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REAPRENDENDO A APRENDER – METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO EM CIÊNCIAS
DA SAÚDE.
Luiz Henrique Teixeira De Siqueira Neto 1
RESUMO: A Metodologia ativa não vem com respostas prontas, pois serão extraídas durante as aulas por
meio dos seus participantes e dos facilitadores. Para exercer esse papel o facilitador precisa demonstrar
respeito aos saberes prévio dos especializando. O presente trabalho apresenta um consolidado o processo de
aprendizado proposto, bem como o desenvolvimento para atuação como Especialista em Qualidade e
Segurança no Cuidado do Paciente, com foco na metodologia ativa. A metodologia ativa surgiu como
proposta inovadora para o processo de ensinar e aprender na busca da participação ativa de todos os
envolvidos, centrados na realidade em que estão inseridos. Desta forma, a construção do cidadão, nas
coletividades da informação, passa pela democratização de saberes e a construção de uma inteligência
coletiva. Esta metodologia tem sua base teórica baseada no método construtivista, em que o professor se torna
um mediador/facilitador para a aprendizagem em um ambiente sem autoritarismo e que exalta a igualdade.
Palavras-chave: Metodologia Ativa. Qualidade e Segurança ao Paciente. Higienização das Mãos.
INTRODUÇÃO
Por meio do Curso de Especialização em Qualidade e Segurança no Cuidado ao Paciente,
foi possível perceber que existem várias formas de aprender o mesmo conteúdo de maneiras
totalmente diferentes. Partindo com abordagem diferente e utilizando uma metodologia ativa que a
maioria dos especializados não conhecia. Metodologia está que é definida por Borges & Alencar
(2014), como um processo amplo e sua principal característica é a inserção do aluno como
principal agente e responsável pela sua aprendizagem.
Também pode ser definida uma concepção educativa que estimula a crítica e reflexão no
processo de ensino e aprendizagem. O educador, neste caso, participa ativamente do processo, em
situações que promovam aproximação crítica do aluno com a realidade. As expectativas, que é
definida pelo dicionário como: Esperança baseada em supostos direitos, probabilidades,
pressupostos ou promessas e ação ou atitude de esperar por algo ou por alguém, observando, no
1 Bacharel em Enfermagem, Docente da Curso de Enfermagem da Faculdade UNIJIPA. Enfermeiro Atenção Básica
(Estratégia Saúde da Família) UBS Jucelino Cardoso de Jesus. Email: [email protected]
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início do curso foram as melhores possíveis, porém havia certo grau de dúvidas e incertezas de
como seria a abordagem das aulas. (FERREIRA, 2010)
A Metodologia ativa não vem com respostas prontas, pois serão extraídas durante as aulas
por meio dos seus participantes e dos facilitadores. O papel do facilitador é o de mediar à interação
do aluno que aprende com os conteúdos apresentados por meio dos materiais e das atividades
educacionais. Para exercer esse papel o facilitador precisa demonstrar respeito aos saberes prévio
dos especializando, ética, reflexão crítica sobre a pratica, aceitar o novo, ser criterioso e crítico e
capacidade de produzir e adquirir novos saberes. (FREIRE, 2008)
METODOLOGIA
O presente trabalho apresenta um consolidado do processo de aprendizado proposto, bem
como o desenvolvimento para atuação como Especialista em Qualidade e Segurança no Cuidado
do Paciente, com foco na metodologia ativa, trabalho em equipe, equipes multiprofissionais,
reconhecendo as três áreas de competência Gestão em Saúde, Atenção à Saúde e Educação em
Saúde. Desenvolvendo um olhar reflexivo sobre tudo que foi abordado durante o decorrer do curso
Foi realizado um levantamento bibliográfico retrospectivo, de 1984 a 2014 por meio dos
bancos de dados Lilacs (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Scielo
Brasil (A Scientific Electronic Library Online), Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde
( BVS) utilizando os termos “Qualidade e segurança do paciente”, “metodologias ativas”, “novas
metodologias de ensino”. O levantamento foi realizado no período de julho de 2016 a outubro de
2016.
Os artigos foram catalogados e analisados buscando-se uma síntese dos fatores
predisponentes aos acidentes do trabalho com material perfurocortante e as abordagens didáticas
frente a novos dispositivos e técnicas para prevenção dos acidentes.
Foi utilizado, para coleta de dados, um protocolo contendo informações sobre o periódico,
tipo de metodologia usada, descritiva bibliográfica, reflexão teórica e relato de experiência e os
fatores predisponentes à ocorrência dos acidentes de trabalho
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REAPREDENDO A APRENDER – DIFERENTES PERSPECTIVAS COM NOVAS
METODOLOGIAS DE ENSINO
As atividades iniciaram com acolhimento e neste primeiro encontro estavam presentes
todos os facilitadores e coordenadora regional do curso e algumas autoridades presentes. Teve a
nossa primeira teleconferência nacional, com todos os especializandos a nível Brasil, o Professor
do IEP (Instituto de Ensino e Pesquisa) Everton Soeiro, transcorreu sobre os encontros. Após a
palavra dos professor tivemos nosso momento regional com a apresentação dos facilitadores dos
cursos. Durante o acolhimento foi apresentando a formatação do curso e suas respectivas
metodologias.
A Especialização irá se orientar por Aprendizados Baseados em Problemas e os trabalhos
seriam quase que exclusivamente em grupos e equipes e que as orientações seriam por competência
com avaliação formativa, buscando um ensino construtivista e um portfólio reflexivo e que a
aprendizagem será auto dirigida.
Também me chamou muita atenção a dinâmica para estabelecer pactos: após discutirmos
entre o grupo pactuamos alguns pontos para que as aulas fluíssem melhor entre eles: pontualidade,
assiduidade (mínimo de 75%), responsabilidade, sigilo, ética, respeito (democratização da fala),
uso restrito do celular.
O curso nesse primeiro momento está trazendo uma expectativa enorme de aprendizado.
Além do tema qualidade e segurança está em alta estarei trabalhando com aspectos novos de
aprendizagem e sendo instruindo por uma instituição com grande experiência e qualidade no
ensino e pratica. Espero que até ao final do curso eu possa ser capaz de ter aprendido conceitos
novos, dar novos conceitos para o que já sabia e usar todo essa novo aprendizado para aplicar no
meu dia a dia de trabalho e desta forma desenvolver com a minha equipe uma melhor atenção e
assistência aos nossos pacientes. No decorrer deste trabalho apresentarei as metodologias
utilizadas e as ferramentas de aprendizagens utilizadas. Foi apresentada a espiral construtivista
baseada em seis pilares: Identificando o problema, formulando explicações, elaborando questões,
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buscando novas informações, construindo novos significados e avaliando o processo. O Instituto
de Ensino e Pesquisa do Sírio Libanês utiliza como referência a espiral construtivista, apoiado nas
experiências e na fundamentação teórica de aprendizagem baseada em problemas, da
problematização da realidade, da metodologia cientifica e da aprendizagem significativa e da
dialogia.
Esses movimentos que são desencadeados por disparadores que simulam problemas da
realidade profissional. O primeiro movimento, identificando problema, parte de um estimulo, e
permite que cada estudante explicite suas ideias, percepções, sentimentos e valores prévios
trazendo o que já conhece. Uma situação que gerou no início um pouco de conflito, partindo da
premissa da metodologia tradicional, a qual o professor era o único detentor do saber e fazia aulas
expositivas quase que exclusivamente. O segundo movimento, elaborando questões de
aprendizagem, são questões que orientam a busca de novas informações, questões estas que são
elaboradas coletivamente a partir da necessidade de enfrentamento do problema identificado. O
movimento cinco, construindo novos significados, me chama atenção, pois com o conhecimento
prévio de cada participante, juntamente com as novas informações colhidas com as questões de
aprendizagem podemos com análise e criticas construir novos sentidos, novos significados.
(SCHIESARI ET AL, 2015)
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Figura 1 – Espiral Construtivista do processo de ensino e aprendizagem a parti da
exploração de um disparador.
É uma ação educacional que se organiza por meio do processamento de situações baseada
na prática profissional. A situação problema realiza o papel de disparador do processo de
ensino-aprendizagem sendo executada e processada por pequenos grupos em dois momentos: o
primeiro será denominado síntese provisória (elaboração de questões de aprendizagem a partir da
exploração do conhecimento prévio de cada aluno) e o segundo chamado de nova síntese (a partir
das respostas das questões será feita a socialização das buscas e novas informações na construção
de novos saberes). Permitindo a exploração dos conteúdos relacionados ao foco do curso. Ação
esta que deverá ser desenvolvida nos grupos diversidades. (SCHIESARI ET AL, 2015).
A partir da reflexão sobre uma situação-problema, o desenvolvimento do trabalho deve
permitir que todos expressem seus saberes prévios, buscando identificar de que problema trata a
situação. A esquematização do processo ensino-aprendizagem na forma de uma espiral busca
representar os movimentos desenvolvidos no trabalho coletivo do grupo, no sentido de identificar
os conhecimentos prévios e de produzir novas sínteses e novos significados.
Após o levantamento das diferentes percepções sobre o problema, o grupo deve formular
explicações e hipóteses que serão a base para elaboração de questões de aprendizagem
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direcionadas a checar e/ou fundamentar as explicações e hipóteses formuladas. A busca e a
discussão dessas novas informações, orientadas às questões de aprendizagem, permitem a
teorização e a construção de novos significados para melhor enfrentar o problema da situação. A
avaliação do processo desenvolvido permite o reconhecimento de potencialidades e das áreas que
requerem atenção, buscando, na avaliação formativa elementos para potencializar a aprendizagem.
(OLIVEIRA, 2006)
A organização curricular estabelecida e o perfil de competência que se deseja formar
requerem do estudante um novo papel e uma postura transformadora no processo de construção do
seu conhecimento e desenvolvimento de suas capacidades profissionais. (OLIVEIRA, 2006)
A metodologia problematizadora traz uma situação problema baseada na realidade em geral
e coloca o aluno a discutir as situações a partir do conhecimento prévio de cada um, para elaborar
possíveis questões e fazê-lo buscar respostas em artigos, livros, periódicos, fazendo com que o
aprendizado seja muito maior no meu ponto de vista.
Logo nas primeiras questões de aprendizagem iniciamos com a introdução sobre o que é
metodologia ativa? Tema este até então novo para mim. No início tive certa resistência, em aceitar
esta metodologia, que é definida pelo dicionário como: Oposição, reação, recusa. Porém com o
decorrer do curso foi percebendo que podem haver várias formas de se aprender as mesmas coisas.
(FERREIRA, 2010)
Com a busca da literatura me ajudou a entender que a metodologia ativa é um processo
amplo que possui como sua principal característica a inserção do aluno/estudante como agente
principal pela sua aprendizagem e conhecimento é o aluno se comprometendo ativamente com o
seu aprendizado. (BORGES & ALENCAR, 2014)
A metodologia ativa surgiu como proposta inovadora para o processo de ensinar e aprender
na busca da participação ativa de todos os envolvidos, centrados na realidade em que estão
inseridos. O aluno, sendo responsável pela sua caminhada e pelo alcance de seus objetivos,
torna-se principal ator no processo de construção de sua aprendizagem e conhecimento. (BORGES
& ALENCAR, 2014)
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O seu funcionamento, na pratica, deverá ter uma direção em sala de aula, uma orientação ou
norte e isso não é deixar de ser construtivista, pelo contrário, as orientações metodológicas com
base nas teorias construtivistas deverão explicar minuciosamente as técnicas utilizadas, mas
principalmente, explicar teoricamente como se chegou a essas técnicas, quais são os objetivos em
relação à aprendizagem e suas possíveis conseqüências em termos educacionais e pedagógicos.
(SOBRAL & CAMPOS, 2013)
Segundo MITRE (2013), o método construtivista segue a concepção de educação
problematizadora explicitada por Freire. Na educação problematizadora o aluno e professor
crescem juntos, o professor deixa de ser autoritário e prepara suas aulas, nas quais narra o conteúdo
aos alunos e juntos refletem sobre o conteúdo e desenvolvem seu senso crítico. Portanto este
método, o professor no processo de ensino, visa fazer que o aluno construa seu conhecimento.
Temos a figura do professor não mais como sujeito ativo na aprendizagem e sim como um agente
facilitador. Para isso o professor deve fazer que os alunos vivenciem situações que os façam refletir
e gerar conhecimento para que ao se depararem com situações imprevistas consigam buscar
informações e avaliá-las para solucionar a situação apresentada.
Temos como exemplo de metodologia ativa o trabalho em grupo. Trabalho este que
possibilita a interação do aluno com os demais participantes, podendo o aluno adquirir
conhecimento acerca do conteúdo da disciplina estudada e também desenvolver habilidades quanto
ao pensamento e argumentação, uma vez que essa forma de trabalho gera discussões entre as
equipes que, por sua vez, auxiliam o aluno a tomar decisões e defender o seu ponto de vista.
Durante os trabalhos os alunos cooperam entre si e trocam informações e opiniões. (SOBRAL &
CAMPOS 2013).
A metodologia tradicional é fundamenta em disciplinas, teorias e matérias, tendo como
principal objetivo a transmissão de informações aos alunos. O caráter científico do ensino
tradicional em suas concepções e que se estruturou através de um método pedagógico, que é o
método expositivo, que praticamente todos conhecem, todos passaram por ele e muitos ainda estão
passando. Nas escolas tradicionais o foco está no professor que detém o conhecimento e repassa ao
aluno. O aluno tem metas a cumprir dentro do prazo e avaliações periódicas. (LIBANEO, 2004)
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Já a metodologia ativa é a concepção educativa que estimula a critica e a reflexão no
processo de ensino e aprendizagem em processos interativos do conhecimento. O conhecimento é
ativamente construído pelo sujeito e não passivamente recebido do professor. (LIBANEO, 2004)
As principais diferenças citadas por BARBOSA & MOURA (2013), são no ensino
convencional tradicional o professor tem função de especialista ou autoridade formal, trabalha
isoladamente, transmissor de informação aos alunos, conteúdo organizado em aula expositiva,
trabalhos individuais por disciplina, na metodologia ativa o professor é orientador, coaprendiz ou
consultor, trabalho é realizado em equipe, ensina ao aluno gerenciar sua aprendizagem, curso
organizado em problemas reais, estimula o trabalho interdisciplinar. O aluno no ensino tradicional
é receptor ativo de informação, transcrevem, memorizam e repetem, busca resposta certa para sair
bem na prova, na metodologia construtivista o aluno é valorizado quanto ao seu conhecimento
prévio, interage com colegas e professor, tem a função de buscar e construir o conhecimento, busca
equacionar e questionar os problemas.
Nesses exemplos citados acima percebemos as diferenças entre essas metodologias e como
podemos aprender com cada uma delas. A metodologia ativa vem para quebrar paradigmas ao meu
ponto de vista. Já que no decorrer dessa especialização houve várias quebras de tabus e paradigmas
relacionados ao modo de aprendizagem proposta. Tabus esse criado no meu próprio subconsciente
e inicialmente durante os primeiros encontros ainda permaneciam enraizados.
Como a metodologia ativa é teoricamente nova ao meu conceito a dificuldade em entender
o método foi um pouco maior do que imaginava, mas ao transcorrer do curso com as atividades
propostas pude ver que as propostas da metodologia ativa são muito valiosas ao processo de
aprendizagem seja ele individual ou em grupo.
Esse processo, diferente e novo, trouxe novas perspectivas de aprendizado a minha vida
profissional e pessoal. Questões relacionadas diretamente a respeitar o conhecimento prévio de
cada pessoa e valorizar nesse sentindo que todo conhecimento é valido. Durante as minhas
reuniões de que equipe consegui pactuar algumas situações com meus Agente Comunitários de
Saúde, consegui incorpora de forma quase que exitosa a fala democrática no decorrer do tempo.
Durante alguma ação que anterior a especialização era realizada e planejada exclusivamente por
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mim, solicito a ajuda deles para melhor estratégia possível. A pós veio para mudar meus conceitos,
meus tabus, meus paradigmas e aos poucos talvez possa eu fazer isso com outras pessoas.
O portfólio trouxe um conceito novo e uma preocupação nova. Como realizar um portfólio?
O que seria um portfólio? Perguntas essas que foram inicialmente esclarecidas com o Termo de
Referência (TR) sobre o portfólio. Mas até realmente começar a produzir e tentar a entender o que
de fato seria o portfólio foi uma trajetória longa e cheia de dúvidas. Com a TR do portfólio tivemos
nosso primeiro contato teórico e literário sobre este instrumento de aprendizagem e avaliação que
deve ser desenvolvimento com pensamento crítico e reflexivo segundo Sá-Chaves (2000)
De Acordo com Villas Boas (2004), a Construção do portfólio deve favorecer que o
participante faça escolhas e tome decisões, de modo que sua organização deve refletir a trajetória
de aprendizagem e as realizações decorrentes desses processos. Uma das características que achei
importante é o fato de valorizar a autonomia do aluno que pode organizar-se da maneira que o
produto mais relevante seja aprendizagem construída na sua criação.
De acordo com Collins (1991 apud Hernádez 2000), na construção dessa ferramenta pode
se destacar quatro tipos de evidências na construção: Os documentos produzidos durante as
atividades dos cursos; as reproduções com informações de fontes externas ao curso e que trazem
fundamentações teóricas para as atividades desenvolvidas, assim como distintas perspectivas; os
documentos sobre o trabalho do participante, como as avaliações realizadas por pares ou
facilitadores; e as conquistas e desafios de aprendizagem.
Ainda pode-se acrescenta que o portfólio, permite aos facilitadores e, principalmente aos
próprios educandos compreenderem o processo em desenvolvimento e apresentar sugestões que
encorajem seu progresso, levando em conta também que esse instrumento reúne as produções dos
alunos, para que, eles próprios e outras pessoas conheçam seus empenhos, seu avanço e suas
necessidades em uma área específica. (VIEIRA, 2002, p. 150)
Já Pernigotti (2000), define portfólio como diferentes classes de documentos (notas
pessoais, experiências de aula, trabalhos pontuais, controle de aprendizagem, conexões com outros
temas fora da escola, representações visuais, etc.) que proporciona evidências do conhecimento
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que foi construído, das estratégias utilizadas e da disposição de quem o elabora em continuar
aprendendo.
Rodrigues (2009) enfatiza que o portfólio deve ser visto como mais do que uma coleção de
trabalhos realizados pelo estudante ao longo do tempo, uma vez que promove o aparecimento de
uma aprendizagem reflexiva.
O portfólio pode também ser considerado como instrumento de avaliação de grande
relevância, cujas informações nele contidas possibilitam ao supervisor, verificar o processo de
aprendizagem contínuo. Deste modo o portfólio assume cada vez mais importância na formação de
alunos e professores. (CAVALCANTE, 2003)
No início ficou meio confuso como se iria produzir e como agrupar esse portfólio,
juntamente com as atividades que só foi sendo esclarecida a cada encontro. O IEP utiliza o
portfólio como instrumento de aprendizagem e de avaliação formativa, compartilhando em
reuniões presenciais ou a distancia entre participantes e facilitadores. O portfólio por ter uma
natureza livre seja na sua organização ou nas priorizações das reproduções e produções trabalhadas
na construção de aprendizagem, pode ter gerado uma dificuldade inicial no momento em que não
se diria o que deveria ser feito, surgiu várias dúvidas.
Uma dúvida razoável poderia citar é como deveria ser feito? Já que quem escolhe como será
feito e de que forma irá fazer sou eu e ninguém me disse como deveria ser, sentimentos de dúvidas
começaram a pairar sobre minha mente. Até que decidi que iria transcrever e refletir o máximo
possível textualmente evitando excesso de figuras e ou fotos dando prioridade para os conteúdos
abordados em sala e os trabalhos realizados. Ao comprar uma pasta que pudesse organizar o
portfólio comecei o organizar tecendo sobre os encontros e posteriormente anexando os trabalhos
realizados e sínteses feitas em sala, em grupo ou individualmente.
De acordo com Schiesari et al (2015), a TBL é uma ação educacional que é focado na
resolução de problemas e desta forma promove a construção de conhecimento. Ela considera
distintos saberes e experiência prévia dos participantes, que são organizados em equipes desta
forma ira favorecer o aprendizado colaborativo.
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A TBL é uma estratégia instrucional foi formulada para os cursos de humanas
principalmente o de administração nos volta dos anos 70, por Larry Michaelsen, esta que era
direcionada a um numero grande de estudantes. Procurava obter os benefícios do trabalho em
pequenos grupos de aprendizagem e criar oportunidades, de modo que se possa formar equipes de
mais ou menos 5 a 7 pessoas, que trabalharão no mesmo ambiente físico. O Governo do Estados
Unidos, em 2001, decidiu financiar educadores das áreas de ciências da saúde para que
incorporassem ao aprendizado novas estratégias e o TBL foi escolhido para ser difundido. Em
especial escolas médicas tiveram vários professores treinados (apud BOLLELA ET AL, 2014)
Esta metodologia tem sua base teórica baseada no método construtivista, em que o
professor se torna um mediador/facilitador para a aprendizagem em um ambiente sem
autoritarismo e que exalta a igualdade. As experiências e os conhecimentos prévios dos alunos
devem ser levados em consideração na busca da aprendizagem significativa. Desta forma, a
resolução de problemas é parte importante no processo. O trabalho baseado no dialogo entre os
alunos é outra particularidade do construtivismo, desta forma contempla as habilidades de
comunicação entre as equipes o que será necessário futuramente na sua vida profissional.
O TBL é uma estratégia pedagógica baseada em princípios essenciais da andragogia ou
aprendizagem de adultos, que valoriza a responsabilidade individual dos alunos perante as suas
equipes ou grupos de trabalho e também com um elemento motivacional para o estudo que é a
aplicação dos conhecimentos alcançados nas resoluções de questões relevantes no contexto da vida
profissional. (BOLLELA ET AL, 2014; OLIVEIRA, 2008)
Os quatros (4) Princípios da TBL de Acordo com Michaelsen (2012 apud BOLLELA ET
AL, 2014), independentemente da customização são essenciais para garantir a eficiência da
metodologia: 1. Constituição e gerenciamento das equipes de modo adequado. 2. Responsabilidade
do aluno no preparo pré-classe e no desenvolvimento da equipe. 3. Atribuição de tarefas às equipes
que promovam aprendizado, interação e desenvolvimento do grupo. 4. Devolutiva frequente e
imediata, fornecido através das avaliações individuais, em grupo e na aplicação dos conceitos
Segundo Sweet (2012) a aprendizagem baseada em equipes é uma forma de aprendizagem
que os membros do grupo colaboram entre si, que consiste em equipes permanentes e
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estrategicamente formadas, garantia de preparação, aplicação de atividades, e Avaliações em
pares.
A) Equipes estrategicamente formadas e permanentes: equipes de mais ou menos 5-7
educanos, com características diversificadas, que serão mantidas durante o curso ou
especialização. (SWEET, 2012)
B) Garantia de preparação: No início de cada módulo do curso é feito um processo de 4
passos. Os alunos realizarão uma pré-leitura antes da aula. Será realizando um teste individual para
a garantia de aprendizagem – o teste será curto de múltipla escolha de acordo com o material de
leitura. Após este será realizado um teste em equipe onde os alunos devem discutir as questões e
responder outra vez, o mesmo teste, após consentimento sobre as respostas da equipe. O último
passo, apelos ou recursos é quando os times que ainda podem argumentar as respostas, utilizando
materiais do curso para consulta. O professor poderá explicar ou complementar o tema abordado
nos testes (SWEET, 2012)
C) Aplicação de atividades: As atividades devem contemplar algumas características
chamadas de “4S”:
[...] 1. Remete a um problema Significante onde aplicação dos conceitos é útil; 2.
Apresenta escolha eSpecífica (Specific) dentre alternativas clara (ex. Qual dentre
esses é o melhor exemplo de X? Qual é a melhor evidência de suporte de Y? Qual
das alternativas o autor concorda mais?); 3. Trabalha com o meSmo (Same)
problema com todas as equipes, de modo que cada equipe se preocupa com as
conclusões e fundamentos de outras equipes; 4. Relata suas decisões
Simultaneamente (Simultaneously), de modo que as diferenças entre as equipes
podem ser exploradas para o efeito o mais instrutivo. Pode ser feito utilizando-se
cartões, representantes da equipe escrevendo no quadro [...] (SWEET, 2012
pag.2)
D) Avaliações em pares – tanto no final como no meio do curso, os membros da equipe
devem dar devolutivas aos seus colegas. O facilitador deve remover os nomes e devolver para os
estudantes. Em geral os alunos devem listar uma coisa que solicitam melhoria e outra que
apreciem. O que contribui para o desenvolvimento do estudante. (SWEET, 2012)
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Acredito que a proposta ao final do curso o especializando deverá estar apto a: Dominar o
conteúdo proposto pela TBL; Utilizar conceitos e raciocinar para solução de problemas;
Desenvolver habilidades de interação interpessoal e de trabalho em equipe; e preparado para a
educação permanente.
O curso proporcional desde o início das TBL (Aprendizagem Baseada em Equipes) do o
processo descrito acima. Este processo não só nos ensinou o conteúdo como também desenvolvi
uma melhor interação com o grupo. O aprendizado deixou de ser passivo e tornou-se ativo durante
esse e os demais processos de aprendizagem proposto. Na TBL discutimos vários assuntos, sempre
com uma espécie de disparador antes – um texto -, e após discutíamos em equipe e depois toda a
sala, realizando discussões para que uma equipe pudesse expor o porquê da escolha da resposta
para cada questão. Momentos esses que as vezes eram bem calorosos por haver divergências entre
as respostas e as vezes bem pacíficos pelas respostas serem iguais.
Durante esse processo de discussão para chegar a um denominador comum sobre qual
alternativa iria ficar representado toda a sala o aprendizado com os especializandos foram de
grande valia. O conhecimento prévio de cada um, juntando com a sua vivência de trabalho
puderam contribuir para o aprendizado dos demais participantes.
Aos facilitadores coube o papel de organizar essa TBL, que vale ressaltar que não parecia
nada fácil. Tinham que nos direcionar e muitas vezes conter os ânimos dos participantes. Porém
com grande maestria os facilitadores durante esse processo conduziram muito bem.
As devolutivas com especialistas foram logo após o termino das respostas. Especialista com
grandes conhecimentos na área a qual falavam e com experiências pratica do que estavam falando
puderam contribuir ainda mais para o esclarecimento das respostas. Desde o primeiro encontro
percebi que não haveria respostas certas ou erradas e que a TBL visava muito mais a discutir esse
disparador que nos foi dado do que achar as respostas corretas. Percebi que problemas de grande
complexidades não tem respostas prontas. A vivência de outras pessoas podem nos ajudar a
resolver problemas semelhantes, porém acabamos que construímos nossas próprias respostas
direcionadas por todo este processo. O aprendizado nas TBL’s superaram as expectativas.
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Com as TBL’s consegui desenvolver uma percepção para um cuidado seguro do paciente.
A partir das TBL’s dos manuais lidos consigo hoje identificar melhor as necessidades de
aprendizagem em saúde e qualidade e segurança. Também desenvolvi habilidades para avaliar
ações para o cuidado seguro e promover o pensamento cientifico apoiado na produção de novos
conhecimentos.
Segundo Schiesari et al, (2015) “viagem é uma ação educacional social e artística, que
contribui para aprendizagem por meio do acesso às emoções e sentimentos”.
Com o desenvolvimento dos meios de comunicação em massa, sobretudo do TV, Vídeos e
Cinema, se tornaram um elemento central na vida das pessoas, como também um importante
veículo de propagação do conhecimento na nossa sociedade. Por isso, nos últimos anos, o
audiovisual tem sido introduzido nas escolas tornando-se um recurso muito importante no
desenvolvimento das atividades de ensino/aprendizagem. (CARVALHO, 1998).
Diante desse contexto o uso de imagens e vídeos como estratégias pedagógicas e
educacionais podem ser de grande valia para o processo de ensino e aprendizagem, não somente
para a apresentação dos conteúdos exigidos na escola, mas também para a formação do caráter
integral do individuo.
[...] O cinema de alguma forma reconstrói a vida social, uma vez que expressa e
deixam registradas práticas sociais, modos de pensar, valores, símbolos,
sentimentos, comportamentos, tensões, expectativas, temores, próprios de uma
determinada sociedade. Abrem, então, novas perspectivas para que o homem
conheça seu momento histórico, sua relação com outros homens, o como e o
porquê os homens se educam, subsidiando a reconstrução histórica do objeto
educação [...] (CARVALHO, 1998, Pag. 124).
Desta forma, o vídeo em si pode transformar-se em um importante recurso didático uma vez
que a experiência proporcionada representa uma função diferente de propagar a informação,
tornando de fácil entendimento a exemplificação de conceitos até então abstratos, simplificando a
compreensão da realidade, estimulando a concepção sobre fatos e acontecimentos e
consequentemente tornando a realidade cada vez mais próxima e estimular a reflexão sobre
fatos/acontecimentos a partir do contato com imagens.
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Segundo Barros (2009), a utilização dos vídeos educativos, de uma forma construtivista,
proporciona dentro do ambiente acadêmico, uma mudança de paradigma, uma mudança que tem
por objetivo a aprendizagem e não o acumulo de informações.
Almeida (2009) também cita que o uso da tecnologia do vídeo na sala de aula permite “um
ensino e uma aprendizagem mais criativa, autônoma, colaborativa e interativa” Nesse ponto de
vista o professor é um facilitador do processo educativo que condicionaria o uso das tecnologias a
quatro aspectos:
Segundo Almeida (2009) o desenvolvimento de relações subjetivas, suportes necessários
para o desenvolvimento da interlocução no processo; a utopia de uma sociedade melhor, consciente
dos riscos a correr; dar um sentido ao processo, objetivando assegurar uma meta; crença na
produção pedagógica como resultado do processo, que é ao mesmo tempo tangível,
inter-relacionado e participativo.
Desta forma, a construção do cidadão, nas coletividades da informação, passa pela
democratização de saberes e a construção de uma inteligência coletiva. Neste sentido, a escola deve
preocupar com as novas tecnologias de comunicação e suas possibilidades reais de uma
interferência positiva nas relações de comunicação com a escola. Essas ferramentas tecnológicas
vêm para fazer parte dessa nova maneira de se viver e ser. (ALMEIDA 2009, HERNÁNDEZ,
2000).
Segundo Ferrés (1996), o vídeo está diretamente ligado a televisão e a um contexto de
entretenimento e lazer. Vídeo, na cabeça dos alunos, e das pessoas de forma geral, trás um
significado de descanso e não de aula o que modifica a atitude, as expectativas em relação ao seu
uso. Precisa-se aproveitar essa expectativa positiva para atrair o aluno.
Ferrés (1996) cita a utilização do vídeo de diversas formas: como sensibilização,
importantíssimos para introduzir um novo assunto, despertar a curiosidade. Como ilustração, o
vídeo pode ajudar muitas vezes a entender o que se fala em sala. Construir e mostrar cenários antes
desconhecidos por quem os assiste. Trazer para as salas de aula realidades distantes. Como
simulação, um vídeo pode mostrar um crescimento acelerado de algo vivo, por exemplo: o
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crescimento de uma planta em questão de segundos. O autor cita ainda diversas outras formas de
utilização.
Maiorias dos autores citados convergem que, a utilização do vídeo, de elementos visuais,
no decorrer da aula ajuda para uma formação integral do aluno e que deve se tomar certos cuidados
ao se utilizar esse ferramenta não a tornando mais uma maneira de expor a aula. O aluno deve se
colocar como sujeito ativo, deve não só assistir, mas refletir, analisar, discutir o que foi visto.
Foi uma das atividades que mexeu profundamente com meus os sentimentos. As viagens
vividas no decorrer do curso foram encantadoras e ao mesmo tempo reflexivas. Os vídeos, obras de
ficção, expuseram em partes nossas realidades. Fizeram-nos sentir, cantar, dançar, raciocinar,
refletir, chorar, todos esses sentimentos vieram à superfície durante as viagens, além disso,
colocamos isso no papel e compartilhamos com os demais alunos. Aprendemos com as viagens e
aprendemos em conjunto com os colegas de grupo.
As viagens foram em parte filmes renomados nos fazendo ter um olhar mais empático para
com paciente, sempre abordando temas relevantes com a especialização, temas que abordaram a
qualidade e segurança do paciente. De vários pontos de vistas diferentes, profissional, pessoal,
ético. Outras vezes tivemos vídeo de curta duração, mas com um aprendizado esplêndido.
Uma das viagens realizadas que não foi em vídeo “viagem do Silêncio”, foi bem interesse.
Colocou-nos em uma situação difícil onde não se podia dizer uma palavra e precisávamos
confeccionar um chapéu e uma pulseira. Propositalmente tinha menos material do que o
necessário, o que nos leva a segunda parte, como conseguir aquele material que tanto quer sem
poder falar nada? Tive, particularmente, muita dificuldade em não poder falar durante a viagem,
mais dificuldade ainda em construir o chapéu e a pulseira. Porém foi muito valido a experiência,
percebi a dificuldade que seria se não me comunicasse, refletir então o quão é importante a
comunicação verbal e não verbal, e que precisamos nos adaptar a algumas situações no nosso dia a
dia.
Uma das ferramentas de aprendizagem mais interessante do curso foi o Projeto Aplicativo
(PA). Que de acordo Caleman (2016) é o momento de integração entre teoria e prática entre o
mundo do trabalho e da aprendizagem é um importante eixo educacional de currículos orientados
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competência e baseados em metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Por tanto, a
metodologia, emprega, predominantemente os fundamentos do planejamento estratégico
situacional.
A expectativa é que o PA contribuía para o desenvolvimento do pensamento estratégico,
para uma análise qualificada dos contextos que envolvem as práticas de saúde e, particularmente, o
mundo do trabalho, sem, no entrando, que essa utilização seja feita de forma prescritiva, pois assim
reduziria o potencial de inovação e criatividade e não valoriza as singularidades dos sujeitos
envolvidos em sua colaboração. (CALEMAN, 2016)
Caleman (2016) diz que o PA vem com um sentindo de ampliar o potencial de produção e
de mudança. E que contenha propostas reais de intervenção que atendam requisitos de viabilidade e
factibilidade em sua concretização. E para que essa concretização seja viabilizada é proposto um
método, planejamento, por meio de oficinas de trabalho.
Planejamento pode ser considerado uma das quatros funções interativas da administração
segundo Miranda (2002), Planejar é um função tão antiga quanto o próprio homem, sendo razoável
supor que elaborar planos faz parte da essência da natureza humana (ARTMANN, 2000).
O planejamento pode ser dividido em fases: Fase normativa: privilegia o racionalismo e a
cientificidade. Fase estratégica: representa um rompimento com a fase anterior, nesta fase
reconhece conflitos no sistema social e destaca a importância de se levar em conta a existência e
posicionamento dos outros atores, além daquele que planeja. Terceira fase- do pensamento
estratégico, aplicada ao planejamento. Considerada uma derivação da fase anterior, tendo como
proeminência de três enfoque: o Planejamento estratégico de Mario Testa; o planejamento
Situacional de Carlos Matus; e o enfoque estratégico da escola de Medelin. (SILVA, 2001).
Brevemente o tema do projeto aplicativo foi “Higienização das mãos na clínica cirúrgica do
Hospital Municipal de Ji-paraná – Mãos Limpas São Mãos Mais Segura”. O projeto teve outros
nomes, outras propostas, porém no decorrer do cursos utilizando os Termos de Referência (TR)
juntamente com as orientações da facilitadores conseguimos delimitar este tema. Tema este que a
primeira vista parece simples, porém tem uma embasamento científico sólido, e é uma das metas
internacionais da Organização Mundial da Saúde. A proposta de intervenção foi escolhida como
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projeto piloto em uma única clínica de 34 leitos de um hospital geral de 126 leitos. Projeto este com
viabilidade alta. A proposta resumidamente é implantar dispenser de álcool gel em toda clínica e
realizar educação permanente e continuada com a equipe e que a equipe eduque pacientes e
acompanhantes para correta higienização das mãos para assim está diminuindo o risco de infecção.
O projeto durante a pós foi sendo construindo, apresentado aos atores sociais escolhidos. Um dos
principais atores sociais – Secretário de Saúde – abraçou o projeto e aguarda ansiosamente para o
que mesmo seja aplicado na clínica.
CONCLUSÃO
Uma das mais efetivas ferramentas de aprendizagem estudada no presente artigo foi o
Projeto Aplicativo (PA. Pois ao mesmo tempo em que me permite construir saberes, produz efeito
expressivo de estimulação do raciocínio, da criatividade, da análise crítica e do pensamento
estratégico. Rico em treinamento prático e da utilização de diversas técnicas e habilidades no
decorrer do curso. Visto que a aplicação se baseia na viabilidade e na aplicação real desse projeto.
Fazendo-nos olhar para nossa realidade e numa intervenção real na vida das pessoas ali presentes
(pacientes e/ou equipe.)
O caderno do curso propõe os trabalhos como trilhas e não trilhos a serem rigorosamente
seguidos e atinge seu objetivo para que haja saberes compartilhados durante o processo de
aprendizado. Nesse sentindo o caderno foi utilizado como base para iniciarmos, trilharmos e
concluirmos o projeto com adaptações, orientações, ajustes. Através do projeto conseguimos,
Identificar problemas e desafios do trabalho em saúde para um cuidado seguro e conseguimos
planejar e elaborar um plano de ação para melhorar a qualidade e segurança do paciente
Durante a especialização foi muito valida às ferramentas de aprendizagem propostas
inovadoras para a minha vida profissional e pessoal. Aprendi comigo mesmo, aprendi com os
outros especializandos, com os facilitadores, com todas as ferramentas propostas. Conheci novas
pessoas, novas formas de ver, pensar, agir, trabalhar. A especialização em contexto amplo superou
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as expectativas abriu outros caminhões a serem trilhado para o aprendizado meu e da minha equipe
em prol dos clientes/pacientes.
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