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RELATÓRIOS DESCRITIVOS
UM EXERCÍCIO DA REFLEXÃO
TEÓRICA, INTERVENÇAO
PEDAGÓGICA SOBRE A AÇÃO
AVALIATIVA.
Setembro - 2010
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0011 0010 1010 1101 0001 0100 1011• Essa prática tem por finalidade contribuir para o
professor reorganizar o seu saber didático, reunindo
dados e reflexões sobre o aluno e sobre as ações
educativas desenvolvidas, diariamente, que lhes
ajudem a repensar e replanejar sua ação docente.
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Relatório:
1-Narração ou descrição verbal ou escrita, ordenada e mais ou
menos minuciosa, daquilo que se viu, ouviu ou observou: o
relatório de uma testemunha, de um médico.
2- Exposição das atividades de uma administração ou duma
sociedade.
3- Exposição e relação dos principais fatos colhidos por comissão
ou pessoa encarregada de estudar determinado assunto [...].
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• Descritivo é uma forma de organizar o texto que não
se confunde com o ato de comparar, porque
descrever sobre o processo de aprendizagem de um
aluno é diferente de compará-lo a outro(s). A
comparação possui um caráter de homogeneização
e fere o respeito à condição humana de ser diferente.
• Descrever é possibilitar ao outro a visualização do
processo de ensino-aprendizagem em sua quase
materialização por meio da linguagem.
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No Relatório ...
É preciso valorizar aquilo que o aluno já sabe (o
desenvolvimento real), como ele está progredindo em outros
aspectos (o desenvolvimento potencial), além de indicar,
também, as dificuldades que precisam ser superadas.
Assim, todas as situações
de aprendizagem devem
ser consideradas relevantes
e devidamente registradas,
apresentadas, discutidas e
enriquecidas nas reuniões dos
Conselhos de Classe bimestrais.
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Como tornar a avaliação dos processos de
aprendizagem dos estudantes mais
interativa, dialógica, formativa?
• Amparo Legal: LDB.9394/96 Art. 24
a) avaliação contínua e cumulativa do
desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e
dos resultados ao longo do período sobre os
de eventuais provas finais...”
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A Construção dos Instrumentos
O que são instrumentos bem elaborados?
Aspectos importantes:
A) linguagem: clara, esclarecedora, objetiva;
B) contextualização;
C) conteúdo significativo;
D) coerência com os propósitos de ensino;
E) explorar a capacidade, de leitura e escrita ede raciocínio.
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Aluno
Aspectos:
Cognitivo,
afetivo,
Pessoal.
O aluno João Carlos Zill, iniciou na EE Antônio Campos no
segundo bimestre do ano em curso, mas propriamente no dia 08
de maio de 2010. Sua trajetória estudantil iniciou-se no município
de Grafunda, PE. Portanto cursa o 3ª fase do 2º ciclo. Tem
comportamento adequado a sua faixa etária, sabendo respeitar os
colegas e professores adequadamente. Domina conceitos básicos
sobre a História do Brasil, mais propriamente a “Chegada dos
Portugueses”, compreende que os jesuítas foram os principais
responsáveis pela disseminação da educação no território
nacional. No entanto, quando se trata das Capitanias Hereditárias,
deixa a desejar não compreendendo porque somente duas delas
obtiveram sucesso.
Professor
Aspectos:
Mediador
Evolutivo
Individual
Observando tal quadro sobre o educando foi proposto um trabalho
de reorientação para que o mesmo atingisse as habilidades
necessárias para superar as dificuldades sobre a temática
“Capitanias Hereditárias”. Para tanto, o estudante foi orientado a
fazer leituras, exercícios e pesquisas através do Laboratório de
informática. Ao final de cada atividade seu professor orientador
realizava um diálogo individualizada para detectar os avanços e
as dificuldades que ele apresentasse. Esse encontro, dependendo
do resultado obtido poderia ter desdobramentos ou não. Vai
depender do nível de compreensão do educando.
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Sugestões
Após realizadas essas intervenções nas temáticas que
apresentava dificuldades apontamos como sugestão
leituras, pesquisas e um acompanhamento do professor
orientador, sobre assuntos que apresente embaraço de
entendimento. Ainda informamos que o educando em
função dos constantes deslocamentos de sua família,
tem dificuldade de compreensão sobre sua identidade.
Pesquisas, leituras de textos e filmes que tratem desse
assunto é interessante que tenha contato e assim, sua
integração à sua escola acontecerá de maneira menos
traumática. Importante também mostrar a ele que
existem vários segmentos religiosos e que cada um
precisa ser entendido e respeitado.
Especificidades
O educando tem maior aproveitamento das atividades
propostas nas Ciências Sociais e Humanas quando
trabalha em equipe. E, num segundo momento resolução
de atividades ndividuais.
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O Cotidiano e suas Possíveis Práticas de
Avaliação das Aprendizagens
• Práticas de avaliação: perspectivas teóricase concepções pedagógicas e de ensino.
• Os instrumentos avaliativos: tarefasplanejadas com o propósito de subsidiar,com dados, a análise do professor acerca domomento de aprendizagem dos estudantes.
• São instrumentos: trabalhos, provas, testes,relatórios, interpretações, questionários,memorial, portfólios, caderno deaprendizagem etc = resultados provisórios...
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Instrumentos sugeridos:
• Portfólio;
• Caderno de Aprendizagens ;
• Memorial;
• Autoavaliação;
• Projetos
• Observação
• Entrevista
• Discussão coletiva
• Prova, etc.
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Quais as vantagens?
• As instituições que orientam seus
professores no sentido da elaboração dos
relatórios, alcançam um novo significado
para a ação educativa e para a avaliação,
evidenciando uma nova atitude do professor
frente ao processo educativo refletindo sobre
o seu fazer, permanentemente, superando
conceitos prévios em busca de conceitos
mais elaborados sobre a educação. Mas há
ainda alguns equívocos...
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EQUÍVOCOS
Pressupor que avaliar é sinônimo de medir, de
classificar.
Acreditar que a avaliação somativa é a melhor forma de
avaliar
Propagar que a elaboração do relatório descritivo exclui
outros instrumentos avaliativos.
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Crer que a progressão continuada invalida a importância do
relatório descritivo.
Elaborar um relatório único para diferentes alunos.
Valorizar excessivamente as questões atitudinais.
Utilizar como único registro a memória para a elaboração do
relatório.
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EQUÍVOCOS
Descrever somente momentos isolados do processo
Desconsiderar o diálogo com o planejamento e outros
pares
Escrever visando como leitor somente os pais dos alunos.
Confundir descrição e comparação
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Aspectos da aprendizagem
• Conteúdos de Natureza Cognitiva: conceitos econhecimentos construídos pelo aluno nas áreas doconhecimento – recorrer à pasta avaliativa e cadernode campo;
• Desenvolvimento Afetivo: relação afetiva com oconhecimento e a aprendizagem (se necessita maisestímulos para despertar mais interesse); sedemonstra prazer no que faz, relação com oscolegas, trabalhos em grupos;
• Caráter Mediador: refere-se ao papel do professorna avaliação, tornando-se um observador e mediadordo processo de desenvolvimento de cada aluno,fazendo as
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• intervenções pedagógicas sempre que necessários,
instigando o aluno a perceber que ele é o principal sujeito
desse processo.
• Caráter Evolutivo: perceber o aluno como um ser
inacabado, ou seja, um sujeito em construção, levando em
consideração a estrutura mental já construída pela criança e
as condições concretas de sua existência.
• Caráter Individualizado: acompanhamento efetivo do
professor através de anotações diárias e registros
significativos sobre a aprendizagem da criança, que deve
confiar em si, em sua aprendizagem.
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QUESTIONAMENTOS
1- Os objetivos norteadores da análise do desenvolvimento doaluno transparecem nos relatórios?
2– Evidencia-se a inter-relação entre os objetivos (sócio-afetivos ecognitivos) a serem alcançados, áreas temáticas trabalhadas erealização de atividades pelo aluno?
3– Percebe-se o caráter mediador do processo avaliativo?
4– Privilegia-se, ao longo do relatório, o caráter evolutivo doprocesso de desenvolvimento do aluno?
5 – Percebe-se o caráter individualizado no acompanhamento doaluno?
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SUGESTÃO - avaliação das atitudes do
aluno...
Ele participa ativamente dos trabalhos em grupo?
ajuda outros nas resoluções dos problemas?
contesta aspectos com os quais não concorda?
procura resolver problemas por seus próprios meios?
procura ajuda com outras pessoas?
procura ajuda em outros materiais?
usa estratégias convencionais na resolução de problemas?
usa estratégias criativas de resolução de problemas?
justifica suas respostas?
registra e socializa seus conhecimentos?
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• O professor tem a oportunidade de
tomar consciência de onde partiu, o que
construiu na sua trajetória, podendo
então fazer e refazer caminhos a partir
de uma atitude investigativa frente à
ação pedagógica.
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• Através do relatório, o professor reconstrói o
processo vivido com o grupo de crianças,
num processo de reflexão/ação que encontra
significado na possibilidade de compartilhar
com suas famílias e com seus próximos
professores, experiências vividas por elas e o
sentido dessas em termos de aprendizagem
e desenvolvimento.
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A Construção dos Instrumentos
1 - Conselho de Classe: Como transformar o conselho
de classe em um momento de integração e discussão
do processo pedagógico?
a) Como traçar estratégias de encaminhamento
conjuntas se as ações não são planejadas em
conjunto?
2 - Relatórios Descritivos: São registros de avaliação
sob a forma de pareceres descritivos (relatos escritos
do desempenho do aluno).
a) -Tentativa de caracterizar a natureza qualitativa e
descritiva do processo avaliativo, coerente à natureza
do trabalho pedagógico.
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Equívocos na Elaboração dos Pareceres
Descritivos:
• A) Presença de aspectos atitudinais (julgamentos de valor), breves e superficiais.
• B) Pareces a respeito dos mesmos aspectos e numa mesma sequência de alunos diferentes.
• C) Reprodução de fichas de comportamento, sem clareza teórica ou significado pedagógico.
• D) Padronização de discursos e centrados na rotina do professor.
• E) Pareceres que atendam aos interesses da família.
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Descrição x Comparação
• Comparação: desrespeito à individualidade,uniformização, padronização de comportamentose atitudes. A visão comparativa da avaliação éum legado da avaliação tradicional. Acomparação também aparece nos PareceresDescritivos (expressões: mais ou menos, muitoou de negação).
• Descrição: respeito à individualidade, àdiversidade. Exige permanente observação ereflexão do processo individual de construção deconhecimento.
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Delineando Relatórios de Avaliação
1. Os registros devem ir além da coleta de dados ouinformações baseadas na memória. Por isso, éimportante registrar.
2. A escrita possibilita ao educador distanciar-sedaquilo que escreve e refletir sobre o escrito,analisando, interpretando e encontrando outrasrespostas para as situações vividas ou melhorescaminhos a percorrer.
3. Ao refletir sobre os relatórios, o educador sereconhece como partícipe do processo vivenciadopelo aluno, sente-se co-responsável pela históriado aluno, ou seja, assume seu compromisso como educando, abrindo-se à colaboração.
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Delineando Relatórios de Avaliação
1. Nesse processo, é inconcebível:
a)- Professores que não fazem a leitura de relatórios dos anosanteriores;
b)- Escolas que entregam a fichas aos pais e não guardamcópias destas.
c)- Pais não entendem os Pareceres e querem conversar comos professores (superficialidade no relato)
e) - Relatórios não podem apenas cumprir com a burocracia.
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Questões implícitas ao “olhar avaliativo” do educador
1. Em que áreas de conhecimento/desenvolvimento o
aluno apresenta avanços? Quais os fatos que
levam o professor a contextualizar tais avanços?
2. Apresenta alguma área a ser melhor trabalhada?
Como pode o professor intervir nesse sentido?
Qual a contribuição possível da família?
3. Como o aluno vem se desenvolvendo em relação
às questões sócio-afetivas? Qual a postura do
professor diante de seus conflitos?
4. Como os pais se referem ao desenvolvimento dos
alunos e ao trabalho da instituição?
• Como os alunos se referem aos próprios avanços e
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Os relatórios de avaliação têm por
objetivos...
1. A historicização dos caminhos percorridos para aconstrução do conhecimento do mundo edesenvolvimento de valores.
2. O estabelecimento de elos entre momentos detrabalho pedagógico de um ou mais professores,criando o álbum da vida do aluno, permitindo apais e professores melhor compreendê-lo e ajudá-lo.
3. Assim, não há espaço para listas comportamentosou critérios uniformes de desempenho, paraclassificações conceituais dos comportamentosou relatórios pré-estabelecidos.
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ORIENTAÇÕES
1. Não é modelo de relatório, pois não há
modelo de aluno;
2. Parte de um sistema de avaliação
educacional;
3. Orientação para subsidiar o
conhecimento sobre o instrumento de
avaliação que não se propõe como único.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS
1. Relatório: significa informar sobre aspectosimportantes de um ou vários fatos para que ooutro possa recuperar o desenvolvimento dosmesmos, conhecê-los, analisá-los e re-estruturá-los se for o caso;
2. Qualitativo:é o termo que contrapõe oquantitativo, ou seja, uma abordagem teórico-metodológica que possui suas bases namudança de um paradigma que privilegiavasomente um olhar lógico (no sentidomatemático), racional e excludente, paraoutro que busca um olhar holístico e humano;
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3- Reflexivo é o termo que a ciênciadenomina a ação que acompanha aprática educativa, na sua formaconsciente ou não, uma vez que éimpossível que o professor realize suasatividades sem refletir. Refletir a açãopedagógica exige acompanhamento dassituações de aprendizagem, registrosdessas situações e de seus resultados,domínio do conhecimento, capacidade deanálise, de estabelecer relações, desistematizar os registros, etc.
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Finalizando, é preciso...
1. Conceber a avaliação como um projeto de futuro...
2.Entender que "valor" e/ou "qualidade" da
aprendizagem são parâmetros sempre subjetivos e
arbitrários.
3. Acreditar que toda a aprendizagem se dá na relação
de saber consigo mesmo, com os outros e com os
objetos do saber.
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0011 0010 1010 1101 0001 0100 1011• ...Os relatórios são extremamente significativos à
medida que contextualizam os relatórios
individuais, enriquecendo e complementando a
análise individual do aluno, permitindo aos pais e
futuros educadores uma visão completa e
integrada do trabalho realizado com cada grupo de
crianças.