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Argumentao no ensino do gnero dissertativo: recurso a uma razo dialgica como ferramenta para a tica docente.Alexandre de Souza REIS (bolsista PIBID/Letras-UFSCar)

Adriana dos ANJOS (supervisor PIBID/Letras-UFSCar)

Luzmara CURCINO (orientadora PIBID/Letras-UFSCar)

O trabalho efetuado no segundo semestre de 2014 (agosto-dezembro) sob a guarda do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia) se focou no projeto Ensino de Redao da professora regente Adriana dos Anjos com as turmas do 1, 2 e 3 ano do ensino mdio, modalidade EJA, da escola Aracy Leite Pereira Lopes. A linha de atuao se polarizou em duas vias, uma mais dedutiva, onde levamos propostas de ensino de conectores discursivos e do tpico frasal, e outra mais indutiva, onde realizamos discusses em grupo sobre temas atuais e que caram em concursos e vestibulares recentemente. Sempre atentos para essa ligao entre lngua e ideologia, no tardou para nos questionarmos dos limites da ao do docente de lngua portuguesa, ou seja, situaes onde o aluno se posicionava dentro do tema proposto de uma forma pouco crtica nos fez perceber a importncia do debate antes da escrita e dos contornos de uma tica do docente. Usando do conceito bakhtiniano de dialogia, que coloca a palavra como territrio comum entre o locutor e o interlocutor, percebemos que a soluo no deveria ser uma imposio das ideias, mas sim uma abertura para um maior dilogo. Deste modo, resolvemos, sob a orientao da professora doutora Luzmara Curcino (UFSCar), trabalhar a reescrita e adicionar correo um espao para questionamentos. Assim, diante de, exemplificando, um argumento que dizia sou contra o aborto porque toda mulher ir abortar, trazamos um questionamento, tirado do texto de apoio, se, por exemplo, era a mesma coisa uma posio a favor do aborto e outra posio a favor da legalizao do aborto. Nesse momento, o recurso ao tpico frasal e aos conectores discursivos permitiu uma incidncia nas redaes de estruturas como: mesmo que... por mais que... na tentativa de ponderar um argumento do texto de apoio. Ou seja, o recurso a uma razo que no nica e monolgica, mas sim plural e dialgica conseguimos um avano na qualidade da argumentao, o que salva o objetivo do ensino, e uma relao de maior alteridade que no coloca o docente como o dono do conhecimento, o que salva a tica docente. Outra concluso que chegamos ao fim do percurso foi que esse modelo de ensino que intercala escrita, discusso, reescrita e nova discusso, deve ser repensado em vrios pontos quando no estamos na modalidade EJA, afinal de contas, uma classe com adultos tende a possuir posies mais definidas do que uma que possua somente adolescentes.

Palavras-chave: Educao; Dialogismo; tica Docente; Ensino de Redao; Conectores Discursivos; Argumentao