Estruturas de Concreto Armado
CONCRETO = cimento + agregado miúdo + agregado graúdo + água (contato íntimo
entre componentes)
Escolha = requisitos de durabilidade, resistência mecânica, exigências técnicas
peculiares de cada obra (ex.: velocidade de endurecimento, calor de hidratação,
retração, etc.)
CIMENTO
ESPECIFICAÇÃO DE COMPRA
Controles no recebimento do cimento em obra
Fornecedor
Tipo de cimento (CP I, CP I-S, CP II-E, CP II Z, CP II-F, CPIII, CPIV ou CPV);
Quantidade (número de sacos de 25 Kg ou 50 Kg);
Classe (cimento Votoran CPII Z-32, Cimbage CP IV classe 32).
Quantidade
Não serve para concreto estrutural Observar: grau de umidade dos sacos; integridade dos sacos; grau de hidratação do cimento (grumos desagregáveis com os dedos
Verificar se as especificações do produto estão de acordo com o pedido e a nota fiscal;
Verificar se todos os sacos contêm registros de marca, nome do fabricante, prazo de validade, tipo e classe do cimento de acordo com o projeto, massa líquida do saco e selo de conformidade da ABCP.
Variação de peso dos sacos de cimento – ABNT
Sacos que apresentem variação superior a 2% para mais ou para menos dos 50kg devem ser rejeitados.
Se a massa média dos sacos, em qualquer lote, obtida pela pesagem de 30 unidades, tomadas ao acaso for menor que 50kg, todo o lote deve ser rejeitado.
Armazenagem do cimento na obra
Locais afastados de umidade, para evitar a hidratação do cimento
O armazenamento deve ser efetuado em local coberto e arejado, protegido de
intempéries, a 10 cm da parede;
Consumo na ordem cronológica de recebimento (identificação dos lotes). A utilização do material deve respeitar a ordenação PEPS
As pilhas não devem exceder 10 unidades.
Recomenda-se que o armazenamento não seja efetuado em contato direto com o solo. De preferência sobre estrados de madeira afastados 30cm do solo.
Armazenagem < 3 meses
Separar cimentos diferentes (marca, tipo, classe)
Verificação periódica do depósito
Regiões quentes: não usar lona preta
Agregados
Agregado graúdo: pedregulhos ou britas, cujos grãos passam por uma peneira de malha quadrada com abertura nominal de 152mm e ficam retidos na peneira ABNT 4,8mm (NBR 7211/83).
Agregado miúdo: areias naturais ou resultantes de britagem, cujos grãos passam pela peneira ABNT 4,8mm e ficam retidos na peneiraABNT 0,075mm (NBR 7211/83)
Britagem, cujos grãos passam pela peneira ABNT 4,8mm e ficam retidos na peneiraABNT 0,075mm (NBR 7211/83)
Exigências para agregados miúdos
Excesso de finos: demanda muita água para mesma trabalhabilidade < resistência;
Falta de finos: durabilidade
Mistura áspera, sujeita à segregação.
Pode ocorrer fuga de nata de cimento.
Trabalhabilidade ruim.
Excesso de materiais carbonosos (ex.: carvão): comprometem a resistência e a durabilidade, expandem, provocando deterioração.
Causam manchas localizadas.
Excesso de torrões de argila e materiais friáveis: comprometem a resistência do concreto pois demandam muita água para mesma trabalhabilidade.
Excesso de material pulverulento: (< 0,075mm) - argila, silte, pó de pedra.
Demandam muita água (consumo de cimento para mesmo fator a/c)
Formam uma película sobre os agregados graúdos, prejudicando a aderência pasta/agregado.
Excesso de impurezas orgânicas: (húmus, argila orgânica): afetam as reações de hidratação do cimento (tempo de pega e endurecimento).
Afetam a resistência.
Recebimento dos agregados em obra
Documento comprobatório do atendimento às especificações da norma (período de produção do agregado recebido)
Guia de remessa: nome do produtor, proveniência do material, identificação da qualificação granulométrica de acordo com a norma, massa ou volume aparente do material, data de recolhimento da amostra.
Cubagem do carregamento antes da descarga (verificação da nota de remessa)
Todos esses cuidados são necessários porque a homogeneidade do concreto depende fundamentalmente das características dos materiais envolvidos e das quantidades dos mesmos na mistura.
OBSERVAÇÃO VISUAL
Pouca precisão.
Comparação com amostra representativa padrão.
Variações granulométricas, proporções elevadas de torrões de argila, carvão, húmus, argila orgânica, material pulverulento.
Dúvida: REJEIÇÃO ou ENSAIOS DE VERIFICAÇÃO
Armazenagem dos agregados em obra
EVITAR: Mistura entre agregados diferentes (armazenagem em compartimentos separados por tapumes, com lugar para descarga do caminhão)
Contaminação com terra, argila, folhas, gravetos, poeira, resíduos animais, óleos, graxas, etc.
Segregação - perda de homogeneidade da granulometria.
Elevação da temperatura - variação no teor de umidade (caimento do assoalho do depósito ou desprezar os 15cm de fundo do depósito para evitar a contaminação do solo.)
RECOMENDAÇÕES:
Depósito em compartimentos ou em pilhas afastadas
H descarga > usar CALHAS3 metros
Drenagem do fundo do depósito (caimento do piso)
Pilhas altas induzem a: (1) gradiente de umidade (2) segregação 1,5m h máxima
das pilhas
Evitar incidência direta de sol pois afeta a trabalhabilidade. Se for impossível, a pilha deve ser umedecida.
Água de amassamento
Efeitos de águas inadequadas: alterações nos tempos de início e fim de pega, redução de resistência mecânica, corrosão de armaduras, eflorescências, prejuízo à durabilidade.
Água potável: adequada
Recobrimento de pasta de cimento sobre as partículas dos agregadoscontato íntimo entre os materiais.
É uma operação fundamental homogeneidade da mistura.
CONCRETO
O tempo máximo entre o final da mistura e o inicio da concretagem é de 2 1/2 horas; período em que deve ficar sob agitação para evitar enrijecimento e segregação.
Caminhos lisos, em caso de desníveis: rampas para carrinhos.
Rodas de borracha em carrinhos e giricas.
Evitar trânsito de operários e equipamentos diretamente sobre a armadura (plataformas móveis apoiadas nas fôrmas por meio de calços).
Remistura de concretos fluidos transportados por carrinhos ou giricas.
Utilização de equipamentos limpos internamente.
Lançamento
Verificação das fôrmas e armaduras
Tmax=1hora antes do início da pega do cimento
Evitar: segregação, perda excessiva de argamassa, formação de bolhas de ar
¾ comprimento da agulha do vibrador no caso de adensamento mecânico: lançamento em camadas sucessivas de 35 a 50cm
20cm adensamento manual (apiloamento): camadas sucessivas
ELEMENTOS VERTICAIS:
h > 2 m queda livre (SEGREGAÇÃO)
h > 2m CACHIMBOS
Perda de argamassa na base escorrimento pela lateral da fôrma (TREMONHA ou FUNIL)
Camada de argamassa com altura de 3cm em pilares e paredes
Fechamento da base da fôrma (estanqueidade).
Concreto bombeado: mangueira na base do elemento com elevação gradual.
ELEMENTOS HORIZONTAIS :
Evitar acúmulo de concreto em pontos aleatórios (segregação e perda de argamassa, deformação das fôrmas, prejuízo à trabalhabilidade).
Espalhamento do concreto nas fôrmas (aprisionamento de ar).
Evitar transportar o concreto com o vibrador (exsudação excessiva).
Adensamento
Adensamento Manual
Apiloamento com barra metálica fina ou com soquetes de madeira.
Percussão das fôrmas com martelo.
Espessura da camada lançada < 20cm
Peças de pequena importância, pequena espessura e pouca armadura.
Adensamento Mecânico
Vibração interna (vibradores de imersão) e externa.
Vibradores de imersão (agulha), régua vibratória, mesa vibratória, vibrador de fôrmas.
Vibrador de Imersão:
Cuidados
Camada de concreto lançada = ¾ do comprimento da agulha do vibrador (35 a 50cm).
Posição do vibrador: vertical ou levemente inclinada (limite máximo: 45º).
Exceção: lajes (inclinado ou na horizontal).
Penetração de 2 a 5cm na camada inferior.
Penetração pelo peso próprio.
Remoção lenta e com vibrador LIGADO.
Brilho na superfície interrompe quando inicia a EXSUDAÇÃO tempo de vibração em cada ponto: 5 a 15 segundos.
SEGREGAÇÃO tempo excessivo
Não vibrar a armadura.
Evitar deslocamento horizontal do vibrador.
Evitar a penetração do mangote flexível no concreto.
Distância entre os pontos de inserção do vibrador.
Cura do Concreto
Manutenção da água para hidratação do cimento.
Proteção do concreto contra: mudanças bruscas de temperatura, secagem rápida, exposição direta ao sol, chuvas fortes, agentes químicos, choques e vibrações.
Procedimentos: lâmina de água (e = 3 a 5cm. Verificar sempre.), camada de areia saturada (e = 2 a 3cm. Problema: transporte), camada de serragem saturada (problema: vento), sacos de pano preenchidos com material úmido, sacos de pano úmidos, aspersão com água (não é bom), membrana de cura.
Execução de fôrmas - Pilares
1) Cortar e estruturar painéis conforme projeto. Deixando uma folga de 5 a 10 cm de folga para ajuste da montagem. Identificar painéis conforme projeto;
2) Os eixos principais do edifício devem ser transferidos para a laje em execução. Havendo interferência (pilares, poço do elevador, etc) que impossibilitem a locação dos gabaritos pelos eixos principais, deve-se adotar eixos secundários para realização da tarefa.
3) O nível de referência deve ser transferido para a laje em execução, com um ponto localizado no centro de pavimento, em geral próximo à caixa de escada ou poço do elevador. No caso da primeira laje, o nível deve ser transferido a partir do RN da obra;
4) Verificar o esquadro da laje através de medidas diagonais.
5) Levar materiais e equipamentos necessários para a montagem das fôrmas;
6) Passar desmoldante nas partes internas das fôrmas;
7) Colocação do feitil dos pára-raios (quando houver);
8) Colocação da armadura;
9) Colocação dos espaçadores;
10) Conferir armadura;
11) Fechamento e amarração das fôrmas;
12) Colocação dos pilares no prumo;
13) Nivelamento dos pilares.
Tolerâncias
Os eixos devem ser transferidos pelo mestre ou pelo técnico de obra e conferência do nivelamento e prumo da estrutura.
Desforma das faces dos pilares mínimo 03 dias.
Execução de fôrmas - Lages e Vigas
1) Cortar e estruturar painéis conforme projeto. Deixando uma folga de 5 a 10 cm de folga para ajuste da montagem. Identificar painéis conforme projeto;
2) Levar materiais e equipamentos necessários para a execução das fôrmas;
3) Montar a fôrma com o fundo e o painel interno da viga;
4) Colocação do assoalho, escoramento e barroteamento da laje;
5) Colocação dos painéis externos das vigas;
6) Limpeza do assoalho e viga;
7) Concretagem dos pilares;
8) Limpeza do assoalho da laje;
9) Passar desmoldante nas lajes;
10)Colocação da armadura das vigas e da laje (positivas);
11)Passagem da tubulação da instalação elétrica;
12)Previsão da passagem da instalação hidráulica;
13)Colocação dos espaçadores;
14)Colocação dos blocos na laje;
15)Colocação da armadura negativa da laje;
16)Verificação da armadura;
17)Fechamento e amarração das fôrmas;
18)Nivelamento da laje e das vigas.
Observação: Se houver concretagem do pavimento superior no prazo de 28 dias da concretagem do pavimento inferior, manter as vigas e lajes reescoradas.
Concretagem de peça estrutural
1) Conclusão da confecção das fôrmas;
2) Conclusão da colocação das armaduras;
3) Colocação dos eletrodutos e caixas de passagem;
4) Levar materiais e equipamentos necessários para a execução da concretagem;
5) Realizar a limpeza das fôrmas;
6) Molhar as fôrmas;
7) Respeitar o limite de duas horas e trinta minutos entre a saída do caminhão da usina e o lançamento do concreto;
8) Retirar 02 corpos de prova para verificação da resistência a compressão aos 28 dias de cada caminhão.
9) Lançar o concreto tomando o cuidado de não formar grandes acúmulos de material em um ponto isolado;
10) No caso de pilares onde a altura de queda livre for superior a 2m devem ser tomadas medidas especiais para evitar segregação, tais como executar a concretagem por etapas de 2m, abrindo janela nas fôrmas, utilizando trombas ou funis;
11) Introduzir e retirar a agulha do vibrador lentamente, de modo que a abertura formada se feche naturalmente. Em geral, são suficientes 15 segundos para adensar a área em que a agulha está imersa;
12) Evitar o contato da agulha do vibrador com as fôrmas, não vibrar o concreto pela armadura, bem como não desligar o vibrador enquanto ele ainda estiver imerso no concreto.
13) Efetuar o acabamento das peças estruturais. No caso das lajes sarraferar o concreto com uma régua de alumínio tomando como nível as mestras e em seguida efetuar o desempeno;
14) Posicionar os tacos para fixação dos próximos pilares;
15) Molhar as peças concretadas durante 03 dias para cura.
TOLERÂNCIAS:
- Verificar se o fck e o slump solicitado estão de acordo com o projeto estrutural.
Graute para reparo de estruturas de concreto em geral
1) Limpar a superfície de concreto a ser recuperada;
2) A superfície deve estar limpa, isenta de óleos, graxas, pó, restos de pintura, nata de cimento, materiais soltos e qualquer tipo de incrustação que prejudique a perfeita aderência do produto na superfície a ser recuperada;
3) Executar o corte de contorno na superfície de reparo;
4) Realizar o apicoamento cuidadoso da superfície, utilizando marteletes ou ponteiro e marreta;
5) Limpar a superfície removendo todas as partículas soltas;
6) No mínimo 02 horas antes do lançamento, saturar o substrato enchendo as fôrmas com água limpa, porém sem deixar empoçamento de água;
7) Preparar o produto conforme as orientações do fornecedor descritas na embalagem;
8) Misturar sempre o conteúdo total da embalagem de uma única vez;
9) Utilizar a mistura até 30 minutos após a adição de água ao produto;
10) Verificar se as fôrmas estão completamente estanques. Se necessário, pode ser usado massa de calefação em todos os vãos existentes nas fôrmas para garantir total estanqueidade;
11) A aplicação do graute deve ser contínua e sem interrupção no sentido da menor dimensão, (se necessário fazer na fôrma um cachimbo para facilitar o lançamento);
12) Realizar a desfôrma após 24 horas;
13) Realizar a cura úmida por no mínimo 03 dias.
TOLERÂNCIAS: A quantidade de água indicada pelo fabricante poderá variar em função da consistência desejada na aplicação, porém não deverá ser superior a quantidade recomendada pelo fabricante.
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