim de
possibilitar ao futuro trabalhador se apropriar das etapas do processo de forma
conceitual e operacional. Isto implica em ir para além de uma formação técnica que
secundariza o conhecimento, necessário para se compreender o processo de
produção em sua totalidade.
Os conhecimentos escolares, portanto, são a via para se analisar esta
dimensão contraditória do trabalho, permitindo ao estudante e futuro trabalhador
atuar no mundo do trabalho de forma mais autônoma, consciente e crítica.
Para tanto, o acesso aos conhecimentos universais possibilita ao aluno
estagiário não somente sua integração nas atividades produtivas, mas a sua
participação nela de forma plena, integrando as práticas aos conhecimentos teóricos
que as sustentam.
Sendo, então, o Estágio Não Obrigatório, uma contribuição para a formação do
aluno no desenvolvimento de atividades relacionadas ao mundo do trabalho e que
18
oportuniza a concepção de um ato educativo, nossa escola, então , em parceria com
Centro de Integração Empresa – Escola do Paraná (CIEE), se propõe a oportunizar
os alunos de nossa escola, a partir de dezesseis anos, para que tenha acesso a
essa modalidade de aprendizado.
5.5 ATA DE INCLUSÃO DE ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO
Ata nº 005/2008
Aos três dias do mês de dezembro de dois mil e oito, reúnem-se os membros
do Conselho Escolar para discutir e aprovar a inclusão do estágio não obrigatório no
P.P.P. do colégio. Feito a leitura do ofício circular nº 435/2008, da Lei nº 11788/2008
que dispõe sobre o estágio de estudantes, o Decreto Estadual 3.207/2008 publicado
no Diário Oficial Nº 7783 de 12/08/2008 que revê, atualiza e consolida os
procedimentos operacionais adotados para o gerenciamento da atividade de estágio
e as indicações da Superintendência de Educação da SEED seguiram-se as
orientações do NRE para a inclusão desta prática de estágio não obrigatório aos
alunos de Ensino Médio com oportunidade de proporcionar experiência prática na
linha de formação. As inclusões foram feitas na fundamentação conceitual do P.P.P.
e também no marco operacional, em relação a função do pedagogo nesse
processo. Sendo estas decisões a serem tomadas firmam o presente documento os
membros do Conselho Escolar. Toledo, 03 de dezembro de 2008
5.6 - FILOSOFIA DA ESCOLA
A escola é estruturada a partir das relações sociais, inserida numa sociedade
em movimento, tornando-se um centro dinâmico de construção do conhecimento e
da produção do saber.
Pretende-se, portanto, assegurar um ensino de qualidade, socializando o
conhecimento produzido pela humanidade e garantindo a participação ativa da
comunidade escolar, contribuindo para a formação de cidadãos éticos, conscientes
de seus deveres e direitos, para que possam interagir construtivamente na
transformação de sua história e do seu meio.
19
A escola visa oferecer ao aluno, possibilidades para que ele possa exercer
criticamente as diversas funções sociais que lhe são atribuídas. Para tanto, é preciso
contribuir na formação de alunos capazes de se referirem ao presente de forma
menos passiva, acrítica e apolítica, com os objetivos definidos, construindo e
promovendo o desenvolvimento, sendo agentes de mudanças na sociedade em que
estão inseridos.
A educação, dessa forma, precisa ser mediadora, para que todos os
envolvidos neste processo alcancem sua emancipação, lutem pela transformação da
sociedade na qual estão inseridos, desenvolvendo tanto a consciência e o
sentimento de pertença, quanto à capacidade de interagir da maneira crítica e
consciente com o meio natural e social.
Para a formação de um cidadão atuante na sociedade há a necessidade de
uma reflexão e discussão permanente dos problemas escolares e para isso o
trabalho pedagógico necessita de uma organização e efetiva atuação.
A preocupação fundamental que deve nortear a ação dos educadores
realmente empenhados com a melhoria do ensino e com a transformação social é a
de lutar pela superação dos problemas que fazem parte do seu cotidiano.
Se o objetivo, portanto, é desenvolver nos alunos uma postura científica, é
preciso que o ensino o ofereça-lhes condições para perceberem a ciência como um
modo de pensar e agir em busca do conhecimento e para que os conceitos atuem
sobre o desenvolvimento dos estudantes, é necessário que a escola organize
situações em que estes conhecimentos sejam processados e transformados em
instrumentos simbólicos mediadores entre o sujeito e a sociedade.
20
5.7 MATRIZ CURRICULAR - ENSINO FUNDAMENTAL
BASE
NACIONAL
COMUM
6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO
Ciências 3 3 4 3Artes 2 2 2 2Ed. Física 3 3 3 3Ens.
Religioso*
1 1 ------ ----
Geografia 3 3 3 3História 3 3 3 4L Portuguesa 4 4 4 4Matemática 4 4 4 4Sub-Total 23 23 23 23
LEM(Inglês) 2 2 2 2Sub-Total 2 2 2 2
Total Geral 25 25 25 25
Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96.
Ensino Religioso* - Disciplina de matrícula facultativa.
5.8 MATRIZ CURRICULAR - ENSINO MÉDIO
BASE
NACIONAL
COMUM
1º ANO 2º ANO 3º ANOArte --- 2 ----Biologia 2 2 2Ed. Física 2 2 2Física 2 2 3Geografia 2 2 2História 2 2 2L. Portuguesa 4 2 4
Matemática 3 3 4Química 2 2 2Filosofia 2 2 2Sociologia 2 2 2Sub- Total 23 23 25LEM - Espanhol 2 2 ---Sub-total 2 2 ---Total Geral 25 25 25
Matriz Curricular de acordo com a LDB nº 9394/96.
21
5.9 ORGANOGRAMA
6 DESCRIÇÃO DA REALIDADE BRASILEIRA E PARANAENSE
A sociedade brasileira está diante de uma crise social, ou seja, uma luta
desigual entre os que se esforçam em produzir e as políticas que insistem em
colocá-los à margem de modo desumano, injusto e capitalista.
Estudos recentes mostram o baixo crescimento econômico e o aumento das
desigualdades sociais, por isso é preciso partir para novos paradigmas e posturas
governamentais na busca de uma política econômica, que venha de encontro as
necessidades do povo brasileiro e que se concretize na honestidade e na justiça. O
que presenciamos, no entanto, é exploração pelas altas taxas de impostos,
corrupção política, descaso à saúde e jogo de interesses. Isso reflete nos vários
segmentos da sociedade.
Por outro lado, a Educação Nacional assim como a paranaense seguem
batalhando pelas mesmas causas de um século atrás, visto que, as mesmas não
foram concretizadas. A luta pela democratização de uma escola de qualidade, por
SEED
NRE
CONSELHO ESCOLAR
AG. ED. II GRÊMIOAPMFDIREÇÃOAG. ED. I
PROFESSORES
EQUIPE PEDAGÓGICA
ALUNOS
22
uma educação pública gratuita e universal continuam sendo a palavra de ordem de
governos progressistas, os quais não proclamam mais somente pela garantia destes
direitos, mas pelo fim de diretrizes que desviaram desde objetivo, adotando políticas
públicas na contra mão destas propostas.
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná, ao definir a proposta político-
pedagógica que norteará a condução do processo educacional do estado, propôs
novas diretrizes curriculares para a educação no Estado do Paraná. Portanto, o
projeto de reformulação curricular teve como base a elaboração coletiva das
Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná. Não se tratou de construir um currículo
único, com uma única grade, mas, de uma definição de conteúdos estruturantes e
conteúdos específicos para cada disciplina.
Essa construção deu-se nas escolas estaduais do Paraná com a participação
de professores, profissionais da educação, alunos e pais através de um conjunto de
ideias que permeiam as propostas que estarão na base do processo de ensinar e do
aprender nas escolas, as quais vão se constituir nas Diretrizes Curriculares.
Temos o privilégio de ter em nosso Estado um governo e sua equipe
comprometidos com a Educação e sua qualidade. Suas mais variadas ações,
projetos e investimentos têm contribuído amplamente para um melhor ensino e
consequente aprendizagem dos alunos, se houvessem mais escolas, classes menos
numerosas, professores comprometidos, competentes e valorizados, o processo
educacional do Paraná assim como o papel da escola teria mais êxito.
E a escola deve assim, ser a via que leve todos os homens ter acesso a
escolher seu presente, que por certo abrirá as portas do seu futuro, sem que para
tanto ela esqueça seu passado, já que o que constrói uma sociedade é a história
que ela deixa como legado.
6.1 CONTEXTO ESCOLAR – TOLEDO
O município de Toledo é resultado de uma colonização recente, pois até 1940
o Oeste do Paraná era considerado como uma região de área despovoada. Esta
região foi habitada por um longo período pelos indígenas da tribo Tupi-guarani e por
tribos Caigangues. Posteriormente, passou por uma série de invasões de
estrangeiros (espanhóis, portugueses, argentinos, paraguaios e ingleses),
23
acontecimento este ocorrido após a Revolução de 30, quando surgiu a ideia de
colonização da região por parte do governo federal e estadual.
Em 1946, em Porto Alegre, é fundada a Indústria Madeireira Colonizadora Rio
Paraná S/A – Maripá, com a finalidade de comprar a fazenda Britânia para dedicar-
se a venda de terras, extração e exploração de madeiras. Neste contexto nasce
Toledo e a partir de 1951 começou sua urbanização e povoamento, revelando-se um
promissor pólo de desenvolvimento regional. Em 14 de novembro de 1951 tornou-se
município, através da Lei nº 790. O anseio político, a vontade de emancipação durou
mais 13 meses. Em 14 de dezembro de 1952, Toledo foi oficialmente levado a
condição de município.
Em 1948 chegaram a Toledo as irmãs de caridade São Vicente de Paula e foi
criado o 1º estabelecimento de ensino. Após a emancipação, em 1953, a prefeitura
assumiu as escolas implantadas pela colonizadora Maripá em todo o município.
Devido à crescente demanda e aumento significativo de estabelecimentos, em 1956
iniciou-se a luta toledana por escolas mantidas pelo governo estadual, se
comparada a outras regiões, é considerada privilegiada no que se refere à educação
pelo número de estabelecimentos de ensino existentes.
Desta forma, em 1958 foi inaugurado o Grupo Escolar Luis Augusto Morais
Rego, em 1966 Toledo dá mais um passo na ampliação da estrutura educacional
com a 3º escola mantida pelo governo estadual, a Escola Normal Colegial Estadual
Dr. João Cândido Ferreira, e em 1967 foi criado o Ginásio Estadual Dario Vellozo.
A administração municipal iniciou-se com a posse do 1º prefeito e dos
vereadores no dia 14 de dezembro de 1952, data magna do município. A população
contava com 1.720 habitantes e 825 eleitores votaram. O prefeito eleito foi o médico
Ernesto Dall'Oglio (PTB) e os vereadores: José Ayres da Silva (PR), Guerino A.
Vicari (PL), Rubens Stresser, Clécio Zeni, Ondy Niederauer, Leopoldo J. Schmidt,
Alcebíades Formighieri, Waldir Winter e Wilibaldo Finkler.
A Comarca foi criada pela lei nº 1542 de 14/12/53 e sua instalação ocorreu no
dia 09/06/54. Conta com dez distritos: Bom Princípio, Concórdia do Oeste, Dez de
Maio, Dois Irmãos, Novo Sarandi, Novo Sobradinho, São Luiz do Oeste, São Miguel,
Vila Ipiranga e Vila Nova. Possui uma área territorial de 1.197,00 km² e a população
atual é de 119.313 habitantes.
Toledo reúne condições favoráveis para um quadro de desenvolvimento que
permite o crescimento econômico-social garantindo consequente qualidade de vida,
24
O clima, solo e composição cultural permitem um eficiente sistema de
industrialização, comércio e prestação de serviços. A principal fonte de renda do
município de Toledo deriva-se da agricultura, na qual seus produtos estão
vinculados em maioria à agroindústria. A produção agrícola é profissionalizada com
técnicas fundamentadas na mecanização tecnológica atuais. Os principais produtos
são: soja, milho, trigo e mandioca, na pecuária destacam-se a suinocultura,
avicultura e pecuária leiteira.
O setor educacional cresce com a instalação de diversas faculdades e
universidades. Assim, com variedade de cursos superiores capacitando e
dinamizando a comunidade em geral, permitindo que os filhos das famílias
toledenses permaneçam mais próximos de seus familiares por mais tempo.
6.2 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR
A população estudantil do Colégio Estadual Dr. João Cândido Ferreira teve
uma redução significativa, em virtude da implantação do Ensino Fundamental com
duração de 9 (nove) anos. Atualmente conta com turmas de sétimo, oitavo e nono
ano do Ensino Fundamental e três turmas do Ensino Médio, atendendo 450
(quatrocentos e cinquenta) alunos, dos quais 15% estão cursando o Ensino Médio.
A idade dos alunos do Ensino Fundamental oscila entre 11 e 17 anos, sendo
que 89% estão na faixa etária até 14 anos de idade e 11% acima, caracterizando-se
fora da idade ideal para esta modalidade de ensino. Quanto ao sexo, 50% dos
alunos são do masculino e 50% do feminino. No Ensino Médio a faixa etária está
entre 14 e 23 anos, sendo 54% do sexo masculino e 46% do feminino.
De acordo com pesquisa realizada com os alunos no 1º semestre de 2011,
constatou-se que 80% residem no perímetro urbano, 5% em bairros mais distantes e
chácaras e 15% no meio rural. O meio de locomoção utilizado para vir ao Colégio é:
30% transporte coletivo, 27% bicicleta, 21% a pé, 18% de carro e 4% de moto.
Com relação aos estudos, 72% dos alunos do Ensino Fundamental têm hábito
de estudar em casa, 87% executam as tarefas nos prazos pré- estabelecidos, 97%
responderam que a disciplina é importante para se obter a aprendizagem. No Ensino
Médio 54% têm hábito de estudar em casa, 79% executam as tarefas nos prazos
pré- estabelecidos e 87% responderam que a disciplina é importante para no
processo ensino- aprendizagem.
25
No tempo livre a preferência de 40% dos alunos é acessar a internet, 23%
jogar bola, 16% assistir televisão, 11% passear 5% ler, 3% dançar e 2% dormem. Os
programas preferidos na televisão são: 1º novelas, 2º futebol, 3º filmes.
A composição familiar está entre três e cinco membros em 77% dos
estudantes. Constatou-se que 76% dos alunos moram com os pais, 12% com a
mãe, 4% com os avôs, 4% outros, 1,6% com o pai, 1,4% não responderam e 1%
mora com outros.
Quanto à escolaridade dos pais, 37% deles cursaram o Ensino Fundamental,
33% o Ensino Médio, 13% Curso Superior, 12% Pós Graduação e 5% não
responderam.
Das famílias dos alunos do Ensino Fundamental, em 72% delas há duas
pessoas que trabalham, 17% três pessoas, 4%, quatro pessoas, 2% , mais do que
quatro pessoas, 5%, não responderam. Somando os ganhos das familiares, a
concentração está entre três a quatro salários mínimos. As principais atividades são:
24% na Indústria, 24% no Comércio, 15% na Agricultura/pecuária, 11% Instituição
pública, 7% serviços ocasionais, 4% são motoristas e 15% em outras atividades.
A maioria dos alunos do Ensino Médio trabalha no comércio e indústria.
Quanto ao lazer e espiritualidade das famílias no Ensino Fundamental
constatou-se que 92% participam de alguma religião e 51% frequentam clubes ou
associações. No Ensino Médio apenas 48% participam de alguma religião e 34%
frequentam clubes ou associações.
6.3 RECURSOS HUMANOS
Em 2012,o Colégio conta com um total de servidores assim distribuídos: um
Diretor, uma Secretária, três Pedagogas, trinta e oito Professores, seis Agentes
Educacionais II e cinco Agentes Educacionais I.
6.4 CRITÉRIOS PARA A FORMAÇÃO DE TURMAS
O Estabelecimento de ensino oferta as modalidades Ensino Fundamental e
Médio, com aproximadamente 450 (quatrocentos e cinquenta) estudantes
matriculados, distribuídos em 17 (dezessete) turma, sendo 14 (quatorze) no período
diurno na modalidade do Ensino Fundamental e 03 (três) no Ensino Médio no
26
período noturno. A formação das turmas de 1º ano do Ensino Médio e 6º ano do
Ensino Fundamental, e feita observando-se a ordem de matricula, para os anos
posteriores procura-se manter as mesmas turmas, fazendo remanejamento de aluno
para outra turma quando for solicitado pelos pais ou responsáveis ou para melhor
rendimento na aprendizagem, a pedido da direção, coordenação e professores,
observando-se o número de vaga em cada turma e a faixa etária dos alunos.
Os horários de funcionamento, matutino: 7 horas e30 min. às 11horas e 55min.
– vespertino: 13:15h às 17:40h - Ensino Fundamental e noturno das 19:00h às
23:00h – Ensino Médio.
O Colégio oferta aulas de apoio nas disciplinas de Língua Portuguesa e
Matemática em contra turnos para o 6º e 9º anos; serviços de apoio especializado,
(Sala de Recursos) nas áreas da deficiência intelectual e transtorno global do
desenvolvimento. Além disso, em horário intermediário, oferta projeto esportivo na
modalidade de Basquetebol.
6.5 EDUCAÇÃO ESPECIAL, INCLUSÃO EDUCACIONAL
A luta por educação de qualidade para todos os alunos, iniciada nos anos 80,
trouxe em seu bojo, a oportunidade de se discutir a inclusão educacional de pessoas
com deficiências, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas
habilidades/superdotação, nas classes comuns do ensino regular.
A educação de alunos com necessidades educacionais especiais somente em
programas especializados num sistema paralelo de ensino, não consegue mais
atender parte da demanda de escolarização dessa parcela da população,
comprovado através de longa permanência nos programas especiais, sem que esse
tempo significasse, necessariamente de forma satisfatória.
A Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) realizada em Jomtien,
na Tailândia, suscitou debates relativos á democratização da educação em todo o
país. Também em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente oportunizou
discussões ao inserir entre seus itens questões relativas à educação, quando
determina que “os pais ou responsáveis tem a obrigação de matricular seus filhos ou
pupilos na rede regular de ensino”. A Declaração de Salamanca (1994) não deixa
dúvidas quanto à inclusão educacional quando proclama, entre outros critérios, que:
27
I. Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à
escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma pedagogia centrada na
criança, capaz de satisfazer a tais necessidades;
II. escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios
mais eficazes de combater atitudes discriminatórias, criando-se comunidades
acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para
todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das
crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo
sistema educacional.
Neste contexto de educação para todos tornou-se incisivo uma nova proposta
de educação, na realidade uma reorganização do ensino geral e especial.
No Brasil, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) propôs encontros cursos e
seminários regionalizados nos estados e municípios com o objetivo de discutir e
disseminar a inclusão educacional. O documento mais contundente – Política
Nacional de educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva- elaborado
em 2008, aponta radicalmente para a inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais no ensino regular.
Ao se relacionar com os fenômenos do mundo circundantes com intermediação
de outros homens, criança aprende a atividade adequada, em um processo de
educação. Este processo deve sempre ocorrer com os resultados do
desenvolvimento sócio-histórico da humanidade e transmitidos as gerações
seguintes. O movimento da história só é possível com a transmissão as novas
gerações, das aquisições da cultura humana com educação.
Em relação à educação, o psicólogo russo Vigotsky (2003) em sua abordagem
sócio-histórica, também atribui grande importância, para o desenvolvimento humano,
às interações do sujeito com a sociedade, a cultura e a sua história de vida. O autor
enfatiza as relações sociais e a interferência de outra pessoa (mediação) na
consolidação das funções psicológicas superiores (ações conscientemente
controladas, atenção voluntária, memorização ativa, pensamento abstrato,
comportamento intencional). Para ele, o desenvolvimento humano se diferencia de
sujeito para sujeito, e ocorre de forma particular de acordo com fatores orgânicos,
socioculturais e emocionais.
Desta forma, entende-se que o processo dialético de construção e
reconstrução do conhecimento deve ser continuamente produzido em conjunto por
28
alunos e professores como tentativa de responder aos desafios de suas realidades e
do processo de ensino e aprendizagem.
Consideram-se alunos com deficiência àqueles que têm impedimentos de
longo prazo, de natureza física, intelectual ou sensorial, que em interação com
diversas barreiras podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e
na sociedade. Os alunos com transtornos globais do desenvolvimento são aqueles
que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na
comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e
repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do
autismo e psicose infantil. Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram
potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas:
intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam
elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas
em áreas de seu interesse. Dentre os transtornos funcionais específicos estão:
dislexia, disortografia, disgrafia, discalculia, transtorno de atenção e hiperatividade,
entre outros.
Desta forma, a reorganização da educação especial tornou-se premente. A
Constituição Federal de 1988 foi um passo importante para o inicio da educação
inclusiva, aparecendo pela primeira vez, em um documento oficial, a matrícula de
alunos com necessidades de rever o sistema de educação e a educação especial.
As leis criadas para amparar a inclusão estão postas, porém, por si só, não são
suficientes para que ocorra de fato. Mudança atitudinal em relação aos alunos é um
critério igualmente importante na lida diária de todos os profissionais dos
estabelecimentos escolares.
Na escola, quem não acompanha os colegas e os conteúdos organizados pela
instituição vão ficando para trás, reprovando consecutivas vezes e, não raramente,
acabam evadindo-se dos espaços escolares.
Diante da nova forma de ver a educação especial, algumas questões colocam-
se como prioridade, entre as quais destaca-se: a formação docente e a organização
de uma rede de apoio, envolvendo não só a educação, mas as políticas sociais
básicas como a Saúde, a Assistência Social e Trabalho.
O Atendimento Educacional Especializado (MEC, 2009) aponta a implantação
de Salas de Recursos multifuncionais para atendimento aos alunos que apresentem
necessidades educacionais especiais, em qualquer área de deficiência. Esse
29
programa constitui-se em mais um apoio à educação inclusiva nos Estados e
Municípios.
No Estado do Paraná, o documento “Diretrizes Curriculares para a Construção
de Currículos Inclusivos,” traz: A rede de apoio constitui um conjunto de serviços,
ofertados pela escola e comunidade em geral decorrentes:
I. Das deficiências intelectual, visual, física, neuromotora e surdez;
II. das condutas típicas de síndrome e quadros neurológicos, psicológicos
graves e psiquiátricos;
III. das altas habilidades/superdotação.
Serviços de apoio pedagógico especializados, que se realizam no contexto da
sala de aula, ou em contra turno, por meio da oferta de recursos humanos, técnicos,
tecnológicos, físicos e materiais e tem por objetivo possibilitar o acesso e a
complementação do currículo comum ao aluno.
Serviços Especializados, quando realizados em instituições especializadas da
rede pública ou conveniada, conforme previsto na legislação (resolução CNE/CEB nº
01/02 e Del. CEE/PR 02/03).
De acordo com a SEED (2006), uma rede de apoio foi organizada de maneira a
auxiliar a inclusão de alunos no ensino regular.
Pela natureza dos serviços prestados por instituições especializadas, de ordem
terapêutica, assistencial, profissionalizante, entre outros, políticas publicas devem
ser viabilizadas, em interface com as áreas de Saúde, Trabalho e Ação Social,
Justiça, Transportes entre outras, pelo poder público. Assim, garante-se o
atendimento integral às necessidades especiais dos alunos, complementando-se
sua escolarização formal.
Repensar a escola em suas modificações não significa pensar somente nas
reorganizações metodológicas, de acessibilidade ou atitudinais, mas é um todo, no
qual, os homens, que ao modificar suas vidas, produzem novas formas de
expressão de suas próprias transformações.
As modificações pelas quais a escola tem que passar, não podem acontecer de
forma espontaneísta, mas devem se apoiar em leis educacionais que oportunizem e
garantam os recursos técnicos, tecnológicos, administrativos e pedagógicos, rumo a
educação inclusiva de qualidade e para todos.
30
6.6 SALA DE RECURSO
O Colégio Estadual Dr. João Cândido Ferreira, vem atendendo vários alunos
com Necessidades Educacionais Especiais, a cada ano se apresentam novos casos.
A escola conta com dois profissionais habilitados para atendimento destes alunos na
Sala de Recursos n. A Equipe Pedagógica juntamente com o profissional da sala de
recursos vem orientando e dando suporte aos professores quanto aos
procedimentos didáticos e às atividades de ensino-aprendizagem e no
desenvolvimento da socialização e trabalho os períodos matutino e vespertino em
equipe. Busca subsídio em parceria com profissionais especialistas nas questões
afins às necessidades.
Os alunos passam por avaliação no contexto escolar, psicológica e se
necessário por avaliação neurológica e após é feitos os encaminhamentos
necessários. Periodicamente os professores dessa área são orientados (pelo NRE),
quanto à melhor condução desse trabalho (outros comentários estão no tema que
fala sobre a inclusão).
6.7 SALA DE APOIO
A sala de apoio a aprendizagem funciona nos períodos matutino e vespertino,
onde são atendidos alunos do 6º e 9º ano do Ensino Fundamental, com dificuldades
de aprendizagem, principalmente nas disciplinas de Língua Portuguesa e
Matemática. A finalidade é auxiliar os estudantes a superarem as dificuldades
apresentadas na aprendizagem da leitura, escrita e nos cálculos fundamentais de
maneira que o aluno venha a compreender e dominar os conteúdos básicos.
A metodologia da Sala de Apoio é diferenciada da sala de aula, pois o
professor fará uma investigação e retomada de conteúdos não apreendidos pelos
alunos. Os resultados são muito positivos muitos alunos conseguem sanar suas
dificuldades e acompanhar os conteúdos da sala de aula. Os profissionais dessa
área passam por constantes orientações e reciclagem, promovidos pela SEED, para
que esse atendimento tenha êxito. Um inconveniente é a falta de espaço físico no
Colégio.
31
6.8 ESPAÇO FÍSICO DO ESTABELECIMENTO
O Colégio conta com sete salas de aula, uma sala de secretaria, uma sala de
direção, uma sala de coordenação, uma sala de professores, uma biblioteca, um
laboratório de ciências (física, química), um laboratório de informática, uma sala de
recursos, uma cozinha, um ginásio com quadra poliesportiva, um almoxarifado, um
banheiro adaptado para deficientes físicos, um banheiro masculino, uma banheiro
feminino, um saguão – espaço no qual se aloja o refeitório.
6.8.1 Biblioteca
A biblioteca Luiz Carlos Lima Filho do Colégio Doutor João Cândido Ferreira-
Ensino Fundamental e Médio, possui um acervo bibliográfico de 4.554 exemplares.
É uma sala arejada e bem iluminada. Além da biblioteca, o espaço é utilizado para
aulas de vídeo, reprodução de Cds e DVDs.
O papel da Biblioteca é proporcionar ações voltadas para o incentivo à leitura e
à escrita. A mediação didática estabelecida pelo professor nas situações de ensino e
aprendizagem se faz através da linguagem. Portanto, maior domínio linguístico
implica maior eficiência didática, tanto para a ação dos professores, quanto ao
aproveitamento dos estudantes.
OBJETIVOS:
I. proporcionar aos alunos da escola, momentos de leitura, interpretação,
desenvolvimento e aprimoramento das capacidades de leitura;
II. estimular e motivar os alunos e professores para participarem ativamente
dos momentos de leitura;
III. criar possibilidades de interação dos alunos e professores com a leitura.
O Colégio conta também com uma mini biblioteca na sala dos professores, com
livros e revistas a eles direcionados.
6.8.2 Laboratório de Ciências
O laboratório de Ciências, Física, Química não atende as necessidades
básicas para uso dos alunos. A estrutura de vidrarias é suficiente para realizar as
práticas, porém os reagentes e demais equipamento como microscópios e outros
32
são insuficientes, inadequados ou inexistentes, dificultando as aulas práticas, além
de não termos um agente de execução (técnico) para auxiliar na preparação e
desenvolvimento das práticas. A estrutura física não é adequada, pois foi adaptado
em uma sala de aula, o que impede o desenvolvimento de muitas atividades.
6.8.3 Laboratório de Informática – Paraná Digital
Segundo a SEED – Secretaria de Estado da Educação, o Projeto PrD –
Paraná Digital tem como objetivo principal “ difundir o uso pedagógico das
Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC” no sentido de desenvolver ações
que visam levar tal acesso aos professores e alunos da rede pública de educação
básica tendo-a como mantenedora. Desta forma, as novas tecnologias na educação,
se pautariam no princípio básico e norteador de contribuir significativamente na
construção coletiva do conhecimento, proporcionando significados ao processo de
ensino-aprendizagem. Uma relação destacada na interdisciplinaridade e
pressupondo a integração constante de um saber racional, humanista e voltado a
construção de uma sociedade mais humana e consciente de suas ações sociais.
Os 20 computadores oriundos do Programa PRD – Paraná Digital, que a
instituição recebeu da mantenedora, frente ao atual cenário de desenvolvimento
tecnológico e fundamentalmente das mudanças sociais decorrentes dele, tanto na
educação como efetivamente na escola, tem procurado construir assim, novas
metodologias elaboradas sob a influência do uso dos novos recursos tecnológicos
(com o apoio substancial da SEED e da CRTE), resultando em práticas que
promovam o currículo nos seus mais diversos campos dentro do sistema
educacional.
Não se trata de tomar “as tecnologias” como determinantes das práticas, senão
como impulsionadoras e potencializadoras destas práticas. Os artefatos
tecnológicos, ao aproximarem os agentes do currículo numa relação dialógica, criam
condições para a própria prática dialógica em que se constitui o sujeito. Os recursos
tecnológicos não são os condutores das relações dentro do currículo, mas permitem
que os sujeitos se façam ao facultar estas relações.
O acesso às tecnologias da informação e comunicação amplia as
transformações sociais e desencadeia uma série de mudanças na forma como se
constrói o conhecimento, mas é fundamental levar os agentes do currículo a se
33
apropriarem criticamente dessas tecnologias, de modo que descubram as
possibilidades que elas oferecem no incremento das práticas educacionais.
Da mesma forma que o livro didático não é um fim em si mesmo, mas um meio,
assim também o computador. Para o professor, é um meio de enriquecer o conteúdo
ministrado e sua metodologia; para o aluno, uma ferramenta que o auxiliará em suas
pesquisas e conhecimentos.
A SEED trabalha para viabilizar tecnologias educacionais, que permitam ao
professor paranaense produzir, acessar e compartilhar conteúdos em diferentes
mídias com qualidade técnica e pedagógica. Há, para os professores, a
disponibilidade de textos narrativos, documentários, animações, fotos, mapas,
charges, simuladores, gráficos para complementar e apoiar o processo de ensino
aprendizagem. Esses recursos podem ser salvos pen-drive do professor e utilizados
na TV multimídia em sala de aula.
O Portal dia-a-dia educação, os multimeios oportunizam o desenvolvimento, a
produção e distribuição de conteúdos digitais educacionais para veiculação viam
satélite, Web e multimídia. Não apenas acesso operacional aos equipamentos
existentes na escola, mas também a pesquisa, a produção e a veiculação de
conteúdos educacionais de forma compatível com os avanços tecnológicos.
6.8.4 Recursos Materiais
Computadores, televisores, vídeo cassete, fitas de vídeo, DVDs, Cds, material
pedagógico, telefones, armários de aço, arquivos de aço, impressoras, projetor
multimídia, aparelhos de DVD, carteiras, cadeiras, fogão mesas, bancos.
7 CONCEPÇÕES
7.1 DE SOCIEDADE, DE MUNDO E DE HOMEM
As transformações pelas quais a sociedade vem passando nos últimos anos,
tem evidenciado que a construção de uma sociedade democrática impõe o resgate
da dívida social, historicamente acumulada para com a maioria da população que
vem sendo marginalizada dos direitos sociais básicos, o que pode ser observado
também na educação.
34
Para entendermos o papel da escola na democratização social, é importante
lembrar que a educação escolar constitui um instrumento fundamental para a
formação do cidadão, pois tem como função básica a socialização do saber
elaborado, indispensável para a compreensão do mundo e ação sobre ele.
Por vivermos num sistema capitalista, cujo centro é o capital e o lucro, a
sociedade de um modo geral é produto desse sistema, tendo como consequência o
individualismo, o imediatismo, o consumismo e a preocupação exagerada do Ter,
em detrimento do Ser.
Outro determinante que impera na sociedade e no mundo é a violência, assim
como, a falta de impunidade e de se cumprir às leis onde as mesmas devem ser
revistas, o desrespeito ao meio ambiente tem consequências desastrosas em nosso
planeta.
A atualidade, portanto, impõe a escola à necessidade de incorporar discussões
relativas à construção dos significados éticos constitutivos de toda e qualquer ação
de cidadania: a dignidade humana, a importância da solidariedade e do respeito dos
homens entre si e destes com a natureza. A escola é um meio essencial no
processo educativo do aluno, devendo ser de qualidade, transformadora, criativa,
auxiliando-o a construir seus conhecimentos de forma significativa.
Se entendermos o homem como sujeito construído socialmente e
historicamente e que essa construção não tem fim, então percebemos que nossa
prática é significativa e pode contribuir nessa construção, atendendo igualmente,
aos sujeitos, seja qual for sua condição social e econômica, seu pertencimento
étnico e cultural e às possíveis necessidades especiais para a aprendizagem.
Analisando o mundo e a sociedade que se tem hoje, não podemos fugir da
realidade de que esta está em crise. O que se vivencia é uma sociedade corrupta,
injusta, desumana, desigual e que cada vez mais exclui o ser humano. A escola não
precisa reproduzir este modelo, pelo contrario cabe a escola desencadear um
processo de mudança e de valorização do ser humano e que oportunize a todos o
saber escolar.
Por isso, é importante entender o significado de liberdade e poder fazer uso
dessa liberdade, pois, afinal, liberdade é o direito de fazer escolhas e o homem
precisa conceber esse direito, respeitando as diferenças.
35
7.2 CONCEPÇÃO DE ESCOLA
A escola é um espaço privilegiado de ensino-aprendizagem, tendo um papel
importante e fundamental na evolução do processo de aprendizagem de cada
cidadão.
A escola em suas contradições expressa a crise vivida pela própria sociedade,
bem como nela se manifestam e se reproduzem às relações sociais, políticas,
econômicas e culturais, transformações que se originam do modo de vida que estão
sendo vivenciados pela escola. Observam-se situações espetaculares dignas,
responsáveis, equilibradas, criativas, mas também se enfrenta situações difíceis,
que muitas vezes fogem do alcance do professor.
Isto significa que os problemas sociais e econômicos se expressam na escola
de diferentes formas: violência, preconceito e bulling.
O papel da escola define-se de formas muito diferenciadas. Quem faz os
sujeitos da escola pública? De onde vêm? Que referências sociais e culturais trazem
para a escola?
Um sujeito é fruto do seu tempo histórico, das relações sociais em que está
inserido, mas é também, um ser singular que atua no mundo a partir do modo como
compreende e como dele lhe é possível participar.
Ao definir qual formação se quer proporcionar a esses sujeitos, a escola
contribui para determinar o tipo de participação que lhes caberá na sociedade.
A escola é um lugar de socialização do conhecimento, deve incentivar a prática
pedagógica fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções de
ensino e aprendizagem e essa função da instituição escolar é especialmente
importante para os estudantes tenham nela o acesso ao mundo letrado do
conhecimento científico, local onde os valores são pensados, refletidos e cultivados.
O primeiro desafio que a escola precisa enfrentar é tornar-se um espaço de
criação e de crítica cultural de modo que cada professor, como intelectual que é,
possa desempenhar o papel de crítico cultural e propiciar ao estudante a
compreensão de que tudo que passa por natural e inevitável precisa ser
questionado e pode consequentemente ser transformado. Trata-se da crítica da
cultura em que nos movimentos.
O segundo desafio é fazer da escola um espaço de pesquisa, de construção e
reconstrução do conhecimento. É preciso que o professor transcenda a fronteira
36
entre o acadêmico e o político, o que demanda sair do seguro espaço acadêmico e
entrar em contato com o mundo exterior (sindicatos, movimentos sociais,
associações e outros grupos). Professores intelectuais precisam enfrentar esse
desafio, tornando-se pesquisadores do conteúdo que é ensinado ou da prática que é
desenvolvida e centrando o ensino na pesquisa. Nesse processo o professor
aperfeiçoa seu desempenho profissional, se situa melhor no mundo, se engajar na
luta por transformá-lo e despertar no aluno o espírito de pesquisa, de busca, de ter
prazer no aprender, no conhecer coisas novas.
A escola existe para propiciar a aquisição dos instrumentos que possibilitam o
acesso ao saber elaborado (ciência), bem como a formação voltada para o
desenvolvimento humano, e isto requer a apropriação de conhecimentos para que
estes se transformem em instrumentos simbólicos, mediadores entre sujeito e
sociedade.
Ao ingressar na escola, o aluno já apresenta um saber espontâneo, adquirido
nas experiências vividas em diferentes situações e espaços sociais. A escola
trabalha com conhecimento científico e, ao transmitir determinado conteúdo,
transmite também, formas de pensar, analisar, reelaborar e agir.
Olhar a escola como um lugar de formação humana, significa dar-se conta de
que todos os detalhes que compõem o seu dia-a-dia estão vinculados a um projeto
de ser humano, estão ajudando a humanizar ou a desumanizar as pessoas. Se a
escola é lugar de formação humana, significa que ela não é apenas lugar de
conhecimentos formais e de natureza intelectual. A escola é lugar de tratar diversas
dimensões do ser humano de modo processual e combinado. Mas como a escola
pode fazer isto? Como se forma um Ser Humano?
Se prestarmos atenção aos processos sociais que formam os sujeitos sociais,
as pessoas percebem que é a vivência cotidiana de novas relações sociais e
interpessoais que começa a transformar a cabeça das pessoas, recuperando certos
valores, posturas e virtudes que já tinham perdido ou nem conheciam.
É necessário superar a concepção de que conhecimento é apenas informação.
O conhecimento resulta da “organização” de informações em redes de significados.
37
7.2.1 Professor – Aluno
A relação educativa é uma relação política, por isso a questão da democracia
se apresenta para a escola assim como se apresenta para a sociedade. Essa
relação se define na vivência da escolaridade em sua forma mais ampla, desde a
estrutura escolar, em como a escola se insere e se articula.
É na relação professor – aluno que se concretiza o processo de transmissão-assimilação do conhecimento, ou seja, ao professor cabe o domínio do conhecimento logicamente articulado e específico da sua área, convertendo o saber escolar em saber sistematizado, adequado de diferentes formas, que permitam ao educando assimilar e incorporar de modo irreversível os conhecimentos necessários a qualidade das lutas que empreenderão no seio da sociedade ”(Saviani)
O professor precisa assumir uma prática progressista na qual sua tarefa não é
apenas ensinar conteúdos, mas ensinar a pensar, a raciocinar, discutindo com os
alunos a razão de ser de cada conteúdo estudado. A forma acrítica e passiva de
trabalhar os conteúdos leva o aluno ao desinteresse e a dificuldade em se
concentrar e compreender o assunto; leva ainda o aluno a perder a confiança em
sua capacidade, gerando um sentimento de descrédito em seu potencial, sentindo-
se desmotivado; passa a buscar outras formas de se realizar na escola, através da
indisciplina.
Enquanto os professores não perceberem que é também através da dinâmica relacional do docente com a turma e da análise detalhada do que se passa no seio do grupo que podem melhorar o ambiente de sala de aula, não obterão grandes resultados. A prática educativa vivida com alegria e afetividade não prescinde da formação científica séria e da clareza política dos educadores – a afetividade por parte do professor – esta não abdica de sua responsabilidade e de sua autoridade. Ex. O elogio é uma forma de afetividade que ajuda (sem comparações...) a despertar no aluno uma auto-estima positiva e gosto em aprender e despertar nele um sentimento de potencialidade e aceitação. Isso o incentivará a se envolver nas atividades escolares diminuindo a indisciplina. (Paulo Freire)
O professor, segundo Vygotsky, é um ser ativo e com sério compromisso, na
medida em que propicia recursos e organiza-os, de forma a possibilitar o avanço dos
alunos em relação aos conhecimentos numa integração dialética do individual para o
social.
A pedagogia de Paulo Freire requer um educador “percebedor”
“problematizador” da realidade. São necessários envolvimento, inclusive emocional,
um código de convivência, ajuda e respeito mútuos – diz ele ainda: “não há saber
mais ou saber menos, há saberes diferentes” - todos nós temos algo a aprender e a
ensinar. No filme “O Triunfo”, percebemos que ensinar é uma busca de valores,
38
compreensão e relações é preciso entender bem o nível de compreensão da
linguagem a quem se está ensinando. Usar a família como referencial nem sempre é
funcional porque muitos não têm essa convivência no seu dia-a-dia.
Professor é aquele que “tem a educação como um convite” é um trabalho
desafiante, cada nova turma é uma estréia, eles precisam ser artista e praticar a arte
de ensinar-aprender e aprender junto. É essencial uma “superação do estigma do
fracasso”, pois, o aluno precisa do senso do pertencimento ao grupo, algo além das
cadeiras e paredes.
Quando os professores se assumem como trabalhadores do humano,
formadores de sujeitos, muito mais do que apenas professores de conteúdos de
alguma disciplina, compreendem a importância de discutir sobre suas opções
pedagógicas e sobre que tipo de ser humano estão ajudando a produzir e a cultivar.
Da mesma forma, as famílias passam a compreender por que não podem deixar de
participar e de tomar decisões sobre o funcionamento da escola.
7.2.2 Escola – Família
Nos últimos anos uma grande onda de mudanças alterou a sociedade
brasileira. A família não ficou fora desse movimento social e, ainda, encontra-se em
transição. O antigo padrão familiar formado por pai, mãe e filhos e demais membros
que obedeciam ao comando centrado no patriarca ou em raros casos na matriarca,
deu lugar a novíssimas composições familiares. Desde a mais simples constituída
apenas de pais e filhos, sem a participação direta de parentes próximos, até as
famílias formadas por parceiros com filhos oriundos ou não de outros laços
domésticos, passando pelos núcleos formados e comandados pelas mães, criando
“uma variedade de constelações familiares”.
Essas múltiplas formas de organização familiar estabelecem, na prática, uma
nova forma de relacionamento com a escola. São novas as demandas, as
exigências, as contradições entre seus valores. O passar do tempo e a citada
quebra do mais importante elo de educação da educação-família - escola confundiu
prioridade. Entre as mais perversas, está aquela que estabelece a educação como
um assunto exclusivo de especialistas. Isto fez, certamente, que milhares e milhares
39
de famílias brasileiras entregassem aos mesmos e aos professores a
responsabilidade pela educação de seus filhos.
Se do lado dos profissionais da área da educação, importantes vozes ecoam o
grito de ajuda a família, para que essa assuma seu papel de atriz principal da peça
que tem como cartaz o sucesso integral dos seus filhos, do outro já temos inúmeras
iniciativas, no Brasil, particularmente no Paraná, que demonstram o despertar da
sociedade civil, do cidadão comum para o exercício de seus direitos e obrigações
com relação a educação, como a ação e mobilização do colegiado da escola: APMF;
Conselho Escolar; Grêmio estudantil.
Quando há falta de consistência entre os valores da família e da escola e
quando a família não apóia a vida escolar dos filhos e as orientações da escola
haverá muitos impactos negativos. Outra grande dificuldade do lado das escolas e
dos professores é a falta de costume e de saber lidar com as novas estruturas
familiares, suas características e dificuldades e como todo esse contexto influirá no
ensino aprendizagem. Daí a importância da gestão democrática nas escolas e da
família acompanhando, verdadeiramente, a vida escolar dos filhos; podem exercer
interesses genuínos, permanentes, em nível adequado, o que lhes possibilita a
criação de condições, horários, hábitos, e ambientes propícios ao estudo. Também
podem trabalhar a motivação, falando sempre positivamente sobre a escola e a
educação; no apoio as tarefas escolares; no simples elogio que podem fazer diante
das pequenas e grandes vitórias escolares de seus filhos; no amparo as suas
dificuldades, conversando atentamente com eles a respeito dos problemas
cotidianos; no estímulo a sua imaginação, contando-lhes suas histórias de vida de
forma positiva; escrevendo e anotando recados estimuladores em seus cadernos;
inteirando-se do processo pedagógico adotado pela escola e participando da sua
atualização quando necessário.
Família e escola devem reconstruir suas relações e voltar a se constituir no
mais poderoso elo de educação e referência de educação e valores essenciais a
formação de nossos alunos. Investir em vínculos favoráveis ao estabelecimento de
limites comportamentais e segurança para dizer não quando necessário.
Quanto à disciplina e limites, hoje tão em falta e banalizados por muitos pais,
tomaremos as falas de uma escritora gaúcha, Lia Luft, dita num artigo da revista
Veja, de 29/07/09: “A crise de autoridade começa em casa, quando temos medo de
dar ordens e limites ou mesmo castigos aos filhos, iludida por uma série de
40
psicologismos falsos;... pais com medo dos filhos, professores insultados pela
meninada sem educação”
Acreditamos, portanto, ser necessário que seja resgatado dentro das famílias o
papel de pai e de mãe (não o de amigos dos filhos...) e de sua autoridade (sem
autoritarismos), agir com firmeza e colocar limites.
É necessário que a escola repense a natureza da relação dos pais com a
escola:
I. promover reuniões de caráter formativo e informativo;
II. distinguir presença, de participação;
III. distinguir colaboração, de participação;
IV. organizar palestras/estudos e ajudem os pais ou responsáveis a
compreenderem e ajudarem seus filhos tais como: educação sexual, drogas na
adolescência, relação pai-filho na adolescência;
V. manter a preferência de chamar os pais para reprimir a atuação negativa de
seus filhos, enfatizando a análise das atitudes, ações e resultados na avaliação;
VI. levar os pais a conhecerem a proposta pedagógica da escola;
VII. conhecer a realidade da família deste educando, para assim poder
entender nas situações do dia-a-dia.
7.2.3 Avaliação Institucional
As escolas têm como objetivo comum a efetividade do processo ensino-
aprendizagem. Para que isto se concretize é necessária uma visão de totalidade.
Visualizar a instituição de forma global implica em avaliações, mobilizadas
através de reflexão e discussão coletiva. Desta forma, cria-se uma cultura de
autoconhecimento e comprometimento em torno da efetivação do processo ensino-
aprendizagem.
Através da avaliação tem-se a possibilidade de repensar medidas e a
reordenar intenções e ações no processo educativo, a leitura e análise dos dados
abrange os diferentes setores da escola, a auto avaliação dos professores, equipe
pedagógica, agentes educacionais e aluno. Ao término do ano letivo organiza-se
uma Avaliação Interna do Trabalho do Colégio, tendo a participação de cada
segmento. Com os resultados buscam-se subsídios para a tomada de decisões e
41
reorientar as ações da escola, analisar a gestão e o currículo escolar, no sentido de
melhorar e qualificar a educação.
Neste sentido usa-se como instrumento a avaliação formativa e emancipadora
na qual se busca conhecer a validade do estabelecimento de ensino. As reflexões
levantadas com a avaliação institucional destacam a responsabilidade da escola
enquanto instituição democrática com vistas a construção da cidadania e
transformação social.
7.3 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
Educação engloba o processo de ensinar e aprender, é exercida nos diversos
espaços de convívio social, seja para a adequação do indivíduo à sociedade, do
indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade.
O papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e da
sociedade amplia-se ainda mais no contexto social de desigualdades, violência e a
busca desenfreada do “ter” em detrimento do “ser” e aponta para a necessidade de
se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos para que procurem
realmente, se inserir na realidade em que vivem e possam de alguma forma, torná-la
melhor, tanto pessoal quanto socialmente.
Os conhecimentos escolares necessários a uma educação de qualidade
devem, assim, possibilitar o bom desempenho no mundo imediato, bem como à
análise e à transcendência das tradições culturais do aluno. Relevância precisa ser
definida em termos do potencial que certos conhecimentos e processos
educacionais possuem de formar as pessoas capazes de compreender o papel que
devem desempenhar na mudança de seus ambientes e no desenvolvimento de seus
países. Relevância tem a ver com conhecimento e processos que contribuem para
formar sujeitos autônomos, críticos e criativos que procurem compreender como as
coisas se tornaram o que são e o que fazer para que elas venham a ser diferentes.
A educação deve ser vista como um processo de formação humana, que
constrói referências culturais e políticas para a intervenção das pessoas e dos
sujeitos sociais na realidade, visando uma humanidade mais plena e feliz.
Concebemos a educação como um meio de transformação da sociedade e
como mediação de um projeto social. A educação está a serviço da transformação –
42
é interpretada como uma instância dialética que serve a um projeto, um modelo, um
ideal de sociedade.
A educação e o ensino são processos sociais que ocorrem no individual e no
coletivo e a escola precisa estar permanentemente, fazendo a análise dos
movimentos sociais, econômicos e políticos da sociedade local, nacional e mundial
para promover ajustes no processo educativo para que se torne condizente com as
necessidades de cada momento histórico-social.
Entende-se que letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro
de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do
educando, constituindo-se num processo permanente, confirmado quando o sujeito
da aprendizagem adquire o hábito e habilidade na busca da leitura em diversos
gêneros.
Alfabetizar e letrar trata-se de processos complementares, ou seja, alfabetizar
letrando, de forma articulada no trabalho pedagógico regular de todas as disciplinas,
bem como nas atividades complementares, especificamente na sala de apoio.
Com a velocidade atual de produção do conhecimento científico e tecnológico,
que torna o conhecimento rapidamente superado, o papel da educação se torna
elemento de desenvolvimento social pela correspondência entre os valores e
conhecimentos exigidos para o exercício da cidadania e para as atividades
produtivas, tornando-se elemento central na dinâmica social.
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade
e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento
do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
III. Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV. Respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V. Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI. Gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII. Gestão democrática do ensino público, na forma da lei e da legislação dos
sistemas de ensino;
43
VIII. Garantia do padrão de qualidade;
IX. Valorização da experiência extra-escolar;
X. Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
7.4 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO
A busca por uma educação de qualidade na garantia de apropriação dos
conhecimentos leva-nos a refletir sobre o que entendemos por conhecimento escolar
e de que forma a sistematização dos saberes é feita.
Consideramos, ainda, que o conhecimento escolar tem características próprias
que o distinguem de outras formas de conhecimentos. Vê-se aqui a preocupação
com o resgate da função social da escola na apropriação dos conhecimentos
sistematizados, não desconsiderando as demais instituições e espaços sociais como
produtores de saberes, mas estes, não obrigatoriamente serão re-elaborados como
saber escolar.
Como forma de reafirmar a busca por uma educação de qualidade, o
conhecimento sistematizado pela educação escolar deve oportunizar aos alunos
possibilidades e direitos, ainda que apresentem diferenças sociais, culturais e
pessoais, efetivando-se a igualdade de oportunidades, sobretudo, em condições
semelhantes aos demais, contrariando a prática tradicional de que todos os alunos
aprendem da mesma forma com as mesmas estratégias e no mesmo tempo - faixa
etária.
Propor o foco curricular no conhecimento historicamente construído com vistas
a capacitar as nova gerações para novas formas de agir e de pensar é assumir uma
postura político pedagógica crítica.
Os conhecimentos a serem ensinados em cada bimestre, trimestre ou
semestre, as metodologias a serem utilizadas, bem como os critérios de avaliação
da aprendizagem, devem ser registrados no Plano de Trabalho Docente – estes
planos devem estar fundamentados nas DCE e se organizam a partir das propostas
pedagógicas curriculares – partem dos conteúdos básicos propostos pela SEED –
organiza o ensino – serve para avaliar o processo de ensino-aprendizagem.
A Proposta Pedagógica Curricular vai além da busca de “romper” com a
formação pragmática e utilitarista da formação para o mercado de trabalho.
44
Vygotsky enfatiza que a aquisição do conhecimento se dá pela interação do
sujeito com o meio. Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, pois
adquire conhecimento a partir de relações intra e interpessoais. É uma troca com
outros sujeitos que o conhecimento e as funções sociais são assimiladas. O
professor, portanto, tem o papel explicito de interferir nos processos e provocar
avanços nos alunos, criando o que ele chamava de zona de desenvolvimento
proximal. O aluno não é apenas o sujeito da aprendizagem, mas é aquele que
aprende com o outro aquilo que o seu grupo social produz.
Seria pertinente procurarmos complementar os conhecimentos incluídos nos
livros, com informações e discussões referentes aos processos de construção dos
conhecimentos de referência, tais como ocorrem em outros espaços sociais, colocar
alguns questionamentos e estimular novas e criativas formas de se trabalhar tanto
com livros didáticos quanto com materiais e outras fontes que nos auxiliam no
complexo processo de favorecer a aprendizagem de nossos estudantes.
A compreensão do processo de construção do conhecimento escolar facilita ao
professor uma maior compreensão do próprio processo pedagógico, o que pode
estimular novas abordagens, na tentativa tanto de bem selecionar e organizar os
conhecimentos, quanto de conferir uma orientação cultural de currículo.
O conhecimento escolar é produto da realidade social, objetiva e concreta.
Assim sendo, o mesmo não se efetiva se não formos capazes de buscar, ir além da
aparência, da fragmentação e do plano fenomênico (herança do empirismo e do
positivismo), significa fazer um retrospecto sobre os fatos históricos, sociais,
políticos, culturais e econômicos, não de forma imediata, mas dialética.
7.5 CONCEPÇÃO DE ENSINO – APRENDIZAGEM
O conhecimento não é algo situado fora do sujeito, nem tão pouco algo que o
individuo constrói independentemente da realidade exterior dos demais indivíduos e
de suas próprias capacidades pessoais. É uma construção histórica e social, na qual
interferem fatores de ordem antropológica, epistemológica, cultural e psicológica
entre outras.
Nesta perspectiva, o processo de ensino e aprendizagem deve caminhar de
forma paralela, fazendo-se necessário utilizar métodos para a aprendizagem e
valorizando-se o conhecimento empírico e o conhecimento adquirido.
45
A construção do conhecimento sobre os conteúdos escolares sofre influência
das ações propostas pelo professor, pelos colegas e também dos meios de
comunicação e tecnológicos, dos pais, irmãos, amigos, atividades de lazer e outros
mais. Dessa forma, a escola precisa estar atenta a diversas manifestações para que
possa propor atividades que favoreçam a aprendizagem significativa. Por mais que a
metodologia e os materiais didáticos possam contribuir para que a aprendizagem se
realize, nada pode substituir a cultura do próprio aluno, é ele que vai modificar e
construir o novo a ação e interpretação.
As aprendizagens que os alunos realizam na escola são significativas na
medida em que conseguem estabelecer relações entre os conteúdos escolares e os
conhecimentos previamente construídos, que atendem as expectativas, intenções e
propósitos de aprendizagem do aluno.
Existem ainda, outros aspectos da influência educativa, como a organização e
o funcionamento da instituição escolar, a participação da comunidade na
elaboração, prática do projeto educativo e os valores implícitos e explícitos que
permeiam as relações entre os membros da escola.
As reflexões sobre a atuação em sala de aula, os debates e as teorias ajudam
a conhecer os fatores que interferem na aprendizagem dos alunos. Ao serem
considerados, provocam mudanças significativas no diálogo entre ensino e
aprendizagem e repercutem de maneira positiva no ambiente escolar, na
comunidade, na família, pois os envolvidos passam a atribuir sentido ao que fazem e
ao que aprendem.
Assim, o conhecimento não pode ser visto como algo situado fora do indivíduo
a ser adquirido por meio de cópia do real, tampouco como algo que o indivíduo
constrói independentemente da realidade exterior, dos demais indivíduos e de suas
próprias capacidades pessoais. É uma construção histórica e social na qual
interferem fatores de ordem bio-psico-social-espiritual, ambiental e cognitivo.
O ensino deve garantir a formação de homens livres, participativos, capazes de
compreender seu momento histórico, interferindo, criando e transformando.
Para atingir este objetivo, cabe a escola viabilizar a construção do
conhecimento a partir de aprendizagens significativas, pautadas na realidade dos
indivíduos, instruindo-os, gradativamente, para uma atuação consciente na
realidade, lendo e compreendendo as relações e atuando de forma intencional.
46
7.6 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
Deverá manifestar-se como um mecanismo diagnóstico da situação, tendo em
vista o avanço e o crescimento e não a estagnação disciplinadora – abrangendo não
só os alunos, mas todos os envolvidos no processo educativo.
A prática da avaliação nas pedagogias preocupadas com a transformação deverá estar atenta aos modos de superação do autoritarismo e ao estabelecimento da autonomia do educando, pois o novo modelo social exige a participação democrática de todos. Isso significa igualdade, fato que não se dará se não conquistar a autonomia e a reciprocidade de relações. (Luckesi)
Envolve o ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para que o aluno
aprenda da melhor forma; obtenção de informações sobre os objetivos que foram
atingidos; obtenção e informações sobre o que foi aprendido e como; reflexão
contínua para que o professor repense sua prática educativa; tomada de consciência
de seus avanços, dificuldade e possibilidades.
É uma ação que ocorre durante o processo de ensino aprendizagem e não
apenas em momentos específicos caracterizados como fechamentos de grandes
etapas de trabalho que envolve não somente o professor, mas também alunos, pais
e a comunidade escolar.
A avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua
sobre a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada
de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados
para o processo de aprendizagem individual ou de todo grupo. Para o aluno, será
um instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e
possibilidades para reorganização de seu investimento na tarefa de aprender. Para a
escola, possibilitará definir prioridades e localizas quais aspectos das ações
educacionais demandam maior apoio.
A avaliação diagnóstica inicial auxilia o professor para por em prática seu
planejamento, de forma adequada às características de seus alunos. O professor,
informando-se sobre o que o aluno já sabe sobre determinado conteúdo, poderá
estruturar seu planejamento, definir os conteúdos e o nível de profundidade em que
devem ser abordados.
A avaliação incluirá a observação dos avanços e da qualidade de
aprendizagem alcançadas pelos alunos ao final de um período de trabalho, seja este
47
determinado pelo fim de um bimestre ou de um ano, seja pelo encerramento de um
projeto ou sequência didática.
A avaliação final será subsidiada pela avaliação contínua, pois o professor
recolherá todas as informações sobre o que o aluno aprendeu ao acompanhá-lo,
sistematicamente para verificar o que foi ou não aprendido.
Será fundamental a utilização de diferentes linguagens, como a verbal, a
gráfica, a numérica, a pictórica, de forma a se considerar as diferentes aptidões dos
alunos.
A avaliação apesar da responsabilidade do professor, não deve ser
considerada função exclusiva dele. Delegá-la aos alunos, em determinados
momentos, é uma condição didática necessária para que construam instrumentos de
auto-regulação para as diferentes aprendizagens. A auto avaliação é uma situação
de aprendizagem em que o aluno desenvolve estratégias de análise e interpretação
de suas produções e dos diferentes procedimentos para se avaliar.
É preciso estar interessado em que o educando aprenda e se desenvolva
individualmente e coletivamente. “A liberdade é um sonho alimentado pelo homem”.
(Luckesi). Por isso é importante entender o significado de liberdade e poder fazer
uso dessa.
Como função classificatória a avaliação constitui-se num instrumento estático e
freador no processo de crescimento, com a função diagnóstica, ela constitui-se num
momento dialético do processo de avançar no desenvolvimento da ação, do
crescimento para autonomia, do crescimento para a competência, etc. Terá que se
situar e estar a serviço de uma pedagogia que esteja preocupada com a
transformação social e não com a sua conservação – A avaliação deve ser um ato
acolhedor integrativo, inclusivo, não um ato de julgar e excluir.
A avaliação não é um ato pela qual “A” avalia “B”. É o ato por meio da qual A e B avaliam juntos uma prática, seu desenvolvimento, os obstáculos encontrados ou os erros equívocos porventura cometidos. Daí seu caráter dialógico... Neste sentido, em lugar de ser um instrumento de fiscalização, a avaliação é a problematização da própria ação. (Paulo Freire)
Avaliar, portanto, não significa verificar “o que ficou” a nível de reprodução de
conhecimento (do livro, das ideias do educador, da reprodução que o educador faz
durante as aulas, etc.) mas a produção de conhecimento, a redefinição pessoal, o
posicionamento e a postura do educando frente as relações entre o conhecimento
existente numa determinada área de estudo e realidade sócio-educacional em
desenvolvimento.
48
Em todo momento o professor deve lembrar que propósito real da avaliação
não é premiar ou punir o aluno, mas ajudar a conhecer seu progresso real no difícil
caminho da aprendizagem. (Diaz Bordenave)
Assim sendo, não devem ser levado em conta apenas os resultados das
tarefas realizadas, o produto, mas também o que ocorreu no caminho, o processo.
Para isso é preciso observar:
I. Que tentativa o aluno fez para realizar as atividades?
II. Que dúvidas manifestou?
III. Como interagiu com os outros?
IV. Demonstrou alguma independência?
V. Revelou progressos em relação ao ponto que estava?
Nesta perspectiva, avaliar é efetivar oportunidades de AÇÃO – REFLEXÃO –
AÇÃO, num acompanhamento constante dos educadores, que levará o aluno à
novas questões e, em seu sentido amplo só será possível na medida em que estiver
a serviço da aprendizagem da educando.
É fundamental para o professor, também, a reflexão crítica sobre si mesmo e
sobre a prática pedagógica, através do feed back.
É pensando a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática e quanto mais me assumo como estou sendo e percebo a, ou as razões de ser, de por que estou sendo assim, mas me torno capaz de mudar, de promover-me. (Paulo Freire)
É pela formação vivencial do educador que a avaliação chegará à sala de
aula. A inclusão da auto avaliação da atuação dos professores como parte do
trabalho da escola permite que eles próprios aprofundem o conhecimento de suas
potencialidades e limites, enquanto equipe e no âmbito pessoal, e estabeleçam
metas e desafios próprios, que direcionam seus investimentos e tomadas de
decisão, em relação a formação e à organização de seu trabalho. Muitos casos de
não aprendizagem se explicam não por um desempenho inadequado do aluno, mas
por falta de preparação do professor, sua improvisação, falta de planejamento, falta
de flexibilidade na aplicação de um plano, desconhecimento ou não aplicações de
técnicas pedagógicas adequadas dos objetivos propostos, por comportamento
preconceituosos do professor. Outras vezes, a falha se encontra no próprio plano:
este, por vezes inexiste, por vezes existe, mas não está adequado.
49
Para que a avaliação seja ampla, consistente e não caia em julgamento feitos a
priori, além de critérios e indicadores claros, é necessário que se utiliza diferentes
meios tais como: a observação de classe, a discussão em equipe, a elaboração de
registros e auto avaliação.
A avaliação é um processo dinâmico que qualifica e oferece subsídios à
proposta pedagógica. Ela imprime uma direção às ações dos professores e dos
alunos.
7.7 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO
Podemos situar o currículo como um produto histórico, resultado de um
conjunto de forças sociais, políticas e pedagógicas que expressam e organizam os
saberes que circunstanciam as práticas escolares na formação dos sujeitos que, por
sua vez são também históricos e sociais. Nesta perspectiva, o currículo deve
oferecer, não somente vias para compreender tanto os saberes nele inseridos, como
também, os movimentos contraditórios os quais a sociedade vem enfrentando e de
que forma os sujeitos se inserem neles. Envolve todas as ações, aspirações e
concepções sobre o ato educativo, é a expressão das concepções (de homem, de
sociedade, de mundo, de ensino e aprendizagem, de método e de educação), das
aspirações sobre a escola e seu papel social, das práticas pedagógicas e das
relações nela vividas. O currículo não é neutro, é condicionado pela pluralidade de
imagens sociais que nos chegam de fora. Imagens sociais de crianças, adolescentes
e jovens nas hierarquias sociais, raciais ou de gênero, no campo e na cidade ou nas
ruas e morros. Essas imagens sociais são a matéria prima com que configuramos as
imagens e protótipos de alunos.
Tantos coletivos escolares e de áreas reagem a visão mercantilizada dos
educandos e dos conteúdos de sua docência, porém não empobrecem e
desqualificam os currículos, nem negam o direito ao trabalho, antes, estão
privilegiando outros conhecimentos sobre o mundo do trabalho, ao reconhecer os
educandos como sujeitos de direito ao trabalho e a se conhecerem nos limites desse
direito.
É preciso que no currículo escolar os objetivos sejam claros; deixar
transparente as propostas, as diretrizes que norteiam o trabalho pedagógico, os
50
conhecimentos científicos, os conteúdos escolares, os saberes trabalhados, as
técnicas, os meios, os métodos de trabalho docentes e discentes e as diferentes
formas que a escola propõe para o enfrentamento dos problemas sociais,
econômicos, políticos e culturais. O currículo situa-se como um produto histórico,
resultado de um conjunto de forças sociais, políticas e pedagógicas que expressam
e organizam os saberes que circunstanciam as práticas escolares na formação dos
sujeitos que, por sua vez são também históricos e sociais. Portanto, o currículo deve
oferecer, não somente vias para compreender os saberes nele inseridos, como
também, os movimentos contraditórios que a sociedade enfrenta e de que forma os
sujeitos se inserem neles. Assim, o currículo acaba se manifestando nas tensões e
contradições entre o caminho que se almeja percorrer, a interação deste caminho e
o ponto de chegada dele.
A seleção curricular deve expressar a realidade da sociedade para a qual se
destina, ao invés de expressar padrões alheios. Isso implica compreender a
natureza dessa sociedade e organizar a educação e o currículo para que expressem
e criem os valores adequados à uma sociedade democrática instruída e a uma
cultura comum.
Para montar um currículo deve-se levar em conta a sociedade em que se vive
o mundo globalizado em que nossa sociedade se situa as culturas, as
desigualdades e as diferenças culturais, o alunado com quem trabalhamos assim
como os conhecimentos que julgamos relevantes ao mundo de hoje. Assim, a
escola poderá ajudar o estudante a melhor entender como o mundo opera e torná-lo
melhor.
Portanto, é preciso haver sensibilidade por parte dos educadores a qual deverá
se traduzir em ações pedagógicas de transformação do sistema educacional em um
sistema inclusivo, democrático e aberto à diversidade.
7.8 CONCEPÇÃO DE METODOLOGIA
A transmissão – assimilação do saber sistematizado, ancorado numa
pedagogia histórica crítica é que norteará a metodologia da escola e o processo
ensino-aprendizagem, onde professores e alunos estão inseridos numa mesma
prática social, embora ocupem funções diferenciadas no processo pedagógico. A
prática se desenvolve pela mediação e cujas técnicas são: debates, discussões,
51
leituras, aulas expositivas dialogadas, trabalhos individuais e em grupo, com
elaboração de sínteses integradas.
A metodologia histórica crítica, propõe uma interação entre conteúdo e
realidade visando a transformação da sociedade:
I. INICIAL – Ponto de partida = vivido, ação, realidade, visão sincrética - aluno
(visão mecânica, nebulosa, desorganizada, saber empírico, senso-comum, culturas
diferentes), visão sintética – professor (saber erudito = ponto de chegada). Enquanto
o ponto de partida é a informação, o ponto de chegada é o conhecimento elaborado,
não espontâneo. Listagem dos conteúdos e objetivos.
II PROBLEMATIZAÇÃO – Percebido – reflexão – sujeito – dimensão dos
conteúdos a serem trabalhados – que conhecimentos são necessários para resolver
problemas da prática social – levar em conta o que o aluno sabe (empírico) e o que
precisa saber (científico) – Na prática pela prática (ação-ação) o professor não
problematiza – Na prática tradicional apresenta os conhecimentos, na didática atual
problematiza que conhecimentos... (Ação-> Reflexão->Ação).
III. INSTRUMENTALIZAÇÃO – Concebido – ação – realidade – apropriação
dos instrumentos teóricos e práticos. Ações dos professores e dos alunos para a
construção do conhecimento, mediação do professor. - Recursos humanos e
materiais.
IV. CATARSE – Ponto culminante – expressão elaborada – raciocínio e crítica
– construção de uma nova mentalidade, elaboração teórica da síntese da nova
postura mental - construção da nova totalidade concreta – avaliação = expressão da
síntese, deve atender as dimensões trabalhadas e aos objetivos.
V. PRÁTICA SOCIAL FINAL – Ponto de chegada – compreensão sintética –
manifestação da nova atitude sobre o conteúdo e da nova forma de agir – um saber
mais concreto e pensado para atuar e transformar as relações de produção que
impedem a construção de uma sociedade mais humana e justa – ações dos alunos,
nova prática social de acordo com aquilo que incorporou.
As ciências pedagógicas contemporâneas demonstram que o sujeito só
adquire conhecimento quando, num processo ativo (seja motor, perceptivo, reflexivo,
intuitivo), reconstrói o objeto de conhecimento.
7.9 CONCEPÇÃO DE CONTEÚDOS
52
Tratar os conteúdos em sua totalidade significa compreendê-los como síntese
de múltiplos fatos e determinações, como um todo estruturado, marcado pela
disciplinaridade didática. Tratar os conteúdos em sua dimensão prática é
compreender que a atividade educativa é uma ação verdadeiramente humana e que
requer consciência de uma finalidade em face à realidade, por meio dos conteúdos.
As instituições escolares podem constituir o diálogo entre as culturas populares
e universalizadas e os saberes científicos, acadêmicos e os populares, bem como os
diversos tipos de saberes em circulação na sociedade como objeto de análise,
crítica e re-significação.
Os conteúdos, ao expressarem a experiência social acumulada, devem
também contemplar as experiências da diversidade de ambientes culturais dos
alunos e para orientar as atividades pedagógicas em sala de aula. Portanto, a escola
articulará os conteúdos com a prática social, para que o aluno possa agir de forma
crítica e emancipatória e tenha condições de superar o senso comum e capacitá-lo
para a inserção social mais justa e mais humana.
7.10 GESTÃO ESCOLAR
A gestão democrática implica na efetivação de novos processos de
organização e gestão baseados em uma dinâmica que favorece o processo coletivo
e participativo nas decisões.
O gestor tem a incumbência de promover a organização, a mobilização e a
articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o
avanço do processo educacional do estabelecimento de ensino orientado para a
promoção efetiva para melhorar o desempenho na aprendizagem dos alunos, pois a
administração se firma na decisão coletiva e constitui-se em efetivo espaço de
comprometimento dos representantes da comunidade interna e externa com o
projeto pedagógico elaborado de forma compartilhada.
Para alcançar uma gestão com princípios democráticos, o gestor deve dar
ênfase ao trabalho coletivo, compartilhar sua administração com equipe pedagógica,
professores, setores administrativo e de serviços gerais, APMF, Grêmio Estudantil,
Conselho Escolar, alunos e comunidade escolar, descentralizando e mediando
53
funções, pois na educação não se consegue alcançar os objetivos trabalhando
sozinho.
A gestão democrática garante autonomia para construir seu próprio Projeto
Político Pedagógico e estabelecer seu sistema de funcionamento em consonância
com política educacional do estado. Nesse sentido a escola torna-se democrática
para sua essência pedagógica, traduzida por seu caráter público, pelas novas
relações sociais que estabelece pela democratização das decisões, pela formação
da cidadania.
O processo eletivo, por exemplo, passa a concretizar uma parte importante da
democracia na escola, pois a administração democrática ao se firmar na decisão
coletiva constitui-se, em efetivo espaço de comprometimento dos representantes da
comunidade interna e externa com o projeto pedagógico elaborado de forma
compartilhada.
A equipe pedagógica é responsável pela coordenação, implantação e
implementação, no estabelecimento de ensino, das Diretrizes Curriculares definidas
no Projeto Político Pedagógico e no Regimento Escolar, em consonância com a
política educacional e orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação.
7.11 CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se criança, a
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescentes aquela entre doze e
dezoito anos de idade.
A infância é um período de desenvolvimento intelectual, psicológico, físico e da
sua personalidade, por isto segundo o ECA, esta criança precisa de uma proteção, a
faze entre dez a doze anos é considerada pré adolescência, também o início da
puberdade a criança nesta faixa etária passa a compreender mais a sociedade,
ordens sociais e grupos o que torna esta faixa etária uma área instável no
desenvolvimento psicológico, começam as preocupações como as expectativas de
ser aceito por grupo, ou certas diferenças em relação a outras crianças da mesmo
faixa etária, se agravam aqui, e são um aspecto de maior relevância na
adolescência.
54
A palavra adolescência vem do antigo vocábulo “tone” que significa ofensa,
irritação e aflição; sua etimologia vem do latim, “adolescere” que signifia crescer.
Os adolescentes hoje, não são melhores nem piores do que antigamente, mas
sim, diferentes, pois, paralelamente à transformação morfológica, opera-se uma
transformação metabólica produzida pelo aparecimento de novos hormônios, assim
como a aceleração biológica, a orfandade devido à omissão e ausência dos pais, a
perda do controle da educação doméstica e aceleração do ritmo da história,
produzida pela revolução tecnológica contribuindo também para a aceleração
biológica.
Esse período construtivo o ajudará a se libertar de seus traços infantis e a
desenvolver sua própria independência. Nessa fase pode ser difícil para nós,
adultos, manter os canais de comunicação abertos, mas é preciso mantê-los, pois o
adolescente não pode controlar sozinho suas emoções de forma racional, tampouco
está equipado para enfrentá-las. Muitas vezes ele é reprimido, para que continue a
ser criança boazinha e obediente de ontem, ou é reprimido e instado para que se
comporte como o adulto, mas ele é simplesmente um “ adolescente” com seus
problemas, hostilizado ou mesmo abandonado. Seus problemas, para nós, podem
parecer banais, mas, para eles, são de grave, e importantes, porque são vividos,
sentidos e sofridos.
Os adultos que não podem enfrentar suas próprias dificuldades não estão
capacitados a enfrentar os problemas que surgem na vida do adolescente. A
maturidade das ações e reações dos adultos ajudará o adolescente a reconhecer
que a vida é 10% do que acontece a uma pessoa e 90% de como essa pessoa
reage diante dos acontecimentos.
As medidas disciplinares funcionam de forma mais afetiva quando eles
colaboram na elaboração das regras e das penalidades por sua desobediência; é
preciso aprender a se comunicar e abandonar as regras verbais intermináveis que o
deixam desanimado. Os gritos apenas enfraquecem a autoridade e fazem o
adolescente levar vantagem. É preciso falar seriamente com ele sobre a situação,
pois não pode fazer o que quiser e que exista regras necessárias à harmonia e à
paz – estabelecer um acordo formal (por escrito) – escolher elementos motivadores
que sejam importantes para eles. Recompensar imediatamente (reforço positivo) – é
preciso mais atividade física e menos intelectual, trabalhos que requerem
movimentação (música, desenho, oficinas, trabalhos manuais) – ser firme e
55
amoroso, pois quanto mais difícil for o aluno, mais necessidade de amor e aceitação
ele tem. Mesmo que ele rejeite tudo o que fizer, jamais o rejeite.
Nem tudo está perdido. Esses adolescentes excêntricos, independentes,
dogmáticos, ostensivamente rebeldes, poderá amanhã esfriar a cabeça, voltar à
realidade, e readaptar-se.
Se quisermos um mundo melhor batalharemos para devolver ao adolescente
sua condição humana, o que só será possível a partir de sua educação no sentido
de reafirmar-se como SER de valor infinito, oque é impossível de ser avaliado por
qualquer média de valor finito.
7.11.1 Articulação com a Educação Infantil:
Dado ao convívio de proximidade com as Escolas Municipais a articulação é
facilitada e até espontânea. Há uma fluente troca de informações quando o aluno
apresenta motivos para um conhecimento mais particularizado. Recore-se às trocas
de informações que vão além do histórico escolar oficial.
Quanto a metodologia os educadores são orientados sobre a necessidade de
concretizar os conteúdos propostos uma vez que uma vez que nem todos os alunos
nesta fase abstraem com eficiência os conteúdos repassados pelos professores.
A regência de sala é distribuída preferencialmente entre os professores mais
habilitados e fixos no quadro do Colégio, há um cuidado particular no apoio às
capacidades de organização pessoal, pelas exigências do horário por disciplinas.
Os familiares são comprometidos em estimular e apoiar a adaptação
necessária neste período e o regulamento escolar é detalhadamente estabelecido e
analisado com o educando e familiar quanto se insere no novo sistema escolar.
8 DESAFIOS EDUCACIONAIS CONTEMPORÂNEOS
Além do seu papel principal, que é o de passar aos alunos os conhecimentos
científicos acumulados pela humanidade, a escola depara-se com outra missão: sua
Função Social, a qual envolve práticas sociais, ou seja, questões econômicas,
políticas, culturais, ambientais, morais, religiosos, enfim, de toda ordem, que
assolam os cidadãos no mundo contemporâneo e exigem posicionamentos e
56
respostas da instituição escolar. É preciso situar que alguns dos Desafios
Educacionais Contemporâneos postos a escola, hoje, enquanto marcos legais, tem
uma historicidade ligada ao papel e à cobrança da sociedade civil organizada:
Educação Ambiental, Educação do Campo, História e Cultura Afro-Brasileira,
Cultura Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas, Enfrentamento à violência
na escola, Educação Fiscal, Educação para a Cidadania, Estatuto da Criança e do
Adolescente e Sexualidade.
Os “Desafios Educacionais” não podem se impor à disciplina artificial e
arbitrária, devem ser “chamados” pelo conteúdo da disciplina em seu contexto e não
ao contrário, transversalizando-o ou secundarizando-o, devem passar pelo currículo
somente como condição de compreensão do conteúdo nesta totalidade, fazendo
parte da intencionalidade do recorte do conhecimento na disciplina. Isto significa
compreendê-los como parte da realidade concreta e explicitá-la nas múltiplas
determinações que produzem e explicam os fatos sociais.
Os Desafios Educacionais Contemporâneos, além de pressupor um outro olhar
sobre questões sociais, culturais, ambientais e históricas, devem ser trabalhados na
disciplina os quais se contextualizam. A escola não dá conta de tudo, porém, pode
contribuir, de forma consciente e fundamentada como prevenção desses desafios,
entendendo-os na mesma perspectiva do conteúdo ministrado, debatendo-os e
analisando-os.
Tanto os desafios universais como os desafios do cotidiano podem e devem
ser discutidos como expressões históricas, políticas e econômicas da realidade
cotidiana. Tornam-se parte do conteúdo e, portanto, da Proposta Pedagógica
Curricular, quando e se inerentes à compreensão dos mesmos na totalidade. São
desafios do cotidiano, que conduzem o coletivo escolar a buscar os fundamentos
conceituais sobre os mesmos, entendendo-os nas dimensões históricas, sociais,
políticas econômicas, suscitando a busca por suportes concretos na totalidade e são
desafios, dada a compreensão dos mesmos em sua concretude.
8.1 ENSINO DA HISTÓRIA DO PARANÁ
A lei nº 13381 de 18/12/2001 torna obrigatório um novo tratamento, na Rede
Pública Estadual de Ensino, dos conteúdos da disciplina de História do Paraná, no
Ensino Fundamental e Médio, objetivando a formação de cidadãos conscientes da
57
identidade, potencial e valorização do nosso Estado. A disciplina de História do
Paraná deverá permanecer como parte diversificada, no currículo, em mais de uma
série ou distribuídos os seus conteúdos em outras matérias, baseada em bibliografia
especializada. A aprendizagem dos conteúdos curriculares deverá oferecer
abordagens e atividades, promovendo a incorporação dos elementos formadores da
cidadania paranaense, partindo do estudo das comunidades, municípios e
microrregiões do Estado. A Bandeira, o Escudo e o Hino do Paraná deverão ser
incluídos nos conteúdos da disciplina História do Paraná
O hasteamento da Bandeira do Estado e o canto do Hino do Paraná se
constituirão atividades semanais regulares e, também, nas comemorações.
Art. 1º. Torna obrigatório um novo tratamento, na Rede Pública Estadual de
Ensino, dos conteúdos da disciplina História do Paraná, no Ensino Fundamental e
Médio, objetivando a formação de cidadãos conscientes da identidade, potencial e
valorização do no nosso Estado.
§ 1º. A disciplina História do Paraná deverá permanecer, como parte
diversificada, no currículo, em mais de uma série ou distribuídos os seus conteúdos
em outras matérias, baseada em bibliografia especializada.
§ 2º. A aprendizagem dos conteúdos curriculares deverá oferecer abordagens
e atividades, promovendo a incorporação dos elementos formadores da cidadania
paranaense, partindo do estudo das comunidades, municípios e microrregiões do
Estado.
Art. 2º. A Bandeira, o Escudo e o Hino do Paraná deverão ser incluídos nos
conteúdos da disciplina História do Paraná.
Parágrafo único. O hasteamento da Bandeira do Estado e o canto do Hino do
Paraná se constituirão atividades semanais regulares e, também, nas
comemorações festivas nos estabelecimentos da Rede Pública Estadual.
A Bandeira do Paraná, segundo o historiador mourãoense Jair Elias dos
Santos Junior, foi criada em l892, pela junta do governo provisório do estado,
assinado pelo Coronel Roberto Ferreira, por Joaquim Monteiro de Carvalho e Silva e
Bento J. L. Lins. A execução foi do artista Pulo de Assunção e o projeto apresentado
por Manoel C. De Freitas em 03/07/1891.
58
8.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Em qualquer circunstância, o ser humano busca salva-guardar a própria vida, e
para tanto utiliza-se a maioria, das vezes, da natureza como refúgio, retirando dela
recursos naturais que podem vir a ficar comprometidos futuramente. O homem está
esquecendo que viemos da natureza e dela precisamos da mesma forma que o
corpo precisa da pele para se proteger dos efeitos externos. Dessa forma não pode
o homem, tornar-se um “filho desnaturado” da natureza, agredindo-a e afetando o
seu equilíbrio, sem se dar conta de que a própria natureza pode dar uma resposta
negativa no futuro.
A questão ambiental é complexa e abrangente, pois questiona os modelos de
ocupação e apropriação da natureza pelos seres humanos, bem como suas relações
com os modelos políticos e econômicos, envolvendo diferentes interações espaciais
de âmbito local e global.
Nós seres humanos, somos os únicos animais que transformam a natureza em
benefício de sua sobrevivência, porque temos capacidade de planejar ações e criar
armas, utensílios e instrumentos. No entanto, para atender as necessidades atuais,
estamos usando nossa capacidade de modo a tornar o ambiente insustentável para
as gerações futuras: poluímos as águas e o ar, alteramos o solo, as florestas estão
sendo destruídas em nome da ganância, a atmosfera está se transformando, e como
consequência o clima está se modificando, as geleiras derretendo e a camada de
ozônio, proteção da terra está comprometida.
Alterar o meio ambiente significa alterar as condições de vida das diferentes
espécies que habitam nosso planeta.
A intervenção artificial sobre o meio, hoje em dia muito veloz e violenta, altera
de tal modo as condições de vida das espécies que elas, não estando resistindo,
estão se tornando cada vez mais frágeis e até mesmo desaparecendo.
Os recursos da natureza, dos quais depende direta ou indiretamente a vida das
populações, são bem coletivos, isto é, pelo menos em tese, não podem ser
apropriados por um individuo ou um grupo de pessoas.
Nesse sentido a escola pode trabalhar desde questões de higiene, economia
da água, respeito ao patrimônio público, respeito ao próprio espaço e do outro,
poluição sonora, conservar as lixeiras e o destino dos lixos até problemas
59
específicos da realidade do aluno, não esquecendo das questões globais que
afetam todo o planeta.
Todos sabem da importância de trabalhar conteúdos significativos para o
aluno, isto é, trabalhar conteúdos que o permitam reconhecer e valorizar seu
cotidiano e estabelecer vínculos com que à escola lhe apresenta. Essas ligações
facilitam que se faça a aplicação desse conhecimento para outras situações,
ampliando-o.
Temos que entender que não somos senhores da terra, mas seus “filhos” e que
dela dependemos. A terra e a vida que o planeta abriga continuariam a existir sem a
nossa presença, mas nós existiríamos sem a natureza? Conservar o ambiente é
preservar a própria vida, pois, um interage com o outro. Precisamos, portanto,
proteger e, ou recuperar o ambiente onde vivemos e trabalhamos, pois o mundo se
deteriora através dos fenômenos de desiquilíbrio ecológico e desfilam acidentes
nucleares e climáticos, bem como doenças virais que ameaçam a vida na terra.
Cada um de nós, é responsável pela integridade e harmonia do mundo que nos
cerca, por isso devemos cuidar do nosso planeta como quem cuida da sua própria
casa.
A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa
integrada continua e permanente em todos os níveis e modalidades do Ensino
Formal, conforme Art. 10 da lei 9795 de 27 de abril de 1999.
Dessa forma entende-se por educação ambiental os processos por meio dos
quais os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem como de comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade.
8.3 EDUCAÇÃO DO CAMPO
Entendemos por escola do campo aquela que trabalha o interesse, a política, a
cultura e a economia dos diversos grupos de trabalhadores, nas suas diversas
formas de trabalho e de organização, na sua dimensão de permanente processo,
produzindo valores, conhecimentos e tecnologias na perspectiva do
desenvolvimento social e econômico igualitário desta população.
60
Pensar em uma proposta de escola do campo, hoje, não é pensar num ideário
pedagógico pronto e fechado, mas, ao contrario, é pensar num conjunto de
transformações que a realidade vem exigindo, projetando para a escola (ed. Básica)
neste espaço social, neste momento histórico.
É preciso incorporar as lições da educação popular na vida da escola, no jeito
de ensinar e de aprender. Pensar em como trazer para dentro da escola as
alternativas pedagógicas que vem sendo produzidas também fora dela; é preciso
analisar com cuidado todas as experiências e toda a discussão sobre renovação
pedagógica que vem acontecendo, a partir da escola no Brasil e no mundo; é
preciso pensar em um ambiente educativo que combine múltiplas atividades
voltadas às diversas dimensões de formação da pessoa.
Uma escola do campo precisa de um currículo que contemple necessariamente
a relação com o trabalho na terra. Trata-se de desenvolver o amor à terra e ao
processo de cultivá-la, como parte da identidade do campo, independente das
opções de formação profissional; é preciso que os currículos trabalhem o vínculo
entre educação e cultura, no sentido de fazer da escola um espaço de
desenvolvimento cultural, não somente dos estudantes; valorizar a cultura dos
grupos sociais que vivem no campo; conhecer outras expressões culturais; produzir
uma nova cultura, vinculada aos desafios do tempo histórico em que vivem
educadores e educandos e as opções sociais em que estão envolvidos.
“O campo é mais que um perímetro não urbano, é um campo de possibilidades
que dinamizam a ligação dos seres humanos com a própria produção das condições
da existência social e com as realizações da sociedade humana”. (Diretrizes...)
O campo é lugar de vida, onde as pessoas podem morar trabalhar, estudar
com dignidade de quem tem o seu lugar, a sua identidade cultural. O campo não é
só o lugar da produção agropecuária e agroindustrial, do latifúndio e da grilagem de
terras. O campo é o espaço e território dos camponeses e quilombolas. É no campo
que estão às florestas, onde vivem as diversas nações indígenas. Por tudo isso, o
campo é lugar de vida e, sobretudo de educação.
A educação básica do campo é condição fundamental para o exercício da
cidadania dos povos do campo. Sem dúvida, essa expressão contém muito mais
que o significado de um conceito. Traz em si a perspectiva de desenvolvimento para
uma importante parte da população brasileira.
61
A perspectiva da educação do campo é exatamente a de educar este povo,
estas pessoas que trabalham no campo, para que se articulem se organizem e
assumam a condição de sujeitos da direção e de seu destino; pensar e fazer a
escola a partir do projeto educativo dos sujeitos do campo, tendo o cuidado de não
projetar para ela o que sua materialidade própria não permite; trazer para dentro da
escola as matrizes pedagógicas ligadas as práticas sociais; combinar estudo com
trabalho, com cultura, com organização coletiva, com postura de transformar o
mundo... Prestando atenção às tarefas de formação específicas do tempo e do
espaço escolar.
Educação do campo: Resolução C. N. E. - 01/02
A presente resolução institui as Diretrizes Operacionais para a Educação
Básica nas escolas do campo e constituem em conjunto de princípios e
procedimentos que visam adequar o projeto institucional das escolas do campo às
diretrizes curriculares.
8.4 HISTÓRIA E CULTURA – AFRO-BRASILEIRA
Entendendo que a questão racial permeia toda a história social, cultural e
política brasileira e que afeta a todos nós, independentemente do nosso
pertencimento étnico racial. O movimento negro brasileiro tem feito reivindicações e
construído práticas pedagógicas alternativas, a fim de introduzir essa discussão nos
currículos. As escolas de Educação Básica estão desafiados a implementar a lei de
nº 11.645/08. Esta lei torna obrigatória a inclusão da história da Africa e da cultura
Afro-brasileira nos currículos dos estabelecimentos de ensino público e particulares
da Educação Básica – Ela acrescenta também que o dia 20 de novembro
(considerado o dia da morte de Zumbi) deverá ser incluído no calendário escolar
como dia Nacional da Consciência Negra.
Conforme Artigo 26 A; “Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio,
públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira
e indígena” - cujo conteúdo programático incluirá diversos aspectos da história e da
cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois
grupos étnicos, tais como o estudo da África e dos africanos, a luta dos negros e
indígena brasileira, o negro e o índio na formação da sociedade nacional,
62
resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política pertinentes
a história do Brasil.
A educação das relações étnico-raciais tem por objetivo a divulgação e
produção de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores que
eduquem cidadãos quanto a pluralidade étnico-racial, formando-os capazes de
interagir e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos, respeito aos direitos
legais e valorização de identidade, na busca da consolidação da democracia
brasileira.
Insere-se nessa perspectiva, além dos conteúdos de História e cultura afro-
brasileira, ações mais efetivas para o enfrentamento às diversas formas de
discriminação e manifestação explícitas do preconceito e da intolerância no
ambiente escolar, (ações diárias).
O conceito Afro-descendência tem por base a história e os processos de
formação de identidade afro-descendente. As populações resultantes de imigrações
forçadas devido ao sistema de produção do escravismo criminoso têm uma história
em comum no Brasil. São originários de um território de formação histórica e cultural
comum que é o continente africano, a história e a cultura africanas.
Esta população estabelece novas relações sociais e sofre as transformações
condicionadas, de certa maneira, pelo sistema escravagista e depois pelo
capitalismo racista. Nestes processos sociais produzem novas identidades que
resultam de uma origem comum e de uma história sociológica dessas populações.
Ações: Enfrentamento à discriminação étnico-racial no ambiente escolar –
implementação da Lei 10.630/03 – Pesquisa, produções, eventos e materiais
pedagógicos.
8.5 CULTURA INDÍGENA
A importância de se trabalhar a cultura indígena nas escolas não se trata de
um simples “resgate” do homem esquecido, nem de uma exaltação dos oprimidos ou
vencidos da história, mas sua importância na história do Brasil – com a construção
da figura do Bandeirante, entre outros mitos da colonização, o papel histórico do
índio foi completamente apagado. Contudo, esse povo lutou, através dos meios que
dispunha, contra uma minoria privilegiada e um modelo econômico brutalmente
imposto, que os mantinham cativos, que tratavam esse povo valente como um povo
63
conquistado ou colonizado, digno de ser explorado economicamente e, finalmente
excluído da história.
Em toda parte há vozes, cada vez mais numerosas, alertando para a
importância que os povos primitivos estão assumindo, não tanto como resquícios de
um passado que o progresso totalmente eliminara, mas como portadores de um
valor maior o qual depende nosso futuro. E o Brasil abriga em seu território duzentos
povos indígenas, com suas línguas, seus mitos, seus refinados conhecimentos da
terra, se dá ao luxo, por ignorância, racismo e preconceito, de desprezar e dilapidar
um patrimônio cultural rigorosamente inestimável. A cultura dos povos indígenas no
Brasil deixa, então, de ser uma herança negativa para tornar-se uma contribuição
fértil e promissora para a sociedade brasileira e para toda a humanidade.
O índio, senhor da terra por ocasião da chegada dos europeus, sempre
manteve e mantém ainda hoje, uma convivência harmoniosa e íntima com a
natureza.
A nova dimensão da questão indígena começa a provocar, dentro e fora do
país manifestações de toda ordem. O momento é, portanto, propício para tentarmos
compreender o que ocorre e favorecer, em novas bases, o encontro dos brasileiros
com os povos indígenas. Um re-encontro com o outro que, afinal é reconciliação
consigo mesmo, uma vez que as culturas indígenas são antes de tudo, cultura da
terra... que reconhecemos que integram de maneira definitiva no futuro comum.
Portanto, além do aspecto legal, constituição de 1988 e lei 10172/001, é de suma
importância e até obrigação de nós brasileiros tentamos fazer algo pelos povos
indígenas, sobretudo, respeitando sua cultura e seus costumes, acrescentando,
jamais impondo ou destruindo como o fizeram nossos antepassados.
Este tema será trabalhado de forma que a escola traga para o presente a
importante contribuição indígena para nosso país, através de pesquisas, produções,
eventos e atividades pedagógicas que envolvam todas as disciplinas principalmente
a de história.
Para tanto a SEED do Paraná subsidia os professores em sua prática
educacional, através dos Cadernos Temáticos que expressam diferentes olhares
sobre as populações indígenas e a educação escolar no interior das Terras
Indígenas.
Durante o 1º Congresso Indigenista Interamericano realizado no México, em
1940, representante de diversos países americanos decidiram convidar para o
64
evento, os índios, tema central do congresso. A comissão encarregada de fazer o
convite, porém, encontrou resistência por parte dos índios que acostumados à
perseguições e traições, mantinham-se afastados, sem interesse nos
esclarecimentos dos congressistas. Dias depois, convencidos da importância do
Congresso na luta pela garantia de seus direitos, os índios resolveram comparecer.
Era dia 19/04/1940. A partir então, esse dia passou a ser consagrado ao Índio.
8.6 PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS
Já existe indícios do uso de algum tipo de droga há dez mil anos antes de
Cristo. Provavelmente como uma forma de vivenciar experiências místicas ou curar
seus males. Por muitos séculos as drogas mais usadas pelo homem foram o ópio,
a cannabis e o álcool, sempre associadas a suas possíveis propriedades
terapêuticas ou em rituais místicos, como uma forma de aproximação com os
deuses. Porém, com o passar dos anos, o uso passou a adquirir um caráter
recreativo e abusivo.
São chamadas drogas de abuso aquelas substâncias com ação no cérebro,
que alteram o funcionamento e consequentemente o comportamento, podendo levar
à dependência. O consumo de álcool faz parte da vida de mais da metade dos
jovens brasileiros e a escola é o local mais associado ao consumo de drogas.
O número de usuários de drogas vem aumentando nos últimos anos em nosso
país. Há 20 anos, 15% dos jovens brasileiros usavam ou tinham usado drogas.
Observa-se também, nos últimos anos, uma redução da idade para o início do uso
de drogas, que já é expressivo aos 10 anos de idade.
O uso e o tráfico de drogas lícitas e ilícitas só vêm aumentando, demonstrando
que ações fragmentadas no enfrentamento e prevenção de drogas, bem como
legislações repressivas têm se tornado ineficazes.
O tratamento pedagógico da prevenção ao uso indevido de drogas constitui-se
um desafio, tendo em vista a sua dimensão e as situações diárias vivenciadas nas
escolas por diretores, pedagogos, professores, funcionários, alunos e
pais/mães/responsáveis no cotidiano escolar. Essa situação demonstra a urgência
de uma discussão mais crítica e politizada.
65
Os professores da Educação Básica, das diversas disciplinas, de todos os
níveis e modalidades de ensino, precisam tratar das questões referentes à
prevenção ao uso indevido de drogas, conforme a realidade e necessidade do
estabelecimento de ensino. Nesse sentido, é fundamental o trabalho articulado entre
instituições públicas e destas com a sociedade civil organizada, como por exemplo,
a Secretaria de Estado da Educação a desenvolver ações preventivas em parceria
com outras instituições governamentais, como a Secretaria da Saúde, ou da Criança
e Juventude, realizando um trabalho articulado de estudo e discussões sobre a
problemática das drogas e sua prevenção em âmbito escolar.
Além disso, é relevante que a própria comunidade escolar assuma o processo
preventivo, promovendo discussões nas reuniões pedagógicas sobre prevenção e
até inserir este assunto no currículo escolar por meio das diversas disciplinas.
Através de debates, pesquisas, danças, peças teatrais, projetos esportivos no
contra turno podem promover mudanças de comportamentos e estimular a revisão
dos atuais valores sociais como o imediatismo, consumismo, individualismo,
competitividade, para que nossos alunos possam viver melhor e desenvolver sua
cidadania.
8.7 VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
Em qualquer dicionário de Português, o termo violência é descrito como uma
qualidade ou estado do que é violento; força empregada contra o direito natural de
outro; ação que se faz com o uso de força bruta; crueldade; força; tirania; coação.
Ela existe a partir do momento que há ruptura de normas ou moral estabelecida.
Desde sempre o homem exerceu e foi alvo de violência e são vários os autores
que tentam explicar as causas deste fenômeno e em diversas áreas.
No que tange a violência na escola, o senso comum nos mostra que a relação
entre aluno e escola apresenta múltiplas fases do caminho do indivíduo.
Quando o aluno no ensino fundamental ingressa no sexto ano, inicia uma nova
fase nos seus relacionamentos e quanto as exigências no processo de
aprendizagem. Nessa nova estapa é feita com um grau de formalidade maior,
registram-se novos desafios do aluno no convívio escolar.
Pode-se apontar como causas da violência:
66
a) A Família. É neste núcleo que as crianças e jovens adquirem os modelos de
conduta que exteriorizam. A pobreza, violência doméstica, alcoolismo,
toxicodependência, promiscuidade, desagregação dos casais, ausência de valores,
detenção prisional, permissividade, demissão do papel educativo dos pais, etc., são
as principais causas que deterioram o ambiente familiar. Normalmente, os indivíduos
que vivem estas problemáticas familiares são sujeitos e alvos de violência. Há
famílias que participam diretamente na violência que ocorre nas escolas. Impotentes
para lidarem com a violência dos seus descendentes agem com descompromisso e
transferem o papel da educação para a escola, instigando a agressividade do
discente e fazendo com que ele deixe de valorizar o âmbito escolar e seus
superiores.
b) Os alunos. O que faz com que um aluno exerça violência? Muitas vezes a
raiz do problema não se centra na educação. O jovem apresenta problemas que
deveriam ser direcionados para a saúde mental infantil e adolescente, para a
proteção social ou até judicialmente. O cerne da questão é que muitas escolas
tentam resolver os problemas para os quais não estão preparadas e que não são da
sua competência. Na verdade, alguns alunos sentem a escola como uma imposição
por parte da família ou do Estado e isso faz com que tornem alunos desinteressados
e descompromissados.
c) Os grupos e turmas. Enquanto conjunto estruturado de indivíduos, têm
fundamental importância nos processos de socialização e de aprendizagem nos
jovens. Influenciam comportamentos que os adolescentes demonstram, sendo o
resultado de processos de imitação de outros membros do grupo. Em certas
manifestações públicas de violência, os jovens procuram obter segurança, respeito e
prestígio pela restante comunidade escolar. Numa sociedade onde os grupos
familiares estão cada vez mais desagregados, este vazio é preenchido por estes
grupos formados a partir de interesses e motivações diversas.
d) A escola que se auto-intitula de inclusiva, não o é de fato, pelo motivo de a
violência vivida e testemunhada fora da escola ter impacto direto e indireto sobre a
vida escolar: afeta o desempenho dos estudantes, as relações entre os alunos e dos
alunos com os professores e contribui para ampliar a violência social. Muitas vezes,
as raízes da violência na escola encontram-se na violência do bairro, na família e em
condições estruturais como a pobreza e privação.
67
A agressividade com que muitos alunos também se dirigem aos professores
tem levado alguns educadores a desistirem de sua profissão por temer ameaças. A
prática do bullying é mais comum do que pensamos, e como professores devemos
ficar ainda mais atentos, evitando e intermediando favoravelmente para que não
ocorra essa prática na comunidade escolar.
A questão da mídia e do computador influencia sobremaneira os adolescentes.
A escola tem esses grandes concorrentes que acabam por atrair mais os jovens. Por
outro lado, a “aprovação” ou conivência social diante desses modelos veiculados
pelos meios de comunicação de massa acontece ao mesmo tempo em que uma
profunda crise de valores afeta a sociedade. Vemos portanto que os alunos dedicam
maior tempo a esses veículos de comunicação em detrimento aos estudos e livros.
Seguem algumas ações que poderão auxiliar no combate a violência:
I. Grupo de estudo sobre o tema;
II. Reuniões com pais;
III. Exibição de reportagens;
IV. Leitura de textos específicos;
V. Debate em sala de aula;
VI. Atividades culturais.
8.8 EDUCAÇÃO FISCAL
A escola vive um período de expectativas, perplexidade, de crises de
concepções e paradigmas, mas também, um tempo de inúmeras possibilidades.
Uma destas possibilidades foi a introdução da Educação Fiscal pelo Programa
Nacional de Educação Fiscal.
A Educação Fiscal deve ser entendida como uma abordagem didático-
pedagógica capaz de interpretar as vertentes financeiras da arrecadação e dos
gastos públicos, estimulando o cidadão a compreender o seu dever de contribuir
solidariamente em beneficio do conjunto da sociedade e, por outro lado, estar
consciente da importância de sua participação no acompanhamento da aplicação
dos recursos arrecadados, com justiça, transparência, honestidade e eficiência, para
minimizar o conflito de ralação entre cidadão contribuinte e Estado arrecadador, no
intuito de fortalecer o ambiente democrático (HERNANDEZ, 1998).
68
A educação fiscal busca auxiliar o exercício da cidadania, ajuda o futuro
cidadão a entender melhor a função social do tributo. É um programa de âmbito
nacional com uma nova prática na área educacional que discute a relação do
cidadão com o estado, no campo financeiro, integrando sua duas vertentes:
arrecadação e o gasto público, e vigiando para que ambos sejam realizados com
eficiência, transparência e honestidade.
Assim compete a instituição de ensino a re-significação do espaço escolar, a
fim de que se transforme em um espaço vivo de interações, aberta a realidade e as
suas dimensões, para formar pessoas, capazes de exercitar a criticidade, a
autonomia e abertas a participação (DALMAS, 2005).
A educação fiscal ajuda a questionar melhor a transparência na gestão dos
recursos públicos, o que lhes possibilitava avaliar a qualidade e a propriedade dos
gastos e dos investimentos governamentais.
Como educadores podemos participar adquirindo conhecimento dos seus
conteúdos e, inserindo-os nas atividades de ensino-aprendizagem como um valor a
ser incorporado.
Como cidadãos adquirindo consciência política, tendo ética nas relações
sociais e exigindo o mesmo de seus representantes; acompanhando e fiscalizando
os serviços e obras públicas; denunciando sonegação de impostos e desvios de
dinheiro público; atuando nos processos de orçamento público; conservando os
bens públicos e participando das organizações comunitárias, sugerindo,
questionando e participando.
8.9 EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA
Educar para a cidadania é adotar uma postura, é fazer escolhas. É despertar
para a consciência dos direitos e deveres, é lutar pela justiça e não servir a
interesses seculares. É Uma urgência que grita e que deverá ecoar nos corações
humanos e não nos alarmes das propriedades que tentam proteger a vergonha do
que a civilização humana construiu. Para se alcançar isto, não se pode ficar
somente no ensinar para a cidadania. “É preciso construir o espaço de se educar na
cidadania. E neste sentido, não é somente a preposição que muda. Muda a postura
do professor que de cidadão que somente exige seus direitos passa a lembrar
também dos seus deveres” (PINSKY, 2000)
69
Precisamos, portanto, como escola, trabalhar cidadania com nossos alunos
através das atividades diárias e mecanismos que estimulem os valores como:
respeito ao patrimônio público, ao espaço do outro e ser um sujeito político. Ser
cidadão é ser alguém capaz de criar e transformar os conteúdos escolares, que
devem estar contextualizados e que através do conhecimento dos mesmos nossos
alunos tenham condições de transformações pessoais e sociais.
A contribuição da educação para a construção de uma nova sociedade refere-
se educar para a democracia e capacitar o cidadão para intervenção nas questões
sociais.
A cidadania e a conquista permanente dos direitos e realização dos deveres.
Isso implica na concretização dos direitos civis, políticos e sócio-econômicos, no
dever de participar e contribuir para o bem estar da sociedade. Todo cidadão é um
ser humano que deve conviver com outros seres, mas não pode estar na situação
de dominado, indiferente e omisso. A conquista da cidadania exige esforço, trabalho
e luta. Requer também a capacidade de compreender e analisar a realidade com
senso crítico e atuar na mesma criticidade.
Todo cidadão tem direitos e deveres e estes estão estabelecidos na
Constituição Federal Brasileira. Foram criados vários órgãos, entidades e estatutos
para que esses direitos e deveres fossem cumpridos e obedecidos:
Conselho Estadual da Criança e do Adolescente;
Vara da Infância e da Juventude;
Conselho Tutelar;
Educadores Sociais;
CEAD;
ONGs.
O Estatuto da Criança e do Adolescente lista os direitos fundamentais da
criança e do adolescente: direito à convivência familiar e comunitária; direito à
educação, cultura, esporte e lazer e direito à proteção judicial dos interesses
individuais ou difusos.
70
9 INSTÂNCIAS COLEGIADAS
9.1 CONSELHO ESCOLAR
O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da comunidade
escolar de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora de toda a
organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição
escolar em conformidade com a Constituição, a LDB, o ECA, o Projeto Político
Pedagógico e o Regimento Escolar.
Tem por objetivo:
I. promover o exercício da cidadania, articulando a integração e a participação
dos diversos segmentos da comunidade;
II. estabelecer políticas e diretrizes norteadoras da organização do trabalho
pedagógico do Colégio;
III. acompanhar e avaliar o trabalho pedagógico, desenvolvido pela
comunidade escolar.
O Conselho Escolar abrange toda a comunidade escolar é constituído pelos
seguintes conselheiros:
I. diretor;
II. representante da equipe pedagógica;
III. representante do corpo docente;
IV. representante dos agentes da Educação II;
V. representante dos agentes da Educação I;
VI. representante dos pais de alunos e/ou responsáveis;
VII. representante do Grêmio Estudantil;
VIII. representante da APMF;
IX. representante dos movimentos sociais organizados da comunidade.
A presidência do Conselho Escolar será exercida pelo Diretor do Colégio,
cabendo a este diligenciar pela efetiva realização das decisões do colegiado, e da
consolidação do Projeto Político Pedagógico do Colégio.
O Conselho Escolar será um fórum de permanentes debates, onde as reuniões
ordinárias serão bimestrais e quando se fizerem necessárias convocadas pelo
Presidente do Conselho ou Vice-Presidente.
71
Sua principal atribuição é de discutir, aprovar e acompanhar a efetivação do
Projeto Político Pedagógico do Colégio, eixo de toda a qualquer ação a ser
desenvolvida no Estabelecimento de Ensino.
O Conselho Escolar terá a função de analisar, emitir pareceres, tomar
decisões, avaliar e fiscalizar as ações pedagógicas, administrativas e financeiras
desenvolvidas na escola, objetivando a identificação de problemas e alternativas
para melhoria de seu desempenho, garantindo o cumprimento das normas da escola
estabelecidas no regimento escolar bem como a qualidade de ensino oferecido pela
instituição.
9.2 ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS – APMF
A APMF é um órgão de representação dos Pais, Mestres e Funcionários do
Estabelecimento de Ensino, não tem caráter político-partidário, religioso, racial e
nem fins lucrativos, não sendo remunerados os seus dirigentes e conselheiros. Para
a escolha da diretoria e conselheiros são realizadas eleições a cada dois anos
podendo ser reeleitos por mais dois mandatos.
A diretoria da APMF é composta de:
Presidente;
Vice-Presidente;
1º Secretário;
2º Secretário;
1º Tesoureiro;
2º Tesoureiro;
1º Diretor Sociocultural e Esportivo;
2º Diretor Sociocultural e Esportivo.
Objetivos da APMF:
I. Discutir ações de assistência ao educando para aprimoramento do ensino e
integração família-escola-comunidade, enviando sugestões de acordo com a
proposta pedagógica, bem como, prestar assistência aos educandos, professores e
funcionários, assegurando-lhes melhores condições de desempenho escolar.
II. Integrar a sociedade, no contexto escolar, discutindo a política educacional,
visando sempre a realidade dessa comunidade representando os reais interesses da
72
mesma, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino, visando uma escola
pública, gratuita e universal.
III. Proporcionar condições ao educando, para participar de todo processo
escolar, estimulando sua organização em Grêmio Estudantil, promovendo assim o
entrosamento entre pais, alunos, professores e funcionários e toda a comunidade,
através de atividades sócio-educativas e cultural-desportiva.
IV. Administrar os recursos financeiros próprios e os que lhes forem
repassados através de convênios, colaborando com a manutenção e conservação
do prédio escolar e suas instalações, conscientizando a comunidade para a
importância desta ação.
9.3 GRÊMIO ESTUDANTIL
O Grêmio Estudantil é uma organização sem fins lucrativos que representa os
interesses: cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais dos estudantes do
Colégio.
O estatuto é um documento que estabelece as normas sob as quais o Grêmio
funciona, explicando como serão as eleições, a composição da Diretoria e como a
entidade deve atuar em certos casos.
O Grêmio Estudantil tem por objetivos:
I. congregar o corpo discente do colégio;
II. defender os interesses individuais e coletivos dos alunos;
III. incentivar a cultura literária, artística, desportiva e lazer;
IV. promover a cooperação entre administradores, professores, funcionários e
alunos, no trabalho escolar, buscando o seu aprimoramento;
V. realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural, educacional, político,
desportivo e social com entidades congêneres;
VI. pugnar pela democracia, pela independência e respeito às liberdades
fundamentais do homem, sem distinção de raça, cor, sexo, nacionalidade, convicção
política ou religiosa;
VII. pugnar pela adequação do ensino às reais necessidades da juventude e do
povo, bem como pelo ensino público e gratuito;
VIII. lutar pela democracia permanente dentro e fora do Colégio, através do
direito de participação nos fóruns deliberativos adequados.
73
São instâncias deliberativas do Grêmio:
1) A Assembleia Geral dos Estudantes.
2) O Conselho de Representantes de Classe.
3) A Diretoria do Grêmio.
As atividades do Grêmio Estudantil são regidas pelo Estatuto, aprovado em
Assembleia Geral.
9.4 CONSELHO DE CLASSE
Conselho de Classe é o órgão colegiado que analisa, discute e delibera sobre
assuntos didático-pedagógicos, com atuação restrita a cada classe do
Estabelecimento de Ensino, constituído pela Direção, pela Equipe Pedagógica, por
todos os professores que atuam numa mesma classe, alunos e pais, quando
convocados.
Sua função essencial é a participação direta, efetiva e entrelaçada dos
profissionais que atuam no processo pedagógico, sendo o foco central o processo
de ensino e a aprendizagem dos educandos, constatada através da avaliação. No
colegiado são coletadas sugestões, ideias, para redefinir práticas pedagógicas e
ações coletivas e/ou individuais pela Escola, bem como aperfeiçoar o processo de
avaliação, tanto em seus resultados sociais como pedagógicos.
No Conselho de Classe, a avaliação deverá contemplar uma postura
diagnóstica, emancipatória e a busca conjunta de alternativas de ações que visem
encontrar formas eficientes para intervir nas situações problemas apresentadas e
consequente tomada de decisão; deverá configurar-se como uma prática de
investigação do processo educacional e como meio de transformação da realidade
escolar, identificando dificuldades, sucessos, fracassos, avanços – analisando,
compreendendo, desvelando, descobrindo, pesquisando, estabelecendo relações,
ampliando a visão, aprofundando questões, dialogando e construindo significados
para os alunos e para o coletivo.
Em se tratando de um órgão coletivo, o Conselho de Classe, torna inviável que
diversos segmentos da escola e mesmo os diversos profissionais agem segundo
projetos individuais.
Nesse contexto, a função social da escola não é questionada e os processos
corporativistas de lutas, submetem-se às definições coletivas. A dimensão dos
74
espaços coletivos é essencial para o estabelecimento de uma relação social
transformadora, e torna-se fundamental o resgate das instâncias colegiadas na
escola.
Se somos incapazes de avaliar as avaliações e fazer com que nossos alunos
usem sua voz (muitas vezes silenciadas), para expressar suas dúvidas, suas
insatisfações, seus sentimentos e suas propostas não podemos falar em avaliação.
(Enguita).
Assim, o professor deve acompanhar o processo de aprendizagem do aluno
confrontando as ações e o desempenho das mesmas frente à sua proposta de
trabalho – professor e aluno, num trabalho participativo de construção conjunta. A
avaliação da aprendizagem deve estar no Plano de trabalho do Professor e ser
discutida com os alunos.
Além da avaliação contínua é necessário que o sujeito tenha consciência do
andamento, ou seja, a auto avaliação, consciência de seu progresso e suas
dificuldades, a auto avaliação é que sintetiza o estágio de desenvolvimento da
autonomia pelo próprio indivíduo. Para o professor o processo de auto avaliação e
do Pré Conselho leva-o a:
I. rever criticamente sua atuação como professor;
II. repensar a metodologia empregado para o desenvolvimento dos conteúdos
previstos e em relação ao Projeto Político Pedagógico da escola;
III. identificar, em conjunto com o aluno, as causas que estão interferindo em
seu crescimento intelectual e afetivo;
IV. refletir em conjunto com a classe e indicar aspectos – possibilidades, atos –
atitudes que podem contribuir para melhorar o desenvolvimento do aluno como
pessoa e como estudante;
V. sinalizar melhor o caminho a ser percorrido;
VI. verificar até que ponto os objetivos estão sendo atingidos e identificar os
fatores que impedem sua consecução.
O Conselho de Classe tem por finalidade:
I. estudar e interpretar dados da aprendizagem na sua relação com o trabalho
do professor, na direção do processo ensino aprendizagem, proposto pelo Plano
Curricular;
II. acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos;
75
III. analisar os resultados da aprendizagem na relação com o desempenho da
turma, com organização dos conteúdos e o encaminhamento metodológico,
respeitando as diferenças e limitações da cada um.
São atribuições do Conselho de Classe:
I. levantar informações do porquê do baixo rendimento apresentado pelos
alunos, no processo de ensino aprendizagem e propor sugestões para sanar às
mesmas;
II. propor medidas que viabilizem um melhor aproveitamento escolar, tendo em
vista o respeito à cultura do educando, integração e relacionamento com os alunos
da classe;
III. estabelecer planos viáveis de recuperação dos alunos, em consonância
com o Proposta Curricular do estabelecimento de ensino ou seja, recuperar os
conteúdos não apropriados pelos alunos;
IV. decidir sobre aprovação ou reprovação do aluno que, após a apuração dos
resultados finais, que não atinja o mínimo solicitado pelo estabelecimento, levando
em consideração o desenvolvimento do aluno até então.
Das reuniões do Conselho de Classe será lavrado ata pela secretária, em livro
próprio, para registro, divulgação ou comunicação aos interessados, assinada pelos
participantes.
O CONSELHO DE CLASSE ocorrerá em três momentos:
I. Pré Conselho, será realizados pelos professores no decorrer dos bimestres
através de observações e anotações numa ficha pré combinado;
II. conselho de Classe, reunião de professores, equipe pedagógica,
representante do colegiado da escola e direção, para uma avaliação diagnóstica da
turma, do ensino e da aprendizagem dos alunos , intervenções realizadas e ações;
III. pós Conselho, Tomadas de Decisões a serem feitas para superar as
situações problemas apontadas no Conselho de Classe.
10 PLANO DE TRABALHO DOCENTE
CONTEÚDOS BÁSICOS
Entende-se por conteúdos os conhecimentos fundamentais para cada ano da
etapa final do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, considerados
imprescindíveis para a formação conceitual dos estudantes nas diversas disciplinas
76
da Educação Básica. O acesso a esses conhecimentos é direito do aluno na fase de
escolarização em que se encontra e o trabalho pedagógico com tais conteúdos é
responsabilidade do professor.
Por serem conhecimentos fundamentais para cada ano, não podem ser
suprimidos nem reduzidos, porém o professor poderá acrescentar outros conteúdos
básicos na proposta pedagógica, de modo a enriquecer o trabalho de sua disciplina
naquilo que a constitui como conhecimento especializado e sistematizado.
Esse quadro indica, também, como os conteúdos básicos se articulam com os
conteúdos estruturantes da disciplina, que abordagem teórico-metodológica devem
receber e, finalmente, a que expectativas de aprendizagem estão atrelados.
Portanto, as Diretrizes Curriculares fundamentam essa sequência de conteúdos
básicos e sua leitura atenta e aprofunda é imprescindível para compreensão do
quadro.
No Plano de Trabalho Docente, os conteúdos básicos terão abordagens
diversas a depender dos fundamentos que recebem do conteúdo estruturante.
Quando necessário, serão desdobrados em conteúdos específicos, sempre
considerando-se o aprofundamento a ser observado para cada ano e nível de
ensino.
O plano é o lugar da criação pedagógica do professor, onde os conteúdos
receberão abordagens contextualizadas histórica, social e politicamente, de modo
que façam sentido para os alunos nas diversas realidades regionais, culturais e
econômicas, contribuindo com sua formação cidadã. É, portanto o currículo em
ação. Nele estará a expressão singular e de autoria, de cada professor, da
concepção curricular construída nas discussões coletivas.
10.1 ORGANIZAÇÃO DA HORA ATIVIDADE
O Colégio prioriza a organização da hora atividade por disciplina, para que os
professores possam realizar com melhor aproveitamento no momento de estudo e
pesquisa para a elaboração de atividade e correção das mesmas, realizadas pelos
seus alunos e alternativas que valorizem o sucesso do ensino aprendizagem.
A Coordenação Pedagógica aproveita esse momento para subsidiar os
professores, sugerindo, orientando, buscando, em consonância com o professor,
possíveis soluções às necessidades dos mesmos e dos educandos, através de
77
textos dirigidos, reflexões e discussão. Procura-se elaborar e planejar a aplicação de
ações pedagógicas no decorrer dos bimestres, compartilhando experiências a fim de
melhorar o desempenho pedagógico, tendo o cuidado na mediação da elaboração e
execução do Plano de Trabalho Docente, o Livro de Registro de Classe.
10.2 FORMAÇÃO CONTINUADA
O conceito de formação do professor envolve uma concepção de continuidade,
de processo. Não busca um produto completamente pronto, mas um movimento que
se concretiza através da reflexão na ação e da reflexão sobre a ação.
A formação adequada promove a preparação de professores crítico – reflexivos
comprometidos com o próprio desenvolvimento profissional. Trata-se de uma
formação que articula a prática, a reflexão, a investigação e os conhecimentos
teóricos requeridos para promover uma transformação na ação pedagógica.
A teoria estrutura a prática, supera-a, aponta seus limites, sua evolução e seu
potencial de crescimento e se o professor não se apropria de uma teoria que lhe
permita ressignificar e reestruturar sua prática, ele não será capaz de transformá-la.
A valorização dos Profissionais da Educação do Estado do Paraná constitui um
dos princípios básicos estabelecidos por esta Secretaria. Dentre as inúmeras ações
desencadeadas para que esta valorização se efetive, são ofertados eventos de
formação continuada aos profissionais da educação, considerando o contido na LDB
9394/96, em seus artigos 67, 80 e 87, bem como na Lei Nacional nº 10172/2001 –
Plano Nacional de Educação e Plano Estadual de Educação.
A Coordenação de Formação Continuada, instituída pela Resolução 1467/04,
viabiliza a realização de eventos direcionados a uma rede de 65.000 profissionais do
sistema público educacional. Professores, pedagogos, diretores, secretários,
merendeiras, inspetores, bibliotecários e auxiliares de serviços gerais são os
profissionais que compõem o nosso público alvo. Também são ofertados eventos
para representantes da comunidade escolar, APMF (Associação de Pais, Mestres e
Funcionários) e Grêmio Estudantil.
A formação de professores implica uma reflexão sobre o próprio significado do
processo educativo, na sua relação com o processo mais amplo de constituição e
desenvolvimento histórico do ser humano.
78
Assim, pensar a capacitação dos profissionais da educação no contexto político
e social implica em preparar esse profissional para os desafios da chamada
globalização e/ou reestruturação produtiva do capitalismo.
No contexto escolar são realizadas as Paradas Pedagógicas, e as Formações
Continuadas promovidas pela SEED.
10.3 REGENTE DE TURMA
O professor Regente de Turma é escolhido pela direção e equipe pedagógica
sendo o responsável direto da turma. É o elo entre alunos professores e demais
segmentos do estabelecimento de ensino, visando melhor desempenho do aluno em
suas atividades escolares.
ATRIBUIÇÕES:
I. Estabelecer um clima de empatia e harmonia, a fim de conseguir a confiança
da turma;
II. estar atento quanto à disciplina, ordem, higiene pessoal e ambiental,
frequência e pontualidade e ao cumprimento do regulamento da escola;
III. organizar os lugares em sala de aula sempre que for necessário;
IV. estimular os alunos a um bom aproveitamento escolar;
V. comunicar à coordenação alunos que faltam com frequência;
VI. cooperar com a direção e a equipe pedagógica com informações,
sondagem de interesses e sugestões referentes à turma da qual é regente;
VII. fornecer dados sobre o rendimento escolar da turma e comunicar as
reivindicações dos alunos à direção e ou coordenação;
VIII. organizar e estimular a participação em eventos cívicos, esportivos,
recreativos e demais atividades escolares;
IX. representar a turma no Conselho de Classe;
X. no 9º ano do Ensino Fundamental e 3º ano do Ensino Médio, assumir o
compromisso de organizar e acompanhar a turma em promoções para arrecadar
fundos de formatura, organização de passeios, e demais eventos.
XI. promover a eleição dos representantes de turma.
79
10.4 REPRESENTANTE DE TURMA
A escolha dos representantes de turma (lideres) é feita através de eleições
entre os alunos da sala, coordenada pelo professor regente. São escolhidos os
representantes (líder) e vice (líder) por maioria simples, ficando a critério do
professor regente o tempo de permanencia dos eleitos na função, que poderá ser
semestral. Os líderes escolhidos devem ter um perfil de aluno dedicado,
comprometido, que tenha um bom relacionamento com o grupo e que venha
contribuir para o crescimento da turma, que tenha iniciativa, seja leal, assíduo às
atividades escolares, dinâmico e que influencie sua turma de modo positivo.
ATRIBUIÇÕES:
I. Verificar, antes de começar as aulas, se o quadro está limpo, janelas abertas,
zelar pelo bom ambiente de estudos;
II. ao saírem da sala, o líder deve verificar se foram apagadas as luzes e
desligados os ventiladores, ar condicionado, observar se ninguém esqueceu algo;
III. ser porta voz de sua turma, transmitir aos colegas os recados dados pela
direção, professores e coordenação;
IV. participar do Conselho de Classe e reuniões quando for solicitado;
V. colaborar com os colegas novatos para que se adaptem ao ambiente
escolar;
VI. zelar pela conservação de tudo que se refere à escola;
VII. visitar ou pedir que visitem colegas doentes;
VIII. manter na turma um ambiente de amizade e união, clima de paz, respeito,
honestidade, interesse, cooperação e compreensão;
IX. despertar na turma o respeito e o cumprimento do regulamento interno,
critérios e normas disciplinares, conscientizando-os sobre os direitos e deveres de
cada aluno;
X. levar ao conhecimento do professor regente, coordenação e/ou direção as
dificuldades enfrentadas pela turma;
XI. quando algum colega da turma faltar aulas, transmitir a este, os assuntos
tratados na aula daquele dia.
80
10.5 AVALIAÇÃO
As formas de registros avaliativos são a partir de notas e a sistematização dos
resultados das avaliações realizadas é através de boletins bimestrais.
A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressas em escala
de zero a dez pontos, observando os seguintes critérios:
I. testes e provas, totalizando 6,0 (seis vírgula zero) pontos;
II. atividades diversas: interpretação de textos, apresentação de trabalhos
individual e/ou produção de trabalhos, pesquisa e realização de tarefas,
totalizando 4,0 (quatro vírgula zero) pontos.
Para as disciplinas com mais de duas aulas semanais, recomenda-se realizar
mais de que uma prova em cada bimestre, de acordo com a especificidade da
disciplina a avaliações poderá ser teórica e prática.
Para obter a média do bimestre o professor fará a somatória referente aos dois
critérios. A comunicação dos resultados é feita bimestralmente onde o aluno que
tiver todas as notas acima da média 6,0 recebe o seu próprio resultado, os demais
são convidados os pais ou responsáveis legalmente constituídos para uma reunião e
receber o resultado dos filhos.
No quarto bimestre constarão nos boletins as seguintes simbologias: AP –
Aprovado e REP – Reprovado, cuja média é 6,0, APCC – Aprovado Pelo Conselho
de Classe. O conselho, em sua maioria decidirá, analisando cuidadosamente e
individualmente as situações apresentadas para que o aluno seja aprovado ou
reprovado.
10.6 RECUPERAÇÃO
A recuperação de estudos deve ser concomitante e registrada no livro registro
de classe, campo de conteúdos, indicando o instrumento utilizado que conteúdo foi
retomado o valor e o dia em que ocorreu a reavaliação.
Com relação a testes e provas:
I – a recuperação consiste na retomada de conteúdos, deverá ser realizada
sempre que o professor perceber que o aluno não teve a compreensão do mesmo e
proporcionar aos alunos uma nova avaliação;
81
II – se a recuperação referente ao critério 01 (testes e provas) apresentar ou
revelar melhor aproveitamento deverá substituir a nota da avaliação anterior.
Quando da parte oral:
I - se for uma apresentação de trabalho o professor deverá proporcionar ao
aluno uma nova oportunidade para que repita a atividade com maior
aprofundamento do conteúdo e dedicação;
II - se for um apanhado de desenvolvimento oral do aluno em sala de aula e
este teve pouca participação ou não teve participação, o professor deverá
oportunizar um momento para que apresente um determinado conteúdo para sala
(desde que o aluno tenha ciência que durante o tal bimestre a forma de avaliação
será oral).
Quanto da parte de produções escritas: se for uma produção de texto, uma
redação, dissertação, argumentação, trabalho de pesquisa em grupo ou individual, o
professor deverá devolver ao aluno, orientá-lo e solicitar que esta atividade seja
refeita.
11 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
“Temos o direito de ser iguais sempre que a diferença nos inferioriza; temos o
direito de ser diferentes sempre que a igualdade nos descaracteriza”
Boaventura de Souza Santos
A História da formação do povo brasileiro tem como característica principal a
miscigenação, a riqueza das diversas culturas, dos diversos povos que foram aos
poucos constituindo este povo, esta nação, este país com dimensões geográficas e
humanas continentais. Esta diversidade rica e constitutiva de valores inquestionáveis
trouxe no seu bojo diferenças implantadas pelos povos colonizadores em detrimento
aos colonizados. A visão de estatização social e econômica oriunda dos países
dominantes na era das grandes navegações e da expansão comercial, fez com que
houvesse o uso de mão-de-obra de forma escravista ou de exploração hoje não
aceitável. Conhecer estas formas de exploração, questioná-las e ultrapassá-las,
garantindo o direito de cidadania a todos os formadores deste país é também função
82
da escola, por se tratar de local de aprendizagem significativa, formadora de agentes
sociais.
Na escola há que se vivenciar diariamente a inclusão de todos os
componentes étnicos de forma natural e garantir a cada um, pelo menos neste
espaço, o direito de constituir-se como letrado, conhecedor de sua real história e
sujeito dela. Para auxiliar neste trabalho, formaram-se as Equipes Multidisciplinares,
que como instância de organização do trabalho pedagógico pode mediar a
possibilidade de subsidiar estas relações. Por isso mesmo, deve, esta equipe, ser
coordenada preferencialmente pela equipe pedagógica pela equipe pedagógica, e
instituídas por Instrução da SUED/SEED, de acordo com o disposto no art. 8º da
Deliberação nº 04/06 – CEE/PR, com a finalidade de orientar e auxiliar o
desenvolvimento das ações relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena, ao longo do período
letivo.
A Equipe é constituída por um Pedagogo, um Agente Educacional, um
representante das Instâncias Colegiadas, um Professor da área de Biológicas, um
Professor da área de Exatas, Professor da área de Humanas. Por meio da
articulação das disciplinas da Base Nacional Comum, em consonância com as
Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica e Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História
e Cultura Afro-Brasileira e Africana, com vistas a tratar da História e Cultura da
África, dos Africanos, Afrodescendentes e Indígenas no Brasil, na perspectiva de
contribuir para que o aluno negro e indígena mire-se positivamente, pela valorização
da história de seu povo, da cultura, da contribuição para o país e para a
humanidade.
11.1 PLANO DE AÇÃO
Objetivo Geral
Produção de conhecimento, atitude, postura e valores que eduquem o cidadão
quanto à pluralidade étnico-racial, para avançar na direção da construção de
relações sociais justas e igualitárias.
Objetivos Específicos:
83
I - subsidiar equipe pedagógica e professores na elaboração do Plano de
Trabalho Docente para que seja contemplado neste, as temáticas referente ao
ensino da cultura afro brasileira, africana e indígena;
II - subsidiar o Conselho Escolar na realização de ações de enfrentamento ao
preconceito, discriminação e racismo no ambiente escolar;
III - sensibilizar a comunidade escolar da importância do conhecimento da
História e das Leis que fundamentam o trabalho escolar que contempla os Temas
Educacionais Contemporâneos;
IV - viabilizar momentos de estudos nas disciplinas através de um processo
interdisciplinar e estratégias utilizadas entre as diferentes áreas do conhecimento;
V - criar condições para organização de atividades multidisciplinares, que
contemplem as diversas áreas de forma integrada;
VI – reavaliar o Projeto Político Pedagógico do Colégio, para atualização da
caracterização Sócio-Econômico e Cultural da Comunidade Escolar, conhecer o
pertencimento étnico-racial e perfil do aluno;
VII - resgatar a história afro descendente, com mostras da diversidade e
danças étnicas;
VIII - valorizar, reconhecer a cultura e a organização das tribos indígenas e a
superação dos estereótipos presentes no cotidiano escolar.
Justificativa das Ações
O enfrentamento a discriminação étnico-racial no ambiente escolar,
principalmente afro descendente e indígena descrito na Proposta Curricular do
Colégio, subsidiar os professores para contemplar paralelamente aos seus
conteúdos no Plano de Trabalho Docente, pois sempre foram vistos com muita
dificuldade devido à falta de conhecimento. A fim de garantir a execução das Leis
10.639/03 e 11.645/08. Enfrentamento aos desafios contemporâneos.
Ações a Serem Desenvolvidas:
I - promover encontros mensais com a Equipe Multidisciplinar para estudo e
planejamento de ações a serem desenvolvidas pela escola, referente a história e
cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena conforme leis 10.639/03, 11.645/08 e
12.288/10.
84
II - enfatizar em momentos de paradas pedagógicas, os temas relacionados
aos Desafios Educacionais Contemporâneos, principalmente os contidos nos
Cadernos Temáticos – Desafios Educacionais Contemporâneos: Educando para as
Relações étnica raciais I e II, História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, Educação
Escolar Indígena, Educando para as relações étnicas raciais.
III - diagnosticar as culturas étnicas raciais para contemplar no Projeto Político
Pedagógico do Colégio.
IV - participar de Festival Cultural realizado pelo Colégio.
V - orientar os professores quanto a necessidade da articulação dos conteúdos
no Plano de Trabalho Docente (PTD) em cada disciplina.
VI - visitar povos indígenas e quilombolas da região.
A avaliação das Ações Realizadas pela escola será feita no decorrer das
atividades a serem desenvolvidas.
12 PROJETO DE LEITURA
I - Justificativa
É papel da Escola e do professor proporcionar aos que nela frequentam
oportunidades de acesso aos mais variados meios de adquirir o conhecimento,
sendo a leitura um dos principais.
Neste Estabelecimento de Ensino já foi desenvolvido projeto semelhante a
este, porém com o passar do tempo, foi deixado de lado. A necessidade de retomá-
lo advém da falta de vontade da grande parte dos nossos educandos em ler, mesmo
como subsídio em atividades do cotidiano escolar, solicitadas pelos professores.
Sabe-se que a leitura deve ser trabalhada e desenvolvida nas diversas
situações em sala de aula e fora dela, despertando o gosto e o interesse por aquilo
que foi registrado por alguém. No entanto, muitos educadores estão preocupados,
pois se os alunos não estão lendo, consequentemente a falta de leitura será visível
no processo de aprendizagem.Deve ser lembrado, entretanto, que o trabalho de
incentivo à leitura deve partir dos professores, e não somente do professor de
Língua Portuguesa, mas de todas as disciplinas.
II - Objetivo Geral
Incentivar e promover a leitura, presente no contexto escolar, tornando-a num
ato prazeroso e possibilitando a ampliação do repertório literário, o desenvolvimento
do senso crítico e a interação social.
85
III- Objetivos Específico
- Despertar o gosto pela leitura de livros infanto-juvenis, revistas...
- Expandir o conhecimento da própria leitura.
- Estimular o desejo de outras leituras.
- Desenvolver a capacidade de compreender o texto que lê, informações
explícitas e implícitas.
-Aproximar o leitor dos textos e os tornar familiares- condição para a leitura
fluente e produção de textos.
- Possibilitar a vivência de emoções e o exercício da fantasia e da imaginação.
- Ampliar o léxico.
- Perceber na leitura uma prática pedagógica, reflexiva, como forma de
ampliar conhecimentos, facilitar a escrita, melhorar a comunicação, simplificar a
compreensão e melhorar o rendimento escolar.
IV – Metodologia
- Motivar os alunos para que o momento da leitura aconteça de forma
agradável.
- Leitura silenciosa, individualizada, em todas as turmas, num mesmo
momento.
- As obras, fontes, estilos, gêneros serão selecionados pelos professores e de
livre escolha pelos alunos.
- O professor poderá conversar sobre o que foi lido, trocando impressões,
avaliando suposições feitas, relacionando-as com outras leituras ou gêneros textuais
e às histórias pessoais.
V - Cronograma
- Semanalmente, iniciando na segunda-feira, na semana seguinte na terça-
feira, e assim sucessivamente.
- Horário: Nas quartas aulas, em todos os turnos.
- Tempo de duração: Quinze minutos.
VI – Avaliação
Os benefícios que a leitura proporciona poderão ser notados no processo de
aprendizagem.
Promover discussões sobre a aceitação e andamento do projeto, tanto por
parte dos alunos, bem como dos professores, coletando sugestões para melhoria e
realimentação do mesmo.
86
13 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PPP
Ordinariamente, as avaliações do P.P.P. devem ser feitas bimestralmente em
reuniões realizadas por todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
Extraordinariamente, a avaliação e realimentação do P.P.P., se fará
diariamente, porque as coisas acontecem na escola todos os dias e por isso as
práticas políticas e pedagógicas sempre devem ser avaliadas e revistas.
14 ATA DE APROVAÇÃO DO P.P.P.
Ata nº 04/11
Aos quatro dias do mês de outubro de dois mil e onze às vinte horas, reuniram-
se na sala da direção do Colégio Estadual Dr. João Cândido Ferreira Ensino
Fundamental e Médio os membros integrantes do Conselho Escolar deste
estabelecimento para aprovar o texto do Projeto Político Pedagógico a ser
encaminhado ao Núcleo Regional de Educação de Toledo. Após tomarem ciência do
documento todos o aprovaram por unanimidade. Não havendo nada mais a constar
lavrei a presente ata que será assinada pelos presentes. Toledo, 04 de outubro de
2011.
87
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAPIA. Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre os
Estudantes. O que é Bullyng?
ARROYO, Miguel Gozalez e Caldart, Roseli Solete. Por Uma Educação no Campo.
Ed. Vozes. Petrópolis 2005.
AZEVEDO, Ana. Duff, Marisol. Graud Slan Conibo. SP. Logman. 2004.
BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial Projeto Escola
Viva. Brasília:
CARVALHO, Edler, Rosita. Removendo barreiras para a aprendizagem:
educação inclusiva. Porto Alegre. Mediação. 2001.
_____________ Educação Inclusiva. Porto Alegre. Mediação. 2004
CIAVALTA, Maria Ramos, Ensino Médio Integrado – Concepções e contradições
Ed. Cortez, 2005.
DALMÁS, A. Planejamento participativo na escola: elaboração acompanhamento, e
avaliação. Petrópolis: Vozes, 2005.
Deliberação n° 007/99 - “Recuperação de Estudos”
DCE – Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica. Governo do
Estado do Paraná. SEED. Curitiba-PR, 2006.
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS para Educação das Relações
Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana.
DROUET, Ruth Caribé da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. Ed. Edusp
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática
educativa. 11. ed. Coleção Leitura. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
_____________ Pedagogia da Indignação. Cartas Pedagógicas e Outros Escritos.
6ª. Reimpressão. São Paulo: Unesp, 2000.
_____________ Afetividades e práticas pedagógicas – 2007.
88
FRIGOTTO, Gaudêncio. Ensino Médio Integrado. Concepção e contradição Ed.
Cortez, 2003.
GASPARIN, João, Luiz. O processo de ensino numa perspectiva histórico crítica.
2007.
HERNANDEZ F; VENTURA M. A organização do currículo por projetos de
trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
INFOESCOLA – História do Paraná. Lei n° 13381 – 18/12/2001.
LDB – Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei nº 9394, de 20 de dezembro
de 1996.
LUFT, Lia. Artigo da revista Veja 29/07/09.
MEC. Plano de Desenvolvimento da Educação. Brasília. 2008.
MOREIRA, Antônio Flávio e Silva da Tomaz Tadeu. Currículo, Cultura e Sociedade.
Ed. Cortez. SP. 2005.
NEREA – Núcleo de Educação Étnico-Raciais e Portal Educacional do Estado do
Paraná. Plano de Ação. 2009.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamentos da Diversidade e do Ensino Fundamental. Coordenação de Desafios
Educacionais Contemporâneos. Curitiba, SEED - PR. 2008. Cadernos Temáticos
. Educação Ambiental, Educação do Campo, História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana, Educação Escolar Indígena, Prevenção ao Uso Indevido de Drogas.
Enfrentamento À violência na Escola e Educando para as Relações Étnico-
Raciais I e II.
PARANÁ, Conselho Estadual de Educação. Deliberação 02/03.
PINSKY, Jaime. Cidadania e Educação. São Paulo: Contexto, 2000.
PNBE. Programa Nacional Biblioteca da Escola – MEC. Brasília. 2008.
KATHIE, Njaine. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Fundação Oswaldo Cruz. 2003.
Kit – Cultura Indígena no Paraná. PROVOPAR. PR. Ação Social. Curitiba. 2006.
REIS, Emerson dos Santos. Projeto Político Pedagógico: moda, exigência ou
tomada de consciência? In: BELLO, José Luiz de Paiva. Pedagogia em Foco. Rio de
Janeiro.2001.
89
SAVIANI, Dermeval. Educação e Política – 2003.
SEED. Apostilas – Grupos de Estudo de 2009. “A desordem na Relação Professor-
Aluno” “Refazendo o Caminho do Currículo” “Rumos da Avaliação neste século”.
SEED. Departamento de Educação Especial. Inclusão e Diversidade; Reflexão para
Construção do Projeto Político Pedagógico. Curitiba. SEED/SUED. 2005.
SEED. Coordenação de Gestão Escolar – Conselho de Classe Final. 2008.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Trad. Grupo de Desenvolvimento
e Ritmos Biológicos-Departamentos de Ciências Biomédicas – USP. São Paulo:
Martins Fontes, 1984.
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/provabrasil_orientacoes_le
itura_resultados.pdf
Top Related