PROJETO CONHECER MONTANHA
Relatório de Dados Oficiais
RELATÓRIO 1
2016
ITÓRIA
JUNHO / 2016
PROJETO CONHECER MONTANHA
Relatório da Base de Dados Oficiais
RELATÓRIO 1
VITÓRIA
JUNHO / 2016
PROJETO CONHECER
Reitor do Ifes
Denio Rebello Arantes
Diretor do campus Montanha – Ifes
André dos Santos Sampaio
Coordenação geral
Lidiane Leite Vasconcelos (Cefor – Ifes)
Coordenação adjunta
Angélica Nogueira de Souza Tedesco (campus Vitória – Ifes)
Raoni Schimitt Huapaya (Retoria – Ifes)
Equipe técnica
Adriana da Costa Barbosa – (campus Nova Venécia – Ifes)
Alunos do Curso Técnico em Administração (Turmas I1 e I3 – campus Montanha).
Alisson Theobaldo Rezende (aluno geoprocessamento – campus Vitória)
André dos Santos Sampaio (campus Montanha - Ifes)
Cláudia Cunha Monte Oliveira (campus Montanha - Ifes)
Elizabeth Maria Andrade Aragão (Departamento de Psicologia - Ufes)
Everllin Grisostomo (aluna geoprocessamento – campus Vitória)
Fabíola Angela Ferrari (Geobases)
Felix Luiz Zanetti (campus Montanha – Ifes)
Gabriel Rosseto Amorim (aluno geoprocessamento – campus Vitória)
Gabriel Castro Javarini (aluno geoprocessamento – campus Vitória)
Gabriela Bispo (Montanha – ES)
Gláucio Gomes (Rummos/LabTec)
Jamile Roriz (Montanha – ES)
Joseline Corrêa Souza (aluna geoprocessamento – campus Vitória)
Josilene Cavalcante Corrêa (aluna geoprocessamento – campus Vitória)
Juarez Costa (Montanha – ES)
Juliana Caetano dos Santos (aluna geoprocessamento – campus Vitória)
Ludmila Pereira Rocha (campus Montanha – Ifes)
Marcelo Mendonça Vieira (campus Montanha – Ifes)
Marilisi Salomão (aluna geoprocessamento – campus Vitória)
Raphael Raposo Machado Clark (aluno geoprocessamento – campus Vitória)
Regina de Marchi Lyra Oliveira (campus Piúma – Ifes)
Sheila Nogueira (Varal – Agência de Comunicação/LabTec)
Thais Gobbo (Varal – Agência de Comunicação)
Thiago Boldrini (campus Montanha – Ifes)
Yuri Paris (aluno letras – campus Vitória)
EQUIPE TÉCNICA – RELATÓRIO 1
Coordenação da equipe de Geoprocessamento
Angélica Nogueira de Souza Tedesco
Equipe de apoio à produção de dados Geobases
Fabíola Angela Ferrari
Ifes - Campus Vitória (LabTec / Geoprocessamento)
Joseline Corrêa Souza
Josilene Cavalcante Corrêa
APRESENTAÇÃO
O Projeto de Mapeamento Sociocomunitário e Geoespacial do município de
Montanha, ES – o “Projeto Conhecer”, foi implementado pelo Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes), por meio do Laboratório de
Estudos e Pesquisas em Tecnologia Social, Trabalho e Educação no
Contemporâneo (LabTec), com a participação de pesquisadores e alunos dos
campi Montanha, Vitória e do Centro de Referência em Formação e Educação à
Distância (Cefor) durante o período de 15 meses. A implementação do projeto
aconteceu em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o
Sistema Integrado de Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo (Geobases).
O projeto objetivou colaborar com a construção do reconhecimento e da análise
do município de Montanha - ES, construindo uma base de informação para ser
utilizada como ferramenta estratégica de consulta e de planejamento futuro para o
Ifes, campus Montanha.
O Mapeamento Sociocomunitário e Geoespacial do município de Montanha é
apresentado em cinco relatórios diferenciados e complementares. São eles:
O “Relatório 1 – Relatório de Dados Oficiais” consiste na apresentação do
panorama atual deste município, por meio de dados demográficos, econômicos,
sociais, culturais, ambientais, político-comunitários e de infraestrutura, oriundos da
manipulação de dados publicados por instituições oficiais e dados coletados em
campo.
O “Relatório 2 – Aspectos Históricos de Montanha” apresenta uma síntese histórica
do município, descrita a partir de pesquisas realizadas em fontes bibliográficas.
O “Relatório 3 – Relatório de Estudos sobre os Grupos Focais” apresenta a
percepção que os entrevistados possuem sobre o território que habitam e sobre os
serviços municipais que lhe são assegurados, assim como as expectativas que
possuem quanto ao Ifes campus Montanha.
O “Relatório 4 - Mapeamento das Redes de Produção de Cultura em Montanha”
apresenta um mapeamento atual da cultura no município, a partir da produção de
dados primários. Os dados dizem respeito a: história e atividades, institucionalização
e parcerias, geração de renda, infraestrutura e planejamento, participação e
governança e formação.
Por fim, o “Relatório 5 – Considerações Finais e Recomendações” apresenta a
análise integrada de todos os resultados das pesquisas apresentadas nos relatórios
anteriores.
ÍNDICE DE IMAGENS
Imagem 1 - Página de acesso à interface Ifes-Campus Montanha - Geobases. ............... 6
Imagem 2 – Interface de manipulação Ifes - Campus Montanha. ....................................... 7
Imagem 3 – Visita ao Viveiro Municipal de Montanha. Fase de Reconhecimento. ........... 8
Imagem 4 - Oficina de georreferenciamento no Ifes Campus-Montanha........................... 9
Imagem 5 - Alunos do Ifes de Montanha georreferenciando suas fotografias. .................. 9
Imagem 6 - Localização do município de Montanha. ............................................................ 12
Imagem 7 – Distritos e comunidades de Montanha. ................................................................ 17
Imagem 8 - Bairros de Montanha .................................................................................................. 18
Imagem 9 - Mapa da sede do município de Montanha. ....................................................... 19
Imagem 10 - Áreas sob perspectiva de expansão. .................................................................. 20
Imagem 11 - Áreas em expansão ................................................................................................. 20
Imagem 12 – Caracterização do clima....................................................................................... 24
Imagem 13 - Mapa do relevo ........................................................................................................ 25
Imagem 14 - Mapa de curvas de nível ........................................................................................ 26
Imagem 15 – Bacia do rio Itaúnas e rede de drenagem de Montanha. ............................ 27
Imagem 16 - Bacia hidrográfica do rio Itaúnas e rede de drenagem de Montanha. ..... 29
Imagem 17 - O Mapa de Uso do Solo da Região Litorânea Norte ....................................... 36
Imagem 18 - Uso do solo e cultivos ............................................................................................... 37
Imagem 19 - Edificações de ensino em Montanha. ................................................................. 57
Imagem 20 - Equipamentos de segurança pública. ................................................................ 61
Imagem 21 - Bairro Lajedo. Ocupações irregulares. ................................................................ 66
Imagem 22 - Exemplo de padrão de construção de moradias. ........................................... 67
Imagem 23 - Paisagem interna de uma residência.................................................................. 67
Imagem 24 - localidade em Lajedo suscetível a inundações ............................................... 68
Imagem 25 - Bairro Fundão. Residência sob risco de desmoronamento. ........................... 68
Imagem 26 - Mesma residência anterior vista por outro ângulo. .......................................... 69
Imagem 27 - Placa indicativa da Defesa Civil Municipal restringindo construções. ........ 69
Imagem 28 - Placa indicando restrição a construções. .......................................................... 70
Imagem 29 - Marcas na barragem indicam o baixo nível d’água. ..................................... 70
Imagem 30 - Leito seco de barragem na propriedade do pecuarista Hercules. ............. 71
Imagem 31 - Baixo nível da barragem dificulta a captação................................................. 71
Imagem 32 - Reabertura de poço semi-artesiano no Assentamento Bela Vista. .............. 72
Imagem 33 - Morte de animais devido a falta d’água na propriedade do. ..................... 72
Imagem 34 - Falta dágua provoca o abortamento e redução do peso dos côcos. ...... 73
Imagem 35 – Pontos de risco em área parcial de Montanha. .............................................. 74
Imagem 36 - Pontos de risco. Distrito de Montanha. ................................................................ 75
Imagem 37 - Abastecimento de água. ....................................................................................... 76
Imagem 38 - Estação de Tratamento de Esgoto ....................................................................... 77
Imagem 39 - Coleta de lixo. ........................................................................................................... 79
Imagem 40 - Quantidades de equipamentos de saúde no município. .............................. 80
Imagem 41 - Quantidades de equipamentos de saúde. ....................................................... 81
INDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Estratificação fundiária de Montanha. ................................................................... 22
Gráfico 2 – Médias mensais referentes à precipitação ........................................................... 23
Gráfico 3 – Participação dos setores econômicos no PIB ....................................................... 30
Gráfico 4 – Taxa de crescimento do PIB ...................................................................................... 31
Gráfico 5 – Taxa de desemprego ................................................................................................. 32
Gráfico 6 – Pessoas ocupadas ....................................................................................................... 32
Gráfico 7 – Admitidos e desligados .............................................................................................. 33
Gráfico 8 – Disribuição das 5 principais culturas ........................................................................ 34
Gráfico 9 – Distribuição dos 5 principais rebanhos.................................................................... 35
Gráfico 10 - Evolução da população residente em Montanha de 2000 a 2014. .............. 42
Gráfico 11 - Distribuição da população rural e urbana. ......................................................... 44
Gráfico 12 - Divisão da população por gênero. ....................................................................... 46
Gráfico 13 - Distribuição da população por cor ou raça. ...................................................... 48
Gráfico 14 – População residente por faixa etária ................................................................... 48
Gráfico 15 - Evolução do IDHM. .................................................................................................... 49
Gráfico 16 - Evolução do IDHM - Montanha .............................................................................. 51
Gráfico 17 - Taxa de analfabetismo distribuído por faixa etária em 2000 e 2010. ............ 53
Gráfico 18 - Taxa de escolaridade distribuída por faixa etária em 2000 e 2010. ............... 54
Gráfico 19 – Faixa etária no Cead/Ifes. ....................................................................................... 55
Gráfico 20 – Metas do IDEB ............................................................................................................. 56
Gráfico 21- Ocorrências registradas de 2006 a 2009 no município de Montanha............ 62
Gráfico 22 - Ocorrências por grupo. ............................................................................................ 63
Gráfico 23 - Comparativo entre ocorrências por grupo no Espírito Santo e Montanha. . 64
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Perspectivas e impactos ............................................................................................. 39
Tabela 2 - Evolução da população residente de 2000 a 2014. ............................................. 43
Tabela 3 - População urbana e rural do município de Montanha e do estado. .............. 45
Tabela 4 - Distribuição da população por gênero. .................................................................. 45
Tabela 5- Distribuição populacional por gênero e faixa etária. ............................................ 46
Tabela 6 - Distribuição da população por cor ou raça. .......................................................... 47
Tabela 7 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Montanha-ES ....................... 50
Tabela 8 – Estabelecimentos de educação .............................................................................. 58
Tabela 9 - Taxa de evasão / desistência no ensino superior entre 2011 à 2014................. 59
Tabela 10 - Taxa atual de evasão / desistência no ensino superior. .................................... 59
Tabela 11 – Quadro das instituições de ensino .......................................................................... 60
Tabela 12 – Agentes Comunitários de Saúde, Saúde da Família e Saúde Bucal.............. 82
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1
2 METODOLOGIA ............................................................................................................................ 2
3 LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO TERRITÓRIO ........................................................ 11
3.1 Localização Geográfica ...................................................................................................... 11
3.2 Distância da capital .............................................................................................................. 13
3.3 Área Geográfica, divisão de distritos e comunidades ................................................. 14
3.4 Bairros ........................................................................................................................................ 17
3.5 Propriedades rurais ................................................................................................................ 22
3.6 Clima ......................................................................................................................................... 23
3.7 Relevo ....................................................................................................................................... 25
3.8 Hidrografia ............................................................................................................................... 27
4 ASPECTOS ECONÔMICOS ....................................................................................................... 30
5 ASPECTOS DEMOGRÁFICOS ................................................................................................... 42
5.1População total ...................................................................................................................... 42
5.2 População urbana e rural ................................................................................................... 44
5.3 População por Gênero ........................................................................................................ 45
5.4 População por Cor ou Raça .............................................................................................. 47
5.5 População por Faixa Etária ................................................................................................. 48
5.6 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) .............................................. 49
6. EDUCAÇÃO ............................................................................................................................... 52
6.1 Taxa de analfabetismo......................................................................................................... 52
6.2 Equipamentos de Educação .............................................................................................. 56
7. SEGURANÇA .............................................................................................................................. 61
7.1 Equipamentos de segurança ............................................................................................. 61
7.2 Ocorrências de crimes ......................................................................................................... 62
8. MAPEAMENTO DAS ÁREAS DE RISCO .................................................................................. 65
9. SANEAMENTO ............................................................................................................................ 76
9.1 Abastecimento de água .................................................................................................... 76
9.2 Esgoto ....................................................................................................................................... 77
9.3 Coleta de lixo.......................................................................................................................... 78
9.4 Saúde........................................................................................................................................ 79
10 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 83
11 APÊNDICES ................................................................................................................................ 86
1
1. INTRODUÇÃO
Este relatório consiste em apresentar um panorama atual do município de Montanha, a
partir da análise e do levantamento de dados produzidos para o Projeto de
Mapeamento Sociocomunitário e Geoespacial – o “Projeto Conhecer”. Esses dados se
referem aos aspectos demográficos, econômicos, sociais, culturais, ambientais,
político-comunitários e de infraestrutura, os quais são apresentados na forma de
variáveis numéricas, mapas, índices ou indicadores, oriundos do processamento dos
dados coletados em campo e dos dados publicados por instituições oficiais.
2
2. METODOLOGIA
A etapa de levantamento de dados oficiais relativos ao município de Montanha
consistiu em uma pesquisa e cruzamento de dados secundários produzidos por
instituições oficiais e disponíveis nos endereços eletrônicos dessas instituições. Além
disso, foram coletados em campo dados referentes a pontos de risco, saneamento,
divisão de bairros e comunidades, infra-estrutura e expansão urbana, gerando
também dados primários, os quais foram manipulados e analisados, produzindo novos
gráficos e mapas temáticos.
Esse trabalho foi realizado por alunos do Curso Técnico em Geoprocessamento do Ifes
Campus Vitória, sob a orientação e supervisão dos professores pesquisadores.
A execução do levantamento foi realizada em quatro fases descritas a seguir.
1ª fase: Alinhamento, Grupos de Estudos e Formação (GE)
Os grupos de estudo e formação (GE) envolveram todos os pesquisadores do projeto,
ou seja, docentes e discentes do Ifes Campus Vitória e Ifes Campus Montanha,
pesquisadores da Ufes e do Geobases. Os encontros eram essenciais para o
alinhamento das atividades e cronogramas previstos, bem como para o
aprofundamento de estudos teóricos, realização de atividades práticas, definição de
novas orientações, de roteiros e de instruções acerca dos próximos passos (APÊNDICE
I).
Nos encontros realizados foram implantadas algumas estratégias para o trabalho
colaborativo das equipes, dentre elas:
● Definição do local e cronograma de trabalho entre os membros, organização e
análise das informações e atividades realizadas e previstas;
3
● Criação de uma pasta de arquivos compartilhados, visando garantir troca e
ampla divulgação e circulação de materiais entre as equipes.
● Leituras teóricas acerca de metodologias a serem trabalhados em campo,
principalmente no que se refere a pesquisas qualitativas e quantitativas, bem
como a organização e análise dos dados.
● Treinamento para uso da interface Geobases- Ifes Montanha, visando a
preparação para a Oficina de Georreferenciamento realizada em Montanha.
Esta atividade contou com a colaboração dos alunos do Curso de
Geoprocessamento do Ifes de Vitória, os quais foram preparados por meio dos
Grupos de Estudo e Formação, para monitorar as atividades de
georreferenciamento junto aos alunos do Ifes de Montanha.
2ª fase: Divisão das tarefas
Após alinhamento das informações realizou-se a divisão de tarefas, de modo que os
integrantes se responsabilizassem pela coleta, organização e apresentação de dados
relacionados a um dos temas abaixo:
● Localização e características do território
● Histórico;
● População;
● Economia;
● Educação;
● Segurança;
● Saúde;
4
● Cultura;
● Meio Ambiente; e
● Saneamento básico.
Nessa fase foram apresentadas algumas bases de dados oficiais existentes e os seus
respectivos endereços eletrônicos, para que os integrantes pudessem iniciar a pesquisa
nestas fontes de dados. Também foram discutidas formas de organização e
apresentação dos dados utilizando-se tabelas, gráficos ou confecção de mapas
temáticos, em plataformas de Sistemas de Informação Geográfica como o Geobases
e no Programa ArcGIS.
3ª fase: Coleta de dados
Nesta fase realizou-se uma revisão bibliográfica e busca entre principais bases de
dados oficiais, visando identificar a existência de informações sobre os aspectos
investigados para o município de Montanha e a atualidade dessas informações.
Optou-se por iniciar a busca a partir das fontes municipais e, caso não fossem
identificadas informações suficientes, seriam realizadas buscas em fontes de dados
estaduais e federais.
Seguindo a lógica apresentada, foram analisados, em caráter preliminar, os dados e
publicações disponibilizadas nos endereços eletrônicos das seguintes instituições:
● Prefeitura Municipal de Montanha;
● Defesa Civil Municipal de Montanha;
● Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN);
● Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper);
● Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag);
● Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf)
● Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e
5
● Ministério do Desenvolvimento Social – Plano Brasil sem Miséria.
Inicialmente optou-se por utilizar dados existentes em documentos publicados por
essas instituições, que apresentavam formato de diagnóstico para o município de
Montanha, poupando assim o trabalho de compilação de dados diretamente das
fontes primárias.
Nessa fase, foram selecionadas três publicações de referência, consideradas
abrangentes e relevantes:
● Diagnóstico Situacional do Desenvolvimento Territorial realizado dentro do Plano
de Desenvolvimento Local Sustentável (PDLS), produzido pela Fundação
Ceciliano Abel de Almeida e disponibilizado no site do IJSN;
● Planejamento e Programação de Ações do Programa de Assistência Técnica e
Extensão Rural (Proater) 2011 – 2013, elaborado pelo Incaper, com apoio de
outras instituições;
● Boletins de Dados Municipais atrelados ao Plano Brasil sem Miséria.
Adicionalmente, foram coletados dados espaciais disponibilizados no portal do
Sistema Integrado de Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo – o Geobases.
Esses dados foram utilizados pela equipe de Geoprocessamento na produção de
mapas temáticos para o município.
Diante da inexistência e ou carência de dados relevantes para o projeto, bem como
da necessidade de atualização e complementação de alguns dados, foi feita a
coleta de dados primários por meio de visitas em campo e buscas em instituições
públicas, construindo uma nova base de dados relativo às localidades de risco,
saneamento básico, divisão de bairros e comunidades, infra-estrutura e expansão
urbana.
6
4ª fase: Interface Geográfica Ifes – Campus Montanha
Foi criada uma interface específica na plataforma on-line do Geobases, cujo objetivo
foi dispor de uma ferramenta de apoio tecnológico para armazenar, manipular e
analisar dados de diferentes origens em ambiente de Sistema de Informações
Geográficas. Na verdade, esta fase ocorre em paralelo às demais etapas, na medida
em que havia a necessidade de ajustes e, portanto, o seu aprimoramento.
Imagem 1 - Página de acesso à interface Ifes-Campus Montanha, no Portal Geobases.
Fonte: adaptado de Geobases (out. 2015).
7
Imagem 2 – Interface de manipulação Ifes - Campus Montanha.
Fonte: adaptado de Geobases (out. 2015).
A construção dessa interface na internet contou com a infraestrutura tecnológica e os
recursos públicos já existentes do próprio sistema Geobases1.
A aplicabilidade da interface foi realizada em três momentos assim denominados:
1ª – Fase de Reconhecimento.
2ª – Olhares sobre Montanha.
3ª – Georreferenciamento de Locais de Risco.
A Fase de Reconhecimento foi realizada por meio de visitas em campo nos meses de
outubro e novembro de 2014, onde foram obtidas fotografias de lugares de interesse
para a pesquisa2. O acervo fotográfico foi inserido na interface no mês de novembro
do mesmo ano.
1 Veja maiores detalhes em artigo digital disponível em:
<http://www.geobases.es.gov.br/portal/index.php/geral/ifescampusmontanhautilizainterfacegeograficapararetratararealidadelocal.html>. 2 A Fase de Reconhecimento também abrangeu os estudos de Grupos Focais e pode ser verificada em artigo virtual publicado
em 28 de novembro de 2014, disponível em http://montanha.ifes.edu.br/?p=375.
8
Imagem 3 – Visita ao Viveiro Municipal de Montanha. Fase de Reconhecimento.
Fonte: LabTec3 (out. 2014)
A fase Olhares sobre Montanha correspondeu à articulação de diferentes “saberes”
produzidos por alunos do Curso Técnico em Administração do Ifes Campus Montanha,
os quais fotografaram elementos paisagísticos marcantes do município, no período de
setembro a dezembro de 2014.
As imagens capturadas pelos estudantes foram inseridas na interface no dia 13 de
dezembro de 2014, por meio de uma oficina realizada no Ifes Campus-Montanha,
ministrada por Professores dos campi de Vitória e Montanha e monitorada por alunos
do curso técnico em Geoprocessamento do Ifes Campus Vitória.
Para a realização da oficina, foram elaborados dois (2) documentos preliminares,
sendo o primeiro, um roteiro sucinto de instruções gerais acerca da Oficina (APÊNDICE
II) e, o segundo documento, correspondeu a um tutorial detalhado de como
georreferenciar as fotografias na interface do Geobases (APÊNDICE III).
3 O LabTec - Laboratório de Estudos e Pesquisas em Tecnologia Social, Trabalho e Educação no Contemporâneo é um Grupo
de Pesquisa aprovado pelo CNPq e certificado pelo Ifes (dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/5489184556334487). O Grupo é
formado por uma equipe multidisciplinar e interinstitucional, atuando no campo das práticas e pesquisas das tecnologias sociais
com foco na construção e experimentação CT&I, na busca de alternativas simples, autogestionadas, inovadoras e sustentáveis .
9
Com isso, utilizou-se dessa geotecnologia também enquanto uma inovação para o
apoio ao ensino. Cada estudante georreferenciou, em média, 3 fotos de sua autoria.
Imagem 4 - Oficina de georreferenciamento no Ifes Campus-Montanha.
Fonte: Equipe LabTec (dez. 2014).
Imagem 5 - Alunos do Ifes de Montanha georreferenciando suas fotografias.
Fonte: Equipe LabTec (dez. /2014).
10
Na fase Georreferenciamento de Locais de Risco, foi feito um levantamento em
campo, com o apoio da Defesa Civil de Montanha, das localidades suscetíveis a riscos
sócioambientais, onde foram gerados dois relatórios fotográficos. Além das imagens
produzidas pela equipe do LabTec para o Projeto Conhecer, a Defesa Civil do
município também disponibilizou um relatório fotográfico de sua autoria.
Foi feita então a análise dos três relatórios fotográficos e seleção das imagens que
evidenciavam a caracterização dos riscos identificados e, posteriormente, fez-se a
inserção dessas imagens na interface do Projeto, bem como a inserção de suas
coordenadas de localização e principais elementos descritivos. Os resultados desta
fase serão melhor detalhados no capítulo 7.
5ª fase: Organização e apresentação dos dados coletados
Após a leitura das publicações de referência, cada colaborador organizou e
sistematizou os dados referentes ao tema sob sua responsabilidade, e realizou uma
apresentação dos dados identificados na forma de textos, tabelas, mapas e/ou
gráficos.
De forma análoga, os dados primários coletados em campo foram organizados, e a
sistematização destes dados específicos, gerou mapas temáticos para subsidiar as
análises relativas aos diversos temas.
Quanto à interface, foi gerada uma base de dados a ser usada na elaboração de
mapas temáticos para subsidiar as análises conclusivas, bem como o
compartilhamento de conhecimentos multidisciplinares levantados neste Projeto. A
disponibilização da interface será, em breve, de domínio público e pretende contribuir
para a continuidade das pesquisas, atividades pedagógicas e ações político-sociais
do Ifes Campus Montanha e do Município.
Todas essas informações foram reunidas nos tópicos seguintes onde veremos os
resultados do levantamento de dados oficiais que caracterizam o município de
Montanha, considerando-se os aspectos de interesse para este Projeto.
11
3. LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO TERRITÓRIO
3.1 Localização Geográfica
O município de Montanha está localizado no extremo norte do estado do Espírito
Santo. Na porção oeste, Montanha faz divisa com os municípios de Mucurici e Ponto
Belo, a leste, localiza-se o município de Pedro Canário; ao sul encontra-se o município
de Pinheiros, e ao norte está localizado Nanuque, município pertencente ao estado de
Minas Gerais.
De acordo com a Lei Estadual nº 9.768, de 26 de Dezembro de 2011, que define as
microrregiões e macrorregiões de planejamento no Estado do Espírito Santo, o referido
município encontra-se inserido na microrregião Nordeste, que compõe a macrorregião
Norte.
12
Imagem 6 - Localização do município de Montanha.
Fonte: Equipe LabTec (mai./ 2015)
A Imagem 6 apresenta a localização do município e suas divisões regionais. Ela foi
obtida a partir do Mapa de Localização (APÊNDICE IV) produzido pela equipe a partir
da manipulação dos planos de informações mencionados a seguir, considerando a
legislação de referência.
Planos de informações utilizados:
● Limites dos municípios do ES (GEOBASES): LIM_MUNICIPIO15;
● Limites dos estados vizinhos (IBGE): VIZINHOS.
Planos de informações produzidos:
● Limites da macrorregião Norte: LIMITE_MACRO_MONTANHA;
● Limites da microrregião Nordeste: LIMITE_MICRO_MONTANHA.
13
Fontes dos dados:
● Legislação utilizada como referência:
http://www.al.es.gov.br/antigo_portal_ales/images/leis/html/LO9768.html
● Planos de informações da base GEOBASES:
http://www.geobases.es.gov.br/publico/AcessoNavegador.aspx?id=142&nome=
NAVEGADOR_GEOBASES
● Planos de informações IBGE:
ftp://geoftp.ibge.gov.br/malhas_digitais/municipio_2013/BA.zip
ftp://geoftp.ibge.gov.br/malhas_digitais/municipio_2013/RJ.zip
ftp://geoftp.ibge.gov.br/malhas_digitais/municipio_2013/MG.zip
3.2 Distância da capital
Segundo o Departamento de Estradas e Rodagem (DER), a distância, por rodovias, do
município de Montanha até a capital do estado, Vitória, é de 329 km. Calculando-se a
distância em linha reta entre as sedes municipais dos referidos municípios encontra-se o
valor de 226,115 km. Esse valor foi obtido utilizando-se ferramentas de cálculo do
ArcGis, aplicada a camada de dados denominada PREFEITURAS_CGEO_IJSN, obtida
no portal GEOBASES.
No Apêndice V estão apresentadas as distâncias entre Montanha e as demais cidades
do Estado do Espírito Santo, considerando as informações do DER e as informações
obtidas por consultas via Google Maps.
Planos de informações utilizados:
● Localização das Sedes Municipais (GEOBASES): PREFEITURAS_CGEO_IJSN.
Planos de informações produzidos:
14
● Distância linear entre sedes: Distancia_sede.dbf
Fontes dos dados:
● Plano de informação da base GEOBASES:
http://www.geobases.es.gov.br/publico/AcessoNavegador.aspx?id=142&nome=
NAVEGADOR_GEOBASES
● Tabela de distâncias entre cidades do ES :
http://www.der.es.gov.br/download/TabelaDistancias.pdf
● Consulta de distâncias e tempo de trajeto entre cidades do ES:
https://www.google.com.br/maps
3.3 Área Geográfica, divisão de distritos e comunidades
De acordo com o IBGE (2015) o município possui área de 1.098,923 km², dividida em
dois distritos: Montanha e Vinhático.
Segundo levantamento realizado pelo IJSN, no Projeto Mapeamento de Comunidades
Urbanas e Rurais do Espírito Santo, realizado em 1994, o município possui trinta
comunidades, considerando-se, entre elas, duas cidades. A lista com os nomes das
comunidades é apresentada a seguir:
● Amorim
● Assentamento Bela Vista
● Assentamento da Praia
● Assentamento Francisco Domingos Ramos
● Balão
● Biju Molhado
● Córrego do Dez
● Córrego do Dezoito
● Fazenda América
15
● Fazenda Apal
● Fazenda Biti
● Fazenda Pearce
● Limoeirinho
● Limoeiro
● Montanha (cidade)
● Penha
● Ponto do Tiago
● Ramal da Fumaça
● Rio do Sul
● Santo Antônio
● São Celso
● São Cristóvão
● São Domingos
● São Geraldo
● São Judas Tadeu
● São Lourenço
● São Sebastião do Norte
● Trinta de Maio
● União
● Vinhático (cidade)
No entanto, durante a Fase de Reconhecimento, os estudos focais e levantamento
bibliográfico revelaram mais três (3) comunidades rurais: Assentamento Adriano
Machado, Assentamento Oziel Alves, Fazenda Campo Alegre, as quais não estão
presentes nos planos de informações do IJSN4.
4 As três referidas comunidades são consideradas nesta pesquisa, apesar de não estarem georreferenciadas nos planos de
informações oficiais.
16
A Imagem 7 apresenta a divisão das comunidades e distritos do município de
Montanha obtida a partir do Mapa de Comunidades e Distritos (APÊNDICE VI)
produzido pela equipe de geoprocessamento a partir dos planos de informações
detalhados a seguir.
Planos de informações utilizados:
● Limites entre Comunidades (IJSN): LIM_COMUNIDADES.
Fontes dos dados:
● Plano de informação do IJSN:
http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_content&view=article&id=
3780&Itemid=330
● Informações sobre a área do município:
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=320350&search
=espirito-santo|montanha
17
Imagem 7 – Distritos e comunidades de Montanha.
Fonte: Equipe LabTec (mai. 2015).
3.4 Bairros
Em trabalho de campo realizado Coordenação de Geoprocessamento do IJSN, em 2012,
foram identificados onze bairros pertencentes ao município de Montanha. São eles:
● Alcebíades
● Angela Depollo
● Brasília
● Centro
● Decão
● Esperança
18
● Fundão
● Irmã Maria Zélia Prudente
● Lajedo
● Pampulha
● São Sebastião
A identificação dos bairros e seus respectivos limites foram obtidos a partir de um plano
de informações disponibilizado na base de dados cartográficos do IJSN. A Imagem 11
apresenta o recorte do Mapa de Bairros (APÊNDICE VII) produzido a partir da
manipulação desse plano de informações oficial utilizando-se o software ArcMap 10.1.
Planos de informações utilizados:
● Limite entre Bairros nos Municípios do ES (IJSN, 2013): LIM_BAIRROS.
Fontes dos dados:
● Plano de informação do IJSN:
http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_content&view=article&id=
3780&Itemid=330
Imagem 8 - Bairros de Montanha
Fonte: IJSN, 2012 Organização: LabTec (mai. 2015)
19
Imagem 9 - Mapa da sede do município de Montanha.
Fonte: Geobases (2015) Organização: LabTec (2015)
Todavia, durante a Fase de Reconhecimento notou-se considerável alteração da
configuração dos bairros em 2015, quando comparada aos dados oficiais disponíveis,
indicando uma reconfiguração urbana.
Tais mudanças já tinham sido prevista em estudos anteriores (FUNDAÇÃO CECILIANO
ABEL DE ALMEIDA, 2009), na ocasião da elaboração do Plano de Desenvolvimento
Local Sustentável – PDLS (Imagem 10). O referido Plano indicou a expansão urbana nos
sentidos oeste e sul, no entanto, ela também deu-se no sentido leste, como veremos
mais adiante.
20
Imagem 10 - Áreas sob perspectiva de expansão.
Fonte: FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009.
Para a corrente pesquisa, foi elaborado então um mapa (APÊNDICE VIII) acrescido dos
dados obtidos junto à Prefeitura e levantados em campo.
Imagem 11 - Áreas em expansão
Fonte: Equipe LabTec (dez. 2015).
21
Foram então mapeadas sete (7) novas localidades, listadas a seguir:
o Amazonas
o Esperança
o Idelza Borges o Pelourinho
o Liberdade
o Thutu Reuther
o Mata Atlântica
As localidades que se caracterizam pela ampliação territorial da área urbana de
Montanha são Esperança, Mata Atlântica, Liberdade e Pelourinho. Além destas
citadas, considere também a área do Ifes como área expandida do bairro Palhinha, a
leste. Note que o bairro Palhinha antes era denominado Pampulha (Imagem 11).
As localidades de Amazonas, Idelza Borges e Thutu Reuther na verdade, configuram
área de adensamento populacional e desmembramento do bairro Irmã Maria Zélia
Prudente.
Além das novas áreas presentes no mapa, foram identificadas mais 5 localidades,
usualmente denominadas de “bairros” pelos seus habitantes. São elas: Bela Vista,
Cipreste, Dominguinhos, Edgar Gomes e Francisco Lopes
Tais localidades não foram contempladas no mapa, pois não foi possível
georreferenciá - las5. Outra questão a ser esclarecida refere-se a confusão acerca da
toponímia dos lugares, a exemplo das localidades denominadas de Esperança e Nova
Esperança. Ressalta-se, portanto, que apesar deste mapa refletir uma atualização de
dados cartográficos, ele não é definitivo e evidencia a atual necessidade de revisão
dos dados oficiais.
5 O levantamento dessas localidades foi ocasionalmente obtido junto aos grupos focais, ou seja, não era foco da pesquisa o
georreferenciamento de suas moradias.
22
3.5 Propriedades rurais
Segundo o Incaper (ESPÍRITO SANTO, 2011a), em janeiro de 2011 o município de
Montanha apresentava um total de 1.188 propriedades rurais reconhecidas pelo
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O gráfico a seguir apresenta a estrutura fundiária do município, considerando a
classificação adotada pelo INCRA, que divide as propriedade nas categorias
minifúndio (inferior a um módulo fiscal), pequena (entre 1 a 4 módulos fiscais), média
(acima de 4 até 15 módulos fiscais) e grande propriedade (superior a 15 módulos
fiscais) e, que o módulo fiscal de Montanha possui tamanho de 60 hectares.
Gráfico 1 - Estratificação fundiária de Montanha.
Fonte: INCRA jan./2011 apud ESPÍRITO SANTO, 2011a.
Em Montanha aproximadamente 59% das propriedades são classificadas como
minifúndios e 25% como pequenas propriedades.
O Incaper (ESPÍRITO SANTO, 2011a) afirma que os aspectos fundiários de um município
refletem distribuição da terra entre pessoas e grupos, portanto nota-se aí um
23
desequilíbrio, uma vez que Dados do Ministério Social e do Combate à Fome (BRASIL,
2013b) apontavam que 77% dos produtores rurais em 2006 eram agricultores familiares,
os quais ocupavam apenas 26% da área agrícola.
3.6 Clima
Montanha apresenta clima quente, caracterizado por verões chuvosos e invernos
secos. Esses dois períodos são bem definidos ao longo do ano, de modo que a estação
chuvosa ocorre entre os meses de novembro e janeiro, e a estação seca entre os
meses de maio e setembro.
Quanto à afirmação dos moradores de que Montanha possui um clima quente e seco,
os dados do Incaper confirmam que o município está inserido na região de terras
quentes, planas e secas com uma distribuição de chuvas, durante o ano, de
praticamente cinco meses parcialmente secos, quatro meses secos e três meses
úmidos (ESPÍRITO SANTO, 2011a). Conforme mostram o gráfico e o mapa de
caracterização do clima.
Fonte: Agência Nacional de Águas. Dados brutos de precipitação da estação de monitoramento pluviométrico FAZENDA LIMOEIRO
(01840012). Disponível em: <http://hidroweb.ana.gov.br/Estacao.asp?Codigo=1840012> . Acesso em:jul. 2015.
Gráfico 2 – Médias mensais referentes à precipitação
24
Imagem 12 – Caracterização do clima
Fonte: Fonte: adaptado de Incaper. Disponível em: <http://hidrometeorologia.incaper.es.gov.br/?pagina=temperatura>
Acesso em ago. 2015.
Note que o município de Montanha constitui o município mais seco do estado. Dados
de 2008 (FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009) apontavam precipitações
anuais entre 900 a 1.200 mm/ano e a temperatura média anual apresentava-se em
torno de 26ºC, com temperaturas máximas de 34ºC e mínimas de 18ºC (Incaper, 2008
apud FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009).
Já os dados de 2014 apresentaram uma quantidade menor de precipitação, variando
entre 900 a 1.000 mm/ano, mas a temperatura média, surpreendentemente, está em
torno de 250C (Incaper, 2015).
25
3.7 Relevo
No que refere-se a topografia do município, há a predominância de relevo suave-
ondulado, apresentando as maiores cotas no seu extremo oeste.
Imagem 13 - Mapa do relevo
Fonte: Modelo Digital de Elevação (SRTM) produzido pela Embrapa, disponível em Miranda (2005).
26
Imagem 14 - Mapa de curvas de nível
Fonte: Modelo Digital de Elevação (SRTM) produzido pela Embrapa, disponível em Miranda (2005).
Ressalta-se o fato de que 99,45% do território apresenta baixa declividade (FUNDAÇÃO
CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009).
27
3.8 Hidrografia
O município está inserido na Bacia Hidrográfica do Rio Itaúnas e apresenta, em seu
território, uma rede de drenagem, conforme observamos nas bases de dados
geoespaciais acessadas em 2015, disponíveis no Geobases e Seama/Iema.
Imagem 15 – Bacia do rio Itaúnas e rede de drenagem de Montanha.
Fonte: Disponível em: <http://www.geobases.es.gov.br/publico/AcessoNavegador.aspx?id=142&nome=NAVEGADOR_GEOBASES> . Ago. 2015 Organização: LabTec, 20156.
6 Mapa produzido a partir do arquivo de trecho de drenagem obtido no portal do GEOBASES. Disponível em:
http://www.geobases.es.gov.br/publico/AcessoNavegador.aspx?id=142&nome=NAVEGADOR_GEOBASES. Acesso em: ago.
2015.
28
Todavia, visitas em campo apontam para uma significativa redução da vazão e do
nível dos leitos dos rios, córregos e demais corpos d’água que atravessam seu território.
Na sede municipal, destaca-se o córrego Montanha, o qual já vem sendo fortemente
impactado pela ocupação irregular de suas margens, ao mesmo tempo em que
torna-se um risco à população, nos períodos de cheia.
No âmbito urbano, dos três córregos que banham a cidade, destaca-se o Córrego
Montanha, que encontram-se completamente degradados em função de
lançamento de resíduos e poluição difusa. Além desse fato, o que se observa é que a
cidade como um todo não considera estes córregos como fonte de vida.
Na região rural, essa problemática de qualidade e quantidade da rede hidrográfica se
intensifica em função do uso e ocupação do solo do modo inadequado. O uso
extensivo das atividades da pecuária por quase todo o território, sem as adequações
e melhorias ambientais necessárias, não condiz com as condições de clima árido, as
elevadas temperaturas e as próprias condições de solo da região.
Diferentemente das percepções dos moradores, Montanha está inserido numa região
de terras fracas, enxutas e de textura fina, com raras exceções aparecem alguns
pontos de terras férteis, identificados no PROATER (ESPÍRITO SANTO, 2011a)
principalmente em locais como Ramal da Fumaça e Comunidade do Km 18. Nos
mapas abaixo é possível observar a hidrografia, o uso da solo e a baixa cobertura
vegetal.
29
Imagem 16 - Bacia hidrográfica do rio Itaúnas e rede de drenagem de Montanha.
Organização: LabTec, 2015.
30
4. ASPECTOS ECONÔMICOS
O Produto Interno Bruto (PIB) do município de Montanha apresentou crescimento de R$
144,4 milhões para R$ 197,2 milhões entre o Censo de 2005 e 2010, o que em termos
percentuais correspondeu a 36,6% contra 41,4% no estado (BRASIL, 2013b). Sua
participação no PIB estadual ficou em 0,31% entre os anos de 2000 e 2005, e de 0,30%,
no quinquênio seguinte.
O gráfico a seguir mostra os setores econômicos e suas respectivas participações nos
valores do PIB municipal.
Gráfico 3 – Participação dos setores econômicos no PIB
Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?
A agropecuária é o setor mais representativo do PIB municipal com 45,5%,
evidenciando a importância do setor primário na economia local. Por outro lado, as
taxas de crescimento do PIB nominal7 nos setores da indústria e de serviços foram as
7 O PIB nominal é valor calculado levando-se em conta os preços do ano corrente: ou seja, se houver inflação no
período, ela será contabilizada no resultado final. Já o PIB real é medido com o preço fixado no ano anterior, tirando-se desse cálculo o efeito da inflação. Fonte: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/pib/produto-interno-bruto-pib.shtml Acesso em: fev. 2016.
31
que mais cresceram de 2005 a 2010, a taxas de 50,1% e 55,1%, respectivamente. O
setor econômico da agricultura teve a taxa de crescimento mais baixa, registrando
16,1%. Destaca-se ainda o fato de que a taxa de crescimento do PIB nominal da
indústria municipal tem crescido bem acima da taxa registrada para o estado, a qual
ficou em 26,3%, conforme vemos no gráfico abaixo.
Gráfico 4 – Taxa de crescimento do PIB
Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?
32
Gráfico 5 – Taxa de desemprego
Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?
Das pessoas ocupadas, 30,5% tinham carteira assinada, 22%,1% atuavam por conta
própria, 3,2% eram empregadores e 3,7% do total ocupado era representado por
servidores públicos. Os trabalhadores sem rendimentos ou que produziam para o
próprio consumo representavam 6,7%.
Gráfico 6 – Pessoas ocupadas
Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?
33
Em relação aos rendimentos, 60,2% ganhavam até 1 salário mínimo a.m. e 9% das
pessoas ocupadas não apresentavam rendimento. O rendimento médio mensal das
pessoas ocupadas era de R$ 876,89, sendo R$ 1.100,61 para os homens e, R$ 623,68 de
rendimento médio para as mulheres, o que mostra uma diferença de 76,47% de
vantagem para os homens.
Para o Ministério do Trabalho e Emprego, o mercado de trabalho formal do município
teve saldo positivo na geração de novas ocupações entre 2005 e 2012, onde 901
vagas foram criadas, porém, no último ano, houve 1.380 contratações, contra 1.495
demissões.
Gráfico 7 – Admitidos e desligados
Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?
Outro dado importante é que os 698 agricultores familiares do Município de Montanha
correspondiam a 77% dos produtores rurais e participavam com 49% da mão de obra
do setor. Quanto à participação na produção agropecuária municipal, a agricultura
familiar é responsável por apenas 27% (BRASIL, 2013b).
34
Quanto ao mercado de trabalho, a população economicamente ativa registrada no
Censo de 2010, era de 9.068 pessoas, das quais 599 estavam desocupadas, gerando
uma taxa de 6,3% de desocupação (BRASIL, 2011?).
Observe os dados da produção agropecuária, a seguir.
Gráfico 8 – Disribuição das 5 principais culturas
Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?
Dentre as culturas permanentes, o mamão se destaca em produtividade, com 78.000
toneladas, seguido do café, côco-da-baía, maracujá e banana.
Dentre as lavouras temporárias, a cana-de-açúcar assume a primeira posição com
629.000 toneladas, seguida pela mandioca, abacaxi, milho e feijão. Interessante o fato
de que, dados do IBGE do Censo Agropecuário de 2006, mostra uma produção de
118.297 toneladas, o que configuraria num significativo aumento de produtividade,
acima de 500% em cinco anos.
Note que a cana de açúcar também ocupa a primeira posição tanto em termos de
produção por tonelada, quanto em termos de ocupação territorial, entretanto, o valor
da produção é inferior ao do café, pois a análise de apenas um tipo de café, o
35
canéphora, é responsável pelo valor de produção de R$ 6.773,00, e o açúcar, R$
4.280,00, segundo dados do Censo Agropecuário de 2006-IBGE.
Gráfico 9 – Distribuição dos 5 principais rebanhos
Fonte: IBGE apud BRASIL, 2014?
A atividade pecuária também é representativa na economia local, porém tem
contribuído enormemente para a redução da cobertura florestal, restando apenas
alguns fragmentos de mata nativa, e em muitas situações já descaracterizada.
Segundo o PROATER (ESPÍRITO SANTO, 2011a), Montanha dispõe de menos de 10% da
área do município coberto com florestas nativas,
O desbravamento e queimadas ocorridas em anos anteriores para formação de
pastagem causaram um empobrecimento do solo, redução da produtividade,
assoreamento dos mananciais, tendo excesso de água no período chuvoso e
redução drástica no período seco, além disso, a degradação do solo desvaloriza
financeiramente as terras agrícolas provocando descapitalização do produtor rural.
36
Imagem 17 - O Mapa de Uso do Solo da Região Litorânea Norte
Fonte: ESPÍRITO SANTO, 2011b. Mapa composto pela combinação do mapa de uso do solo do IJSN (2010) para
todos os usos, exceto florestas. A classe " Indefinido" representa as regiões que foram consideradas florestas pelo IJSN
mas não pela SOS-MA
37
Existem no momento onze produtores cadastrados no Programa de Adequação
Ambiental do Governo do Estado, que consiste na proteção dos córregos e
nascentes e áreas que não tem vocação para agricultura. Também temos no
município o PROBORES8.
Sabe-se, porém que as APPs9 são ocupadas principalmente por pastagens e outras
culturas permanentes e anuais com existências mínimas de recomposição vegetal da
Mata Atlântica e proteção de nascentes. No Município existe uma propriedade
registrada como RPPN 10com área de 29,22 hectares.
Na imagem a seguir é possível visualizar a distribuição territorial das principais culturas.
Imagem 18 - Uso do solo e cultivos
Fonte: IJSN, apud IBGE Produção Agrícola Municipal (PAM) e Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura de
1994 a 2008. Disponível em: http://www.ijsn.es.gov.br/Estatisticas/Consulta/ Organização: LabTec (2015)
8 Programa de Expansão da Heveicultura Capixaba (PROBORES), realizado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência
Técnica e Extensão Rural (Incaper), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). 9 Área de Preservação Permanente ou APP é um espaço natural protegido principalmente em função da
capacidade estabilizadora do solo propiciada pela vegetação, cobrindo espaços geologicamente frágeis e sujeitos à erosão, desmoronamentos ou outras formas de degradação. 10
A Reserva Particular do Patrimônio Natural, ou RPPN é uma das modalidades de Unidades de Conservação (UC) contempladas pela lei N.º 9.985 de 18 de julho de 2000. A RPPN caracteriza-se por compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parte de seus recursos naturais.
38
Os usos predominantes dos solos são: Pastagem (mais de 67%) em relevo
predominantemente suave-ondulado e a Agricultura, a exemplo do café e
mandioca, na porção norte na localidade de Biju Molhado e a oeste na localidade
de São Sebastião do Norte, em relevo suave-ondulado.
As terras em geral apresentam limitações moderadas e fracas em suas propriedades
físico-químicas e morfológicas (FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009).
Terrenos com desenvolvimento de manto de alteração com baixa suscetibilidade à
erosão hídrica e muito baixa suscetibilidade à movimentos de massa do tipo
escorregamento e rastejo, segundo a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais-
CPRM (BRASIL, 2010).
Segundo o PDLS, as matas ciliares, às margens dos cursos d`água, são praticamente
inexistentes no território dando lugar a agricultura e pastagens.Assim, os poucos
fragmentos existentes estão situados na porção norte na localidade de Fazenda
América e central nas localidades de Fazenda Biti e São Celso.
Por haver o predomínio da atividade de pastagem extensiva é comum identificar a
degradação do solo e processos de lixiviação e erosão nos seus estágios (erosão em
lençol e ravinas) em função do pisoteio do gado nos vários pontos do território.
39
Tabela 1 – Perspectivas e impactos
Fonte: FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009
De uma maneira geral, a economia do município depende de atividades
agropecuárias, agroindústrias de pequeno e grande porte, viveiros municipais (nativas
e frutíferas) e particulares (ornamentais, nativas e frutíferas), extração de rochas
ornamentais etc. além de confecção de vestuário para varejo e mercado
corporativos.
Nas propriedades familiares predominam a bovinocultura de leite, café, fruticultura,
cana-de-açúcar e a cultura da mandioca, grande parte destinada à venda in natura
e, também, para a fabricação de farinha e outros produtos.
40
Dentre as principais atividades econômicas do município, a pecuária mista ocupa a
maior área territorial empregando, em média, três pessoas por propriedade. Porém, se
percebe uma baixa produtividade com média de 3 litros/dia por animal e 40 a 45
meses para abate. Esta baixa produtividade resulta da ausência de técnicas como
suplementação mineral, melhoramento genético, manejo de pastagens, agravado
ainda, por duas estações bem distintas, com um período de seca durante 8 meses e
um período chuvoso de 4 meses durante o ano.
O café está plantado em uma área de 8.000 hectares com uma baixa
produtividade, em torno de 25 sacas por hectare, necessitando de melhor nível
tecnológico, diminuição dos custos de produção, melhoria da produtividade e
qualidade do produto. A nutrição das lavouras é deficiente, pela falta de uso de
análise de solo e foliar. O parque cafeeiro está sendo renovado com mudas clonais,
espaçamento mais adequado e utilização de irrigação, ao mesmo tempo em que se
realiza a substituição das lavouras velhas.
A exploração do mamão é uma atividade desenvolvida por médios produtores
devido ao alto custo de produção e elevado nível tecnológico. Essa atividade vem
crescendo no município e se destaca como uma alternativa que oferece melhor
retorno ao produtor, gerando um maior número de empregos para a região e,
ocupando pessoas ociosas da Sede e Distritos do Município.
A cultura do maracujá vem crescendo no município, se destacando entre os
pequenos e médios agricultores familiares e também nos assentamentos.
O plantio de frutas vem se destacando como nova alternativa. A fruticultura tem a
vantagem de agregar uma maior participação de mão-de-obra familiar.
A olericultura merece uma melhor atenção tendo em vista que a maior parte
consumida é originária da CEASA, sendo que o solo e o clima são favoráveis para o
cultivo de algumas culturas como: inhame, tomate, quiabo, jiló, cenoura e outros.
A abóbora é uma cultura praticada por agricultores familiares, por ser de ciclo curto,
de baixo custo, e de rápido retorno financeiro ocupando pequena mão-de-obra de
41
nível tecnológico não elevado. A produção é comercializada por intermediários da
região que vendem na CEASA do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
A mandioca é muita cultivada pela agricultura familiar, com baixo nível tecnológico,
baixa produtividade para a região, merecendo uma maior atenção com relação à
assistência técnica. A implantação de agroindústria de amido em Mucurici pode ser
também uma alternativa para a comercialização da raiz da mandioca.
A silvicultura vem crescendo em pequena escala e merece uma melhor atenção por
ser importante nas pequenas propriedades para servirem em instalações, cercas e
escoramento em plantio de frutas e verduras. A seringueira também é uma
importante opção.
A comercialização dos produtos da Agricultura Familiar são prioridade no município e
se dão através de Feiras Livres (Montanha e Vinhático), PAA, PNAE e Centro de
Comercialização.
42
5. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
5.1 População total
A evolução da população de Montanha, no período entre 2000 a 2010, apresentou
uma taxa crescimento de 0,35% ao ano, sendo esta, uma taxa inferior à registrada no
estado, a qual ficou em 1,28% no mesmo período (BRASIL, 2013b). Um relatório de
“Dados socioeconômicos”, obtido junto ao Instituto Jones dos Santos Neves – IJSN,
também apresenta alguns dados demográficos, porém para o período de 2010-2014,
cuja fonte primária é o IBGE. Essas informações estão apresentadas no gráfico e na
tabela a seguir.
Gráfico 10 - Evolução da população residente em Montanha de 2000 a 2014.
Fontes: (1) Censo Demográfico - IBGE (1991/2000); (2) Estimativas populacionais - IBGE; (3) Contagem populacional - IBGE
(1996/2007).
A evolução da população mostra o predomínio de uma instabilidade ao longo desses
14 anos, uma vez que observou-se a alternância entre momentos de decréscimo e
aumento populacional. Veja que entre os anos 2000 e 2006 o decréscimo foi
constante, seguido por um pico de crescimento nos 3 anos seguintes. Em seguida, no
ano de 2009, houve um decréscimo abrupto, seguido por um inexpressivo crescimento
43
nos dois anos consecutivos, 2010-2011, e a retomada do crescimento nos anos
seguintes, 2012-2014.
Na tabela abaixo são apresentados os valores numéricos da população do município
e do estado do Espírito Santo.
Anos População residente
Montanh
a Espírito Santo
2000 ¹ 17.263 3.097.232
2001² 17.134 3.155.016
2002 ² 17.080 3.201.722
2003 ² 16.995 3.250.219
2004 ² 16.817 3.352.024
2005 ² 16.718 3.408.365
2006 ² 16.620 3.464.285
2007 ³ 17.998 3.351.669
2008 ² 18.723 3.453.648
2009 ² 18.856 3.487.199
2010 ¹ 17.849 3.514.952
2011² 17.894 3.547.055
2012² 17.938 3.578.067
2013²
19.049 3.839.366
2014² 19.138 3.885.049
Tabela 2 - Evolução da população residente de 2000 a 2014.
Fonte: (1) Censo Demográfico - IBGE (1991/2000); (2) Estimativas
populacionais - IBGE; (3) Contagem populacional - IBGE (1996/2007).
44
O crescimento populacional no Espírito Santo mostrou-se praticamente constante ao
longo de todo o período, apresentando um leve movimento contrário apenas entre
2006 e 2007, retomando em seguida a tendência de crescimento.
Numa breve análise comparativa entre o município e o estado mostrou que o primeiro
cresceu 11% nesses 14 anos, o que equivale a quase o dobro do crescimento em todo
o estado, que ficou em 6%. Todavia, vale ressaltar que, em termos de
representatividade populacional no Espírito Santo, Montanha correspondeu a 0,2%
deste crescimento.
5.2 População urbana e rural
O gráfico a seguir apresenta a divisão entre a população rural e urbana, considerando
os dados obtidos em estudos demográficos do IJSN, baseado em dados do CENSO
2010. Os valores numéricos encontram-se na tabela que se segue.
Segundo IBGE (2015), a taxa de urbanização representa um indicador do percentual
da população da área urbana em relação à população total.
Gráfico 11 - Distribuição da população rural e urbana.
Fonte: IBGE, Resultados do Censo 2010.
45
Município e
Estado Total
Urbana Rural
Absolut
o (%)
Absolut
o (%)
Montanha 17.849 13.522 75,8 4.327 24,2
Espírito Santo 3.514.95
2 2.931.47
2 83,4 583.480 16,6
Tabela 3 - População urbana e rural do município de Montanha e do estado.
Fonte: IBGE, Resultados do Censo 2010.
No caso de Montanha, a taxa de urbanização variou de 74,91% à 75,8%, caracterizando um
crescimento de 1,13%, entre os anos de 2000 e 2010. Vale ressaltar que, embora tenhamos 75%
da população habitando o território urbano, este corresponde a apenas 0,5% do território
municipal, ou seja, é um município predominantemente rural em termos de área territorial,
como pode ser visto na Imagem 7.
Fonte:
● http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicado
resminimos/conceitos.shtm
5.3 População por Gênero
Segundo informações do Censo 2010, em relação à distribuição da população por gênero, o
município de Montanha apresenta o número de homens ligeiramente superior ao número de
mulheres. A tabela e o gráfico abaixo apresentam os valores numéricos e percentuais.
Município e
Estado Total
Gênero
Homens Mulheres
Absolut
o (%)
Absolut
o (%)
Espírito Santo 3.514.95
2 1.731.21
8 49,3
1.783.73
4 50,7
Montanha 17.849 8.974 50,3 8.875 49,7
Tabela 4 - Distribuição da população por gênero.
Fonte: IBGE, Resultados do Censo 2010.
46
Gráfico 12 - Divisão da população por gênero.
Fonte: IBGE, Resultados do Censo 2010.
Vejamos agora a distribuição da população por gênero e por faixa etária.
Tabela 5- Distribuição populacional por gênero e faixa etária.
Fonte: IBGE, Censo 2010.
47
Boa parte da população de Montanha, ou seja, 76% encontram-se na faixa etária
entre 0 a 49 anos, com um leve predomínio da população masculina. Por outro lado, a
população acima dos 50 anos tem as mulheres como maioria.
A população jovem do município corresponde a 40% da população, o que em
números absolutos corresponde a 7.219. Estes dados são relevantes no sentido em que
podem subsidiam políticas públicas educacionais mais eficientes, tema este que será
melhor detalhado no próximo capítulo.
5.4 População por Cor ou Raça
A tabela abaixo nos mostra o panorama da população montanhense, quanto a cor ou raça,
ao lado das estatísticas estadual e nacional.
Cor ou Raça Brasil Espírito Santo
Montan
ha
Absoluta (%) Absolut
a (%)
Absolut
a (%)
Branca 91.051.64
6 47,73
1.481.67
8 42,15 5.237 29,34
Preta 14.517.96
1 7,61 293.334 8,35 1.173 6,57
Amarela 2.084.288 1,09 21.956 0,62 85 0,48
Parda 82.277.33
3 43,13
1.708.79
6 48,62 11.324 63,44
Indígena 817.963 0,43 9.160 0,26 30 0,17
Sem
declaração 6.608 0,01 28 0 0 0
Tabela 6 - Distribuição da população por cor ou raça.
Fonte : IBGE, Censo 2010.
Observa-se a predominância da população que se autodeclara parda (63,44%),
seguida do grupo de cor branca (29,34%) e negra (6,57%).
Observou-se que a população indígena é a menos expressiva com 0,17% da
população, o que em números absolutos corresponde a 30 habitantes, enquanto a
população amarela equivale a 85 habitantes ou 0,48%.
48
Gráfico 13 - Distribuição da população por cor ou raça.
Fonte : IBGE, Censo 2010.
Ao compararmos Montanha com o estado e o país, observou-se que a população
parda é de 29%, o que em termos proporcionais, mostra-se inferior à média nacional
(47,73%) e estadual (42,15%). Por outro lado, em relação à população preta, amarela
e indígena, há um certo equilíbrio, onde a variação não passa de 1,8% quando
comparamos Montanha, o Espírito Santo e o Brasil.
5.5 População por Faixa Etária
Gráfico 14 – População residente por faixa etária
Fonte: IBGE apud Brasil, 2011b
49
A população residente no município na faixa etária de 15 a 59 anos exibiu crescimento
populacional (em média 0,79% ao ano), passando de 10.411 habitantes em 2000 para
11.260 em 2010. Em 2010, este grupo representava 63,1% da população do município.
5.6 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)
Os dados referentes ao IDHM do município de Montanha foram obtidos no Atlas de
Desenvolvimento Humano no Brasil, disponível na internet. Segundo o perfil
apresentado para o município, o IDHM de Montanha apresentou valor 0,667, em 2010,
o que situa o município na faixa de Desenvolvimento Humano Médio (IDHM entre 0,600
e 0,699). O gráfico a seguir apresenta a evolução do IDHM do município de Montanha
considerando os anos de 1991, 2000 e 2010.
Gráfico 15 - Evolução do IDHM.
Fonte: PNUD, Ipea e FJP.
A dimensão com maior contribuição para o IDHM do município é Longevidade, com
índice de 0,816, seguida de Renda, com índice de 0,679, e de Educação, com índice
de 0,535. Os valores das componentes de cada dimensão podem ser observados na
tabela a seguir.
50
IDHM e componentes 1991 2000 2010
IDHM Educação 0,210 0,373 0,535
% de 18 anos ou mais com ensino fundamental
completo 18,93 26,52 37,55
% de 5 a 6 anos frequentando a escola 36,31 54,89 85,03
% de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do
ensino fundamental 35,71 54,52 83,16
% de 15 a 17 anos com ensino fundamental
completo 8,67 39,54 55,00
% de 18 a 20 anos com ensino médio completo 8,05 27,72 32,42
IDHM Longevidade 0,657 0,734 0,816
Esperança de vida ao nascer (em anos) 64,43 69,05 73,96
IDHM Renda 0,547 0,634 0,679
Renda per capita (em R$) 241,21 414,43 547,46
Tabela 7 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus componentes – Montanha-ES
Fonte: PNUD, Ipea e FJP.
No período de 1991 a 2000, o IDHM passou de 0,423 para 0,558, com uma taxa de
crescimento correspondente a 31,91%. Entre os anos de 2000 e 2010 o IDHM passou de
0,558 para 0,667, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 19,53%.
Considerando a evolução do IDHM de 1991 a 2010, o município passou de 0,423 para
0,667, enquanto o IDHM do Espírito Santo (UF) passou de 0,493 para 0,727. Isso mostra
que a taxa de crescimento do município, de 57,68% foi superior à taxa de crescimento
do Estado no mesmo período, que foi de 47%. No município, a dimensão cujo índice
mais cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,325), seguida
por Longevidade e por Renda. No Estado, observou-se a mesma tendência,
entretanto, a educação apresentou crescimento de 0,358.
O gráfico a seguir apresenta a evolução do IDHM do município de Montanha
comparado a realidade do Estado e de outros municípios brasileiros.
51
Gráfico 16 - Evolução do IDHM - Montanha em relação ao cenário estadual e nacional.
Fonte: PNUD, Ipea e FJP.
A análise do gráfico anterior permite observar que o IDHM do município de Montanha
fica abaixo dos valores de IDHM estadual e nacional. Entre os 5.565 municípios
brasileiros, Montanha ocupa a 2.738ª posição no ranking do IDHM-2010, que tem o
maior IDHM com valor de 0,862 (São Caetano do Sul - São Paulo) e o menor com valor
de 0,418 (Melgaço – Espírito Santo).
No ranking estadual do IDHM -2010, Montanha ocupa a 56ª posição dos 78 municípios
do Espírito Santo, que tem como líder a capital, Vitória com IDHM de 0,845. O último
lugar do ranking é ocupado pelo município de Ibitirama, com pontuação de 0,622.
Fonte:
● http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/montanha_es#idh
52
6. EDUCAÇÃO
6.1 Taxa de analfabetismo
A taxa de analfabetismo corresponde à razão entre o número de pessoas que não
sabem ler, de um determinado grupo populacional, e o total de pessoas deste grupo.
Geralmente, essa taxa é representada em termos percentuais e serve para auxiliar na
avaliação da situação educacional de um determinado grupo social e, a
comparação entre diferentes grupos. A leitura deste indicador deve ser feita de forma
que menores taxas de analfabetismo representam uma melhor situação educacional
do grupo social em estudo.
Segundo dados do Censo 2010, o município de Montanha apresenta uma taxa de
analfabetismo de 22,4 %, o que representa uma melhoria em relação à taxa de 28,4%
apresentada em 2000. Por outro lado, em comparação aos demais municípios do
estado do Espírito Santo, Montanha apresenta a 14ª maior taxa de analfabetismo entre
os 78 municípios do estado.
Em 2010, o Espírito Santo apresentou uma taxa de analfabetismo de 15,2%, enquanto a
taxa nacional se manteve em 9%. Os dados coletados em 2010 também mostram que
a população de Montanha apresenta maior incidência do analfabetismo entre as
mulheres, com taxa de 23,6%, enquanto a população masculina apresenta taxa de
21,2%. Quanto a distribuição da taxa de analfabetismo entre a população rural e
urbana, a primeira, apresentou taxa de 25,8% contra 21,3% registrada entre população
urbana.
O próximo gráfico apresenta a taxa de analfabetismo em cada faixa etária,
considerando os dados de 2000 e 2010. A partir da análise do gráfico é possível
perceber que em quase todas as faixas etárias ocorreu uma redução da taxa de
analfabetismo. A exceção se deu nas faixas de 15 a 19 anos. Também é possível
verificar que o analfabetismo é mais significativo nas faixas etárias até 10 anos de
53
idade, quando as crianças se encontram em processo de alfabetização, e após os 30
anos de idade, principalmente na população considerada idosa.
Gráfico 17 - Taxa de analfabetismo distribuído por faixa etária em 2000 e 2010.
Fonte : IBGE, Censo 2010.
A taxa de escolaridade representa o total de estudantes de um grupo dividido pelo
total de pessoas desse mesmo grupo. Juntamente com a taxa de analfabetismo, esse
indicador auxilia na avaliação da situação educacional de um grupo de interesse.
Em Montanha a taxa de escolaridade registrada no Censo 2010 foi de 27,6%. Isso
indica que pouco mais de um quarto da população local é estudante, o que em
números absoluto corresponde a 4.926 pessoas.
54
Gráfico 18 - Taxa de escolaridade distribuída por faixa etária em 2000 e 2010.
Fonte : IBGE, Censo 2010.
O gráfico logo acima aponta as taxas de escolaridade nas diferentes faixas etárias da
população, conforme os censos realizados pelo IBGE. A partir desses gráficos é possível
avaliar se as crianças e jovens estão nas escolas, tendo acesso ao ensino formal, bem
como se os jovens e adultos estão buscando avançar no seu grau de escolaridade.
Considerando os anos de 2000 e 2010, vimos que ocorreu uma ampliação significativa
nos valores das taxas de escolaridade nas faixas etárias até 14 anos de idade.
Entretanto, ocorreu uma redução das taxas de escolaridade nas faixas etárias que
abrangem os jovens de 15 a 24 anos, principalmente na faixa de 18 a 19 anos. Isso
mostra que as crianças de Montanha estão entrando mais cedo na escola, contudo,
os jovens não estão prosseguindo nos estudos, o que, em números absolutos,
corresponderia a 2.092 potenciais discentes do ensino técnico- profissionalizante e
graduação, ou seja, os jovens entre 15 a 24 anos.
Estes dados são especialmente relevantes nesta pesquisa, uma vez que o Ifes é um
potencial acolhedor de estudantes acima dos 14 anos de idade. Se considerarmos o
55
fato de que, em 2012, 53% dos alunos do Cead/Ifes11 encontravam-se na faixa etária
de 31 a 50 anos, o número de potenciais discentes no município de Montanha pode
chegar a 9.514.
Gráfico 19 – Faixa etária no Cead/Ifes.
Fonte: Censo Cead-Alunos, 2012.
Fontes de dados consultadas:
● http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/criancas_adolescentes/no
tastecnicas.pdf
● http://servicodados.ibge.gov.br/Download/Download.ashx?u=ftp.ibge.gov.br/C
ensos/Censo_Demografico_2010/Resultados_do_Universo/Agregados_por_Setore
s_Censitarios/ES_20150527.zip
11 O antigo Cead, atual Centro de Referência em Formação e em Educação a Distância – atual Cefor, foi criado para promover a integração sistêmica dos campi do Ifes e consolidação das políticas institucionais de apoio à Eduação a Distância. A fonte do gráfico está disponível em < http://cefor.ifes.edu.br/images/stories/cead/censo2012/resultados_graficos_censo_aluno_cead2012.pdf> Acesso em: dezembro de 2015.
56
Gráfico 20 – Metas do IDEB
Fonte: BRASIL, 2014
Por meio do Plano Brasil sem Miséria (BRASIL, 2015?), o governo afirma ter buscado
integrar esforços no sentido de diversificar e ampliar a oferta de cursos gratuitos de
qualificação profissional para jovens acima dos 16 anos. Dessa forma, a presença do
Ifes reforça consideravelmente as metas em torno da melhorias sociais, uma vez que
compõe a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, de
reconhecida qualidade. Para as pessoas inscritas no Cadastro Único há ainda a
vantagem de receber todo o material escolar e didático, além da assistência
estudantil.
6.2 Equipamentos de Educação
De acordo com o plano de informações dos equipamentos de educação do Espírito
Santo, datado de 2013 (IJSN), o município de Montanha possui 27 estabelecimentos de
ensino distribuídos conforme apresentado na imagem a seguir (Apêndice IX).
57
Imagem 19 - Edificações de ensino em Montanha.
Fonte: Equipe LabTec (set./ 2015).
A tabela a seguir apresenta as informações sobre cada um dos estabelecimentos.
58
Relação dos estabelecimentos de educação de Montanha.
Nome da escola Nível de ensino Administração
EMUEF São Lourenço Fundamental Municipal
EEPEF Francisco Domingos Ramos Fundamental Estadual
EEUEF Rosangela Leite Alves Fundamental Estadual
EEPEF Bela Vista Fundamental Estadual
UMEI Pingo de Gente Infantil Municipal
EMEF Pedro Palácios Fundamental Municipal
EEEFM Padre Manoel da Nobrega Fundamental e Médio Estadual
UMEI Terezinha Zonfrilli Infantil Municipal
EFA de Vinhático Fundamental e Médio Privada
EMUEF Córrego do Limoeiro Fundamental Municipal
UMEI Cantinho das Flores Infantil Municipal
EMEF Bairro Brasília Fundamental Municipal
UMEI Arco Íris Infantil Municipal
CEB Nossa Senhora Aparecida Infantil e Fundamental Privada
EMEF Maria Clementina Fundamental Municipal
EMEF Domingos Martins Fundamental Municipal
EEEFM Dom José Dalvit Fundamental e Médio Estadual
EEEFM Elpídio Campos de Oliveira Fundamental Estadual
UMEI Herminia Stella Detogne Favarato Infantil Municipal
CAEE Irmã Dulce Ensino Especial Privada
EEUEF Francisco Fialho de Lima Fundamental Estadual
EMEF Presidente Costa e Silva Fundamental Municipal
UMEI Bem Te Vi Infantil Municipal
EEPEF Paulo Freire Fundamental Estadual
EMEF São Sebastião do Norte Fundamental Municipal
CMEI Cantinho do Paraíso Infantil Municipal EMUEF Professora Almerinda Rezende
Fiorio Fundamental Municipal Tabela 8 – Estabelecimentos de educação
Fonte: IJSN.
Em outubro de 2001, ocorreu a assinatura do Convênio entre a Universidade Federal
do Espírito Santo e a Prefeitura Municipal de Montanha –ES, criando assim o Polo UAB
de Montanha, sendo denominado Cre@ad (Centro Regional de Ensino Aberta e a
Distância).
De 2001 a 2011, o Cre@ad ofertou os cursos de Pedagogia-EAD , Administração de
Empresas e Pós-graduação em Logística e acolheu alunos de Mucuri, Ponto Belo,
59
Pinheiros e Nanuque (MG). Atualmente, o Polo atende alunos de Mucuri, Ponto Belo,
além dos montanhenses. Pinheiros, que era atendido pelo Polo Montanha,
atualmente conta com Polo próprio e não há registros de alunos de Nanuque (MG).
O Polo ficou sem ofertar cursos para comunidade no período de 2012 a outubro de
2013, quando finalmente foi avaliado pela Capes e classificado como apto a sediar o
Polo UAB-Ufes. Ao final deste mesmo ano, ofertou o Curso de Especialização em
Educação do Campo pela Secretaria de Ensino à Distância-SECADI/Ufes e em 2014
passou pela avaliação da CAPES e, uma vez o polo aprovado, iniciaram-se os cursos
de Pedagogia-EAD, História-EAD e Filosofia-EAD.
De uma maneira geral, no período de 2001 à 2014 o Polo UAB de Montanha efetivou
315 matrículas em cursos de graduação, 119 matrículas em cursos de pós-graduação,
totalizando 434 matrículas. Um dado importante é a taxa de evasão somada à
desistência, conforme vemos no histórico de evasão/desistências no Polo UAB, nas
tabelas abaixo.
MATRÍCULAS (2011à 2014) EVASÃO / DESISTÊNCIAS
Graduação 315 44
Pós-graduação 119 58
TOTAL 434 102
TAXA DE EVASÃO 23.5%
Tabela 9 - Taxa de evasão / desistência no ensino superior no período entre 2011 à 2014. Fonte: Dados obtidos junto ao Polo UAB–Ufes Montanha.
Predomina a representatividade feminina nas matrículas do Ensino Superior.
MATRICULADOS (ago./ 2014) EVADIDOS E
DESISTENTES
SITUAÇÃO ATUAL (mar./
2016)
HOMENS MULHERES
FILOSOFIA (graduação) 9 22 7 24
HISTÓRIA (graduação) 6 23 15 14
PEDAGOGIA
(graduação)
4 21 4 21
EPIDEMIOLOGIA
(especialização)
4 26 4 26
TOTAL (nos absolutos) 23 92 33 85
TOTAL (percentual) 20% 80% 26% 74%
Tabela 10 - Taxa atual de evasão / desistência no ensino superior. Fonte: Dados obtidos junto ao Polo UAB–Ufes Montanha.
60
QUADRO ATUAL DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO EM MONTANHA
NÍVEIS DE ENSINO
TOTAL
ESFERA
PÚBLICA MATRÍCULAS
(valores aproximados)
CURSOS
PRÉ-ESCOLA*
4
3 MUNICIPAIS 526
---------------
1 PRIVADA
ENSINO
FUNDAMENTAL*
18
7 ESTADUAIS 2793
_________ 9 MUNICIPAIS 2 PRIVADAS
ENSINO MÉDIO*
3
2 ESTADUAIS 819
_________ 1 PRIVADA
ENSINO MÉDIO
INTEGRADO AO
TÉCNICO (Ifes) **
1
FEDERAL
268
Técnico em
Administração Técnico em
Agropecuária
Programa Nacional
de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego – PRONATEC
(Ifes)**
220
22 cursos
Cursos de Extensão
(Ifes)**
379
PROGRAMA
PROFUNCIONARIO
(Ifes)**
160
POLO DE ENSINO
SUPERIOR (Ufes) EaD**
1
FEDERAL
GRADUAÇÃO (59)
Pedagogia –EaD História-EaD Filosofia-EaD
ESPECIALIZAÇÃO
(27)
Epidemiologia
EXTENSÃO (343
participações)
7 eventos do tipo
palestra, seminário
ou conferência.
Tabela 11 – Quadro das instituições de ensino
Fontes: * Dados obtidos junto (1)Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP - Censo
Educacional 2012. Disponível em
<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=320350&idtema=117&search=espirito-santo|montanha|ensino-
matriculas-docentes-e-rede-escolar-2012 ** Dados de 2014-2015 obtidos juntos às referidas instituições de ensino.
61
7. SEGURANÇA
7.1 Equipamentos de segurança
Segundo plano de informações dos equipamentos de segurança do Espírito Santo,
datado de 2013 e disponível na página do IJSN, o município de Montanha conta com
dois equipamentos de segurança pública: uma delegacia de polícia civil e um pelotão
da polícia militar (Apêndice X). Os dois equipamentos estão localizados na sede
municipal, conforme apresentado no mapa a seguir.
Imagem 20 - Equipamentos de segurança pública.
Fonte: Equipe LabTec (out./ 2015).
62
7.2 Ocorrências de crimes
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do estado do Espírito
Santo (SESP-ES), o município de Montanha apresentou aumento significativo nos registros de
ocorrências de crimes entre os anos de 2006 e 2009, como vemos logo abaixo. Os dados
disponibilizados mais recentemente apresentam as ocorrências agrupadas por região, o que
não permite filtrar as informações referentes ao município.
Gráfico 21- Ocorrências registradas de 2006 a 2009 no município de Montanha.
Fonte: SESP-ES / IJSN.
O número de ocorrências representa o número de registros de crimes violentos e
crimes contra o patrimônio registrados pelas polícias civil e militar. Uma breve leitura do
gráfico acima, vemos o crescimento destes números entre os anos de 2006 e 2009, fato
que chama nossa atenção se compararmos proporcionalmente ao crescimento
populacional visto em gráficos anteriores. Vimos que entre os anos de 2000 e 2014 a
população total cresceu em 11%, enquanto que ao longo de apenas quatro anos, de
2006 a 2009, os números de ocorrências de crimes cresceram 144%, variação esta
digna de um estudo mais aprofundado.
63
No gráfico a seguir vemos o total de ocorrências organizadas por grupos
denominados: Crimes Contra o Patrimônio, Crimes Não letais Contra a Pessoa, Crimes
Violentos Contra o Patrimônio e Mortes Violentas.12 Todos os tipos de crimes
apresentaram crescimento no período, porém é nítido o salto dado no que tange aos
Crimes contra o Patrimônio e Crimes Não letais contra a pessoa.
Gráfico 22 - Ocorrências por grupo.
Fonte: SESP-ES / IJSN.
12
Crimes contra o patrimônio inclui todos os tipos de furto; crimes violentos contra o patrimônio inclui todos os tipos de roubo, exceto, Latrocínio; Crimes não letais contra a pessoa derivam de conflitos interpessoais; Mortes violentas estão
associadas a eventos criminais que resultam em morte da vítima. Fonte: CANO, Ignacio (2013). Disponível em:
http://www.lav.uerj.br/docs/bol/lavbolagosto2013.pdf. Acesso em: dez. 2015.
64
Apesar de visualmente pouco expressivo no gráfico, é relevante notarmos que tanto os
casos de Mortes Violentas quanto os Crimes Violentos Contra o Patrimônio,
aumentaram acima de 50%.
O gráfico a seguir apresenta um comparativo entre as distribuições percentuais das
ocorrências policiais no Estado do Espírito Santo e no município de Montanha no
período de 2006 a 2009.
Gráfico 23 - Comparativo entre ocorrências por grupo no Espírito Santo e Montanha.
Fonte : IBGE, Censo 2010.
Analisando-se o gráfico é possível observar que Montanha apresenta, em relação ao
Estado, uma semelhança na distribuição de ocorrências mais concentrada nos grupos
de Crimes Contra o Patrimônio e Crimes Não letais Contra Pessoas, seguidos pelo
Crimes Violentos Contra o Patrimônio e por fim as Mortes Violentas.
Todos os tipos de crimes tiveram ascendência ao longo dos anos de 2006 a 2009,
exceto os Crimes Contra o Patrimônio que decresceram no último ano. Os Crimes Não
letais Contra a Pessoa e Os Crimes Violentos Contra o Patrimônio cresceram em torno
de 26% no Espírito Santo e as Mortes Violentas aumentaram em 20,5%, números estes
expressivamente inferiores quando comparados ao município.
65
8. MAPEAMENTO DAS ÁREAS DE RISCO
Uma característica já evidenciada anteriormente é o predomínio das áreas de
pastagens, atividade diretamente associada à retirada de mata original. Neste caso, o
PDLS (FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009) já indicava, num primeiro
momento, a substituição da Floresta Ombrófila Densa pelo café e, posteriormente,
pela pecuária extensiva.
Essas atividades agropecuárias, sem manejo adequado podem provocar o
empobrecimento do solo, comprometimento do crescimento de mata secundária,
facilitando processos erosivos e, consequentemente colaborar nos processos de
deslizamentos e desmoronamentos, ou seja, no aumento da suscetibilidade a riscos.
O estudo das localidades de risco está diretamente associado ao
georreferenciamento das imagens obtidas junto à Defesa Civil do Município, na
interface do Projeto Conhecer Montanha - Geobases. Além dessa fonte, foram
utilizadas também informações e fotografias obtidas pelos próprios membros do
Projeto.
As imagens foram obtidas a partir três relatórios fotográficos que contemplavam
pontos de risco bem como a identificação de bairros não cadastrados, ou seja,
ocupações não reconhecidas formalmente pela Prefeitura.
A metodologia usada na identificação e caracterização dos riscos teve como
referência o documento intitulado Capacitação em Mapeamento e Gerenciamento
de Risco disponível em
● BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES . Capacitação em Mapeamento e
Gerenciamento de Risco. Disponivel em <
http://www.defesacivil.mg.gov.br/conteudo/arquivos/manuais/Mapeamento/m
apeamento-grafica.pdf > Acesso em abril 2015.
De uma maneira geral, os relatórios fotográficos apontam:
✓ fotografias das localidades suscetíveis a riscos;
66
✓ os tipo de risco;
✓ a quantidade aproximada de habitantes;
✓ as coordenadas UTM do local onde a imagem foi fotografada;
✓ uma breve descrição sobre possíveis soluções em vista.
Ressalta-se o fato de que tais elementos acima listados, não estão atribuídos em sua
totalidade a todas as imagens presentes nos relatórios fotográficos. Entretanto, foi
possível fazer uma leitura de alguns dos riscos ambientais que afetam região, além de
nos proporcionar um primeiro olhar sobre o modo de ocupação que tem se
espacializado no município.
Os tipos de risco descritos nos referidos relatórios podem ser vistos a seguir:
a) ocupações irregulares.
Imagem 21 - Bairro Lajedo. Ocupações irregulares.
Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).
67
Imagem 22 - Exemplo de padrão de construção de moradias.
Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).
Imagem 23 - Paisagem interna de uma residência.
Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).
68
b) inundações.
Imagem 24 - localidade em Lajedo suscetível a inundações
Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).
c) riscos de deslizamentos e desmoronamentos.
Imagem 25 - Bairro Fundão. Residência sob risco de desmoronamento.
Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).
69
Imagem 26 - Mesma residência anterior vista por outro ângulo.
Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).
d) remoção de famílias e demolição de casas;
Imagem 27 - Placa indicativa da Defesa Civil Municipal restringindo construções.
Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).
70
Imagem 28 - Placa indicando restrição a construções e suscetibilidade à demolição.
Fonte: OLIVEIRA, R. M. L. (fev./ 2015).
e) corpos d’água com baixíssimos níveis de vazão.
Imagem 29 - Marcas na barragem indicam o baixo nível d’água no assentamento São Sebastião.
Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).
71
Imagem 30 - Leito seco de barragem na propriedade do pecuarista Hercules Favarato.
Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).
f) má qualidade da água disponível.
Imagem 31 - Baixo nível da barragem dificulta a captação e compromete a qualidade da água.
Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).
72
Imagem 32 - Reabertura de poço semi-artesiano no Assentamento Bela Vista.
Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).
g) mortes de animais e queda da produtividade agrícola.
Imagem 33 - Morte de animais devido a falta d’água na propriedade do Sr. José Germano Pignaton.
Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).
73
Imagem 34 - Falta dágua provoca o abortamento e redução do peso dos côcos.
Fonte: Defesa Civil Municipal de Montanha (fev./ 2015).
Na interface, as fotografias foram associadas às suas coordenadas de localização, e
também às principais informações contidas nos relatórios das áreas de risco. Com isso,
percebeu-se que certos tipos de risco afetam simultaneamente certas áreas,
culminando numa classificação em dois grandes grupos:
Grupo 1: ÁREAS DE DESLIZAMENTOS E INUNDAÇÕES, as quais também apresentam
suscetibilidade aos riscos a, b, c, d, já citados anteriormente.
Grupo 2: ÁREAS DE ESCASSEZ HÍDRICA, as quais também apresentam suscetibilidade
aos riscos e, f, g, já citados anteriormente.
O resumo dessas informações pode ser visualizado no mapa abaixo, o qual foi
produzido a partir do mapa de pontos de risco referente ao Apêndice XII.
74
Imagem 35 – Pontos de risco em área parcial de Montanha.
Fonte: Equipe LabTec (ago. 2015).
Os pontos suscetíveis aos riscos do grupo 2 predominam no espaço rural, onde a
ineficiência do abastecimento de água têm prejudicado a produção agrícola e
pecuária, bem como a própria qualidade de vida das comunidades que moram em
assentamentos rurais e captam água diretamente de córregos, barragens e poços
artesianos. Porém, destacamos o fato de que fica evidente nas imagens a redução
significativa e histórica dos níveis de vazão, o que alertaria para práticas de prevenção
e enfrentamento de crises hídricas.
75
Imagem 36 - Pontos de risco. Distrito de Montanha.
Fonte: Equipe LabTec (ago. 2015).
Os riscos do grupo 1 afetam unicamente a área urbana central de Montanha, mais
especificamente os bairro Lajedo, norte de Fundão, e sul de Angela Depollo. Estão
construídas sobre planícies de inundação ou seja, áreas sazonalmente inundáveis.
Além disso, nessas áreas há uma certa inclinação no relevo com uma declividade
inferior a 30% (FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009). Mesmo sendo
considerada uma declividade baixa, ela favorece processos de deslizamentos e
desmoronamentos, uma vez que há residências construídas em áreas sob intenso
processo erosivo, conforme visto nas fotografias.
As localidades de risco social referem-se aos bairros de acolhimento das pessoas
suscetíveis às políticas de remoção de áreas de deslizamento e inundações.
Entendendo que este tipo de solução geralmente está relacionado à vulnerabilidade
social daqueles que são reassentados, é fundamental uma estrutura pública de
atendimento social mesmo após a remoção.
76
9. SANEAMENTO
9.1 Abastecimento de água
Em 2008, o IJSN (apud FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009)apontava que o
município de Montanha apresentava o índice de Carência de Água de 0,77 na área
rural e de 0,75 na área urbana, o que significa que desde 2009 já se detectava um alto
índice de carência, por encontra-se na faixa entre 0,5 a 0,8. Este índice é inferior em
relação à média estadual, que ficava em torno de 0,83 e 0,93, respectivamente.
Imagem 37 - Abastecimento de água.
Fonte: Atlas de Abastecimento da Agência Nacional de Águas. Disponível em:
<http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/analise/Geral.aspx?est=9>. Acesso em out. 2015.
Atualmente, os mananciais que abastecem o município são o Córrego Salvação e
Córrego Caboclo, os quais, por meio da Companhia Espírito Santense de Saneamento
(Cesan), permitem o abastecimento de aproximadamente 75% de sua população,
enquanto que, a outra parte ainda é servida por poços artesianos, nascentes e
barragens. Entretanto, o Relatório Anual de Qualidade de Água Distribuída em 2012 –
Montanha (Cesan, 2012) destaca que estas fontes de abastecimento são impactadas
77
pelas cargas de esgotos domésticos e industriais, lançamento de lixo, barragens e
represas, processos erosivos, ocupação irregular de margens, desflorestamento,
captação excessiva de recursos hídricos e extração de areia.
9.2 Esgoto
O Índice de Carência de Esgoto do município era de 0,06 na área rural e de 0,72 na
área urbana (FUNDAÇÃO CECILIANO ABEL DE ALMEIDA, 2009), o que significa Alto
índice de Carência, pois está na faixa entre 0,50 a 0,80. Este índice é superior em
relação à média estadual no meio rural e, superior à média urbana, que ficavam em
torno de 0,15 e 0,69, respectivamente.
Montanha possui um Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), localizada a Nordeste do
Distrito de Montanha, conforme vemos na imagem a seguir.
Imagem 38 - Estação de Tratamento de Esgoto
Fonte: Informação obtida junto à Concessionária que atende ao município. (nov. 2015).
Como já relatado no item anterior, os corpos aquíferos do município têm sido
degradados pelo destino inadequado que é dado aos resíduos produzidos pela
78
própria população (Cesan, 2013). Dessa forma, em 23 de setembro de 2013, foi
inaugurada a referida ETE, atendendo os bairros Lajedo, Palinha, Fundão, Amazonas,
Angela de Pollo, Ciprestes e parte de irmã Maria Zélia Prudente, o que corresponderia
ao beneficiamento de mais de 6.000 habitantes, porém restringe-se a tratar apenas o
esgoto que é lançado no Córrego Montanha (Cesan, 2013b).
9.3 Coleta de lixo
Quanto ao Índice de Carência em Lixo, Montanha apresenta 0,13 na área rural e de
0,96 na área urbana, o que corresponde a um alto índice de carência no meio rural,
mas baixo índice de carência no meio urbano. A média estadual ficava em torno de
0,17 e 0,92, respectivamente.
Tais dados podem ser observados na ilustração abaixo, onde é apontado o nível de
satisfação da população, variando de bom a ótimo nas áreas urbanizadas, e de ruim
a péssimo no meio rural. Isso deve-se ao fato de que a população no meio rural não
tem ao seu alcance os serviços públicos de coleta de lixo (FUNDAÇÃO CECILIANO
ABEL DE ALMEIDA, 2009).
79
Imagem 39 - Coleta de lixo.
Fonte: CENSO 2010 do IBGE. Disponível em: http://servicodados.ibge.gov.br/Download/Download.ashx?u=ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Resultados_do_U
niverso/Agregados_por_Setores_Censitarios/ES_20150527.zip . Acesso em out. 2015.
9.4 Saúde
Tanto no âmbito público quanto no âmbito particular, o número de equipamentos de
saúde e de médicos é bastante reduzido, ocasionando um movimento migratório para
outros municípios em função da demanda por atendimento laboratorial, cirúrgico e
hospitalar. Tal fato pode ser visualizado nos mapas abaixo, ao observar a restrita
presença e má distribuição dos equipamentos de saúde existentes.
80
Imagem 40 - Quantidades de equipamentos de saúde no município.
Fonte: IJSN. Equipamentos de Saúde do ES - Estado (Todos) - Ano (2013). Disponível em: <http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_attachments&task=download&id=4413>. Acesso em out. 2015.
A imagem a seguir mostra a distribuição dos equipamentos de saúde no município,
basicamente concentradas no Distrito de Montanha. Veja.
● 2 Hospitais;
● 1 Unidade de Vigilância Sanitária;
● 1 Policlínica;
● 8 Unidades Básicas de Saúde.
81
Imagem 41 - Quantidades de equipamentos de saúde.
Fonte: IJSN. Equipamentos de Saúde do ES - Estado (Todos) - Ano (2013). Disponível em: <http://www.ijsn.es.gov.br/Sitio/index.php?option=com_attachments&task=download&id=4413>. Acesso em out. 2015.
Por outro lado, o Plano Brasil sem Miséria no seu município (2013) ressalta o
acompanhamento de 89,11 % das famílias beneficiárias do Bolsa Família, ou seja,
aquelas com crianças de até 7 anos e/ou com gestantes, chegando a superar a
média nacional, a qual é de 73,44 %. Outro programa do governo federal com bons
resultados é o Programa de Saúde Familiar (PSF), que nos últimos 10 anos, tem
mostrado uma capacidade de atendimento entre 91 à 100% da população, além de
apresentar expressivo crescimento no que refere-se à capacidade de atendimento
nos últimos 15 anos. Estes dados podem ser visualizados na tabela abaixo.
82
Tabela 12 – Agentes Comunitários de Saúde, Saúde da Família e Saúde Bucal
Organização: LabTec, 2016.
Outro aspecto negativo visualizado na tabela acima é a não cobertura mínima
estimada para a população no que refere-se a serviço odontológico, de acordo com
parâmetros de qualidade estabelecidos pelo próprio SUS. O Índice de Desempenho do
Sistema Único de Saúde - IDSUS considera adequado que exista pelo menos uma
Equipe de Saúde Bucal da Modalidade I13, para dar atenção básica para cada grupo
de 3000 pessoas residentes. No caso de Montanha, a distribuição está em torno de
3.587 habitantes por equipe.
13 ESB Modalidade I: composta por cirurgião-dentista (CD) e auxiliar de consultório dentário (ACD). Fonte:
<http://idsus.saude.gov.br/ficha2s.html> Acesso em: mar. / 2016.
83
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13.005, de 25 junho 2014, que aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras
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Risco. Disponível em:
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mento-grafica.pdf Acesso em: 20/04/2015.
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Geodiversidade do Estado do Espírito Santo. 2010. Disponível em:
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Rural Sustentável e Solidário (PNDRSS). Disponível em: <
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84
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2030. 2015. Disponível em: <http://www.pedeag.es.gov.br/apresentacao> . Acesso em:
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2009.
IFES-Campus Montanha utiliza interface geográfica do Geobases para retratar a
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INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL- Incaper.
Disponível em: http://hidrometeorologia.incaper.es.gov.br/. Acesso em: 2 dez. 2015.
MIRANDA, E. E. de; (Coord.). Brasil em Relevo. Campinas: Embrapa Monitoramento
por Satélite, 2005. Disponível em: <http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br>. Acesso
em: 12 jul. 2015.
MONTANHA (Município). Defesa Civil Municipal. Relatório Fotográfico de Áreas de
Risco. Arquivo em PDF. 2014
86
11 APÊNDICES
87
Apêndice I
Continua
88
Continuação
Continua
89
Continuação
Conclui
90
Apêndice II
Orientações importantes sobre a oficina de Montanha
Total: Alunos
Espaço: 2 Laboratórios com 24 PC máquinas/lab.
Distribuição por laboratório:
40 pessoas/lab sendo, 16 duplas + 8 individuais
1 Professor/lab
4 Monitores (alunos de geoprocessamento - Campus Vix ) / lab
Cada monitor deverá dar assistência para execução do georreferenciamento de fotos a 10 pessoas
(alunos de Montanha), isto é, (4 duplas e 2 alunos individais). Haverá um roteiro das práticas na
Interface para auxilio ao monitor.
A seguir a recomendação feita aos alunos de Montanha para preparação da Oficina de
Georreferenciamento:
Os alunos que irão trabalhar na interface geográfica inserindo as fotos
(georreferenciando) devem tomar as seguintes providências:
- Selecionar 3 (três) fotos a serem inseridas. Cada foto deverá ter uma breve
descrição (já pensar nisso antes e levar anotado);
- Salvar as fotos no computador (preferencialmente) antecipadamente. Não
baixar do Facebook ou email na hora do treinamento;
- No momento de salvar a foto no computador, deve-se renomear o arquivo,
tendo o cuidado para não usar caractere especial como @ $ ( % ^ ~ ; < ? / ] ) & ç
- Para o nome nome do arquivo, sugere-se um nome curto. É permitido
utilizar o subtraço (_), traço rasteiro, underscore, underline ou traço inferior.
- Exemplo do nome de arquivo da foto: Praca_Sao_Sebastiao
Como Resultado da Oficina: Cada aluno deverá georreferenciar 3 fotografias de sua autoria.
91
Apêndice III
Continua
92
Continuação
93
Continuação
94
Continuação
95
Continuação
96
Apêndice IV
97
Apêndice V
98
Apêndice VI
99
Apêndice VII
100
Apêndice VIII
101
Apêndice IX
102
Apêndice X
103
Apêndice XI
104
Apêndice XII
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