Download - Putrefacted Xmas Fest

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A República da Música acolheu nesta noite de Sábado, um even-to de grande envergadura, organizado 100% pela Nemesis Radio, que tem vindo a desen-volver a sua actividade através da internet, nascida em 2009, cheia de jovialidade, empenha-da na divulgação de música, dentro das mais vastas verten-tes do Metal e Rock, ao longo das vinte e quatro horas do dia. A sua maior dinâmica passa pela grelha de programação, recheada de programas, em di-recto da mais alta qualidade radialista.Mas…vamos ao evento.

Quatro nomes nacionais de ar-repiar cabelo!Luxo de ouro sobre azul!

Os Concealment oriundos de Sin-tra foram os primeiros a desbra-var os palcos, com uma actuação bastante coesa, sólida e cheia de power. Filipe Correia, aos comandos de um microfone frenético, mostrou toda a sua versatilidade, numa fú-ria desmedida, que encheu a sala de energia. Foi inevitável o rebuli-ço na plateia. O muito mosh glo-rificou ainda mais uma excelente actuação.Paulo Silva no baixo de oito cordas que atraiu todos os olhares e refle-xos, e David Jerónimo na bateria, ajudaram à festa, onde os riffs se viram bem projectados por uma sala a abarrotar de calor humano. E as colunas “pegaram fogo” e o palco efervesceu.A promover o seu mais recen-te longa duração de 2011, “Phe-nakism”, o público foi brindado com uma set list de nove temas,

entre estes, “Hamartia”, “Crimson Din”, “Orifice”, “Empalamento dos Sentidos” e “Deluge”.

SETLIST:HamartiaStridulationCrimson DinOrificeCyclothymieMinus EyeEmpalamento Dos Sentidos Long For FleshDeluge

Após uma primeira actuação de peso a rasgar o brutal, seguiram--se os Switchtense.Oriundos da Moita e dispensando qualquer tipo de apresentação, in-tegraram o cartaz à última da hora, devido ao facto dos Decayed, ban-da inicialmente programada para este evento, terem cancelado a sua actuação.A Nemesis Radio agradece aos Switchtense a disponibilidade e a aceitação imediata do convite, para fazer parte, deste robusto cartaz!E a actuação iniciou. E mais uma vez, estivemos perante um es-pectáculo de carácter desmedido, cheio de “sangue na guelra”, enfu-recido, tempestuoso demais!A garra e a hiperactividade em

palco do vocalista Hugo Andra-de contagiaram, qual vírus, toda a sala. A comunicação constante com o público, de onde se solta-ram muitas palavras de incentivo ao apoio do Metal Nacional, ape-lou a uma atitude positiva e sem meias medidas, ao orgulho do que é nosso e às excelentes ban-das nacionais, que cada vez mais, produzem melhor som, melhores trabalhos, sendo sem dúvida um underground em constante cresci-mento, mas que precisa de apoio, presença e não de falinhas mansas e ausências.Actuação-furacão onde a exce-lência pairou mais uma vez no ar e de onde saíram músicas intem-porais, chanceladas a ferros, como “Into the Words of Chaos”, “Se-

cond Life”, “Infected Blood”. Por aqui ficou também a referência a mais um trabalho novo da banda, o mais recente longa-duração de 2011, o homónimo “Switchten-se” de onde se retiram “Concre-te Walls”, “Face Off”, e o sublime “Unbreakable”, entre outros.

SETLIST:Concrete WallsFace OffInto The Words Of ChaosUnbreakableSecond LifeThis is Only the BeginningState Of ResignationInfected Blood

A comemorar vinte e cinco anos de carreira, oriundos do Porto, seguiram-se os carismáticos WEB.A pesada bagagem foi autentica-mente descarregada em cima de um palco que, com muito respei-to, acolheu esta família.Marcaram uma excelente actu-ação em terras de Lisboa, não deixando ninguém indiferente à qualidade, experiência, presença em palco, riffs agressivos, bem to-cados destes veteranos do Metal.Mais um longa-duração apresenta-

do, desta feita “Deviance” de 2011, mais uma tempestade no palco de onde brotaram faixas como “Last War”, “Mortal Soul”, “(In)Sanity”, “Strong Winds, Strong Waves”.E depois desta brilhante actuação, ficam aqui os parabéns aos WEB pela actuação e por toda uma vida de dedicação à excelente música que fazem, nomeadamente o Me-tal!Mais uma banda em maré de ani-versário, contam-se por aqui vinte e cinco anos na bagagem.

SETLIST:Life AgressionLast WarStrong Winds, Strong WavesMortal SoulAwake(In)Sanity Beautiful ObsessionIf Only There Was Light

Oriundos de Oeiras, os GROG são inequivocamente uma das maio-res referências nacionais, dentro de um género/vertente menos frequente em Portugal, Brutal De-ath-Grind Core.Uma noite cheia de surpresas que culminou com o massacre actuan-te dos GROG, que não fizeram a coisa por menos. Este concerto foi filmado e gravado com o propósi-to da edição futura de um DVD e CD ao vivo. Os instrumentos musi-cais tinham pequenas câmaras de filmar agarradas aos seus braços, captando todos os movimentos de dedos. Vinte anos de clássicos, compo-sições brutais e infames que tei-mam em não ser meras memórias, rasgaram o palco, os tímpanos e os sentidos dos presentes.E assim iniciou-se a última actu-ação da noite. De forma brutal, pesadíssima, onde os riffs nem sabiam para que lado se haviam de virar. Mas o público sabia. Bai-larico constante, mosh e palavras

coincidentes com as do vocalista Pedro Pedra, faziam as maravilhas de uma plateia bem-disposta e bastante interessada em todo este concerto, marcado por rounds anunciados por duas assistentes, vestidas a rigor, ao estilo lolitas, provocando bastante entusiasmo.Cinco músicas bastaram para apresentar o seu mais recente longa-duração de 2011, “Scooping the Cranial Insides”. As restantes faixas marcaram toda uma longa carreira.Durante a faixa “Ravenous Loa-thing”, a pele do bombo da bateria resolveu romper e Rolando Barros aos seus comandos, deu sinal para uma pausa que durou alguns mi-nutos, enquanto a bateria se com-punha para a continuação do mas-sacre.Excelente prestação, que termi-nou mais uma grande noite Lusa, em que Pedro Pedra acabou nos braços do público em manobras de stage diving.

SETLIST:SickoStream Of Psychopathic Devour-mentSphincterized (Materialized In Shit)Ravenous LoathingHanged By The CojonesNarcissistic Skinblade Reflec-tion + Corpse Reanimation (The Mutants Revenge) + Necrogeek (The Doctor’s Diary) (Odes to the Carnivorous medley)Cult Of BloodTerrifiedRotten GraveSplashterized AutopsySpontaneous Gore + Cannibalis-tic Devourement + Monstrous Anatomic Deformation + Sado--Masoquist Butchery (Macabre Requiems medley)Ass SapiensFellowship of the Shaved BallsCannibalistic DevourmentBlood In My FaceEskeletos de Kona

Parabéns a todas as bandas intervenientes pelas excelentes actuações, com destaque para os 20 e 25 anos de carreira dos Grog e Web, respectivamente, e à NEMESIS RADIO, pela organização deste evento. Esperam-se mais glórias!

Reportagem: Maria AleixoRevisão de Texto: Sofia Rebocho

Entrevista a GROG @ “Putrefacted Xmas Fest”República da Música - Alvalade, Lisboa - 3 de Dezembro de 2011

Nemesis Radio (Inês Guerreiro - InêsG): Em primeiro lugar quero agradecer a vossa presença aqui no “Putrefacted Xmas Fest”, em nome da Nemesis Radio. Obrigado por terem estado cá. Depois dos agradecimentos…queria pergun-tar-vos como foi esta vossa experi-ência de gravarem o concerto em DVD neste evento, e de um modo geral como foi também a experi-ência de tocarem no “Putrefac-ted Xmas Fest”? Pontos positivos, pontos menos positivos…

GROG (Rolando Barros): Foi fo-finho… engraçado porque... do ponto de vista do público teve um impacto diferente do que na reali-dade, correu, para nós. Não foi as-sim tão bom como desejaríamos. Digamos que os nossos ensaios correram muito melhor... (risos)

NR: Tiveram um percalço...mas é normal...são coisas que aconte-cem…

GROG (Rolando): ...uma pele ras-gada (bateria). GROG (Rolando): Já tivemos uma sugestão para um novo tema… “Rasga-me as peles!” (risos). GROG (Pedro Pedra): Em 20 anos nunca tinha visto uma pele ser ras-gada em palco... NR: Foi preciso vocês comemora-rem o vosso 20º Aniversário e es-tarem a gravar para rasgarem uma pele ao vivo… (risos)

GROG (Rolando): Nós somos exí-mios em fazer as coisas na altura errada… (risos) O Pedra ficou sem voz...GROG (Pedra): Eu é que vos per-

gunto: Como é que foi cá fora?

NR: Foi... Lúdico! (risos)

GROG (Pedra): Mas porquê? Por-que somos uns tipos com algum carisma humorístico ou porque somos uns “grandes saloios”? (ri-sos)

NR: Nada disso. Talvez pelo vosso carisma...

GROG (Pedra): Os meus grandes amigos de sempre que me perdo-em, mas nós tínhamos objectivos bem definidos para este festival, para este concerto, que acabaram por não ser cumpridos derivado ao facto de eu ter ficado sem voz, nunca tal me tinha acontecido em 20 anos...

NR: Independentemente desses

percalços, acredita que quem es-teve do lado de cá, do público, sentiu o poder dos GROG.

GROG (Rolando): Vou dar-te a mi-nha opinião, cá fora deve ter sido muito bom, mas a questão é que gravámos o concerto por pistas para ser uma coisa “fofinha”, para se poder trabalhar posteriormen-te no DVD…vamos ver como fica.GROG (Ivo Martins): Mas teve bons momentos. Valeu a pena ter estado cá e ter tido cá estas pesso-as todas.GROG (Pedra): Pode ser que lan-cemos um EP…com 2 músicas! (risos). De resto, tenho a dizer, que correu tudo muito bem, em termos de organização, o público - houve uma boa afluência – ob-viamente que gostaríamos que tivesse havido mais mas vieram as pessoas que tinham de vir e as pessoas que vieram certamente fizeram uma grande festa. Inde-pendentemente destes desvios ao que tínhamos planeado penso que é isso que resta no final: todas as pessoas estavam bem dispostas, divertiram-se, perceberam que mesmo as coisas estando a fugir um pouco ao previsto, nós quería-mos chegar ao final com o mesmo intuito com que começámos, ou seja, “escavacar isto tudo”. Escavacámo-nos a nós próprios, escavacámos uma pele…e acho que isso é bom porque…hoje em dia, com o sentido de dificuldade genérico e transversal que existe na nossa sociedade nós ainda so-mos bafejados com pessoas que vêm dar aquilo que têm e apoiar, não só a banda GROG, mas todas as outras que tocaram esta noite. É importante que isso continue a acontecer, e isso tem vindo sem dúvida a fomentar e sustentar muito o espirito do Heavy Metal Nacional, que tem que ser algo muito apoiado e acarinhado por toda a gente... Só assim faz senti-

do cá estarmos.

NR: 20 anos de carreira, de de-dicação, de perseverança, de profissionalismo, é uma forma de caracterizar a vossa banda na nossa opinião. Este vosso último trabalho “Scooping The Cranial Insides” traduz mais poder, mais maturidade, mais homogeneidade como banda, mais profissionalis-mo relativamente aos anteriores ou mantém-se no mesmo registo? Quais são as diferenças que vocês sentem?

GROG (Rolando): Sentimos que sabemos mais umas coisas, que temos mais experiência...já con-seguimos fazer aquelas coisas que eu dizia: “ihhh…como é que o tipo faz aquela cena?!?” e fazemos…fico encharcado no final de um concerto…GROG (Ivo): Acima de tudo, para além da maturidade que é normal ao fim destes anos, temos uma li-gação muito mais forte entre nós do que tínhamos antes, pelo me-nos com este line-up.GROG (Pedro): É uma ligação que defino mesmo como “fellowship”, é uma irmandade, há bastan-te cumplicidade entre todos os membros da banda. Para se fazer música, seja a que nível for, seja covers, seja música de baile, seja música popular portuguesa, as pessoas têm que estar numa sala de ensaio e fora dela, e saberem respeitar-se, somos todos dife-rentes, mas temos um objectivo enquanto banda, e é isso que nos une enquanto, pessoalmente pseudo músico com ligação a mú-sicos. (risos)

NR: Então e qual é o objectivo como banda?

GROG (Pedra): O objectivo já está traçado há muitos anos.GROG (Rolando): O nosso objec-

tivo como banda não é diferente do nosso objectivo pessoal que é sermos sempre o melhor que pu-dermos ser e tentarmos ir sempre mais além.GROG (Ivo): E é divertirmo-nos. Se não for isso, então não estou cá a fazer nada. Se for para ganhar di-nheiro isso não existe, nem nunca vai existir, é algo que está traçado há bastante tempo. Nunca tive esse sonho.

NR: Vocês têm uma reputação no estrangeiro (no mercado Norte--Americano e Europeu), acham que esse background internacio-nal, de algum modo, vos abriu um pouco as portas em Portugal ou o nosso País por si mesmo começou finalmente a dar valor ao que de melhor se faz por cá?

GROG (Pedra): Eu vou dividir a minha resposta em duas partes. Primeiro referindo que os GROG quando nasceram - em 1991 - com a formação que existia na altura, nós traçámos logo um objectivo que ninguém tinha bem a noção qual era, que era…querermos ser a banda mais rápida e bruta em Portugal. Este 3º álbum, se dúvi-das houvesse, porque ninguém sabia bem como atingir ou chegar até lá, hoje em dia estamos con-victos - eu pelo menos estou e de-fendo isso à frente de todos - de que GROG é a banda mais extrema do panorama Nacional. Enquanto músicos, e quando trabalhamos, visamos isso. Relativamente ao background internacional, eu dis-cordo um pouco, porque nós sem-pre fomos muito acarinhados cá em Portugal, e nunca tivemos a noção, e sinceramente ainda não temos noção, do que somos lá fora. Mas as experiências que vi-vemos a partir do momento em que lançámos este álbum na Eu-ropa e nos Estados Unidos é que, vá-se lá saber porquê, o nome de

GROG é respeitado. Também te-mos recebido algumas informa-ções e críticas que nos deixam, no mínimo, espantados porque muito sinceramente eu não estou à es-pera, nem ninguém está à espera disso. Portanto há aqui uma série de acontecimentos que têm vindo a ser revelados com o tempo, que têm reforçado ainda mais a nossa confiança como banda, mas isso não nos eleva para patamares de arrogância, nem de falta de humil-dade, porque nós não vivemos da música, temos a nossa vida musi-cal conjugada com as nossas acti-vidades profissionais. Em Portugal é normal eu dizer e a banda dizer, que temos um estatuto já conso-lidado, em termos internacionais vamos trabalhar para que o nome seja ainda mais divulgado.GROG (Rolando): A verdade é que no estrangeiro a banda começa a aparecer agora. Como vocês sa-bem, quanto às bandas de Death Metal desde há, sei lá, uns oito, dez anos para cá, é preciso ser-se muito técnico, o público no geral só presta um pouco de atenção quando a banda consegue fazer aquelas “coisas bué difíceis”, e nós já conseguimos fazer um pouco isso...e agora já começam a repa-rar.

NR: Entendido.

GROG (Pedra): Qual era a pergun-ta mesmo?

NR: Era se o facto de serem reco-nhecidos lá fora influenciava cá dentro em Portugal?

GROG (Rolando): É precisamente o contrário. Nós somos bastante reconhecidos cá, felizmente. Eu estou em GROG desde 2000 (já lá vão 11 anos) e já toquei em vá-rias bandas. Com Sacred Sin já fiz umas 10 tournées... O facto é que algumas reviews que temos rece-

bido (estrangeiras) até têm vindo de alguém que lhes disse “ouve esta banda porque é uma banda bastante conhecida em Portu-gal e já tem 20 anos”... Ou seja, é exactamente pelo facto de sermos reconhecidos cá. Sabes, antes ha-viam 100 cds em cima das mesas das Editoras e desses 100 haviam 10 bons, e agora há 100 mil, mas mantêm-se na mesma os 10 bons.GROG (Pedra): Não é fácil. Ainda assim com este tipo de enquadra-mento Nacional que temos, e com o bom álbum que temos neste momento, não é fácil. Fala-se com muitos produtores estrangeiros, ou tenta-se, e muitas das vezes a resposta é nula. As pessoas que andam cá há 20 anos e que estão ligadas ao Underground é possí-vel que já tenham ouvido falar em GROG, a nova geração que neste momento está a povoar o Hea-vy Metal Nacional não conhece GROG. Mas sempre é mais fácil de conhecer GROG em Portugal do que lá fora, porque internacional-mente tudo o que é mais mediá-tico ao nível de bandas “grandes” acaba por ser mais facilmente pro-curado e assimilado, quando en-tra um forasteiro as pessoas têm alguma resistência. A escolha de ouvir uma banda desconhecida é sempre a mais difícil, por isso as pessoas acabam sempre por ouvir bandas que, digamos, são responsáveis por determinadas correntes musicais. De qualquer forma, como o Rolando disse, o nosso objectivo é apostar mais no estrangeiro e as coisas, para todos os efeitos, estão a correr bem nes-se sentido. Brevemente irão haver novidades... boas!

NR: Ficaremos à espera então. Agora mudando um pouco de as-sunto, de todos os temas que já compuseram até hoje, quais fo-ram os que vos deram mais gozo compor ou tocar em palco?

GROG (Ivo): Há um tema, que é o “Vaginal Teen Grind Fluid” por-que foi feito espontaneamente. Eu cheguei, estava o Rolando sentado na bateria, eu começo a brincar com a guitarra, e quando damos por nós estava uma música feita. E exactamente tal como está agora no álbum. GROG (Pedra): A “Barbie Doll” também foi outro exemplo. “Va-mos fazer algo para aquecer” e do aquecimento saiu uma música nova. GROG (Ivo): São as que dão mais gozo, quando surgem assim es-pontaneamente.GROG (Pedra): São mais intuitivas. GROG (Rolando): Isso no que diz respeito às de compor, no entan-to, quanto às de tocar há vários factores a ter em conta, por exem-plo, há músicas das quais eu não fiz parte da composição mas que me dão imenso prazer tocar ao vivo - é mesmo aquele groove. De-pois há aquelas mais recentes em que pensas “vou morrer”... (risos)GROG (Pedra): Eu morri hoje em palco... GROG (Rolando): Estás com bom aspecto (risos).GROG (Ivo): Primeiro que tudo, eu era fã da banda, por isso as músi-cas das quais era fã na altura são as que hoje ainda gosto mais. Ne-nhuma que venha agora sobrepõe o meu gosto por essas.GROG (Pedra): Há uma série de acontecimentos muito especiais que não têm a ver directamen-te com o facto de haver músicas melhores ou menos boas, porque tanto o Rolando, como o Ivo, como o Alex, entraram para a banda e do nada já sabiam as músicas. Eu dou o exemplo do Ivo, que é guitarris-ta, sempre foi guitarrista, entrou para a banda como baixista e foi tocar o 1º concerto connosco sem nunca termos ensaiado juntos...e tocou tudo! Portanto é muito di-

fícil dizer que...eu gosto de quase todas as músicas, há músicas que estamos cansados de tocar, é um facto, mas gostamos daquilo que tocamos.GROG (Rolando): “Terrified” é um dos hinos que todas as pesso-as gostam de ouvir. Eu não gosto nada de a ensaiar, mas quando to-camos ao vivo é muito bom, nem que seja porque o público está a “curtir bué”.GROG (Ivo): Sim, pela reacção das pessoas.

NR: De todos os concertos que de-ram até hoje, qual é o mais memo-rável?

GROG (Ivo): Dos assim mais re-centes... Deve ter havido muitos, mas a nossa experiência em Fran-ça foi inesquecível. Fomos lá tocar e poucos nos conheciam, mas foi impressionante a adesão das pes-soas. Ver a reacção do público, a nível de condições...GROG (Pedra): Toda a logística, os recursos humanos, não falhou nada! É uma experiência que nós vamos ter que, se calhar, falar mais vezes cá, porque começar um concerto a horas com a sala cheia e acabar a horas com a sala cheia, não é algo que seja habitual aqui em Portugal.GROG (Ivo): Aquilo é uma vila onde não mora ninguém, e nós chegámos lá, uma sala enorme e eu dizia assim: “…pois, aqui não há muitas pessoas, espero que eles venham de Paris a 300Km de distância…”.GROG (Rolando): Fica a 30 Km de uma cidade, e fica a 300Km de Pa-ris, e houve muita gente que veio de Paris só para nos verem.

NR: Talvez lá fora haja uma postu-ra diferente... GROG (Ivo): Acho que aquilo foi mesmo uma surpresa, aquilo deve

ter sido mesmo único, não acredi-to que seja sempre assim.GROG (Rolando): Isso acaba por se fazer com as bandas de renome. Se é para começar às nove, come-ça às nove, não é às nove e um. Cá em Portugal, eu fui ver Opeth ago-ra há duas semanas atrás…à hora marcada estava a começar, à hora marcada estava a acabar e à hora marcada estava a começar a ban-da a seguir e por aí fora.

NR: Se calhar é algo que se tem que “domesticar”...

GROG (Ivo): Outro exemplo de ou-tro concerto, voltando atrás. Foi exactamente a mesma organiza-ção deste festival mas há 12 anos, em 1999, o Festival “Ramiff” no Ritz Club...esse fica para sempre na memória…o “Ritz” esgotadís-simo, com os Concealment e Di-sassembled na altura…e aquilo foi uma festa incrível, foi uma festa incrível!GROG (Pedra): Trazido pela mão do Luís Ferreira, o nosso velho cúmplice nestas andanças e “ba-teu” tudo certo...até as cortinas bateram certo!

NR: Óptimo. Agora queria falar de um aspecto, mas...a tua voz hoje já era...mas não é comum isso acontecer...

GROG (Pedra): Durante a tarde fiz o soundcheck e correu bem, mas senti muitas correntes de ar e não querendo pensar muito nisso, no facto de ser pessimista, comecei a sentir aqueles sinais bastante des-confortáveis...que indiciam que vai haver “merda” portanto hoje houve “merda vocal”. (risos)

NR: Mas não tens nenhum truque, nenhum segredo, tipo cházinho de cebola... (risos)

GROG (Ivo): Chá de perpétuas ro-

xas…aprendi com a Dulce Pontes! (risos)GROG (Rolando): Chá de peúga, também deve funcionar… (risos)

NR: Não há assim nenhum segre-do para manter esse poder vocal?

GROG (Pedra): Não, não há truque nenhum. Eu não sei de onde é que isto vem, mas pelos vistos estava cá dentro...GROG (Rolando): Já agora conta a tua história de como vieste para GROG.GROG (Pedra): Quando GROG foi criado, na altura muito pela mão do João Pereira que era o guitar-rista e meu amigo pessoal, foi do género: “Olha falei com o Johnny, falei com o Marco, nós vamos ar-rancar aí com uma banda, já temos nome e tudo, é GROG”, e a minha primeira reacção foi: “Parabéns, força aí, vou ver os concertos, não tenhas dúvidas!”. E ele vira--se para mim e simplesmente diz: “Não, tu vais cantar!”, e eu “Vou o quê? Mas eu não tenho voz...”, ao que ele reponde: “Não interessa, pegas no microfone e berras!”. E eu ando cá ainda a berrar...GROG (Rolando): O tipo que não queria é o único sobrevivente! (ri-sos)

NR: Agora por falar em GROG, o nome da banda surgiu como?

GROG (Pedra): Surgiu num misto do calão nacional, que quer dizer uma pessoa bêbeda, alcooliza-da. Basicamente, queríamos um nome acima de tudo pequeno e sonante...e surgiu GROG.

NR: Uma mensagem que vocês queiram deixar aos vossos fãs e também aos ouvintes da Nemesis Radio.

GROG (Rolando): Primeiro come-ças por falar aos que vieram cá

hoje, e aos que não vieram per-guntas “o que estão a fazer em casa?”. (risos)GROG (Pedra): Eu nunca pensei que as pessoas pudessem trocar a “Casa dos Segredos” pelo concer-to de hoje (risos). Às que vieram, é excelente ver pessoas amigas, que nos conhecem há muitos anos, muita malta jovem a vibrar também. Pessoal que nasceu cer-tamente durante a audição do “Odes to the Carnivorous”. Eu não gosto muito de falar do termo de fãs, eu só digo assim a todas as pessoas que acompanham GROG e que sabem o que a banda faz, estamos muito gratos pelo apoio. Porque a banda, como eu já disse, não vive da música que faz, mas em simultâneo é bom termos um indício muito favorável àquilo que fazemos, que é não só virem aos nossos concertos, como também comprarem o nosso merchandise, e o facto de comprarem o nosso merchandise é muito importante para nos permitirem eventual-mente dar pequenos grandes pas-sos para levar o nome da banda

ainda mais longe, principalmente lá fora. Quero agradecer também aos meus amigos: Rolando Barros, Ivo Martins e Alexandre Ribeiro por, principalmente passados mais 10 anos, mantermos esta unidade. A banda não teve uma mudança de line-up muito significativa nos últimos 11 anos - desde que o Ro-lando entrou - e é com esta uni-dade que nós temos feito todo o trabalho dos últimos anos, eu re-cordo mais uma vez que GROG no último ano lançou 3 CDs, por isso eu só posso estar grato. É normal as pessoas dizerem “estás cá há 20 anos com a banda” e fazem aque-le tipo de elogios que eu diria que é normal, mas a banda só existe porque há um conjunto de pesso-as que ultrapassam a minha von-tade e que permitem que se leve isto mais à frente. E obviamente, desde que hajam objectivos, eu penso que há motivos para pensar que ainda é possivel ver GROG du-rante mais uns tempos.

NR: Nós esperamos que sim. Há limites para os GROG?

GROG (Rolando): Limites...Não.GROG (Ivo): Nem pensamos em li-mites, fazemos o que queremos e o que sair saiu.GROG (Pedra): Aos ouvintes da Nemesis Radio, já agora, o nosso muito obrigado. Muito obrigado por esta organização, por toda a logística e apoio concedido. Bem hajam! É preciso sangue novo em termos de projectos e de pessoas cá em Portugal no Heavy Metal Nacional e vocês, sem dúvida, fa-zem parte dessa “espinha” reno-vada. Obrigado por nos terem in-cluído nesta vossa festa também.

NR: Em nome de toda a equipa da Nemesis Radio, nós é que agrade-cemos a vossa presença, foi um prazer ter-vos cá. Obrigado!

Entrevista: Inês Guerreiro (Neme-sis Radio)Captação de Som: Luís Martins (Nemesis Radio)Revisão de Texto: Sofia Rebocho (Nemesis Radio)

Entrevista a SWITCHTENSE @ “Putrefacted Xmas Fest”República da Música - Alvalade, Lisboa - 3 de Dezembro de 2011

Nemesis Radio (Inês Guerreiro - IG): Em primeiro lugar queria agra-decer a vossa presença no “Putre-facted Xmas Fest”, em nome da Nemesis Radio, foi uma honra ter--vos aqui a tocar.

Switchtense (Hugo Andrade - Hugo): Obrigado nós.

NR (IG): A primeira pergunta que vos coloco é: Como tem sido a ex-periência com os diferentes públi-cos, a experiência de ganhar dife-rentes públicos?

Switchtense (Hugo): Isso é sempre positivo para nós, porque quan-to mais gente nós conseguirmos abranger melhor para a banda, e por acaso ultimamente termos participado em eventos bastantes distintos, desde bandas de Hard-core até bandas de Brutal Dea-

th Metal como é hoje o caso dos GROG e é sempre bom tocar para públicos diferentes e mostrar a nossa música ao maior número de pessoas possível, é óptimo.

NR (IG): Relativamente ao vosso último álbum “Switchtense”, como tem corrido a divulgação?

Switchtense (Hugo): Tem corrido bem, temos dados muitos concer-tos, o álbum saiu em Maio, e fo-ram...não sei...já 30/40 concertos desde essa altura, e tem corrido bem. Já demos alguns concertos este ano lá fora, no estrangeiro, estivemos na Alemanha, Bélgica e Espanha, e tem corrido altamente, tem sido muito positivo para nós. Este álbum foi mais um passo em frente na nossa carreira.

NR (IG): Quer dizer que a experi-

ência “lá fora”, em termos interna-cionais, abre sempre um pouco as portas “cá dentro” (a nível nacio-nal), …?

Switchtense (Hugo): Sim...se ca-lhar também é bom o contrário, aqui ganharmos um bocado de “calo” e rodagem entre nós, para quando tivermos oportunidade de enfrentar um público lá fora estar-mos um pouco mais à vontade e mais confiantes no que estamos a fazer. Mas para nós é muito po-sitivo conseguirmos levar a nossa música a 1000 e tal km ou 2000 e tal km de distância...para uma banda como nós, que trabalha com uma editora independente, e que fazemos isto à parte dos nos-sos trabalhos e das nossas vidas, é extremamente positivo e é gratifi-cante, obviamente.

NR (IG): A minha próxima pergun-ta é um bocadinho “coscuvilhice”...relativamente à criação do último álbum...quem é o mais criativo, o mais intuitivo, quem é que manda mais, quem é que vai contra aqui-lo que por exemplo alguém diz: “epah, isto é muito fixe!”, “epah, mas eu não gosto disso, e se fizés-semos assim...?”.Um bocadinho a vossa experiência na criação, na composição da música…

Switchtense (Hugo): Felizmente nós não temos esse tipo de pro-blemas, os 2 álbuns que gravámos têm sido compostos em conjunto. No primeiro disco, o Xines tinha entrado hà pouco tempo, apa-nhou as coisas assim a meio, mas também participou. Nós somos uma banda na verdadeira acepção da palavra, não somos uma banda só porque o somos…somos uma banda porque estamos juntos nis-to e quando trabalhamos, neste caso para os discos, isto é 20% de cada um, não há divisões de outro tipo, nós funcionamos muito como achamos que uma banda na nossa perspectiva deverá funcionar. Nos ensaios, um traz uma ideia, ou-tro traz outra, depois junta-se o “bolo”...o que é bom neste grupo de 5 pessoas que aqui estão é que temos à vontade suficiente entre nós para decidirmos o que é o me-lhor para a música da banda e te-mos os gostos muito parecidos...o que é bom, porque quando algum de nós não gosta de alguma coisa, nós eliminamos imediatamente essa ideia e partimos para buscar qualquer coisa com que todos se identifiquem.

NR (IG): Agora que falaram da vossa experiência individual que levam para os ensaios…quais são as vossas influências musicais, ou seja, todos os músicos têm, e isso reflecte-se em parte nos trabalhos finais. Vocês todos homogene-

amente conseguem eleger uma ou duas bandas que tenham sido mesmo de topo?

Switchtense (Hugo): Querem dizer todos ao mesmo tempo? 1, 2, 3…Switchtense (em coro): Pantera!Switchtense (Hugo): Pantera é uma banda que é transversal a to-dos os elementos. Pessoalmente gosto muito de bandas de Thrash Metal, Hardcore, tipo Agnostic Front, Suicidal Tendencies...ali o Xines gosta de Dream Theater...Switchtense (Neto): Metallica! (ri-sos)Switchtense (Hugo): Eu gosto de Metallica com o Lou Reed! (risos)Mas nós partilhamos muito a mú-sica entre nós. Eu ouço alguma coisa de que gosto e mostro-lhes. Nós temos muitos gostos em co-mum.

NR (IG): Agora que falamos nessa questão das bandas de que gos-tam...qual era a banda com a qual gostavam de partilhar o palco?

Switchtense (Hugo): Nós já tocá-mos com Dew-Scented que é uma das bandas de que eu mais gosto há anos e anos, já tocámos com Hatebreed, Hatesphere que é ou-tra banda de que gostamos bas-tante, Avenged Seven Fold, Soul-fly, e outras, mas eu, por exemplo, gostava de tocar com Slayer, Tes-tament e Suicidal Tendencies...Exodus também...

NR (IG): O tempo e a experiência tornaram-vos mais confiantes do que eram no início da banda, e sinceramente quem ouve este ál-bum sente exactamente essa con-fiança…mesmo a vossa presença em palco...o álbum...todo o vosso trabalho...tudo. Nós (Nemesis) de um modo geral e unânime acha-mos sublime o vosso tema “Un-breakable”. Podemos contar com uns Swichtense “Unbreakable”

(inquebráveis)?

Switchtense (Hugo): Sim. Esse é um dos lemas que nós tentamos levar adiante e tem sido uma ban-deira da nossa banda. Não temos a perspectiva de que “andamos aqui contra todos”, nada disso. Mas é óbvio que existem muitas bar-reiras no caminho de uma banda portuguesa como nós e temos de ter um pouco de força de vontade, temos de nos superarmos a nós próprios, por isso posso dizer que sim. Estamos aqui para durar, que-remos fazer vida disto. Sabemos que é complicado viver da música, ainda mais em Portugal e tocando Metal...mas por enquanto ainda não se paga nada por sonhar. NR (IG): Tudo é possível…Switchtense (Xines): Acho que isso também acontece porque somos muito unidos a nível pessoal, so-mos uma banda que percebe que para nos tornarmos numa banda mais forte, mais consolidada, sa-bemos que temos de estar bas-tante unidos. Estamos a construir uma carreira juntos. Temos de ver que…como as empresas têm os trabalhadores, nós somos os tra-balhadores e trabalhamos todos juntos na nossa própria empresa (os Switchtense). Obviamente que viver da música, como toda a gen-te sabe, é difícil, mas como o Hugo disse: “Ainda não se paga para so-nhar!” e até lá…”Vamos embora Manel!”.

NR (IG): Temos exemplos portu-gueses...Moonspell!

Switchtense (Hugo): É o único! (ri-sos)

NR (IG): Eu sei, mas é um exemplo, sonharam, conseguiram, lutaram. Obviamente que Moonspell neste momento estão a tocar mais vezes “lá fora” e há um motivo para que

isso aconteça. Vocês sabem que é muito mais difícil tentar lutar e crescer em termos nacionais só. Mudando de assunto, e falando da vossa energia em palco, da vos-sa garra, do vosso poder, da vossa interacção com o público, vocês acham que isso é um pouco tam-bém o segredo de chegarem mais longe, de captarem mais público, de crescerem mais?

Switchtense (Hugo): Basicamente, o segredo é sermos nós próprios. Quando vamos tocar somos iguais a nós mesmos, quer quando to-camos quer quando estamos fora do palco, a única diferença é que quando estamos em palco temos um pouco mais de responsabilida-de naquela altura, em querermos fazer as coisas bem...mas sentimos que estamos ali, é a nossa pele, é a nossa maneira de ser e de estar. E felizmente isso também nos traz alguns benefícios...mas lá está, isto não pode ser nada pensado ou algo que encenes em casa. Se não fores assim, não és e pronto! Há bandas ao vivo que não têm esse tipo de postura, porque as pesso-as são como são, não vale a pena estares a fingir. Eu não sou capaz de ir para cima do palco sem estar ali a dizer umas parvoíces. Todos nós estamos ali “na boa” a fazer o nosso papel e terra a terra a fazer o que gostamos, não há truques.

Switchtense (Neto): Isto aqui não há segredos nenhuns! Nós damos 100%, o público dá 100% …somos humildes e vamos continuar sem-pre assim…porque estamos aqui pela música. Enquanto o público puxar por nós, nós vamos puxar pelo público e vai ser sempre as-sim… Nós - Público / Público - Nós!

Switchtense (Karia): É o que nós vamos continuar a fazer…tocar ao vivo, dar concertos...é a nossa segunda casa, onde nos sentimos

confortáveis, o nosso habitat na-tural, e é o que mais gostamos de fazer...por isso é normal que as coisas fluam naturalmente….sem pressões, sem nada.

NR (IG): Então e...o céu é o limite? Ou para vocês não há limites?

Switchtense (Hugo): Talvez o Infer-no! (risos)Nós não temos metas traçadas, temos sonhos, temos objectivos, mas não temos metas no sentido de termos que fazer isto desta ou daquela maneira, senão “ou vai ou racha”. Nós estamos a curtir o momento, a aproveitar aquilo que vamos construindo e que é fruto do nosso trabalho e do nosso suor e fazemos tudo isso com alma. O que fazemos é aquilo que senti-mos e gostamos...e depois o res-to…felizmente conseguimos tocar outras pessoas e fazer com que elas adiram aos concertos e ao que vamos fazendo. Vamos traba-lhando em prol do sonho que te-mos, que é viver da música e sair “daqui para fora”, mas os limites vão sendo aqueles que vão sendo possíveis com as nossas limitações pessoais... Mas damos sempre mais do que 100% para tentarmos fazer mais do que aquilo que já fa-zemos.

NR (IG): Nós queríamos saber se vocês se lembram ainda...do 1º microfone, do 1º autógrafo, da 1ª guitarra que usaram em palco, do primeiro fã intempestuoso que se atirou para o palco ou que fez assim alguma coisa memorável? (risos)

Switchtense (Hugo): Sim…eu lem-bro-me de um “puto”, para aí em 2004...aliás a formação da banda na altura era composta por mim, o Karia e mais duas pessoas, e nós tínhamos uma Demo com 3 músi-cas que andava a circular na net.

Fomos tocar ao “Satori666” com PainStruck, e às tantas salta um “puto” em tronco nú para cima do palco com Swichtense escrito no peito...e nós que na altura nem sabíamos estar em palco…depois passados uns anos esse “puto” tornou-se um dos nossos maiores inimigos. (risos)

NR (IG): Inimigo? Como assim?

Switchtense (Hugo): Houve umas chatices com umas coisas que ele organizou. Nunca tivemos nenhu-ma relação com ele…foi só mesmo aquela situação e da vez seguinte que estivemos com ele basica-mente passou-nos uma rasteira…foi só mesmo isso, já nem me lem-brava mas foi caricato!

NR (IG): Todos os músicos, ou qua-se todos, têm amuletos, rituais an-tes de entrar no palco, das coisas mais bizarras ou das mais banais que se possa imaginar....o que é que vocês escondem nos vossos bolsos?

Switchtense (Hugo): Eu mordo sempre uma asa de morcego! Não, não tenho nada disso! (risos) Switchtense (Karia): Mas ali o Neto costuma vomitar...sempre. (risos)

Switchtense (Hugo): Não, não te-mos assim nada. Nós confiamos muito no nosso trabalho. (risos)

NR (IG): Como foi a vossa experi-ência de estarem aqui no Putre-facted Xmas Fest. Pontos positi-vos, negativos, estejam à vontade, sejam sinceros...

Switchtense (Hugo): Eu pessoal-mente curti bué, mesmo que não viéssemos tocar, vínhamos ver as bandas, grande cartaz, com duas bandas de que eu gosto muito - GROG e WEB - e são marcos do nosso underground. Quando sou-

be que vínhamos cá tocar, fiquei ainda mais contente.

Switchtense (Xines): A organiza-ção foi um espectáculo, não faltou nada, o pessoal aderiu.

Switchtense (Hugo): É continua-rem a fazer este tipo de eventos e continuarem com o vosso trabalho de divulgação do underground na-cional. É sempre bom porque aca-bamos sempre por chegar a pes-soas através de vocês a quem se calhar sozinhos não chegávamos e isso é sempre positivo…haver pessoal que como nós nas bandas, se interessa em fazer música e an-dar aqui por casmurrice às vezes, a tocar, também há pessoal que tem casmurrice e gosta de fazer o outro lado que é este trabalho de divulgação, este trabalho de promoção das bandas e do que é português. E é super importante esse lado…e a mim pessoalmen-te, eu dou muito mais valor a esse tipo de atitude do que ao pessoal que vive desta cena e acaba por se enfiar em lobbies e outro tipo de histórias que não interessam a ninguém. E vocês fazem uma coisa de que gostam, por amor à cami-sola, logo isso é muito mais ínte-gro do que uma pessoa que ganha dinheiro para fazer alguma coisa por mês e depois se calhar por fora ainda ganha mais uns trocos para pôr o CD na capa. Isso para mim é muito mais importante do que todo o outro trabalho. Aliás nós (desculpa o á parte) temos fei-to a nossa história de banda sem-pre aliado a pessoal como vocês, que faz disto (do Underground) um estilo de vida e uma maneira de pensar e de gostar de estar na música. Nunca precisámos de aju-das extra do chamado mainstream - se é que há em Portugal - e isso é importante, sabermos valorizar pessoas como vocês...e da nossa parte, sempre que precisarem de

alguma coisa…estejam à vontade!

NR (IG): Para nós é um prazer fa-zer o que fazemos, fazemos por-que gostamos mesmo disto e de promover o Metal Nacional, é um dos nossos objectivos, não só pela Rádio mas pelo panorama do Me-tal Nacional, porque a bem dizer a carreira de bandas de Metal em Portugal é um bocado “a pulso” e às vezes revolta um pouco a falta de reconhecimento por parte do público e dos demais...

Switchtense (Hugo): Pois mas isso ás vezes o público “é uma faca de 2 legumes”, como diz o Jaime Pacheco. Eu acredito que há pú-blico para Metal...tanto é que os eventos “grandes” estão comple-tamente esgotados e as pessoas a pagarem 40€ para irem ao Co-liseu.

NR (IG): …os eventos grandes que às vezes até são mal organizados, o som falha, mas porque é a ban-da X ou Y pagas 30 ou 40€ para lá estar.

Switchtense (Hugo): Eu já meti na minha cabeça, não faço isto para casmurrice é porque não tenho dinheiro para tudo, mas há alguns anos que não vou a concertos des-ses e não vou pagar 40€ para ver uma banda, depois sei que vou lá e sou tratado como um “car-neiro”, com bandeirinhas, é uma Feira Popular…e eu sinceramente já não tenho paciência para isso…ver bandas que estão ali em pal-co a “picar o ponto” a tocar sem feeling nenhum e o pessoal a pa-gar 40€ pros ver e eles estão ali a fazer “festinhas” na guitarra e na bateria. Prefiro mil vezes este tipo de eventos, beber umas cervejas, estar com a malta e curtir a minha noite!

NR (IG): Para terminar, uma men-

sagem aos vossos fãs e aos ouvin-tes da Nemesis Radio?

Switchtense (Hugo): Primeiro que-ro deixar um obrigado pelo apoio que temos sentido ao longo des-tes 2 álbuns e quero sublinhar a importância de as pessoas apoia-rem a cena local, as bandas portu-guesas...às vezes parece-me que há um complexo de inferioridade pelo facto de serem bandas nacio-nais.

Switchtense (Xines): Quero agra-decer a todas as pessoas que nos têm apoiado e que continuam a apoiar a banda. A vocês, pelo vos-so trabalho e por nos ajudarem a divulgar o nosso. E continuem a apoiar a cena Underground Nacio-nal que bem precisa e merece...bastante.

Switchtense (Neto): Quando pu-derem ir aos concertos vão, que nós vamos continuar a dar o nosso melhor.

NR (IG): Obrigado pessoal!

Switchtense (em coro): MOSH AO PESSOAL DA NEMESISSSS!!

Entrevista: Inês Guerreiro (Neme-sis Radio)Captação de Som: Luís Martins (Nemesis Radio)Revisão de Texto: Sofia Rebocho (Nemesis Radio)

Nemesis Radio (Inês Guerreiro - IG): Em primeiro lugar, agradece-mos a vossa presença. Para nós foi muito importante ter-vos aqui.

WEB: Nós também agradecemos.

NR (IG): Qual foi a sensação de voltarem a Lisboa, que pelo que sabemos, foi a cidade onde deram o vosso primeiro concerto. Como foi este regresso?

WEB (Victor): O primeiro, o segun-do e o terceiro... Foi uma sensa-ção boa, enquanto não começava o concerto, depois de começar foi um concerto. Para nós os con-certos são sempre diferentes e é algo com muita adrenalina, por-tanto esqueceu-se tudo a partir do momento que chegámos aqui, de começarmos a conviver com o pessoal...Estamos num concerto,

estamos onde gostamos e “vamos lá curtir!”

NR (IG): Uma curiosidade nossa... e pensamos que também do pú-blico em geral. Após estes 25 anos de carreira como é que vocês po-deriam caracterizar o panorama Metal Nacional actual?

WEB (Victor): Quanto ao panora-ma Metal actual, achamos que há mais prazer em tocar, há um pou-co mais de união entre as bandas, e sobretudo acho que a nível de Underground vai no bom cami-nho.WEB (Nando): Em termos do Un-derground Nacional, pelo menos naquilo que nós temos conheci-mento, que é mais na zona norte do País, principalmente no Porto e Vila Nova de Gaia, vê-se mui-to mais união entre as bandas e

nota-se uma grande evolução de ano para ano. Acho que o Under-ground está vivo e recomenda-se, como se costuma dizer.

NR (IG): O que é que vocês pen-sam relativamente à vossa influ-ência como banda nos fãs que vos seguem e nas bandas mais recen-tes? São uma influência de poder...

WEB (Nando): Até esta entrevista a influência era boa, depois desta hoje acho que já não vai ser gran-de coisa (risos). Agora a sério, dizermos que so-mos uma grande influência seria sermos convencidos demais, mas sabemos que o nosso percurso en-quanto banda e enquanto presen-ça no meio Nacional, faz com que interfiramos, influenciemos ou-tras bandas. Ajudamos e lutamos tal como muitas outras, apoiamos

Entrevista a WEB @ “Putrefacted Xmas Fest”República da Música - Alvalade, Lisboa - 3 de Dezembro de 2011

muito as outras bandas, aprende-mos com elas e se calhar é por isso que estamos aqui, ao fim deste tempo, porque nunca pensamos só em nós, pensamos em todos os amigos, bandas, salas, estúdios que sempre existiram ao longo destes anos. Fomos trabalhando com todos de igual para igual, sem fazer distinção entre uns e outros, apoiando sempre o máximo que podíamos, e acho que essa é uma das razões que nos faz estar aqui hoje: não pensar só em nós, mas no meio Underground Nacional.

NR (IG): Agora que falaste nas in-fluências... Na nossa opinião, pen-so que vocês são, sem dúvida algu-ma, uma influência para as bandas mais recentes, como banda nacio-nal de referência e com a carreira que já têm. Mas certamente vocês também têm as vossas influências. Quais são?

WEB (Victor): É difícil de dizer...te-mos influências de Checkmate, de Tarantula como é lógico, de Doc-tor... Influências daquilo que ouví-amos de Hardrock ou Rock a nível nacional na altura, e depois temos influências de bandas que apare-ceram depois de nós, porque não paramos de ouvir. Por isso, temos influências de bandas como os Pitchblack, os Grog, Switchtense, Gates Of Hell, Holocausto Canni-bal... A verdade é que quer quei-ramos quer não, se consome a música, se ouve muita música, acabamos por ser influenciados por ela, isto a nível Nacional.WEB (Nando): E pela partilha com as bandas no palco, na estrada. Também aprendemos muito com elas e acabam por ser influência, por toda a experiência que pode-mos aproveitar da relação temos com elas.WEB (Victor): Mas isto não é ser politicamente correcto. É a verda-de, porque penso que isto é lógi-

co, se tu ouves a música, acabas por ser influenciado por ela.

NR (IG): Ao longo da vossa carrei-ra, vocês só editaram dois álbuns, o “WWW” e o “Deviance”. Pode-mos dizer que vocês como ban-da podem-se resumir nos temas “Awake” e no “Journey”?

WEB (Filipe): Eu diria que não. São dois temas bastante definidores de WEB, sem dúvida. Aliás “Journey” é uma música bastante longa, com várias influências e atmosferas, ambientes que definem os WEB, mas penso que WEB são mais que isso. Para mim, os WEB são uma banda que vai buscar influências a todo o lado e as nossas músicas acabam por ser bastante variadas. No “Deviance” vê-se isso. Colocar os WEB nessas duas músicas, acho que é curto na definição da banda.

NR (IG): O facto de dizermos isto prende-se mais com uma questão de “Awake” ser o acordar...

WEB (Nando): Mais a nível temáti-co que musical...

NR (IG): Exactamente. Em termos de perspectiva, o “Awake” ser o despertar da banda e o “Journey” ser a jornada que vocês estão ain-da a fazer.

WEB (Nando): Essa é a parte en-graçada de sermos artistas, de lançarmos um álbum, porque ob-temos o feedback das pessoas e temos reacções diferentes para cada música. Como tu disseste, interpretaste que “Awake” seria o despertar dos WEB e o “Jour-ney” seria o percurso que fizemos e que ainda queremos fazer. Foi a interpretação que fizeste, não foi a interpretação que nós fizemos, nem a que muita gente fez. Já nos chegaram outras opiniões, por isso é sempre bom ouvir da parte

de quem ouve o álbum, as ideias, e muitas das vezes não tem nada a ver com aquilo que nós pensámos. Mas é isso que é óptimo, porque as pessoas pegaram no álbum e se calhar viram alguma coisa que lhes diz respeito, ou então alguma coisa que nos diz respeito a nós, independentemente de ser verda-de ou não.WEB (Filipe): As músicas falam às pessoas de maneira diferente, consoante o ouvinte a música vai ter um significado e reacção dife-rentes.

NR (IG): É normal que hajam várias interpretações, a Arte é isso mes-mo... Então para vocês este último álbum significa o quê, em termos de carreira? É um marco de qual-quer coisa na vossa carreira pro-fissional? Chama-se “Deviance” porquê?

WEB (Filipe): “Deviance” tem a ver com a temática do álbum. Os temas que fazem parte do dis-co falam um pouco do desvio do comportamento humano, porque “deviance” é isso. O álbum fala um pouco de tudo, religião, dis-túrbios mentais, comportamentos não considerados correctos pela sociedade...o “deviance” é um “apanhado” daquilo que nós fala-mos no álbum.

NR (IG): Agora que falas nisso - isto é curiosidade minha - dizes que o álbum fala um bocadinho do que está à margem da sociedade, das patologias, dos distúrbios da per-sonalidade. A vossa inspiração para este álbum veio de onde? No que vêm à vossa volta? Em vocês próprios? (risos)

WEB (Nando): O álbum tem 9 te-mas, 8 dos quais as letras saíram de mim e uma foi o Pedro que fez. Mas a inspiração vem...de todo o lado! Não nos cingimos em nada

de específico, não encurtámos as hipóteses de ir buscar influências a este ou aquele lado. As músicas iam surgindo e era preciso uma le-tra, e como já disse uma vez numa entrevista, eu não gosto de fazer algo que seja muito pessoal ou muito autobiográfico, ou seja, as letras fui eu que fiz, é óbvio que têm algo de mim mas não quero que seja algo do dia-a-dia. Acho que a música serve um pouco como escape daquilo que nos ro-deia diariamente e as coisas sur-gem naturalmente, às vezes pare-ce que pode ser pensado, mas não é tanto assim, é espontâneo.WEB (Victor): Não foi pensado...Mas o primeiro álbum é um ál-bum conceptual, é uma história do principio ao fim. E quanto ao “Deviance”, quando fomos gravar e vimos as músicas e letras, um de nós disse: “Isto também pare-ce um conceptual”. Não foi esta a nossa intenção, mas realmente o disco parece uma história disfar-çada...Não era isso que queríamos fazer, ao contrário do outro que é mesmo uma história, começa no primeiro acorde e acaba no últi-mo.

NR (IG): Em 25 anos de carreira, apenas dois álbuns. Porquê?

WEB (Nando): Porque não há di-nheiro para mais! (risos)

NR (IG): Uma questão financeira ou postura da banda?

WEB (Nando): É assim...se fica barato fazer um álbum às nossas custas? Não fica como é óbvio! Porque os WEB fazem as coisas tipo “do it yourself” e precisamos do nosso tempo para realizar as coisas que queremos fazer. Tive-mos uma outra entrevista às 19h e também nos fizeram a mesma pergunta, mas é normal pergun-tarem isso. Nós respondemos-

-lhes mais ou menos assim: os primeiros anos foram complicados por causa do serviço militar obri-gatório e os WEB foram à vez, ou seja, tiveram ali uns três ou qua-tro anos de actividade quase nula, davam concertos e ensaiavam, mas para compor isso não chega. Houve uma fase posterior a essa, algumas alterações de line-up, e a doença do David, o antigo voca-lista. Nessa altura, dos cinco, que eram os WEB, ficámos só eu e o Victor, precisámos de restruturar os WEB quase desde o zero. Foi um processo bastante moroso e se repararem o “WWW” tem mú-sicas de 1989 até músicas de 2002, 2003, ou seja, no primeiro álbum está um grande pedaço da histó-ria dos WEB. Se podia ter sido lan-çado antes? Podia, mas nós não achámos que estavam reunidas as condições necessárias para gravar o álbum e manter uma estabilida-de dentro da banda. A partir do momento em que achámos que tínhamos essa estabilidade (com outro line-up: Francisco, Pedro, eu e o Victor) era a altura ideal para lançarmos esse álbum que devia ter sido lançado há muito tempo. A partir daí, demorou uns cinco anos a lançarmos o segundo ál-bum – “Deviance”. Houve várias alterações de line-up, e só encon-trámos a estabilidade necessária para compor, gravar e lançar qual-quer coisa depois de entrar o Fi-lipe. Portanto, este último álbum foi composto, gravado e está a ser executado por estes quatro ele-mentos que aqui estão hoje.WEB (Victor): Eu sei que nos anos 80 era mais difícil de tocar, mas o Filipe neste momento é o 4º ele-mento de todos os que passaram pelos WEB que mais concertos tem connosco, e está com os WEB há 6 anos.

WEB (Nando): E também tem 25 anos... Como os Web (risos)

NR (IG): Portanto o Filipe é uma espécie de amuleto da banda?

WEB (Nando): É, é o nosso porta--chaves... (risos)

NR (IG): Agora que falamos em amuletos e essas coisas... Os mú-sicos, e os artistas em geral, têm rituais ou amuletos ou alguma coisa que têm mesmo que fazer antes do concerto para que aquilo corra bem, vocês tem alguma coi-sa dessas ou algum segredo que queiram partilhar?

WEB (Pedro): AquecerWEB (Filipe): Ter uma bateria (ri-sos)WEB (Nando): Temos um segredo muito grande que nunca contá-mos a ninguém e que vou parti-lhar agora convosco - isto nunca foi dito - Victor diz tu. (risos) Não, não temos nenhum ritual. O único ritual é quando estamos os quatro em cima do palco e vamos começar, unimos os punhos e di-zemos “vamos com calma”. Há outras coisas que também faze-mos, mas em consideração pelo espectáculo em si, se bebermos 1 ou 2 cervejas antes é muito, não costumamos beber vinho ou algo do género antes dos concertos, temos essa responsabilidade, pelo menos a de irmos bem dispostos para cima do palco e não com a sensação de que não sabemos o que fazemos mas vamos para lá... Temos essa consciência e acho que são assim os dois únicos amu-letos que temos.

NR (IG): Então não há caveiras, nem cruzes escondidas, nem per-nas de coelho... (risos)

WEB (Nando): Há mas não pode-mos dizer, esses são aqueles se-gredos que não se dizem... (risos)

NR (IG): Para acabar, queria saber como foi esta experiência aqui no “Putrefacted Xmas Fest”…pontos positivos, pontos negativos?

WEB (Nando): Pontos positivos: claramente o desafio que foi, prin-cipalmente para a Nemesis, orga-nizar este festival no centro de Lis-boa. Um cartaz espectacular, com grandes expectativas, excelentes condições... e acho que o povo continua a andar distraído. A Ne-mesis está de parabéns, foi o pri-meiro concerto, podia ter corrido melhor é verdade, mas se corresse melhor logo à primeira não tinha piada, senão já não tinham mui-to interesse em fazer o segundo. Assim, o pessoal está interessado, sabe o que pode melhorar e foi uma oportunidade única para os WEB, e penso que para as outras bandas também... Para os GROG também, como o Pedra assim o disse no concerto. Acho que o maior ponto positivo é, nos tem-pos que correm, a Nemesis inves-tir num festival, isso é um grande valor. Parabéns.

NR (IG): Obrigado.

WEB (Filipe): Estava há pouco a pensar para mim...gosto de vos

ver trabalhar, sempre preocupa-dos em dar boas condições às ban-das, aos vossos convidados, gostei disso e sentimo-nos bem recebi-dos aqui.WEB (Nando): Há uma coisa que eu queria dizer, eu não sou o pri-meiro a dizer nem serei o último: com um cartaz destes há muitas pessoas - e nós não percebemos porquê - que dão 30 e 50 eu-ros para ver bandas estrangeiras que muitas das vezes não têm a qualidade que a maior parte das bandas portuguesas, que vemos a tocar em Portugal, têm. As ban-das portuguesas que andam por aí têm tanta ou mais qualidade do que algumas bandas que vêm acompanhar outras de topo a ní-vel Europeu. Quer dizer, por 8€, às vezes 5€ com grandes cartazes e as casas, não direi vazias porque a casa hoje esteve composta, mas com bandas como GROG, WEB, SWITCHTENSE e CONCEALMENT...são bandas que já deram cartas a nível Nacional. Os Swichtense estão ai em força, têm um álbum espectacular. Há muita coisa boa a nível Nacional! Nós vemos lá no Porto, há uns anos atrás nós tínha-mos que bater à porta para tocar-mos, e hoje temos que recusar concertos porque existe um gran-

de movimento Underground que está muito bom e cada vez com mais qualidade. Portanto acho que um ponto positivo é o cartaz e toda a organização e é realmente para as pessoas verem que estas coisas acontecem, vão acontecer muito mais vezes e que as pesso-as só não vêm mesmo porque não querem, ou porque… “são bandas portuguesas e não vale a pena…”.

NR (IG): Que mensagem gostariam de deixar aos vossos fãs e aos ou-vintes da Nemesis Radio?

WEB (Victor): A mensagem que nós queremos deixar é que conti-nuem a acreditar naquilo que gos-tam e que, sobretudo, façam por fazer aquilo de que gostam, que é o que nós fazemos!

NR (IG): Obrigada por terem vin-do.

Entrevista: Inês Guerreiro (Neme-sis Radio)Captação de Som: Luís Martins (Nemesis Radio)Revisão de Texto: Sofia Rebocho (Nemesis Radio)

Nemesis Radio (Inês Guerreiro - InêsG): Antes de mais quero agra-decer em nome da Nemesis Radio o vosso concerto aqui no “Putre-facted Xmas Fest”. Foi belíssimo…

Concealment (Filipe Correia): Mui-to Obrigado.

NR: Estamos com os Concealment em entrevista para a Nemesis Ra-dio no “Putrefacted Xmas Fest” e gostava de perguntar em primeiro lugar como foi este vosso regresso aos palcos de Lisboa?

Concealment: É sempre bom vir tocar aqui. Por vezes, por incrível que pareça, existe um fenómeno que é: quando se toca no centro de Lisboa não está ninguém. Desta vez, ocorreu precisamente o con-trário, esteve muita gente e está impecável, as pessoas aderiram,

e foi um pouco como um voltar atrás de 11 anos, porque tocámos num festival dentro do mesmo conceito no “Ritz Club” que foi espectacular...e hoje foi uma noite espectacular também, sem dúvida alguma…foi muito bom! E obvia-mente também queremos agrade-cer o convite que tivemos da vossa parte.

NR: Nós é que agradecemos a vos-sa presença. Foi realmente muito bom...mesmo.Gostávamos de saber também, qual a origem do nome da banda. Porquê Concealment? Como sur-giu?

Concealment: O nome “Conceal-ment” surge de uma banda que se chama “Deathrow”, que é ger-mânica de Thrash Progressivo dos anos 80 da qual eu era grande fã.

Entretanto, andávamos com algu-mas indecisões relativamente ao nome, tínhamos diversas escolhas paralelas e nesse processo numa das músicas de “Deathrow” per-tencente ao álbum “Deception Ignored” que é a primeira músi-ca “Events in Concealment”, nós resolvemos adoptar esse nome através dessa influência pois era uma banda que nos dizia mui-to, e que tinha um nome fora do normal. “Concealment” significa-va um pouco o que andávamos à procura ao nível do mistério e do ocultismo e ao mesmo tempo é um tributo a uma banda da qual gostávamos muito.

NR: São um pouco as vossas influ-ências e as vossas raízes... De um modo geral da banda ou só tuas?

Concealment: Eu penso que o tí-

Entrevista a Filipe Correia (CONCEALMENT) @ “Putrefacted Xmas Fest”República da Música - Alvalade, Lisboa - 3 de Dezembro de 2011

tulo primordial todos tínhamos e temos uma raiz musical seme-lhante. Tanto eu, como o Paulo como o David, sempre fomos mui-to ligados ao Metal Progressivo, a bandas que têm um conceito mais complexo do que o resto das ban-das de Metal, embora também goste e eles também do conceito normal e de bandas que têm aque-le power e aquela cena “In Your Face”. Mas surge essa empatia e esse paralelo entre as pessoas, de um Thrash e Death que era muito mais progressivo, e daí Deathrow, Cynic, Death, Atheist e essas ban-das de título primordial. Depois no futuro há sempre aquele desenrai-zar e ir para outras vertentes, mas no fundo mesmo com as nossas diferenças acabamos por nos jun-tar e fazer o que é Concealment.

NR: É a essência...

Concealment: Exactamente. A es-sência está lá, depois o resto são cores diferentes com que se vai pintando o quadro.

NR: O vosso último trabalho “Phe-nakism” traduz o lugar secreto onde os Concealment habitam e exploram conceitos diferentes de fazer música?

Concealment: Sem dúvida algu-ma! O “Phenakism” é um pouco a loucura de investimento a nível de várias técnicas e sentimentos. No primeiro álbum “Leak”, tínha-mos um aglomerado de músicas, algumas recentes, outras que vie-ram do passado, e foi um pouco aquele trabalho que se possa cha-mar o titulo de lançamento, ainda com tudo muito no ar, um pouco por definir. O “Phenakism” já des-mascara um bocado a banda e já começa a direccionar e mostrar in-fluências que por vezes não eram tão demonstradas no “Leak”. Nós, por exemplo, no “Phenakism” já

usamos mais a tonalidade, com-passos compostos e técnicas que não usávamos tanto no “Leak”. Isso vem trazer um lado mais obs-curo ao álbum e uma sonoridade mais Avant-garde, que isso é um pouco o que nós somos. Temos aquela direcção, sem ter aquela barreira de “é por aqui”, temos uma linhagem - a nossa essência - e a partir dai vale tudo.

NR: Assim como uma espécie de paleta de cores...isso talvez reflic-ta também a vossa maturidade como banda...

Concealment: Exactamente, sem dúvida.

NR: Quanto à aceitação do públi-co... Como encaram isso, como é que acham que está a correr a aceitação do público ao vosso tra-balho?

Concealment: Há uma situação lógica, nós não temos uma sono-ridade de “fast food”, de consumo fácil. Conseguimos ter, de certa forma, um movimento de culto mais direccionado no estrangeiro do que temos dentro de Portugal. Existem muitos fãs de Conceal-ment fora de Portugal e que ele-vam a banda como uma banda tão grande como qualquer outra den-tro do nosso género. Cá em Por-tugal, eu penso que é um pouco aquele ditado de que “santos da casa não fazem milagres”, embora tenhamos aceitação, as pessoas gostam e quando vêm aos nossos concertos acabam por tirar a “pro-va dos nove”, de ver que os traba-lhos de Concealment de estúdio não são propriamente uma farsa, são trabalhos que são viáveis e que são feitos ao vivo...aí as pes-soas começam a acreditar mais na banda. Mas a realidade é que a nível nacional ainda existe al-guma renitência na comunidade.

Não somos aquela banda em que toda a gente vai ver o concerto, se calhar somos mais aquela banda de culto, onde vão aqueles que realmente gostam, que já conhe-cem. Depois...há sempre aquelas pessoas que não conhecem e que ficam fãs da banda. E isso é um fe-nómeno engraçado.

NR: Não vos vamos massacrar muito mais. (risos) Queríamos sa-ber como foi esta experiência aqui no “Putrefacted Xmas Fest”?

Concealment: Sem dúvida muito boa! A organização foi muito boa, estão todos de parabéns, vale a pena ingressar em festivais nos quais as coisas correm bem, em que existe uma simbiose entre as pessoas que estão a produzir o es-pectáculo e os músicos...e depois foi uma casa espectacular com bastante público. Eu estava com algumas reticências, porque esta-mos a passar uma fase complicada e mesmo assim fiquei...maravilha-do! Foi muito bom. Estão todos de parabéns.

NR: E desta experiência, acham que fluíram novas ideias para fu-turos concertos, para um próximo álbum...?

Concealment: Sim, nós tentamos sempre travar bons relacionamen-tos com todas as pessoas, e daqui obviamente nasceu uma amizade. Aconselho-vos seriamente a conti-nuarem a fazer este tipo de even-tos porque estão sem dúvida no bom caminho. Quanto ao futuro de Concealment, agora temos que promover o “Phenakism” e depois havemos de nos sentar e pensar como há-de ser o terceiro. Nesta fase temos ainda que “cavar” um pouco mais e concentrarmo-nos neste último álbum que foi lan-çado há pouco tempo. Neste mo-mento um terceiro disco ainda é

uma miragem por enquanto.

NR: Talvez a frieza do mundo ac-tual e o cepticismo relativamente às bandas de Metal Português tem um pouco a ver com isso... É uma luta a pulso...mas acho que vale a pena.

Concealment: Sim. Há uma si-tuação que muitas pessoas des-conhecem, que é o facto de no mundo do Metal português não haver praticamente ninguém que vive da música, todos têm traba-lhos paralelos, e vão fazendo isto como um sonho, que seguem e continuam a progredir nele. Nós, como essas bandas, continuamos a fazer o que gostamos, indepen-dentemente de existirem fases complicadas e coisas que nos pos-sam desanimar. Se cada vez mais há menos sítios para tocar e as pessoas estão renitentes em ir a concertos, a realidade aqui é que tem que se acreditar. Eu acredito que um dia isto vai ficar melhor e estamos cá todos para fazer com que as coisas melhorem. Porque o

Metal é isso, não é um estilo mu-sical de passagem, é um modo de vida. De certeza que praticamen-te toda a gente que está aqui, há anos que persegue isto e segue algo que é intimo e pessoal, e lá no fundo é esse lado, isso é uma coisa sensível e de certa forma faz parte do metaleiro português que luta, mas a realidade aqui é que isso é que mostra o quanto as pes-soas gostam do que fazem e estão cá para durar. E hoje está-se a ver aqui bandas que estão cá para du-rar.

NR: Isso é um pouco lutar por uma paixão, por um sonho, nós acha-mos que vale a pena... vale sem-pre a pena desde que uma pessoa acredite nisso e faça por isso e sinceramente achamos que vocês estão no caminho certo pelo que vimos aqui hoje. A última pergun-ta: uma mensagem aos vossos fãs e também aos ouvintes da Neme-sis Radio.

Concealment: Eu penso que a melhor mensagem nesta altura é

as pessoas não deixarem de acre-ditar. Quem é fã, continuar a dar força e os músicos continuarem a tocar. Obviamente há um caminho complicado pela frente mas hoje em dia temos que deixar isso para trás e pensar num futuro melhor, que há-de vir. Se todas as noi-tes correrem como esta correu, acho que está a renascer aquela Fénix...e é por aí.

NR: Nós acreditamos nisso tam-bém. Quero então agradecer a vossa entrevista, em nome da Ne-mesis Radio, e a vossa presença também.

Concealment: E um grande agra-decimento à Nemesis Radio e as pessoas que ouvem a Nemesis também. Muito obrigado!

Entrevista: Inês Guerreiro (Neme-sis Radio)Captação de Som: Luís Martins (Nemesis Radio)Revisão de Texto: Sofia Rebocho (Nemesis Radio)

Reviews / Críticas aos Álbuns Apresentados no “Putrefacted Xmas Fest”

Web – “Deviance” (2011)

Web... Esta banda dispensa apresentações. Comemora agora em Dezembro os seus 25 anos de existência e tem um trabalho novo, "Deviance". Pode-se dizer que acompanhei Web du-rante grande parte da sua carreira, tive o prazer de conhecer pessoalmente esta grande ban-da em meados dos anos 90, ainda com o falecido David na voz (R.I.P.), e se a banda já era grande na altura, agora está melhor ainda. Este álbum tem faixas longas, principalmente a última com quase 11 minutos, mas não é nada monótono, pelo contrário. É um trabalho que parece que conta uma história, com princípio, meio e fim, mesmo para ser ouvido sem inter-rupções. É um CD de 'metal' que não deve faltar na colecção de nenhum 'metaleiro' que se preze!

Switchtense – “Switchtense” (2011)

Depois da sua estreia com “Confrontation of Souls”, que foi arrasadora, aparece-nos agora o seu álbum homónimo, que é ainda mais arrasador. Fazem um som tipo “thrash/hardcore” com bastante ‘power’ e este novo trabalho está sempre a abrir, com um ‘speed’ intenso que nunca vai abaixo. É um álbum muito bom, que todos os fãs do género deviam ter pois não fica nada atrás de grandes bandas estrangeiras do mesmo estilo. Comprem, ouçam, que garanto que não se vão arrepender.

Concealment – “Phenakism” (2011)

Este segundo trabalho dos Concealment está excelente, por dentro e por fora. Com um ‘layout’ fora de série, é um álbum de ‘death metal’ técnico que, por vezes, me faz lembrar Cy-nic, com uma exímia secção rítmica e um belo toque de saxofone na faixa “Deluge”. Claro que (e é pena) muita gente não consegue digerir este tipo de som, acha muito ‘aos altos e baixos’ ou ‘parece que se enganam’, como já ouvi pessoas dizer, daí, normalmente, quem gosta regra geral é músico, mas eu, que (infelizmente) não toco qualquer instrumento, aprecio bastante este som e aconselho vivamente este ‘Phenakism’. É recheado de bons temas e ouve-se mui-to bem do princípio ao fim, não se torna nada monótono. Excelente!

Grog – “Scooping the Cranial Insides” (2011)

Grog é uma banda já bem conhecida do ‘underground’ nacional, com muitos anos de currí-culo, e este último trabalho está brutalíssimo, no verdadeiro sentido. Começa logo pela capa: um ‘layout’ extremamente ‘gore’, com fotos muito bem conseguidas, a deixar-nos na expec-tativa para o som que ainda vamos ouvir. Quando passamos para o CD em si, somos surpre-endidos pela introdução “Toia Mai (Haka Powhiri)”, mas logo reconhecemos Grog no segundo tema, o bem poderoso “Beyond the freakish Scene”. A partir daqui é sempre a abrir, com o seu death/grind brutal, que, infelizmente, perde um bocado o andamento (na minha opinião) com a participação feminina na faixa “Anal Core”, que podia ser mais convincente tanto em ‘emoção’ como em pronúncia... Tirando esse pormenor, é um álbum sempre a rasgar e com uma faixa escondida no fim, em português, com um final um tanto...digamos...interessante... Só ouvindo mesmo, por isso não façam cerimónia, nem torçam o nariz por ser nacional, e comprem o álbum que vale a pena.

Reviews/Críticas: Ana Maria Pires (Nemesis Radio)Revisão de Texto: Sofia Rebocho (Nemesis Radio)

Agradecimentos

Dia 3 de Dezembro ficou na história da Nemesis Radio! O Primeiro evento que realizámos com bandas foi sem sombra de dúvida um enorme sucesso! Em nome de toda a equipa que trabalhou para que o “Putrefacted Xmas Fest” fosse possível um “Muito Obrigado” a todos os que de forma directa ou indirecta participaram no evento e/ou nos apoiaram! Um cartaz magnífico que fez a devida homenagem ao que de melhor se faz no Underground Nacional. Um agradecimento muito especial aos CONCEALMENT, SWITCHTENSE, WEB e GROG pela noite Fantástica que nos proporcionaram e por demonstrarem que com humildade mas com muita garra se fazem grandes espectáculos! Valeu a pena trabalhar com Bandas que acima de tudo deram o seu contributo para ajudar a tornar as coisas bem mais simples, de bom grado trocaram experiências connosco, sugeriram formas de abordagem em próximos even-tos, nos deram dicas úteis e ensinamentos, sempre sem vedetismos. Foi notório o Bom Ambiente que se “respirava”, o Espírito de Equipa entre Bandas, entre Bandas e a Nemesis Radio e o resultado só poderia ter sido uma noite de Excelência, Profissionalismo, Muito Power, Boa Disposição, Muita Vontade de Fazer Mais e Melhor, mas acima de tudo…Vontade de Repetir! Agradecimento ao DJ VLord (Valter Varela) pela disponi-bilidade para o nosso After Party!

Obrigado ao Público que esteve presente e connosco quis apoiar 4 Grandes Bandas Nacionais, numa noite em que todas sem excepção “deixaram a pele em palco” garantindo que a aposta feita pela Nemesis Radio ao reunir num só cartaz 4 bandas de renome, foi largamente ganha!

Parabéns aos WEB e aos GROG pelos seus 25 e 20 Anos de Carreira, Respectivamente!

Para terminar, um agradecimento à “República da Música” pelas excelentes condições, por ter aceite o nosso desafio de em conjunto oferecermos uma noite diferente na cidade de Lisboa. Agradecimento também aos nossos Parceiros e Apoiantes: Nélia Olival (No Design), Inês Marques (Goth ‘n’ Rock Productions), António Durães (ET Eventos & Serviços), Valter Varela & Catarina (Covil Bar), José Rocha (Rocha Produções) e um agradecimento especial ao Joel Costa (Infektion Magazine) pela disponibilidade para o lançamento deste Suplemento na Edição de Dezembro da “Infektion Magazine” dedicado exclusivamente ao “Putrefacted Xmas Fest”. Agradecimentos especiais também a toda a Equipa da Nemesis Radio que trabalhou directa ou indi-rectamente no Evento e ao longo destes 2 anos e 7 meses de actividade (Direcção, Locutores, Colaboradores – Imagem e Web Design, Assistentes de Marketing, Jornalistas, Fotógrafos).Bem Haja a todos! Os Maiores Sucessos e Até ao Próximo Evento!

\m/ Não Somos Melhores, Somos Diferentes! \m/A Direcção,

.::.Nemesis Radio Team.::.www.nemesistv.com

Créditos Suplemento:

Cartaz Putrefacted Xmas Fest: Nélia Olival (Nemesis Radio & No Design);Edição/Composição, Grafismo: Joel Costa (Infektion Magazine);

Entrevistas: Inês Guerreiro (Nemesis Radio);Entrevistas - Captação de Som: Luís Martins (Nemesis Radio);

Fotografia: Pedro Almeida (Nemesis Radio);Reportagem: Maria Aleixo (Nemesis Radio);Reviews: Ana Maria Pires (Nemesis Radio);

Revisão de Textos: Ana Sofia Rebocho (Nemesis Radio);

Agradecimentos:

Bandas:Concealment;

Grog;Switchtense;

Web;

Parceiros:República da Música;

Nélia Olival (No Design);Inês Marques (Goth ‘n’ Rock Productions);António Durães (ET Eventos & Serviços);

DJ VLord - Valter Varela (Covil Bar);

Nemesis Radio Team:

Direcção:

Fernando Tina (Presidente);Ana Sofia Rebocho (Vice-Presidente, Directora de Marketing e Jornalismo);

Bruno Ventim (Director de Programação);Nélia Olival (Direcção de Imagem e Web Design);

Bruno Mestre (Director de Bandas / Nemesis Productions);Erika Santos (Secretária-Geral);

Frederico Pereira (Tesoureiro / Conselho de Administração);Luís Ferreira (Conselho de Administração / Nemesis Productions);

Locutores:

Ana Maria Pires;

Cláudia Fernandes;Fernando Santos;

Filipe Pinto;Gualter Charrua;

João OuroLuís Martins;Maria Aeixo;

Miguel Alcobia;Ricardo Henriques;

Jornalistas:

Inês Guerreiro;

José Maldonado;Ricardo Silva;

Fotógrafos(as):

Alexandra Vicente;

Andreia Patrícia Moutinho;António Melão (Cameraman Metálico);

Vânia Santos;