1
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITCNICA DEPARTAMENTO DE CINCIA E TECNOLOGIA DOS MATERIAIS - DCTM
BONIFCIO NEVES DE SOUZA
BRUNO MATHEUS FRANCO
DIEGO ARRUDA RODRIGUES
HEITOR OLIVEIRA SANTOS CRUZ
LZARO SABAS MARQUES S. C. NASCIMENTO
RELATRIO PRELIMINAR DA CARACTERIZAO DOS AGREGADOS E VISITA A PEDREIRA
Salvador 2015
2
BONIFCIO NEVES DE SOUZA
BRUNO MATHEUS FRANCO
DIEGO ARRUDA RODRIGUES
HEITOR OLIVEIRA SANTOS CRUZ
LZARO SABAS MARQUES S. C. NASCIMENTO
RELATRIO DA CARACTERIZAO DOS AGREGADOS E VISITA A
PEDREIRA
Salvador 2015
Relatrio apresentado na disciplina
Materiais de Construo II ENG
A53, no Curso de Engenharia Civil,
na Universidade Federal da Bahia
(UFBA).
Prof. Dra. Vanessa Silveira Silva.
3
RESUMO
A utilizao do concreto na construo civil tem grande importncia atualmente,
tendo em vista que o mesmo hoje o segundo material mais utilizado no mundo e o
Brasil um dos grandes produtores mundiais. Com isso, este trabalho inicia com a
caracterizao dos agregados com todas as informaes necessrias para poder
realizar um estudo detalhado sobre a produo de 2 (dois) tipos de concreto usando
o Cimento Portland Branco e o Cimento Portland Composto e ensaios mecnico para
averiguar suas propriedades. Foram realizadas visitas tcnicas a uma central
dosadora de concreto, a uma mineradora e uma obra em dia de concretagem para
complementar os estudos realizados em laboratrio e na sala de aula.
Palavras-chave: Agregados, concreto e dosagem de concreto.
4
Sumrio
1 INTRODUO 5
2.1. AGREGADO GRADO 5 2.1.1. GRANULOMETRIA 5 2.1.1.1. DISCURSO 7 2.1.2. MASSA ESPECFICA DO AGREGADO GRADO 7 2.1.2.1. DISCURSO 7 2.1.3. MASSA UNITRIA NO ESTADO COMPACTADO NBR NM 45 8 2.1.4. TEOR DE MATERIAL PULVERULENTO NBR NM 46:2003 8 2.1.4.1. DISCURSO 8 2.2. AGREGADO MIDO 9 2.2.1. GRANULOMTRIA 9 2.2.1.1. DISCURSO 10 2.2.2. MASSA ESPECFICA 10 2.2.2.1. DISCURSO 10 2.2.3. TEOR DE MATERIAL PULVERULENTO 11 2.2.3.1. DISCURSO 11
3. PRODUO DO CONCRETO 11
3.1. CLCULO DO TRAO 11 3.1.1. CONSUMO DE GUA 11 3.1.2. RELAO GUA/CIMENTO E CONSUMO DE CIMENTO 12 3.1.3. CONSUMO DE BRITA 12 3.1.4. CONSUMO DE AREIA 13 3.1.5. TRAO EM MASSA (KG/M): 13 3.1.6. TRAO UNITRIO: 13 3.2. MISTURA EXPERIMENTAL 13 3.3. AJUSTE DE TRAO 14 3.3.1. AJUSTE DO TRAO 14 3.4. PRODUO FINAL 15 3.5. RUPTURA DOS CORPOS DE PROVA 16 3.6. ANLISE DOS RESULTADOS 17
4. VISITA A CIVIL PEDREIRA 18
5. VISITA A OBRA 21
6. VISITA A CENTRAL DOSADORA 23
7. CONCLUSO 26
8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 26
5
1 INTRODUO
Este trabalho tem como principal objetivo proporcionar conhecimento tcnico-
cientfico dos materiais usados na construo civil, principalmente no que se refere na
rea de tecnologia do concreto e suas normas tcnicas.
O relatrio divido em 2 (duas) partes: caracterizao dos agregados e produo
do concreto.
Aps aquisio dos materiais, foi realizado os ensaios com os agregados grados
e midos: granulometria, massa especfica, massa unitria e materiais pulverulentos.
Foi elaborao um trao para o concreto usando o Cimento Portland Composto
com uma relao gua/cimento e slump especificado, aps realizado o ajuste do trao
foi reproduzido este trao usando o Cimento Portland Branco de alta resistncia inicial,
aps a desforma e cura dos corpos de provas foram realizados ensaios de
compresso axial para realizar um estudo comparativo entre os concretos.
Foram realizados 3 (trs) visitas tcnicas para proporcionar ao aluno um
conhecimento prtico do que se estudo na universidade.
Os ensaios foram realizados no Centro Tecnolgico das Argamassas (CETA) e no
Laboratrio de Ensaios em Durabilidade dos Materiais (LEDMa) com a orientao dos
tcnicos, monitores e alunos de iniciao cientfica.
2. CARACTERIZAO DOS AGREGADOS
2.1. AGREGADO GRADO
Material granular cujos gros passam pela peneira com abertura de malha de
75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm (ABNT NBR
NM 248:2003 - Agregados - Determinao da composio granulomtrica).
2.1.1. GRANULOMETRIA
Composio Granulomtrica refere-se proporo relativa das massas dos
diferentes tamanhos dos gros que constituem o agregado, expressa em
percentagem.
Dimenso mxima caracterstica a grandeza correspondente abertura nominal,
em milmetros, da malha da peneira da srie normal ou intermediria, na qual o
agregado apresenta uma percentagem retida acumulada, em massa, igual ou
imediatamente inferior a 5%.
6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2,36 12,36 22,36 32,36 42,36
Pe
rce
nta
gem
re
tid
o a
cum
ula
do
(%
)
Abertura da peneira (mm)
CURVA GRANULOMTRICA DE AGREGADO GRADO
Agregado Gradoensaiado
Mdulo de finura a soma das percentagens retidas acumuladas em massa
de agregado, em todas as peneiras da srie normal, dividido por 100.
Segue a planilha com os dados coletados em laboratrio e a curva
granulomtrica:
Tabela 1 Composio Granulomtrica do agregado grado
Grfico 1 Curva Granulomtrica do Agregado Grado.
GRANULOMETRIA DO AGREGADO GRADO
Peneiras (mm) Massa retida (g) % Retida % Retida Acumulada
Massa Inicial (g) 5000,3
25 0,0 0 0
19 0,0 0 0
12,5 942,3 19 19
9,5 2574,5 52 71
6,35 1264,1 25 96
4,75 121,9 2 98
FUNDO 91,4 2 100
TOTAL 4993,2 100,0
% PERDA 0,12
Mdulo de finura 6,59
Dimenso mxima caracterstica (mm) 19
Classificao do agregado Zona 9,5/25
ZONA 9,5/25
ZONA 4,75/12,5
7
2.1.1.1. DISCURSO
Analisando a tabela dos Limites granulomtricos de agregado grado da
ABNT NBR 7211: 2009 Agregados para concreto Especificaes percebe-se
que o agregado ensaiado se encontra na zona 9,5/25, levando em considerao em
cada zona granulomtrica uma variao aceitvel de no mximo cinco unidades
percentuais em apenas um dos limites marcos.
A dimenso mxima caracterstica no ensaio do agregado grado foi de 19,1
mm (brita 1), porm o material comprado foi a brita 0 (Dmx.: 9,5 mm), com isso
mostra-se a importncia de realizar a caracterizao do agregado na construo civil
para saber se o material comprado de fato o solicitado.
2.1.2. MASSA ESPECFICA DO AGREGADO GRADO
Relao entre a massa do agregado seco e o volume dos gros, incluindo os
poros impermeveis. A massa especfica foi determinada em laboratrio pelo mtodo
do picnmetro (IPT-M9-76):
MASSA ESPECFICA DO AGREGADO GRADO
MASSA DA AMOSTRA (g) 700,3
MASSA DO PICNMETRO + GUA (g) 1324,7
MASSA DO PICNMETRO + GUA + AMOSTRA (g)
1776,4
MASSA ESPECFICA DO AGREGADO ( 3) 2,82
Tabela 2 Determinao da massa especfica
2.1.2.1. DISCURSO
A massa especfica est apropriada para ser usado em concretos
convencionais, j que est entre 2,0 e 3,0 kg/dm.
A massa especfica dos agregados tem grande importncia na determinao
das propriedades dos concretos no estado fresco. A porosidade inversamente
proporcional a massa especfica, com isso quanto maior a porosidade do agregado,
mais se consome gua da argamassa.
8
2.1.3. MASSA UNITRIA NO ESTADO COMPACTADO NBR NM 45
Relao entre a massa do agregado seco contida em determinado recipiente e
o volume deste.
MASSA UNITRIA EM ESTADO COMPACTADO
M Massa da amostra (kg) 12,760
V Volume do recipiente (dm) 7,92
Massa unitria (kg/dm) 1,611
Tabela 3 Determinao da massa unitria compactada.
2.1.4. TEOR DE MATERIAL PULVERULENTO NBR NM 46:2003
Materiais pulverulentos so partculas minerais com dimenso inferior a 75 m,
incluindo os materiais solveis em gua, presentes nos agregados. No geral a
presena desses materiais indesejvel na constituio do concreto. Um agregado
com alto teor de materiais pulverulentos diminui aderncia do agregado a pasta ou
argamassa, prejudicando de forma direta a resistncia do concreto caso esse seja
produzido com alto ndice de material pulverulento (JIMNEZ, 2011).
O teor de materiais pulverulentos calculado pela relao:
% mat. pulv. = ()
100 (1)
MATERIAL PULVERULENTO NO AGREGADO GRADO
Massa da amostra antes da lavagem (g) 2500,0
Massa da amostra depois da lavagem (g) 2485,5
Teor de Material Pulverulento (%) 0,58
Tabela 4 Determinao do teor de material pulverulento.
2.1.4.1. DISCURSO
Segundo a NBR 7211: 2009 o agregado grado deve ter um teor de material
pulverulento menor ou igual a 1%. Com isso, o agregado grado apresenta um teor
de material pulverulento condizente para ser utilizado na construo civil.
9
2.2. AGREGADO MIDO
Corresponde ao material granular cujos gros passam pela peneira com
abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha 75
m (NBR NM 248:2003).
2.2.1. GRANULOMTRIA
Aps realizado o ensaio em laboratrio segue a tabela com os dados coletados
e a curva granulomtrica:
GRANULOMETRIA DO AGREGADO MIDO
Peneiras (mm) Massa (g) % Retida % Retida Acumulada
Massa inicial (g) 329,04
4,75 0,32 0,1 0
2,36 0,24 0,1 0
1,18 1,44 0,4 1
0,600 22,74 6,9 8
0,300 96,68 29,4 37
0,150 133,78 40,7 78
FUNDO 73,51 22,4 100
TOTAL 328,71 100,0
% PERDA 0,10
Mdulo de finura 1,24
Dimenso mxima caracterstica (mm) 1,19
Tabela 5 Composio granulometrica do agregado mido.
10
Grfico 2 Curva Granulomtrica do agregado mido.
2.2.1.1. DISCURSO
A curva granulomtrica do agregado mido ensaiado est fora da zona
utilizvel segundo a NBR 7211:2009, mas pode ser explicado j que as areias da
regio de Salvador serem muito finas.
2.2.2. MASSA ESPECFICA
A massa especfica do agregado mido foi determinada por meio do frasco de
Chapman usando a expresso:
=
(2)
MASSA ESPECFICA DO AGREGADO MIDO
Massa de areia seca (g) 500,08
Leitura inicial do frasco (cm) 200
Leitura final do frasco (cm) 389,5
Massa especfica (kg/dm) 2,64
Tabela 6 Determinao da massa especfica do agregado mido
2.2.2.1. DISCURSO
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,15 2,15 4,15 6,15 8,15
Pe
rce
nta
gem
ret
ido
acu
mu
lad
o (
%)
Abertura da peneira (mm)
CURVA GRANULOMTRICA DE AGREGADO GRADO
Agregadomidoensaido
Zona Utilizvel
Zona tima
11
A massa especfica do agregado mido tambm est apropriada para ser
usado em concretos convencionais, j que est entre 2,0 e 3,0 kg/dm.
2.2.3. TEOR DE MATERIAL PULVERULENTO
A equao usada para o clculo do teor de material pulverulento para o
agregado mido a mesma usada para o agregado grado.
MATERIAL PULVERULENTO NO AGREGADO MIDO
Massa da amostra antes da lavagem (g) 300,14
Massa da amostra depois da lavagem (g) 298,74
Teor de Material Pulverulento (%) 0,47
Tabela 7 Determinao do teor de material pulverulento.
2.2.3.1. DISCURSO
O teor de material pulverulento para o agregado mido menor que 3% para utilizao
de concreto submetido a desgaste superficial e menor que 5% para os demais
concretos, com isso pode ser usado para qualquer concreto, segundo a NBR
7211:2009.
3. PRODUO DO CONCRETO
A tarefa da equipe M6/2 foi elaborar um trao com a relao gua/cimento de
0,55 com a utilizao de Cimento Portland Composto (CP II-E), com ensaio de
abatimento (slump-test) de 80 a 110 mm. Alm isso, tivemos que reproduzir o mesmo
trao utilizando o Cimento Portland Branco (CPB) e fazer uma comparao crtica dos
resultados finais encontrados dos ensaios realizados.
3.1. CLCULO DO TRAO
A dosagem do concreto foi baseada no mtodo do ACI (American Concrete
Institute), mas usamos tambm as tabelas constantes na ABNT NBR 12655:2006 para
atender as condies de durabilidade em considerao a agressividade do ambiente.
3.1.1. CONSUMO DE GUA
O consumo de gua que devemos usar 205 l/m conforme a tabela 9 abaixo,
j que o abatimento do tronco de cone proposto de 80 a 110 mm e a dimenso
mxima caracterstica do agregado grado utilizada foi 19 mm.
12
Abatimento do
tronco de cone
(mm)
Dimenso mxima caracterstica do
agregado grado (mm)
9,5 19 25 31,5 37,5
40 60 220 195 190 185 180
60 a 80 225 200 195 190 185
80 a 100 230 205 200 195 190
Tabela 8 Consumo de gua aproximado (l/m)
3.1.2. RELAO GUA/CIMENTO E CONSUMO DE CIMENTO
A relao gua/cimento proposta foi 0,55, logo a massa de cimento para 1m
de concreto :
=205
0.55= 372,72 / (3)
3.1.3. CONSUMO DE BRITA
MF (areia)
Dimenso mxima caracterstica do
agregado grado (mm)
9,5 12,5 19 25 31,5
1,0 0,665 0,728 0,790 0,815 0,840
1,2 0,654 0,712 0,770 0,795 0,820
1,4 0,625 0,688 0,750 0,775 0.800
1,6 0,605 0,668 0,730 0,755 0,780
Tabela 9 Volume compactado seco de agregado grado para a regio de Salvador
(m/m)
Como experimentalmente se obteve mdulo de finura da areia igual a 1,24 e a
dimenso mxima do agregado grado 19 mm, ento conforme a tabela 10 abaixo
o volume compacto seco do agregado grado 770 dm/m, com isso podemos
calcular a massa da brita:
=
(4)
= 1,61770 = 1239,7 /
13
3.1.4. CONSUMO DE AREIA
Considerando desprezvel o volume de vazios do concreto fresco e adensado,
com isso podemos dizer com o volume do concreto a soma dos volumes de slidos
dos materiais constituintes, mais o volume da gua.
= + + + (5)
1000 dm3 =372,73
3,12+
1239,7
2,82+
Ma
2,84+ 205
M agregado = 622,84 kg/m
3.1.5. TRAO EM MASSA (kg/m):
372,73:622,84:1239,7:205
3.1.6. TRAO UNITRIO:
1:1,67:3,33:0,55
3.2. MISTURA EXPERIMENTAL
Foi realizada mistura experimental utilizando 15000 g de materiais secos:
Cimento: 2500 g Areia: 4175 g (%areia = 33,4%)
Brita: 8325 g (%brita = 66,6%) gua: 1375 ml
No processo de mistura, foi adicionada gua at o ndice de consistncia
requerido ser alcanado. Tambm foram analisadas quatro propriedades do concreto
fresco: exsudao, segregao, mobilidade e cobertura.
Na mistura experimental foi obtido um concreto com slump de 100 mm,
utilizando um total de 1325 ml de gua. Esse concreto no apresentou exsudao e
segregao, mas apresentou mobilidade e cobertura.
Imagem 1: Materiais seco, cobertura do concreto e slump test
14
3.3. AJUSTE DE TRAO
Na etapa de misturas experimentais, foi observado que para atingir os slump
requeridos no se utilizou toda gua determinada no trao, j que sobrou 50 ml. Como
a quantidade de gua foi alterada, foi necessrio um ajuste do trao para que a relao
gua/cimento fosse mantida.
OBS.: Ocorreu um erro grosseiro no no clculo do ajuste de trao, e acabamos
produzindo o concreto com o trao errado. A seguir, o trao calculado errado (que
utilizamos) e o trao calculado corretamente, corrigido.
Erros grosseiros: so aqueles cometidos devido falta de ateno ou de prtica
do operador. Deste tipo so os erros cometidos em operaes matemticas, enganos
na leitura ou escrita de dados, ou engano na leitura duma escala (ARGOLO,
FERREIRA, SAKAI, 1998).
3.3.1. AJUSTE DO TRAO
A relao gua/materiais secos da mistura dada por:
A(%) =0,53
1+1,67+3,33x100% = 8,83% (6)
Novo M =0,55
8,83%x 100% = 6,23 (7)
Percebe-se que esquecemos do -1 na formula do clculo do novo M, o que
classificado como um erro grosseiro.
Ajuste:
M areia = 0,334x 6,23 = 2,08 kg (8)
M brita = 0,666 x 6,23 = 4,14 kg (9)
Trao unitrio:
1:2,08:4,14:0,55
A seguir o ajuste do trao correto que deveria ser utilizado:
A% =0,53
1+1,67+3,33x100% = 8,83% (10)
Novo M =0,55x100%
8,83% 1 = 5,23 (11)
15
Ajuste:
M areia = 0,334x 5,23 = 1,75 kg (12)
M brita = 0,666 x 5,23 = 3,48 kg (13)
Trao unitrio (Correto):
1:1,75:3,48:0,55
3.4. PRODUO FINAL
Com o trao ajustado, a etapa seguinte foi a produo do concreto. Utilizou-se
uma betoneira estacionria de eixo inclinado para produo, ela possui capacidade
de 120 L e um motor de potncia 0,33 CV. Foram calculadas as quantidades de
materiais necessrias para produo de 10 L de concreto para cada tipo de cimento.
O concreto produzido com o CP II-E e CPB obteve um slump de 25 mm. Aps
produzido o concreto, foram moldados 8 corpos de prova cilndricos (4 para cada
cimento) com 20 cm de altura e 10 cm de dimetro da base. No dia seguinte a
moldagem, os corpos de prova foram desenformados e colocados em processo de
cura submersa em gua para reduzir a perda de gua do concreto.
Imagem 2: Moldagem dos corpos de prova na mesa vibratria
16
3.5. RUPTURA DOS CORPOS DE PROVA
Foi realizado ensaio de resistncia a compresso axial (NBR 5739:2007) nas idades de 6 e 11 dias (2 corpos de prova de cada tipo de cimento em cada idade). Dados da prensa: Prensa HD-120T servo-controlada, com acionamento hidrulico/eletrnico micro-processado, para ensaios de compresso axial em corpos de prova de 10 x 20 cm e de 15 x 30 cm.
Grficos 3 - Grficos dos ensaios de compresso axial de 6 e 11 dias respectivamente
.
Tabela 10 Resultados do ensaio de resistncia a compresso axial
RESISTNCIA A COMPRESSO AXIAL (NBR 5739:2007)
Corpo de Prova
Idade (dias)
Carga (N) rea (mm) Tenso (MPa) Tipo Ruptura
1(CP II-E) 6 18140 7850 22,6 Cisalhante
2(CP II-E) 6 18940 7850 23,6 Cisalhante
3 (CPB) 6 30460 7850 38,0 Cisalhante
4 (CPB) 6 30340 7850 37,9 Cisalhante
5 (CPII) 11 20850 7850 26,0 Cisalhante
6 (CPII) 11 20830 7850 26,0 Cisalhante
7 (CPB) 11 36340 7850 45,4 Cisalhante
8 (CPB) 11 32520 7850 40,6 Cisalhante
17
Imagem 3: Ruptura dos corpos de prova
A resistncia a compresso em 28 dias foi estimada para cada exemplar utilizando a
frmula:
fcm =fcm(t)
exp {s[1(28
t)
12]}
(14)
Corpo de Prova
Tempo Resistncia em t
dias (MPa) Resistncia em 28
dias (MPa)
2 (CPII) 6 dias 23,60 31,54
3 (CPB) 6 dias 38,00 48,00
5 (CPII) 11 dias 26,00 30,17
7 (CPB) 11 dias 45,40 51,14
Tabela 11 Estimativa da resistncia a 28 dias
fcm a resistncia a compresso mdia a 28 dias de idade
fcm(t) a resistncia a compresso mdia a t dias
s um coeficiente que depende do tipo do cimento, s = 0,25 para CP II, s = 0,20 para
cimento de alta resistncia inicial (CP V) segundo a ABNT NBR-6118 e (ARAJO,
2001).
3.6. ANLISE DOS RESULTADOS
Com o uso do mtodo do ACI e a ABNT NBR 12655:2006 foi possvel chegar na
mistura experimental a um trao que atenda ao slump solicitado para o CP II-E e o
concreto fresco apresentou boas propriedades em relao a exsudao, segregao,
mobilidade e cobertura.
18
No desenvolvimento do trabalho foi cometido um erro grosseiro no momento do
ajuste do trao para produo final do concerto, com isso obtivemos um slump de 25
mm, o que no condiz com as expectativas do trabalho. O Erro acarretou uma
diminuio do abatimento do tronco de cone pois a quantidade de gua para a mistura
foi menor do que o que deveria ser. Como modificamos o grau de umidade que
determina a consistncia, alteramos tambm suas caractersticas de plasticidade.
A tenso de ruptura para os corpos de provas teve uma variao muito pequena
para cada idade como pode ser visto nos grficos (imagem 3) e na tabela 11, com
exceo do corpo de prova 7 e 8 que teve uma variao de 4,8 MPa.
O trao que foi moldado os corpos de provas atendeu a resistncia a compresso,
j que todas as resistncias foram acima de 28,4 MPa, que o Fck esperado para a
relao gua/cimento de 0,55 de acordo com a Curva de Abrams.
4. VISITA A CIVIL PEDREIRA
Na manh no dia 18 de abril de 2015 visitamos a empresa de minerao Civil
Pedreira (Grupo Civil), que foi implantada em 1979 e est estrategicamente localizada
na Rodovia da Base Naval de Aratu, Bairro de Piraj, 1,5km da BR 324.
Logo ao chegamos fomos recepcionados pelo Engenheiro de Minas Roberto
Matos (imagem 1), que durante toda a visita esteve presente explicando o processo
de produo da brita.
Iniciamos a visita tcnica conhecendo a jazia (imagem 2) de onde se extrai o
minrio bruto, onde primeiramente realizou o desmatamento limpeza da rea verde;
Decapeamento remoo da camada de solo que est sobre a rocha de interesse;
Perfurao (ar comprimido) apenas uma perfurao produz mais de 18 mil
toneladas de rocha realizado pelo menos 1 (uma) vez por semana, para isso se usa 4
mil quilogramas de explosivos; Detonao por meio de uso de tcnicas os impactos
sonos so reduzidos; Fragmentao secundria com o objetivo de reduzir as
dimenses das rochas; Carregamento; Transporte o minrio transportado at o
britador por meio da caminhes; Britagem primrio e secundrio onde acontece
a reduo do tamanho do gro para as dimenses apropriadas para a construo civil;
Transporte das brita entre os britadores - feito por um sistema de correias
transportadoras; Separadas - de acordo com sua dimenso (4,8 mm - 9,5 mm - 19
mm - 25 mm - 38 mm - 50 mm) e armazenadas em silos (imagem 3) para posterior
transporte e comercializao.
19
Resumo anual de produo da Civil Pedreira se encontra na tabela abaixo, mas
o Eng. Roberto Matos relatou que em alguns momentos a produo chegar a 400
toneladas/hora.
ANO 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Tonelada/hora 191,50 260,35 329,65 326,56 325,72 318,91
Tabela 12 Produtividade tonelada/hora
Foi relatado durante a visita tcnica que estima que ainda resta 40 anos de
explorao, dos quais 20 anos na atual jazida (3 pisos) e mais 20 anos em outra
jazida prxima. A empresa emprega atualmente 42 funcionrios nas mais diversas
funes.
A Civil Pedreira se preocupa com o meio ambiente e garantiu que no atravessa
o lenol fretico nas perfuraes. Alm disso, tem licena ambiental para atuar na
rea de explorao de minrio.
Quando acabar a vida til da jazida a empresa pretende continuar com a rea
produtiva economicamente por meio de aproveitamento de rejeitos da construo civil,
j que existe apenas um local na regio que realiza este servio.
Por meio desta visita conseguimos entender melhor como o funcionamento
de uma pedreira e os cuidados que deve ter para garantir um produto de qualidade
para os seus clientes, para isso a Civil Pedreira desde 2004 tem o selo de qualidade
da ABNT NBR ISO 9001:2000 e Qualiop/nivel A.
Com certeza esta visita agregou muito ao nosso futuro profissional, tendo em
vista que a brita o principal constituinte do concreto e devemos ter o conhecimento
profundo dos materiais utilizados para garantir qualidade na construo civil.
20
Imagem 4 Da esquerda para a direita: Diego Arruda, Bruno Matheus, Heitor
Oliveira, Lzaro Sabas, Engenheiro de Minas Roberto Matos e Bonifcio Neves.
Imagem 5 - A jazida mineral, na rea de lavra ocorre o desmonte de rochas, atravs
de exploses (ao menos 1 vez por semana) e perfuraes.
21
Imagem 6 - Correias transportadoras Imagem 7 - Pilha de brita
5. VISITA A OBRA
A visita foi feita ao empreendimento das empresas Manptep e Novapex
Engenharia que se chama SCENARIO SAN LAZARO. Ele um edifcio, em fase de
acabamento, de 15 andares, sendo um apartamento por andar, localizado no ponto
mais nobre da Federao em Salvador, com vista permanente para o mar e para o
verde do Alto de Ondina
No dia da visita estava sendo concretado a laje do playground de 30 m e o
concreto usado foi proveniente da central dosadora Supermix e foi especificado com
Fck = 35 MPa e slump 80 a 120 mm, no foi feito para cada caminho betoneira o
ensaio de abatimento do tronco de cone, porm, foram produzidos 3 corpos de prova
para a realizao do ensaio de compresso.
O Concreto foi transportado atravs de carriolas, com o auxlio de rampas de
madeira para facilitar o transporte at o ponto de lanamento do concreto, mas
percebemos que poderia ser utilizado bombas para ser transportado o concreto, j
que aumentaria a produtividade em ter um lanamento contnuo de grandes volumes
em pouco tempo e dispensaria o gasto com mo de obra, j que tinha mais de 10
pessoas para realizar a concretagem.
O lanamento feito adequadamente de uma altura aceitvel buscando a no
segregao do concreto e, logo aps o lanamento, foi feito o adensamento com um
basto vibrador eltrico, evitando um intervalo muito grande entre o lanamento e o
adensamento.
Foi informado que a cura seria feita durante aproximadamente trs dias,
molhando a estrutura duas vezes por dia.
Foi possvel observar que a concretagem comeou a ser feita 13hs da manh,
em um dia chuvoso com temperatura de 27C, isso pode trazer alguns problemas para
22
o concreto como: a perca da resistncia caracterstica, devido o aumento da relao
gua/cimento.
Foi observado tambm o mal-uso do vidrador, posio horizontal, de forma a
vibrar apenas superfcie do concreto, e no adensando por completo.
Alm disso, percebemos que 1 (um) trabalhador estava sem o capacete de
proteo em toda a concretagem.
Imagem 8 Da esquerda para direita: Bruno Franco, Bonifcio Neves, Lzaro
Sabas, Diego Arruda e Heitor de Oliveira.
Imagem 8 Concreto sendo adensado com vibrador na horizontal em tempo
chuvoso.
23
6. VISITA A CENTRAL DOSADORA
A visita foi realizada na empresa Concreto Redimix do Brasil S/A, central dosadora
de concreto, localizada na Avenida Vasco da Gama, cidade de Salvador-Ba no dia
04/07/2015.
A empresa possui uma capacidade de produo de 20 mil m de concreto por
ms. Porm, no opera com sua capacidade mxima devido a fraca demanda de
obras atualmente, a produo do concreto na unidade vem tendo forte queda quando
produzia em 2010 algo em torno de 16 mil m mensal, 10 mil m durante 2013-2014 e
produzindo uma mdia mensal de 4 a 6 mil m de concreto atualmente.
So produzidos diversos tipos de concreto na central dosadora REDIMIX, que
vo dos concretos convencionais usado na maioria das obras civis com as
resistncias que variam de 10 a 40 MPa aos concretos de alto desemprenho aplicados
em obras especiais com resistncia superior a 40 MPa at 80 MPa. Alm dos
concretos especiais encomendados sobre medida para o tipo de obra a ser
empregado como exemplo: concretos bombeveis, fluidos, leves, pesados, auto
adensvel, impermevel, alta resistncia inicial, entre outros.
Os equipamentos observados foram: Caminhes betoneiras com capacidade
de 8 m de concreto, esteira para transportar agregados, silos de cimento, tubos de
aditivos, maquina operadora.
Imagem 9 Caminho betoneira Figura 10 Silos de cimento
24
A estrutura fsica da central composta pelo estacionamento dos caminhes,
armazenamento dos agregados que ficam estocados e comprimidos em uma caixa no
cho evitando a umidade com capacidade de 200 m para cada tipo de agregado,
cabine de comando onde fica o balanceiro responsvel por colocar o trao do concreto
e operar a mquina, escritrios administrativos, sala de amostras de corpo de prova
composta por um tanque de gua que realiza o processo de cura e galpo de mistura
onde sero colocados o caminho a ser realizado a mistura dos componentes do
concreto.
Imagem 10 Armazenamento de agregados Imagem 11 Ccura do concreto
Imagem 12 Estacionamento Imagem 13 Mquina de controle de operao
A caracterstica do concreto se d por uma mistura adequada nos componentes
do concreto (cimento, agregados, gua e aditivos) que resultar no concreto e suas
caractersticas.
So utilizados na central dois tipos de brita (19 mm e 9,5 mm) alm do p de
pedra (muito usado na construo de asfaltos). Cimentos dos tipos: CP II-E (Cimento
Portland composto com escoria de alto-forno que garante ao produto resistncias
iniciais superiores, colorao escura e pega rpida) e o CP V-ARI (Cimento Portland
25
composto de alta resistncia inicial que garante uma alta resistncia nos primeiros
dias de pega). So utilizados tambm aditivos que reduz a quantidade de cimento e
aditivos retardador da pega.
No local onde ocorre a produo do concreto os agregados passam pela esteira
e so colocados no caminho junto com o cimento e gua na ordem conveniente e
nas quantidades totais necessrias para a mistura. So colocados os materiais slidos
no caminho betoneira nas suas quantidades totais e com pouca gua, que s ser
colocada totalmente na obra antes da mistura final e descarga, colocado tambm
na central o aditivo que dosado dentro da cabine pelo balanceiro que controla toda
a operao. Assim o caminho est pronto para ir obra.
A visita nos possibilitou aprender com a ajuda do engenheiro Paulo e
funcionrio da Redimix como funciona uma central dosadora que um processo bem
rpido de produo de um concreto, alm de d a possibilidade de ver as diferenas
de como executado a produo no laboratrio e nas aulas prticas. Foi visto como
so armazenados os agregados, os aditivos e cimentos e toda a operao at o
caminho se direcionar at a obra. Foi mostrado um concreto leve produzido na
central que possibilitou ver a grande diferena com o concreto normal.
Ao final da visita, foi possvel absorver com mais detalhes de informaes os
contedos ministrados em sala de aula.
Imagem 14 Da esquerda para direita: Heitor, Bonifcio, Bruno, Lazaro e
Diego.
26
7. CONCLUSO
O estudo realizando neste trabalho com certeza pode nos proporcionar um
grande crescimento como futuros engenheiros, pois tivemos a oportunidade de
estudar os agregados e saber como ele influncia nas propriedades do concreto, que
hoje o segundo material mais utilizado no mundo, s perde para a gua. Tivemos a
oportunidade de realizar um estudo comparativo do Cimento Portland Composto e do
Cimento Portland Branco, ambos com grande aplicabilidade na construo civil. Alm
disso, as visitas tcnicas realizadas foram fundamentais para complementar o
conhecimento adquirido em sala de aula e no laboratrio.
8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ENG-A53 Materiais de Construo II, Caderno de Aulas Prticas, Prof.
Adailton de Oliveira Gomes.
ABNT NBR NM 248:2003 - Agregados - Determinao da composio
granulomtrica.
ABNT NBR 7211:2009 Agregados para concreto Especificaes.
ABNT NBR NM 45:2006 - Agregados - Determinao da massa unitria e
do volume de vazios.
ABNT NBR NM 46:2003 - Agregados - Determinao do material fino que
passa atravs da peneira 75 m, por lavagem.
JIMNEZ, ALEJANDRA MARA GMEZ. Estudo experimental de um
resduo de construo e demolio (RCD) para utilizao em pavimentao.
2011. xxv, 123 f., il. Dissertao (Mestrado em Geotcnica) - Universidade de Braslia,
Braslia, 2011.
ARGOLLO, R. M., FERREIRA, C., SAKAI T., Teoria dos erros, Universidade
Federal da Bahia, 1998.
ABNT NBR 12655:2006 - Concreto de cimento Portland - Preparo, controle
e recebimento Procedimento.
ABNT NBR 5739:2007 - Concreto - Ensaios de compresso de corpos-de-
prova cilndricos.
ARAJO, Jos M., Estruturas de concreto: a resistncia compresso e
critrios de ruptura para o concreto. Rio Grande: Dunas, 2001.
Top Related