O RACIONALISMO DE
REN DESCARTES
(F ILOSOFIA MODERNA - PARTE 4 )
O GRANDE RACIONALISMO
Racionalismo designa a doutrina que privilegia a razo no
processo de conhecer a verdade.
A palavra deriva de ratio, razo em latim, e empregada em
diversos sentidos. a doutrina que atribui exclusiva confiana razo
humana como instrumento capaz de conhecer a verdade.
Descartes costumava advertir que no devemos nos deixar
persuadir seno pela evidncia da nossa razo
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O GRANDE RACIONALISMO
Segundo os racionalistas, a experincia sensorial uma fonte permanente de
erros e confuses sobre a complexa realidade do mundo.
Somente a razo humana, trabalhando com princpios lgicos, pode
atingir o conhecimento verdadeiro, capaz de ser universalmente aceito
Para o racionalismo, os princpios lgicos fundamentais seriam inatos, isto ,
j estariam na mente do ser humano desde o nascimento (da a razo ser
concebida como fonte bsica do conhecimento)
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O GRANDE RACIONALISMO
Prioriza a razo no que se refere ao conhecimento humano. Portanto, no
exclui completamente a experincia emprica, mas a coloca como sendo apenas
a ocasio do conhecimento. Est sujeita aos maiores enganos, que s podem ser
discernidos pela razo.
Acredita na capacidade humana de alcanar verdades eternas e universais.
Defende a existncia de ideias inatas e a intuio intelectual;
Utiliza o mtodo lgico matemtico para explicar toda a realidade humana;
Critica e revisa a escolstica;
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RACIONALISMO VERSUS
EMPIRISMO
A palavra empirismo tem sua origem no grego empeiria, que
significa experincia.
As teorias empiristas defendem a tese de que todas as nossas ideias
so provenientes da experincia e, em ltima instncia, das nossas
percepes sensoriais.
Alguns dos principais empiristas foram John Locke e David
Hume.
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RACIONALISMO VERSUS
EMPIRISMO
O empirismo afirma que, para se ter conhecimento, dependemos
necessariamente da experincia emprica. A experincia fundamental, e a
razo est a ela subordinada.
Para os empirista, no pode haver uma verdade absoluta, visto que a
realidade est em constante transformao.
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REN DESCARTES
Nasceu em La Haye, Frana (1596 1650), em uma famlia de prsperos
burgueses, recebendo formao jesuta. um dos pais da filosofia moderna.
Decidiu buscar a cincia por conta prpria, viajando pela Europa e
estabelecendo contato com vrios sbios, com Blaise Pascal.
Temendo uma perseguio religiosa e tendo em mente a condenao de
Galileu, tomou vrias precaues na exposio de suas ideias, autocensurando
vrios trechos de suas obras para evitar tanto a presso da Igreja Catlica como
a reao fantica dos protestantes.
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DESCARTES: A DVIDA
METDICA
Segundo Descartes, para conhecer a verdade, preciso, de incio, colocar
todos os nossos conhecimentos em dvida.
necessrio questionar tudo e analisar criteriosamente se existe algo na
realidade de que se possa ter plena certeza.
Fazendo uma aplicao metdica da dvida, ele percebeu que a nica verdade
totalmente livre de dvida era que ele pensava. Deduziu ento que se pensava,
existia. Penso, logo existo ou, em latim Cogito ergo sum
A existncia a evidncia revelada ao ser humano pelo ato prprio de
pensar.
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DESCARTES: A DVIDA
METDICA
Essa seria uma verdade absolutamente firme, certa e segura, devendo ser o
ponto de partida e princpio bsico de toda a sua filosofia.
Pensamento, para ele, tudo o que afirmamos, negamos, sentimos,
imaginamos, cremos e sonhamos.
O ser humano uma substncia essencialmente pensante.
Do exerccio da dvida metdica, no itinerrio cartesiano, a certeza
subjetiva do cogito constitui a primeira verdade inabalvel e, portanto,
modelo das ideias claras e distintas.
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DESCARTES: O COGITO
Descartes constri todos seu sistema filosfico sobre a base do cogito, a
expresso final sinttica e intuitiva do processo de aplicao metdica
da dvida.
A consequncia imediata do cogito a de que acentua-se o carter
absoluto e universal da razo que, partindo dele, e s com suas prprias
foras, descobre todas as verdades possveis.
Para chegar a essa resposta, preciso, porm que hajam regras ou
preceitos que devem guiar o caminho, uma metodologia.
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REGRAS PARA A DIREO DO
ESPRITO ( M E T O D O L O G I A C A RT E S I A N A )
Os preceitos utilizados na busca do conhecimento verdadeiro so:
1) Regra da evidncia: Jamais acolher alguma coisa como verdadeira queno se conhea evidentemente como tal, evitando a precipitao, sem
incluir nos juzos nada que no se apresente clara e distintamente ao
esprito, que no tivesse nenhuma ocasio de p-lo em dvida. Ou seja, s
aceitar como verdadeiro algo que seja absolutamente evidente por
sua clareza e distino.
As ideias claras e distintas so encontradas em sua atividade mental,independente das percepes sensoriais externas. Por isso existem ideias
inatas (com as quais nascemos) que so plenamente racionais.
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REGRAS PARA A DIREO DO
ESPRITO ( M E T O D O L O G I A C A RT E S I A N A )
2) Regra da anlise: dividir cada uma das dificuldades examinadas emtantas parcelas quanto possvel e quantas necessrias forem para melhor
resolv-las.
3) Regra da sntese: Conduzir por ordem os pensamentos, comeandopelos objetos mais simples e fceis de conhecer, para aos poucos, chegar ao
conhecimento dos mais compostos. Ou seja, reordenar seus
pensamentos indo dos problemas mais simples para os mais
complexos.
4) Regra da enumerao: Fazer em toda parte enumeraes completas erevises gerais para ter a certeza de nada omitir. Isto , realizar
verificaes completas e gerias para ter absoluta segurana de que
nenhum aspecto do problema foi omitido.
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DESCARTES: DUALISMO
Aplicando a dvida metdica, Descartes chegou concluso de
que no mundo existem apenas duas substncias, essencialmente
distintas e separadas:
A substncia pensante (ou res cogitans): corresponde esfera do euou da conscincia.
A substncia extensa (ou res extensa): corresponde ao mundocorpreo, material.
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DESCARTES: DUALISMO
O ser humano seria composto dessas duas substncias, enquanto a
natureza seria composta apenas na substncia extensa.
Essa concepo se chocava com a noo aristotlica predominante,
segundo a qual haveria tantas substncias quantos seres existissem.
A metafsica cartesiana tambm inclua uma substncia infinita (res
infinita), relativa a Deus, o ser que teria criado todas as coisas.
Essa substncia, porm, no seria parte desse mundo, pois o Deus
cartesiano transcendente, est separado de sua criao.
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DESCARTES: DUALISMO
Rene Descartes prope, em suas Meditaes, uma soluo para o
problema ontolgico que consiste em considerar o corpo como extenso (e
a extenso no mais como acidente, e sim como substancia do corpo) e a
alma como pensamento (que e por sua vez a substancia da alma).
Esses dois atributos do ser caracterizam o que veio a ser chamado
dualismo, atribudo a Descartes como uma de suas principais colaboraes
para a nova metafisica.
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