REDES SOCIAIS E APRENDIZAGEM
Autodidatismo e alterdidatismo
Comunidades de aprendizagem
Co-creation em multiversidade
Introdução às redes sociais
Netweaving 2012
REDES SOCIAIS E APRENDIZAGEM
Introdução às redes sociais: as diferenças fundamentais
entre descentralização e distribuição, participação e
interação e mídias sociais e redes sociais
Netweaving 2012
INDICAÇÕES DE LEITURA
INTRODUTÓRIAS
Um único link para você copiar
BIBLI.E=R – a Biblioteca inteira da Escola-de-Redes – com cerca de 1 mil textos para download free:
Biblioteca da Escola-de-Redes
Catálogo de 13/01/12
http://goo.gl/RNNFW
Para início de conversa
Não é possível entender a nova ciência das redes sem estudar os textos fundamentais. Para começar você deve ler pelo menos três textos básicos (já traduzidos e disponíveis):
BARABASI, Albert (2002) Linked
WATTS, Duncan (2003) Six Degrees
CHRISTAKIS, Nicholas & FOWLER, James (2009) Connected
Não adianta pular essa “etapa”
Ou você encara
o desafio, lê os
textos e tenta
entendê-los, ou
vai ficar falando
de redes por
ouvir dizer.
Outras indicações
Existem textos mais suaves e talvez mais amigáveis (como os indicados abaixo), mas eles não substituem o estudo dos textos de Barabási, Watts e Christakis & Fowler. Por exemplo:
MARTINHO, Cássio (2003) Redes
UGARTE, David (2007) O poder das redes
FRANCO, Augusto (2011) A Rede
Mais três indicações
Outros textos de caráter introdutório que você pode ler
(mas que também não substituem os textos indicados):
PISANI, Francis entrevista Fritjof Capra
(2007) Redes como um padrão unificador da
vida
FRANCO, Augusto (2011) É o social,
estúpido!
MIEMIS, Venessa (2010) O futuro é a rede
Se você prefere começar não-lendo
Você pode preferir começar assistindo vídeos. Mas fique sabendo que isso não substitui o estudo dos textos básicos indicados aqui. Você pode assistir por exemplo:
O poder dos seis graus Parte 1 | Parte 2 | Parte 3
Redes sociais: como funcionam as ligações entre as pessoas Video
A influência oculta das redes sociais Video
Vendo apresentações
Você pode preferir começar vendo apresentações.
Mas fique sabendo que isso não substitui o estudo
dos textos básicos indicados aqui. Você pode
assistir por exemplo:
Redes Sociais Um resumo de 2011
Netweaving TEDxSP
As redes sociais são as sociedades
Sociedades-em-rede estão emergindo
Redes mais distribuídas do que
centralizadas surgem por toda parte
O mundo todo está em rede
Pois é...
Não apenas um mundo
Mundos em rede
Mundos em rede
Muitos mundos em rede (no plural)
Highly Connected Worlds
Mas muitas pessoas não
entenderam tais evidências
Nossas instituições
não são redes...
O que fazer?
Ninguém pode entender os
múltiplos mundos sociais em
rede que estão se
configurando se não
entender o que é rede!
Para entender o que é rede:
1 - Descentralização ≠ Distribuição
2 - Participação ≠ Interação
3 - Site da Rede ≠ Rede
Descentralização ≠ Distribuição
1
“On distributed communications” (1964)
Para entender a
diferença entre
descentralização e
distribuição
O diagrama original de Paul Baran
A conectividade acompanha a distribuição
A interatividade acompanha a conectividade
2
Participação ≠ Interação
Entendendo a
fenomenologia da
interação
Clustering
Swarming
Cloning
Crunching
A primeira grande descoberta: Tudo que interage clusteriza
Tudo clusteriza independentemente do
conteúdo, em função dos graus de distribuição
e conectividade (ou interatividade) da rede
social.
1
A segunda grande descoberta: Tudo que interage pode enxamear
Swarming (ou swarm behavior) e suas
variantes como herding e shoaling, não
acontecem somente com insetos, formigas,
abelhas, pássaros, quadrúpedes e peixes. Em
termos genéricos esses movimentos coletivos
(também chamados de flocking) ocorrem
quando um grande número de entidades self-
propelled interagem.
2
Shoaling
Flocking
A segunda grande descoberta: Tudo que interage pode enxamear
Algum tipo de inteligência coletiva (swarm
intelligence) está sempre envolvida nestes
movimentos. Isso também ocorre com
humanos, quando multidões se aglomeram
(clustering) e “evoluem” sincronizadamente
sem qualquer condução exercida por algum
líder; ou quando muitas pessoas enxameiam e
provocam grandes mobilizações sem
convocação ou coordenação centralizada.
2
Swarming
Assista no Youtube (legendado)
http://www.youtube.com http://goo.gl/yB0Oa
Madri 2004
Cairo (Praça Tahrir) 2011
Madri (novamente) 2011
A terceira grande descoberta: A imitação é uma clonagem
O termo clone deriva da palavra grega klónos,
usada para designar "tronco” ou “ramo",
referindo-se ao processo pelo qual uma nova
planta pode ser criada a partir de um galho.
Mas é isso mesmo. A nova planta imita a velha.
A vida imita a vida. A convivência imita a
convivência. A pessoa imita o social.
3
A terceira grande descoberta: A imitação é uma forma de interação
Sem imitação não poderia haver ordem
emergente nas sociedades humanas ou em
qualquer coletivo de seres capazes de interagir.
Sem imitação os cupins não conseguiriam
construir seus cupinzeiros. Sem imitação, os
pássaros não voariam em bando, configurando
formas geométricas tão surpreendentes e
fazendo aquelas evoluções fantásticas.
3
Cupinzeiro africano
E os cupinzeiros humanos?
A quarta grande descoberta: Small is powerful
Essa talvez seja a mais surpreendente
descoberta-fluzz de todos os tempos. Em
outras palavras, isso quer dizer que o social
reinventa o poder. No lugar do poder de
mandar nos outros, surge o poder de encorajá-
los (e encorajar-se): empowerment!
4
A quarta grande descoberta: Small is powerful
Quando aumenta a interatividade é porque os
graus de conectividade e distribuição da rede
social aumentaram; ou, dizendo de outro modo,
é porque os graus de separação diminuíram: o
mundo social se contraiu (crunch). Os graus de
separação não estão apenas diminuindo: eles
estão despencando. Estamos sob o efeito
desse amassamento (Small-World
Phenomenon).
4
A quarta grande descoberta: Tudo que interage se aproxima
Nada a ver com conteúdo. Tudo que interage
tende a se emaranhar mais e a se aproximar,
diminuindo o tamanho social do mundo. Quanto
menores os graus de separação do
emaranhado em você vive como pessoa, mais
empoderado por ele (por esse emaranhado)
você será. Mais alternativas de futuro terá à
sua disposição.
4
Site da rede ≠ Rede
Midias sociais ≠ Redes sociais
Se Montezuma (Asteca) tivesse Facebook
ele não poderia fazer um décimo
do que fazia Gerônimo (Apache)
com sinais de fumaça...
Não é a mídia (a ferramenta tecnológica )
mas a sociedade (o padrão de organização)
Quando? 4 de julho de 1776.
Como foi produzida? Em rede.
Qual a mídia? A carta escrita em papel,
o cavaleiro (funcionário do correio
americano) e... o cavalo!
Existe rede social desde
que existe sociedade humana
O que está aumentando
agora é a interatividade
REDES SOCIAIS E APRENDIZAGEM
Buscadores e polinizadores: o auto-didatismo e a livre
aprendizagem humana em uma sociedade inteligente e o
alter-didatismo e as comunidades de aprendizagem na
emergente sociedade em rede
INDICAÇÕES DE LEITURA
SOBRE APRENDIZAGEM
Netweaving 2012
FRANCO, Augusto (2011). A Rede
http://goo.gl/JgjGv
ILLICH, Ivan (1070). Sociedade sem escolas
http://goo.gl/vxdoX
MATURANA, Humberto (s/d). Aprendizaje o deriva
ontogénica
http://goo.gl/shNq9
SIEMENS, George (2004). Conectivismo: una teoría
de aprendizaje para la era digital
http://goo.gl/3OJrX
SIEMENS, George (2008). Uma breve história da
aprendizagem em rede
http://goo.gl/1bi7d
FRANCO, Augusto e LESSA, Nilton (2010).
Buscadores & Polinizadores (4ª Versão)
http://goo.gl/wXkXV
FRANCO, Augusto e LESSA, Nilton (2011).
Multiversidade: da Universidade dos anos 1000 à
Multiversidade nos anos 2000
http://goo.gl/FC5uo
FRANCO, Augusto e LESSA, Nilton (2012). Por que
as plataformas de aprendizagem não são boas (e o
que fazer para melhorá-las)
http://goo.gl/5MfUP
FRANCO, Augusto e LESSA, Nilton (2012).
Plataformas de Aprendizagem. Apresentação
http://goo.gl/JPccg
FRANCO, AUGUSTO em interação com LESSA,
Nilton (2010-2012). Não-Escolas: A Livre-
Aprendizagem na Sociedade em Rede
http://goo.gl/aSqRB
Há sempre uma
visão da aprendizagem pressuposta
quando nos dedicamos
a construir ambientes,
gerar processos
ou criar ferramentas educacionais.
Visão de aprendizagem
Há sempre uma resposta,
muitas vezes implícita,
para a pergunta fundamental:
Como uma pessoa aprende?
A resposta implícita
Queremos saber como promover
o processo de aprendizagem
de pessoas que achamos
que devem aprender alguma coisa
que queremos que elas aprendam.
Queremos uma resposta para o ensino
Como uma pessoa aprende?
Que fatores influenciam?
Qual o papel da memória?
Como ocorre a transferência?
Perguntas que definem a visão
Visões cognitivistas
Visões behavioristas
Visões construtivistas
Dennett Skinner Piajet Vygotsky Papert
Visões conectivistas
Visões autopoeticas
Siemens Downes Maturana Varela
Visões cognitivistas
Capacidades
de raciocínio
de evocar e interpretar experiências
de computar – codificar, armazenar, recuperar,
derivar para reconstruir ou construir conteúdos
(conhecimento)
de resolver problemas
Visões behavioristas (conducionistas)
Capacidades
de responder positivamente a estímulos e
recompensas:
à reprodução fiel de conteúdos pré-
determinados
ao bom desempenho em processos pré-
desenhados
Visões construtivistas
Capacidades
de ressignificar
de remixar
de atualizar
de socializar
conteúdos e processos educativos (cognitivos)
Visões conectivistas
Capacidades
de estabelecer conexões
de reconhecer e interpretar padrões
de abrir novos caminhos de apreensão e
compartilhamento de conhecimentos e atitudes
cognitivas
“Em 1986 75% dos
conhecimentos de que
necessitávamos para
trabalhar estavam em
nossa cabeça. Hoje nem
10%”. Hart Cross
“Conhecer significa estar posicionado em uma rede
de tal forma que se tenha fácil acesso ao que
necessitamos em diferentes contextos”. George
Siemens.
Conectivismo é
aprendizagem social em rede
Aprendizagem é o processo de conectar nodos e
fontes de informação
A tarefa principal é nutrir e manter conexões para
facilitar a aprendizagem permanente
Entornos Pessoais de Aprendizagem (PLE): Um PLE
é a combinação híbrida de dispositivos, aplicações,
serviços e redes pessoais que empregamos para
adquirir de forma autônoma novas competências
para resolver problemas.
Entornos Pessoais de Aprendizagem
“Um PLE é projetado para estimular a aprendizagem
por meio da imersão em uma comunidade e não por
meio de uma apresentação de fatos...” Stephen
Downes
PLE
Exemplo de PLE..
Visões autopoeticas
Acoplamento estrutural (visão da comunicação de
Maturana & Varela)
“Hay aprendizaje cuando la conducta de
un organismo varía durante su ontogenia
(historia) de manera congruente con las
variaciones del medio, y lo hace
siguiendo un curso contingente a sus
interacciones en el” (Maturana)
Visões autopoeticas
Acoplamento estrutural (visão da comunicação de
Maturana & Varela)
“Biologicamente, não há informação transmitida na
comunicação. A comunicação ocorre toda vez em que há
coordenação comportamental em um domínio de
acoplamento estrutural. Tal conclusão só é chocante se
continuarmos adotando a metáfora mais corrente para a
comunicação, popularizada pelos meios de comunicação. É
a metáfora do tubo, segundo a qual a comunicação é algo
gerado em um ponto, levado por um condutor (ou tubo) e
entregue ao outro extremo receptor...”
Visões autopoeticas
Acoplamento estrutural (visão da comunicação de
Maturana & Varela)
“Portanto [segundo a crença geral] há algo que é
comunicado e transmitido integralmente pelo veículo. Daí
estarmos acostumados a falar da informação contida em
uma imagem, objeto ou na palavra impressa. Segundo
nossa análise, essa metáfora é fundamentalmente falsa,
porque supõe uma unidade não determinada
estruturalmente, em que as interações são instrutivas,
como se o que ocorre com um organismo em uma
interação fosse determinado pelo agente perturbador e não
por sua dinâmica estrutural...”
Visões autopoeticas
Acoplamento estrutural (visão da comunicação de
Maturana & Varela)
“No entanto, é evidente no próprio dia-a-dia que a
comunicação não ocorre assim: cada pessoa diz o que diz
e ouve o que ouve segundo sua própria determinação
estrutural. Da perspectiva de um observador, sempre há
ambiguidade em uma interação comunicativa. O fenômeno
da comunicação não depende do que se fornece, e sim do
que acontece com o receptor. E isso é muito diferente de
‘transmitir informação’.” Maturana & Varela (1984) em A
Árvore do Conhecimento.
Se A se comunica com B, significa que B muda com A, que muda
com B, que muda novamente com A, que muda outra vez com B... e
assim por diante, recorrentemente, como em uma coreografia. Mas
tudo isso “multiplicado” pelo número de nodos em interação, pois
que se trata sempre de um multiacoplamento.
A B
Visões interativistas
Visões interativistas
Quem aprende: o indivíduo ou a pessoa (o
emaranhado)?
Se assim como o processo que chamamos de vida, o
processo de interação que chamamos de convivência
social também implica acoplamento estrutural
(proporcionando sempre alguma aprendizagem aos
sujeitos envolvidos), o que devemos fazer (ou,
sobretudo, o que devemos não-fazer) para não
impedir ou dificultar essa aprendizagem que ocorrerá
de qualquer modo (desde que haja interação)?
“Diamantes não brilham por que os átomos que os
constituem brilham, mas devido ao modo como
estes átomos se agrupam em um determinado
padrão. O mais importante é frequentemente o
padrão e não as partes, e isto também acontece
com as pessoas”. Marc Buchanan (2007)
Visões interativistas
Toda livre-aprendizagem é
criação (que é sempre co-criação) ou invenção
(você só aprende verdadeiramente o que inventa)
fruto da busca e da polinização (auto e alter
didatismo)
não há separação entre a produção (descoberta)
e a recepção (ou assimilação) quando essas
ações são compartilhadas
O que caracteriza uma
Plataforma de Aprendizagem?
Variáveis
Natureza predominante do didatismo
(Heterodidatismo, Autodidatismo, Alterdidatismo)
Graus de distribuição do ambiente de
aprendizagem conformado (Número de Caminhos,
Monofluxo, Mutifluxo)
Níveis de interatividade que o ambiente enseja
e estimula (Adesão, Participação, Interação)
O que NÃO É uma boa
Plataforma de Aprendizagem?
Todos os sistemas
Predominante heterodidatas
Centralizados (mais centralizados do que
distribuídos)
Adesivos ou participativos (mas pouco
interativos)
O que é necessário para uma boa
Plataforma de Aprendizagem?
Que a plataforma
1 | Seja multifluxo
2 | Tenha funcionalidades que configurem uma
topologia mais distribuída do que centralizada
(plataforma de rede)
3 | Parta do que a pessoa conectada pode desejar
e não da oferta pré-desenhada
O que é necessário para uma boa
Plataforma de Aprendizagem?
Que a plataforma
4 | Tenha um design que contemple mecanismos e
funcionalidades que compreendam a adesão e a
participação, mas que atinjam a interação
(adaptação mútua, imitação, colaboração)
ensejando a manifestação dos fenômenos
capazes de gerar auto-organização (clustering,
swarming, cloning, crunching et coetera)
Plataforma Multifluxo
ABERTA
Entrada aberta
Processo aberto
Desfecho aberto
DISTRIBUIDA
Administradores
não são professores
Todos são
aprendentes
Não há meritocracia
Não há oligarquias
participativas
Funcionalidades transversais interativas
CONVERSAÇÃO (como objeto de primeira ordem) |
Uma pessoa pode sempre opinar e estabelecer um
diálogo com outras pessoas sobre isso ou a partir
disso
FORK (bifurcação) | Uma pessoa pode modificar o
que se lhe oferece criando sua própria versão
(clonagem variacional autônoma)
MOW (My Own Way) | Uma pessoa pode construir
uma alternativa ao que se lhe oferece (livre criação
de alternativas)
Se o que se quer é uma plataforma interativa, então
o design da plataforma deve contemplar mecanismos
e funcionalidades baseados em um gradiente de
interação.
Com a injeção de funções transversais de
Conversação, Fork e Mow, mesmo mecanismos de
plataformas posicionados em baixos níveis de
interação (de inspiração heterodidata) passam a
oferecer possibilidades de uso (ou ensejar
experiências) de matriz autodidata e alterdidata.
Desenhando funcionalidades
Experiência de Uso a partir do Desejo
O que a
pessoa
deseja?
Como a
plataforma
responde?
O que uma pessoa que se conecta a uma PA pode
desejar fazer?
BUSCA (ou “Pesquisa”)
DEMANDA ESPECÍFICA
OFERTA (Compartilhamento)
DESCOBERTA (ou Invenção)
O que a pessoa deseja?
À BUSCA (ou “Pesquisa”)
Oferece mecanismos de busca simples ou
refinada
Direciona a pessoa para um menu de processos
e objetos (acervo pré-organizado)
Expõe a busca à colaboração
Como a plataforma responde?
À DEMANDA ESPECÍFICA
Direciona a pessoa para um processo ou objeto
Promove o encontro da demanda com uma
oferta já existente
Expõe a demanda à colaboração
Como a plataforma responde?
À OFERTA (Compartilhamento)
Integra a oferta em um menu de processos e
objetos (acervo pré-definido e em construção)
Promove o encontro da oferta com uma
demanda já existente
Expõe a oferta à colaboração
Como a plataforma responde?
À DESCOBERTA (Invenção)
Expõe o desejo ou projeto à interação
Enseja a formação de uma comunidade de
pesquisa-aprendizagem-criação
Como a plataforma responde?
Tudo que aprende
Se modifica continuamente
Se constrói permanentemente
Se adapta tempestivamente
Se organiza autonomamente
E... interage livremente!
Como uma PA pode aprender?
Não há um mecanismo ou uma funcionalidade
específica capaz de produzir tal efeito.
É uma função de conjunto e não um efeito
voluntariamente produzido pela introdução de um
artifício.
Aprender significa que a plataforma tem que mudar,
não por iniciativa de seus administradores, mas com
o uso aleatório que fazem as pessoas conectadas
que nela interagem (configurando redes).
Somente redes podem aprender
Programação de fluxos internos e externos
Reconfiguração da membrana
Abertura de novos caminhos
Novas bifurcações
Novos aglomeramentos
Novos atratores (novos enxameamentos)
Graus menores de separação (crunch)
PA capazes de aprender serão
programáveis pelos “usuários”
Empowerfulness
Manifestações frequentes, intermitentes, da
fenomenologia da interação, significam que uma
inteligência coletiva já está se manifestando.
Se isso acontecer, a plataforma se modificará, a rigor
nunca será a mesma.
Porque estará aprendendo.
REDES SOCIAIS E APRENDIZAGEM
As novas comunidades de aprendizagem na emergente
sociedade-em-rede: homeschooling e communityschooling
como unschooling, arranjos educativos locais, redes de
aprendizagem como não-escolas
Insurgências e tendências
O conhecimento não pode mais ser aprisionado e,
portanto, esvai-se o monopólio das corporações do
ensinamento.
Os caminhos de acesso ao conhecimento deixam de
ser únicos (hierarquias) e tornam-se múltiplos
(redes).
Insurgências e tendências
Nos novos mundos altamente conectados do terceiro
milênio quem organiza o conhecimento é a busca.
Toda organização do conhecimento para os outros
corresponde a necessidades de alguma instituição
hierárquica e está sintonizada com seus mecanismos
de comando-e-controle.
Toda organização do conhecimento de cima para
baixo procura controlar e direcionar o acesso à
informação por algum meio.
Insurgências e tendências
Na medida em que a privatização do conhecimento
vai se tornando, cada vez mais, impraticável, vão
perdendo sentido os esquemas que visam o seu
aprisionamento. E assim como está ficando cada vez
mais difícil aprisionar o conhecimento
O conhecimento aprisionado estraga. É um bem que
cresce quando compartilhado e decresce e perde
valor quando não se modifica continuamente pela
polinização
Insurgências e tendências
Os processos de aprendizagem não dependem mais
do ensino e, além isso, a livre-aprendizagem afirma-
se cada vez mais como desensino (unschooling).
O heterodidatismo vai cedendo lugar ao
autodidatismo da busca (já generalizado) e ao
alterdidatismo da polinização (em emersão).
Experiências de homeschooling reflorescem por toda
parte e ensaios de communityschooling começam a
surgir em vários lugares.
Insurgências e tendências
A pesquisa científica individual vai sendo substituída,
cada vez mais, pela pesquisa de grupo. O trabalho
autoral e fechado vai dando lugar ao trabalho
interativo e aberto da colaboração em rede. Em
ciência, a peer production já é uma realidade.
A memorização e a replicação vão sendo menos
recompensadas do que a inovação.
Insurgências e tendências
Novos critérios epistemológicos subsumidos nas
avaliações de aprendizagem vão legitimando a
criação (você só aprende verdadeiramente o que
inventa).
E processos de co-creation vão abrindo novos
caminhos para a aprendizagem alterdidata
Insurgências e tendências
Em suma, você não tem mais que aprender o que
querem lhe ensinar (para que você se torne apto a
reproduzir velhos sistemas ou para desempenhar
funções predefinidas ou representar papéis sociais
que esperam de você) e sim o que você precisa para
desenvolver uma idéia – sua ou que surgiu no seu
emaranhado de relacionamentos – ou para realizar
um projeto desejado por você e compartilhado com
outros
O que fazer
Se inventarmos processos que mantenham, reforcem
e reproduzam burocracias do ensinamento, teremos
escolas (independentemente do nome que quisermos
adotar para fazer o marketing de nossas supostas
inovações)
Mas o que fazer para superar as burocracias
do ensinamento que chamamos de escola
(lato sensu)?
O que não-fazer
Reeditar, sob qualquer forma ou a qualquer
pretexto, a relação professor-aluno.
Definir currículos top down.
Separar as comunidades de aprendizagem por
idade, escolaridade ou por qualquer outro critério
que não seja o interesse (ou melhor, o desejo).
O que não-fazer
Tratar o conhecimento como objeto (que possa
ser transferido segundo o padrão emissor-
receptor) e não como relação (o conhecimento se
reinventa toda vez que um processo de
aprendizagem se realiza na interação entre
sujeitos).
Estabelecer hierarquias, mesmo que
meritocráticas (como se quem soubesse alguma
coisa fosse superior, em algum sentido, a quem
não sabe).
O que não-fazer
Manter um corpo docente separado de um
corpo discente.
Em suma, estabelecer um padrão de ensino em
vez de aprendizagem.
REDES SOCIAIS E APRENDIZAGEM
Multiversidade: da universidade dos anos 1000 à
multiversidade nos anos 2000. A co-creation nos processos de
multiversidade
Pierre Levy (2010) tuitou
recentemente que as universidades
não têm mais o monopólio do
conhecimento, apenas do diploma!.
Karueein (c. 859)
Fez (Marrocos) Al-Azhar (c. 988)
Cairo (Egito)
Bolonha (1088 ou...)
Aula em Bolonha
Estudantes em Bolonha
Paris (1090 ou... 1170)
Oxford (1096 ou... 998)
As universidades surgiram no início
do segundo milênio (ou entre os
séculos 12 e 13).
Mas o “DNA” surgiu talvez por volta
de 3.700 a. E. C. na Suméria...
As universidades já surgem como
corporações meritocráticas
O surgimento da Universidade
(medieval) foi uma expressão do
mundo (medieval), da cidade
(medieval), da topologia da rede
social da época, dos seus baixos
graus de distribuição, conectividade e
interatividade.
Nos mundos altamente conectados
que estão emergindo no terceiro
milênio, não haverá mais lugar para
algo como uma uni-versidade. Em
termos sociais já estamos em um
multiverso (distribuído) não em um
(único) universo (centralizado).
Assim, precisamos agora de multi-
versidades.
A cidade vertical, murada e
fortificada, administrada
autocraticamente, onde surgiu a
univercidade, dará lugar agora à
cidade-rede onde surgirá a
multivercidade democratizada.
Instituir “tribunais epistemológicos”
(baseados em um suposto saber
sobre o saber).
O que fazer para
não reproduzir Universidade?
Organizar corporações de “sábios”.
O que fazer para
não reproduzir Universidade?
Estruturar carreiras acadêmicas.
O que fazer para
não reproduzir Universidade?
Adotar avaliações e seleções
baseadas em currículos
institucionais, graus, títulos,
certificados e diplomas.
O que fazer para
não reproduzir Universidade?
Comandar e controlar pesquisadores
por qualquer meio (inclusive por meio
da tutela do professor-orientador).
O que fazer para
não reproduzir Universidade?
“Univercidade” = Cidade Autocrática
Foi na cidade murada e fortificada,
governada autocraticamente, que
nasceu a Universidade como
univercidade meritocrática.
Será na cidade-rede, a cidade
horizontalizada e democratizada, a
cidade como rede de múltiplas
comunidades, que poderá surgir a
multivercidade como expressão de
processos de Multiversidade.
“Multivercidade” = Cidade Democrática
As novas Atenas onde brotará
Multiversidade serão zilhões de
comunidades
É rede: há conexão!
A “entrada” é voluntária.
Está quem interage.
Não há entrada na Multiversidade
Como a Multiversidade não distribui
“canudos”, nela só interagirá quem
quiser de fato aprender ou criar.
Pesquisa e aprendizagem-criação
são a mesma coisa.
A pesquisa e a aprendizagem-criação
Você será avaliado por seus próprios
pares ou pelas pessoas – quaisquer
pessoas – que tomarem
conhecimento de suas ideações e
realizações.
As avaliações não serão mais
apenas individuais.
A avaliação na Multiversidade
Não há jamais avaliação final.
A aprendizagem-criação é
permanente ou intermitente, faz parte
do “metabolismo”, da vida desse
“organismo-vivo” que é o
aprendente-criador.
Não há saída da Multiversidade
Suas ideias e seus projetos serão
polinizados pelas ideias e projetos de
outras pessoas. Seu conhecimento,
ao ser repartido, será multiplicado. E
tudo isso será livre-aprendizagem
por cocriação.
Multiversidade é cocriação
Não é contra o estudo. É por mais
estudo. É pelo estudo autodidata e
alterdidata que o heterodidatismo
escolar-universitário sufoca ou não
estimula.
Mais estudo: auto e alter-didata
Não é por menos conhecimento e
sim pela multiplicação do
conhecimento atualmente produzido.
Quanto mais compartilhado, mais
cresce e se desenvolve o
conhecimento.
Conhecimento compartilhado
Não é por menos cultura, é por mais
cultura: não ilhada ou fechada, como
na perspectiva multiculturalista e sim
aberta a miscigenação – única saída
para evitar o seu apodrecimento.
Cultura da miscigenação
Não é contra a pesquisa orientada. É
por mais pesquisa compartilhada. E
por superar a separação entre
aprendizagem e pesquisa.
Pesquisa compartilhada
Não é contra a chamada extensão
universitária. É por torná-la atividade
permanente e central, não eventual e
lateral ao ensino e à pesquisa.
Enxames de comunidades de
aprendizagem-criação, cada vez
mais interconectadas.
Enxames de comunidades
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