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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
RESPONSABILIDADE SOCIAL E OS IMPACTOS AMBIENTAIS:
UMA ANÁLISE DOS FATORES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E
AMBIENTAL NA CIDADE DE SURUBIM – PE.
Por: GORETTE CRISTINA LEAL SILVESTRE VIEIRA
Orientador: Prof. MÁRIO LUIZ TRINDADE ROCHA
Co-Orientadora: Profª. GLÓRIA JESUS DE OLIVEIRA
RECIFE – PE
2013
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
RESPONSABILIDADE SOCIAL E OS IMPACTOS AMBIENTAIS:
UMA ANÁLISE DOS FATORES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E
AMBIENTAL NA CIDADE DE SURUBIM – PE.
Apresentação de monografia ao
Instituto A Vez do Mestre – Universidade
Cândido Mendes como requisito parcial
para obtenção do grau de especialista em
Gestão Estratégica e Qualidade.
Por: Gorette Cristina Leal Silvestre Vieira
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AGRADECIMENTOS
A Deus, sempre presente, concedendo-me coragem para continuar nessa
caminhada em busca do saber, obrigada por tudo de bom que me tem dado.
Aos Professores Mário Luiz Trindade Rocha e Glória Jesus de Oliveira que não
mediram esforços e sempre se dispuseram a ajudar.
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais e irmãos,
que sempre acreditaram na minha
capacidade e incentivaram para que eu
lutasse pelos meus sonhos.
Ao meu marido, Flávio,
que me apoiou e foi sempre um grande
companheiro.
Aos meus filhos, Rafael e Manoela,
sinônimos de amor e carinho, minha razão
de viver...
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RESUMO
A questão ambiental não pode ser tratada de forma isolada e seu reflexo cada vez mais está
se refletindo no consumo de produtos, na competitividade das empresas e no mercado, a
cada dia mais globalizado. A Responsabilidade Social é uma forma de conduzir os negócios
da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsável pelo desenvolvimento
social. Também anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento sustentável, porque
uma empresa socialmente responsável não é a que cumpre somente as obrigações legais,
mas a que desenvolve ações efetivas junto à sociedade, seja através da melhoria das
condições de trabalho dos próprios empregados, seja de respeitar e atuar com ética perante
os colaboradores. O estudo nos mostra que o meio ambiente é um dos assuntos que está
tendo um grande destaque nos dias de hoje, e a conscientização é de extrema importância
para todos. De acordo com a pesquisa realizada ficou constatado que existem empresas que
se preocupam com o aspecto ambiental, porém há uma resistência por grande parte das
pequenas empresas em não investir nesse setor por conta dos altos custos. No entanto, há
soluções simples, de baixos custos e eficazes bem próximas as mesmas.
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METODOLOGIA
Os métodos utilizados para a execução deste trabalho foram: pesquisas em
livros, internet, consultas a sites e revistas especializadas, matérias jornalísticas,
observação “in loco” e coleta de dados através da aplicação de questionários
direcionados a empresas parceiras na elaboração da pesquisa.
Destacando como autores principais que serviram de referência bibliográfica:
Cavalcanti (2003). Casseti (1999) e Viederman (1994); dentre outros autores que foram
pertinentes na elaboração do mesmo.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................... 08
CAPÍTULO I - VERIFICANDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO MEIO
AMBIENTE
1.1 O Homem, a Natureza e a Economia................................................................ .11
1.2 Legislação Ambiental no Brasil........................................................................ .12
1.3 A Participação do Cidadão no Desenvolvimento Sustentável.................................. 13
1.4 A Importância da Reciclagem...................................................................................14
1.5 Uma Conferência como meio de influência para o Poder Público...........................15
CAPÍTULO II - ANALISANDO AS PRÁTICAS E AÇÕES RELACIONADAS À
GESTÃO AMBIENTAL EM SURUBIM
2.1 A Cidade de Surubim – Breve Histórico...................................................................18
2.2 Práticas e Ações Relacionadas à Gestão Ambiental na Cidade de Surubim.............19
2.3 Ações na Cidade de Surubim.....................................................................................21
CAPÍTULO III – APRESENTANDO PROJETOS SOCIAIS QUE AUXILIAM O
REAPROEITAMENTO DOS PRODUTOS E MATERIAIS QUE PODEM SER
REUTILIZADOS
3.1 A Comunidade Kairós atuando em Surubim...........................................................26
3.2 A questão do polo de confecções na cidade de Surubim........................................29
3.3. Projetos Para a Cidade de Surubim..........................................................................30
3.3.1 Possíveis soluções para o município.............................................................. 32
CONCLUSÃO....................................................................................................... 33
BIBLIOGRAFIA................................................................................................... .37
WEBGRAFIA....................................................................................................... 38
ANEXOS.............................................................................................................. 39
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INTRODUÇÃO
A questão central deste trabalho é a ambiental, e nos dias atuais a mesma não pode ser
tratada de forma isolada. Seu reflexo, cada vez mais está se refletindo no consumo de produtos,
na competitividade das empresas e no mercado, a cada dia mais globalizado. O tema em estudo
será Responsabilidade Social e os Impactos Ambientais, o mesmo foi escolhido devido a
problemas encontrados no cotidiano da cidade de Surubim.
O conceito de Responsabilidade socioambiental, segundo o Conselho empresarial brasileiro
para o desenvolvimento sustentável, é um compromisso permanente por parte dos empresários
na adoção de uma postura e ações de mercado éticas, que contribuam para o desenvolvimento
econômico de forma consoante com a qualidade de vida de seus clientes internos e externos, e
onde é necessário se adotar práticas de produção e consumo sustentável.
Sabe-se da grande importância que o meio ambiente tem na vida dos seres humanos. Porém
o mau uso dos recursos naturais vem causando muitos impactos ambientais, sociais e
econômicos ao longo dos anos e para serem entendidos e compreendidos precisam ser
observados numa visão mais abrangente.
Analisando a situação na cidade de Surubim, ficamos indagando qual a importância da
sustentabilidade e qual a preocupação das empresas com a mesma? Será que existem motivos
que influenciam as empresas a não investirem? O que tem sido feito em favor da população?
Inicialmente um dos motivos para a não contribuição é o investimento alto para a realidade
do mercado, pois as empresas não comportam uma estrutura organizacional para armazenar os
materiais a serem reaproveitados. Para ser feito a abertura desse setor na empresa, é necessário
um investimento no qual o retorno vem em longo prazo, que para o empreendedor se torna
inviável. Porém, existem diversos produtos que reduzem os impactos ambientais que são de
baixo custo, e pode ser utilizada diariamente, como por exemplo, a substituição das sacolas
plásticas, mas é necessário agir com respeito à natureza e conscientizar os consumidores dessa
necessidade.
A comunidade é de fundamental importância na cobrança por projetos em relação à seleção
do lixo (setor público) e ações das empresas. Logicamente que, para se cobrar primeiro terá que
se conscientizar da sua importância nesse ciclo. Quanto aos órgãos públicos, em nossa cidade,
essa questão precisa ser tratada de maneira mais séria. Uma das maneiras possíveis a ser adotada
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é espalhar por toda, ou grande parte da cidade, lixeiras específicas para cada produto, sendo feita
uma coleta seletiva e também um aterro sanitário. Conscientizando a população a criar hábitos
ecologicamente corretos, para que juntos possamos minimizar esses impactos ambientais, e ao
mesmo tempo, aquecendo o mercado.
Sabendo que, a preocupação ambiental vem ganhando a cada dia, mais
importância, à medida que os efeitos climáticos e a escassez de recursos naturais
provocam prejuízos materiais, observa-se que este tema escolhido é de fundamental
relevância. Assim, se pretende mostrar como diminuir os efeitos poluentes ou
degradantes, de modo estratégico, porque numa economia sustentável se faz necessário
mostrar potenciais no presente e ao mesmo tempo pensando no futuro, tornando assim,
as empresas competitivas no mercado.
A hipótese mais provável para a solução deste problema é de longo prazo, e está
sendo apresentada uma proposta de trabalho que envolve parcerias através de estratégias
e qualidade, para resolução dos mesmos, a partir de ações práticas de recuperação
ambiental, de educação ambiental e de cidadania.
Os métodos utilizados para a execução deste trabalho foram: pesquisas em
livros. Internet, revistas especializadas, matérias jornalísticas e também na observação
“in loco”.
O mesmo está sendo dividido em três capítulos. No primeiro capítulo vemos uma
abordagem sobre o desenvolvimento sustentável no meio ambiente. O segundo capítulo
ressalta as práticas e ações relacionadas à gestão ambiental como forma de avaliar as
empresas que se preocupam com a sustentabilidade e a preservação ambiental da cidade
de Surubim. Já no terceiro capítulo serão apresentados alguns projetos sociais que
auxiliam o reaproveitamento dos produtos e materiais que podem ser reutilizados.
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CAPÍTULO I
VERIFICANDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO MEIO AMBIENTE
A definição de desenvolvimento sustentável surgiu na década de 1970, através
de estudos das Organizações das Nações Unidas por conta das mudanças climáticas que
estavam ocorrendo, pois a humanidade estava preocupada devido às crises ambientais e
sociais que estavam surgindo sobre o mundo.
Entretanto, o desenvolvimento sustentável deve ser visto de modo crescente,
mesmo de forma pequena, mas com o objetivo de integrar o progresso ao meio
ambiente, buscando meios de não degradá-lo, mas que traga desenvolvimento.
O pesquisador Viederman (1994) enfatiza que esse conceito vai além da simples
preservação dos recursos da natureza e pode ser entendido como o desenvolvimento
econômico e material que leve em conta as consequências das atividades humanas sobre
o ambiente e se utilize de recursos naturais que possam ser renovados, para que não haja
degradação do ambiente ou esgotamento desses recursos. A argumentação do mesmo
sustenta a ideia de que
desenvolvimento sustentável é um processo participativo que cria e almeja uma visão de comunidade que respeita e usa com prudência todos os recursos naturais, humanos, feitos pelas pessoas, sociais, culturais, científicos e assim por diante. A sustentabilidade procura garantir, o máximo possível, que as gerações atuais tenham um elevado grau de segurança econômica e possam ter democracia e participação popular no controle das comunidades. Paralelamente, as gerações atuais devem manter a integridade dos sistemas ecológicos dos quais dependem toda a vida e a produção. Devem também assumir responsabilidades em relação às gerações futuras, para deixar-lhes a mesma visão (Viederman, 1994 : 4)
Segundo Cavalcanti (2003), sustentabilidade significa a possibilidade de se
obterem continuamente condições iguais ou superiores de vida para um grupo de
pessoas e seus sucessores em dado ecossistema.
Tal conceito equivale à ideia de manutenção de nosso sistema de suporte da
vida. Basicamente, trata-se do reconhecimento do que é biofisicamente possível em uma
perspectiva de longo prazo.
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Para que uma sociedade se desenvolva de modo sustentável, ela deve praticar atitudes
que atendam não apenas às suas necessidades, mas também às necessidades das futuras
gerações.
1.1 O Homem, a Natureza e a Economia.
A sociedade humana busca, desde sua origem, formas de otimizar sua estabilidade
no meio em que está inserida. A revolução industrial, além de simbolizar o início da
idade contemporânea, trouxe consigo alguns ideais reformadores, cujos efeitos
perduram até hoje: a exaltação ao lucro e, principalmente, o esgotamento dos recursos
naturais.
Para Casseti (1991), as transformações sofridas pela natureza, através do emprego
das técnicas no processo produtivo, são um fenômeno social, representado pelo
trabalho, e as relações de produção mudam conforme as leis, as quais implicam a
formação econômico-social e, por conseguinte, as relações entre a sociedade e a
natureza.
Para ter uma vida boa no mundo capitalista, é preciso agir sabiamente, investir,
construir e competir. Somente os mais fortes e hábeis sobrevivem. Infelizmente, a nossa
realidade também é assim. Esse fator somado à futilidade e ao caráter consumista de
muitos, gera uma atmosfera não muito agradável.
Entretanto, para acumular capital, é necessário que medidas, nem sempre ecológicas
sejam tomadas. Derrubada de matas exageradas, construção civil e liberação de CO2
pelas inúmeras indústrias espalhadas pelo planeta são exemplos de consequências
negativas para o homem. O problema, contudo, reside no fato de que poucos percebem
a presença de um ciclo vicioso entre industrialização, economia e desintegração da
fauna e da flora.
É preciso entender que o homem surgiu não para competir com o meio ambiente,
mas sim para viver em conjunta harmonia com ele. É uma relação de mutualidade,
cooperação de ambas as partes.
Desenvolver projetos sustentáveis continua sendo uma boa solução para essa
turbulência. Pois diante da utilização cada vez maior dos recursos naturais pela
sociedade de consumo, aumentaram as preocupações com a capacidade do planeta de
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sustentar a vida, sobretudo quando se verifica que a população mundial ainda está
crescendo em ritmo acelerado.
1.2 Legislação Ambiental no Brasil
A Lei nº 6.938 de 1981, é o marco legal de proteção ambiental no Brasil a
Lei da Política Nacional de Meio Ambiente. Essa Lei estabelece princípios, objetivos e
instrumentos da política Nacional do Meio Ambiente, incorpora o Estudo de Impacto
Ambiental no ordenamento jurídico brasileiro e institui o Sistema Nacional do Meio
Ambiente.
A Lei nº 6.938 lista vários instrumentos ambientais. Entre eles:
• Licenciamento Ambiental. O licenciamento é “o procedimento administrativo
pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação,
ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou
daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.”
• Avaliação de Impacto Ambiental. No Brasil, o estudo prévio do impacto
ambiental é exigido sempre que houver a possibilidade de significativa
degradação do meio ambiente. Por exemplo: estradas de rodagem com duas ou
mais faixas de rolamento, ferrovias, portos e aeroportos, oleodutos, gasodutos e
emissários de esgoto sanitário, linhas de transmissão de energia elétrica acima de
20 KV, extração de combustível fóssil e de minério.
• Responsabilidade Civil Ambiental. Quem degrada o meio ambiente responde
administrativa, civil e penalmente por seu ato. “É o poluidor obrigado,
independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos
causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.”
A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu artigo 225: “Todos têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
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Em 1998, foi aprovada a Lei nº 9.605, a Lei dos Crimes Contra o Meio
Ambiente. Na estrutura da administração federal do Brasil, a legislação criou três órgãos
para cuidar do ambiente:
• CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.
• Ministério do Meio Ambiente.
• IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis.
1.3 A Participação do Cidadão no Desenvolvimento Sustentável
São muitas as formas pelas quais se pode atuar em defesa do meio em que
vivemos, de acordo com Boligian et al (2009), podemos contribuir na busca de um
desenvolvimento sustentável das seguintes maneiras:
• Economizando água e divulgando a importância de não deixar torneiras
mal fechadas e com vazamentos;
• Plantando muitas mudas de árvores casa, no bairro e na cidade toda. Isso
poderá auxiliar na recuperação de áreas degradadas, como as margens de
muitos rios urbanos;
• Solicitando à prefeitura ou à associação de moradores uma biblioteca
comunitária e realizando campanhas de doação de livros e revistas que
tratem de problemas ambientais;
• Protestando e denunciando em jornais e emissoras de rádio quando vir
alguma agressão ao meio ambiente. Divulgando também as soluções
possíveis para esse problema;
• Economizando energia elétrica e divulgando a importância do
aproveitamento da luz natural durante o dia;
• Escrevendo cartas para os responsáveis pela poluição, como diretores de
fábricas poluidoras e donos de frota de ônibus e caminhões, e também
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pra órgãos de defesa ambiental, exigindo o controle da emissão de
elementos poluentes na natureza;
• Fiscalizando o trânsito e denunciar as placas de veículos polidores;
• Solicitando à prefeitura do município a coleta seletiva de lixo no bairro
(se não houver).
Cada vez mais estamos sofrendo as consequências dos prejuízos que causamos a
natureza. A situação é muito séria e o futuro não é nada promissor. Toda a população
deve se sensibilizar com esta realidade e buscar orientações sobre atitudes que devem
ser incentivadas e outras que devem ser substituídas na nossa rotina diária.
Vimos, contudo, que a participação individual constitui uma das condições
fundamentais para o alcance do desenvolvimento sustentável. Todos os
comportamentos que possam resultar em agressão ao meio ambiente devem ser
avaliados, de modo que o ser humano busque em sua relação com a natureza, atender às
suas necessidades sem comprometer a preservação do meio ambiente. Ao ser
atuante, todo cidadão porá em prática o lema de uma sociedade sustentável: pensar
globalmente e agir localmente. Sabendo que, o princípio básico do desenvolvimento
sustentável reside na participação democrática, em que cada cidadão possa atuar como
agente transformador da realidade.
1.4 A Importância da Reciclagem
Sabe-se que desde a década de 1970, a produção de produtos descartáveis vem
aumentando vertiginosamente, e, consequentemente, a produção de lixo, principalmente
em países com elevada escala de industrialização. Atualmente, certos governos, ONGS
e movimentos estão cobrando das empresas posturas mais responsáveis e corretas, tanto
no âmbito social quanto no aspecto sustentável, ou seja, o desenvolvimento econômico
deve estar atrelado, direta ou indiretamente, à conservação do meio ambiente. Exemplos
como coleta de pilhas e reciclagem de latas de alumínio são comuns em diversas
cidades brasileiras.
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Além de promover a preservação do meio, o processo de reciclagem gera
inúmeros benefícios para a sociedade, em geral, levando a um aumento na renda
daqueles que realizam coleta, reduzindo os impactos sobre solos, lençóis freáticos, rios,
e vales. Além disso, muitas indústrias realizam periodicamente reciclagem de materiais
de forma a diminuir a quantidade de gastos. Por conseguinte, as economias restantes
podem ser convertidas em investimentos para a melhoria da empresa, podendo gerar
maiores lucros, ofertas de emprego e assistência aos funcionários envolvidos no
processo.
Entretanto, a situação vigente na cidade de Surubim é preocupante: ao visitar o
lixão municipal, percebe-se uma falta de compromisso com a tão falada
sustentabilidade. Infelizmente, a ideia de reciclagem não faz parte daquele cotidiano,
acarretando sérios problemas à população circunvizinha, à fauna e flora local e ao solo
da região.
Com o intuito de reduzir a proliferação do lixo nos municípios, precisa-se de
apoio e incentivo sócio-governamental para que ocorram investimentos na área da
sustentabilidade, sendo estes os principais fatores que contribuem para um possível
crescimento organizado, correto, cuidadoso e proporcional às reais necessidades
humanas. Consequentemente, evita-se a propagação da poluição, geram-se mais
empregos e combate-se a disseminação de inúmeras doenças que podem,
potencialmente, afetar a sociedade mundial. Investindo maciçamente em atos
relacionados direta ou indiretamente ligados à reciclagem, faz-se possível a diminuição
do acúmulo de lixo, logo, ocorrerá uma menor exploração dos recursos naturais, tão
comentados atualmente devido à sua excessiva utilização.
1.5 Uma Conferência como meio de influência para o Poder Público
Para conhecermos os grandes problemas ambientais que atingem a sociedade, é
necessário entender que o meio ambiente não é formado apenas pela flora, fauna, ar e
solo. É o resultado da soma de fatores abióticos e bióticos e da cultura humana, sendo
estes vistos em automática interação. Do surgimento da humanidade até os dias atuais, o
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meio vem sofrendo uma constante modificação por parte daqueles que o constituem.
Antigamente, consistia, por conta da pequena população e urbanização, uma
transformação irrisória. Hoje, no entanto, percebe-se algo bastante vertiginoso, danoso,
desorganizado e desenfreado.
Vive-se, contemporaneamente, na sociedade do consumo e o modelo de
crescimento utilizado pela grande parte dos países aumenta a demanda de recursos
naturais. Precisa-se de mais água, matéria-prima, combustíveis, alimentos, terrenos, etc.
Por outro lado, perde-se qualidade de vida e surgem desafios intrigantes. Uma
verdadeira corrida contra o nosso próprio tempo. As politicas econômicas são orientadas
com o intuito de aumentar a produção, implicando uma maior exploração de recursos
naturais e fontes de energia oriundas da natureza.
Só apenas depois da Segunda Guerra Mundial, gradualmente, os problemas
ambientais passaram a ser vistos de maneira diferenciada. Encarando diversas
catástrofes e transtornos ambientais, o homem decidiu adotar uma nova postura diante
de tais acontecimentos. Era perceptível, portanto, que a natureza não era resistente a
inúmeras e negativas intervenções/agressões humanas em seu ciclo natural. Surgiram,
posteriormente, instituições e movimentos ecológicos com uma gama de objetivos a
serem alcançados, todos eles tendo em comum a defesa da preservação da vida da fauna
e flora. A realização de conferencias contribuiu não somente para incentivar a
conscientização ecológica, mas também para alertar que a degradação do ambiente
comprometeria a estabilidade da população terrestre.
Na década de 70, ocorreu a Conferência das Nações Unidas acerca do Meio
Ambiente Humano ou Conferência de Estocolmo, na Suécia. Durante esse encontro,
chefes de Estado reuniram-se para debater os possíveis rumos da ambiente e seu
desenvolvimento com a intervenção antrópica. Surgiram aí novas polemicas. A
proposta estabelecida pelos países desenvolvidos era, na verdade, congelar as
desigualdades socioeconômicas vigentes no globo. Os países subdesenvolvidos, por sua
vez, defendiam a implementação de uma rápida industrialização, acarretando grandes
impactos em diversas áreas.
A Conferência foi um marco para a humanidade, reiterando a importância da
consciência generalizada, alertando para uma cooperação conjunta de todos os países
envolvidos. Foram estabelecidos princípios os quais ampliaram o conceito de qualidade
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de vida associado à qualidade ambiental e à justiça social. O conceito de
desenvolvimento passou a ser relacionado ao controle de poluição e ao uso racional e
organizado dos recursos naturais, evitando, assim, seu esgotamento e garantindo
benefícios acerca de seu uso moderado.
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CAPÍTULO II
ANALISANDO AS PRÁTICAS E AÇÕES RELACIONADAS À GESTÃO
AMBIENTAL EM SURUBIM
2.1 A Cidade de Surubim – Breve Histórico
Surubim é um município do estado de Pernambuco, conhecido como a capital da
vaquejada. Originou-se de uma fazenda de gado, pertencente a Lourenço Ramos da
Costa. A cidade tem este nome em homenagem ao boi Surubim que foi atacado e
devorado por uma onça nas terras do fazendeiro Lourenço Ramos onde hoje se encontra
o atual município. Foi emancipado através da Lei estadual nº 1.931 de 11 de setembro
de 1928 (data em que se comemora seu aniversário).
Localiza-se a uma altitude 07049’59¨ sul e a longitude 35045’17¨ oeste, estando a
uma altitude de 220 metros acima do nivel mar. Sua população estimada em 59.751
habitantes/ IBGE 2012.
Cortado pelo Rio Capibaribe, o município tem uma das maiores barragens do
estado. A barragem de Jucazinho, que abastece cerca de 13 cidades do agreste,
atendendo uma população de aproximadamente 600.000 habitantes.
O clima do município é o tropical, do tipo As'. Porém, pode apresentar
características do semiárido, por estar situado na transição entre os dois biomas. O verão
de Surubim é quente e seco, com máximas podendo alcançar os 35°C, com mínimas
entre 18°C e 22°C. O inverno é chuvoso, com mínimas entre 15°C e 19°C, e máximas
entre 23°C e 28°C.
Municípios limítrofes; Limita-se a norte com os municípios de Vertente do Lério
e Casinhas, a sul com Riacho das Almas e Cumaru, a leste com Salgadinho, João
Alfredo e Bom Jardim e a oeste com Santa Maria do Cambucá e Frei Miguelinho. E tem
como distância até a capital Recife 130 km.
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2.2 Práticas e Ações Relacionadas à Gestão Ambiental na Cidade de Surubim.
Analisando a situação em nossa cidade, percebe-se que existe uma falta de
conscientização relacionada à sustentabilidade e reaproveitamento de materiais. Através
da observação, vê-se que Surubim é uma cidade centralizadora, sendo referência para
muitas cidades vizinhas, como João Alfredo, Casinhas, Santa Maria do Cambucá,
Vertente do Lério, entre outras. Por isso, temos um mercado aquecido e movimentado, o
que aumenta ainda mais as responsabilidades perante a gestão empresarial. E um dos
pontos de diferencial na gestão empresarial é o cuidado com o meio ambiente, através
da gestão ambiental. Surubim pode dar o exemplo a todas essas cidades circunvizinhas
e principalmente a população, pois essa conscientização se faz cada vez mais necessária
para o mercado competitivo e para a vida dos consumidores e das empresas.
De acordo com VALLE (1995), “a qualidade ambiental é parte inseparável da
qualidade total ansiada pelas empresas que pretendem manterem-se competitivas e
assegurar sua posição em um mercado cada vez mais globalizado e exigente.”
Inicialmente, um dos motivos que não contribui para um investimento, é o alto
custo para a realidade de mercado, pois as empresas não comportam uma estrutura
organizacional para abastecerem os materiais a serem reaproveitados. Para ser feita a
abertura desse setor na empresa é necessário um investimento, no qual o retorno vem
em longo prazo e isso para o empreendedor é inviável. Porém, existem diversos
produtos que reduzem os impactos ambientais com baixo custo, que podem ser
utilizados diariamente, como a redução do uso de sacolas plásticas. Agindo dessa forma,
respeitamos à natureza e conscientizamos os clientes.
A gestão ambiental pode ser usada por toda e qualquer empresa: de grande e
pequeno porte, independente do ramo de atividade a qual siga, pois ao contrário do que
muitas pessoas pensam a gestão ambiental não é só reciclar com maquinários
específicos para transformação do produto, mas nos simples atos da economia de água e
energia da empresa, na separação do lixo da própria empresa, buscando soluções
práticas para a eliminação de produtos poluentes ou de difícil desintegração no meio
ambiente, como as sacolas plásticas. Sabe-se que o plástico demora muito tempo para se
decompor na natureza, e a natureza não sabe como se livrar dele.
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Há um tempo não muito distante, ainda mal se falava no destino final de todo o
lixo. Hoje, infelizmente, a realidade não figura de maneira muito diferente. Toneladas
de dejetos produzidas pelos habitantes do município são desperdiçadas e largadas como
algo totalmente desprezível. A questão ambiental, entretanto, tornou-se um dos maiores
desafios dos surubinenses. Além de preservar a integridade sanitária da cidade, precisa-
se de atenção especial à poluição atmosférica, de rios e vias de mobilização, a qual, ano
após ano, vem se agravando no nosso corriqueiro cotidiano. A participação de amplos
setores da população é essencial na busca de um futuro melhor.
O desperdício, por sua vez, torna-se objeto de destaque entre os moradores da
cidade. Com a facilidade de compra fornecida por entidades governamentais e maior
oferta de emprego, os indivíduos gozam de um poder antes não existente para a grande
maioria. A inovação tecnológica consiste um fator elementar para tal acontecimento,
Cita-se também a própria dinâmica capitalista, cujos efeitos geram, rapidamente,
desatualização e obsolescência dos produtos no mercado. Não pode ficar de fora a
influencia exercida assiduamente pelos meios de comunicação, os quais exercem
alienação na crítica de muitos leigos.
O processo acelerado de urbanização em Surubim vem provocando inúmeros
impactos sobre o meio ambiente. A redução vertiginosa da área verde gera,
consequentemente, alterações no comportamento de sua respectiva fauna.
Consequências não positivas da expansão urbana se relacionam a diversos fatores, tais
como derrubada de matas para construção de condomínios e indústrias, e estes vivem
em ascensão. Profissionais da área alegam que é preciso, urgentemente, de apoio de
ambas as partes, povo e governos, para que a atual situação de abandono ambiental seja
posteriormente revertida.
Sociólogos e geógrafos afirmam que o crescimento de uma cidade deve ser
organizado, planejado e gradual, devendo-se deixar espaços para plantio de mudas de
árvores, por exemplo, para que estas, futuramente, estejam mais presentes em nosso
convívio, incrementando, assim, a qualidade do ar e do ambiente, em geral, que estamos
presentes. Faz-se necessário a exaltação de um estágio de harmonização entre homem e
natureza, no qual a população esteja ciente de suas obrigações, interesses e necessidades
com moderação. Vale salientar, inclusive, que o Poder Municipal tome providencias
cabíveis no tocante a fiscalização de habitações, observando e exercendo trabalhos que
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visem a melhoria do saneamento, pois boa parte das casas de nossa cidade não possuem
a devida infraestrutura, desencadeando esgotos a céu aberto, acúmulo de dejetos, insetos
e mal estar para moradores circunvizinhos.
O Departamento de Urbanização da cidade afirma que existem projetos
relacionados à melhor estruturação de saneamento básico para toda a população,
reiterando, ainda, que parques verdes e áreas de proteção ambiental foram criados com
o intuito de acrescentar e proporcionar melhores condições ambientais ao município.
Nota-se também que algumas das recentes construções já estão de acordo com as
propostas estabelecidas pelos órgãos competentes, mas muito ainda há de ser feito,
principalmente no perímetro urbano, já que na área rural o crescimento ainda caminha a
passos lentos.
2.3. Ações na Cidade de Surubim
É notório que a cidade de Surubim não dispõe de um controle organizacional dos
resíduos, acarretando graves consequências, tais como agressão ao solo e a atmosfera
em geral, mananciais, aquíferos subterrâneos, entre outros. No tocante à saúde das
espécies animais, surgem as epidemias patogênicas, vetores de transmissão de doenças,
proliferação de fungos e bactérias. Infelizmente, a maioria dos municípios brasileiros
possui um arcaico circuito logístico de disposição do lixo. Locais são previamente
escolhidos para coleta, ficando alguns indisponíveis para tal atividade, seja por falta de
transporte, vias pavimentadas ou afastadas dos centros urbanos.
Raramente, o circuito utiliza procedimentos diferentes dos habituais, a exemplo
dos processos de compostagem e seleção residual. No entanto, esses processos sofrem
com a falta de apoio, incentivo financeiro e planejamento interno, inviabilizando a sua
futura viabilidade e utilidade para a sociedade vigente. Desperdício e estrago podem ser
originados pelo uso indevido/inadequado dos resíduos sólidos, por conseguinte, tornam-
se constantes, e até mesmo crescentes, as desigualdades sociais, degradação ambiental,
baixa qualidade de vida populacional, principalmente.
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Apenas estabelecendo um programa que defina, explicitamente, direcionamentos
acerca da sistematização e articulação, é que se viabilizará a plenitude e execução
prática da teoria em discussão. A nível do Governo Federal, Estadual e Municipal,
necessita-se de um maior engajamento nas propostas estabelecidas, além de minimizar
ao máximo o nível burocrático na área publica e privada de serviços, com a finalidade
de acelerar possíveis avanços ligados à melhoria da condição de limpeza urbana dos
municípios brasileiros, não apenas pela questão estética, mas, acima de tudo, pela
questão da saúde e da preservação do meio e suas espécies. Ressaltando, também, que a
participação da sociedade e fator indispensável para a realização das atividades
anteriormente propostas.
Surubim passa, nos últimos anos, por um processo de expansão demográfica
bastante visível, surgindo novas edificações residenciais, industriais e comerciais de
maneira intensa, porém, este crescimento precisa fomentar um maior impulso para a
organização urbana. Por diversos motivos, tal proporcionalidade tem se mostrado
inferior a desejada para os padrões almejados, trazendo a tona fatores mal aceitos pela
população do município: esgotos a céu aberto, lixão em más condições de
funcionamento e falta de uma coleta seletiva adequada. O problema é generalizado e
causa um fenômeno conhecido como “efeito dominó” em todas as partes agregadas ao
funcionamento da cidade.
O solo localizado nos arredores do lixão municipal sofre, intensa e
constantemente, com a poluição gerada por dejetos postos na área. O lixo sólido –
embalagens plásticas, papel, metal e vidro, por exemplo – acumula-se no ambiente e
leva anos, décadas ou até mesmo séculos e milênios para entrar em processo de
decomposição. Tal fato, além de afetar a fauna e flora, afeta o ciclo de saneamento
público, levando ao entupimento de valas, córregos, caixas de esgotos e bueiros.
Sucessivamente, durante períodos de fortes chuvas e tempestades, estes locais citados
tornam-se obstruídos pelo acúmulo de resíduos, resultando em enchentes que, em
grande parte dos casos, acarretam grandes prejuízos a sociedade.
Áreas de lixão, infelizmente, ainda consistem um foco atrativo para a população
carente, largada às margens da sociedade. O desemprego e a falta de oportunidades são
fatores que impulsionam a migração dessa parcela da população para esses ambientes
insalubres. Restos de lixo tornam-se itens de sobrevivência, sendo utilizados para a
23
própria alimentação e para possíveis vendas. A dura realidade vivenciada por esses
indivíduos configura-se como uma espécie de degradação humana, na qual inúmeras
famílias põem a vida dos seus respectivos integrantes em jogo.
Procuradas, pessoas ligadas à Prefeitura Municipal, salientam que o fechamento
do lixão a céu aberto é um projeto aspirado há um bom tempo pelo conselho municipal.
Trata-se de uma adequação necessária para que sejam respeitadas as diretrizes previstas
pelas normas que visam à preservação do meio ambiente. Teoricamente, com a
desativação do lixão, caminhões e automóveis relacionados à coleta nos bairros
realizarão descarga de materiais em locais aptos para tal serviço, como galpões
apropriados. Alega-se, ainda, que os residentes da área possam receber benefícios, numa
tentativa de melhorar suas condições de vida, dando-lhes moradia e alimentação digna
de seres humanos.
Algumas empresas na cidade de Surubim possuem uma visão diferente do
aproveitamento do plástico usado no dia a dia. Isso pode ser visto em alguns supermercados
da cidade como Kipreço e Bom Dia. Em conversa com os gerentes, Romildo José e
Fernando Barbosa, foi percebido algo em comum entre as duas empresas. Os mesmos
deixaram bem claro como os supermercados trabalham esse tema e como se preocupam com
o meio ambiente e mostraram suas dificuldades em não aproveitar melhor os materiais.
A princípio eles disseram que os materiais recicláveis estocados são todos os tipos de
plástico, e revendidos posteriormente a um fornecedor de sacolas plásticas. Ou seja, o
fornecedor de sacolas dos supermercados, também recicla o plástico vendido. Tendo assim
um lucro extra e procura também não agredir o meio ambiente.
Quanto às caixas de papelões que trazem mercadorias, como não existe um local para
estocar, as mesmas são repassadas a uma pessoa que recolhe diariamente e encaminha para
fábricas de reciclagem. Essa atitude foca também o apelo social, que além de uma ajuda de
custo para o cidadão, garante uma renda extra para a família do mesmo, trabalhando desta
forma, a responsabilidade social e ambiental de maneira simples e direta.
A questão ambiental vem ganhando tanta evidência e importância que até jogos
como Pernambuco da Sorte, Caruaru da Sorte, entre outros títulos de capitalização para ter
seu funcionamento adequado aos parâmetros da legislação, tem que haver em suas
obrigações uma parcela de contribuição para com o meio ambiente. Na cidade de Surubim,
há um título de capitalização que premia em sorteios semanais os seus compradores que é o
KI SORTE.
24
O KI SORTE é um sorteio de prêmios promovido pela ECOAPLUB – Associação
Aplub de Preservação Ambiental – uma entidade sem fins lucrativos sediada em Porto
Alegre – RS. Com o objetivo de incentivar a angariação de contribuições para a preservação
da Floresta Amazônica e de todo seu bioma. Ao realizar a contribuição, conforme
especificado no Certificado de Contribuição, se faz uma colaboração para a preservação do
nosso eco sistema ambiental, além de participar de sorteios de prêmios. É repassado da
empresa KI SORTE para a APLUB 33,33% do valor arrecadado dos títulos vendidos e 6%
da premiação. Ressaltando também, que os bilhetes não vendidos, são recolhidos e enviados
para ser feito o seu reaproveitamento.
A ECOAPLUB, entidade socioambiental associada ao Grupo APLUB, promove a
preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Criada em 2008, atua direta e
intensamente na conservação de cerca de um milhão de hectares em plena floresta
amazônica, área que o Grupo APLUB mantém praticamente intacta e inexplorada, desde sua
aquisição, em 1974. Além disso, a ECOAPLUB apoia diversos projetos de instituições que
desenvolvem trabalhos de cunho social.
Com o intuito de ampliar as atividades de seu programa socioambiental e de
comprometimento com o meio ambiente, o Grupo APLUB, que, em mais de 35 anos de
conservação dessa reserva na Amazônia, já investiu um valor que ultrapassa os R$ 65
milhões, busca agora parcerias para expandir a abrangência de suas ações em prol do
desenvolvimento sustentável e da preservação da natureza.
Para viabilizar seu projeto, a ECOAPLUB, com a participação de empresas nele
engajadas, promove o lançamento de títulos de capitalização e de planos de
contribuição, com realização de sorteios e distribuição de prêmios nos principais
mercados do país.
Outros resíduos importantes que podem ser reaproveitados e boa parte da
população descarta de maneira errada, são as pilhas e baterias de celular, causando ao
meio ambiente efeitos prejudiciais, como a liberação de mercúrio, cádmio e chumbo.
Além de trazer diversos efeitos nocivos ao ser humano como, alergias, náuseas e
vômitos, diarreias, diminuição do apetite e do peso, dores de estômago e gosto metálico
na boca, instabilidade, com diminuição do sono e inibição das células de defesa do
organismo.
25
Durante muitos anos, não houve preocupação com a reciclagem de pilhas e
baterias. Mas, com o passar do tempo e o avanço das tecnologias, esses materiais
tornaram-se artigos relevantes no dia a dia e de fácil acesso, e seu descarte começou a
preocupar. Em função disso, o Conselho nacional de Meio ambiente (CONAMA)
elaborou uma resolução nº 257/97, que disciplina o descarte e o gerenciamento
adequado de pilhas e baterias usadas. A resolução entrou em vigor em 22 de julho de
2000, e passou a responsabilizar fabricantes, importadores e comerciantes pela coleta
destes produtos no final de sua vida útil. Além disso, na mesma resolução, em seu Art.
6º, classifica os tipos de pilhas e baterias e estabelece o limite da quantidade de
mercúrio, chumbo e cádmio que as pilhas comuns podem possuir.
Diante desta importância e da pouca consciência de muitos de seus clientes, até
por pouca informação a respeito do assunto, o Banco Santander, preocupado com o bem
estar de seus clientes e do meio ambiente, lançou o projeto papa pilhas. Em Surubim,
foi implantado há cerca de três anos, existindo um coletor dentro da própria agência
bancária. A aceitação da população foi boa, pois a agência de Surubim é uma das que
mais recolhem pilhas e baterias do interior do estado. O banco Santander também
disponibiliza de outros projetos de separação do lixo, porém, essa coleta é interna para o
material das próprias agências, como papel, plástico, papelão, entre outros resíduos
usados na reciclagem e no dia a dia dos funcionários.
Outra empresa da cidade que tem preocupação de disponibilizar lixeiras
seletivas para uso dos clientes é os Correios. Dentro do seu estabelecimento, possui
lixeiras, facilitando a separação rápida. Porém foram encontrados dois problemas
básicos: um. É a falta de conscientização da população que não deposita o lixo nas
lixeiras. Outro problema é não existir empresas disponíveis para receber os
determinados resíduos depositados. Diante desses problemas, a própria gerente
reclamou da falta de auxílio da prefeitura da cidade que não tem dado apoio necessário
para essa coleta diferenciada.
Uma empresa sozinha pode não fazer muita diferença, mas se todas adotarem
políticas em favor do meio ambiente vai representar um grande ganho; faz-se necessário
adotar uma postura consciente, pois atitudes fazem bem ao meio ambiente e a
economia.
26
CAPÍTULO III
APRESENTANDO PROJETOS SOCIAIS QUE AUXILIAM O
REAPROVEITAMENTO DOS PRODUTOS E MATERIAIS QUE PODEM SER
REUTILIZADOS
A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, começa a
mudar a maneira como o país trata os resíduos. Em primeiro lugar é preciso evitar gerar
resíduos sempre que possível. Procurar consumir sem desperdícios e reutilizar os
produtos que antes eram descartados.
Segundo a lei, a responsabilidade pela destinação adequada dos resíduos sólidos
é de todos: governos, empresas e toda sociedade. É a chamada responsabilidade
compartilhada
A prefeitura local tem um projeto em processo de desenvolvimento, segundo o
prefeito da cidade de Surubim Túlio Vieira. Esse projeto visa à obtenção de um aterro
sanitário na cidade. Com o propósito de sanar o grande problema do lixão de Surubim
que se encontra a céu aberto prejudicando o meio ambiente, e, também toda a
população, entre outros aspectos. Segundo a secretária de obras Patrícia, da gestão
anterior, o grande problema da prefeitura nesse caso em especial é a falta de recursos
financeiros e uma das soluções apontadas pela mesma, foi à ajuda dos empresários
locais, como também a ajuda de prefeituras de cidades circunvizinhas.
Após a pesquisa realizada foi detectado que boa parte das empresas da cidade
não possui em seu planejamento algo voltado para a gestão ambiental.
3.1 A Comunidade Kairós atuando em Surubim
A Comunidade Kairós localizada na cidade de Taquaritinga do Norte foi
fundada no dia 17 de janeiro de 2006 por Jorge Gomes de Azevedo com o objetivo de
resgatar pessoas marginalizadas para a sociedade.
27
Inicialmente foi idealizado um projeto social com a criação de uma fábrica de
reciclagem onde seriam reciclados: plásticos, papeis vidros e latas. A princípio não se
tinha visão até que ponto o projeto: “o lixo que vira luxo, vamos reciclar para preservar
o meio ambiente”, iria chegar.
Um dos integrantes do projeto Ricardo Kairós, começou a juntar material nas
ruas onde passava e levar para a comunidade. Certo tempo depois apareceu André, que
foi para a comunidade em busca de ajuda. Como ele tinha uma boa experiência no ramo
de reciclagem, foi quem deu o pontapé inicial. Começaram então a articular sobre todo
processo operacional e atuar apenas nas redondezas.
“Com o passar do tempo, vimos à necessidade de outras cidades do estado terem
o nosso serviço prestado, e estendemos também para Surubim, pois o desenvolvimento
da cidade é visto, e consequentemente aumenta a questão do lixo. Procuramos o apoio
da comunidade e das empresas que a cada dia estão se esforçando para obter uma
cidade desenvolvida e também sustentável. Sabemos que não é fácil, mas contamos com
o apoio de todos a quem procuramos, afirma Ricardo”
Existem diversas empresas que apoiam o projeto de reciclagem. Empresas essas,
que visam o bem estar do meio ambiente e de todo planeta. Ajudam, guardando o
material que se pode reaproveitar. Em Surubim são exemplos de empresas parceiras:
Pan Cristal, Gráfica Agreste, Leal Imóveis, Frigolândia entre outras, e empresas de
outras cidades como Rota do Mar, Rótulo do Corpo conhecidas no mercado nacional.
A população é de suma importância, pois é com a sensibilidade e a vontade de
todos ajudarem que o trabalho fica mais fortalecido. A coleta é feita semanalmente
através do caminhão Kairós, mas pretende-se fazer diariamente para diminuir o estoque
de material nas residências.
Todo processo começa pelo recolhimento, sendo eles: papel, papelão, ferro,
alumínio, cobre, sobras de tecidos, onde são levados para o centro de distribuição em
Taquaritinga, local onde é feita a triagem dos materiais, embalados em sacos específicos
chamados de big-bag e posteriormente são passados pelas máquinas para serem
prensados, ficando armazenados até completarem uma quantidade viável e
encaminhados para fábricas nas cidades de Vitória de Santo Antão e Campina Grande,
28
para ser feita a reciclagem e posteriormente retornar aos consumidores. Todo esse
processo conta com 10 máquinas para poder ser finalizado o trabalho.
As despesas financeiras tornam-se altas, por conta dos vários processos e dos
investimentos em caminhões para agilização da logística. Além de gastos com
combustíveis e manutenção dos mesmos.
Uma das maiores dificuldades encontradas, ainda é a falta de conscientização
das empresas e de muitas pessoas. Alguns ainda não querem acreditar no trabalho, por
ser uma comunidade religiosa. Entretanto, sabe-se que a reciclagem é uma saída para
amenizar a quantidade de lixo produzida por cada cidadão e esta é uma prática que
deveria ser uma rotina para toda a população.
Segundo VALLE (1995), “reciclar o lixo significa refazer o ciclo, permite trazer
de volta, à origem, sob a forma de matéria-prima aqueles materiais que não se degradam
facilmente e que podem ser reprocessados, mantendo as suas características básicas”.
Dessa forma, entendemos que reciclar é encontrar uma maneira de fazer uso de algo que
já não era utilizado.
Não há como não produzir lixo (resíduos) nas indústrias, nos comércios e nas
casas, mas podemos diminuir essa produção. O grande volume de resíduos é um
problema para o meio ambiente e para nossa qualidade de vida. O aumento do consumo
provoca aumento da quantidade de resíduos, como embalagens que jogamos fora e
produtos antigos que são substituídos por novos.
É importante adquirir apenas o que se faz necessário, sem desperdício, e com
menos produção de lixo. Repensando a forma como se consome, eliminando as compras
desnecessárias, reutilizando tudo o que for possível e separando materiais para
reciclagem de modo tal, que o consumo se torne sustentável.
A geração de resíduos cresce com o aumento do consumo e as embalagens são o
maior indicador desse crescimento. Quanto maior o consumo, maior a produção de
embalagens. E embalagem é algo que se paga, leva para casa e joga fora. O consumo
consciente de embalagens é levar em conta que toda embalagem vai de carona em
nossas compras e tem um impacto n natureza, seja na sua fabricação ou no seu descarte.
É avaliar, durante as compras, se as embalagens são mesmo necessárias e se são feitas
de materiais ambientalmente amigáveis (material reciclado, feito de fontes renováveis,
fáceis de reciclar ou que possibilitem sua reutilização).
29
3.2 A questão do polo de confecções na cidade de Surubim
Nos últimos anos, tem sido perceptível uma acelerada expansão no setor de
indústrias têxteis e de confecção. Através de estudos e pesquisas, tornou-se necessário
descobrir a eficácia na proteção ambiental e, paralelamente, os custos negativos gerados
para a natureza. Percebeu-se, no entanto, que a grande maioria das lavanderias e anexos
não aderem a tecnologia de ponta que objetivasse a redução da poluição sobre o meio
ambiente. Além disso, não são adotadas práticas como a reciclagem em massa de
produtos, redução de resíduos sólidos e líquidos, economia de energia através de placas
solares, por exemplo, entre inúmeros outros.
É evidente que há necessidade da criação de meios para a conservação da
natureza, desde o tratamento de efluentes lançados pela indústria à reutilização de
materiais e redução do consumo de água. Tudo isso se faz necessário para que ocorra
não só o desenvolvimento econômico surubinense, mas também para a concretização do
crescimento sustentável. É notório que o setor têxtil e de lavanderia, bastante presente
no município, é diretamente ligado às atividades poluentes, já que se visualiza sua
participação na degradação da natureza ao seu redor, algo extremamente influente na
qualidade de vida da população local. Apesar de todo esse impacto negativo gerado pela
industrialização crescente, é essencial perceber o lado positivo desse processo
conturbado e intenso. Os ramos acima citados são importante fonte geradora de
emprego, renda e desenvolvimento de outros polos da economia municipal e regional.
Seria um equívoco desprezar os benefícios possibilitados pela implantação das novas
indústrias no polo de desenvolvimento municipal.
Os instrumentos de comando e controle correspondem ao sistema no qual o
poder público estabelece, de maneira planejada e articulada, normas e cria uma espécie
de monitoria da qualidade ambiental, regulando as atividades relacionadas e
gerenciando sanções e penalidades, por meio da legislação (LEAL, 1997). O valor
estabelecido pela multa necessita estar além do previsto, com a finalidade de
desestimular as indústrias cujas produções geram enormes quantidades de poluição a
não exceder o limite proposto por lei. É uma atividade que proporciona um equilíbrio e
30
favorece a estrutura vigente contra possíveis danos futuros (SEROA DA MOTTA,
2000). Faz-se essencial notar que tais instrumentos econômicos e em processo de
elaboração e adaptação, infelizmente, ainda não consistem uma prática concreta do
principio do usuário “poluidor-pagador”. Embora ainda não estejam em uso, sofrem
dificuldades burocráticas, legais e jurídicas, para serem postos em prática.
3.3 Projetos para a Cidade de Surubim
A prefeitura local tem um projeto em processo de desenvolvimento, segundo o
prefeito Vieira, o mesmo visa à obtenção de um aterro sanitário na cidade, com o
propósito de sanar o grande problema do lixão de Surubim que se encontra a céu aberto,
prejudicando o meio ambiente. Até porque a nova Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei nº 12.305/10) diz que, até 2014, todos os municípios brasileiros terão que
transformar os seus depósitos inadequados de lixo, os chamados “lixões”, em aterros
sanitários.
Aterro sanitário é um depósito onde são descartados resíduos sólidos não
recicláveis, corretamente identificados como rejeitos, produtos que não servem mais
para nada. Deve ter um controle de quantidade e tipo de lixo, sistemas de proteção ao
meio ambiente e monitoramento ambiental.
Foi detectado também que boa parte das empresas da cidade não possui em seu
planejamento algo voltado para a gestão ambiental, por falta de recursos. Porém é
sabido que tanto as empresas como a população podem cuidar melhor do lixo sem
gastar quase ou absolutamente nada, pois o projeto Kairós semanalmente se encarrega
de recolher e selecionar o lixo. Bastando apenas que os interessados procurem o ponto
de apoio da Kairós.
É notória a quantidade de bolsas plásticas espalhadas pela cidade, e um dos
motivos é a falta de conscientização das pessoas e das empresas. Recentemente a
empresa dr. Cidade trouxe para Surubim e região o projeto de bolsas retornáveis de
papel, com alta resistência e durabilidade, agregando valores as empresas parceiras
através da publicidade nas sacolas. Contribuindo com a diminuição de uso de sacolas
31
plásticas e conscientizando as pessoas a retornarem com as bolsas para efetuarem novas
compras. Ressaltando ainda, a maneira como são confeccionadas, vale salientar o
cuidado da empresa prezando pelo meio ambiente, pois usa papel kraft certificado pelo
FSC, garantindo o manejo responsável das fontes de extração do papel, tanto para a
produção como para as alças de papel. A impressão é feita com tinta a base de água,
garantindo que após a degradação da sacola de papel não teremos a poluição do lençol
freático pela tinta, como acontece com as tintas à base de solvente. A distribuição das
sacolas é realizada através de empresas parceiras, geralmente mercadinhos e
supermercados. Esse projeto é apoiado pela prefeitura local.
Sabe-se que o plástico é um material altamente resistente e pode durar até 400
anos no meio ambiente. O consumo excessivo de sacolas plásticas é um grande
problema ambiental, pois são bilhões de sacolas que sujam as cidades, florestas e
oceanos, sendo depósito para água das chuvas e berçário para mosquitos, entupindo
bueiros e causando a morte de animais.
No mundo, os problemas ambientais de grande impacto começam a surgir com o
fortalecimento da sociedade industrial. A partir daí, a necessidade de conservação se
solidifica.
Reduzir o consumo de sacolas plásticas é, portanto, só o começo de uma
sociedade mais sustentável. Na defesa do meio ambiente, cada um faz a sua parte na sua
casa, na sua rua, na sua cidade. Sem esquecer o restante do mundo. Afinal ao olharmos
o planeta Terra, de imediato imaginamos os milhões de seres humanos, animais,
plantas, as riquezas minerais que o compõem.
O controle ambiental se dá através de programas e ações que reduzam os
impactos sobre os meios. Além dos meios físicos água, gelo e ar e dos meios biológicos
fauna e flora, há que se observar também os meios sócio – econômicos.
Quando olhamos o planeta Terra o que vemos, na verdade, é o planeta vida. Ou
dizendo de outra forma, vemos a única manifestação de vida até agora registrada em
todo o universo. Exercer a cidadania passa pela preservação do meio ambiente, e cada
um fazendo a sua parte o planeta agradece. O equilíbrio ecológico é responsabilidade de
todos.
32
3.3.1 Possíveis soluções para o município
Ao mesmo tempo em que estimula o hábito de reciclar, reduzir e reutilizar
materiais, a organização ligada à coleta seletiva impulsiona uma melhor aceitação do
tema da preservação do meio ambiente e seus respectivos recursos naturais, tão
cobiçados atualmente pelo ser humano moderno. É preciso haver uma consciência
coletiva para reutilizar resíduos. O destino ao qual os materiais residuais são enviados
no final do processo deve oferecer qualidade, planejamento e ênfase à integridade
socioambiental. Seguem, abaixo, exemplos de possíveis soluções para o município:
• Implantação de sistemas alternativos de coleta residual diretamente nos
domicílios, contando com a atuação de catadores capacitados e devidamente
protegidos, por todo o perímetro urbano da cidade.
• Realizar previamente um estudo da capacidade e viabilidade técnica relacionada
à maneira da implantação da coleta exercida por catadores, através de gráficos,
dados sobre nível de urbanização, saneamento, entre outros fatores que auxiliem
na execução do projeto.
• Criação de postos de coleta distribuídos por todo o município, seja na área
urbana ou rural, para possíveis programas de entrega voluntária, nos quais a
própria população de disponibiliza a entregar seus respectivos resíduos
materiais. Este método, além de não ser oneroso, busca uma maior participação
popular.
• No caso de grandes indústrias e empresas, podem-se desenvolver postos de
atendimento agendado, devido ao maior volume do lixo gerado.
Consequentemente, o acúmulo de materiais dispensados em locais indevidos,
torna-se menor, assim como a agressão ao meio ambiente.
33
• Capacitação de equipes, por conta de órgãos municipais envolvidos, para criar,
elaborar, executar e acompanhar projetos relacionados à implantação de coleta
seletiva em todos os bairros, comunidades e distritos. É essencial a ampla
utilização da comunicação entre as partes para que seja estabelecida a
participação em massa.
Apesar de simples e pouco onerosas, as soluções expostas e outras que não
foram aqui citadas, são tratadas com pouca ou nenhuma atenção daqueles envolvidos no
processo. Faz-se necessária a adoção de práticas em escolas, juntas publicas e privadas,
e, impreterivelmente, no âmbito familiar, que visem a maior aceitação e execução das
praticas indispensáveis para o bom funcionamento da esfera da coleta, separação e
reutilização dos objetos dispensados. Este tipo de comportamento traz a tona não
somente melhores condições ambientais, mas também gera novas oportunidades de
emprego e renda para quem mais necessita. É uma prática que une o útil e essencial ao
agradável.
CONCLUSÃO
Muitos estudos demonstram que as agressões ao meio ambiente comprometem a
dinâmica dos processos que ocorrem na biosfera. Diante desse fato, aumentaram os
debates em torno das questões ambientais, o que indica uma crescente preocupação da
sociedade com a natureza.
Analisando o tema desenvolvido em pesquisa, fica visível que parte da
população tem sua parcela de culpa em relação aos cuidados ambientais. E uma das
formas de mudar essa situação é investindo na conscientização das crianças dentro das
escolas. Sabe-se que é no ambiente escolar que a criança tem seus primeiros contatos
com a sociedade e com seus futuros problemas. As escolas deveriam investir em
programas relacionados à área, ensinando e conscientizando a tratar o lixo de maneira
34
correta, pois as crianças serão os adultos de amanhã e serão eles que poderão mudar
todo o cenário.
Para isso é necessário um apoio conjunto entre escolas, empresas e prefeituras,
cada um contribuindo de maneira correta o reultado será benéfico para toda população.
Existem diversos aspectos que podem ser trabalhados, principalmente por parte dos
gestores municipais, e uma das maneiras seria colocar coletores seletivos nos principais
pontos da cidade, como avenidas, centros comerciais e outros pontos estratégicos.
Como pesquisado, a cidade de Surubim também enfrenta alguns problemas em
relação aos impactos ambientais. Porém, já existe uma movimentação, por parte de
alguns empresários e comunidades, buscando diminuir ou até mesmo tentar reverter a
atual situação. Entende-se que para haver um melhor desenvolvimento sustentável é
preciso um gama de fatores convergindo em direção a uma solução. Infelizmente,
poucos têm acesso a métodos mais eficientes contra a poluição, quer seja por falta de
capital para investimento, quer seja pela ausencia de conscientização.
Por outro lado, detectou-se que para haver a redução de impactos,
principalmente em pequenas empresas, não são necessários projetos altamente
dispendiosos. Ações e iniciativas simples como palestras populares, substituição de
sacolas plásticas descartáveis por sacolas renováveis (constituídas por papelão reciclado
ou tecido, por exemplo), prática de coleta seletiva e, acima de tudo, a participação de
toda a comunidade, seriam as melhores opções caso não haja condições para altos
investimentos.
Segundo pesquisa, boa parte das empresas locais não possui um programa de
sustentabilidade, algo que pode dificultar a execução de certas ações. Embora ainda haja
muitas irregularidades no que tange a redução dos impactos, percebeu-se que existe
paralelamente a toda essa situação, empresas comprometidas com o meio ambiente.
Além disso, há comunidades/organizações não governamentais que realizam a coleta
seletiva, em pontos pré-determinados, de garrafas PET com o intuito de melhorar a
situação de poluição.
Outro caso que necessita de atenção é a atual situação do lixão da cidade que
ainda encontra-se numa situação inapropriada para a preservação do ambiente: a céu
35
aberto. A prefeitura informou que um projeto de instalação/criação de um aterro
sanitário já está em desenvolvimento.
Fato é que a cidade vive um momento de intenso crescimento. O mercado e as
indústrias estão cada vez mais movimentados e aquecidos. Entretanto, como se sabe,
todo o progresso tem suas consequencias, nem sempre agradáveis. A exemplo da
Revolução Industrial, iniciada no século XVIII na Inglaterra, a industrialização traz
consigo uma maior tendência à emissão de poluentes e resíduos na atmosfera,
comprometendo a fauna e a flora local.
Precisa-se, portanto, de uma maior conscientização não somente dos empresários
e executivos em geral, mas também de toda a população. Trata-se de uma ação
conjunta, da qual todos são responsáveis e fazem parte. Algumas soluções acerca do
assunto foram apresentadas e disctudas, porém cada cidadão tem a missão de colocá-las
em prática.
Elaborar estratégias para que a sociedade se desenvolva de maneira sustentável é
um dos grandes desafios. Devemos pensar de forma global, refletindo como nossas
atitudes interferem no ambiente e no planeta e agir de forma local começando com
nossa própria rotina de vida, em casa, no trabalho e na rua. O mais importante não é a
economia gerada pela adoção de algumas práticas sustentáveis, mas saber que os
impactos ambientais foram diminuídos. Porque isso faz bem para o planeta.
A partir de tais ideias, podem-se criar novos rumos que levem um número maior
de pessoas a se sentirem incentivadas e confiantes no tocante à mudança de seus
hábitos. Perceber nitidamente que há um problema ambiental e social a ser resolvido
entre nós, apesar de ser uma batalha árdua e extensa, através da conscientização
generalizada, consiste a melhor maneira para se iniciar esse trajeto. Empresas,
corporações e organizações paralelas vêm realizando, em certa parte dos casos, um
trabalho importante, essencial e visionário, adotando, por conseguinte as novas
ideologias que cercam a comunidade global para um mundo melhor.
Com toda essa mobilização, tornamo-nos os principais beneficiados,
evidentemente. É fundamental que cada indivíduo tenha consciência de suas
responsabilidades, pois somente assim as futuras gerações não sofrerão as
consequencias da exaustão ou do comprometimento dos recursos naturais. Vivamos,
36
portanto, em um meio cujo equilíbrio seja perceptível e que tenha um aspecto
harmonioso, estabelecido entre homem e natureza.
O tempo não para. O planeta não para de rotacionar. . Clama-se por um
ambiente preservado. Faz-se necessário agir, tomar iniciativas que visem o bem comum,
urgentemente. Mahatma Gandhi, com suas sábias palavras, deixou claro que não
podemos esquecer nunca a determinação e a atitude: “Você nunca sabe que resultados
virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.”
37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
BOLIGIAN, et al. Geografia Espaço e Vivência. São Paulo: Atual, 2009.
CASSETI, Valter. Ambiente e apropriação do relevo. São Paulo: Contexto, 1991.
CANTO, Eduardo L. Ciências Naturais - Aprendendo com o cotidiano. São Paulo: Moderna, 2009
CAVALCANTI, C. Sustentabilidade da economia: paradigmas alternativos de realização econômica. In: ________ (org.). Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo: Cortez, 2003.
DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. Ed. Atlas, 1995
GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
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TOZONI-REIS, Marília. Educação ambiental: natureza, razão e história. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2004
VALLE, Cyro Eyer. Qualidade ambiental: como ser competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira, 1995
VIEDERMAN, S. The economics of sustainability: challenges. The Economics of Sustainability. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 1994.
38
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www.mma.gov.br – CONAMA. Acesso em: 20.05.2013 www.meioambientenews.com.br – Legislação Ambiental. Acesso em 03.06.2013 www.cebds.org.br - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Acesso em 12.05.2013 www.jusbrasil.com.br – Constituição Federal. Acesso em 12.05.2013
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ANEXOS
QUESTIONÁRIO COMUNIDADE KAIRÓS – PROJETO DE RECICLAGEM
1. O que levou vocês a terem a ideia de recolher material para reciclagem na cidade de Surubim?
2. Como é a participação da população no projeto?
3. Em quais cidades é realizado esse trabalho?
4. Durante o tempo em que o projeto vem sendo realizado, qual a maior dificuldade encontrada na execução?
5. Quais os reais benefícios desse projeto?
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