NossaSaúdeR e v i s t a
Baía SulHospital Dia
Publicação trimestral do Baía Sul Hospital Dia | Edição nº 3 | Novembro de 2010
Baía Sul Hospital Dia | Rua Menino Deus, 63, Bloco B – 88020-210 – Centro – Florianópolis – SC
Infecção hospitalar: Baía Sul investe em prevenção» Página 4
Câncer na próstata: Após os 40 anos, avaliação deve ser anual» Páginas 8 e 9
AnestesiaNovas técnicas e avançosna medicina tornam osprocedimentos mais seguros » Páginas 6 e 7
O P I N I Ã O
Os indicadores conjunturais apre -
sentam um crescimento da eco-
nomia e uma melhoria da ren-
da média da população. Os indicado-
res sociais também acompanham es-
te cenário. Em 2003, a classe C re-
presentava 37,6% da população e em
2009 foi para 50,4%, sendo que hou-
ve aumento tanto na classe A, quanto
na classe B. O mercado
brasileiro de saúde já é
o sexto maior do mun-
do e o seu crescimento
deverá ser mais do que
o dobro do crescimento
da economia. Nos últi-
mos dois anos houve
mais de três dezenas de operações de
fusão e aquisição de empresas do se-
tor de saúde, o que representou cerca
de 10 bilhões de reais. Com o cresci-
mento dos empregos formais, um nú-
mero expressivo de brasileiros passou
a consumir serviços do Sistema Privado
de Saúde, aumentando o faturamento
deste segmento e desonerando o SUS.
Mercado aquecido, novas
tecnologias, melhorias na
gestão, mais exigências
dos clientes, tudo caminha
para um aumento de de-
manda e oferta por servi-
ços privados de saúde. Po-
rém, não podemos descui-
dar da qualidade e da se-
gurança da assistência. Ao
contrário, temos que cada
vez mais investir nisso.
Nesta edição, apresen-
tamos aos nossos leitores
uma reportagem sobre os
avanços da Anestesia, que permitem
procedimentos cada vez mais seguros,
e também uma matéria sobre como
prevenir e tratar o câncer de próstata.
Uma boa leitura a todos!
O Brasil avança
Parceria com resultadoHá quase cinco anos, 1.659 pes-
soas residentes na região da Gran-
de Florianópolis e outras 9.406 re-
sidentes em outras regiões do Es-
tado são diretamente beneficiadas
pela parceria firmada entre o Baía
Sul Hospital Dia e a SulAmérica Se-
guros. O acordo, em vigor desde fe-
vereiro de 2006, oferece cobertura
para todos os procedimentos dis-
poníveis no hospital para usuários
e dependentes dos planos de saú-
de da operadora. “A parceria com o
Baía Sul é bastante positiva. Em to-
dos os encontros que realizamos,
fica evidente a preocupação do
hospital em oferecer uma boa es-
trutura e um atendimento diferen-
ciado a nossos segurados”, desta-
ca o diretor de Prestadores e Servi-
ços Médicos da SulAmérica, Rober-
to Galfi. A SulAmérica possui 1,9
milhão de clientes no seguro saú-
de em todo o País.
“O mercado brasileiro de saúde já é o
sexto do mundo e continua crescendo
”
Publicação do
Baía SulHospital Dia
Diretor-PresidenteIrineu May Brodbeck
Diretor-TécnicoCarlos Gilberto Crippa
Diretor ExecutivoNewton Quadros
Conselho de AdministraçãoNewton QuadrosCarlos Alberto TeixeiraTeodoro Rogério VahlCássia Maria ZóccoliPierre Galvagni SilveiraSandro Ávila
Conselho EditorialIrineu May BrodbeckNewton QuadrosGiovani LoboFabiani FiorioRogério Kiefer
Jornalista ResponsávelDéborah Almada - DRT/RS [email protected]
Redação e EdiçãoAll Press Comunicação(48) 3028 0183www.allpresscom.com.br
Concepção gráficaOfficio |officiocom.com.br
FotografiaDivulgação
ImpressãoImpressul
Tiragem10.000 exemplares
Rua Menino Deus, 63 – 88020-210 Centro – Florianópolis – SC – Brasil+55 (48) 2107 [email protected] www.bshd.com.br
Newton QuadrosDiretor Executivo
SulAmérica tem 1,9 milhão de clientes no seguro-saúde em todo o País
Saiba mais
» Os EUA lideram o ranking de países que enviam pacientes para trata-
mentos internacionais (estima-se que em 2012 serão 1,6 milhão de
pessoas), seguidos por Canadá, Itália, Portugal, China e Angola.
» Já a Tailândia é o país que mais recebe pacientes internacionais (1,2 milhão
em 2007). Em segundo lugar está a Índia (450 mil no mesmo período). Até
2012, o faturamento da Índia no setor deve alcançar US$ 2,2 bilhões.
» No Brasil, um dos destinos mais procurados é São Paulo, onde o turismo
médico já responde por 18% dos hóspedes de hotéis. A cada US$1 gas-
to em medicina, US$8 são gastos com turismo. Baía SulHospital Dia
Fontes: Deloitte Center for Health Solutions e São Paulo Convention & Visitors Bureau.
NOSSASAÚDE | N O V E M B R O 2 0 1 0
Até algum tempo atrás, era co-
mum que pacientes brasileiros
com situação financeira estável
buscassem tratamentos médicos no ex-
terior. A evolução do setor médico-hos-
pitalar nacional – com utilização de tec-
nologia de ponta, pessoal capacitado e
preços mais acessíveis – está transfor-
mando essa realidade e hoje o país fi-
gura entre aqueles com grande poten-
cial em um mercado emergente: o tu-
rismo médico, que movimenta cerca de
US$ 60 bilhões anuais no mundo todo.
Atento ao crescente interesse de pacien-
tes internacionais em busca de procedi-
mentos médicos de qualidade no Brasil,
o Baía Sul Hospital Dia (BSHD) desenvol-
ve projeto na área e, dentro desta estra-
tégia, participou, em agosto, do 1º Medi-
cal Travel Meeting Brazil, em São Paulo.
“O Complexo Baía Sul está capaci-
tado para atender a demanda interna-
cional, pois o padrão de serviços pres-
tados está alinhado aos critérios exigi-
dos”, afirma o diretor executivo Newton
Quadros. O BSHD foi o único empreen-
dimento hospitalar fora do Estado de
São Paulo a participar do evento. “Está-
vamos entre os melhores hospitais do
país, o que configura nossa competiti-
vidade e sincronismo com as tendên-
cias, oportunidades e mudanças no se-
tor de saúde nacional e internacional”,
argumenta Danielle Nogueira, consulto-
ra do projeto de clientes internacionais
do BSHD e Hospital Baía Sul.
No estande montado no Medical Tra-
vel Meeting Brazil, profissionais da área
médica, gestores, administradores e com-
pradores dos mercados nacional e inter-
nacional puderam conhecer a estrutura
do BSHD, que completou cinco anos em
2010, período no qual realizou mais de
30 mil procedimentos, com taxa zero de
óbito, e que é referência em ortopedia, ci-
rurgia bucomaxilofacial e cirurgia plástica.
“Iniciamos o processo de articulação
de visitas de representantes de agências
e seguradoras de planos de saúde nor-
te-americanas e européias com interes-
se em conhecer o complexo e iniciar par-
cerias”, diz Danielle. Segundo Quadros,
a partir de agora será desenvolvido um
trabalho de divulgação do potencial do
Complexo. “O primeiro mercado que atu-
Mercado emergenteHospitais brasileiros vêm se tornando destino de pacientes do mundo inteiro
M E D I C A L T R A V E L
aremos será o continente africano, prin-
cipalmente os países de língua portugue-
sa”. Quadros já esteve em Angola e, em
outubro, diretoras de um hospital daque-
le país visitaram Florianópolis, para co-
nhecer as instalações e a expertise do
Baía Sul. Ainda neste mês de novembro,
Quadros volta a Angola, onde deverá pas-
sar três semanas.
Estande do Baía Sul Hospital Dia no Medical Travel Meeting Brazil
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N O V E M B R O 2 0 1 0 | NOSSASAÚDE 4
O trabalho executado por cirur-
giões, anestesiologistas, ins-
trumentadores e enfermeiros
na mesa de operações é essencial no
dia-a-dia do Baía Sul Hospital Dia. Mas,
para garantir o bem-estar dos pacientes,
o cuidado com a qualidade nos servi-
ços não fica restrito ao centro cirúrgico.
A instituição adota programas que bus-
cam o aperfeiçoamento contínuo em to-
das as etapas do atendimento.
Um exemplo é o trabalho desenvol-
vido pela Comissão de Controle de In-
fecção Hospitalar (CCIH) do hospital,
suporte essencial para a preservação
da segurança dos pacientes. As ações,
reunidas no Programa de Prevenção e
Controle das Infecções Hospitalares,
garantem a minimização dos riscos.
“Nosso objetivo é manter a taxa de in-
fecção inferior a 2%”, diz a médica in-
fectologista ivete Masukawa, responsá-
vel pela CCIH. Hoje o índice registrado
no hospital é de 0,8%.
A atuação da Comissão é bastan-
te ampla. Abrange desde o controle
da limpeza e da esterilização de rou-
pas, equipamentos e instrumentos usa-
dos no centro cirúrgico e nas outras de-
pendências do hospital até o monito-
ramento dos pacientes que tiveram al-
ta, feito através de ligações telefônicas.
O grupo também trabalha para cons-
cientizar permanentemente todos os
profissionais do hospital – e até os
familiares dos pacientes – sobre a
importância da obediência às nor-
Menos riscos, mais segurança
GerenciamentoO gerenciamento de risco é uma prática fun-
damental para os sistemas de saúde que bus-
cam a Acreditação Hospitalar, uma certifica-
ção semelhante ao ISO, baseada em altos pa-
drões de desempenho nos processos de cui-
dados ao paciente e gestão dos serviços. O
foco é a prevenção de danos à saúde huma-
na, ao meio ambiente e à imagem institucional
durante todo o processo de atendimento ao
paciente. “Para fortalecer a segurança, as ins-
tituições de saúde precisam criar um ambien-
te capacitado para identificar as situações ad-
versas e gerenciar riscos em todos os níveis”,
explica Fernanda Rodrigues. Ela observa ainda
que os procedimentos devem ser sempre pro-
tocolados. “As condutas devem ser reprodutí-
veis, respeitadas e supervisionadas pela
gestão de qualidade”, diz.
mas de controle essen-
ciais para evitar que os
pacientes fiquem expos-
tos a bactérias causado-
ras de infecções. A aten-
ção redobrada é impor-
tante porque cuidados
simples ajudam a reduzir
as infecções. A simples
higienização das mãos,
por exemplo, diminui em
até 85% o índice de in-
fecções dentro dos servi-
ços de saúde (a prática
cotidiana foi tema até da
campanha “Salve Vidas:
Higienize suas Mãos”, da
Organização Mundial da
Saúde - OMS).
Para garan-
tir resulta-
dos po-
s i t i vos
t a m -
Q U A L I D A D E
bém em outras áreas, diz a consulto-
ra em qualidade do Baía Sul Hospital
Dia, Fernanda Rodrigues, é preciso que
o gerenciamento de risco integre toda a
cultura do empreendimento. “A segu-
rança e a qualidade nos sis-
temas de saúde devem ser
tratadas como um valor
central da instituição.
Convertendo esses va-
lores para hábitos de
trabalho, chega-se ao
diferencial de quali-
dade”, ressalta. Baía SulHospital Dia
BSHD adota programas para o aperfeiçoamento contínuo de todas as etapas do atendimento
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Baía Sul entrou em operação em novembro
SC tem novo hospital
A demanda da Grande Florianó-
polis por uma unidade hospita-
lar voltada à alta complexidade
foi o fator que motivou um grupo de mé-
dicos e empresários da região a implan-
tar o Hospital Baía Sul. O empreendi-
mento agrega mais um serviço de ponta
ao já conceituado Baía Sul Medical Cen-
ter, que abriga ainda o Baía Sul Hospital
Dia, além de mais de cem clínicas de di-
ferentes especialidades, Clínica Imagem
(diagnóstico por imagem) e Laboratório
Santa Luzia (análises clínicas).
“Além das vantagens dessa integração
médico-hospitalar oferecida pelo Com-
plexo Baía Sul, que disponibiliza em um
mesmo local diferentes serviços com alto
padrão, o paciente encontra no novo hos-
pital uma estrutura moderna - em funcio-
namento 24 horas –, humanizada e iden-
tificada com as exigências de uma impor-
tante Capital”, afirma Carlos Gilberto Cri-
ppa, diretor técnico do hospital.
Com um investimento de R$ 30 mi-
lhões, o Hospital Baía Sul foi planeja-
do para oferecer um serviço diferencia-
do para as demandas da comunidade.
NOSSASAÚDE | N O V E M B R O 2 0 1 0
Infraestrutura física e equipamen-
tos de alto padrão são essenciais
aos empreendimentos da área médi-
ca. O Hospital Baía Sul, além de reu-
nir todos os atributos técnicos, tem
como um dos diferenciais o atendi-
mento humanizado, conceito basea-
do em fatores como ambiente físi-
co, aspectos sensoriais (controle de
ruído e de temperatura), equipe de
saúde e necessidades do doente e
de seus familiares. “A hospitalidade,
o atendimento cordial e a capacida-
de de ouvir o paciente e entendê-lo
são muito importantes não só para
o bem estar das pessoas que pro-
curam os nossos serviços, mas tam-
bém para o sucesso de qualquer ini-
ciativa na área da saúde”, diz Crippa.
No caso do ambiente físico, o
projeto arquitetônico criado pelo
Studio Domo, do arquiteto Roberto
Simon, privilegia uma nova dinâmi-
ca, com maior participação familiar
em setores como os de internação.
Por meio da composição física ado-
tada e de materiais e equipamen-
tos utilizados, o paciente e acom-
panhante são atendidos em uma
atmosfera envolvente.
Em relação aos serviços presta-
dos, toda a equipe de profissionais
estará sensibilizada para a necessi-
dade de oferecer um atendimento
acolhedor. “Incluímos ai desde medi-
das simples como chamar o pacien-
te pelo nome – e não por um número
de prontuário – até a disponibilidade
de atendimento individual, com apoio
psicológico, logístico e técnico. Que-
remos criar um ambiente aconche-
gante e equipado para atender as ne-
cessidades dos pacientes”, diz o neu-
rocirurgião Irineu May Brodbeck, dire-
tor geral do Hospital Baía Sul. Baía SulHospital Dia
Atendimento humanizado é um dos diferenciais
O complexo formado pelos dois hospi-
tais disponibiliza nove salas cirúrgicas e
90 leitos, sendo 15 deles de UTI, área
na qual há uma grande demanda a ser
atendida. Todos os equipamentos de al-
ta tecnologia foram importados da Ale-
manha e o centro cirúrgico está estrate-
gicamente preparado para procedimen-
tos de grande porte como os neuroci-
rúrgicos, urológicos, bariátricos, ortopé-
dicos e oncológicos. Dr. Irineu May Brodbeck, neuroricurgião e diretor geral do HBS
A N E S T E S I A
Há muito tempo, o anestesiologis-
ta deixou de ser o profissional
responsável apenas por garan-
tir condições intraoperatórias ideais para
uma cirurgia. Com os avanços da medici-
na, cabe a ele garantir também que pa-
cientes com doenças sistêmicas estejam
prontos para o procedimento cirúrgico. O
anestesiologista define agentes e técnicas
anestésicas, bem como medicamentos
profiláticos para minimizar efeitos colate-
rais, que terão grande impacto nos des-
fechos pós-operatórios e na qualidade do
atendimento.
Atualmente, são utilizadas técnicas mo-
dernas de anestesia, como o bloqueio de
nervos guiado por ultrassom. Nele, um
aparelho portátil de ultrassom localiza
com precisão o nervo a ser anestesiado
em cirurgias ortopédicas, com maior efi-
cácia do bloqueio anestésico e segurança.
Serviço de Anestesiologia do Baía Sul Hospital Dia tem equipe de 20 profissionais que aplicam técnicas avançadas para maior segurança e conforto do paciente
Procedimentos cada vez mais seguros
N O V E M B R O 2 0 1 0 | NOSSASAÚDE 6
7
Para o paciente, a técnica traz mais con-
forto, já que reduz a dor no pós-operatório.
Há pacientes que não necessitam
anestesia geral, mas que preferem não fi-
car acordados durante o procedimento
cirúrgico. Para estes, o ideal é a técnica
de sedação continua. Atualmente, novos
agentes anestésicos tornam a anestesia
um ato bastante seguro e de recuperação
muito mais confortável ao paciente, com
baixíssima incidência de efeitos colaterais.
Com agentes anestésicos como pro-
pofol, remifentanil e um relaxante muscu-
lar, é possível fazer o que é chamado de
“anestesia venosa total”, com a utilização
de bombas de infusão contínua de medi-
camentos. Estas bombas permitem ajus-
tar as doses dos medicamentos de acordo
com as características dos pacientes tais
como idade e peso, tornando a anestesia
geral mais individualizada e precisa.
NOSSASAÚDE | N O V E M B R O 2 0 1 0
Dentre as condições clínicas que po-
dem ser identificadas na consulta pré-
anestésica e que tem repercussão relevan-
te para a anestesia e no seu desfecho é
possível citar a hipertensão arterial, doen-
ça cardíaca ou respiratória, disfunção re-
nal, diabetes mellitus, tabagismo, uso de
drogas ilícitas, medicamentos, refluxo gas-
tro-esofageano, alergias medicamentosas,
infecções respiratórias, apnéia obstrutiva
do sono e história familiar de hipertermia
maligna (doença genética rara desenca-
deada por alguns anestésicos).
Desde sua inauguração, em 2005, já
foram realizados no BSHD mais de 20 mil
procedimentos cirúrgicos, sem que haja
registro de complicação grave relaciona-
da à anestesia. As taxas de mortalidade
e morbidade são baixíssimas no cenário
da cirurgia ambulatorial, foco do hospital.
Dentre as complicações mais frequentes,
responsáveis por internações mais prolon-
gadas, estão a presença de dor ou de náu-
seas e vômitos pós-operatórios, que po-
dem acometer de 20 a 30% dos casos.
“Estamos investindo no aperfeiçoamen-
to de nossos serviços, e dentre as próxi-
mas medidas a serem implementadas vi-
sando aumentar a qualidade e segurança
das nossas anestesias estão os protocolos
assistenciais de checagem, além do pron-
tuário eletrônico totalmente informatizado,
que já está em fase final de implementa-
ção”, disse o anestesiologista Giovani Lo-
bo, Gerente Médico do Baia Sul Hospital
Dia. Ele confirmou também a realização de
novos eventos científicos em diversas es-
pecialidades médicas. Para 2011, já está
programado o I Simpósio de Segurança e
Qualidade em Anestesia Ambulatorial. Baía SulHospital Dia
Equipamentos avançados e técnicas mais sofisticadas
BSHD – O serviço de Anestesiologia
do Baía Sul Hospital Dia conta com 20
médicos anestesistas, que buscam per-
manentemente garantir o sucesso do ato
anestésico-cirúrgico. Este cuidado come-
ça antes mesmo da cirurgia, numa con-
sulta de rotina onde é realizada uma en-
trevista que permite ao profissional co-
nhecer a condição clínica do paciente e
prepará-lo para o procedimento. Nesta
consulta, o anestesista esclarece dúvidas
e apreensões comuns a leigos.
No BSHD, a equipe incentiva que a
consulta pré-anestésica seja feita com
bastante antecedência, já que além de
esta ser uma exigência do Conselho Fe-
deral de Medicina, o anestesista pode-
rá solicitar exames complementares, as-
sim como uma avaliação de outros espe-
cialistas, com base na condição clínica
do paciente.
N O V E M B R O 2 0 1 0 | NOSSASAÚDE
Homem não chora, não pe-
de informação quando está
perdido no trânsito e só vai
ao médico quando não há outra op-
ção, geralmente carregado em uma
ambulância. Parece que muita gen-
te acredita nisso. Tanto que o Ministé-
rio da Saúde foi obrigado a desenvol-
ver ações específicas para estimular os
homens a cuidarem da própria saúde.
Os reflexos da desatenção mascu-
lina com o próprio bem estar são ób-
vios: mulheres vivem, em média, 7 anos
a mais. E, para cada morte de mulher
na idade adulta, são dois os mortos do
sexo masculino.
O fato é que a maior parte das mu-
lheres frequenta periodicamente o gi-
necologista e outros profissionais. O
homem em geral resiste a consultas e
exames. Mas tanto para homens quan-
to para mulheres a prevenção deveria
ser palavra de ordem.
Exemplo é o câncer de próstata, o tu-
mor mais comum entre os homens com
mais de 50 anos. “Nas últimas décadas,
a incidência deste câncer vem aumen-
tando significativamente, principalmen-
te com o aumento da expectativa de vi-
da. Com os avanços na detecção pre-
coce da doença, bem como no seu tra-
tamento, o controle tem sido cada vez
mais efetivo e a possibilidade de cura
cada vez mais atingida e animadora”, diz
o urologista Henrique Peres Rocha, que
é Membro Titular da Sociedade Brasilei-
ra de Urologia (TiSBU). “À medida que o
homem envelhece, a chance de desen-
volver o câncer de próstata aumenta. Por
isso, todo homem a partir dos 40 anos
deve começar a fazer a avaliação da
próstata com seu urologista, pelo me-
C â N C E R D E P R ó S T A T A
Detecção precoce faz a diferença
A partir dos 40 anos, todo o homem deve fazer exames
periodicamente, já que à medida que
envelhece, crescem as chances de
desenvolver tumor na próstata
8
NOSSASAÚDE | N O V E M B R O 2 0 1 0 9
nos uma vez ao ano”, completa. A ava-
liação para o câncer de próstata é feita
através do toque retal e da dosagem no
sangue do PSA (antígeno prostático es-
pecífico). Naqueles com história familiar
de câncer de próstata (e de câncer de
mama), é recomendável iniciar a inves-
tigação com pelo menos cinco anos de
antecedência. O exame de toque retal é
simples, rápido, insubstituível e funda-
mental, assim como o PSA. Em caso de
toque anormal e/ou PSA elevado, o pa-
ciente deverá ser submetido a uma bi-
ópsia de próstata orientada por ultras-
sonografia transretal. Este procedimento
tem por finalidade retirar fragmentos da
próstata que confirmarão, ou não, a pre-
sença do tumor.
O câncer de próstata, em seus está-
gios iniciais, não traz nenhum sintoma.
Por isso a avaliação é necessária para
todos os homens, mesmo que assinto-
máticos. Quanto mais tarde se fizer o
diagnóstico, mais difícil será a cura. Nu-
ma fase adiantada do tumor surgem os
sintomas, que podem ser a obstrução
do fluxo urinário e o sangramento na uri-
na. Entretanto, estes sintomas não são
exclusivos do câncer e podem ocorrer,
até mais comumente, em outras doen-
ças benignas da próstata, como a hiper-
plasia prostática benigna, e de outros lo-
cais do trato urinário. No tumor localiza-
do na próstata, o tratamento tem inten-
ção curativa e pode ser feito principal-
mente através da cirurgia ou da radio-
terapia. Estas modalidades terapêuticas
evoluíram muito nos últimos anos e os
pacientes ficam com excelente qualida-
de de vida. A retirada cirúrgica da prós-
tata (prostatectomia radical), hoje é feita
basicamente por três abordagens: con-
vencional (aberta), videolaparoscópica e
videolaparoscópica robótica com resul-
tados hoje semelhantes no controle da
doença, preservação da função erétil e
continência urinária.
No câncer mais avançado, o trata-
mento visa fundamentalmente o contro-
le da doença. Para isso lança-se mão de
terapias que bloqueiam a progressão e
disseminação do câncer, fazendo com
que a maioria dos pacientes não apre-
sentem os sintomas da doença.
Até agora não são conhecidas for-
mas específicas de prevenção do cân-
cer da próstata. No entanto, sabe-se
que a adoção de hábitos saudáveis de
vida, como baixa ingestão de alimen-
tos gordurosos e de carne vermelha,
dieta rica em frutas, vegetais, legumes
e cereais, combater a obesidade, não
fumar, ingestão de álcool com mode-
ração podem contribuir na prevenção
do câncer de próstata e outros tipos
de câncer.
Segundo Henrique Rocha, o urolo-
gista deve prestar atenção não ape-
nas aos problemas no sistema uriná-
rio do paciente. “Muitas vezes somos
os primeiros médicos com os quais o
paciente tem contato. Não podemos
deixar de exercer o papel de ‘cuidado-
res’ dos nossos pacientes. Numa con-
sulta urológica de revisão de um ho-
mem com mais de 40 anos não pode-
mos perder a oportunidade de avaliar,
além das doenças urológicas, os ris-
cos de doenças cardiovasculares, hi-
pertensão arterial sistêmica, diabetes
mellitus, dislipidemia, obesidade, ta-
bagismo, alcoolismo e cânceres pre-
valentes. Também temos que estimu-
lar a prática de atividade física e da
dieta saudável e encaminhar o indiví-
duo para outros colegas especialistas
nestas áreas quando necessário”. Baía SulHospital Dia
Detecção precoce faz a diferença
Dr. Henrique Rocha, Urologista
Entenda mais
A Doença de Crohn é provoca-
da por uma disfunção do sistema
imunológico do paciente. Em vez
de “atacarem” agentes externos
agressores ao organismo, as defe-
sas do indivíduo se voltam contra
órgãos internos do próprio indiví-
duo. No caso, principalmente o in-
testino. “Isso provoca um processo
inflamatório extremamente invasi-
vo, que agride todo o aparelho di-
gestivo, da boca até o ânus, sendo
mais frequente na parte inferior do
intestino delgado (íleo) e no intes-
tino grosso (cólon)”, explica o gas-
troenterologista Sérgio Eduardo
Merlim. De acordo com o médico,
a doença ainda apresenta sinto-
mas como dores nas articulações,
lesões de pele, sangramento retal
e inflamação dos olhos.
N O V E M B R O 2 0 1 0 | NOSSASAÚDE 10
I M U N O b I O L ó g I C O S
O uso de medicamentos imuno-
biológicos no combate à Do-
ença de Crohn, que se mani-
festa por um processo de inflamação in-
testinal crônica, pode ser uma boa notí-
cia para quem sofre com o problema e
não responde adequadamente aos tra-
tamentos convencionais, com antibióti-
cos, imunosupressores e corticóides. “Os
imunobiológicos mudaram a maneira
como são tratados os pacientes de Cro-
hn”, afirma o gastroenterologista Sérgio
Eduardo Merlim. As novas drogas, cha-
madas anti TNFs, melhoram o controle
da doença, que ainda não tem cura co-
nhecida, e diminuem o desconforto dos
pacientes, principalmente por auxiliarem
na cicatrização do local afetado e apre-
sentarem boas taxas de remissão (re-
gressão ou desaparecimento dos sinto-
mas por um período de tempo).
Merlim adverte, porém, que os agen-
tes imunobiológicos não são a primei-
ra opção de tratamento. “Estas medi-
cações são usadas em casos especiais
de grande gravidade, onde precisamos
de resposta mais rápida. A indicação
mais precisa é quando o tratamento
com corticóides, aminosalicilatos, an-
tibióticos e imunosupressores falhou”.
A Doença de Crohn está listada en-
tre as chamadas doenças auto-imunes e
tanto o diagnóstico quanto o tratamento
exigem atenção, paciência e experiência.
Os sintomas mais comuns - diarréia com
ou sem sangramento, dor abdominal e
perda de peso – são vistos também em
outras doenças e podem ser confundi-
Novas armas contra a Doença de Crohn
dos até com corriqueiros distúrbios di-
gestivos. Além disso, há indefinição so-
bre as causas da doença, que pode ser
desencadeada por instabilidade emo-
cional, infecções ou alterações do siste-
ma imunológico. Por isso o diagnóstico
exige um bom histórico do paciente e a
realização de exames laboratoriais, clíni-
cos ou de imagem.
Na maior parte dos casos os trata-
mentos permitem que os portadores de
Crohn levem uma vida normal, sem li-
mitações. Mas o tratamento é comple-
xo. “Geralmente é necessária a utiliza-
ção de uma série de drogas, que vão de
antiinflamatórios a antibióticos. Há ain-
da casos mais graves nos quais existe a
indicação cirúrgica”, afirma Merlim. Baía SulHospital Dia
Ânus
Região Ileo-cecal
Reto
Estômago
Esôfago
Estreitamento
Áreas inflamadas
Íleo terminal
Intestino fino
Intestino grosso(colom)
Loca
l da
doen
ça
Medicamentos trazem alento para
os portadores da patologia.
NOSSASAÚDE | M A I O 2 0 1 0 11