Apostila de Análise Volumétrica – I semestre / 2014 1
QUI095
ANÁLISE VOLUMÉTRICA
Experimentos
Profa. Maria Auxiliadora Costa Matos
Técnico: José Fernando de Assis
Juiz de Fora - MG
I semestre 2014
Universidade Federal de Juiz de Fora
Instituto de Ciências Exatas
Departamento de Química
Apostila de Análise Volumétrica – I semestre / 2014 2
ÍNDICE
Noções elementares de segurança......................................................................................................................... 4
Apresentação.................................................................................................................................................. 4
Segurança no laboratório........................................................................................................................... 4
Caderno de laboratório.............................................................................................................................................. 6
Relatórios.................................................................................................................................................................... 7
Cronograma e Referências Bibliográficas............................................................................................................. 9
Limpeza de material de vidro..................................................................................................................................... 10
Pesagem em balanças analíticas................................................................................................................................ 10
Cuidados necessários em operações de rotina no laboratório........................................................................ 11
Pesagem.............................................................................................................................................................. 11
Medida do Volume........................................................................................................................................... 11
Preparo de Soluções....................................................................................................................................... 11
Titulação............................................................................................................................................................ 11
1. Aferição de material volumétrico........................................................................................................................ 12
1. 1. Aferição de balão volumétrico........................................................................................................... 12
1.2. Aferição da bureta................................................................................................................................. 12
1.3. Aferição de pipeta.................................................................................................................................. 13
1.3.1 Instruções para uso de uma pipeta................................................................................................. 13
Titulação ácido-base..................................................................................................................................................... 15
2. Preparo e diluições de soluções padrões........................................................................................................... 15
Procedimento e cuidados na preparação das soluções....................................................................................... 15
2.2. Solução NaOH.......................................................................................................................................... 15
2.3. Solução de H2SO4................................................................................................................................... 15
2.4. Aferição ou padronização de soluções............................................................................................. 16
2.4.1. Aferição da solução de NaOH com biftalato de potássio (padrão primário) ................. 16
2.4.2. Determinar a concentração da solução de H2SO4 com a solução de NaOH
padronizada..................................................................................................................................................
16
3. Determinação da concentração de ácido acético em amostras de vinagre............................... 17
4. Determinação de ácido acetilsalicílico em medicamentos........................................................................... 18
5. Determinação da acidez total em vinhos.......................................................................................................... 18
6. Determinação da concentração de ácido fosfórico em uma amostra...................................................... 19
6.1 Procedimento ........................................................................................................................................... 19
6.2 Procedimento ........................................................................................................................................... 19
Titulação por precipitação.......................................................................................................................................... 20
7. Método de Mohr: Aferição de uma solução de agno3 com uma solução de NaCl (padrão primário)........... 20
Apostila de Análise Volumétrica – I semestre / 2014 3
8. Método de Mohr: Determinação de cloreto em soro fisiológico............................................................... 20
9. Determinação da concentração de iodeto com uma solução de nitrato de prata (padrão
secundário) pelo Método de Fajans - titulação direta......................................................................................
21
10. Determinação da concentração de íons brometo com uma solução de nitrato de prata (padrão
secundário) pelo Método de Volhard - titulação pelo resto ou de retorno...............................................
21
Titulação por complexação......................................................................................................................................... 22
11. Aferição de uma solução de ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) com carbonato de cálcio
(padrão primário) .........................................................................................................................................................
22
12. Determinação da dureza da água do mar........................................................................................................ 23
13. Determinação de cálcio e magnésio em amostras de calcário.................................................................. 24
13.1 Preparo da solução de calcário........................................................................................................... 24
13.2.1 Dosagem do cálcio...................................................................................................................... 24
13.2.2 Dosagem do cálcio e do magnésio......................................................................................... 24
14. Determinação da concentração de íons Fe3+ e Al3....................................................................................... 25
Titulação redox.............................................................................................................................................................. 26
Permanganimetria............................................................................................................................................ 26
15. Aferição de uma solução de permanganato de potássio com oxalato de sódio (padrão
primário). ........................................................................................................................................................................
27
16. Determinação do teor peróxido de hidrogênio e volumes de oxigênio em amostras de água
oxigenada comercial. ....................................................................................................................................................
27
Iodometria........................................................................................................................................................ 29
17. Aferição de uma solução de tiossulfato de sódio com dicromato de potássio (padrão
primário), método indireto. .......................................................................................................................................
30
18. Determinação de cobre em esponjas de uso doméstico (titulação indireta)...................................... 30
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 4
QUI - 095 – ANÁLISE VOLUMÉTRICA - 2012 – I sem
ROTEIRO DE LABORATÓRIO
NOÇÕES ELEMENTARES DE SEGURANÇA
APRESENTAÇÃO
Este texto foi preparado conjuntamente pela CIPA (Comissão Interna de
Prevenção a Acidentes) e alguns docentes dos cursos introdutórios de laboratório.
Seu objetivo é prevenir a ocorrência de acidentes durante a realização de
experimentos e esse objetivo somente será alcançado com sua colaboração.
Quando estamos no Departamento de Química, estamos expostos às mais
variadas situações de risco devido à própria natureza da atividade que se desenvolve
aqui. Por exemplo: substâncias corrosivas e/ou tóxicas, materiais radioativos e
radiações de uma maneira geral fazem parte de nosso dia-a-dia. O primeiro passo
para se evitar um acidente é saber reconhecer as situações que podem desencadeá-
lo, a partir daí há uma série de regras básicas de proteção individual e coletiva que
devem ser conhecidas e aplicadas. Nas páginas seguintes você encontrará um
grande número dessas recomendações; segui-las não somente contribuirá para seu
bem estar pessoal como também para sua formação profissional.
SEGURANÇA NO LABORATÓRIO
SEGURANÇA é assunto de máxima importância e especial atenção deve ser
dada às medidas de segurança pessoal e coletiva em laboratório. Embora não seja
possível enumerar aqui todas as causas de possíveis acidentes em um laboratório,
existem certos cuidados básicos, decorrentes do uso de bom senso, que devem ser
observados:
1. Siga rigorosamente as instruções fornecidas pelo professor.
2. Nunca trabalhe sozinho no laboratório.
3. Não brinque no laboratório.
4. Em caso de acidente, procure imediatamente o professor, mesmo que não haja danos
pessoais ou materiais.
5. Encare todos produtos químicos como venenos em potencial, enquanto não verificar
sua inocuidade, consultando a literatura especializada.
6. Não fume no laboratório.
7. Não beba e nem coma no laboratório.
8. Use jaleco apropriado.
9. Caso tenha cabelos longos, mantenha-os presos durante a realização dos
experimentos.
10. Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis (acetona, álcool, éter, etc...)
próximos à chama.
11. Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis expostos ao sol.
12. Evite contato de qualquer substância com a pele.
13. Trabalhe calçado e nunca de sandálias.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 5
14. Todas as experiências que envolvem a liberação de gases e/ou vapores tóxicos
devem ser realizadas na câmara de exaustão(capela).
15. Ao preparar soluções aquosas diluídas de um ácido, coloque o ácido concentrado na
água, nunca o contrário.
16. Nunca pipete líquidos cáusticos ou tóxicos diretamente, utilize pipetadores.
17. Nunca aqueça o tubo de ensaio, apontando sua extremidade aberta para um colega
ou para si mesmo.
18. Sempre que necessário proteja os olhos com óculos de proteção.
19. Não jogue nenhum material sólido dentro da pia ou nos ralos.
20. Não jogue resíduos de solventes na pia ou no ralo; há recipientes apropriados para
isso.
21. Não jogue vidro quebrado ou lixo de qualquer espécie nas caixas de areia. Também
não jogue vidro quebrado no lixo comum. Deve haver um recipiente específico para
fragmentos de vidro.
22. Não coloque sobre a bancada de laboratório bolsas, agasalhos, ou qualquer material
estranho ao trabalho que estiver realizando.
23. Caindo produto químico nos olhos, boca ou pele, lave abundantemente com água. A
seguir, procure o tratamento específico para cada caso.
24. Saiba a localização e como utilizar o chuveiro de emergência, extintores de incêndio e
lavadores de olhos.
25. Nunca teste um produto químico pelo sabor (por mais apetitoso que ele possa
parecer).
26. Não é aconselhável testar um produto químico pelo odor, porém caso seja necessário,
não coloque o frasco sob o nariz. Desloque com a mão, para a sua direção, os
vapores que se desprendem do frasco.
27. Se algum produto químico for derramado, lave o local imediatamente.
28. Verifique que os cilindros contendo gases sob pressão estão presos com correntes ou
cintas.
29. Consulte o professor antes de fazer qualquer modificação no andamento da
experiência e na quantidade de reagentes a serem usados.
30. Caso esteja usando um aparelho pela primeira vez, leia sempre o manual antes.
31. Não aqueça líquido inflamável em direto na chama.
32. Lubrifique tubos de vidro, termômetros, etc, antes de inseri-los em rolhas e proteja
sempre as mãos com um pano.
33. Antes de usar qualquer reagente, leia cuidadosamente o rótulo do frasco para ter
certeza de que aquele é o reagente desejado.
34. Verifique se as conexões e ligações estão seguras antes de iniciar uma reação
química,
35. Abra os frascos o mais longe possível do rosto e evite aspirar ar naquele exato
momento.
36. Não use lentes de contato.
37. Apague sempre os bicos de gás que não estiverem em uso.
38. Nunca torne a colocar no frasco um regente retirado em excesso e não usado. Ele
pode ter sido contaminado.
39. Não armazene substâncias oxidantes próximas a líquidos voláteis e inflamáveis.
40. Dedique especial atenção a qualquer operação que necessite aquecimento
prolongado ou que libere grande quantidade de energia.
41. Cuidado ao aquecer vidro em chama: o vidro quente tem exatamente a mesma
aparência do frio.
42. Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras (água ou gás) abertas.
Desligue todos os aparelhos, deixe todo o equipamento limpo e lave as mãos.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 6
CADERNO DE LABORATÓRIO
A função de um caderno de laboratório é ter o registro do que se fez e do que
se observou e deverá ser compreensível a qualquer pessoa. De maneira que você
ou qualquer outra pessoa possa repetir os experimentos.
As folhas do caderno devem ser numeradas de forma consecutiva.
Organize o caderno para receber os dados numéricos antes de ir para o laboratório
(ex. tabela para registro dos dados obtidos na prática e lacunas para registros dos
dados que serão calculados, anote sempre o nome e a concentração das soluções
utilizadas no experimento, volumes das alíquotas das amostras e soluções, massas
pesadas, etc).
Anteceda cada conjunto de registro com um cabeçalho com data (ex. título do
experimento e data da execução).
Escreva as equações químicas balanceadas para cada reação que será usada.
Sempre registre os nomes dos arquivos em computadores que foram gerados com os
dados obtidos nos experimentos.
Registros obtidos em equipamentos de medida, gráficos obtidos com o tratamento de
dados, figuras e etc, devem ser anexados ao caderno juntamente com algum
comentário.
Um caderno de laboratório deverá constar:
1. Título do experimento.
2. Um breve enunciado dos princípios nos quais a analise é baseada.
3. Um resumo completo dos dados de pesagem, volumes ou respostas instrumentais
necessários para calcular os resultados.
4. Equações para s principais reações envolvidas na análise
5. Equações mostrando como os resultados foram calculados.
6. Comentários sobre o conjunto de dados e sua precisão e exatidão.
Um resumo das observações que dão sustentação a validade de um resultado
especifico ou de toda análise – sua conclusão.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 7
RELATÓRIOS DE QUI 095
O trabalho científico realizado por uma pessoa ou um grupo só poderá ter
utilidade para outras pessoas, se adequadamente transmitido. A forma de transmissão
mais difundida é a da linguagem escrita, principalmente na forma de resumos,
relatórios, artigos científicos e livros, dependendo da extensão, importância e público
a ser atingido.
Nos laboratórios acadêmicos e industriais são muito empregados os relatórios
de experiências realizadas.
Não existem normas rígidas da sua elaboração, mas, devido à sua provável
importância na carreira profissional do aluno, serão dadas algumas recomendações
que lhe serão úteis no progressivo aperfeiçoamento da sua técnica de redação
científica.
Ao fazer um relatório, o aluno deve conhecer claramente a questão abordada
pela experiência e qual a resposta que obteve para ela. Esta formulação sintética
servirá de linha diretriz para toda a redação, impedindo que se perca em divagações
sobre assuntos colaterais ou considerações sobre detalhes sem importância.
A linguagem empregada deverá ser concisa, correta e precisa.
A redação deverá ser coerente quanto ao tempo dos verbos empregados,
recomendando-se expor os resultados das observações e experiências no
passado, reservando o presente para as generalidades ou para as referências a
condições estáveis.
É conveniente recorrer a tabelas e gráficos, pois permitem concentrar
grande quantidade de informações.
Os valores numéricos deverão estar acompanhados de unidades de medida
preferencialmente pertencentes ao mesmo sistema. A unidade de medida deverá ser
incluída também no cabeçalho das tabelas e nos eixos das figuras.
Sempre que os valores numéricos forem muito grandes ou pequenos, convém
multiplicar o valor por uma potência inteira de dez para que o número fique com um ou
dois algarismos antes da vírgula, e com tantos quantos forem necessários para
expressar a precisão após a vírgula.
Após a redação do rascunho do relatório, este deverá ser examinado
criticamente, como se estivesse sendo lido por uma pessoa estranha, verificando-se a
clareza com que é expressa cada idéia e se não se pode fazê-lo com menor número
de palavras, eliminando-se adjetivos supérfluos, construções perifrásticas e repetição
do mesmo assunto em pontos diferentes do relatório.
O melhor relatório é aquele que cobre todo o assunto da maneira mais sucinta.
A seguir, será dado uma esquema sugestivo para os relatórios. A existência, a
organização e o conteúdo de cada parte dependerão da experiência realizada.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 8
TÍTULO DA PRÁTICA: 1. INTRODUÇÃO
- Fundamentos da técnica ou método.
- Aspectos relevantes sobre a amostra analisada
- Equações matemáticas. 2. OBJETIVO(S) DA EXPERIÊNCIA 3. PARTE EXPERIMENTAL
- Materiais, aparelhos, reagentes e soluções utilizados (especificações dos reagentes, grau de pureza, concentração das soluções, etc).
- Procedimento ou esquema simplificado da montagem experimental. - Discussão de alguns detalhes técnicos ou características da instrumentação usada.
- Observações sobre o procedimento de trabalho, dificuldades, modificações e comportamento não esperado.
4. RESULTADOS
- Reações químicas - Tabelas com os dados obtidos e os resultados calculados. Identificação das tabelas com número e
título, legendas. - Gráficos e registros. Identificação das figuras (gráficos ou registros) com número, título,
legendas, etc. - Resultados finais.
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS - Principais fontes de erros, apreciação do seu efeito sobre os resultados e possibilidades de
diminuí-los. - Comparação dos resultados com valores publicados na literatura ou obtidos pelos outros grupos
que realizaram a experiência, tentando justificar diferenças encontradas. - Discussão das vantagens, potencialidades e limitações da técnica empregada quando comparada
com outras, dificuldades encontradas e comportamento não esperado. - Aperfeiçoamentos importantes da técnica já existentes (mas não disponíveis no laboratório) ou
sugeridos pelos relatórios. - Eventuais conclusões obtidas.
6. BIBLIOGRAFIA
Relação das referências bibliográficas efetivamente consultada na elaboração do relatório, identificando o número das páginas consultadas. Por exemplo, na elaboração destas recomendações:
1. GUENTHER, W.B., Química Quantitativa: Medições e Equilíbrio, Trad. Moscovici, R., São Paulo,
Blücher-EDUSP, 1972, p. 34-37. 2. LUFT, C.P., Trabalho Científico: Sua Estrutura e Apresentação, Porto Alegre, 1962, p. 24-46.
3. REY, L., Como Redigir Trabalhos Científicos, São Paulo, Blücher-EDUSP, 1972, p. 60-64.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 9
CRONOGRAMA
Semana Data Experimento
1 18-Mar Erros e Tratamento de Dados.
2 25-Mar Limpeza e aferição dos materiais volumétricos e
Preparo da solução de NaOH.
3 1-Abr Aferição da solução de NaOH com biftalato de potássio.
4 8-Abr Preparo e aferição da solução de H2SO4.
5 15-Abr Determinação de ácido acético em amostras de vinagre.
6 22-Abr Determinação de ácido acetilsalicílico em amostras de medicamento.
7 29-Apr Determinação da acidez total em amostras vinho branco.
8 6-Mai Determinação da concentração de H3PO4.
9 13-Mai Aferição da solução de AgNO3 e
Determinação de cloreto em amostras de soro fisiológico.
10 20-Mai Determinação da concentração de iodeto e brometo.
11 27-Mai Prova 1
12 3-Jun Aferição da solução de edta e Determinação da dureza em amostras de
águas.
13 10-Jun Determinação de cálcio e magnésio em amostras de calcário dolomítico.
14 17-Jun (Jogo do Brasil – Não haverá aula 1F*)
15 24-Jun Determinação da concentração de íons Fe3+ e Al3+
16 1-Jul Aferição da solução de KMnO4 e
Determinação do volume de oxigênio na água oxigenada (2F*)
17 8-Jul Aferição da solução de Na2S2O3 e
Determinação da concentração de cobre em amostras.
18 15-Jul Prova 2
Nota Final = Prova 1 + Prova 2 + Caderno Laboratório & relatório + Teste
(40 pontos) (40 pontos) (10 pontos) (10 pontos)
Referências Bibliográficas 1. Baccan, N., Andrade, J.C., Godinho, O.E.S, Barone, J.S. Química Analítica Quantitativa
Elementar, Editora E. Blücher, 3a. edição, 2001.
2. Harris, D. C. Quantitative Chemical Analysis, 5a. Ed. W. H. Freeman and Company, New
York, 2001.
3. Jeffery, G. H.; Bassett, J.; Mendham, J.; Denney, R. C. Tradução Macêdo H. Vogel
Analise Química Quantitativa, Editora Guanabara Koogan S.A, 5a. edição, 1992.
4. Skoog, D. A, West, D. M., Holler, F. J., Crouch, S. R. Fundamentos de Química Analítica,
Editora Thomson, tradução da 8ª edição, 2006. (Skoog, D.A.; West, D.M.; Holler, F.J.
Fundamentals of Analytical Chemistry, 6a ed., Saunders, Philadelphia, 1992, ou versão
condensada, mesmos autores, Analytical Chemistry, An Introduction, 6a ed., Saunders,
Philadelphia, 1994).
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 10
ATENÇÃO: a mistura sulfonítrica é extremamente corrosiva.
Deve ser manipulada com cuidado evitando respingos.
LIMPEZA DE MATERIAL DE VIDRO
Todo material de vidro que vai ser utilizado em análise quantitativa deve estar
rigorosamente limpo. Para isso, deve-se lavá-lo com solução detergente (1 a 2% m/v),
a quente quando necessário e pertinente, enxaguá-lo várias vezes com água corrente
e por fim, várias pequenas porções de água destilada. Após isso, se necessário,
apenas pipeta, bureta e balões devem se tratados com mistura sulfonítrica ou
alcoolato de sódio ou potássio (10 % m/v). Toda vez que se utiliza mistura sulfonítrica
deve-se tampar o recipiente que a contém. Após 15 minutos retorna-se tal mistura
para o seu frasco de origem, escoando o máximo possível. Lava-se o material com
água corrente (6 ou 7 vezes) e a seguir, com água destilada (3 vezes).
OBS: Nunca adicionar a mistura sulfonítrica a um recipiente sujo; este deve ser
previamente lavado com água e detergente. Nunca adicionar essa mistura a um
recipiente que contenha água.
PESAGEM EM BALANÇAS ANALÍTICAS
As balanças analíticas são balanças de precisão que permitem a determinação
de massas com precisão de pelo menos 0,1 mg. As balança analítica podem ser
eletrônicas ou mecânicas. As balanças analíticas eletrônicas são mais difundidas e
têm capacidades máximas entre 160 a 200 g. São classificadas em macrobalanças
analíticas ( 0,1 mg), semimicroanalíticas ( 0,01 mg) e microanalíticas ( 0,001 mg)
Por se tratar de instrumentos delicados e caros, seu manejo envolve a estrita
observância dos seguintes cuidados gerais:
1. Verificar o nível da balança.
2. As mãos do operador devem estar limpas e secas.
3. Nunca pegar diretamente com os dedos o objeto que vai pesar. Conforme o caso,
usar uma pinça, luvas ou uma tira de papel impermeável.
4. Objetos a serem pesados devem está na temperatura ambiente.
5. Proteja a balança contra corrosão. Não coloque diretamente sobre o prato da
balança produtos químicos. Os objetos a serem colocados sobre o prato devem ser
limitados a materiais inertes, como metais, plásticos e materiais vítreos.
6. Centralize tanto quanto possível a carga no prato da balança.
7. Durante as pesagens as portas laterais devem ser mantidas fechadas.
8. Para sucessivas pesagens no decorrer de uma análise, usar sempre a mesma
balança.
9. Mantenha a balança e seu gabinete meticulosamente limpos. Um pincel feito de
pêlos de camelo é útil na remoção de material derramado ou poeira no gabinete.
OBS: As salas de balanças devem ser mantidas na mais absoluta ordem e limpeza.
Os conhecimentos necessários ao manejo dos diferentes tipos de balanças analíticas
serão ministrados pelo responsável ou adquiridos através de consulta ao manual.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 11
Cuidados necessários em operações de rotina no laboratório
Pesagem – Além da escolha da balança com precisão adequada de acordo com a
massa a ser pesada, devem ser observados: o acerto do nível da balança, o ajuste do
zero e a limpeza do prato da balança.
Medida do Volume – Escolha do recipiente em função da precisão necessária. Qual
é a provável ordem de precisão dos seguintes materiais: béquer, proveta, balão
volumétrico, erlenmeyer, pipeta volumétrica, pipeta graduada e bureta? Além da
escolha deve ser observada a limpeza do material, deve ser feita a aferição se
necessária, o acerto correto do menisco e o escoamento para transferência do líquido
deve ser feito lentamente, com a ponta da pipeta encostada no frasco. A pipeta não
deve ser soprada.
Preparo de Soluções – Transferência de sólido para balão volumétrico deve ser feita
com auxílio de um funil de vidro, ou ainda o sólido pode ser dissolvido em um béquer
para posterior transferência. Para que a transferência seja quantitativa deve lavar o
béquer com várias porções de água destilada (no mínimo 3 vezes) e transferi-las para
o balão volumétrico. A transferência de líquidos para o balão é feita com o auxílio de
um bastão de vidro e funil quando necessário, para evitar que o líquido escorra por
fora do balão. Antes de ajustar o menisco na marca de aferição do balão, deve-se
lavar o bastão e o funil com pequenas porções de água destilada diretamente no
balão volumétrico.
Titulação
a) Condicionamento da bureta com a solução titulante,
Verificar e eliminar a presença de bolhas,
Ajuste do menisco do líquido com a marca de aferição do zero da bureta,
Verificar e eliminar possíveis vazamentos pela torneira.
OBS: As torneiras de teflon não necessitam de lubrificação. As torneiras de vidro
devem ser lubrificadas.
b) Adição do titulante sob agitação constante garante uma homogeneização constante
do meio reacional e evita mudança de coloração localizada.
c) Visualização correta da mudança de coloração no entorno do ponto de
equivalência, que é o ponto crítico na análise volumétrica.
d) Usar o picete com água destilada para lavar as paredes internas do erlenmeyer
durante a titulação.
e) Fracionar a gota de titulante próximo ao ponto de equivalência.
f) Estimar a última casa na leitura do volume obtido no ponto final da titulação, se o
menisco do titulante se localize entre duas macas da menor divisão da escala da
bureta. Utilizar cartão de leitura para melhor visualização do menisco.
Cartão de leitura
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 12
1 - AFERIÇÃO DE MATERIAL VOLUMÉTRICO
1. 1. Aferição de balão volumétrico
Estando o balão limpo, seco e com tampa, coloca-se sobre o prato de uma
balança semi-analítica, sem tocá-lo diretamente com as mãos. Anota-se a massa.
Após isso, enche-se com água destilada, até o menisco leva-se até a balança,
medindo-se a massa. Anota-se a temperatura da água e calcula-se o volume do balão
através da divisão da massa de água pela densidade absoluta da água tabelada
correspondente à temperatura de trabalho.
NOTA: Nunca se deve secar balão volumétrico, pipeta e bureta em estufa. A aferição
destes materiais deve ser feita pelo menos duas vezes. Caso não haja concordância,
repetir.
1.2. Aferição da bureta
Feita a limpeza como descrito anteriormente, proceder da seguinte maneira:
após escoamento total da água destilada na operação final de limpeza, enche-se a
bureta com quantidade de solução titulante e verifique se na parte inferior (torneira) há
bolhas de ar, que deverão ser eliminadas. Enche-se novamente a bureta até um
pouco acima do traço correspondente ao zero. Enxuga-se a extremidade externa da
ponta com papel absorvente (não permitir que o papel absorva água da ponta da
bureta). A seguir acerta-se o menisco do líquido com o zero da escala. Deixa-se
escoar, lentamente, metade do volume de água da bureta num erlenmeyer
previamente pesado. Mede-se a massa de água. No mesmo erlenmeyer escoa-se a
outra metade do volume de água. Mede-se a massa de água. A aferição deve ser
repetida para comparação dos volumes relativos a cada intervalo. Caso não haja
concordância entre as duas aferições, repetir o procedimento.
NOTA: Quanto ao uso da bureta, após sua limpeza, deve-se seca-la como a pipeta,
tomando-se o cuidado de vedar a extremidade superior com lenço de papel (ou papel
de filtro).
Utilize cartão de leitura para obter maior precisão na leitura da bureta.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 13
1.3. Aferição de pipeta volumétrica
Pese um recipiente vazio (béquer) em balança analítica (incerteza máxima 0,1
mg ). Com a pipeta volumétrica que será aferida, transfira a alíquota* de água sob
equilíbrio térmico (anote a temperatura da água), para o recipiente que foi pesado,
pese o recipiente coletor e seu conteúdo (béquer + água). Calcule a massa de água
dispensada a partir da diferença nas duas massas e determine o volume da pipeta
através do valor da densidade da água na temperatura anotada. Calcule o volume
médio da pipeta e o desvio padrão. Repita o procedimento. A diferença entre as duas
determinações não deve exceder de 0,025 mL. Caso não haja concordância entre
duas aferições, repetir.
1.3.1. Instruções para uso de uma pipeta*
a) Inicialmente transfira uma quantidade suficiente do líquido a ser pipetado para um
béquer.
b) Com uma pera de borracha ou outro dispositivo de sucção adequado para pipetas,
sugue o líquido acima da marca de calibração. Umedeça a superfície interior do vidro
inclinando e girando a pipeta. Descarte o liquido dentro da pipeta e repita este
procedimento mais duas vezes para remover traços de reagentes que foram usados
anteriormente pela pipeta.
c) Após encher a pipeta pela terceira vez, ultrapassando a marca de aferição,
pressione levemente a pipeta contra o fundo do béquer para impedir o escoamento do
líquido. Rapidamente retire a pera e coloque o dedo indicador para sobre a ponta da
pipeta, impedindo a drenagem do líquido.
d) Limpe o excesso de líquido na parte externa da pipeta com um lenço de papel.
e) Toque a ponta da pipeta na parede interna do béquer, incline o béquer e com a
pipeta na vertical, escoe o líquido até o menisco atingir a marca de aferição. Descarte
a gota que estiver pendurada na ponta da pipeta
f) Transfira a pipeta para o recipiente que irá receber a alíquota e, com a ponta da
pipeta mantida encostada na parede interna do recipiente, deixe o líquido escoar
naturalmente.
g) Depois que o liquido terminar de escoar, mantenha-a encostada na parede do
recipiente por alguns segundos (aproximadamente 10 s) para se certificar que o
volume de líquido aferido escoou. NÃO SE DEVE SOPRAR A ÚLTIMA GOTA. Retire a
pipeta do recipiente.
A BOCA JAMAIS DEVE SER UTILIZADA PARA A SUCÇÃO POR CAUSA DE
INGESTÃO ACIDENTAL DO LÍQUIDO QUE ESTÁ SENDO PIPETADO.
NÃO SE DEVE SOPRAR A ÚLTIMA GOTA DE PIPETAS VOLUMÉTRICAS e
PIPETAS GRADUADAS (MOHR) tabela 1.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 14
Tabela 1: Características das pipetas.
Nome calibração função Capacidade Tipo de drenagem
Volumétrica TD Liberação de volumes fixos 1 a 200 mL Livre
Mohr TD Liberação de volumes variáveis 1 a 255 mL Até a menor linha de calibração
Sorológica TD Liberação de volumes variáveis 0,1 a 100 mL Soprar a última gota
Sorologica TD Liberação de volumes variáveis 0,1 a 10 mL Até a menor linha de calibração
Ostwald-Folin TD Liberação de volumes fixos 0,5 a 10 mL Soprar a última gota
Lambda TC Conter volume fixo 0,001 a 2 mL Lavar com solvente adequado
Lambda TD Liberação de volumes fixos 0,001 a 2 mL Soprar a última gota
Eppendorf TD volumes fixos ou variáveis 0,001 a 1 mL Esvazia por deslocamento de ar.
Fonte: Skoog, D. A, West, D. M., Holler, F. J., Crouch, S. R. Fundamentos de Química Analítica, Editora Thomson, tradução da 8ª edição, 2006.
Tabela 2: Tolerâncias Admitidas para Material Volumétrico, classe A*.
Buretas Balões Volumétricos Pipetas Volumétricas Volume (mL) Desvio (mL) Volume (mL) Desvio (mL) Volume (mL) Desvio (mL)
5,00 0,01 5,00 0,02 0,500 0,006
10,00 0,02 10,00 0,02 1,000 0,006
25,00 0,03 25,00 0,03 2,000 0,006
50,00 0,05 50,00 0,05 5,00 0,01
100,00 0,20 100,00 0,08 10,00 0,02
- - 250,00 0,12 20,00 0,03
- - 500,00 0,20 25,00 0,03
- - 1000,00 0,30 50,00 0,05
- - 2000,00 0,50 100,00 0,08 Fonte: Harris, D. C. Quantitative Chemical Analysis, 5a. Ed., W. H. Freeman and Company, New York, 2001. Estes dados foram transcritos da literatura e provavelmente refletem as possibilidades de calibração dos fabricantes deste tipo de material.
Tabela 3: Densidade absoluta da água.
T (°C) d (gcm-3) T (°C) d (gcm
-3) T (°C) d (gcm
-3)
0 0,999841 10 0,999700 20 0,998203
1 0,999900 11 0,999605 21 0,997992
2 0,999941 12 0,999498 22 0,997770
3 0,999965 13 0,999377 23 0,997538
4 0,999973 14 0,999244 24 0,997296
5 0,999965 15 0,999099 25 0,997044
6 0,999941 16 0,998943 26 0,996783
7 0,999902 17 0,998774 27 0,996512
8 0,999849 18 0,998595 28 0,996232
9 0,999781 19 0,998405 29 0,995944 Fonte: Baccan, N., Andrade, J.C., Godinho, O.E.S, Barone, J.S. Química Analítica Quantitativa Elementar, Editora E. Blücher, 3
a. edição, 2001.
* Material volumétrico classe A apresenta metade dos erros máximos dos materiais
classe B.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 15
2 - TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
2. Preparo e Diluições de Soluções Padrões
O objetivo desta prática é preparar as soluções padrões de hidróxido de sódio e de
ácido sulfúrico para posterior aferição ou padronização.
2.1. Calcular a massa (g) de NaOH e os volumes (mL) de H2SO4 concentrado (d =
1,84 g/cm3 e 95% (m/m)) necessários para o preparo de 100 mL destas soluções na
concentração de 0,100 mol L-1.
Procedimento e cuidados na preparação das soluções
Observações:
- Ácidos NÃO devem ser pipetados com a boca, sempre pipetar com auxílio de
pipetadores.
- Devem ser manipulados na CAPELA em função dos vapores irritantes e corrosivos.
- Sempre adicionar o ÁCIDO CONCENTRADO sobre a água.
- Rotular os frascos, de preferência, antes de transferir a solução. O rótulo deve
conter: nome da substância, concentração da solução, identificação do preparador e
data do preparo.
2.2. Solução NaOH
Em um béquer pesar, aproximadamente, a massa de hidróxido de sódio obtida no
cálculo do item 2.1. Com auxílio de um bastão de vidro, dissolver o NaOH em água
destilada previamente fervida a temperatura ambiente, transferir quantitativamente a
solução para o balão volumétrico e completar o volume, com água fervida, até a
marca de aferição do balão. Após homogeneizar a solução, armazene-a em frasco
plástico.
Obs: A dissolução do NaOH em água é exotérmica. O preparo de grandes volumes de
soluções ou de soluções mais concentradas pode ser realizado em banho de gelo.
2.3. Solução de H2SO4
Acrescentar água destilada em um balão volumétrico e transferir o volume adequado
do ácido concentrado para o respectivo balão. Completar o volume, com água
destilada, até a marca de aferição do balão e homogeneizar a solução.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 16
2.4. Aferição ou Padronização de soluções
2.4.1. Aferição da solução de NaOH com biftalato de potássio (padrão primário)
O hidróxido de sódio é um padrão secundário, pois o mesmo é higroscópico, o
que afeta a precisão de sua pesagem, além disso, ele absorve dióxido de carbono
formando carbonato de sódio. Tais características do NaOH levam a alteração na
concentração da solução do mesmo. Por esta razão é necessário preparar uma
solução de NaOH próxima daquela desejada e determinar a sua concentração real
através da titulação contra padrão primário.
Com auxílio de uma espátula, pesar em balança analítica 0,1 g de biftalato de
potássio [C6H4(CO2H)(CO2K)] diretamente em um erlenmeyer de 125 mL, diluir com
aproximadamente 50 mL com água destilada. Adicionar 2 gotas da solução de
fenolftaleína e titular com solução padrão de hidróxido de sódio até o aparecimento da
coloração rosa pálido que persista por 30 segundos após agitação. Anote o volume
gasto na titulação e repita o procedimento para mais duas amostras.
OBS: Veja recomendações para uso de pipetas e buretas.
QUESTÕES:
1. Escreva as equações químicas envolvidas na titulação
2. Calcular a concentração de NaOH na solução aferida e determine a precisão da
análise.
2.4.2. Determinação da concentração de H2SO4 concentrado com a solução de
NaOH padronizada.
Transferir 2,00 mL da solução padrão do ácido preparado, com auxílio de uma
pipeta volumétrica, para um erlenmeyer de 125 mL e acrescentar cerca de 50,00 mL
de água destilada. Adicionar 2 gotas da solução de fenolftaleína e titular com solução
padronizada de hidróxido de sódio. Anote o volume gasto de titulante na titulação.
Realizar a análise em triplicata.
QUESTÕES:
1. Escreva as equações químicas envolvidas na titulação
2 Calcular a concentração de H2SO4 na solução aferida e determine a precisão da
análise.
3. Através dos dados obtidos na prática, determine a concentração de H2SO4 no ácido
concentrado e a incerteza desta determinação.
4. Demonstre que o ácido clorídrico concentrado (37 %m/m) é 12 mol L-1.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 17
3. Determinação da concentração de ácido acético em amostras de vinagre.
O ácido acético é um ácido fraco tendo um Ka de 1,8 x 10-5. Ele é usado
amplamente em química industrial na forma de ácido acético glacial (densidade 1,053
g/cm3 e 99,8 % m/m) ou em soluções de diferentes concentrações. Na indústria
alimentícia é consumido como vinagre, que é uma solução diluída do ácido acético
glacial, 3,5 a 8% m/v.
Transferir 5,00 mL de vinagre, com auxílio de uma pipeta volumétrica, para um
balão volumétrico de 25,00 mL. Completar o volume do balão com água destilada até
a marca de aferição e homogeneizar a solução. Com pipeta volumétrica, transferir
2,00 mL da solução preparada com o vinagre para um erlenmeyer de 125 mL e
acrescentar cerca de 20,00 mL de água destilada. Adicionar 2 gotas da solução de
fenolftaleína e titular com solução padronizada de hidróxido de sódio. Anote o volume
de titulante gasto na titulação. Realizar a análise em triplicata.
QUESTÕES:
1. Escreva as equações químicas envolvidas na titulação
2. Calcular a concentração de ácido acético no vinagre em mol/L e em % m/v.
3. Determine a exatidão e a precisão de sua análise
4. Que outro indicador, além da fenolftaleína, poderia ser usado na determinação de
ácido acético em vinagre, no quadro abaixo?
Indicador Metil-orange Vermelho metila Timolftaleína
Zona de transição (pH) 3,1 - 4,4 4,5 - 6,5 8,3 - 10,5
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 18
4. Determinação de ácido acetilsalicílico em medicamentos
O ácido acetilsalicílico é um pó branco, cristalino, inodoro ou tem odor leve,
estável ao ar seco, no ar úmido hidrolisa-se a gradualmente a ácido salicílico e ácido
acético. O AAS tem grande importância para a indústria farmacêutica. Ele está
presente em diversos medicamentos empregados contra febre e vários tipos de dor.
Para a sua determinação será utilizada a titulação de retorno ou pelo resto, onde será
adicionado um excesso conhecido de uma solução padrão de NaOH e posterior
titulação do excesso deste reagente com uma outra solução padrão de HCl, pois a
reação do AAS com NaOH é lenta para a titulação direta.
Pese um comprimido do medicamento em um béquer e anote a massa pesada.
Triture o comprimido e em balança analítica, pese aproximadamente 0,05 da amostra
diretamente no erlenmeyer de 125 mL. Com uma pipeta volumétrica, adicione 10,00
mL da solução padrão de NaOH (_______mol L-1), 20 mL de água destilada e aqueça
a solução brandamente por 10 minutos. Em seguida adicione 2 gotas da solução de
fenolftaleína e titule com uma solução padrão de HCl (_______mol L-1) até que a
solução fique incolor mesmo após agitação. Anote o volume gasto. Faça a análise em
triplicata.
QUESTÕES:
1. Escreva as equações químicas envolvidas na titulação.
2. Calcular a massa (mg) e percentual (m/m) de ácido acetilsalicílico no medicamento.
3. Determine a precisão e exatidão da análise.
5. Determinação da acidez total em vinhos
As uvas contêm quantidades significativas de vários ácidos orgânicos. Durante
o processo de amadurecimento ocorre um decréscimo relevante na concentração de
vários destes ácidos. Assim, o sumo de uva e o próprio mosto nada mais são do que
soluções ácidas diluídas, contendo principalmente ácido tartárico, málico e outros
ácidos produzidos durante e após a fermentação alcoólica. Entretanto é
“convencionado” que a acidez titulável do vinho seja expressa em termos da
concentração de ácido tartárico.
Dentro dos padrões comerciais, a acidez do sumo de uva fica no intervalo de
0,6 à 0,9 % (m/v). Os vinhos secos de mesa têm uma acidez titulável no mesmo
intervalo, os vinhos doces geralmente têm acidez no intervalo de 0,40 à 0,65 % (m/v).
Transferir 5,00 mL de vinho, com auxílio de uma pipeta volumétrica, para um
erlenmeyer de 125 mL. Adicionar aproximadamente 50 mL de água destilada e 3
gotas de indicador fenolftaleína. A mistura é cuidadosamente titulada com solução
padrão de NaOH até o aparecimento de uma leve coloração rósea, que persista por
30 segundos. Anote o volume gasto. Realizar a determinação em triplicata.
C2H4O2(COOH)2 (aq) + 2 NaOH (aq) C2H4O2(COONa)2 (aq) + 2 H2O (l)
QUESTÕES:
1. Escreva as equações químicas envolvidas na titulação
2. Calcular a concentração do ácido tartárico no vinho expressando-a em molL-1 e em
% m/v.
3. Que outro indicador, além da fenolftaleína, poderia ser usado na determinação de
ácido acético em Vinagre, no quadro abaixo?
Indicador Metil-orange Vermelho metila Timolftaleína
Zona de transição (pH) 3,1 - 4,4 4,5 - 6,5 8,3 - 10,5
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 19
6. Determinação da concentração de ácido fosfórico em uma amostra
O ácido fosfórico é um ácido triprótico, que pode ser titulado diretamente
apenas como mono e diprótico.
H3PO4 (aq) + NaOH(aq) H2PO4-–
(aq) + H2O(l) K1 = 7,5x10-3 pK1 = 2,12
H2PO4-
(aq) + NaOH(aq) HPO4 –2
(aq) + H2O(l) K2 = 6,2x10-8 pK2 = 7,21
HPO4–2
(aq) + NaOH(aq) PO4 –3
(aq) + H2O(l) K3 = 4,8x10-13
pK3 = 12,30
Procedimento 6.1: Transferir 2,00 mL de uma solução de ácido fosfórico para um
erlenmeyer da 125 mL (pipeta volumétrica), adicionar cerca de 50,00 mL de água
destilada, 2 gotas do indicador alaranjado de metila e titular com solução padrão de
hidróxido de sódio até o primeiro ponto de equivalência com a mudança da coloração
de vermelho para amarelo claro. Anote o volume do titulante consumido. Adicionar a
esse erlenmeyer 2 gotas do indicador timolftaleína e continuar a titulação até o
segundo ponto de equivalência, sinalizado com a mudança de coloração de amarelo
para verde. Anote o volume gasto e repita o procedimento para mais duas amostras.
Procedimento 6.2: Transferir uma nova alíquota de 2,00 mL da solução de ácido
fosfórico para um erlenmeyer da 125 mL, adicionar cerca de 50 mL de água destilada,
2 gotas do indicador timolftaleína e titular com uma solução padrão de hidróxido de
sódio até o segundo ponto de equivalência. Anote o volume gasto e repita o
procedimento para mais duas amostras.
QUESTÕES:
1. Escreva as reações químicas envolvidas nas titulações.
2. Comparar os resultados obtidos com os dois indicadores, através do cálculo da
concentração do ácido fosfórico (mol L-1 e % m/v), erro relativo e coeficiente de
variança no procedimento: 5.1) com alaranjado de metila (1º PE) e com
timolftaleína (2º PE) e 5.2) com timolftaleína (2º PE).
3. Quais os valores de pH dos pontos de equivalências na titulação do ácido fosfórico
com base forte?
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 20
TITULAÇÃO POR PRECIPITAÇÃO
7. Método de Mohr: Aferição de uma solução de AgNO3 com uma solução de NaCl
(padrão primário)
Transferir 2,00 mL da solução de cloreto de sódio para um erlenmeyer de 125
mL, com auxílio de uma pipeta volumétrica, adicionar cerca de 50,00 mL de água
destilada. Acrescentar cerca de 0,05 g de carbonato de cálcio para ajustar o pH entre
6,5 e 10, 2 gotas de cromato de potássio e titular com a solução de nitrato de prata
sob agitação constante, até a mudança de coloração de amarelo para o um tom
vermelho. Anote o volume de titulante consumido. Realize a análise em triplicata.
AgNO3 (aq) + NaCl (aq) NaNO3 (aq) + AgCl (s) ( ppt branco)
2Ag+
(aq) + CrO4-2 (aq) Ag2CrO4 (s) (ppt vermelho)
CrO4-2
(aq)
+ H+
(aq) HCrO4
- (aq) ( pH 6,5 )
2AgNO3 (aq) + 2OH- (aq) 2 AgOH (s) Ag2O(s) + H2O (l) ( pH 10)
No caso de uma determinação pelo método de Mohr, o procedimento é o
mesmo, a não ser, pelo fato de que a concentração da solução não é conhecida.
QUESTÕES:
1. Determine a concentração em molL-1 da solução de AgNO3 e o erro relativo da análise.
2. Quais os possíveis fatores que afetam a titulação por precipitação?
3. A concentração do indicador cromato de potássio interfere na determinação da
concentração do nitrato de prata determinada por titulação de precipitação pelo método de
Morh? Justifique.
8. Método de Mohr: Determinação de cloreto em soro fisiológico
A solução de cloreto de sódio a 0,9 %, que leva o nome de soro ou solução
fisiológica, é usada na reposição das perdas de água e sódio. As situações mais
comuns são as espoliações por diarréia de grande porte, vômitos e queimaduras
extensas.
Transfira 2,00 mL do soro fisiológico para um erlenmeyer de 125 mL, com
auxílio de uma pipeta volumétrica. Adicionar cerca de 50 mL de água destilada.
Acrescentar cerca de 0,05 g de carbonato de cálcio, 2 gotas de solução de cromato de
potássio e titular com a solução padrão de nitrato de prata, até a mudança da
coloração de amarelo para um tom de vermelho. Anote o volume de titulante
consumido. Realize a análise em triplicata.
QUESTÕES:
1. Calcular a concentração de cloreto de sódio no soro fisiológico em mol L-1 e em % m/v.
2. Calcule o erro relativo e o desvio padrão relativo percentual da sua análise.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 21
9. Determinação da concentração de iodeto com uma solução de nitrato de prata
(padrão secundário) pelo Método de Fajans - Titulação direta
Transferir 2,00 mL da solução de iodeto para um erlenmeyer de 125 mL, com
auxílio de uma pipeta volumétrica, adicionar cerca de 50 mL de água destilada.
Acrescentar cerca de 0,05 g de carbonato de cálcio, 2 gotas de solução de
fluoresceína e titular com uma solução padrão de nitrato de prata, até a mudança da
coloração de amarela para alaranjado. Anote o volume de titulante consumido.
Realize a análise em triplicata
AgNO3 (aq) + I-
(aq) AgI (s) + NO3-(aq)
Ind- (aq) + H
+ (aq) HInd (aq) (pH 6,5)
Fluoresceinato Fluoresceína
Ag+ (aq) + Ind
-(aq) AgInd (s) ( ppt vermelho)
2AgNO3 (aq) + 2OH-(aq) 2AgOH(s) Ag2O(s) + H2O (l) ( pH 10)
QUESTÕES:
1. Determine a concentração de iodeto de potássio na amostra (mol L-1 e % m/v), o
erro relativo e o desvio padrão relativo percentual da sua análise.
2. O indicador fluoresceína pode ser utilizado no método de Fajans na determinação
de quais haletos?
10. Determinação da concentração de íons brometo com uma solução de nitrato
de prata (padrão secundário) pelo Método de Volhard - titulação pelo resto ou
de retorno.
Transferir 2,00 mL de uma solução contendo íons brometo, para um erlenmeyer
de 125 mL, adicionar cerca de 50 mL de água destilada. Acrescentar 16 gotas de
ácido nítrico 6 mol L-1, 5,00 mL da solução padrão de nitrato de prata e agitar
vigorosamente até coagulação total do precipitado. Em seguida, adicionar 8 gotas de
alúmen férrico amoniacal, Fe(NH4)(SO4)2, e titular com uma solução padrão de
tiocianato de potássio até o aparecimento da coloração alaranjada. Anote o volume de
titulante consumido. Realize a análise em triplicata.
AgNO3 (aq) (excesso) + Br -
(aq ) NO3-(aq) + AgBr (s) ( ppt branco amarelado)
AgNO3 (aq) (residual) + KSCN(aq) KNO3 (aq) + AgSCN (s) ( ppt branco)
SCN- (aq) + Fe
+3 (aq) [Fe(SCN)]
+2(aq) + SCN
- (aq) [Fe(SCN)6]
-3(aq)
(laranja avermelhado) ( coloração mais forte)
QUESTÕES:
1. Determine a concentração de brometo de potássio na amostra (mol L-1 e % m/v), o
erro relativo e o desvio padrão relativo percentual da sua análise.
2. Qual a finalidade da adição do éter na análise de cloreto, usando o método acima?
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 22
TITULAÇÃO POR COMPLEXAÇÃO
11. Aferição de uma solução de ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) com
carbonato de cálcio (padrão primário)
Transferir 2,00 mL de uma solução padrão de CaCO3 para um erlenmeyer de
125 mL com auxílio de uma pipeta volumétrica, adicionar cerca de 50 mL de água
destilada. Ajustar o pH = 10 com 4,0 mL de solução tampão de hidróxido de
amônio/cloreto de amônio e acrescentar uma gota da solução de negro de eriocromo
T. Titular com uma solução padrão de EDTA até o aparecimento da coloração azul.
Anote o volume de titulante consumido. Realize a análise em triplicata.
Na2H2Y(aq) + 2H2O(l) 2 Na+
(aq) + H2Y-2
(aq)
Ca+2
(aq) + Ind-3 (aq) [CaInd]
-1(aq) Kf1
azul vermelho de vinho
Ca+2
(aq) + H2Y-2
(aq) [CaY]-2
(aq) + 2H+ (aq) Kf2
Para que haja substituição Kf2 Kf1
[CaInd]-1
(aq) + HY-3
(aq) [CaY]-2
(aq) + HInd-2
(aq) (reação que indica o P.F.) vermelho de vinho azul
QUESTÕES:
1. Em que se baseia a titulação por complexação?
2. Por que adicionamos uma solução tampão NH4OH/NH4Cl para ajustarmos o pH da
solução e não adicionamos simplesmente para este ajuste uma base forte?
3. Determine a concentração real da solução de EDTA (mol L-1) e o desvio padrão
relativo percentual da sua análise.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 23
12. Determinação dureza da água
O nome dado à água que contém sais de Ca+2
, Mg+2
e outros metais é “água
dura”. A dureza da água é expressa em termos da concentração de CaCO3 em ppm
(mg/L), que geralmente excede a concentração dos demais íons metálicos.
Ca+2
(aq) + Ind (aq) [CaIn]+2
(aq)
[CaInd]+2
(aq) + H2Y-2
(aq) [CaY]-2
(aq) + 2 H+
(aq) + Ind (aq)
(reação que indica o ponto final)
12.1 Determinação da dureza da água do mar
Transferir 2,00 mL de água do mar para um erlenmeyer de 125 mL, com auxílio de
uma pipeta volumétrica, adicionar 4,0 mL de solução tampão hidróxido de
amônio/cloreto de amônio (na Capela) e cerca de 50 mL de água destilada,
acrescentar uma gota de negro de eriocromo T. Titular com uma solução de EDTA até
o aparecimento da coloração azul. Anote o volume gasto. Fazer a determinação em
triplicata.
QUESTÕES:
1. Determine a concentrações de Ca2+
(mgL-1) na água do mar. Qual é a dureza da
água do mar analisada.
2. Quais são os possíveis problemas causados pela presença dos carbonatos de
Ca2+
e Mg2+
na água em concentrações maiores que 100 mg L-1?
0 – 50 ppm água mole
51 – 100 ppm água moderadamente mole
101 – 150 ppm água dura
Maior que 300 ppm água muito dura
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 24
13. Determinação de cálcio e magnésio em amostras de calcário
A acidez dos solos promove o aparecimento de elementos tóxicos para as
plantas. Isso afeta negativamente a lavoura, dificultando o aproveitamento pelas
plantas, dos elementos nutritivos que existem no solo. As conseqüências são os
prejuízos causados pelo baixo rendimento produtivo das culturas. Portanto, a correção
da acidez dos solos, através da calagem, é fundamental para uma agropecuária de
alta produtividade. O principal produto que corrige a acidez do solo é o calcário, que é
uma rocha moída contendo carbonato de cálcio e magnésio. O calcário é um corretivo
de solos.
De acordo com a legislação brasileira os teores de carbonatos de cálcio e de
magnésio dos calcários são expressos na forma de óxidos (CaO e MgO). Para poder
ser comercializado, o calcário deve ter no mínimo 38 % de óxidos de cálcio e de
magnésio.
13.1 Preparo da solução de calcário
Pesar em balança analítica, diretamente em béquer de 100 mL, cerca de 0,1 g
da amostra de calcário. Adicionar a amostra, a solução de HCl 6,0 mol L-1 em
quantidade suficiente para solubilizá-la, cerca de 8 mL. Este procedimento deve ser
efetuado em capela. Filtrar a solução, se necessário, e transferir quantitativamente
para um balão volumétrico de 100,00 mL. Completar o volume com água até a marca
de aferição e homogeneizar a solução.
13.2 Dosagem do cálcio
Transferir 10,00 mL da solução de calcário para um erlenmeyer de 125 mL.
Adicionar 5 mL de solução da NaOH 2,50 mol L-1 e cerca de 50 mL de água destilada,
acrescentar uma pequena quantidade de murexida. Titular a amostra com uma
solução padrão de EDTA até o aparecimento da coloração roxa. Anote o volume de
titulante consumido. Realize a análise em triplicata.
13.3 Dosagem do cálcio e do magnésio
Transferir 10,00 mL da solução de calcário para um erlenmeyer de 125 mL.
Adicionar, na capela, 4 mL de solução tampão hidróxido de amônio/cloreto de amônio,
cerca de 50 mL de água destilada e uma gota da solução de negro de eriocromo T.
Titular a amostra com uma solução padrão de EDTA até o aparecimento da coloração
azul. Anote o volume de titulante consumido. Realize a análise em triplicata.
QUESTÕES:
1. Determine as percentagens (m/m), com os respectivos intervalos de confiança a
95% de confiabilidade, de CaO e MgO na amostra de calcário.
2. Sabendo-se que a amostra de calcário analisada tem na sua composição ______ %
de CaO e ______ % de MgO. Determine a exatidão e a precisão de sua análise.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 25
14. Determinação da concentração de íons Fe3+
e Al3+
Com auxílio de uma pipeta volumétrica, transferir 2,00 mL de uma solução
contendo íons ferro (FeCl3.6H2O) e alumínio (Al(NO)3.9H2O) para um erlenmeyer de 125
mL e adicionar cerca de 20,00 mL de água destilada com uma proveta. Ajustar o pH
da solução entre 2 e 3, adicionando 2 gotas de acetato de sódio 2 mol/L, adicionar 4
gotas da solução de ácido sulfosalicílico e titular com uma solução padrão de EDTA,
até o aparecimento de uma coloração amarela. Anote o volume gasto de titulante.
Ao mesmo erlenmeyer, com a bureta, acrescentar 4,00 mL da solução padrão
de EDTA e seguida, aquecer a solução por 3 minutos em chapa de aquecimento.
Após esse tempo, adicionar 4 mL da solução de acetato de sódio 2,00 mol/L para
elevar o pH > 5. Em seguida, adicionar uma pequena quantidade de laranja de xilenol
e titular a solução com solução padrão de ZnSO4 até a mudança de coloração de
amarelo para vermelho (claro). Anote o volume de titulante consumido. Realize a
análise em triplicata.
Fe+3
(aq) + In(aq) [FeIn]+3
(aq)
[FeIn]+3
(aq) + H2Y-2
(aq) [FeY]-1
(aq) + 2 H+
(aq) + In (aq) (reação que indica o P.E.) vermelho amarelo
Al+3
(aq) + H2Y-2
(aq) (excesso) [AlY]-1
(aq) + 2 H+
(aq) + H2Y-2
(aq) (que sobrou)
Zn+2
(aq) + H2Y-2
(aq) (que sobrou) [ZnY]-2
(aq) + 2 H+
(aq)
Zn+2
(aq) + In(aq) [ZnIn]+2
(aq) (reação que indica o P.E.) amarelo vermelho
OBS: In é incolor, mas por causa da presença de íons ferro a solução fica amarela.
QUESTÕES:
1. Temos uma solução (analito) com presença de íons ferro e alumínio. Ambos formam
complexos estáveis com o EDTA. Por que então na realização da primeira etapa da
análise o EDTA se complexa somente com o ferro e não como o alumínio?
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 26
Ared espécie redutora Ared Aoxi + e-
Boxi espécie oxidante Boxi + e- Bred
TITULAÇÃO REDOX
A titulação redox é baseada em reações de oxidação-redução, ou de
transferência de elétrons. Nesta reação existem espécies oxidantes (removem
elétrons) e espécies redutoras (doam elétrons).
Ared + Boxi Aoxi + Bred
Ex: Ce+4
+ Fe+2
Ce+3
+ Fe+3
Ce+4
+ e- Ce
+3 (redução)
Fe+2
Fe+3
+ e- (oxidação)
Permanganimetria
Baseada no uso do permanganato de potássio como titulante, devido ao seu
alto poder de oxidação. As soluções aquosas de KMnO4 não são completamente
estáveis, porque o íon MnO4- tende a oxidar a água.
MnO4- + 4H
+ + 3 e
- MnO2 + 2 H2O Eº = 1,70 V
O2 + 4 H+ + 4 e
- 2 H2O Eº = 1,23 V
Reação favorecida: 4MnO4- +2H2O 4MnO2 + 4H
+ + 3O2 (reação lenta)
Devido a estas características é necessário ter alguns cuidados com as
soluções aquosas de KMnO4:
a) Preparo especial
b) Filtração para remoção do dióxido de manganês
c) Estocagem em frasco escuro
d) Repradronização periódica.
Dependendo das condições do meio o íon permanganato é reduzido a
manganês nos estados +2, +3, +4 ou +6.
a) Em soluções ácidas:
MnO4- + 8H
+ + 5e
- Mn
+2 + 4 H2O
b) Em soluções ácidas, na presença de íons fluoreto ou difosfato:
MnO4- + 4H
+ + 3e
- MnO2 + 2 H2O
c) Em soluções alcalinas:
MnO4- + e
- MnO4
-2 (manganato)
MnO4- + 2 H2O MnO2 + 4 OH
-
É possível estabilizar o manganato com adição de íons bário.
Ba+2
+ MnO4-2 BaMnO4
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 27
15. Aferição de uma solução de permanganato de potássio com oxalato de sódio
(padrão primário).
Com uma pipeta volumétrica, transferir uma alíquota de 2,00 mL da solução
padrão de oxalato de sódio para um erlenmeyer de 125 mL. Acrescentar 50 mL de
água destilada e 2,0 ml de ácido sulfúrico 20% v/v. Aquecer a solução até cerca de
80ºC. Inicie a titulação com a solução de permanganato de potássio adicionando gota
a gota cerca de 5 gotas do titulante, agite até a solução descorar. A partir daí,
continue titulando lentamente até a mudança da coloração, de incolor para rosa claro
que persista por mais de 30 segundos. Anote o volume de titulante consumido.
Realize a análise em triplicata.
2KMnO4(aq) + 8H2SO4(aq) + 5Na2C2O4(aq) 5Na2SO4(aq) + K2SO4(aq) + 2MnSO4(aq) + 10CO2(g) + 8H2O(l)
O H2SO4 é o reagente apropriado para acidificar a solução porque o íon sulfato
não sofre a ação de permanganato. Também pode ser utilizado o ácido perclórico. O
ácido clorídrico pode sofrer oxidação do íon cloreto. O ponto final dado pelo excesso
de permanganato em solução ácida não é permanente, a coloração enfraquece
gradualmente.
2 MnO4-(aq) + 3 Mn
+2(aq) + 2 H2O(l) 5 MnO2(aq) + 2H
+(aq)
O controle da temperatura deve ser feito com termômetro para não atingir 100º
C, temperatura na qual o oxalato é decomposto. A reação entre o MnO4- e o oxalato é
complexa e se processa lentamente mesmo sob temperaturas elevadas, a menos que
o Mn+2
esteja presente com catalisador.
QUESTÕES:
1. No que se baseia a permanganimetria?
2. Porque as titulações com permanganato são auto-indicadoras?
3. Determine a concentração da solução de KMnO4 em mol L-1 e desvio padrão relativo
da análise.
16. Determinação do teor peróxido de hidrogênio e volumes de oxigênio em
amostras de água oxigenada comercial.
A água oxigenada apesar de ser um agente oxidante pode ser oxidada pelo
permanganato em meio ácido.
2 KMnO4(aq) + 3 H2SO4(aq) + 5 H2O2(aq) K2SO4(aq) + 2 MnSO4(aq) + 5 O2(g) + 8 H2O(l)
Comercialmente, a concentração de água oxigenada é referida a volume de
oxigênio, ou seja, o volume de oxigênio gerado por uma determinada concentração de
água oxigenada. Assim, 1 mL H2O2 a 100 volumes liberará 100 mL de O2 nas CNPT.
2 H2O2(aq) O2 (g) + 2 H2O(l)
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 28
Transferir 1,00 mL de uma amostra de água oxigenada, com auxílio de uma
pipeta volumétrica, para um erlenmeyer de 125 mL. Acrescentar 10,00 mL de ácido
sulfúrico 20 %v/v e cerca de 50 mL de água destilada e titular com a solução padrão
de permanganato de potássio até o aparecimento da coloração rosa claro. Anote o
volume de titulante consumido. Realize a análise em triplicata.
QUESTÕES:
1. Determine a concentração de H2O2 % m/v e o volume de oxigênio na água
oxigenada analisada. Determine o erro relativo e o desvio padrão relativo da
análise.
2. A partir dos dados obtidos na análise, determine a concentração de H2O2 % m/v e
o volume de oxigênio na solução concentrada de água oxigenada utilizada para
preparo da solução titulada. Determine o erro relativo e o desvio padrão relativo da
análise.
3. O permanganato é um padrão primário? Justifique.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 29
Iodometria
A iodometria compreende os métodos titulométricos que se baseiam na
seguinte reação:
I2(aq) + 2e- 2I
- (aq) Eº = 0,52 V
Método direto: quando o potencial de redução do iodo é maior que o da amostra.
Consiste em tratar uma espécie na amostra (agente redutor) com uma solução padrão
de iodo (agente oxidante). Ex: Sn+2
, As+3
, Sb+3
, S2O3-2, SO3
-2, S
-2, etc...
Método indireto: quando o potencial de redução de iodo é menor que o da amostra.
Consiste em tratar uma espécie na amostra (agente oxidante) com excesso de iodeto
de potássio (agente redutor) e titular o iodo (agente oxidante) liberado na reação com
uma solução padrão de tiossulfato de sódio (agente redutor).
O iodo é um componente volátil, devendo, portanto ser acrescentado ao
erlenmeyer somente no momento da titulação. A adição de iodeto de potássio diminui
consideravelmente a volatilização de iodo, que é uma das principais fontes de erro na
iodometria.
I2 (aq) + KI (aq) KI3 ou I2 (aq) + I-(aq) I3
-(aq) (triiodeto, solúvel em água)
I3- (aq) + 2e
- 3I
- (aq) Eº = 0,536 V
O indicador utilizado é uma solução de amido, que forma um complexo
insolúvel (azul) com o iodo.
As soluções de tiossulfato de sódio podem ser afetadas por ataque de bactérias
que metabolizam enxofre, pela ação do meio fortemente ácido, ou ainda pela
presença de CO2.
S2O3-2 (aq) + 2H
+ (aq) SO2 (aq) + H2O (l) + S (s)
S2O3-2 (aq) + H2O (l) + CO2 (aq) HSO3
- (aq) + HCO3
- (aq) + S (s)
A presença de enxofre coloidal provoca a turvação da solução, além de alterar
a sua concentração. A solução fica mais estável em meio alcalino, pH entre 9-10,
obtido pela adição de carbonato de sódio.
Apostila de Análise Volumétrica – II semestre / 2013 30
17. Aferição de uma solução de tiossulfato de sódio com dicromato de potássio,
padrão primário (método indireto).
Com a pipeta volumétrica, transferir 2,00 mL de uma solução padrão de dicromato de
potássio para um erlenmeyer de 125 mL. Acrescentar 5,0 mL de solução de KI a 4%
(m/v), 1,0 mL da solução de HCl 2,4 mol L-1 e completar o volume com água destilada
até cerca de 50 mL. Titular o iodo liberado com uma solução padrão de tiossulfato de
sódio até que o meio fique amarelo claro, neste ponto, adicione 8 gotas da solução de
amido (a solução torna-se azul) e continue a titulação até o desaparecimento da
coloração azul (neste ponto a solução poderá ficar levemente esverdeada, Cr+3
).
Anote o volume de titulante consumido. Realize a análise em triplicata. OBS: Adicionando água antes à solução de iodeto não haverá a formação de iodo.
K2Cr2O7(aq) + 14HCl(aq) + 6KI(aq) 8KCl(aq) + 2CrCl3(aq) + 7H2O(l) + 3I2(aq) ( formado) amarelo verde claro marrom
I2(aq) ( formado) + 2 Na2S2O3(aq) Na2S4O6(aq) + 2NaI(aq) marrom incolor
QUESTÕES:
1. Porque adicionamos o amido próximo ao ponto final da titulação e não no início?
2. Porque a solução de dicromato não é auto-indicadora, embora tenha cor laranja?
3. Determine a concentração da solução de dicromato de potássio em mol L-1 e desvio
padrão relativo da análise.
18. Determinação de cobre em esponjas de uso doméstico (titulação indireta)
O cobre é moderadamente abundante, está presente nos minerais, como
calcita, calcopirita e também na forma de óxido cuproso. É utilizado na indústria
elétrica devido sua alta condutividade e em tubulações devido sua inércia química.
16.1. Preparo da amostra: Pesar em um béquer de 50 mL, em balança analítica,
cerca de 0,1 g de fio de esponja de cobre. Na capela, adicionar a amostra cerca de 1
mL de HNO3 concentrado e aquecer a amostra até dissolução total. Continuar o
aquecimento até cessar a liberação dos gases marrons (NO2). Esfriar a solução a
temperatura ambiente, transferir para um balão volumétrico de 10,00 mL e completar o
volume com água destilada até marca de aferição.
16.2. Dosagem do cobre: Com uma micropipeta, transferir 500 L da amostra para um
erlenmeyer de 125 mL, adicionar 15,0 mL da solução de KI a 4% (m/v) e completar o
volume com água destilada até cerca de 50 mL. Titular o iodo liberado com a solução
padrão tiossulfato de sódio até que o meio fique amarelo claro, neste ponto, adicione
3 mL da solução de amido e continue a titulação até o desaparecimento da coloração
azul. Anote o volume de titulante consumido. Realize a análise em triplicata.
QUESTÃO:. Calcule a percentagem m/m de cobre na esponja analisada. Determine o
erro relativo e coeficiente de variança da analise.
I2 (aq) (formado) + 2 Na2S2O3 (aq) Na2S4O6 (aq) + 2NaI (aq) Marrom incolor
2 Cu2+
(aq) + 4 I (aq)- 2 CuI (s) + I2 (aq)
precipitado branco
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