8/19/2019 RESISTÊNCIA NA SOCIEDADE DE CONTROLE: JORNALISMO ALTERNATIVO, NOVAS LINGUAGENS E TECNOLOGIAJornalis…
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“SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIBERJORNALISMO”
RESISTÊNCIA NA SOCIEDADE DE CONTROLE: JORNALISMO
ALTERNATIVO, NOVAS LINGUAGENS ETECNOLOGIA
ANDRADE, Thiago Pinto d!
R"#$o: Embora veículos alternativos de disseminação e produçãode informação não sejam, de modo algum, recentes na cultura e napolítica, seu alcance nestas primeiras décadas do século XXI é maisamplo do ue nunca! "om a internet, o crescimento da mídiaalternativa se tornou e#ponencial e revelou as potencialidades desse
meio para oferecer pontos de vista não$%egem&nicos sobre os fatoscotidianos de uma sociedade ue busca controlar os corpos e asmentes dos indivíduos, de acordo com a acepção de 'illes (eleu)e!*lém de potenciali)ar a disseminação, o novo meio também permitiua criação de narrativas ue se apoiam em conceitos como transmídia,%iperte#tualidade, interatividade e multimidialidade! +o presenteartigo, busca$se analisar a propostas da Agência Pública e daRepórter Brasil em dois casos especícos: na primeira, a reportagemem -. “/eninas em jogo”0 e no segundo, a reportagem multimídia“/oendo gente”, de modo a demonstrar maneiras distintas do uso detecnologias para a e#pansão da narrativa jornalística, sobretudo, emveículos alternativos!
Pa%a&'a"()ha&: 1ornalismo alternativo! -egemonia! /2uinas de'uerra! +ovas linguagens! +arrativas contempor3neas!
Int'od#*+o
4 /estrando em "omunicação567/8 e bolsista "*9E8, graduado em 1ornalismo pela6niversidade "atlica (om ;osco! E$mail: t%iagoandrade!jor
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=
>nde %2 opressão, %2 resist?ncia! Esta é uma das liç@es
originadas na teoria política contempor3nea A9>'BE;I+8"-I, =CCD e
e#plícita uma uestão ue perpassa, entre outras 2reas, a
comunicação e o jornalismo! (iante dos discursos ociais e
%egem&nicos, controlados por aueles ue det?m o poder, cabe ao
jornalismo alternativo desaar e combater A/E+EFE8, =C4C as
vers@es “imparciais” apresentadas pelos meios de comunicação
tradicionais!G diferença destes, o jornalismo alternativo se dene por
“ter um posicionamento ideolgico e#plícito” A/E+EFE8, =C4C, p! H4,
sendo denido por sua contestação do status quo ou, em outras
palavras, do senso comum construído pela mídia %egem&nica! *ssim,
ao nos depararmos com veículos jornalísticos como a Repórter Brasil
ou Agência Pública, os elementos citados podem ser identicados
como constitutivos dos veículos, demonstrando a motivação em
produ)ir jornalismo segundo escol%as ideolgicas claras!> fato de ambos os veículos terem surgido no ambiente on$
line é bastante relevante para a compreensão do trabal%o ue tem
sido produ)ido! E#plorando potencialidades deste meio, tantoRepórter Brasil= uanto Agência Pública utili)a recursos multimídia,
transmídia, interativos e %iperte#tuais, ue e#pandem as capacidades
narrativas do jornalismo produ)ido por eles!+este artigo, serão analisaremos dois produtos concebidos
por essas instituiç@es: a reportagem multimídia em %istria em
uadrin%os A-. “/eninas em jogo”, produ)ida este ano pela Agência
Pública, ue e#plora as conseu?ncias da "opa do /undo sobre a
e#ploração se#ual infantil0 e a reportagem transmídia “/oendo
gente”, de =C4=, ue seguiu o lançamento do document2rio “"arne
osso J > trabal%o em frigorícos”! * investigação da Repórter Brasil
apresentou as condiç@es de trabal%o a ue eram submetidos os
trabal%adores de tr?s grandes empresas frigorícas: ;rasil 7oods, 1;8
e /arfrig!
= Ker: LLL!reporterbrasil!org!br! Ker: LLL!apublica!org!
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> uso da tecnologia e de novas linguagens adaptadas ao
jornalismo oferece meios para a e#pansão da prpria linguagem
jornalística! "omo aponta MevN A4OOO, p! =C “o ciberespaço é
justamente uma alternativa para as mídias de massa cl2ssicas”! Mogo,
a apropriação dessa alternativa por meios não$%egem&nicos pode ser
feita de maneira a e#pandir as capacidades narrativas do jornalismo
tradicional! (este modo, o jornalismo alternativo não se daria apenas
no plano ideolgico, mas também estético, propondo novos modelos
P produção jornalística!
Da )ont'aino'$a*+o ao -o'na%i"$o n+o(hg$.ni)o
Betomando a noção oferecida por /ene)es A=C4C, de ue
os veículos de mídia alternativa se caracteri)am por e#plicitar seu
posicionamento ideolgico, caracteri)ando$se pela contestação do
status quo, é possível fa)er apro#imaç@es com a noção de
“contrainformação”, utili)ada por "iro /arcondes 7il%o para entender
os meios de comunicação ue desaam o jornalismo %egem&nico! Ele
dene:
*tividade de fornecer informaç@es de nature)a distinta, Psve)es oposta Ps informaç@es dos grandes veículosestabelecidos de comunicação, e proporcionar outrainterpretação dos fen&menos políticos e sociais, umainterpretação voltada para os interesses dos gruposdominados da sociedade A/*B">+(E8 7IM->, =CCQ, p! R4!
-istoricamente, essa imprensa despontou em momentos
nos uais a liberdade fora cerceada de alguma maneira! Entre
inSmeros e#emplos, podemos citar jornais editados durante a
ditadura militar, como Movimento, de 8ão 9aulo, Opinião, do Bio de
1aneiro, Resistência, de ;élem, entre outros A/E+EFE8, =C4C! Em
cada um desses e#emplos, a lin%a editorial ue se posicionava contra
o regime estabelecido no ;rasil era bastante clara aos leitores! -avia
identicação ideolgica na relação entre leitor5veículo!9ercebe$se, portanto, como o jornalismo alternativo J ao
desaar os discursos tradicionais J cria relaç@es diretas com a
democracia, em seu sentido mais radical! * partir dessas relaç@es,
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torna$se possível construir novos espaços pSblicos de debate e
pensamento, onde o di2logo é aberto a outros pontos de vista! 6ma
das deniç@es de jornalismo alternativo demonstra justamente esse
papel! > autor dene esta modalidade jornalística como:
9r2ticas e e#peri?ncias jornalísticas ue, ao perceberem dasinsuci?ncias de e#ercer a atividade dentro destas premissasdo espírito moderno J particularmente nos valores éticos Jem função de poderes discricion2rios, autoritarismo internonos sistemas de comunicação, entre outros, buscaramresgatar este “espírito” em outros espaços! A>MIKEIB*, =CCO,p! Q!
*s reTe#@es de Urauina tornam o debate ainda mais
comple#o! > autor pergunta: “> jornalismo é apenas um espaço
fec%ado de reprodução ideolgica do sistema dominante, ou pode ser
um espaço aberto a todos os agentes sociais na luta política e
socialV” AUB*.6I+*, =CC=, p! =Q! Mogo, torna$se essencial a
compreensão de ue o jornalismo alternativo tem papel de
resist?ncia, pois os conTitos entre forças sociais diversas também
perpassa a comunicação!* realidade brasileira contempor3nea não é a mesma do
período ue durou entre 4OHD e 4ORQ, ou seja, os anos em ue o paísfoi governado pelo regime militar! Mogo, cabe o uestionamento sobre
a ue se fa) resist?ncia, de maneira ue se justiuem veículos
alternativos! 9ara 8c%Laab et al! A=C4, as forças do mercado
capitalista criaram um novo polo %egem&nico! “> desconforto ue
%oje resulta no aparecimento de mídias alternativas se deve P força
crescente do mercado, afetando, inclusive, os modos de fa)er
jornalismo”, pontua o autor A=C4, p! C!Esta realidade de opressão criada pelo mercado, na ual a
mídia alternativa se torna necess2ria para dar vo) aos ue estão
relegados P sua periferia, pode ser descrita nos termos oferecidos
pelo lsofo franc?s 'illes (eleu)e, a partir de sua an2lise da
sociedade de controle! 8egundo o autor, “o controle é de curto pra)o
e de rotação r2pida, mas também continuo e ilimitado! > %omem não
é mais o %omem connado, mas o %omem endividado” A=C4, p!
==R! *ssim, é descrita a principal mudança de paradigma entre a
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sociedade disciplinar do século XIX e a sociedade de controle,
contempor3nea P sociedade em rede do capitalismo tardio!* mídia alternativa passa a ser uma “forma de crítica ao
projeto %egem&nico ue normalmente aglutina meios tradicionais”
A(EME6FE, =C4, p! C! "abe aui uma an2lise do conceito de
%egemonia, ue encontra bases na obra do italiano *ntonio 'ramsci!
* palavra tem etimologia grega, egemonía, e indicava o poder
absoluto conferido aos c%efes de e#ércitos! 9ara 'ramsci A=CCC, o
conceito dene a capacidade de uma classe manter sua dominação,
não apenas por meio da força, mas também e#ercendo a liderança
intelectual e moral sobre uma variedade de aliados unicados!
8egundo (oLning A=CCD, os meios de comunicação J ao lado de
outros meios de informação e cultura, como escolas, universidades,
igrejas, literatura J foram essenciais para o capitalismo manter e
organi)ar sua liderança!-egemonia, nos termos de Wramer A4OQ, apud ;6"WEM e
7I8"-EB$ME8"*+>, =CCO, também pode ser compreendida como
uma forma particular de vida e pensamento, ue serve de base Ps
prefer?ncias, ao gosto, P moralidade, P ética e aos princípiosloscos da maioria na sociedade! 'ramsci ainda pontua ue “se a
%egemonia é ético$política, não pode dei#ar de ser também
econ&mica, não pode dei#ar de ter seu fundamento na função
decisiva ue o grupo dirigente e#erce no nScleo decisivo da atividade
econ&mica” A=CCC, p! DR!9ara (eleu)e A=C4, a sociedade de controle é
%egemonicamente capitalista, mas trata$se de uma nova maneira de
gerar lucro, descrita pelo autor como “capitalismo de sobreprodução”!
Este é denido como uma ordem econ&mica ue “não compra mais
matéria$prima e j2 não vende produtos acabados: compra produtos
acabados, ou monta peças destacadas! > ue ele uer vender são
serviços e o ue uer comprar são aç@es” A(EME6FE, =C4! +esta
forma de organi)ação social, m2uinas de inform2tica e
computadores são as respons2veis por todas as operaç@es, das mais
b2sicas Ps mais comple#as!
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* partir de uma imprensa %egem&nica, essa sociedade visa
perpetuar o controle e os modos de vida em ue se mantém a
opressão e as diferenças sociais! Em contrapartida, potenciali)adas
pelo cen2rio de comunicação digital, iniciativas emergentes como os
sites jornalísticos da Agência Pública e da organi)ação não$
governamental Repórter Brasil se rmam como espaços não$
%egem&nicos, onde a produção de informação visa tra)er novas vo)es
ao plano de debates da esfera pSblica! Eles ofertam novas
possibilidades de crítica sobre essa sociedade em ue estão inseridos!Embora 'ramsci não utili)e termos ue se consolidaram
aps sua obra J como a noção de contra$%egemonia J o autor discute
a disputa da %egemonia entre classes, fraç@es de classe, concepç@es
de mundo ou mesmo consci?ncia individual! * an2lise de (oLning
sobre a mídia radical ressalta ue o pensador italiano se preocupou
com os modos de desaar o domínio %egem&nico! 8egundo ele,
“* estratégia de 'ramsci para resistir ao poder da classecapitalista nas naç@es em ue ele é mais avançado e, porm, sobrepuj2$lo e assim democrati)ar radicalmente essasnaç@es, baseava$se em sua convicção sobre a necessidadede desaar e destronar o domínio cultural e a liderança
AY%egemonia de suas classes dominantes com uma visãoalternativa coerente e convincente de como a sociedadepoderia organi)ar$se” A(>Z+I+', =CCD, p! D$DR!
*s escol%as ideolgicas de veículos como os citados
também implicam mudanças estruturais e estéticas na maneira como
se pensa e produ) jornalismo, de maneira ue se possa escapar e
resistir ao domínio e#ercido pelas classes dominantes! 8ão
instituiç@es ue se desprendem do modelo importado de jornalismo
ue %2 pelo menos um século é tido como “verdade essencial” da
produção jornalística! 9ortanto, as prprias construç@es estéticas em
ue o jornalismo se solidicou precisam ser revistas para se
determinar uma produção ue seja não$%egem&nica!9or ve)es, a an2lise ideolgica dei#a de lado as relaç@es ue
esta tem com a estrutura da narrativa jornalística! /arcado
tradicionalmente pela objetividade J ue é alvo de críticas de autores,
sobretudo, mar#istas J e por seu viés funcionalista, fa)em$se críticasP maneira como o jornalismo se estruturou sob a inTu?ncia capitalista
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e industrial do modelo norte$americano! 9ara 9ereira 1Snior A=CCO, p!
OQ, por e#emplo, o jornalismo “corre o risco de desumani)ar a
informação, cobrir de cin)a um mundo mais rico do ue a
reportagem, enm, faria supor”, além de simplicar o trabal%o do
jornalista e sua capacidade de debate e interpretação!Mage A=CCR, por sua ve), e#plica ue os conte#tos scio$
%istricos de cada época inTuenciaram as técnicas e a lgica do ofício
jornalístico! *pesar desses conte#tos, não se pode perder de vista
auilo ue Wunc)i[ descreve como a função mais b2sica do
jornalismo, ue é “a de servir como inspetor geral de todo o sistema
político a m de poder proporcionar a crítica pSblica necess2ria para
garantir algum grau de integridade política por parte daueles ue
det?m o poder” A4OO, p! D!(este modo, o jornalismo alternativo ue se prop@e a resistir
P %egemonia precisa também rever o prprio modo como é
produ)ido! "omo arma (eleu)e, “toda forma é um composto de
forças” A=C4, p! 4QC, logo, subverter as estruturas pelas uais a
notícia se congura é também um modo de oferecer resist?ncia ao
conte#to %egem&nico em ue as notícias são produ)idas edisseminadas!
M/0#ina" d g#''a no&a" %ing#agn"
(e acordo com a reTe#ão de (eleu)e A=C4, a sociedade
contempor3nea é auela ue opera por controle dos corpos e mentes
dos indivíduos, a partir de estratégias %egem&nicas utili)ando os
meios de informação e cultura! (entre estes, os meios decomunicação são uma forma poderosa e manutenção do controle!
9ortanto, P mídia alternativa cabe resistir e produ)ir discursos sociais
de enfrentamento! > conceito de m2uina de guerra proposto por
(eleu)e e 'uattari, em “Uratado de +omadologia”, oferece reTe#@es
ue e#pandem a noção e o papel do jornalismo alternativo! Eles
armam ue,
“.uanto P m2uina de guerra em si mesma, pareceefetivamente irredutível ao aparel%o de Estado, e#terior P
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sua soberania, anterior a seu direito: ela vem de outra parte!A!!! 8eria antes a multiplicidade pura e sem medida, a maltairrupção do ef?mero e furor contra a medida, umacelebridade contra a gravidade, um segredo contra o pSblico,uma pot?ncia contra a soberania, uma m2uina contra oaparel%o” A(EME6FE, '6*UU*BI, 4OO, p! CR!
Essa met2fora J ue tem bases na mitologia persa e %indu,
propondo$se a compreender o ue os autores determinam como
“pensamento n&made” J é pontuada pela reTe#ão dialgica
empreendida por (eleu)e e 'uattari sobre as interioridades e
e#terioridades contempor3neas! Essa m2uina trava uma guerra sem
batal%a, uma guerra de guerril%a, contra os poderes ue se
constroem dentro da sociedade de controle: as religi@es, os Estados, o
capitalismo, a ci?ncia, o direito A(EME6FE, =C4!"ompreendida como uma destas m2uinas de guerra
necess2rias P sociedade contempor3nea, a imprensa alternativa tem
de ser capa) de e#por as neglig?ncias e as fal%as do domínio
%egem&nico constituído pelas classes dominantes! -enriue *ntoun
A=CC4 oferece um e#emplo do papel da mídia alternativa na
cobertura de embates característicos das m2uinas de guerra ue se
formam na contemporaneidade!8egundo ele, durante reunião ministerial da >rgani)ação
/undial do Urabal%o A>/", em 4OOO, a cobertura jornalística
%egem&nica do evento dei#ou de fora toda e ualuer informação
referente aos protestos ue estavam sendo reali)ados contra o
encontro! “Ke) em nunca uma p2lida alusão, nada ue ultrapassasse
cinco segundos, aos protestos de grupos ue aconteciam em um
mundo aparentemente irreal” A*+U>6+, =CC4!"ontudo, em meio Ps movimentaç@es políticas e econ&micas
ue teimavam em ignorar os ue estavam do lado de fora, se
concreti)ou o ndependent Media !enter AI/", ou "entro de /ídia
Independente! "riado por organi)aç@es e ativistas da mídia
independente e alternativa, o centro se constituiu como uma rede
para a cobertura jornalística dos protestos contra a >/", em 8eattle!+ão se tratou apenas de uma nova forma de organi)ação!
+ovos procedimentos foram utili)ados como o conceito de mídia sobdemanda J ou seja, a criação de um veículo informativo para uma
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determinada situação J e a cobertura minuto a minuto focada em
acontecimentos ligados P manifestação! Uambém se usou um sistema
de edição aberta Aopen"publis#ing, ue serviu como banco de
compensação de informaç@es aos jornalistas, reunindo reportagens,
2udios, fotos e vídeos! Uudo era disponibili)ado no Lebsite do I/",
sob o regime de cop$le%t J termo ue se contrap@e ao copNrig%t e
permite a livre distribuição e veiculação de material!Keículos de jornalismo independente e alternativo ue surgiram
nos Sltimos anos, como é o caso da /ídia +I+1*, 9s$UK e ou a revista
digital Kice utili)aram procedimentos semel%antes em =C4, durante
a cobertura das manifestaç@es e protestos ue levaram mil%ares de
pessoas Ps ruas em diversas cidades brasileiras, no ue cou
con%ecido como as “1ornadas de jun%o”! 8egundo *ntoun,
“* nova mídia desenvolve sua cobertura como umdocument2rio ccional cujo roteiro vai sendo escrito atravésdas fabulaç@es narradas pelos prprios participantes! 8e elapode abandonar a isenção jornalística e permanecer vera),deve ser porue sua evidente adesão ao acontecimento sefa) para proveito do jornalismo” A=CC4, p! 4DD!
> caso do I/"D é um marco no desenvolvimento da mídia
independente e do jornalismo alternativo, por fa)er uso de novas
estratégias de produção e difusão da informação, mas também por
apontar para camin%os ainda pouco e#plorados nauela época! > uso
de %iperte#tualidade e interatividade foi utili)ado de maneira tímida,
porém irrevog2vel, permitindo ue usu2rios criassem suas prprias
narrativas e, organi)ando$as a partir de %iperlin[s, tecia$se uma rede
narrativa onde cada ponto dava início a novos enredos!
*lém do uso dessas características, as propostas dos sitesda Agência Pública e da Repórter Brasil e#ploram outras duas
potencialidades das narrativas %ipermidi2ticas: a multimidialidade, no
caso da transposição de um te#to jornalístico para outra plataforma,
as %istrias em uadrin%os0 e a narrativa transmídia, ue ser2
aprofundada na relação entre o document2rio “"arne >sso J >
trabal%o em frigorícos” e a reportagem “/oendo 'ente”!
Agência Pública o -o'na%i"$o $#%ti$1diaD Ker: LLL!indNmedia!org
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*ntes da an2lise da reportagem em formato de %istria em
uadrin%os “/eninas em jogo” e para situar a Agência Pública
enuanto forma de jornalismo não$%egem&nico, é preciso apresentar
um breve %istrico: sem ns lucrativos e nanciada por fundaç@es
internacionais como &ord &oundantion e a Open 'ociet$
&oundantions(, além de contar com patrocínios especícos para
trabal%os especiais, como no caso da recente série Ama)*nia Pública
patrocinada pela !limate and +and se Alliance A"lua, a instituição
teve início em março de =C44 pelas jornalistas /arina *maral e
+atalia Kiana, ue atualmente dirigem a ag?ncia! * ideia surgiu
uando elas ainda trabal%avam na revista "aros *migos, peridico
ue pode ser considerado um e#emplo bem$sucedido de jornalismo
alternativo!> projeto das jornalistas pode ser caracteri)ado como não$
%egem&nico por ser nanciado de maneira diferente de empresas
particulares de comunicação, ue tem entre suas principais fontes de
renda a publicidade, inclusive governamental! 8egundo entrevista
concedida por /arina *maral ao site -nig#tcenter .
, da niversit$ o% /e0as, as instituiç@es ue au#iliam nanceiramente o trabal%o da
9Sblica não t?m inger?ncia sobre as pautas, assim como a ag?ncia
também não aceita encomenda de reportagens! Uodo o conteSdo presente no site est2 licenciado como
"reative "ommons, portanto é permitida sua livre reprodução! +o
site, são veiculadas reportagens produ)idas pela prpria euipe,
assim como a produção de parceiros em trabal%os colaborativos! 6m
destes parceirosa é o Zi[ilea[s! *ruivos va)ados pela organi)ação
capitaneada por 1ulian *ssange foram publicados em primeira mão no
;rasil em ra)ão dos acordos entre as duas instituiç@es!Especicamente sobre a reportagem “/eninas em 1ogo”,
lançada em maio de =C4DD, pode$se armar ue se tratou de um
Q > nanciamento por ag?ncias internacionais é passível de problemati)ação no ueconcerne a produção de %egemonia, mas devido P brevidade do artigo, o assuntonão ser2 e#plorado neste momento!H (isponível em: %ttps:55[nig%tcenter!ute#as!edu5pt$br5blog5CC$4=ODR$publica$rumo$ao$nanciamento$do$jornalismo$investigativo$por$croLdfunding! *cesso em:4H5CH5=C4D!
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trabal%o pioneiro no jornalismo on$line brasileiro! Embora o jornalismo
em -. ten%a e#poentes internacionais como é o caso de 1oe 8acco,
ainda são poucos os e#emplos nacionais! +a reportagem produ)ida
pela Agência Pública, a jornalista *ndreia (ip e o uadrinista
*le#andre de /aio abordaram o impacto da "opa do /undo sobre a
e#ploração se#ual infantil em 7ortale)a, no "ear2, uma das 4= sedes
do mundial de futebol!
2ig#'a ! 3 R4'od#*+o da 4/gina 55 da '4o'tag$ 6Mnina"
$ -ogo72ont: %ttp:55apublica!org5=C4D5CQ5%$meninas$em$jogo5
(epois de uma entrevista com a advogada /agnlia 8aid,
em março de =C4, denunciando o aliciamento de meninas no interior
do "ear2, teve início a pauta! * reportagem foi nanciada com o
pr?mio recebido do KII "oncurso Uim Mopes de 1ornalismo
Investigativo, na "ategoria Especial “Kiol?ncia se#ual contra crianças
e adolescentes no conte#to da "opa do /undo de =C4D\! (urante tr?s
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4=
meses, mais de C pessoas foram entrevistadas e, posteriormente,
resultado p&de ser conferido gratuitamente no site!8egundo a jornalista *ndreia (ip, em entrevista ao
Wnig%tcenter, o resultado da investigação foi apresentado em
uadrin%os para “ambientar e conte#tuali)ar sem e#por as meninas,
inovar no formato e na linguagem e tra)er essa realidade para perto
do leitor, porue ele acompan%a o processo de apuração, entrevistas
e até do encontro com a falta de dados e informaç@es”!6ma das características presentes na produção jornalística
da Agência Pública é a utili)ação de outros formatos narrativos para
além de te#tos, como fotos, vídeo, 2udio e infogr2cos! * isto,
seguindo as noç@es de 'radim A=CC=, podemos dar ao nome de jornalismo multimídia, uma das tend?ncias possibilitadas pelo
conte#to digital e de linguagens! * reunião de elementos “cria um
tipo radicalmente novo de jornalismo, o multimídia, ue usa uma
combinação de te#tos, fotos, vídeo, 2udio, animação e gr2cos,
apresentados num formato não linear e não redundante” A'B*(I/,
=CC=, p! !* reportagem especial produ)ida pela Agência Pública se
relaciona ao conceito de multimídia ao reunir desen%o e te#to, na
linguagem j2 consagrada das %istrias em uadrin%os! * linguagem
escol%ida para a reportagem também estabelece limites uanto P
multimidialidade, portanto, não %2 uso de 2udio ou vídeo! *inda
assim, “/eninas em 1ogo” tra) novas possibilidades para a construção
do te#to jornalístico, permitindo maior participação dos autores, ue
e#p@em seus pontos de vista por meio do uso da primeira pessoa no
relato jornalístico! /arcaç@es especícas como o uso de cores nos
bal@es também marcam a especicidade de cada relato e as
intervenç@es dos jornalistas! Uanto pelo modo como se mantém nanceiramente, uanto
pelo uso de linguagens ue não são comuns na mídia brasileira, a
Agência Pública se insere no ue pode ser denido como jornalismo
não$%egem&nico! *ssim como esta instituição da mídia alternativa
(isponível em %ttps:55[nig%tcenter!ute#as!edu5pt$br5blog5CC$4QH=D$agencia$publica$lanca$reportagem$em$uadrin%os$com$investigacao$sobre$e#ploracao$se#ua! *cesso em =C5CH5=C4D!
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contempor3nea, a >+' Repórter Brasil também demonstra
inventividade no uso das novas tecnologias, e#pandindo suas
narrativas por meio dauilo ue se convencionou c%amar de
narrativas transmídia!
Repórter Brasil a" na''ati&a" t'an"$1dia
9ropondo discursos diversos daueles da mídia tradicional,
os veículos alternativos rompem com algumas convenç@es
jornalísticas, abandonando em alguns casos a pretensa neutralidade
ou objetividade tão cara ao modelo tradicional de mídia! * utili)ação
da narrativa em primeira pessoa, como no caso da reportagem
“/eninas em 1ogo”, aponta para essa preocupação com as %istrias
ue são narradas! >utros aspectos presentes em veículos de mídia
alternativa são o car2ter de denSncia e responsabilidade social
partil%ada presente nas abordagens e coberturas ue são feitas!
/esmo em coberturas de temas abordados pela mídia tradicional, o
tratamento discursivo gan%a pluralidade a partir de novos ol%ares!Em outubro de =CC4, um grupo de jornalistas, cientistas
sociais e educadores fundou a >+' Repórter Brasil, cujo objetivo éidenticar, assim como tornar pSblicas situaç@es ue ferem direitos
fundamentais dos povos e trabal%adores no ;rasil! 9or meio de
projetos especiais e produção de reportagens, investigaç@es
jornalísticas, assim como pesuisas e metodologias educacionais, a
organi)ação prev? a criação de instrumentos de combate P
escravidão contempor3nea! "omo a Agência Pública, a >+' Repórter Brasil não tem ns
lucrativos! 8eu funcionamento é nanciado por meio de doaç@es
dedutíveis de imposto de renda de empresas ue se solidari)am com
o trabal%o! >utra opção são as doaç@es de pessoas físicas, possíveis
desde =C4=! Em ambos os casos, a organi)ação garante ue não %2
interfer?ncia no conteSdo editorial ou direcionamentos tem2ticos!
*lém disso, a organi)ação disponibili)a em seu site a prestação de
contas e o balanço patrimonial anual auditado, como ferramenta de
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4D
transpar?ncia! Uambém em =C4=, a >+' passou a adotar a licença
!reative !ommons!Repórter Brasil dedica$se a uatro programas centrais: Agência
de 1otícias, Pesquisa em cadeias produtivas, 2scravo, nem pensar3 e
Agrocombustíveis e commodities! * elas soma$se um trabal%o de
“articulação política para aumentar o impacto das aç@es dos programas
junto ao seu pSblico, ou seja, junto a lideranças sociais, políticas e
econ&micas”R! 9residida por seu criador, Meonardo 8a[amoto, a
instituição tem atuado para denunciar usos do trabal%o escravo no país
e o jornalismo é apenas uma de suas frentes de ação nesse sentido!7ruto de dois anos de trabal%o de uma euipe multi$
disciplinar, o document2rio “"arne >sso J > trabal%o em frigorícos”,
de =C44, apresenta em HQ minutos a realidade dos frigorícos no
;rasil! * investigação apresentou dados sobre os riscos ue os
trabal%adores encaram, assim como as les@es físicas e psíuicas ue
os acompan%am mesmo depois de dei#ar de trabal%ar nesses
ambientes!“E#posição constante a facas, serras e outros instrumentos
cortantes0 reali)ação de movimentos repetitivos ue podem gerar
graves les@es e doenças0 pressão psicolgica para dar conta doalucinado ritmo de produção0 jornadas e#austivas até mesmo aos
s2bados0 ambiente as#iante e, obviamente, frio J muito frio”O foram
apresentadas como problemas encontrados nos ambientes de
trabal%o! > lme circulou o mundo e, além de premiaç@es, também
c%amou a atenção para a situação dos trabal%adores!
R (isponível em: %ttp:55reporterbrasil!org!br5uem$somos! *cesso em =45CH5=C4D!O (isponível em %ttp:55reporterbrasil!org!br5carneosso5o$lme5! *cesso em=C5CH5=C4D!
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4Q
2ig#'a 5 3 R4'od#*+o da '4o'tag$ digita% 6Mondo Gnt72ont: %ttp:55LLL!moendogente!org!br
* investigação continuou sendo feito, mesmo depois do
lançamento do document2rio e, em =C4=, foi disponibili)ada a p2gina
on$line “/oendo 'ente J *s m2s condiç@es de trabal%o nas maiores
indSstrias brasileiras de carne”4C! * partir de um infogr2co, no ual o
mapa do ;rasil é pontuado por facas e cada uma delas tra)
informaç@es recentes sobre problemas em frigorícos, o leitor pode seaprofundar no tema e atuali)ar as informaç@es presentes no lme de
=C44! * investigação se aprofundou para compreender as condiç@es
impostas aos funcion2rios dos tr?s maiores frigorícos brasileiros:
;rasil 7oods A;B7, 1;8 e /arfrig!/ais ue utili)ar elementos multimídia, a narrativa em
“/oendo 'ente” e “"arne >ssos” se e#pande em diferentes meios,
seguindo auilo ue 1en[ins descreve como:
“6ma narrativa transmidi2tica se desenrola através demSltiplos suportes midi2ticos, com cada novo te#tocontribuindo de maneira distinta e valiosa para o todo! +aforma ideal de narrativa transmidi2tica, cada meio fa) o uefa) de mel%or A!!!! "ada acesso P franuia deve seraut&nomo, para ue não seja necess2rio ver o lme paragostar do game, e vice$versa! "ada produto determinado éum ponto de acesso P franuia como um todo!” A=CCR, p!4Q!
Espal%ando, assim, as informaç@es em blocos ue podem
ser lidos ou visuali)ados de maneiras diversas e independentes, a4C (isponível em %ttp:55moendogente!org!br5! *cesso em =C5CH5=C4D!
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4H
mensagem passa a ser construída de maneira interativa pelo
receptor, ue assume um papel ativo na construção de sentidos!
"abe notar ue a reportagem e o document2rio se conguram na
proposta de “m&nada aberta”, descrita por 9ernisa 1Snior ] *lves
A=CCO! 8egundo eles, cabe a uem fa) a reportagem tentar organi)ar
blocos de informação ue conten%am o m2#imo de dados sobre um
determinado tema, ue faça parte de um assunto mais geral!"ongurando$se ideologicamente como um veículo de
jornalismo não$%egem&nico, em pro#imidade com as acepç@es feitas
pela Agência Pública, a >+' Repórter Brasil também fa) opç@es
estéticas para apresentar suas narrativas jornalísticas de modo não
convencional! Em outras reportagens, é comum perceber a aus?ncia
de lide nos primeiros par2grafos, assim como em outras a vo) do
narrador é perceptível desde o primeiro instante, não se atendo
apenas ao relato ou a descrição, mas abrindo espaço para críticas e
uestionamentos ue visam levar o leitor P reTe#ão!
Con"id'a*8" 9nai"Embora seja um breve recorte de uma pesuisa em
desenvolvimento, o presente te#to apresenta alguns dados ue
podem nortear a compreensão das novas mídias alternativas e sua
relação com características presentes nas tecnologias informacionais
oferecidas pela Internet! *o analisar as reportagens especiais
produ)idas por dois e#emplos de jornalismo não$%egem&nico, é
possível esclarecer ue a relação entre jornalismo e resist?ncia se d2não apenas no plano ideolgico, mas também no nível estético da
linguagem!* mídia alternativa não é recente, mas enuanto fen&meno
presente na sociedade contempor3nea, seus alvos de resist?ncia não
são os mesmos de décadas passadas! Este jornalismo resiste a algo
menos e#plícito ue regimes ditatoriais! Ele se anuncia contra a
prpria ordem ideolgica do capitalismo ue, por um lado, produ)
ineuidades e, por outro, conuista pelas benesses da liberdade
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consumo! Inseridos na sociedade de controle, conforme descrita por
(eleu)e A=C4, cabe aos veículos encontrar meios de se articular
para e#por as desigualdades e fal%as do sistema! Uanto a Agência Pública, uanto a Repórter Brasil
encontraram formas de se organi)ar e evitar a reprodução das
estruturas tradicionais da mídia privada, ue não pode fugir da
necessidade de lucro a partir da venda de notícias e informaç@es! *s
mudanças estruturais e organi)acionais destes e#emplos também
apontam para maior liberdade na construção do material jornalístico
ue apresentam, fugindo a regras consagradas como a objetividade e
o distanciamento!
* discussão em torno de posicionamentos ideolgicos dentrodo jornalismo, por sinal, e#trapolou as fronteiras da mídia alternativa!
"omo aponta Wunc)i[ A4OO, a objetividade vem se tornando um
valor jornalístico cada ve) mais criticado! 8egundo ele, essa noção
vem sendo substituída, sobretudo no jornalismo alemão, pelo
emprego de conceitos como “neutralidade” ou “parcialidade
pluralística”!9ara ambas as instituiç@es analisadas, o cen2rio digital em
ue se desenvolveram é marcante e oferece possibilidades ue
variam de acordo com a criatividade dos prossionais envolvidos! +a
reportagem “/eninas em 1ogo”, as reTe#@es da reprter e do
uadrinista ue produ)iram o material estão sempre presentes, de
modo a %umani)ar a produção jornalística! > mesmo acontece no
document2rio “"arne >sso J > trabal%o nos frigorícos”, ue também
busca a %umani)ação dos personagens! > ue se percebe ao nal é a
tentativa de superar um dos grandes desaos do jornalismo: o falar
com o outro!
R'n)ia" ;i;%iog'/9)a"
*+U>6+, -enriue! Jo'na%i"$o ati&i"$o na hi4'$1dia: $ 0#
" 4od ')onh)' a no&a $1dia
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;6"WEM, 8onja0 7I8"-EB$ME8"*+>, *ndreas! R)on"id'ando
g'a$")i: hg$onia no di'ito g%o;a%?5(!>>@Z+I+', 1o%n (! -! M1dia Radi)a% 3 R;%dia na" )o$#ni)a*8"
$o&i$nto" "o)iai"! = edição! 8ão 9aulo: Editora 8enac! =CCD!
'B*(I/, *nabela! O" gn'o" a )on&'gn)ia: o -o'na%i"ta
$#%ti$dia do ")#%o I! "ovil%ã, 9ortugal: Mabcom56;I, =CC=!
(isponível em: _%ttp:55LLL!labcom!ubi!pt5les5agoranet5C=5gradim$
anabela$generos$convergencia!pdf! *cesso em: 4H5CH5=C4D!
'B*/8"I, *ntonio! Cad'no" do )/')', &o%< MIKEIB*, (ennis de! > jornalismo alternativo na contemporaneidade!
In: A4o"ti%a I ( C#'"o d di#"+o )#%t#'a% $ Jo'na%i"$o Po4#%a'
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A%t'nati&o< 8ão 9aulo: =CCO! (isponível em:
_%ttp:55LLL!usp!br5alterjor5*postila`I"urso(ifusao!pdf! *cesso em:
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investigação na imprensa! = ed! 9etrpolis, B1 : Ko)es, =CCO!
9EB+I8* 1+I>B, "arlos ] *MKE8, ZedencleN! /&nada aberta:
verticalidade e %ori)ontalidade no jornalismo na Zeb! In: Anai" 3
Int')o$ So)idad B'a"i%i'a d E"t#do" Int'di")i4%ina'"
da Co$#ni)a*+o 3 II Cong'""o B'a"i%i'o d Cin)ia" da
Co$#ni)a*+o J "uritiba, 9B J D a de setembro de =CCO!
9>'BE;I+8"-I, U%amN! > direito de resist?ncia na teoria política
contempor3nea! In: R&i"ta L#ga' Co$#$: E"t#do" d $1dia,
)#%t#'a d$o)'a)ia, &o%< !>(5@F En)ont'o Na)iona% d i"tH'ia da M1dia,
5@!, O#'o P'to ( MG< Anai" do >F En)ont'o Na)iona% d
i"tH'ia da M1dia
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