REPERCUSIONES EN EL RENDIMIENTO ACADÉMICO Y
ADAPTACION DE LOS ESTUDIANTES A LOS CAMBIOS ACTUALES EN LA UNIVERSIDAD
Leandro S. AlmeidaUniversidade do Minho
Univ. Vigo: 20 Nov., 2009
TÓPICOS
• Ensino superior num momento de mudança ou crise: Alguns câmbios;
• Transição, adaptação e sucesso académico: Factores investigados;
• Apresentação do modelo teórico e dos instrumentos usados na nossa investigação;
• Alguns dados de estudos na Universidade do Minho.
TÓPICO 1
Ensino superior num momento de mudança ou crise: Alguns câmbios
Câmbios no ensino superior…
• Maior heterogeneidade/massificação discente e docente
• Número elevado de alunos em cursos/instituições que não de 1ª escolha
• Taxas elevadas de insucesso e abandono, com custos elevados
• Financiamento público assente nos resultados atingidos (alunos elegíveis e empregabilidade)
• Desvalorização social dos títulos académicos e dos processos tradicionais de ensino-aprendizagem,
• Ensino-aprendizagem-avaliação: desenvolvimento de competências (Declaração de Bolonha)
TÓPICO 2
Transição, adaptação e sucesso académico
Transição e ajustamento académico: Factores estudados
Desafio (exigências) & maturidade psicológica (identidade > autonomia)
Expectativas elevadas na entrada e frustrações
Baixa autonomia dos “alunos tradicionais”
Saída da família, liberdade sentida, falta de suporteafectivo / social
Praxes e recepção aos caloiros, envolvimento emactividades extracurriculares
Política de “numerus clausus” e construção de um projecto de vida
Psicopatologia associada à (des)adaptação
Adaptação e sucesso académico: Factores estudados
Organização curricular dos cursos
Dimensão das turmas e relação c/ professor
Auto-regulação e abordagens à aprendizagem
Clima geral do campus, imagem do Curso e doDepartamento
Serviços de apoio psico-sócio-educativo
Declaração de Bolonha:opção por métodos activos: trabalho de projecto & PBL
opção pela avaliação contínua
Tutoria, estudo acompanhado, TICs
“… para uns pode ser a grande oportunidade para
alcançar autonomia e competência numa
determinada área científica, para outros pode ser
uma missão impossível, da qual faz parte um curso
de que afinal não se gosta, um convívio social que
não se aprecia, um conjunto de competências de
estudo que não resultam em sucesso e um
sentimento de que se está só e de que ninguém
pode ou quer ajudar”
(Rosário Pinheiro, 2003, p.125)
TÓPICO 3
Modelo teórico e instrumentos de avaliação usados na nossa investigação
Vivências Académicas:Modelo conceptual
Curso/Aprendizagem
Desenvolvimento pessoal e social
Satisfação
Contexto/Instituição
AdaptaçãoAcadémica
RendimentoEscolar
Eu/Estudante
17 SubescalasContexto•Adaptação à instituição (AI)•Envolvimento extracurricular (AE)•Relacionamento c/ colegas (AC)•Relacionamento c/ família (RF)•Gestão dinheiro (GD)
Curso•Adaptação ao curso (AC)•Relacionamento c/ profs. (RP)•Métodos de estudo (ME)•Bases de conhecimentos (BC)•Realização de exames (RE)•Gestão do tempo (GT)
Aluno•Autonomia (AUT)•Desenvolvimento da carreira (DC)•Percepção de competência (PC)•Auto-confiança (CONF)•Bem-estar físico (BF)•Bem-estar psicológico (BP)
Questionário de Vivências Académicas (QVA- Versão integral)
(Almeida & Ferreira, 1997)
60 itens
Questionário de Vivências Académicas (QVA-r)
QVA-r
Quadro II – Dimensões, número de itens e valores Alpha do QVA (Almeida, Soares & Ferreira, 1999; Almeida, Ferreira & Soares, 2003)
DIMENSÕES/SUBESCALAS itens Alpha
Pessoal inclui itens essencialmente associados ao self e às percepções de bem-estar por parte do estudante, tanto física como psicológica (…); 13 .87
Interpessoal inclui o relacionamento com os pares e o estabelecimento de relações mais íntimas, assim como questões relacionadas com o envolvimento em actividades extracurriculares;
13 .86
Carreira inclui a adaptação ao curso, as aprendizagens no curso e as perspectivas de carreira; 13 .91
Estudo inclui as competências de estudo do aluno, os hábitos de trabalho, a gestão do tempo, a utilização da biblioteca e de outros recursos de aprendizagem; 13 .82
Institucional inclui o interesse pela instituição, o desejo de nela prosseguir os seus estudos, o conhecimento e a percepção da qualidade dos serviços e estruturas existentes. 8 .71
Instrumentos de medida
38 itens
Questionário de Envolvimento Académico (QEA, Versão A e B)
QEA
Quadro II – Dimensões, número de itens e valores alpha do QEA (Versão A e B)
DIMENSÕES/SUBESCALAS itens Alpha
Envolvimento Institucional
define as expectativas (Versão A)/comportamentos (Versão B) de envolvimento dos alunos nas actividades extracurriculares proporcionadas pela instituição, e de utilização dos serviços de apoio disponíveis. Inclui, ainda, a avaliação que os estudantes realizam do tipo de relação que esperam estabelecer/estabeleceram com os seus professores.
10 .86 /.77
Envolvimento Vocacional
define as expectativas (Versão A)/comportamentos (Versão B) de envolvimento dos alunos em actividades relacionadas com a implementação/desenvolvimento dos seus planos/objectivos vocacionais
10 .79 / .78
Envolvimento Social
define as expectativas (Versão A)/comportamentos (Versão B) de envolvimento dos alunos em actividades sociais de interacção com os colegas do seu e doutros cursos da Universidade.
6 .68 / .78
Utilização de Recursos
define as expectativas (Versão A)/comportamentos (Versão B) de utilização dos recursos disponíveis no campus, tanto no que se refere às infra-estruturas (e.g. biblioteca, ginásio, bares), como aos equipamentos (e.g. laboratorial, informático, electrónico) existentes para a realização de actividades recreativas e/ou académicas.
6 .74 / .71
Envolvimento Curricular
define as expectativas (Versão A)/comportamentos (Versão B) de envolvimento dos alunos em actividades mais directamente relacionadas com as aprendizagens curriculares do curso que frequentam. Inclui, ainda, a avaliação do grau em que se esperavam envolver/envolveram num conjunto de atitudes/hábitos produtivos de trabalho
6 .66 / .68
Instrumentos de medida
13 itens
Questionário de Satisfação Académica (QSA)
QSA
Quadro II – Dimensões, número de itens e valores Alpha do QSA (Soares, 2003)
DIMENSÕES/SUBESCALAS itens Alpha
Satisfação curricular
define o grau de satisfação dos alunos em relação às actividades e à organização geral do curso que frequentam. Inclui, ainda, a avaliação da satisfação dos alunos em relação ao seu investimento pessoal no curso e com a qualidade das relações estabelecidas com os professores.
5 .74
Satisfação institucional
define o grau de satisfação dos alunos em relação às infra-estruturas, serviços e equipamentos disponíveis no campus. Inclui, ainda, a avaliação da satisfação dos alunos em relação às actividades extracurriculares proporcionadas pela instituição e à qualidade das relações estabelecidas com os funcionários.
4 .64
Satisfação sócio-
relacional
define o grau de satisfação dos alunos em relação à vida académica e universitária e à qualidade das relações estabelecidas com os colegas do seu e doutros cursos. Inclui, ainda, a avaliação do grau de satisfação em relação à qualidade das relações estabelecidas com os familiares e/ou outras figuras significativas.
4 .66
Instrumentos de medida
44 itens
Inventário de Atitudes e Comportamentos Habituais de Estudo (IACHE)
IACHE
Instrumentos de medida
DIMENSÕES/SUBESCALAS it a
Enfoque na compreensão
Recurso do aluno a estratégias que lhe garantam acompreensão das matérias, um estudo em profundidade, umaaprendizagem significativa
10 .86
Enfoque na memorização
Recurso do aluno a estratégias assentes na fixaçãomemorística da informação, assente na repetição da matéria
8 .81
Percepções pessoais
Imagens pessoais de capacidade e de sucesso na realizaçãoacadémica, auto-conceito académico do aluno
8 .80
Envolvimento no estudo
Motivação intrínseca pelas actividades de estudo, gosto pelastarefas ligadas à aprendizagem no curso
8 .83
Gestão do estudo
Comportamentos diários do estudante na organização dotempo, materiais e recursos, planificação do estudo.
10 .83
TÓPICO 4
Alguns dados de estudos na Universidade do Minho
Quem são os alunos que acedem à Universidade do Minho?
• Sexo feminino: 60%
• Idade: M = 18.4; DP = 1.83
• Ambiente familiar: 71% das mães e 72% dos pais até ao 9º ano de escolaridade; 28.6% com pelo menos um progenitor com formação superior
• Frequentam 1º opção: Curso (73%) e Universidade (76%)
• 61.5% dos rapazes frequentam cursos de engenharia, e apenas 13.3% cursos de ciências sociais; as alunas predominam nas ciências sociais (42.9%), com 19,2% nos cursos de engenharia.
• Alunos de níveis sociais mais desfavorecidos frequentam mais cursos de ciências sociais (34.4%), e alunos com uma origem social elevada os cursos de engenharia (43.4%).
Dificuldades antecipadas na adaptação à Universidade
Sexo Origem sócio-cultural Agrupamento de cursosDificuldades antecipadas
M F Baixa Média Alta Cas
Naturais Cas
Económicas
Cas Sociais
Engenharias
Económicas 30.8 34.4 43.3 35.4 17.5 32.2 34.8 36.9 29.4Aprendizagem 24.1 12.7 19.9 15.1 19.3 14.4 21.4 10.1 22.9Colegas 5.5 9.8 10.0 7.3 7.6 5.6 9.1 10.8 6.3Professores 2.4 5.5 6.0 3.9 3.4 3.9 6.9 4.7 2.6Organização Tarefas 19.9 15.6 15.8 17.9 19.3 10.6 21.0 18.6 17.0
Nº de dificuld.
Nenhuma 36.0 41.1 30.6 37.9 48.8 47.2 30.8 40.2 38.9Uma 48.2 42.8 48.8 47.0 15.1 42.8 48.9 41.4 47.0Duas ou mais
15.8 16.1 20.6 38.1 13.1 10.0 20.3 18.4 14.0
Vivências e rendimento académico no final no 1º ano
Dimensão pessoal Area de estudos
RF AUT BF BP CONF PC Letras 00,,3322**** --00,,0000 00,,1144 00,,0099 00,,1155 00,,3355****
Ciências 00,,1111 00,,1188 00,,3377**** 00,,3300**** 00,,2277** 00,,4444****
Economia 00,,1144 00,,0055 00,,2288** 00,,2211 00,,1188 00,,3333**** Estudos
daCriança --00,,1133 --00,,1133 --00,,0044 --00,,0066 --00,,0066 00,,0033
Engenharia --00,,1111 --00,,1122 --00,,2211 --00,,1166 --00,,0011 00,,2288** Ciências Sociais
e Humanas
00,,1155 00,,0033 --00,,0055 --00,,0033 00,,3333**** 00,,3377****
Vivências e rendimento académicono final do 1º ano
Area de estudos
Dimensão da realização académica BC ME DC RF AC AE
Letras 00,,2288** 00,,5500**** 00,,3333**** --00,,1177 00,,2255** 00,,1155
Ciências 00,,5500**** 00,,2255** 00,,3300**** 00,,1111 00,,2277** 00,,2211
Economia 00,,3344**** 00,,3322**** 00,,1100 00,,2222** 00,,2277** 00,,3377****
Estudos daCriança
00,,0099
00,,9944****
--00,,1177
00,,0033
00,,0066
00,,5588****
Engenharia 00,,5566**** 00,,2288** 00,,1133 --00,,0033 0,62** 0,13
Ciências Sociais
e Humanas
0,24*
0,42**
0,34**
0,43**
0,45**
0,24*
Vivências e envolvimento extracurricular
M édias Q V A M 1 M 2 M 3 F p C ontrastes
A I 44 11 ..77 44 44 ..22 44 55 ..44 88 ..33 88 << ..00 00 11 11 << 22
11 << 33
R P 44 11 ..55 44 33 ..77 33 99 ..44 44 ..99 88 << ..00 11 22 >> 33
R C 55 55 ..44 55 88 ..44 66 11 ..55 77 ..88 66 << ..00 00 11 11 << 33
A U T 44 33 ..33 44 44 ..99 44 55 ..88 33 ..11 77 << ..00 55 -- D C 44 99 ..55 55 33 ..44 55 22 ..00 55 ..00 99 << ..00 11 11 << 22
B F 55 00 ..99 44 99 ..77 44 77 ..33 44 ..22 99 << ..00 55 11 >> 33
A E 33 22 ..33 33 77 ..77 44 11 ..44 44 77 ..99 66 << ..00 00 11 11 << 22
22 << 33 G R 22 99 ..33 22 88 ..33 22 66 ..33 33 ..66 22 << ..00 55 11 >> 33
G1: s/ envolvimento; G2: c/ académicas; G3: c/ associativas
Expectativas vs comportamentos de envolvimento
8,4% 41% 31% 1,7%
11,2% 30,4% 36,1% 3%
16,2% 39,3% 23,8% 1,1%
2% 21,1% 49,5% 5%
1,6% 14,1% 52,1% 10,5%Envolvimentoinstitucional
Envolvimento vocacional
Envolvimento social
Utilização de recursos
Envolvimento curricular
G1:Surpreendidos G2:Realistas G3:Moderadamente Desiludidos G4:Desiludidos
(in Soares & Almeida, 2002)
Boas expectativas à entrada, mas bastantes alunos não as conseguem concretizar ao longo do 1º ano, sobretudo a nível institucional e vocacional;
As expectativas de envolvimento são um bom preditor dos comportamentos de investimento académico e da aprendizagem ao longo do 1º ano;
• As vivências académicas, em função das dimensões e facetas que se considerem, correlacionam-se com o desempenho académico no final do ano;
Algumas conclusões
• O envolvimento extra-curricular reflecte uma forma diferente de estar na Universidade, diferenciando as suas vivências académicas, mas penaliza o rendimento académico;
• Variáveis como o género, o curso e a opção de entrada dos alunos diferenciam as suas vivências e o grau de correlação destas com o rendimento escolar;
• A média de ingresso emerge como a variável que melhor prediz o rendimento escolar dos alunos no final do 1º ano.
Algumas conclusões
Alunos que frequentam as aulas ou os mais adaptados
Pouco recurso a modelos multidimensionais e estruturais de análise
Ausência de estudos com grupos específicos de alunos
Falta de parâmetros nacionais na apreciação dos resultados nas escalas de avaliação usadas
Dificuldade em se operacionalizar uma medida nacional, ou por instituição, para o sucesso escolar
Instrumentos: validade ecológica e política editorial
Limitações da investigação
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