Análise dos resultados da aprendizagem dos alunos
(Número 1 do Artigo 15.º do Despacho Normativo n.º 4-A/2016 de 16 de junho)
Resultados Escolares 2017-2018 1.º Período
2
ÍNDICE
Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
1 - Medidas de promoção do sucesso das aprendizagens---------------------------------------------- 4
2 - Resultados globais ------------------------------------------------------------------------------------------- 7
2.1 Resultados escolares – Departamento Curricular -------------------------------------------- 7
2.2 Quadro síntese – Resultados Escolares Globais do Sucesso – 1.º, 2.º e 3.º ciclos - 9
2.3 Sucesso Pleno ---------------------------------------------------------------------------------------- 9
3 - Impacto das medidas de promoção do sucesso educativo ---------------------------------------- 10
4 - Estratégias conducentes ao sucesso/ estratégias de melhoria ----------------------------------- 16
5 - Conclusões finais -------------------------------------------------------------------------------------------- 18
3
É a avaliação que ajuda o aluno a aprender e
o professor a ensinar.1
Philippe Perrenoud
INTRODUÇÃO
O Conselho Pedagógico, cumprindo a sua função de órgão de coordenação e supervisão
pedagógica e de orientação educativa e observando o disposto no número 1 do Artigo 15º do
Despacho Normativo n.º 4-A/2016 de 16 de junho, elaborou o presente relatório, o qual se
baseia nas reflexões e análises relativas aos resultados escolares, efetuadas nos vários
Departamentos Curriculares e apresentadas em Conselho Pedagógico pelos respetivos
Coordenadores de Departamento.
Nota explicativa:
No 1.º ciclo do ensino básico, o sucesso numa área disciplinar significa que os alunos
obtiveram classificação igual ou superior a suficiente a essa disciplina. O sucesso pleno indica
que os alunos obtiveram classificação igual ou superior a suficiente em todas as áreas
curriculares.
Nos 2.º e 3.º ciclos o sucesso numa disciplina traduz que os alunos obtiveram classificação
igual ou superior a três a essa disciplina. O sucesso pleno significa que os alunos obtiveram
classificação igual ou superior a três a todas as disciplinas do currículo.
1 Estanqueiro, António (2010). Boas Práticas na Educação. Lisboa: Editorial Presença.
4
1 - MEDIDAS DE PROMOÇÃO DO SUCESSO DAS APRENDIZAGENS
Os Departamentos Curriculares elaboraram os seus respetivos Planos de Ação, tendo em
atenção os documentos orientadores do Agrupamento, designadamente: Relatório dos
Resultados das Aprendizagens e do Impacto das Medidas de Promoção do Sucesso Educativo,
Sugestões de Melhoria que constam no Relatório da Avaliação dos Resultados Escolares,
elaborado pela Equipa de Autoavaliação, e Plano de Ação Estratégica.
Ao longo do primeiro período foi dada continuidade aos projetos já em desenvolvimento e foram
ainda implementados novos projetos, planos e medidas de promoção do sucesso educativo,
nomeadamente:
Foi dada continuidade ao desenvolvimento dos Planos de Intervenção Prioritária da
Matemática, Plano da Indisciplina e monitorizados os seus progressos;
Continuação da implementação do Plano de Ação Estratégica - Para a Melhoria das
Aprendizagens - 2016/2018, no âmbito do Projeto “Portugal 2020” (aprovado pela Direção
Geral da Educação), que visa capacitar o agrupamento para a conceção de planos de ação
estratégica de promoção da qualidade das aprendizagens, que incluam medidas focadas na
melhoria do trabalho pedagógico em sala de aula e da qualidade das aprendizagens
desenvolvidas pelos alunos, promovendo um trabalho colaborativo entre docentes, bem como
reforçar as medidas relativas à gestão da indisciplina. No âmbito deste Plano, dirigido aos anos
iniciais de ciclo, foram implementadas as medidas de promoção do sucesso educativo;
Plano Nacional de Promoção do Sucesso Educativo (PNPSE) que visa a melhoria/promoção
dos resultados escolares a nível nacional;
Atribuição de uma hora semanal de Apoio ao Estudo, em coadjuvação com o professor titular
de turma, no 1.º ciclo;
Foi contemplada, nos horários dos docentes do 1.º ciclo e com periodicidade quinzenal, a
atribuição de uma hora comum, na componente não letiva de estabelecimento, para trabalho
colaborativo;
Atribuição de mais uma hora letiva aos Diretores de Turma, dos 5.º e 7.º anos, para
desenvolvimento de Programas de Mentorias e para a implementação do Programa de
Desenvolvimento Psicossocial;
Iniciou-se a implementação do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar
(PIICIE), que visa contribuir para a redução do insucesso e do abandono escolares no
Concelho de Mafra, nomeadamente o abandono escolar precoce, em parceria com a Câmara
Municipal de Mafra;
Foram também aplicadas as medidas definidas no Relatório dos Resultados das
Aprendizagens, elaborado pelo Conselho Pedagógico no final do ano letivo transato;
5
Realizaram-se pontualmente ações de articulação interciclos, designadamente na análise
comum de resultados e das metas de aprendizagem dos anos finais de ciclo, na elaboração
dos testes de avaliação diagnóstica dos anos iniciais de ciclo, nas equipas dos PIP da
Matemática e da Indisciplina, na planificação das AEC e da disciplina de Inglês para o 1.º ciclo;
Manteve-se a metodologia de realização dos Testes de Aferição (internos), à exceção das
disciplinas em que está prevista a aplicação de Provas de Aferição Nacionais, e ainda os testes
previstos no PIP da Matemática;
Foi dada continuidade à implementação dos mecanismos de aferição de critérios e de
instrumentos de avaliação, assegurando-se a uniformização dos instrumentos de avaliação
respeitante às tabelas de registo com a aplicação das ponderações dos critérios de avaliação,
aprovados em Conselho Pedagógico;
A coadjuvação (Contrato de Autonomia) incrementou as práticas de trabalho colaborativo, e
permitiu um apoio mais individualizado aos discentes;
No âmbito do Apoio Tutorial Específico foram constituídos onze grupos de alunos, tendo o
mesmo sido efetuado duas vezes por semana, num bloco de noventa minutos e dois tempos
de 45 minutos;
Foram identificados os alunos com dificuldades de aprendizagem e indicados para Apoio
Educativo, para estes foi elaborado um Plano de Promoção do Sucesso Educativo (PPSE).
Especificando:
- No 1.º ciclo, após a elaboração do PPSE, os alunos tiveram apoio, em grupo de
homogeneidade relativa ou individualizado;
- No 2.º ciclo, os alunos com insucesso no ano letivo anterior ou com sinalização do
professor do 4.º ano, foram integrados, obrigatoriamente, desde o início do ano letivo, no
grupo de alunos para Apoio ao Estudo;
- Os dois tempos de Apoio ao Estudo de Português e Matemática, no 2.º ciclo, foram
frequentados apenas pelos alunos cujos resultados indiciavam dificuldades nas
aprendizagens;
- Sendo uma forma de Apoio Educativo, a Tutoria teve como finalidade prevenir/combater
o abandono e insucesso escolar.
O número de Planos de Promoção do Sucesso Educativo elaborados até ao final do primeiro
período, apresenta a seguinte distribuição:
1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo
Nº de alunos % Nº de alunos % Nº de alunos %
123 10 191 43 691 54
6
O Apoio ao Estudo foi operacionalizado com o objetivo de consolidar e aprofundar as
aprendizagens e conhecimentos adquiridos nas aulas, principalmente nas disciplinas de
Português e Matemática:
No 1.º ciclo abrange todos os alunos;
No 2.º ciclo foi operacionalizado nas seguintes disciplinas/anos de escolaridade:
- No 5.º ano nas disciplinas de Português (2x45’), Matemática (2x45’), História e Geografia
de Portugal (1x45’);
- No 6.º ano nas disciplinas de Português (2x45’), Matemática (2x45’) e Inglês (1x45’).
No 3.º ciclo deu-se prioridade ao apoio nas disciplinas de Inglês e Físico-Química dado o
elevado nível de insucesso no final do ano letivo transato.
O departamento da Educação Especial com a sua equipa de docentes especializados procura
dar respostas educativas adequadas aos alunos com Necessidades Educativas Especiais,
implementando as medidas previstas nos PEI’s, criando e desenvolvendo projetos de inclusão
e envolvendo a comunidade educativa;
Como medida de promoção do sucesso educativo há também a referir as seguintes estruturas
de apoio aos alunos:
O Serviço de Psicologia e Orientação do Agrupamento tem como objetivo realizar as
avaliações e acompanhamentos psicológicos solicitados para as crianças e jovens,
determinando-se como uma mais-valia na identificação de problemáticas e dificuldades dos
alunos, na definição de estratégias de intervenção e prevenção, bem como nos
encaminhamentos para outras especialidades técnicas ou médicas. Este serviço assegura o
Programa de Orientação Escolar e Vocacional;
O SEI+ manteve-se como uma estrutura de apoio às aprendizagens, permitindo a ocupação
plena dos tempos escolares, possibilitando a todos os alunos trabalhar no sentido de
superarem dificuldades de aprendizagem. A sua frequência é também um recurso para retificar
situações de comportamento desajustados dos alunos;
A Biblioteca Escolar continuou a desenvolver atividades de apoio às aprendizagens, tendo
desenvolvido, em articulação com as atividades letivas, projetos de promoção da leitura e de
diferentes literacias (de informação, tecnológica e dos media). Contribui também para a
ocupação plena dos tempos escolares, através da dinamização de atividades livres de caráter
lúdico e cultural e do apoio às iniciativas autónomas dos alunos.
7
2 - RESULTADOS GLOBAIS
2.1 Resultados escolares – Departamento Curricular/Disciplina - % de Sucesso
Educação Pré-Escolar
Não foi atribuída qualquer classificação na avaliação das crianças que frequentam a
Educação Pré-Escolar porque, de acordo com o documento Orientações Curriculares
para a Educação Pré-Escolar-2016, a avaliação na educação pré-escolar é uma
avaliação para a aprendizagem e não da aprendizagem.
1.º Ciclo
1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO MÉDIA
PORT 95,70 88,60 94,40 97,40 94,03
MAT 98,60 87,10 89,50 95,40 92,65
EST MEIO 100,00 94,00 97,40 97,70 97,28
ING 89,90 100,00 94,95
EXP A FM 96,80 98,80 97,80 99,00 98,10
AP EST 96,80 89,20 93,70 98,00 94,43
CID COM 95,70 98,80 95,90 99,00 97,35
Línguas
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
PORT 86,57 81,36 71,52 74,39 65,16 75,80
ING 90,28 86,82 91,91 84,55 84,84 87,68
FR 76,54 67,57 86,11 76,74
ESP 95,38 85,71 99,26 93,45
8
Ciências Sociais e Humanas
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
HGP 80,56 77,27 78,92
HIST 77,02 80,49 81,97 79,83
GEO 82,52 80,49 77,46 80,16
EMRE 100,00 60,00 75,00 100,00 100,00 87,00
EMRC 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Expressões
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
ET 100,00 95,00 97,50
EV 98,61 96,36 93,53 92,28 91,80 94,52
MUS 97,71 92,73 95,22
EF 100,00 93,21 92,95 92,00 82,19 92,07
Matemática e Ciências Experimentais
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
CN 88,89 85,00 76,70 86,59 90,57 85,55
FQ 81,88 76,02 75,82 77,91
MAT 78,24 69,55 69,58 63,01 75,00 71,08
Ética e Cidadania
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
ETC 100,00 94,12 93,91 97,20 98,79 96,80
Legenda:
Disciplinas com sucesso inferior a 80%
9
2.2 Quadro síntese – Resultados Escolares Globais do Sucesso (%)
1.º, 2.º e 3.º ciclos
1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO MÉDIA
MÉDIA 97,27 92,75 94,09 98,07 95,54
5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA
MÉDIA 93,41 85,95 84,17 84,31 86,36 86,48
2.3 Sucesso Pleno
Departamento Total de alunos
Sucesso Pleno
Nº alunos %
Educação
Pré-Escolar A avaliação é descritiva, sem níveis de classificação.
1º ciclo 1179 1063 90,16
2º ciclo 441 269 61,00
3º ciclo 1269 633 49,88
10
3 – ANÁLISE E IMPACTO DAS MEDIDAS DE PROMOÇÃO DO SUCESSO EDUCATIVO
Os resultados escolares do final do período letivo foram analisados, constituindo esta análise
uma das formas de monitorização do impacto das medidas de promoção do sucesso educativo.
Regista-se uma síntese da análise apresentada pelos Departamentos Curriculares em
Conselho Pedagógico.
Departamento Pré-escolar
Após análise dos resultados das aprendizagens observadas nas 21 salas de Jardim de Infância
do Agrupamento, referentes ao primeiro período concluiu-se que, foram registadas maiores
dificuldades na aquisição de aprendizagens na área de formação pessoal e social,
nomeadamente ao nível da componente da convivência democrática, de forma acentuada, no
cumprimento de regras de vida em grupo e no reconhecimento e respeito pela diversidade de
características e hábitos de outras crianças e adultos.
Outra das áreas referidas pela maioria das Docentes, onde foram igualmente observadas
dificuldades na expressão das aprendizagens, foi na área da expressão e comunicação,
particularmente na componente da comunicação oral, com um número significativo de crianças
com perturbações ao nível da linguagem.
Nas restantes componentes, bem como na área do conhecimento do mundo, as crianças
revelaram um conjunto de aprendizagens significativas.
Foi referido pelo departamento do pré-escolar como um aspeto a melhorar, a falta de
assiduidade e de pontualidade das crianças, na maioria dos grupos.
Departamento 1.º ciclo
O apuramento de resultados neste primeiro período não deixa muitas dúvidas quanto ao
sucesso atingido, bem como à identificação dos casos de “menos sucesso”.
Dos vários apontamentos referidos pelos docentes, destacam-se, de uma forma geral e quase
unânime, a preocupação com atitudes inadequadas por parte dos alunos como a imaturidade,
a falta de concentração e a dificuldade no cumprimento de regras que, cumulativamente com
a falta de pré-requisitos de base que deveriam ter sido adquiridos no 1.º Ano (visto tratar-se de
uma progressão automática) e associados a um currículo complexo e muito extenso no 2.º ano,
contribuem fortemente para uma queda, ainda que ligeira, nos resultados escolares na
transição do 1.º para o 2.º ano de escolaridade.
Observados e apreciados os resultados obtidos neste período escolar, pelo departamento do
1.ºCiclo, e tendo em conta que existe um comportamento absolutamente tipificado em relação
a alguns dos números apresentados, estamos, ao que tudo indica, perante muito boas taxas
de sucesso nos resultados deste período, com uma ligeira quebra ao padrão no 2.º ano de
escolaridade.
11
Podemos, igualmente, concluir que a área da Matemática é, dentro do mesmo 2.º ano, aquela
que traz aos alunos maiores dificuldades, muito provavelmente por se tratar de trabalho
específico com os alunos que demonstram dificuldades neste ano do ciclo, também os
resultados da área de apoio ao estudo acabam por ser afetados negativamente.
Importa referir que, analisando a totalidade dos resultados obtidos, os números que indicam
alguma quebra no 2.º ano de escolaridade são, uma pequena exceção aos resultados globais
obtidos no Agrupamento e pouco significativos quando comparados, com as boas taxas de
sucesso global.
Seria importante referenciar os “Casos de sucesso” já mencionados e tentar perceber se eles
são apenas fruto do acaso ou resultado de um qualquer plano diferenciado ou da utilização de
estratégias e ferramentas específicas que, aproveitadas e repetidas, possam vir a beneficiar
alunos de outras escolas do Agrupamento.
Como último aspeto, é fundamental deixar claro e salientar que estamos perante resultados
bastante positivos e que, com pequenas variações em casos particulares e já anteriormente
identificados, indiciam um bom início de ano letivo e auguram bons rácios no futuro.
Departamento de Línguas
Relativamente às disciplinas de Português e Inglês, no 2.º ciclo, os docentes consideram
razoáveis os resultados obtidos. Dado tratar-se do primeiro período, etapa de mudanças
diversas e substanciais na vida escolar dos alunos, estes apresentam desempenhos que vão
ao encontro das expetativas dos professores. Considera-se que o facto de os alunos terem
iniciado o seu percurso na língua inglesa já no 1.º ciclo tem vindo a facilitar a aprendizagem da
língua.
Quanto aos resultados dos alunos no 7.º ano, em geral, estes são mais elevados nas disciplinas
de Espanhol e Inglês e mais baixos na disciplina de Português e Francês. Os docentes do
grupo disciplinar de Português consideram que o facto de os discentes apresentarem hábitos
de leitura cada vez mais raros tem contribuído de forma determinante para o seu desempenho
pouco satisfatório à disciplina. A maioria dos alunos apresenta dificuldade em produzir
enunciados com coerência e coesão, com vocabulário rico e variado e em organizar os
constituintes frásicos de acordo com as regras estruturais da gramática da língua. Os docentes
têm realizado estratégias no sentido de ultrapassar estas dificuldades, tais como leitura de
caráter lúdico/recreativo com sistematicidade, redação de textos segundo determinadas
tipologias textuais, oficinas de gramática, ou seja, cumprindo o Plano de Ação do
Departamento.
Quanto aos resultados obtidos pelos nossos alunos no 8.º ano, estes encontram-se na casa do
nível 3, em geral, embora as disciplinas de Português e Francês apresentem uma ligeira
diferença relativamente à média. Os docentes de língua materna corroboram as afirmações
feitas na análise acima realizada. Acrescentam ainda que o grau de complexidade dos textos,
12
neste nível de ensino, é substancialmente maior e daí os discentes apresentarem mais
dificuldade nesta fase da sua aprendizagem. O mesmo se passa em relação à língua
estrangeira - Francês - que, passada a fase de iniciação, se apresenta mais difícil de apreender,
exigindo maior empenho e trabalho por parte dos alunos.
No 9.º ano, os resultados da avaliação das disciplinas que fazem parte deste departamento
vão ao encontro das expetativas dos professores. Também neste ano é a disciplina de
Português que apresenta uma taxa de sucesso abaixo da média. Considera-se que os motivos
são semelhantes e prendem-se com a falta de empenho, trabalho e leitura dos nossos alunos
que, no nono ano, continuam a comportar-se sem a responsabilidade nem a sensatez que lhes
são exigidas.
Além dos aspetos acima referidos, os docentes deste departamento consideram que a agitação
e o barulho que se fazem sentir nos corredores da escola são fatores determinantes que
condicionam sobremaneira o processo de aprendizagem dos nossos alunos, uma vez que,
maioritariamente estes entram na sala de aula de forma nada consentânea com o que seria
propício a um ambiente facilitador da aprendizagem. Deste modo, tanto o número de alunos
da escola bem como o edifício em si limitam as possibilidades de sucesso dos nossos
discentes.
Departamento de Ciências Sociais e Humanas
Após análise dos resultados escolares do primeiro período podemos concluir que no 5.º ano
na disciplina de História e Geografia de Portugal a percentagem de sucesso foi de 80,56%. No
6º ano a percentagem de sucesso foi de 77,27%.
No entanto os alunos continuam a demonstrar dificuldades na aquisição e aplicação de
conhecimentos, falta de atenção e concentração, falta de autonomia, falta de perseverança e
alguma imaturidade. Os alunos continuam a mostrar falta de hábitos de trabalho, de estudo e
desorganização dos materiais. A sua participação continua muitas vezes a ser inoportuna, não
cumprindo as regras da sala de aula.
A taxa de sucesso continua também a ser prejudicada pela assiduidade irregular de alguns
alunos que não conseguem por isso atingir os objetivos propostos.
Os professores para superarem estas dificuldades irão continuar a solicitar a participação oral
com maior frequência, valorizar os esforços dos alunos na superação das dificuldades e
incentivar os mesmos na organização do trabalho e do seu material. Os alunos para superarem
as suas dificuldades deverão cumprir as tarefas escolares, realizar fichas de trabalho existentes
na sala designada por SEI+, estudar regularmente, participar na aula de forma correta e
solicitar o professor sempre que tiverem dúvidas.
Na disciplina de História o sucesso nas turmas do 7.º ano situa-se nos 77,27%, longe do mínimo
de 92% da meta traçada e ainda mais longe dos 100 % desejáveis.
13
Os alunos acabaram de transitar de ciclo; os conteúdos tratados são bastante mais complexos
do que os tratados no 6.º ano, nomeadamente com o estudo de várias Civilizações diferentes
num curto espaço de tempo, causando naturalmente alguma confusão nos alunos. Os
conceitos introduzidos, além de complexos e abstratos, são em elevado número, quatro ou
cinco em cada aula. Os alunos apresentam dificuldades na relacionação e aplicação de
conceitos e conteúdos específicos da disciplina, nomeadamente os conceitos de espaço e de
tempo. Têm muita dificuldade na interpretação de documentos e enunciados escritos.
O sucesso na disciplina de História no 8.º ano e no 9.º ano situam-se pouco acima dos 80%,
também bastante longe das metas traçadas. Contribuiram para este facto os seguintes fatores:
A impossibilidade de cumprir o programa no 7.º ano, pelas razões acima expostas, leva a que
transitem para o início do 8.º ano conteúdos do 7.º, cujo estudo é imprescindível para uma
compreensão dos conteúdos do 8.º ano. A História é uma realidade diacrónica interligada,
impossível de compreender num tratamento por temas desgarrados, sobretudo em idades mais
jovens. A necessidade de “recuperar” o que não houve tempo de tratar na 7.º ano, pressiona e
condiciona a qualidade das aprendizagens no início do 8.º ano.
O empenho dos alunos está longe do desejável. Temos procurado diversificar estratégias, com
bons resultados. Mas quem reage melhor à diversificação de estratégias são os alunos que já
tinham sucesso. É difícil encontrar estratégias capazes de resultar em alunos pouco
empenhados, desatentos e conversadores.
Perspetivando o futuro, confiamos que o sucesso tenderá a aproximar-se das metas traçadas.
Fundamentamos esta convicção nos seguintes pressupostos:
a) Os conteúdos a tratar são menos dispersos e complexos;
b) A adaptação dos alunos ao novo ciclo e dos professores aos novos alunos já se
realizou;
c) O aprofundamento do conhecimento dos alunos e a multiplicação de oportunidades de
usar instrumentos diversificados de avaliação, permitirão uma melhoria dos resultados.
d) O crescendo da responsabilidade dos alunos, quer pelo seu amadurecimento
intelectual, quer pelo seu natural desejo de sucesso, far-se-á sentir num maior empenho,
na aula e em trabalho de consolidação extra aula.
Na disciplina de Geografia os anos de escolaridade com maior percentagem de sucesso são o
7.ºano com 82,52%, seguidos do 8.ºano com 80,49% e do 9.ºano com 77,46%.
As maiores dificuldades diagnosticadas aos alunos foram: interpretação e análise de mapas,
tabelas e gráficos; dificuldade em estar atentos e concentrados; falta de hábitos de trabalho e
de estudo; nem sempre a participação é oportuna e adequada; falta de autonomia na realização
das tarefas propostas; dificuldades na aplicação dos conhecimentos; pouco solidários e pouco
respeitadores dos direitos do outro e muitas dificuldades em desenvolver um sentido crítico e
criativo positivo.
14
Apesar das estratégias/atividades implementadas nas aulas, os alunos não conseguiram ainda
superar as suas dificuldades. Importa ainda salientar que, se alguns alunos não alterarem a
sua postura perante a aprendizagem dos conteúdos, dificilmente se verificarão progressos na
sua aprendizagem.
Departamento de Expressões
No 2.º ciclo de escolaridade e para as disciplinas de Educação Física, Educação Musical,
Educação Visual e Educação Tecnológica, o sucesso foi superior a 90%, representando um
resultado muito bom.
No 3.º ciclo de escolaridade, para a disciplina de Educação Visual e Educação Tecnológica (7.º
e 8.º anos de escolaridade) o sucesso também foi superior a 90%, sendo igualmente superior
a esta barreira percentual no caso da disciplina de Educação Física nos 7.º e 8.º anos. Fora
destes resultados muito bons apenas a Educação Física (9.º ano de escolaridade), que
apresenta um sucesso um pouco menos dilatado, ligeiramente acima dos 82%, tendo sido
identificados alguns dos fatores que contribuíram para tal, pouca disponibilidade motora por
parte de alguns alunos, inércia perante os quesitos da disciplina, algum absentismo às aulas,
exigência própria da disciplina relativa ao 9.º ano e a tendência de alguns alunos para
resguardar a linguagem corporal, devido ao estádio de crescimento.
As estratégias em curso foram consideradas adequadas e vão continuar a ser implementadas
e desenvolvidas.
Departamento de Matemática e Ciências Experimentais
No 2.º ciclo, a disciplina de Matemática registou uma percentagem média de sucesso de
73,85%. O ano em que se verificou uma percentagem média menor foi no 6.º ano com 69,5%.
No 3.º ciclo a disciplina de Matemática registou uma percentagem média de sucesso de
69,21%. O ano em que se verificou uma percentagem média mais reduzida foi no 8.º ano com
63%.
A disciplina de Físico-Química registou uma percentagem média de sucesso de 78,22%. O 9.º
ano apresentou uma percentagem média menor, cerca de 75,8%.
Na disciplina de Ciências Naturais no 2.º ciclo registou-se uma percentagem de sucesso de
86,93%. No 3.º ciclo a disciplina registou uma percentagem média de sucesso de 83,98%. O
9º ano a percentagem média foi a mais elevada de 90,6%.
A disciplina de TIC é de avaliação semestral, pelo que no final do primeiro período apenas se
registam avaliações qualitativas para metade do número de turmas, não sendo possível fazer
uma análise dos resultados quantitativa.
Os docentes consideram que o número elevado de alunos por turma, a indisciplina, o
incumprimento com o material necessário à aula, o insuficiente acompanhamento dos
15
educandos por parte das suas famílias e o fraco empenho no estudo e no cumprimento com
as tarefas propostas continuam a ser os principais constrangimentos ao sucesso educativo.
Ainda se acresce o facto de ser notória a dificuldade que grande parte dos alunos demonstra
no trabalho da competência matemática, uma vez que, perante uma nova situação
problemática, a tendência revelada é a procura mecanicista da resposta recorrendo à
memorização da técnica para a resolução do problema, em detrimento do raciocínio científico,
da formulação de conjeturas e conexões lógico dedutivas.
Ética e Cidadania - disciplina do 2.º e 3.º ciclos – Os resultados escolares obtidos no primeiro
período em Ética e Cidadania são muito bons, no segundo e terceiro ciclo, pois a média global
é de 96,80%.
Os poucos níveis inferiores a três justificam-se com a elevada falta de assiduidade e o
incumprimento de regras.
16
4 - ESTRATÉGIAS CONDUCENTES AO SUCESSO/ ESTRATÉGIAS DE MELHORIA
Após a análise dos resultados, o Conselho Pedagógico, tendo por base as reflexões
apresentadas pelos Departamentos, elencou as estratégias conducentes ao sucesso e
estratégias de melhoria transversais a todos os Departamentos, não só a desenvolver na sala
de aula mas também algumas outras da responsabilidade do aluno e da família.
Estratégias a desenvolver na sala de aula:
- Incentivar e valorizar a participação oral;
- Reforçar e valorizar as atividades de consolidação de conhecimentos;
- Apoiar na aplicação de métodos de estudo;
- Incentivar para a importância de ser organizado;
- Elaborar materiais específicos;
- Promover uma maior responsabilização do aluno;
- Fomentar o trabalho a pares e em pequeno grupo para favorecer a prevenção de
comportamentos desadequados e incutir espírito de partilha, cooperação e respeito;
- Desenvolver competências sociais com a envolvência dos Encarregados de Educação,
promovendo um comportamento exemplar por parte dos alunos na sala de aula;
Da responsabilidade dos Encarregados de Educação:
- Fixar um horário de estudo e vigiar o seu cumprimento;
- Controlar a assiduidade do aluno;
- Verificar a realização das atividades de consolidação;
- Verificar o transporte de material escolar;
- Estimular a pontualidade e a assiduidade;
- Verificar datas e resultados de avaliações escritas;
- Verificar regularmente a caderneta do aluno;
- Cumprir prazos estipulados para a entrega de documentos (justificação de faltas, …);
- Dialogar com o aluno sobre progressos obtidos;
- Estabelecer contactos regulares com o Diretor de Turma;
- Incentivar o trabalho autónomo dos seus educandos;
Da responsabilidade do aluno:
- Participar nas aulas;
- Ter e manter uma postura correta, com o professor e colegas, não só na sala de aula mas em
todo o espaço escolar;
- Empenhar-se nas atividades desenvolvidas;
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- Pedir ajuda ao professor perante alguma dificuldade;
- Ter o caderno diário organizado, atualizado e cuidado;
- Trazer sempre o material necessário para as aulas;
- Resolver sempre as atividades de consolidação;
- Cumprir, em casa, um horário de estudo;
- Realizar nos prazos estipulados as tarefas propostas;
- Estudar diariamente as matérias lecionadas.
18
5 – CONCLUSÕES FINAIS
Observados e apreciados os resultados obtidos neste primeiro período escolar, verificamos
que continuamos a confrontar-nos, todos os anos, com uma situação em geral semelhante e
que se repete.
Da análise de resultados verificamos em termos globais que o sucesso diminui à medida que
se avança na escolaridade.
Para além das situações específicas e anteriormente elencadas na análise por cada um dos
departamentos, existem elementos comuns e igualmente identificados por todos os
departamentos que ajudam a compreender este facto nomeadamente: a dificuldade de
compreensão e expressão oral e escrita, dificuldade de relacionação e aplicação de conceitos,
faltas de atenção, concentração, empenho, trabalho, maturidade e de autonomia, bem como
do incumprimento de regras, da assiduidade e pontualidade, todos eles fatores muito evidentes
da falta de sucesso nas diferentes áreas.
Aprovado em Conselho Pedagógico
31/01/2018
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