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DOZE COMUNIDADES EVANGÉLICAS DE SANTA CATARINA REÚNEM REGISTROS DO PERÍODO DE COLONIZAÇÃO
JOINVILLE
A história dos luteranos em Santa Catarina agora pode ser consultada digitalmente. Com o projeto Raízes de Nossa História, as igrejas
reuniram cerca de 96 mil páginas com registros antigos de batismos, confirmações, casamentos e óbitos de 12 cidades, incluindo Joinville. O pro-cesso de digitalização começou em 2008 e será fi -nalizada neste mês. Estes documentos resgatam e preservam a memória das comunidades luteranas desde o século 19.
Quando Joinville ainda era a Colônia Dona Francisca, os luteranos já registravam sua história. Os primeiros documentos datam de 1851, apesar disso, os papéis não precisaram de restauração. Antes do projeto, já foram feitas cópias dos docu-mentos originais. A maioria estava escrita em ale-mão gótico. “Já tinhámos esse sonho e eu conheço esses documentos praticamente de cor”, enfatiza a escriturária Jeane Ponick, em tom de brincadeira. Há 21 anos, ela trabalha na secretaria da Comu-nidade Evangélica de Joinville (CEJ) e junto com o secretário administrativo Osmar Lange, 53 anos, reuniu os livros de registros.
No período colonial, a maioria da população joinvilense era luterana. Hoje, ao todo, são 17 mil pessoas que congregam em 11 paróquias e nas comunidades de Pirabeiraba e Vila Nova. Todas colaboraram com o projeto e reuniram 125 livros.
Até 2001, os documentos eram arquivados na CEJ, mas, atualmente, cada comunidade arquiva seus próprios registros. Das 13 igrejas, 11 fazem os regis-tros manualmente.
No fi m de março, os arquivos digitais serão do-ados às comunidades em DVD. Na lista, constam as paróquias de Balneário Camboriú, Benedito Novo, Blumenau, Brusque, Gaspar, Indaial, Itajaí, Itape-ma, Joinville, Pomerode, Rio dos Cedros e Timbó. Preservando os documentos, o projeto preserva também as histórias das famílias luteranas. Segun-do Osmar Lange, é comum as pessoas consultarem os livros para saber mais sobre os antepassados.
Esse projeto foi idealizado pela coordenadora Vera Lúcia Luchtenberg, para a comunidade lute-rana de Blumenau, mas incluiu outras paróquias do Vale do Itajaí. Joinville, participou com a indi-cação do governador Luiz Henrique da Silveira. Os recursos para a realização dos projetos em todas as cidades vieram do Fundo de Apoio à Cultura do Governo do Estado de Santa Catarina e da Asso-ciação Empresarial de Blumenau (Acib). No mu-nicípio, o primeiro registro foi feito em 1857, pelo pastor Rudolf Osvald Hesse, que escrevia, com bico de pena e tinta, os registros da comunidade blume-nauense. “A maior alegria é que conseguimos em tempo hábil preservar a história deste povo”, expli-ca Vera. Agora, o projeto quer dar mais um passo: traduzir todas as páginas e separar por sobrenome os registros, a fi m de facilitar as futuras pesquisas.
A história de Rafael Sieg, ator de “Viver a Vida”
que cresceu em Joinville
QUARTA-FEIRA, 10 DE MARÇO DE 2010
Recortes da história
LUTERANA
PÁGINA 9
ANOTICIAFOTOS PENA FILHO
PRESERVADOSJeane Ponick
e Osmar Lange reuniram os livros com os registros
dos luteranos joinvilenses
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