CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS CEEBJA GUARAPUAVA
Rua Saldanha Marinho, 2131 – Bairro Batel CEP 85.010.290
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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR – 2013
CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
DISCIPLINA: QUÍMICAENSINO MÉDIO
CONCEPÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA
A consolidação da Química como ciência foi um dos fatos que permitiu o
desenvolvimento das civilizações, determinando maneiras diferenciadas no modo de vi
ver. A Química está inserida nas ações e nos recursos utilizados nas diversas atividades
diárias das pessoas e, segundo BIZZO (2002, p.12),
o domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da mesma forma, decisões a respeito de questões ambientais, por exemplo, não podem prescindir da informação científica, que deve estar ao alcance de todos.
Assim, a Química fundamentase como uma ciência que permite a evolução
do ser humano nos aspectos ambientais, econômicos, sociais, políticos, culturais, éticos,
entre outros, bem como o seu reconhecimento como um ser que se relaciona, interage e
modifica, positiva ou negativamente, o meio em que vive.
A Química como ciência contempla as tradições culturais e as crenças popu
lares que despertam a curiosidade por fatos, propiciando condições para o desenvolvi
mento das teorias e das leis que fundamentam as ciências. BIZZO (2002, p.17), afirma
que
a ciência não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica, mas em um certo tipo de verdade que é diferente dessas outras. Não é correta a imagem de que os conhecimentos científicos, por serem comumente fruto de experimentação e por terem uma base lógica, sejam “melhores” do que os demais conhecimentos. Tampouco se pode pensar que o conhecimento científico possa gerar verdades eternas e perenes.
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Desta forma, é importante considerar que o conhecimento químico não é
algo pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação.
A Química, trabalhada como disciplina curricular do Ensino Médio, deve
apresentarse como propiciadora da compreensão de uma parcela dos resultados obtidos
a partir da Química como ciência.
A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. (...) Existe portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14)
Essa percepção deve fazer parte do trabalho pedagógico realizado nas esco
las e conforme MALDANER (2000, p.196),
compreender a natureza da ciência química e como ela se dá no ensino e na aprendizagem passou a ser um tema importante, revelado a partir das pesquisas educacionais, principalmente as pesquisas realizadas na década de 1980 sobre as idéias alternativas dos alunos relacionadas com as ciências naturais. No âmbito da pesquisa educacional, mais ligado à educação científica, estava claro, já no início dos anos 90, que era fundamental que os professores conhecessem mais o pensamento dos alunos, bem como, a natureza da ciência que estavam ensinando. No entanto, isso não era prática usual nos cursos de formação desses professores
Tal consideração vem de encontro com a forma com que muitos educadores
têm trabalhado esta disciplina, priorizando fatos desligados da vida dos educandos, em
que os educadores abordam, principalmente, os conteúdos acadêmicos, enfatizando a
memorização, o que torna a disciplina desvinculada da realidade dos seus alunos e sem
significação para sua vida.
Considerando que uma das funções do aprendizado dos conhecimentos quí
micos na escola deve ser a de perceber a presença e a importância da Química em sua
vivência, para DELIZOICOV .et.al. (2002, p.34),
a ação docente buscará constituir o entendimento de que o processo de produção do conhecimento que caracteriza a ciência e a tecnologia constitui uma atividade humana, sóciohistoricamente determinada, submetida a pressões internas e externas, com processos e resultados ainda pouco acessíveis à maioria das pessoas escolarizadas, e por isso
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passíveis de uso e compreensão acríticos ou ingênuos; ou seja, é um processo de produção que precisa, por essa maioria, ser apropriado e entendido.
IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA
A Química é uma ciência experimental que estuda os materiais que consti
tuem a natureza e as suas transformações. Por estar presente em diversas atividades seu
aprendizado é vital para o entendimento de inúmeros fenômenos, que permitem traçar
parâmetros para avaliar o desenvolvimento tecnológico, social e econômico. A Química
está relacionada às necessidades básicas dos seres humanos, como a alimentação, vestu
ário, saúde e outras, sendo que a compreensão de noções básicas de conteúdos químicos
e seus usos podem trazer muitos benefícios ao homem e à sociedade. Na modalidade de
educação para jovens e adultos o ensino desta disciplina deve priorizar aos aspectos con
ceituais a reorganização, ampliação e produção de novos significados. Ressaltando a vi
são crítica e o pensamento dialético em permanente discussão sobre tecnologia, aspectos
sociais, ética, moral e os Desafios Educacionais Contemporâneos.
Objeto de estudo da Disciplina.
A matéria;
Transformação da Matéria;
A Energia envolvida nessas transformações.
OBJETIVOS GERAIS
Dar condições ao educando da EJA de participação na construção de co
nhecimentos científicos a partir da reconstrução dos conhecimentos prévios presentes
em sua cognição;
Desenvolver pela abordagem de conteúdos significativos a compreensão de
conceitos químicos e/ou percepção de sua relação com o cotidiano, propiciando aos
educandos uma reflexão sobre a teoria e a prática;
Formar um aluno que ao se apropriar de conhecimentos científicos
apresente a capacidade de refletir criticamente sobre o período histórico atual em
análise de textos, documentários, notícias da mídia e outros;
Construir uma visão de mundo articulado e menos fragmentado, para que
o indivíduo mostrese como integrante ativo de um universo em constante
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transformação.
O ensino de Química deve levar o aluno a possuir autonomia intelectual
para a resolução de problemas cognitivos e práticos e assim transformálo em indivíduo
responsável e solidário com a comunidade.
Portanto, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Química
na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção
do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa
argumentar e se posicionar criticamente.
ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS
Conteúdos Estruturantes.
Matéria e sua Natureza.
Biogeoquímica.
Química Sintética.
Conteúdos Específicos.
1º registro:
Matéria e substâncias (introdução ao estudo da química, propriedades da
matéria, substâncias e misturas, fenômenos e métodos de separação)
Estrutura Atômica
Tabela Periódica (fórmula do corpo, periodicidade)
Ligações Químicas
2º registro:
Funções Químicas Inorgânicas (ácido, base, sal, óxido)
Reações Químicas (química ambiental)
Estequiometria
Soluções
Termoquímica
Cinética Química
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3º registro:
Estudos dos Gases
Propriedades Coligativas
Equilíbrio Químico
Eletroquímica
Radioatividade
4º registro:
Funções Químicas Orgânicas (introdução à química orgânica, hidrocar
bonetos, substâncias sintéticas, isomeria, química na agricultura, alimentos e nos com
postos orgânicos naturais)
c) Conteúdos por Registro/objetivos específicos.
O programa de Química contempla os seguintes conteúdos, considerados es
senciais para a conclusão da disciplina de Química no Ensino Médio na modalidade
Educação de Jovens e Adultos.
1º RegistroIntrodução ao Estudo da Química
Propriedades da Matéria
Substâncias e Misturas, Fenômenos e Métodos de Separação
Estrutura Atômica Tabela Periódica
Fórmula do corpo
Ligações Químicas
• Conhecer o histórico da Química• conceituar sistemas, substâncias e propriedades dos materiais numa visão macroscópica.• Reconhecer os tipos de propriedades, como: gerais, que são comuns a todo tipo de matéria;específicas: organolépticas (perceptíveis aos sentidos, visão, audição, tato, olfato e paladar), físicas, que são mensuráveis e químicas que transformam a matéria.• diferenciar os estados físicos da matéria: sólido, líquido e gasoso;• empregar o conceito de densidade nos diversos tipos de matéria;• demonstrar a diferença entre substância e mistura;• distinguir fenômeno químico e físico;• descrever os métodos da análise imediata: decantação, filtração, destilação, liquefação e evaporação; • relacionar os modelos atômicos e suas evoluções, o átomo e suas partículas;• descrever o comportamento das partículas do átomo;• entender a importância da reunião e da análise dos dados científicos que levaram à determinação das propriedades químicas dos elementos em uma sequência lógica;• perceber a organização dos elementos na tabela atual;• localizar e relacionar a variação da configuração eletrônica dos elementos ao longo da tabela periódica;• Identificar os grupos (famílias) e períodos na tabela.• diferenciar as propriedades periódicas e aperiódicas, comparando o comportamento dos elementos por meio dessas propriedades;• entender a importância dos elementos químicos presente no nosso organismo, ressaltando os que se encontram em maior quantidade;
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C,H,O,N) • entender, diferenciar e caracterizar através de distribuição eletrônica (subníveis de energia e em camadas) as ligações iônica, covalente, metálica, covalente coordenada (dativa);• compreender algumas ligações através da polaridade das ligações, forças intermoleculares e como elas influenciam as propriedades físicas das substâncias; • representar as ligações pela notação de Lewis, pelas fórmulas estrutural e molecular;• Ilustrar as propriedades dos metais.
2º RegistroFunções Químicas
Reações Químicas
Química Ambiental
Estequiometria
Soluções
Termoquímica
Cinética Química
•identificar, formular e nomear um ácido,uma base, um sal e um óxido;•compreender a importância dos principais ácidos, bases, sais e óxidos do diaadia;•medir e interpretar o caráter ácido e básico mediante alterações de cores de indicadores químicos e de escalas de pH;•entender que a linguagem das fórmulas e das equações é a maneira mais rápida e lógica de representar os fenômenos químicos;• interpretar, escrever e balancear uma equação química;•aplicar alguns critérios para classificar uma reação química;• entender o que é necessário para que duas substâncias reajam quimicamente;• reconhecer e identificar a origem dos problemas ambientais. (educação Ambiental/programas socioeducacionais);• entender que consumo exagerado e desnecessário leva ao caos, tanto financeiro como principalmente a natureza.(educação Fiscal/ programas socioeducacionais)•demonstrar a importância no cálculo das substâncias químicas que são utilizadas ou produzidas nas reações e definir esse cálculo como estequiométrico; • aplicar cálculos na resolução de problemas envolvendo os participantes de uma reação;•conceituar, classificar e caracterizar as soluções; •reconhecer a existência de diferentes tipos de soluções e a diversidade na utilização delas na prática; •exemplificar o processo de classificação das soluções;• interpretar o significado de diluir e concentrar uma solução;•demonstrar que o estudo da quantidade de calor, liberado ou absorvido durante as reações químicas, auxiliam na compreensão defatos observados no diaadia;•explicar porque as reações ocorrem com liberação ou absorção de calor; •mostrar os fatores que influenciam nas entalpias das reações;• entender o conceito de velocidade de uma reação química;• traduzir as condições necessárias para a ocorrência de uma reação química e como alguns fatores alteram a velocidade das reações;• ilustrar o que é um catalisador e a relação com a velocidade das reações químicas.
3º RegistroEstudo dos Gases
Propriedades Coligativas
Equilíbrio Químico
•caracterizar o estado gasoso e considerar suas grandezas fundamentais: volume, pressão e temperatura;•operar com unidades das variáveis de estado: volume, pressão e temperatura;•traduzir a influência das partículas, solventes (pressão e temperatura) e os processos de evaporação e de condensação por
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Eletroquímica
Radioatividade
meio de equilíbrio dinâmico existentes entre eles;• diferenciar os processos de evaporação e de ebulição;• entender a utilização de solutos não voláteis (sais, açúcares e partículas), no aumento e diminuição da temperatura;•entender a importância da reversibilidade e do equilíbrio das reações químicas;• entender como agem os fatores que deslocam o equilíbrio;• Perceber que equilíbrio não está restrito somente às reações químicas.• conceituar, representar e interpretar esquematicamente uma pilha;• diferenciar os processos que ocorrem em uma pilha daqueles que ocorrem na eletrólise; •descrever a montagem e o funcionamento da pilha de Daniell por meio de definições de meiascélulas e eletrodos positivos e negativos;• expressar e identificar a reação global e as semireações que ocorrem em uma pilha;• descrever a aplicação e/ou utilização de algumas pilhas comuns e do processo eletrolílitico;• discutir os cuidados necessários para o descarte de pilhas e baterias;• conceituar as emissões e radiações;• reconhecer por meio de exemplos, os principais efeitos provocados pelas emissões radioativas;• identificar os três tipos de emissões (alfa, beta e gama);• definir e demonstrar a fissão nuclear e a fusão nuclear em reações nucleares;• demonstrar através de cálculos o tempo de meia vida de isótopos radioativos.
4º RegistroIntrodução à Química Orgânica
Funções Orgânicas
Hidrocarbonetos
Substâncias Sintéticas
Química na Agricultura, Alimentos e nos compostos Orgânicos Naturais
Isomeria
•perceber a evolução da química orgânica por meio de dois procedimentos que mais impulsionaram seu desenvolvimento: a síntese e as análises;•demonstrar conhecimentos químicos no preparo de medicamentos e a síntese de novos produtos e medicamentos;•compreender que o átomo de carbono tem características que o destacam dos demais;•classificar o átomo de carbono em uma cadeia carbônica;•demonstrar as funções hidrogenadas, oxigenadas, halogenadas e nitrogenadas, através de suas características, nomenclaturas e tipos;•definir, formular, nomear e classificar os hidrocarbonetos;•Perceber a importância de diversos hidrocarbonetos no cotidiano, por meio da observação de seu uso e aplicações;• definir e identificar um polímero;•reconhecer que a utilização dos polímeros estão relacionadas com as propriedades deles, e sua importância no diaadia;• abordar as substâncias sintéticas, as drogas lícitas e as ilícitas comentando seus malefícios e conseqüências;• enfatizar que o uso de drogas leva o indivíduo à violência física e sexual, e a decadência humana.(drogas, violência e sexualidade/ programas socioeducacionais);• conceituar e diferenciar as variedades de agrotóxicos utilizados na agricultura;•demonstrar os riscos causados à saúde e o impacto ambiental;• conceituar e diferenciar os compostos orgânicos presentes nos alimentos;
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• categorizar as substâncias químicas (aditivos) utilizadas na conservação dos alimentos.• demonstrar a importância biológica, bioquímica, industrial e obtenção na natureza dos compostos orgânicos;• explicar a importância da presença de água, dos glicídios, dos lipídios, das proteínas, das vitaminas e dos sais minerais na alimentação;• demonstrar o fenômeno verificado quando duas ou mais substâncias diferentes apresentam a mesma fórmula molecular. (isomeria espacial).
ENCAMINHAMENTO TEÓRICOMETODOLÓGICO
Considerando os encaminhamentos metodológicos contidos na proposta pe
dagógica de ensino para a disciplina de Química no Ensino Médio Regular, fazse ne
cessário refletir as especificidades do trabalho com a Química na Educação de Jovens e
Adultos (EJA), considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para essa modalidade
de ensino da educação básica.
Nesse sentido, para o trabalho metodológico com essa disciplina, uma alter
nativa seria partir da sequência: “fenômeno” (MALDANER, 2000, p.184). Para o autor,
episódios de alta vivência dos alunos passariam a ser importantes no processo de ensino
e aprendizagem e não obstáculo a ser superado
(...) O importante é identificar situações de alta vivência comuns ao maior número possível de alunos e a partir delas começar o trabalho de ensino. (MALDANER, 2000, p. 184)
Nessa ótica, não cabe ao educador apresentar apenas fórmulas, classifica
ções, regras práticas, nomenclaturas, mas sim, trabalhar conteúdos com os quais o edu
cando venha a apropriarse dos conhecimentos de forma dinâmica, interativa e consis
tente, respeitando os diferentes tempos de aprendizagem e propiciando condições para
que o mesmo perceba a função da Química na sua vida.
Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p.8)
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Conforme SCHNETZLER (2000) citada em MALDANER (2000, p. 199),
“Aprender significa relacionar”. A aprendizagem dos vários conceitos químicos terá sig
nificado somente se forem respeitados os conhecimentos e as experiências trazidos pelo
educando jovem e adulto, de onde sejam capazes de estabelecer relações entre conceitos
micro e macroscópicos, integrando os diferentes saberes – da comunidade, do educando
e acadêmico.
Para que isso se evidencie no ambiente escolar, para a disciplina de Quími
ca, considerase a afirmação de MALDANER (2000, p. 187), de que “o saber escolar
deve permitir o acesso, de alguma forma, ao conhecimento sistematizado. Assim ele
será reconstruído e reinventado em cada sala de aula, na interação alunos/professor, alu
nos/alunos e, também, na interação com o entorno social”. Dessa forma, o ensino da
disciplina de Química deve contribuir para que o educando jovem e adulto desenvolva
um olhar crítico sobre os fatos do cotidiano, levandoo a compreensão dos mesmos de
forma consciente, dandolhe condições de discernir algo que possa ajudálo, daquilo que
pode lhe causar problemas.
Nesse sentido, ressaltase a importância de trabalhar a disciplina de forma
contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a in
terrelação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se
deparam no seu diaadia. Essa contextualização podese dar a partir de uma problema
tização, ou seja, lançando desafios que necessitem de respostas para determinadas situa
ções. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário
transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de
ser dissipada.” (SAVIANI, 1993, p.26) As dúvidas são muito comuns em Química, de
vendo ser aproveitadas para a reflexão sobre o problema a ser analisado.
Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de
Química é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento
na ciência Química, propiciando condições para que o educando perceba o significado
do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cul
tura científica e tecnológica oriundas desse processo, pois as diversas contingências his
tóricas têm levado os professores a deixar de lado a importância do saber sistematizado,
resultando numa prática pedagógica pouco significativa.
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É fundamental mencionar, também, a utilização de experimentos e as práti
cas realizadas em laboratório como um dos recursos a serem utilizados no trabalho do
cente, a fim de que o educando possa visualizar uma transformação química, inserindo
conceitos pertinentes e estabelecendo relações de tal experimento com aspectos da sua
vivência. Segundo BIZZO (2002, p.75), é
importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) ...a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos.
Nesse sentido, um aspecto importante a ser considerado é o fato de que o
educador não deve se colocar como o verdadeiro e único detentor do saber, apresentando
todas as respostas para todas as questões. Conforme BIZZO (2002, p.50),
o professor deveria enfrentar a tentação de dar respostas prontas, mesmo que detenha a informação exata, oferecendo novas perguntas em seu lugar, que levassem os alunos a buscar a informação com maior orientação e acompanhamento. Perguntas do tipo “por quê?” São maneiras de os alunos procurarem por respostas definitivas, que manifestem uma vontade muito grande de conhecer. Se o professor apresenta, de pronto, uma resposta na forma de uma longa explicação conceitual, pode estar desestimulando a busca de mais dados e informações por parte dos alunos.
Ao proceder dessa forma, o educador leva o educando a pensar e a refletir
sobre o assunto trabalhado, estimulandoo a buscar mais dados e informações.
Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do
material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que
não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. MALDANER (2000, p. 185)
A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser
utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, ca
bendo ao professor, selecionar o melhor material disponível.
Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os
essenciais, ou seja, aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens
e adultos. Os conteúdos trabalhados devem possibilitar aos mesmos a percepção de que
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existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir dessa relação, pode
rem constituir a sua própria identidade cultural, estimulando sua autonomia intelectual.
A Matéria e Sua Natureza será abordada por meio de modelos ou
representações, relacionando a estrutura microscópica com a estrutura macroscópica. E
os fenômenos químicos explorados por representações, fórmulas químicas e modelos.
A Biogeoquímica será abordada relacionando a atmosfera e a interação
com o meio ambiente, trazendo a consciência da educação ambiental para à
compreensão do aluno com o meio em que ele vive, seja, histórico, cultural,social e
ambiental. Relacionar as transformações químicas com o seu uso no dia a dia, tanto com
as funções químicas, soluções e reações químicas.
Tanto na Matéria e Sua natureza como na Biogeoquímica serão
relacionadas às energias envolvidas em transformações químicas, as propriedades e
equilíbrio, com o meio em que vive.
A Química Sintética será abordada de maneira que o aluno compreenda a
transformação de novos materiais e compostos artificiais, bem como medicamentos,
utensílios gerais e até mesmo as drogas, a qual será enfatizado o seu malefício, tanto
para quem usa, como para a sociedade, através de:
• aula expositiva;
• leitura;
• atividade prática;
• atividades de fixação;
• revisão de conteúdos;
• leitura e interpretação de textos;
• pesquisas bibliográficas;
• seminários;
• vídeos com roteiros para relatórios.
RECURSOS PEDAGÓGICOS
Os Programas Socioeducativos pressupõem conhecimento concreto da
realidade histórica sobre as questões sociais, econômicas, culturais, raciais e ambientais
que embora não sejam genuínas da escola, apresentamse como desafios que implicam
sobretudo uma compreensão para além da visão idealista sobre tais fatos. Não devendo
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serem transversalizados, nem tampouco secundarizados, mais sim contextualizados,
como por exemplo a violência, drogadição( Lei n. º 11.343 de 23/08/2006) , sexualidade
(Lei n.º 9.970 de 17/05/2000), relações com o meio ambiente (Lei n.º 9.795 de
27/04/1999) e o estudo e discussão sobre a Agenda 21. Educação Tributária e Fiscal
(Decreto 1143/99), História da Cultura Afrobrasileira (Lei n.º 10.639/93) e Cultura
Indígena (Lei n.º 11.645/08), História do Paraná (Lei n.º13.381 de 18/12/2001), Direitos
da Criança e do Adolescente (Lei n.º 11.525/07), Música (Lei n.º 11.769 de 18/08/2008),
Direito dos Idosos(Lei n.º 10.741/03) e Educação para o Trânsito (Lei n.º 9.503/97) estas
duas últimas em atendimento à Resolução n.º 07/2010 do CNE/CEB, entre outras que
são vivenciadas nesta sociedade onde nos encontramos inseridos e amparados pelo
aparato legal supracitados.
No Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos – CEEBJA –
Guarapuava todas essas questões são abordadas e desenvolvidas dentro do ambiente
escolar na medida em que os conteúdos de cada disciplina permita tais
contextualizações e também de acordo com o ritmo de cada turma e coerência ao Plano
de Trabalho Docente.
Recursos
• Lousa;
• Livro didático;
• TV multimídia;
• Textos;
• Laboratório de informática;
• Laboratório de química.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a
intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se
estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e
aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados
atribuindolhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos na
proposta pedagógica. Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da
capacidade de reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto,
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deve ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza
uma atitude críticoreflexiva frente à realidade concreta. A avaliação educacional, nesse
Estabelecimento Escolar, seguirá orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96
e Deliberação 007/99 CEE, e compreende os seguintes princípios:
investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações
necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos;
contínua: permite a observação permanente do processo ensino
aprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica;
sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando,
utilizando instrumentos diversos para o registro do processo;
abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempoescola
do educando;
permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo
educando no decorrer do seu tempoescola, bem como do trabalho pedagógico da
escola.
O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com os
encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser dialética, ou seja, o
educando confrontase com o objeto do conhecimento, com participação ativa,
valorizando o fazer e o refletir.
Critérios e Instrumentos de Avaliação
1º Registro:
Esperase que o aluno:
entenda e questione a Ciência de seu tempo e os avanços tecnológicos na
área da Química;
construa e reconstrua o significado dos conceitos químicos;
problematize a construção dos conceitos químicos;
tome posições frente às situações sociais e ambientais desencadeados pela
produção do conhecimento químico;
compreenda a constituição química da matéria a partir dos conhecimentos
sobre modelos atômicos, estados de agregação e natureza elétrica da matéria;
domine a resolução de problemas e questões simples envolvendo raciocínio
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lógico e operações com números naturais, unidades de medidas usuais e simbologia
específica;
elabore o conceito de ligação química, na perspectiva da interação entre o
núcleo de um átomo e eletrosfera de outro com a utilização da tabela periódica.
compreenda a composição do organismo com os elementos químicos e
suas utilizações.
Para atingir os critérios anteriormente elencados, foram utilizados os
seguintes instrumentos de avaliação: provas escrita e atividades.
2º Registro:
reconheça as espécies químicas, ácidos, bases, sais e óxidos em relação a
outra espécie com a qual estabelece interação;
compreenda os conceitos básicos envolvidos na caracterização das
diferentes funções químicas e o comportamento químico das mesmas;
entenda e argumente as reações químicas como transformações da matéria
causadoras de problemas ambientais;
compreenda a relação entre o consumismo excessivo e o meio ambiente;
entenda que os cálculos na química se fazem necessários para se obter
produtos com maior precisão;
formule o conceito de soluções, associando substâncias, misturas, métodos
de separação, solubilidade, diluição, concentração, forças intermoleculares, etc;
compreenda as energias liberadas ou absorvidas em forma de calor, através
da termoquímica;
identifique a ação dos fatores que influenciam a velocidade das reações
químicas, representações, condições fundamentais para ocorrência, lei da velocidade,
velocidade média, inibidores, catalisadores.
Para atingir os critérios anteriormente elencados, foram utilizados os
seguintes instrumentos de avaliação: provas escrita e atividades.
3º Registro:
diferencie gás de vapor, a partir dos estados físicos da matéria,
propriedades dos gases, leis dos gases, unidades de volume, pressão e temperatura;
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compreenda o conceito de equilíbrio químico, e deslocamento de
equilíbrio, a partir das concentrações, relações matemáticas, pressões e temperaturas. E
o efeito dos catalisadores;
Compreenda o efeito de solutos não voláteis, no aumento e diminuição de
temperatura;
entenda quando um líquido entra em ebulição;
compreenda a obtenção de energia elétrica, através de soluções aquosas
com determinados íons, revestimentos de peças por eletrodeposição, obtenção de
hidrogênio e oxigênio por eletrólise da água, funcionamento de pilhas e/ou baterias;
reconheça as reações nucleares, radiações e emissões;
diferencie as partículas radioativas e como elas podem ser separadas.
para atingir os critérios anteriormente elencados, foram utilizados os
seguintes instrumentos de avaliação: provas e escrita atividades.
4º Registro:
compreenda os conceitos básicos da Química Orgânica e sua
aplicabilidade no dia a dia;
domine a resolução de questões simples envolvendo raciocínio e operações
com números naturais, unidades de medidas usuais e simbologia específica da
disciplina;
identifique as diversas funções orgânicas através de informações contidas
em substâncias utilizadas habitualmente;
reconheça a importância das substâncias orgânicas no contexto social,
econômico e político;
compreenda os malefícios das drogas as quais, além de destruir o
organismo do usuário, leva à criminalidade, violência sexual, etc;
para atingir os critérios anteriormente elencados, foram utilizados os
seguintes instrumentos de avaliação: provas escrita e atividades.
RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
A recuperação de estudos é um instrumento fundamental após a avaliação
para a retomada de conteúdos não apreendidos, com reformulação nos procedimentos e
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estratégias visando o sucesso efetivo do aluno.
Para tal a cada unidade estudada ocorrerá revisão dos conteúdos não fixados
através de exercícios complementares. E a cada correção das avaliações parciais serão
revistos os conteúdos não compreendidos, através de novos exemplos e/ou novos
exercícios.
REFERÊNCIAS
BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.
CAMARGO, Geraldo. Química: Editora Scipione, São PauloSP. v.2
DELIZOICOV, D., ANGOTTI, J. A. & PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
FELTRE, Ricardo. Química. 5 ed. Ed. Moderna. São Paulo. v. 1, 2 e 3
FELTRE, Ricardo. Química: FísicoQuímica. 6.ed . Editora Moderna, São PauloSP. 2004, v.2
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
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