RELATÓRIO FINAL
MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA
INÊS BARREIROS COELHO RODRIGUES – Nº2012254
NOVA MEDICAL SCHOOL | FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA
Orientador - Professor Doutor Bernardo Barahona Corrêa
Regente da Unidade Curricular - Professor Doutor Rui Maio
JUNHO 2018
"Que eu seja moderado em tudo, exceto no conhecimento desta ciência; quanto a isso, que
eu seja insaciável; concede-me a força e a oportunidade de sempre corrigir o que já
adquiri, sempre para ampliar o seu domínio; pois o conhecimento é ilimitado e o espírito do
homem também se pode ampliar infinitamente, todos os dias, para enriquecer-se com
novas aquisições."
Juramento de Maimónides
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ÍNDICE
ÍNDICE ....................................................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4
CONCEÇÃO GERAL DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE .................................................. 5
SÍNTESE DAS ATIVIDADES DOS ESTÁGIOS PARCELARES ................................................ 5
CIRURGIA ............................................................................................................................... 5
MEDICINA ............................................................................................................................... 6
SAÚDE MENTAL .................................................................................................................. 7
MEDICINA GERAL E FAMILIAR ............................................................................................ 7
PEDIATRIA .............................................................................................................................. 8
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA........................................................................................... 9
OPCIONAL - UROLOGIA ....................................................................................................... 9
REFLEXÃO CRÍTICA ............................................................................................................... 10
LISTA DE ANEXOS ................................................................................................................. 12
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INTRODUÇÃO
O Mestrado Integrado em Medicina (MIM) tem como principal objetivo a formação pré--graduada médica,
mediante a aquisição de conhecimentos científicos sólidos e aptidões clínicas, associados à consolidação de
princípios éticos que capacitem os futuros médicos. O Estágio Profissionalizante de 6ºano afigura-se como
elo de ligação entre a formação pré-graduada e o exercício da profissão, numa prática clínica orientada,
fomentando o conhecimento técnico e prático, a autonomia e o desenvolvimento de relações interpessoais e
de equipa. Para o desenrolar e culminar do meu percurso contribuiu a revisão curricular da NOVA Medical
School | Faculdade de Ciências Médicas (NMS|FCM), com vista a um ensino mais integrado, à autonomia
do estudante e ao contacto precoce com a prática; e a priorização da relação 1:1 entre tutor e estudante -
fatores que contribuem para a qualidade do ensino pré-graduado na instituição, entre tantos outros
progressos, do ponto de visto pedagógico e científico, que testemunhei em 6 anos.
Mas o momento atual exige já dos futuros médicos - mais que formação contínua de excelência ou
preparação exímia para uma prova final, a par disso coloca o desafio da ativa integração na Faculdade, na
Universidade e na comunidade, e a procura de competências diferenciadoras, não fosse a Saúde um domínio
cada vez mais competitivo e especializado. Evidencia-se também a necessidade de contribuirmos na
abertura das instituições a que pertencemos ao exterior, criando redes mais fortes com a sociedade civil.
O profissional reflete-se no pessoal e na vontade de corresponder com motivação e responsabilidade ao
constante desafio das oportunidades que contribuíram, do meu ponto de vista, para o meu objetivo – ser
moderado em tudo, exceto no conhecimento desta ciência. Neste sentido, procurei para o último ano da
minha formação pré-graduada perspetivar a prática no âmbito das competências adquiridas no MIM, quer
clínicas quer integradoras, com vista a (1) colmatar lacunas no conhecimento teórico, aplicação prática e
procedimentos, mais na área terapêutica, (2) participar na comunicação clínica e integração na equipa, (3)
promover a relação médico-doente e (4) incluir a investigação clínica numa prática médica mais completa.
Este relatório apresenta-se como resumo e análise crítica das vertentes institucional, profissional e
pessoal, organizado em três seções: Conceção Geral do Estágio Profissionalizante, Síntese das atividades
dos Estágios Parcelares e Reflexão Crítica. Em anexo, disponibilizam-se os certificados correspondentes.
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CONCEÇÃO GERAL DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE
A formação pré-graduada deve assentar em cinco componentes essenciais: conhecimentos, atitudes e
comportamentos, aptidões clínicas e procedimentos práticos, aptidões de interpessoais de comunicação e
aptidões gerais – como é proposto no âmbito d´O Licenciado Médico em Portugal1. A conceptualização do
estágio profissionalizante da NMS|FCM parte também deste modelo, com a finalidade de preparar para a
prática médica o futuro recém-licenciado em Medicina, mas também deixa espaço e oportunidade para a
criação de objetivos pessoais para que, individualmente, o recém-licenciado se sinta mais capacitado para as
opções e prática da Medicina no futuro.
Assim, foi norteador das escolhas realizadas a maior abrangência possível, em termos de contactos com
várias especialidades, para desta forma fazer as melhores e mais conscientes escolhas futuras permitidas.
SÍNTESE DAS ATIVIDADES DOS ESTÁGIOS PARCELARES
CIRURGIA (11 DE SETEMBRO A 3 DE NOVEMBRO)
O estágio de Cirurgia decorreu no Hospital da Luz (HL), tutelada pelo Dr. Damião Ferreira. Previamente
realizara estágio no Hospital de S. José (Centro Hospitalar Lisboa Central, CHLC), e extracurricular no
Hospital Garcia d´Orta [anexo 3]. Os objetivos estipulados integravam competências clínicas (i.e., conhecimento
de síndromes cirúrgicas, gíria cirúrgica, técnicas de pequena cirurgia, orientação da anamnese e exame
objetivo, discussão de hipóteses diagnósticas e eventuais exames complementares) e competências de
formação social, particularmente comportamentos e atitudes perante doentes e restantes profissionais de
Saúde. Defini como objetivos pessoais, saber desempenhar tarefas cirúrgicas como ajudante, reconhecer as
principais complicações pós-cirúrgicas e apresentar com correção e assertividade um caso clínico.
Após a semana de formação teórica e teórico-prática, realizei estágio opcional na Unidade de
Cuidados Intensivos, cuja polivalência é um fator a enaltecer. De notar que estas atividades reduzem a
prática cirúrgica, prejudicando o alcance de objetivos, que por isso considero não totalmente cumpridos no
âmbito deste estágio. No âmbito cirúrgico participei enquanto primeiro ou segundo ajudante em 23
cirurgias, sobretudo de patologia da parede abdominal e trato gastrointestinal, mas acompanhei também a
1 VICTORINO, Rui Manuel; JOLLIE, Carol; MCKIMM, Judy. O Licenciado Médico em Portugal – Core Graduates Learning Outcomes Project. Julho 2005
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Cirurgia Vascular e Torácica, e assisti a 69 consultas externas. O HL apresenta uma forte componente
formativa, pelo que assisti a diversas sessões clínicas. A participação semanal em reuniões
multidisciplinares de Cancro Digestivo foi uma mais valia e destaco os casos em que a patologia oncológica
era já encarada como doença crónica. No final do estágio apresentei o caso clínico Doença Rectal?
Abordagem Recta! no seminário de Cirurgia do Hospital Beatriz Ângelo (HBA).
Esta oportunidade permitiu-me conhecer a prática num hospital privado, pela primeira vez no MIM,
vivendo as diferenças – relação família-médico, participação de seguradoras e estruturação dos serviços. A
vertente de inovação e formação contínua, enquanto meios para proporcionar os melhores cuidados aos
clientes, muito presentes na prática do HL, foram fatores que igualmente marcaram o meu estágio.
MEDICINA (6 DE NOVEMBRO A 12 DE JANEIRO)
O estágio de Medicina decorreu no Hospital de Sto António dos Capuchos do CHLC, sob supervisão da
Dr.a Elisabete Margarido. Previamente realizara estágio curricular no Hospital de Sta Marta (CHLC). Foram
objetivos propostos pela Unidade Curricular (UC) saber avaliar, diagnosticar e prescrever as medidas
terapêuticas, ou outras, para situações clínicas, frequentes e raras, de maior gravidade, bem como saber
referenciar, identificando as situações de maior emergência. Defini ainda como objetivos pessoais treinar
procedimentos invasivos (punções venosas e arteriais) e atuar no Serviço de Urgência (SU) em situações
pouco urgentes e urgentes. Considero estes objetivos globalmente cumpridos.
Este estágio foi composto por seminários e pela integração em serviço hospitalar. Em relação aos
seminários, apesar de enaltecer a sua pertinência, verificou-se uma baixa adesão, pelo que julgo concernente
outro modelo (i.e. parceria com a AEFCM, com prioridade de inscrição a estudantes de 6ºano). Da vivência
no internamento destaco a autonomia e relação próxima com a equipa e as oportunidades de aprendizagem
através da atribuição de doentes, realização de diários e notas de alta, propostas de ação de diagnóstico e
terapêutica, apresentação e discussão dos casos nas reuniões de serviço, contribuindo de facto para um
ano profissionalizante. Atendendo à atribuição de estudantes de 3ºano à mesma tutora, foram parcas as
oportunidades de assistir à consulta externa. A vivência em SU constituiu um importante treino, em que o
raciocínio clínico se apurou e o contacto com várias populações e patologias exponenciou o conhecimento.
À equipa, apresentei uma atualização sobre Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, atendendo
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particularmente às guidelines da GOLD de 2017 – no entanto, a frequência de sessões clínicas no serviço e
a divulgação de outras ficaram aquém do esperado. Não obstante, participei em várias sessões externas ao
longo do ano sobre temas que considerei importantes na área, como Anemias Crónicas e Cefaleias [anexo 14,16].
O estágio alertou-me de forma particular para a comunicação clínica, essencial no meu futuro, nas suas
diversas vertentes - no âmbito dos registos, dentro da equipa médica (passagem e discussão de doentes
como fundamentais, mas também a abordagem estruturada do erro médico), com o restante corpo clínico e
outros profissionais, e por último, no âmbito da comunicação formal (i.e. apresentação clínica).
SAÚDE MENTAL (22 DE JANEIRO A 16 DE FEVEREIRO)
No âmbito da Saúde Mental, realizei estágio no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (CHLO), tutelada pela
Dra Catarina Jesus, sendo a primeira experiência em Saúde Mental de adultos, pois anteriormente estagiara
em Pedopsiquiatria no Hospital de S. Francisco Xavier (CHLO). Considero os objetivos propostos pela UC
globalmente cumpridos, nomeadamente saber identificar sintomas de perturbação psiquiátrica e elementos
patológicos na personalidade, comportamentos e relacionamento interpessoal, situando no contexto socio-
laboral, e ainda participar na recolha, registo e elaboração da informação para um diagnóstico.
O estágio contou com seminários iniciais sobre casos clínicos e Estigma em Doença Mental, para
facilitar a integração clínica. Durante o estágio presenciei situações agudas no SU, crónicas agudizadas no
internamento e crónicas nas 29 consultas a que assisti, em várias valências (Ligação, Dor Crónica,
Sexologia e Comunitária), permitindo-me adquirir uma noção mais global da doença mental e alargar o
entendimento desta especialidade. A consulta de Ligação teve importância fulcral na compreensão da gestão
multidisciplinar de doentes, surgindo neste âmbito a apresentação que realizei sobre Psicodermatologia.
Contactei ainda com investigação clínica, enaltecendo a sua pertinência e o esforço na sua execução.
Nos vários âmbitos da abordagem psiquiátrica é clara a importância da confiança na relação médico-
doente - quer para obter a anamnese, que vivenciei na colheita que realizei de uma história clínica; quer
para a relação terapêutica, enaltecendo o trabalho de expectativas do doente relativamente ao tratamento.
MEDICINA GERAL E FAMILIAR (19 DE FEVEREIRO A 16 DE MARÇO)
O estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF) decorreu na USF S. Julião, tutorada pela Dra Sara Santos,
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tendo anteriormente realizado estágio curricular na USF Cova da Piedade. Foram objetivos propostos pela
UC, que cumpri, a abordagem centrada na pessoa na identificação e gestão de problemas de saúde mais
frequentes na comunidade, coordenação de cuidados, decisões terapêuticas e identificação de riscos de
saúde concretos e proposta de medidas preventivas tendo por base evidência científica.
Consequentemente à autonomia adquirida e integração na equipa, orientei consultas de Saúde de
Adultos, onde apliquei o registo orientado por problemas, e participei em consultas de Planeamento Familiar,
Saúde Infantil e Juvenil e Saúde Materna. Partindo da discussão dos casos, propus exames complementares
e planos preventivos e terapêuticos para patologias agudas e crónicas prevalentes, tendo por base a melhor
evidência científica e integração do utente, numa abordagem holística, centrada na pessoa e enquadrada
na família. Neste âmbito, participei no projeto NAUS do Núcleo de Intervenção Comunitária, que me
proporcionou o conhecimento de realidades multiculturais e precárias. Oportunamente trabalhei
competências e atitudes importantes ao profissionalismo, no âmbito assistencial e de formação contínua,
como a apresentação de guidelines da ESC de Doença Arterial Periférica, aplicando à realidade da MGF.
O estágio alertou-me de modo particular para as estratégias e benefícios da integração em microequipa
e equipa numa USF, que proporcionaram um ambiente agradável e encorajador do trabalho clínico.
PEDIATRIA (19 DE MARÇO A 20 DE ABRIL)
Realizei o estágio de Pediatria no Hospital Dona Estefânia (CHLC), onde também realizara o estágio
curricular de 5ºano, agora na Unidade de Cuidados Especiais Respiratórios e Nutricionais (UCERN) e na
subespecilidade de Gastrenterologia Pediátrica, sob orientação da Dra Sara Nóbrega. A UC propôs objetivos,
que cumpri, no âmbito do conhecimento das principais patologias pediátricas, diagnóstico tendo por base
competências em anamnese, exame objetivo e interpretação de exames complementares, e aplicação de
princípios gerais terapêuticos, mas também da comunicação com a criança, adolescente e família.
Enquanto na UCERN acompanhei doentes crónicos com necessidade de cuidados altamente
diferenciados, reflexo da realidade no HDE, a frequência do SU permitiu-me o contacto com as principais
patologias da criança e adolescente. A frequência de 47 consultas e 8 procedimentos de Gastrenterologia
Pediátrica correspondeu às expetativas que tinham motivado esta escolha e permitiu observar a prevalência
das diferentes patologias nas várias idades pediátricas. No âmbito desta consulta surgiu a importância da
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Dieta Cetogénica no HDE e interdisciplinariedade envolvida, tema do seminário de Pediatria, e da
Nefrolitíase nos Síndrome de Má Absorção, tema apresentado em sessão na UCERN. De enaltecer a
componente formativa do HDE, com sessões médicas semanais de grande participação.
No decurso do estágio, deparei-me com situações em que a definição de um plano para o doente
crónico é essencial mas difícil, tanto no âmbito clínico como humano, particularmente em Pediatria, pelas
questões éticas na decisão de investimento terapêutico, considerando o bem estar e prognóstico.
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA (23 DE ABRIL A 18 DE MAIO)
O estágio de Ginecologia e Obstetrícia (GO) decorreu no HBA, tutelada pela Dra Rita Ribeiro, tendo no
4ºano estagiado na Maternidade Alfredo da Costa. Foram objetivos propostos pela UC a cimentação de
conhecimentos e capacidades, aquisição de atitudes e competências indispensáveis à boa prática e
observação/realização de procedimentos, fundamentais no exercício profissional futuro, que cumpri.
Atendendo ao âmbito polivalente da GO, a organização de rotações entre as valências presentes no
HBA proporcionou-me uma perspetiva completa da especialidade. O estágio dividiu-se na frequência
semanal de consultas de Obstetrícia e Ginecologia, SU e cirurgias, e ocasional do internamento de
Obstetrícia. É de salientar que na frequência de 12 horas semanais no SU observei patologia ginecológica
numa alargada faixa etária e grande número de gestantes, permitindo também a prática de procedimentos.
Valorizo ainda ter apresentado a sessão Perturbações do Espectro da Placenta Acreta, baseado em
guidelines internacionais recentes, patologia de incidência crescente e com comorbilidade significativa.
Particularizo como o estágio me alertou para a relação mãe-feto e intervenção da Obstetrícia nos casos
de patologia fetal com possibilidade de interrupção médica de gravidez, mas onde várias especialidades
são chamadas a contribuir, destacando-se a interdisciplinariedade. Presenciei diferentes decisões de
progenitores, o que me permitiu conhecer as bases do processo a nível legal e médico, ouvir dúvidas e
incertezas dos casais e testemunhar a importância das competências humanas num médico.
OPCIONAL - UROLOGIA (21 DE MAIO A 1 DE JUNHO)
Apesar de ter realizado estágio curricular de 4ºano na Urologia do CHLC e voltado num extracurricular
[anexo 2], o gosto pela especialidade e disponibilidade da equipa levaram-me a reintegrá-la, com o Dr. Francisco
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Fernandes a tutor. Participei em 37 consultas, 7 cirurgias/exames invasivos e no dia-a-dia na enfermaria
e no SU, onde destaco o volume de casos direcionados ao CHLC por ausência da especialidade em muitos
hospitais. Surgiu a oportunidade singular de formação em ecografia urológica [anexo 11], que me proporcionou
uma visão particular da dinâmica da especialidade e o contacto com internos de todo o país. Realizei ainda o
estudo Colocação de Próteses Penianas no CHLC - 2013-2018, que contribuiu para o meu conhecimento e
à-vontade na abordagem da disfunção eréctil masculina e para autoanálise da realidade do serviço. Pela
pertinência e qualidade reconhecidas do estudo pela equipa, apresentar-se-á publicamente.
REFLEXÃO CRÍTICA
Tomando como ponto inicial as já enumeradas competências nucleares a serem adquiridas no término
da formação médica pré-graduada indicadas n´O Licenciado Médico em Portugal, irei relacionar os meus
objetivos com estas, introduzindo atividades extracurriculares que contribuíram para o meu percurso, certa
de que me prepararam para melhor responder aos desafios atuais e futuros de um jovem médico.
Os vários estágios parcelares do Estágio Profissionalizante proporcionaram-me a consolidação de
conhecimentos adquiridos previamente no MIM, a nível teórico e prático, e verificar a interdisciplinariedade
das aprendizagens. Gozei de uma autonomia supervisionada, particularmente nos estágios de Medicina, GO
e MGF, o que permitiu a melhor noção das minhas lacunas e cimentar os conhecimentos teóricos, otimizar o
raciocínio clínico e realizar procedimentos, correspondendo às aptidões clínicas esperadas para um recém-
formado em Medicina. Acredito que para tal contribuiu o empenho ao longo do percurso curricular e estágios
extracurriculares [anexos 2-4], procurando sempre atingir o topo da pirâmide de Miller. No mesmo sentido,
participei também em formações e conferências, contextualizadas com os estágios realizados ou orientadas
para os meus interesses clínicos [anexos 11-17].
A maior autonomia proporcionou-me desenvolver competências na área da comunicação clínica com
o doente e família, e a maior responsabilização fez-me sentir próxima de decisões éticas complexas que
contribuirão certamente para modelar atitudes pessoais e profissionais futuras. Testemunhei uma clínica
centrada no doente, em que a comunicação é prioridade terapêutica em Psiquiatria e MGF; a importância do
plano difícil de traçar a nível médico e humano para o doente crónico, particularmente em Pediatria; e a
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presença nas difíceis decisões e no apoio transversal nos casos de patologia fetal da Obstetrícia.
Em jeito de análise SWOT, considero como principal força do MIM da NMS|FCM o acompanhamento
do progresso científico-pedagógico com ênfase na prática e autonomia, fazendo-se notar na oportunidade
de atualmente valorizar os modelos curriculares. Por outro lado, num domínio cada vez mais especializado e
competitivo como a Saúde (ameaça), a aposta curricular em competências práticas diferenciadoras para o
futuro clínico (gestão e liderança de equipas ou investigação) continua pouco presente e constitui uma
fraqueza, pelo que mais investi nestas aptidões.
Assim, relativamente à aquisição de aptidões gerais e pessoais, particularizo a participação na defesa
de interesses dos estudantes, desde a Comissão de Curso [anexo 10], depois no associativismo local [anexo 8] e ao
representar Portugal internacionalmente no plano da Educação Médica [anexo 19], e que terminou, este ano, na
Direção da Associação Nacional de Estudantes de Medicina [anexo 6]. A participação responsável e a
necessidade de imprimir qualidade aos projetos levaram-me à formação em Gestão, Liderança e Equipas
[anexos 18,20]. Estas competência foram motor para procurar contribuir para a instituição e comunicar o que de
melhor e de singular fazemos. Assim surgiu a integração por 2 anos na Direção do iMed Conference - pela
vontade de comunicar ciência e uma visão aos estudantes de Medicina [anexos 7,9], e a colaboração com a
Faculdade na integração no grupo de guias dos Espaço Históricos da NMS|FCM [anexo 22], desde a sua criação,
e representando-a externamente [anexo 23]. No findar do percurso pré-graduado, procuro o envolvimento e
representação de instituições da comunidade, em particular da minha Escola Secundária [anexo 24].
Paralelamente, procurei corrigir o que já adquiri, sempre para ampliar o seu domínio, na investigação,
que considero essencial para uma prática médica mais crítica e ativa. Procurei formação, extracurricular [anexo
21] e curricular opcional (UC Projeto de Investigação), para o percurso que iniciei na investigação translacional
[anexo 1], e culminou este ano no estudo realizado na Urologia do CHLC e na colaboração extracurricular com
a equipa de Medicina Interna do Hospital da Luz, na apresentação de um poster no Congresso Português de
Cardiologia 2018 [anexo 5] e já na submissão de outro trabalho a um congresso internacional.
Convicta de que construí uma formação médica sólida, onde alcancei os meus objetivos profissionais e
pessoais, me diferencei na gestão de equipas e comunicação científica e institucional, e iniciei o meu percurso
na investigação clínica, formo-me Mestre em Medicina na NMS|FCM.
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LISTA DE ANEXOS
ESTÁGIOS INTERNACIONAIS
1. Programa de Intercâmbios Científicos IFMSA Research Exchange – Friedrich-Schiller Universität Jena [2015]
ESTÁGIOS NACIONAIS
2. CEMEF Urologia – Hospital de S. José CHLC [2016]
3. CEMEF Cirurgia Geral – Hospital Garcia de Orta [2016]
4. Estágio de Observação no Instituto Nacional de Emergência Médica [2014]
COMUNICAÇÕES EM POSTER
5. Comunicação em poster no Congresso Português de Cardiologia 2018 - Caracterização de doentes com
insuficiência cardíaca referenciados para terapêutica com carboximaltose férrica endovenosa. RODRIGUES,
Inês; GAVANCHA, Rita; LANDEIRO, Luís; CARVALHO, Vanessa; MORAIS SARMENTO, Pedro. [2018]
CARGOS EXERCIDOS
6. Vice Presidente para a Gestão Interna e Comunicação da Associação Nacional de Estudantes de Medicina
(ANEM) [2017]
7. Presidente da Comissão Organizadora do iMed Conference 8.0 – Lisbon 2016 [2015-2016]
8. Vogal da Associação de Estudantes da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (AEFCM)
[2015-2016]
9. Vice Presidente da Comissão Organizadora do iMed Conference 7.0 – Lisbon 2015 [2014-2015]
10. Membro da Comissão de Curso [2014-2015]
FORMAÇÕES E CONFERÊNCIAS
11. Practical Course on Urological Ultrasound – Centro Hospitalar Lisboa Central, Hospital S. José [2018]
12. Congresso Português de Cardiologia 2018, Sociedade Portuguesa de Cardiologia [2018]
13. Fórum EDOL - Urgências em Oftalmologia, Urgências em Otorrinolaringologia e A Importância da
suplementação alimentar na gravidez e amamentação [2018]
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14. Cefaleias, Learning Health Hospital da Luz [2018]
15. iMed Conference 9.0 Lisbon 2017, AEFCM [2017]
16. Anemia Crónica, Learning Health Hospital da Luz [2017]
17. Uma Nova Métrica para a Lista de Utentes – Assegurar a Qualidade e Adequar a Quantidade, Associação
Portuguesa de Medicina Geral e Familiar [2017]
18. MedScoop – Formação para dirigentes associativos, percurso de Representação Externa, ANEM [2016]
19. AMEE 2016 Annual Conference, Association for Medical Education in Europe [2016]
20. MedScoop – Formação para dirigentes associativos, percurso de Gestão de Projetos, ANEM [2015]
21. Scientific Writing and Publication, Instituto Superior Técnico [2014]
COLABORAÇÃO COM NMS|FCM
22. Guia dos Espaço Históricos da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas [2016-2018]
23. Participação na Futurália [2016]
PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA
24. Membro do Conselho Geral e da Comissão Permanente da Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho
[2018]
COMUNICAÇÕES A AGUARDAR DECISÃO DE JÚRI
• Eligibility for sacubitril-valsartan in a real-world heart failure population: an hospital-based single-centre evaluation,
LANDEIRO, Luís; FERNANDES, Gonçalo; PADRÃO, Teresa; FERREIRA, Carolina; TAVARES, João;
RODRIGUES, Inês; MORAIS SARMENTO, Pedro. – submetido ao European Society of Cardiology Congress
2018 [2018]
COLABORAÇÃO EM TRABALHOS A PUBLICAR
• Colocação de Próteses Penianas no CHLC - 2013-2018, Serviço de Urologia – Centro Hospitalar Lisboa Central
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ANEXO 1
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ANEXO 2
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ANEXO 3
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ANEXO 4
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ANEXO 5
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RESUMO
Caracterização de doentes com insuficiência cardíaca referenciados para terapêutica com
carboximaltose férrica endovenosa
RODRIGUES, Inês; GAVANCHA, Rita; LANDEIRO, Luís; CARVALHO, Vanessa; MORAIS SARMENTO, Pedro. A ferropenia é responsável pelo compromisso do normal funcionamento do miocito conduzido a uma diminuição da capacidade funcional. Prevalente na insuficiência cardíaca (IC), a ferropenia contribui de forma significativa para a menor tolerância ao esforço característica da síndrome. A identificação da presença e a correcção da ferropenia são actualmente recomendadas nas recomendações de tratamento da IC com fracção de ejecção (FE) reduzida não existindo evidencia da sua importância nos tipo de IC com fracção preservada ou intermédia. Objecto: Caracterizar os doentes com IC e ferropénia referenciados para tratamento com carboximaltose férrica endovenosa CMFev. Métodos: Entre 2015 e 2016, identificamos todos os doentes com IC referenciados para CMFev por presença de ferropénia. d. Avaliamos para cada um o tipo de IC de acordo com as recomendações da ESC, as comorbilidades, a terapêutica, o tipo de ferropénia definida como absoluta (ferritina <100 mcg/L) ou funcional (ferritina 100-299 mcg/L e saturação da transferrina <20%) e a presença de anemia de acordo com a definição da OMS. Resultados: No período estudado, 52 doentes com IC foram submetidos a CMFev: 36 homens, 86±9 anos; 34,6% tinham FE reduzida e 65,4% preservada e intermédia. 2% encontravam-se em Classe I da NYHA, 55% em Classe II, 41% em Classe III e 2% em Classe IV. 55,8% doença das artérias coronária, 80,8% HTA, 57,7% tinham fibrilhação auricular (FA), 32,7% diabetes mellitus, 73,1% doença renal crónica (DRC), 28,8% doença pulmonar crónica obstrutiva, 13,5% doença péptica e antecedentes de neoplasia do tracto digestivo. 42,3% estavam medicados com antiagregantes, 63,5% com hipocoagulantes, 13,5% simultaneamente com antiagregantes e hipocoagulantes, 65,4% com iECA ou ARAII, 26,9% com antagonistas dos receptores dos mineralocorticoides, 86,5% com diuréticos, 76,9% com betabloqueadores e 59,6% com inibidores da bomba de protões. 9,6% não tinham anemia. 25% tinham microcitose e 11,5% tinham ferropénia funcional. Conclusão: Apesar da ausência de recomendação para a terapêutica com CMFev nos doentes com FE preservada ou intermédia, 2/3 dos doentes com IC pertenciam a estes tipos de IC. A quase totalidade dos doentes apresentava anemia o que revela que a presença ferropenia na ausência de anemia continua a ser pouco avaliada e/ou tratada d acordo com as recomendações. Os doentes são predominantemente muito idosos em Classe II e III da NYHA nos quais a DRC é muito prevalente. Dois terços dos doentes tinham FA e metade DAC pelo que a quase totalidade dos doentes encontra-se hipoagulada ou antiagregada.
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ANEXO 6
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ANEXO 7
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 8
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 9
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 10
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 11
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 12
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 13
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 14
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 15
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 16
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 17
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 18
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 19
Relatório Final – Estágio Profissionalizante Inês Coelho Rodrigues – 2012254
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ANEXO 20
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ANEXO 21
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ANEXO 22
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ANEXO 23
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ANEXO 24
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