Edição 24Ano IVJan/Fev 2015
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4 Primeira Página
Caro Leitor,
Nossa primeira edição do ano está muito especial, a começar pela entrevista exclusiva com o novo governador do estado, Rui Costa, abordando perspectivas para a economia baiana em 2015, principais desafios, estratégias para atração de novos in-vestimentos, obras de infraestrutura e muito mais.
E já que a cada dois anos novos nomes são alavancados ao po-der, alguns conseguem nele permanecer e outros tantos seguem diferentes caminhos, resta-nos avaliar se as promessas feitas durante a campanha eleitoral foram ou vêm sendo cumpridas. Nesta edição apresentamos um balanço da gestão Jaques Wag-ner e também dos dois primeiros anos de ACM Neto à frente da Prefeitura de Salvador. Será que eles cumpriram tudo o que prometeram? Leia a nossa reportagem e descubra.
Uma das promessas de ACM Neto, já sabemos, está se concre-tizando: a reorganização do sistema de transporte público da cidade. Fique por dentro do assunto com as matérias sobre o novo sistema de ônibus e a reforma da Estação da Lapa.
Como estamos no verão, não poderíamos deixar de falar sobre turismo, e o ano de 2015 começa com uma nova associação atuando no setor, a Salvador Destination, que reúne 21 hotéis e duas empresas baianas voltadas para a captação de eventos na cidade. O grupo é uma “dissidência” do Convention Bureau e já está dando o que falar. Nossa equipe conversou com o presidente, Paulo Gaudenzi, a fim de conhecer as propostas da entidade.
Para completar esta edição, saiba mais sobre novas formas e ferramentas de atendimento ao cliente, oportunidades de ne-gócios e legislação. Tudo para você começar o ano bem infor-mado.
Boa leitura!
EDITORIAL
Marivaldo Teixeira Diretor
5Primeira Página
14 40
08
Novas concessionáriasassumem ônibus deSalvador em 2015
Líderes de oposição avaliam gestões de Wagner e Neto
Rui Costa fala sobreeleições e perspectivas para seu mandato
SUMÁRIO
Estação da Lapa: reformas devem iniciar no primeiro semestre de 2015
4228 Audiovisual: setor fatura R$ 43 bilhões por ano e gera 230 mil empregos
Finanças domésticas geram brigas entre 16,7% dos casaisbrasileiros
2218 Pesquisa revela importância dopós-venda ao comprar eletrônicos
24 Justiça do Trabalho: aprenda a evitar dores de cabeça com os empregados
Bahia receberáinvestimentos de R$ 3,4 bilhões em energia eólica
26
6 Primeira Página
EXPEDIENTE
Revista bimestral, com distribuição dirigida aos meios empresarial e industrial
do estado da Bahia e de Sergipe.
Ano IV, Nº 24 | janei ro / feverei ro | 2015
DIRETORMarivaldo TeixeiraDEPTO. JURÍDICO
Marcos Antônio da C. PintoGERENTE FINANCEIRASonia Mª. Cunha Teixeira GERENTE COMERCIAL
Viviane TeixeiraGERENTE DE MARKETING
Eliza TeixeiraGERENTE ADMINISTRATIVA
Soraya Teixeira Pinto JORNALISTA RESPONSÁVELJan Penalva (DRT/BA 3672)
REPÓRTERAlexandre Takei (DRT/BA2955)
PROJETO GRÁFICOGanesh BrandingDIAGRAMAÇÃO
Renato SouzaCAPA
Clito JuniorREVISÃO DE TEXTOS
Rita CanárioREVISÃO GERAL
Solon Cruz (DRT/BA 393)DEPTO. DE CIRCULAÇÃOJean Fabian Alves Silva
WEB DESIGNERAntonio Carlos da S. Sales
IMPRESSÃOJacográfica Serv. Gráficos Ltda.
CNPJ: 34.248.187/0001-69
A Revista Primeira Página é uma publicação bimestral, de propriedade daJacográfica Serviços Gráficos Ltda. Conceitos e opiniões emitidos em artigos
assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores.
Próxima edição: abril 2015Para receber gratuitamente a revista Primeira Página, envie e-mail com o seu
endereço para [email protected]
Tel.: (71) 3121-7967 / (71) [email protected] | [email protected]
Av. Brigadeiro Mário Epinghaus, 33, Centro, Lauro de Freitas - Bahia. CEP 42.700-000
7Primeira Página
BRASIL | CURTAS ONLINE
Brasil sedia ConlatingrafAté outubro de 2015, a Confedera-
ção Latino-Americana da Indús-
tria Gráfica (Conlatingraf) terá
como sede o Brasil. A entidade
congrega instituições representa-
tivas do setor gráfico no bloco e
funciona em sistema de rodízio: a
cada ano, instala-se em um país e
atua sob a gestão de um dirigen-
te local. Na gestão brasileira, a
presidência caberá ao empresário
Fabio Arruda Mortara, vice-pre-
sidente da Associação Brasileira
da Indústria Gráfica (Abigraf)
e presidente do Sindicato das
Indústrias Gráficas no Estado de
São Paulo (Sindigraf-SP).
Serviços em altaA Pesquisa Mensal de Serviços (PMS/IBGE) apurou que a receita nominal do setor de serviços apresentou no mês de outubro de 2014, em relação ao mesmo período do ano anterior, crescimento de 7,5%, fazendo o indicador anual acumular 5% de expansão. De acordo com as informações divulgadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan), em 12 meses, o incremento acumulado é de 4,9%.
Turismo em baixaPara quase metade das agências
de turismo e operadoras
turísticas do Brasil (41,2%),
a movimentação de viajantes
deve ser em média 28,1% menor
neste verão, em comparação com
o desempenho da temporada
passada. A previsão é do
Instituto de Pesquisas, Estudos
e Capacitação em Turismo
(Ipeturis), feita a pedido do
Sindicato das Empresas de
Turismo no Estado de São Paulo
(Sindetur-SP).
Terminal movimentadoAs movimentações de cabotagem e exportação foram destaque no
terceiro trimestre no Terminal de Contêineres de Salvador, operado
pelo Grupo Wilson Sons. Os volumes cresceram 45% na cabotagem
e 12% na exportação, comparativamente ao mesmo período de 2013,
impulsionados pela movimentação de produtos químicos, siderúrgicos
e metalúrgicos, construção civil e celulose.
Notícias veiculadas no site www.revistaprimeirapagina.com.br
Mande suas sugestões e comentários para [email protected]
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@rprimeirapagina
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MManaus é o principal destinoManaus se consolidou como
principal destino do fluxo de
cargas transportadas via cabota-
gem com Salvador, registrando
um aumento de mais de 140%
no total movimentado entre julho
e setembro de 2014, em compa-
ração com o mesmo intervalo do
ano passado. O Tecon Salvador
também voltou a observar o cres-
cimento dos volumes de exporta-
ções no trimestre, especialmente
de cargas para o Golfo do México
(com crescimento de 73%) e o
Extremo Oriente (incremento de
quase 55%).
8 Primeira Página
ENTREVISTA
Governador Rui Costa fala sobre perspectivas para o seu mandato
Oito anos após a chegada do PT ao Palácio de Ondina, a história se repete: Rui Costa, que iniciou a campanha ao governo da Bahia apontado pelas pesquisas como um “azarão”, sur-preendeu e foi eleito governador ainda no primeiro turno, com 54,53% dos votos. Soteropo-litano do bairro da Liberdade, o novo governador é graduado em economia pela UFBA e foi um dos fundadores do PT na Bahia. Participou dos dois mandatos de Wagner à frente das secretarias de Relações Institucionais e da Casa Civil. Foi eleito vereador em 2000 e 2004 e deputado federal em 2010. Às vésperas de iniciar o mandato, Rui Costa concedeu esta entre-vista exclusiva à Primeira Página para falar sobre as perspectivas e os desafios da economia baiana nos próximos quatro anos.
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ivul
gaçã
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De acordo com o governador eleito, um dos desafios para a Bahia é criar um ambiente propício a novos investimentos
9Primeira Página
Primeira Página – O Bra-sil atravessou um período econômico de cautela em 2014, marcado por dois tri-mestres consecutivos de retração do PIB, considera-do por muitos economistas uma recessão técnica. De que modo a Bahia irá supe-rar esse momento a partir de 2015?Rui Costa – O ano de 2014 não foi
muito favorável, quando anali-
samos o desempenho econômico
brasileiro, e essa situação também
foi transmitida para a economia
baiana, porém, com menor inten-
sidade, haja vista que no mesmo
período tivemos um crescimento
do PIB próximo de 1,5% em cada
trimestre. Um setor específico
sentiu fortemente os impactos do
baixo desempenho da economia
brasileira: a indústria. Ao longo do
ano, a indústria foi acumulando
taxas de crescimento negativas,
influenciadas, sobretudo, pela
queda na produção de automó-
veis, fato que vem ocorrendo em
praticamente todos os estados que
possuem plantas automotivas.
Neste sentido, a expectativa para
a economia baiana em 2015 é de
que haja recuperação da produção
industrial, particularmente dos
segmentos que registraram baixa
dinâmica em 2014 – automóveis,
bebidas, informática. Para além
disso, uma série de investimentos
iniciados em 2012, 2013 e 2014 co-
meçam a entrar em operação ou
mesmo a se consolidar na matriz
produtiva baiana, contribuindo
para um maior dinamismo do se-
tor já em 2015. Quanto aos demais
setores – agropecuária e serviços
–, a expectativa é de que mante-
nham a trajetória de expansão
registrada em 2014 e, assim, con-
tribuam positivamente para que a
economia baiana supere os mo-
mentos de instabilidade registra-
dos no ano passado.
PP – Do ponto de vista eco-nômico, quais os grandes desafios para a Bahia nos próximos anos?RC – Nos próximos anos, o desafio
consiste em, além de propiciar um
ambiente atrativo para a imple-
mentação de novos investimentos
produtivos, fazer com que a eco-
nomia baiana ganhe maior desta-
que na geração de riquezas dentro
do País. Esse ambiente propício
já vem sendo construído a partir
de projetos que favorecem não
somente a produção de riquezas,
mas também o escoamento dessas
riquezas.
PP – E como o senhor en-xerga o cenário econômi-co da Bahia para a atração de novos investimentos na indústria, nos próximos anos?RC – A Bahia está se preparando
para dar um salto em termos de
infraestrutura logística. Estão em
execução a Ferrovia de Integração
Oeste-Leste (FIOL) e o Porto Sul;
a duplicação da BR 101 e da BR
116; vamos reformar aeroportos
regionais e, com isso, criar as con-
dições necessárias para o estado
continuar atraindo investimentos.
A expectativa para a economia baiana em 2015 é de que haja recuperação da produção industrial
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Rui Costa durante a cerimômia de posse na Assembleia Legislativa da Bahia
10 Primeira Página
Nós vamos ampliar ainda mais a
criação de cursos técnicos no esta-
do, que ao lado das universidades
federais criadas estão qualificando
nossa mão de obra. Também está
prevista a criação de polos regio-
nais de desenvolvimento, que re-
ceberão investimentos no intuito
de aproveitar as potencialidades
econômicas, a fim de atrair indús-
trias e novos negócios, levando
emprego e renda para o interior
do estado.
PP – No seu discurso de vitória, o senhor disse que pretende tornar o estado mais competitivo, não atra-vés da guerra fiscal e sim da infraestrutura e da lo-gística. Quais são os princi-pais gargalos logísticos do estado?RC – O nosso estado ficou anos
sem receber investimentos em
infraestrutura, nenhum projeto
importante foi apresentado ou le-
vado adiante. Wagner encontrou
as gavetas vazias e foi preciso
um grande esforço para tirar esse
atraso. Desse trabalho, temos a
FIOL, o Porto Sul, o novo aero-
porto de Ilhéus, a Via Expressa ao
Porto de Salvador, a duplicação
CIA-Aeroporto, o anel viário de
Feira de Santana e a recuperação
de oito mil quilômetros de estra-
das. E precisamos fazer muito
mais para que a Bahia conquiste
novos investimentos e oportunida-
des, que só virão com uma forte
infraestrutura logística.
PP – E quais obras de infra-estrutura marcarão seu go-verno para solucionar tais gargalos?RC – Vamos concluir as grandes
obras que estão em andamento e
buscar novos investimentos em
infraestrutura. Destacaria ações de
fortalecimento da aviação regio-
nal, com a reforma e ampliação de
20 aeroportos pelo estado, a trans-
formação do aeroporto de Feira
num grande centro de cargas, a
conclusão da FIOL e do Porto Sul,
que serão um canal de exportação,
e vamos trabalhar para viabilizar a
Ponte Salvador-Itaparica.
PP – O prefeito de Salvador, ACM Neto, foi uma figura de peso na campanha de oposição para as eleições de 2014. Os últimos meses também foram marcados por impasses entre o gover-no estadual e o municipal, a exemplo das questões re-lativas à tarifa do metrô e à licitação das linhas de ôni-bus da cidade. Como será o diálogo com a gestão mu-nicipal, nos próximos dois anos?RC – Eu nasci em Salvador, tenho
um carinho enorme por minha
cidade. Wagner foi o governador
que mais trouxe obras para a nos-
sa capital – só em mobilidade ur-
bana, os investimentos chegam a
um total de R$ 8 bilhões – e eu
vou continuar trabalhando para
modernizar a capital do estado.
Para isso, vamos manter um diá-
logo profissional com a gestão do
município.
PP – Quais foram os maio-res acertos dos oito anos de Jaques Wagner à frente do Governo da Bahia?
Vamos concluir as grandes obras
que estão em andamento e buscar novos
investimentos em infraestrutura
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Governador Rui Costa e o ministro da Defesa e ex-governador, Jaques Wagner
11Primeira Página
RC – Eu apontaria a mudança na
relação política com as prefeituras,
que passaram a ser ouvidas e res-
peitadas em suas demandas. Tam-
bém destacaria, além das grandes
obras de infraestrutura que já citei,
os cinco hospitais, entre eles o do
Subúrbio, reconhecido internacio-
nalmente pela inovação na gestão
e qualidade do serviço prestado à
população. Outro ponto extrema-
mente importante foi a luta em-
preendida pelo governo para tra-
zer novas universidades federais
para o estado. É preciso lembrar
que a Bahia passou 200 anos com
apenas uma universidade e que
em apenas oito anos conseguimos
trazer mais cinco universidades
públicas.
PP – E quais foram as suas principais marcas no gover-no Wagner, principalmente à frente da Casa Civil?RC – A Casa Civil teve um papel
importante no governo Wagner,
coordenando os principais proje-
tos, os projetos estratégicos para
o avanço da Bahia. Em relação
às obras, destaco a retomada do
metrô de Salvador, que era piada
nacional. Depois de 11 anos para-
do nas mãos da prefeitura, conse-
guimos trazê-lo para a gestão es-
A minha percepção sempre foi de que o movimento de
ascensão era bem maior do que o demostrado nas
pesquisas
tadual e fazê-lo rodar em menos
de um ano. Trabalhamos bastante
para obter as licenças necessárias
à construção do Porto Sul, que se
tornará realidade nos próximos
anos. Apesar de ser executada pelo
governo federal, a FIOL sempre foi
uma obra acompanhada de perto
na Casa Civil – são mais de dez
mil trabalhadores empregados.
No período da minha gestão, a
Bahia enfrentou uma das piores
secas já vistas em sua história, e
fomos os responsáveis pelas ações
emergenciais e estruturantes para
amenizar os seus efeitos. Antes
disso, desempenhei a missão à
frente da Secretaria de Relações
Institucionais, no primeiro man-
dato de Wagner, que montou na
Assembleia a base de sustentação
do governo. As experiências con-
tribuíram significativamente para
que conhecesse mais a Bahia, es-
tudasse o estado de ponta a ponta.
PP – Quais setores da eco-nomia deverão impulsio-
nar a geração de emprego e renda na Bahia pelos próxi-mos anos?RC – De acordo com estudo ela-
borado pela Superintendência
de Estudos Econômicos e Sociais
(SEI), os investimentos previstos
para a Bahia até 2016 têm o poder
de impulsionar grandes setores de
nossa economia. São investimen-
tos que superam R$ 50 bilhões
para os próximos anos, segundo
protocolos de intenção de inves-
timentos da SICM, com potencial
de criar até 150 mil novos postos
de trabalho na economia baia-
na. Obras como a FIOL, a Ponte
Salvador-Itaparica, investimentos
em mineração, no parque eólico,
dentre outros, têm uma forte re-
lação com a criação de empregos
no setor de transporte, logística e
armazenagem.
PP – O senhor iniciou a campanha em terceiro lu-gar, com 8% das intenções de voto na pesquisa do IBOPE, e venceu a eleição
Transmissão de cargo de Jaques Wagner para Rui Costa
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12 Primeira Página
no primeiro turno, com 54,53% dos votos. Em sua opinião, houve uma esca-lada durante a campanha ou as pesquisas em algum momento não refletiram a realidade?RC – Quando iniciamos a campa-
nha, meu nome apresentava um
percentual de desconhecimento
muito alto, acima de 90%. No
decorrer da corrida eleitoral, a po-
pulação foi conhecendo os nossos
programas, eu diria que também
conheceu mais “de perto” as rea-
lizações do governo Wagner. Isso
foi feito, com mais expressividade,
a partir do início do horário elei-
toral, quando fomos dando saltos
mais expressivos na disputa.
A minha percepção sempre foi de
que o movimento de ascensão era
bem maior do que o demostrado
nas pesquisas. Para mim, as pes-
quisas divulgadas não refletiam o
que eu vivenciava nas ruas. Não
havia como o meu principal ad-
versário ter acima de 40%. Se isso
fosse realidade, seria visível nas
nossas caminhadas pelos quatro
cantos da Bahia. Nós reunimos
multidões nos nossos eventos e fo-
mos calorosamente recebidos pelo
povo baiano. Por isso, não tive dú-
vidas de que ganharíamos a eleição
no primeiro turno, diferentemente
do que os institutos afirmavam até
a reta final da campanha.
PP – Durante a campanha, o senhor foi acusado em uma reportagem da revista Veja de ser beneficiado em um esquema de desvio de dinheiro da ONG Instituto Brasil. Na época, o senhor afirmou que acionaria judi-cialmente a publicação. O que foi feito a respeito, até o momento?RC – Exatamente o que eu disse
que faria: entrei com represen-
tação no Ministério Público para
acionar criminalmente a revista e
os envolvidos na formulação da
reportagem, e na justiça pedi di-
reito de resposta e também indeni-
zação por danos morais, em razão
do conteúdo calunioso da matéria
veiculada. Ganhei direito de res-
posta. O juiz relator Márcio Braga,
do TRE/BA, reconheceu que hou-
ve ataque à minha honra na repor-
tagem, sem a devida apuração dos
fatos por parte do repórter.
A revista recorreu ao TSE e hoje
o processo está com a execução
da decisão suspensa, mas não
vou desistir. O Ministério Público
emitiu certidão informando que o
meu nome nem sequer foi citado
em quatro anos de investigação
do processo relacionado a Dalva
Sele e ao Instituto Brasil. O meu
legado é a minha história de vida
e não vou permitir que tentem
denegri-la. Os processos seguem e
desejo um resultado rápido, acom-
panhado apenas da absoluta ver-
dade.
Ganhei direito de resposta em que o juiz relator Márcio
Braga, do TRE/BA, reconheceu
que houve ataque à minha honra na reportagem, sem a devida apuração
dos fatos por parte do repórter
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Cerimônia de posse do governador Rui Costa
13Primeira Página
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14 Primeira Página
BALANÇO
O que nossos governantes prometeram e não cumpriram?
O período eleitoral sempre é marcado por promessas de campanha que abordam as deman-das mais urgentes da sociedade, com o objetivo de conquistar votos. Promessas, aliás, que nem sempre sobrevivem ao tempo. Passado o segundo mandato de Jaques Wagner à frente do governo da Bahia e os dois primeiros anos da gestão de ACM Neto na prefeitura de Salva-dora, a Primeira Página conversou com os representantes da oposição nas esferas municipal e estadual, a fim de saber o que ficou faltando em ambos os mandatos.
O atraso no cronograma de obras como a Ferrovia Oeste-Leste foi um dos alvos de críticas dos opositores de Wagner
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gaçã
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15Primeira Página
Para o líder da oposição na As-
sembleia Legislativa do Estado,
Elmar Nascimento (DEM), a prin-
cipal promessa que deixou de ser
cumprida por Wagner foi a de le-
var água para o semiárido baiano.
A maior crítica do parlamentar,
nesse aspecto, diz respeito à não
realização da transposição do Eixo
Sul do Rio São Francisco. Nasci-
mento também não poupa o pro-
jeto Água para Todos, que consis-
tiu na construção de cisternas na
região. “As cisternas funcionam se
houver chuva e servem apenas ao
consumo humano. Não possibili-
tam iniciar um processo produti-
vo, que gere meios de subsistência
para a população. A transposição
do São Francisco seria uma solu-
ção mais definitiva para a questão
da seca, mas está atrasada há anos
e sem perspectiva de conclusão”,
afirma o deputado estadual.
Obras de infraestruturaO deputado do DEM também cri-
tica o andamento do projeto da
Ponte Salvador-Itaparica, cujo
edital de licitação deveria ter sido
lançado ainda no governo de Ja-
ques Wagner. Segundo Nascimen-
to, a ponte não tem sequer projeto
executivo, estudo de viabilidade
econômica e de impacto ambien-
tal. “Sem essas etapas é impossí-
vel lançar um edital de licitação,
fica tudo apenas no plano da von-
tade e do sonho, mas, principal-
mente, como um governo pode
lançar o edital de uma obra que
ele não tem recursos para realizar?
O governador fala que o estado
arcaria com metade da obra e a
outra metade viria da iniciativa
privada, mas não explica como se
daria essa parceria público-priva-
da (PPP) e nem de onde viriam
os recursos da parte do estado”,
acrescenta.
O atraso no cronograma de obras
com recursos do governo federal,
como a Ferrovia de Integração
Oeste-Leste (FIOL) e o Porto Sul,
também é alvo do líder da opo-
sição na Câmara dos Deputados.
Nascimento acusa o governa-
dor de propagandear essas obras
como suas, embora elas não rece-
bam recursos do estado. “O gover-
nador tem usufruído do bônus da
execução de obras importantes e
nós temos dificuldade de cobrar o
fato de elas não terem sido reali-
zadas, por se tratarem de obras do
governo federal. Ao longo da cam-
panha, ele não fez nenhuma pro-
messa que poderia ser cobrada do
ponto de vista da execução orça-
mentária, até porque o Estado da
Bahia se encontra com as finanças
muito combalidas”, afirma.
Críticas a ACM NetoApós completar seu segundo ano
à frente da Prefeitura, ACM Neto
também não escapa às críticas de
seus opositores. Para o líder da mi-
noria na Câmara dos Vereadores,
Gilmar Santiago (PT), um dos des-
taques negativos da gestão muni-
cipal é a educação, avaliada por
ele como “de péssima qualidade”.
Entre as promessas de campanha
de ACM Neto neste quesito estão
a implantação do Programa Aluno
em Tempo Integral e a construção
de creches. “Mesmo dispondo de
recursos federais para a educa-
ção, passados dois anos, o prefei-
to construiu apenas duas creches.
Também houve muita propagan-
da, na época da campanha, relati-
vamente à educação em tempo in-
tegral, área em que, infelizmente,
não houve avanços”, afirma.
A saúde pública foi outro alvo de
Santiago, que afirma que as úni-
cas Unidades de Pronto Atendi-
mento (UPA) inauguradas durante
a gestão de ACM Neto são obras
O governador tem usufruído do bônus da
execução de obras importantes e nós temos dificuldade de cobrar o fato de elas não terem sido realizadas, por se tratarem de obras do governo federal
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O deputado estadual Elmar Nascimento (DEM) é líder da oposição naAssembleia Legislativa da Bahia
16 Primeira Página
iniciadas no segundo manda-
to do ex-prefeito João Henrique.
O vereador ressalta ainda o fato
de Salvador ser uma das capitais
brasileiras com menor percentual
de cobertura na atenção básica.
A meta da Prefeitura é entregar
a gestão municipal com 50% de
cobertura. “A Prefeitura afirma
ter chegado a 30% de cobertura
nesses dois anos, mas eu questio-
no esse número e creio que não
chegue a 20%. Os recursos des-
tinados a Salvador são mais re-
passados para clínicas privadas e
hospitais que têm convênio com
o SUS do que para a atenção bási-
ca”, declara.
Outra promessa de ACM Neto
atacada pelo líder da oposição
são as prefeituras-bairro, criadas
com o propósito de descentralizar
uma série de serviços prestados à
população. Segundo o vereador,
as quatro prefeituras existentes
funcionam de maneira precária e
não possuem a estrutura necessá-
ria para atender os cidadãos nos
serviços públicos mais elemen-
tares. “A ideia é que o morador
de um bairro distante não preci-
se se deslocar para as sedes dos
órgãos da Prefeitura, que ficam
localizadas no centro da cidade,
para resolver seus problemas com
transporte, limpeza urbana e ilu-
minação, mas temos observado
que elas servem muito mais ao
atendimento das reivindicações
de vereadores da base aliada do
que à população”, acusa.
Prefeitura e Governo se calamApós conversar com o deputado
estadual Elmar Nascimento e o
vereador Gilmar Santiago, a re-
vista Primeira Página procurou
o Governo da Bahia e a Prefeitu-
ra de Salvador, por meio de suas
assessorias de imprensa, na ten-
tativa de ouvir as explicações dos
gestores sobre as promessas não
cumpridas. Nem a Prefeitura nem
o Governo se pronunciaram até o
fechamento desta edição.
Gilmar Santiago (PT) lidera a minoria na Câmara dos Vereadores de Salvador
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Segundo Santiago, as prefeituras-bairro já existentes operam em condições precárias
17Primeira Página
INOVAÇÃO
Aplicativo acaba com a espera nos Serviços de Atendimento ao Cliente
A fim de transformar e facilitar o
relacionamento entre consumido-
res e empresas, o aplicativo “Me
Atende”, primeiro contact center
via aplicativo móvel do País, che-
ga ao mercado. Gratuito, o app
permite que o cliente solicite o
contato da companhia com a qual
precisa falar e receba o retorno à
sua solicitação sem precisar pas-
sar por filas de espera, navegação
em URA (atendimento eletrônico)
e sem arcar com qualquer custo de
ligação telefônica.
Compatível com os sistemas ope-
racionais iOS e Android, o apli-
cativo funciona de forma sim-
ples: o consumidor o acessa em
seu smartphone, seleciona uma
empresa e informa o motivo do
contato. Alguns minutos depois,
o cliente recebe uma chamada de
um agente da empresa para tratar
da sua solicitação.
De acordo com o fundador e di-
retor executivo da “Me Atende”,
Leduar Staniscia, a chegada do
aplicativo pode ser uma das
maneiras de melhorar o atendi-
mento ao consumidor no Brasil,
já que seu uso traz vantagens
para consumidores e empresas.
“Quando uma empresa recebe a
chamada de um consumidor via
0800 ou 4004, isso representa
custo. Quando o consumidor liga
e fica esperando para falar, tem-
-se desperdício de tempo para o
cliente e de dinheiro para a em-
presa”, destaca.
O “Me Atende” já está integrado
a algumas grandes empresas do
Brasil, como Tam, Casas Bahia e
Itaú. Além da economia de tempo
e dinheiro, o serviço poupa o con-
sumidor de baixar um aplicativo
para cada marca que deseja aten-
dimento no Brasil, já que em um
único app é possível estabelecer
contato e esclarecer dúvidas sobre
diversas empresas.
“Da mesma forma que aplicati-
vos mudaram a maneira como as
pessoas chamam táxis ou buscam
localizações, acabando com os
antigos formatos, o “Me Atende”
surge para mudar o conceito de
contact center. Trata-se de uma
nova era do atendimento ao con-
sumidor”, comenta Staniscia.
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18 Primeira Página
VAREJO
Qualidade do serviço depós-venda influencia decisão de compra
O brasileiro está cada vez mais preocupado com os serviços de pós-venda de aparelhos ele-trônicos e eletrodomésticos. O comportamento foi identificado por uma pesquisa realizada pelo Grupo Padrão, em parceria com a consultoria Gfk. Entre os entrevistados, 86% disse-ram que esperam contar com um serviço de assistência após a aquisição de algum produto. Apesar disso, a maior parte dos participantes não teve necessidade de utilizar esse serviço.
Apenas 4% dos compradores de
aparelhos de TV, por exemplo, uti-
lizaram o pós-venda. Já no caso
de consumidores de produtos da
linha branca (geladeiras, fogões,
freezers, condicionadores de ar,
lavadoras de louças, lavadoras de
roupas, secadoras e fornos micro-
-ondas), o volume aumenta para
27%. A pesquisa revelou tam-
bém que diante da necessidade o
consumidor brasileiro não sabe a
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19Primeira Página
quem recorrer para obter o atendi-
mento correto: 39% dos entrevis-
tados procuraram uma assistência
técnica; 34% recorreram à loja
onde a compra foi realizada e 24%
procuraram o fabricante.
O motivo mais requisitado de con-
tato do pós-venda (corresponden-
te a 40% dos casos) é o reparo ou
a manutenção dos aparelhos. “As
razões que levam o comprador a
buscar determinado atendimen-
to são diferentes, considerando o
tipo de cada produto. Refrigera-
dores e freezers, por exemplo, de-
mandam manutenção por ser um
tipo eletrodoméstico com menor
frequência de compra”, explica o
idealizador do estudo e especia-
lista internacional em relações de
consumo e varejo, Roberto Meir.
O estudo mostrou também que
grande parte do serviço de manu-
tenção dos equipamentos (75%)
foi realizado em um período má-
ximo de duas semanas, sem custo
adicional. Boa parte dos reparos
(86%) foi de utensílios que ain-
da estavam na garantia normal e
14% eram produtos com garantia
estendida. Mais da metade dos en-
trevistados (59%) se interessam
por adquirir a garantia estendida.
A prestação do serviço, porém, é
mal avaliada por quase metade
dos participantes, 49%.
Das pessoas que utilizaram o
atendimento pós-venda, menos
da metade (44%) avaliou o servi-
ço prestado como muito bom. Em
contrapartida, a maioria desses
clientes não registrou formalmen-
te uma reclamação sobre a qua-
lidade do atendimento. Dos 36%
que registraram queixa, a maioria
afirmou ter procurado o SAC do
fabricante e apenas 1% recorreu
ao Procon – Fundação de Proteção
e Defesa do Consumidor.
Marcas e lojasEm uma escala de sete pontos, as
marcas Brastemp (5,79) e Consul
(5,77) são as que melhor apare-
cem com imagem positiva junto
aos clientes, tanto no atendimen-
to pós-venda, quanto na venda
de produtos da linha branca. A
Samsung (5,69) e a Sony (5,68)
se destacam no segmento da linha
marrom (televisores, aparelhos de
som, DVDs e home theaters). Já
as marcas Philips (5,61) e Walita
(5,59) sobressaem na categoria de
utensílios portáteis. Entre as lojas,
as que mais se destacam no aten-
dimento pós-venda são Eletrosho-
pping (6,04); Zaffari (5,87); Sub-
marino (5,78); Fast Shop (5,60) e
Shoptime (5,59).
Das pessoas que utilizaram o
atendimento pós-venda, menos da metade (44%)
avaliou o serviço prestado como
muito bom.
20 Primeira Página
FINANÇAS
Inadimplência cresceu 3,37% em novembro de 2014A quantidade de pessoas físicas inadimplentes registradas no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em novembro de 2014 aumentou 3,37% em relação ao mesmo período de 2013. Na comparação mensal, ou seja, em relação a outubro de 2014, o número de pessoas com dívidas em atraso apresentou uma tímida alta de 0,06%. Por conta desse resultado, o número total de inadimplentes registrados em serviços de proteção ao cré-dito se manteve igual ao de outubro de 2013 – em torno de 55 milhões de pessoas.
Os economistas do SPC Brasil expli-
cam que, apesar da alta de 3,37%
em novembro, é possível observar
uma trajetória de desaceleração no
número de pessoas com dívidas em
atraso, a partir de agosto de 2014.
O resultado da comparação ano a
ano representa a menor variação
para meses de novembro, desde o
início da série histórica.
Na comparação mensal, o compor-
tamento de alta com viés menos
acelerado também se repete. Ape-
sar da ligeira alta de 0,06%, o nú-
mero de pessoas com dívidas em
atraso no banco de dados do SPC é
o menor desde novembro de 2011.
Para a economista-chefe do SPC
Brasil, Marcela Kawauti, apesar
de o fenômeno de crescimento
menos acelerado da inadimplên-
cia ser, em sua essência, positivo,
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tolia
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21Primeira Página
as explicações para essa tendên-
cia pertencem ao campo das más
notícias. “Os dados da conjuntura
são unânimes em apontar fraque-
za da economia, especialmente no
que tange à confiança do consu-
midor, que tem se deparado com
inflação elevada e taxas de juros
em patamar alto. Esses fatores ex-
plicam o crescimento recorrente
da inadimplência em relação ao
que se viu em 2013”, explica.
Dívidas em atrasoEm novembro do ano passado, o
número de dívidas em atraso re-
gistradas nas bases do SPC Brasil
cresceu 3,53%, na comparação
com novembro de 2013. Na base
de comparação mensal, o indica-
dor registrou uma pequena alta de
0,17%, o que representa uma leve
aceleração em relação à variação
apurada em outubro (0,06%).
Crescem atrasos de telefone, água e luzO segmento de comunicações foi
o que apresentou maior alta anu-
al na quantidade de dívidas em
atraso: 14,59%. Aliás, esta foi a
maior variação registrada pelo
setor desde março de 2013. O se-
gundo maior aumento registrado
diz respeito a pendências com os
serviços de água e energia elétri-
ca. A alta foi de 11,07%, ainda que
represente uma desaceleração, se
comparada aos 12,46% registra-
dos no mês anterior.
Nesse segmento, as contas de
água e esgoto impulsionaram o
crescimento. A alta foi de 11,74%,
enquanto o outro item do grupo
– eletricidade e gás – cresceu so-
mente 7,81%. Já as dívidas rela-
tivas ao comércio foram as únicas
que mostraram retração na base
de comparação anual, registrando
uma variação de -0,28%.
Número de dívidas regulariza-das cai 2,63% em novembroEm novembro de 2014, o número
de dívidas regularizadas, calcula-
do a partir das exclusões dos re-
gistros de inadimplência do banco
de dados do SPC Brasil, diminuiu
2,63% em relação ao mesmo mês
do ano anterior. Na comparação
com outubro de 2014, o número
de pessoas que limparam o nome
apresentou uma discreta alta de
0,79%, influenciada principal-
mente pelas campanhas de recu-
peração de crédito realizadas nas
principais capitais e no interior,
assim como pela injeção de capi-
tal extra na economia por meio do
13º salário.
No acumulado do ano – de janei-
ro a novembro de 2014, frente ao
mesmo período de 2013 –, a quita-
ção de pendências financeiras em
atraso, entretanto, apresenta o re-
sultado negativo de 1,71%.
Idosos são os maisendividadosImpulsionados pela facilidade
do crédito consignado, os idosos
estão se tornando cada vez mais
inadimplentes. De acordo com da-
dos do SPC, em outubro de 2014 o
total de endividados na faixa etá-
ria de 85 a 94 anos cresceu 10,53%
em comparação com o mesmo pe-
ríodo de 2013.
Os dados da conjuntura são unânimes em
apontar fraqueza da economia, especialmente no que tange
à confiança do consumidor, que tem se deparado
com inflação elevada e taxas de juros em patamar
alto
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22 Primeira Página
COMPORTAMENTO
Cerca de 17% dos casais brigam por dinheiro
Uma pesquisa encomendada pelo
portal de educação financeira “Meu
Bolso Feliz” mostra que muitos ca-
samentos podem acabar em briga,
quando o assunto é dinheiro. O
estudo, que ouviu 656 pessoas de
todas as capitais brasileiras para
analisar a relação que o consumi-
dor tem com as finanças pessoais,
revelou que 16,7% dos brasileiros
casados declaram que a maneira
como gastam o próprio dinheiro é
motivo de briga dentro de casa.
De acordo com a pesquisa, o
percentual de casos de conflitos
aumenta de 16,7% para 22,7%
quando analisados somente os
casais inadimplentes. Ao anali-
sar apenas os entrevistados que
estão adimplentes, o percentual
cai para 10,7%.
Na avaliação do educador finan-
ceiro do portal “Meu Bolso Feliz”,
José Vignoli, os números mos-
tram que grande parte dos pro-
blemas de relacionamento come-
ça quando o assunto é dinheiro,
mas nem sempre isso é percebi-
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do claramente pelos casais. "Na
maioria dos casos, o dinheiro vem
disfarçado nas discussões. Se falta
dinheiro para uma saída, o pro-
blema pode ser percebido como
falta de romantismo. Se não sobra
dinheiro para comprar roupas no-
vas, o problema pode ser enten-
dido como desleixo do parceiro.
Se não há dinheiro para levar os
filhos ao cinema, o conflito pode
ser percebido como falta de cari-
nho e atenção", afirma.
Para Vignoli, o dinheiro é o pano
de fundo nas discussões e rara-
mente se mostra de forma clara
como o grande causador de con-
flitos. Além disso, segundo o es-
pecialista, o foco das brigas não
é somente a falta de habilidade
para lidar com o dinheiro ou para
torná-lo suficiente. Tê-lo em ex-
cesso também pode se transfor-
mar em problema.
"Quando a renda do casal é farta,
dificilmente os dois chegam a um
consenso sobre os hábitos de con-
sumo de um e de outro, tampouco
sobre a melhor maneira de admi-
nistrar as finanças da família. O ho-
mem reclama dos gastos supérfluos
da mulher e esta, por sua vez, acha
que as conquistas do casal estão
sendo adiadas pelo desperdício ou
pelo jeito 'pão-duro' do compa-
nheiro, o que acaba gerando mais
conflitos", explica o educador.
Nesses casos, Vignoli afirma que
o melhor caminho é sempre o da
transparência, seguido do estabe-
lecimento de objetivos e de um
bom planejamento financeiro. "A
família precisa parar e sentar pra
conversar sobre as finanças. Uma
relação franca pode revelar que
o verdadeiro problema não é a
falta de amor, mas a falta de di-
nheiro. Saber qual é a renda da
casa, quem tem dívidas em atraso
e principalmente quais são os so-
nhos e os objetivos de cada um é
fundamental para o sucesso finan-
ceiro, inclusive para o sucesso do
relacionamento", explica Vignoli.
O estudo mostra que a falta de
transparência pode concorrer para
um grande endividamento e aca-
bar em inadimplência. "Um em
cada dez entrevistados (10,1%)
afirma que não consegue ceder à
pressão dos filhos e acaba endivi-
dado. Os filhos também precisam
ter conhecimento da situação fi-
nanceira da família e participar
das decisões de casa, para com-
preenderem até onde vai o limite
do cartão do pai e/ou da mãe",
afirma o educador.
Disciplina para executar o planejamentoAinda segundo o estudo, mais
de um terço dos entrevistados
(37,8%) deixa de poupar para re-
alizar um sonho. De acordo com
Vignoli, é muito positivo o fato de
essas pessoas saberem o que que-
rem, mas também é preciso exe-
cutar o planejamento para conse-
guirem conquistar seus sonhos.
"Muitas vezes, o planejamento
vai justamente acusar onde a fa-
mília precisa enxugar gastos para
conseguir poupar. Nessa hora é
preciso ter disciplina e buscar al-
ternativas que unam a família em
torno de um momento e de um
projeto. Por exemplo, uma ida ao
cinema com os filhos, seguida de
um lanche no shopping, pode ser
substituída por um passeio de bi-
cicleta no parque, seguido de um
piquenique, proporcionando um
momento diferente e de união fa-
miliar", orienta o educador.
A família precisa parar e sentar pra conversar sobre
as finanças. Uma relação franca
pode revelar que o verdadeiro
problema não é a falta de amor, mas a falta de dinheiro
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24 Primeira Página
DIREITO
Evite problemas com a Justiça do Trabalho
As leis trabalhistas são uma conquista indispensável da sociedade moderna e revoluciona-ram as relações entre patrões e empregados no mundo inteiro, nos últimos 200 anos. Por outro lado, problemas com a Justiça do Trabalho são muito comuns, o que representa “dor de cabeça” e prejuízo para quem deseja empreender. De acordo com o advogado trabalhista Vander Costa, a principal razão para tais problemas reside na falta de acompanhamento e orientação de um profissional especializado, especialmente no caso das pequenas e médias empresas. “Muitos empreendedores negligenciam a importância de uma assessoria preven-tiva em direito trabalhista e só procuram um profissional da área quando são surpreendidos por algum problema”, conta o advogado.
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25Primeira Página
O desconhecimento das leis que
regem as relações de trabalho
implica uma série de riscos para
o empregador, muitas vezes, já
no momento da contratação. Os
cuidados devem começar com
a exigência de entrega de toda
a documentação necessária, in-
clusive os exames médicos ad-
missionais. Segundo Costa, um
dos erros habituais nessa etapa
é não assinar a carteira de tra-
balho para o período de experi-
ência. “Não se sabe como, mas
criou-se o mito de que não é ne-
cessário registrar o profissional
nesse período. A verdade é que
a carteira de trabalho não só tem
de ser assinada, como, segundo
a própria lei, isso deve ser feito
em até 48 horas após a contrata-
ção”, explica.
Flexibilização das relações trabalhistasOutro mau hábito comum que
pode se tornar um pesadelo na
vida de qualquer empresário é o
chamado acordo informal, geral-
mente firmado de modo verbal e
com base na confiança mútua. É
importante ressaltar que muitos
desses acordos ferem as leis tra-
balhistas, pois os empregados não
podem e nem devem abrir mão de
certos direitos individualmente,
ainda que por vontade própria.
“Um caso frequente é o do empre-
gado que pede para não ter inter-
valo de almoço durante sua jor-
nada de trabalho ou ter o período
reduzido abaixo do que a lei de-
termina, a fim de sair mais cedo.
Como esse intervalo está ligado à
segurança e medicina do trabalho,
não é correto flexibilizá-lo, até
porque, depois, o empregado pode
vir a cobrar horas extras”, adverte.
Os acordos verbais entre empre-
gados e patrões vão além da flexi-
bilização das horas na jornada de
trabalho, já que também é muito
comum as empresas pagarem um
valor “por fora”, sob forma de
gratificações, além do que está
acordado na carteira de trabalho.
Medidas como essa são tomadas
com o objetivo de diminuir o cus-
to com os encargos trabalhistas,
mas o que a maioria dos pequenos
e médios empresários não sabe
é que as gratificações habituais
também são configuradas como
salário. “O pagamento extra gera
encargos iguais aos do salário da
carteira, repercutindo nas férias e
no 13º salário. Geralmente, o em-
pregado descobre isso no momen-
to da rescisão e cobra do patrão o
pagamento do valor total, de uma
só vez, gerando um passivo enor-
me para a empresa”, conta.
Para Costa, esses acordos se de-
vem, na maioria das vezes, à
proximidade entre patrão e em-
pregado, comum nas empresas
de pequeno e médio portes, bem
como ao desconhecimento, de
ambas as partes, das normas que
regem o direito trabalhista. Na
hora do rompimento das relações
de trabalho, o cálculo errado dos
encargos também reflete no valor
da rescisão, resultando em proble-
mas judiciais com o empregado
que vai se desligar da empresa.
“Em casos assim, é imprescindí-
vel estar atento ao prazo de pa-
gamento: se houver aviso-prévio
trabalhado, o empregador tem um
dia após o fim do aviso para pagar
as verbas rescisórias. Se o aviso-
-prévio for indenizado, ou seja,
sem trabalho, o prazo é de dez
dias após o término do vínculo”,
instrui o especialista.
Muitos empreendedores negligenciam a
importância de uma assessoria preventiva em direito trabalhista
Segundo o advogado Vander Costa, um dos grandes problemas é o desconhecimento das leis trabalhistas pelos empresários
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26 Primeira Página
ENERGIA I
Bahia receberá novos investimentos na cadeia eólica
Os ventos parecem soprar a favor
dos investimentos em energia eóli-
ca na Bahia, que ganhou 49% dos
1.817 MW contratados no leilão de
energia de reserva da Agência Na-
cional de Energia Elétrica (Aneel),
realizado em 31 de outubro. Isso
representa 773,1 MW em projetos
de energia eólica e solar, que cus-
tarão um total de R$ 3,4 bilhões.
“Tais resultados contribuem para
o adensamento da cadeia produ-
tiva: mais uma fábrica entrará em
operação até o final do ano e ou-
tras duas deverão iniciar a cons-
trução no primeiro semestre de
2015. Fora isso, as montadoras de
aerogeradores estão em ampliação
e brevemente anunciaremos mais
dois novos investimentos para a
cadeia”, revela o superintendente
de Indústria e Mineração da Secre-
taria de Indústria, Comércio e Mi-
neração (SICM), Rafael Valverde.
A Bahia já conta com uma fábri-
ca de aerogeradores da francesa
Alstom, em Camaçari, que fechou
no mês de julho uma parceria de
mais de 1 bilhão com o parque eó-
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Aerogeradores no parque de energia eólica de Brotas de Macaúbas
27Primeira Página
lico da Renova Energia, para o for-
necimento de aerogeradores, sua
manutenção e operação. Também
atuam na Bahia outras quatro fá-
bricas de componentes da cadeia
eólica, que são as espanholas Ga-
mesa, Acciona e Torrebras, além
da brasileira Tecsis. O mais novo
anúncio para o setor é uma fábrica
de torres de aço para aerogerado-
res em Jacobina, com investimen-
tos de R$ 86 milhões. Fruto de
uma parceria entre a Andrade Gu-
tierrez (51%) e a Alstom (49%), a
Torres Eólicas do Nordeste (TEN)
deverá gerar 250 empregos diretos
e 600 indiretos, com capacidade
para construir 200 torres por ano.
Com os novos empreendimentos,
estima-se que sejam criados mais
de 5 mil novos postos de trabalho
diretos no estado. As vagas serão
distribuídas entre a manutenção
dos equipamentos nos parques e a
ampliação da capacidade produti-
va nas plantas que fabricam com-
ponentes para as usinas, como
aerogeradores e pás. “A energia
eólica hoje é o principal polo de
desenvolvimento de diversas regi-
ões no interior do estado. Já foram
geradas milhares de oportunida-
des atreladas a ela e a expectati-
va é de que este número continue
crescente nos próximos anos. O
setor eólico poderá ser na próxima
década o maior empregador do se-
miárido”, aposta Valverde.
Eólica supre demandado NordesteA energia gerada pelos ventos atin-
giu 22% da demanda instantânea
do consumo do Nordeste e 18%
dos megawatts médios gerados, de
acordo com o Operador Nacional
do Sistema Elétrico (ONS). O fei-
to se deve à entrega de uma série
de obras de transmissão para es-
coamento de energia eólica, com
investimento total de cerca de R$
230 milhões nos estados do Rio
Grande do Norte, Bahia e Ceará.
Uma delas é a subestação de Iga-
porã II, que integra os parques eó-
licos da Renova e Enel, na região
de Caetité, ao Sistema Interligado
Nacional. A obra foi entregue em
maio deste ano, com dois anos de
atraso, devido a problemas de li-
cenciamento ambiental. Sobre os
atrasos, o diretor de engenharia e
construção da Companhia Hidre-
létrica do São Francisco (Chesf),
José Ailton de Lima, afirmou que
“Igaporã trouxe enormes desafios
para a companhia, que enfrentou
dificuldades na localização da su-
bestação, na recapacitação das li-
nhas e no licenciamento arqueoló-
gico. Conseguimos superar todos
esses obstáculos e com grandes
aprendizados", declarou ao inau-
gurar a subestação.
O potencial eólico da BahiaDe acordo com Valverde, a Bahia
se encontra em uma zona privile-
giada quanto ao posicionamento
global da influência dos ventos.
Entre os pontos favoráveis à gera-
ção da energia eólica estão a alta
velocidade e frequência dos ven-
tos. “São fatores que fazem com
que as máquinas instaladas consi-
gam operar com alta potência du-
rante longos períodos, resultando
em grande quantidade de energia
produzida e, consequentemente,
maior retorno para o investidor”,
explica o especialista.
A energia eólica hoje é o
principal polo de desenvolvimento
de diversas regiões no interior do
estado
Instalações do parque eólico de Brotas de Macaúbas
28 Primeira Página
CINEMA
Indústria audiovisual brasileira fatura R$ 43 bilhões por ano
O setor audiovisual brasileiro gera
230 mil empregos diretos e indi-
retos e faturou, em 2013, quase
R$ 43 bilhões. As informações
foram reveladas pelo estudo iné-
dito “Contribuição Econômica do
Setor Audiovisual Brasileiro”, de-
senvolvido pela Tendências Con-
sultoria Integrada para a Motion
Picture Association na América
Latina (MPA-AL), associação que
reúne os estúdios Walt Disney, Pa-
ramount, Sony Pictures, Twentieth
Century Fox, Universal e Warner
Bros. O segmento rendeu aos co-
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29Primeira Página
fres do governo, em impostos, cer-
ca de R$ 3,7 bilhões em 2013.
Esses números colocam o audiovi-
sual em uma posição comparável
à de outros importantes setores de
serviços, tais como os de turismo
e esportes. Em 2012, por exemplo,
o audiovisual gerou uma massa
salarial de aproximadamente R$
4,2 bilhões, o que corresponde a
2,6 vezes a massa gerada pelo se-
tor de turismo.
Para o diretor-geral da Motion
Picture Association na América
Latina (MPA-AL), Ricardo Casta-
nheira, “a grande contribuição do
estudo é trazer à tona informações
que demonstram a enorme contri-
buição do audiovisual para o de-
senvolvimento econômico e social
do Brasil, apontando ainda cami-
nhos para o aperfeiçoamento do
quadro legal e regulatório”.
O estudo também traz dados da
última Pesquisa de Orçamentos
Familiares de 2008-2009, do Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (POF-IBGE), demonstrando
que a família brasileira disponibi-
liza cerca 5% de sua renda para
atividades culturais. Nas classes
com renda superior a R$ 6.225,00,
os gastos culturais no orçamen-
to aumentam, alcançando 6,3%,
diante de 3,6% nas famílias com
renda inferior a R$ 830,00. Ou
seja: o crescimento dos gastos
com cultura é proporcionalmente
superior ao incremento na renda.
Preços e tributaçãoTal constatação revela boas pers-
pectivas de crescimento para o se-
tor no Brasil, que tem experimen-
tado um processo de evolução de
renda e ascensão social na última
década. No entanto, ainda que
compatível com os demais países
em termos absolutos, o preço do
ingresso no Brasil é menos acessí-
vel quando se leva em conta o po-
der de compra dos consumidores.
De acordo com levantamento, o
preço médio do ingresso no Brasil
dobrou no período de 2006 a 2011,
correspondendo a quase 0,05%
da renda per capita anual do bra-
sileiro em 2011, contra menos de
0,03% nos países desenvolvidos.
De acordo com dados do Instituto
Millenium, trazidos também pelo
estudo, os impostos sobre ingres-
sos de cinema correspondiam a
30,25% em 2011. Para DVD, a alí-
quota atinge 44,20%. “Para que
o ingresso seja mais acessível à
população, uma das soluções é
a diminuição da tributação inci-
dente sobre o setor, que contribui
para os altos preços, estimula a
pirataria e dificulta o desenvolvi-
mento sustentável do audiovisual
no País”, ressalta Ricardo Casta-
nheira.
DesafiosSegundo a Consultoria Tendên-
cias, a falta de proteção dos direi-
tos autorais é prática nociva, pois
impede a remuneração justa dos
autores, detentores de direitos e
profissionais interligados; a ino-
Em 2012, por exemplo, o audiovisual
gerou uma massa salarial de
aproximadamente R$ 4,2 bilhões, o que corresponde a 2,6 vezes a massa gerada pelo setor
de turismo
30 Primeira Página
vação de plataformas, conteúdo
e canais de circulação; o acesso
de qualidade a conteúdos legais,
bem como a competitividade do
mercado.
Outro desafio é a falta de profissio-
nais qualificados, tanto em áreas
técnicas, quanto em gerenciamen-
to de negócios; fatores indispensá-
veis ao crescimento perene, sus-
tentável, competitivo e duradouro.
“O Brasil é internacionalmente re-
conhecido pelo seu talento e cria-
tividade, com profissionais cheios
de ideias e soluções inovadoras,
mas que, muitas vezes, necessi-
tam de um referencial prático e
teórico, que não só impulsione
essas relevantes características,
mas também os coloquem em po-
sição de competir com quaisquer
outros da área. Assim, é preciso
que haja uma conjugação de es-
forços entre os setores privado
e público, no sentido da valori-
zação desses trabalhadores, im-
prescindíveis à difusão da cultura
nacional, em todos os cantos do
mundo”, acrescenta Castanheira.
BNDES e Ancine vão finan-ciar digitalização de salas de cinemaO Banco Nacional de Desenvol-
vimento Econômico e Social
(BNDES) e a Agência Nacional do
Cinema (Ancine) aprovaram um
financiamento de R$ 123,3 mi-
lhões à empresa Quanta DGT, do
Grupo Telem, para que 770 salas
de cinema de exibidores nacio-
nais possam migrar para o novo
padrão tecnológico digital. A ope-
ração visa possibilitar a migração
do parque exibidor cinemato-
gráfico brasileiro para o padrão
digital, uma vez que a partir de
2015 os principais distribuidores
de filmes deixarão de comerciali-
zar cópias em película de 35mm,
passando a operar apenas com a
nova tecnologia. Com isto, se tor-
nará inviável o funcionamento de
salas de cinema não digitalizadas.
O financiamento abrange desde os
grandes grupos até os pequenos
exibidores. Segundo o BNDES, do
valor total de R$ 123,3 milhões,
cerca de R$ 2,7 milhões são recur-
sos não reembolsáveis para exibi-
dores com até quatro salas, facili-
tando o acesso de grupos e salas
de menor porte à digitalização.
Além da redução dos custos ope-
racionais, o projeto permitirá a
geração de receita adicional para
os exibidores, que poderão redu-
zir a ociosidade e aumentar a taxa
de ocupação de suas salas. Com a
adoção do padrão tecnológico di-
gital, eles poderão exibir shows,
espetáculos, eventos esportivos e
corporativos ao vivo. A operação
prevê também a capacitação de
projecionistas na nova tecnologia.
De acordo com a Ancine, o parque
exibidor brasileiro, que hoje conta
com 2.800 salas, terá o seu proces-
so de digitalização concluído nos
primeiros meses de 2015.
De acordo com a Ancine, o parque
exibidor brasileiro, que hoje conta
com 2.800 salas,terá o seu processo
de digitalização concluído nos
primeiros meses de 2015.
Foto
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31Primeira Página
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32 Primeira Página
Redes de alimentação oferecem oportunidades a partir de R$105 mil
FRANQUIA I
Alimentação continua sendo
um dos líderes de faturamento
no segmento de franquias. Em
2013, as franquias da área fa-
turaram cerca de R$ 24 bilhões
(16% mais que no ano anterior).
Quem quer aproveitar o bom mo-
mento do ramo de alimentação,
tem boas oportunidades com a
expansão de duas redes: a Ca-
chaçaria Água Doce e a Frango
Americano Brasil.
Água DoceA rede Água Doce – criada há 24
anos em Tupã (SP) e com cerca
de 100 casas espalhadas pelo País
– quer trazer seus restaurantes es-
pecializados em cachaças artesa-
nais e gastronomia brasileira para
os estados nordestinos. Do seu
cardápio constam mais de 600 op-
ções, dentre as quais 150 coquetéis
com vinho e cachaça natural, além
de cervejas, vodkas, whiskys, uma
enorme variedade de sucos natu-
rais e 150 tipos de batidas de frutas
naturais.
Soma-se a esse cardápio uma vas-
ta coleção com mais de 150 tipos
de cachaças artesanais produzidas
no Brasil e que são oferecidas no
estabelecimento. No quesito ali-
mentação, predomina a cozinha
mineira, mas há também uma
acentuada presença da culinária
A Frango Americano Brasil tem como inspiração a rede estadunidense KFC
Foto
: D
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gaçã
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33Primeira Página
regional brasileira, além de diver-
sos petiscos.
O investidor precisará de pelo me-
nos R$ 365 mil para montar uma
franquia da Água Doce e conta-
rá com um grande diferencial da
rede, que é o apoio aos franque-
ados. “Oferecemos cursos muito
importantes para o negócio, como
gestão de recursos humanos, téc-
nicas gerenciais e de vendas. Os
treinamentos são regionais”, ex-
plica o diretor de franquias da
rede, Julio Bertolucci. Outra ação
de destaque é viabilizar a parti-
cipação de todas as unidades da
franquia no Programa Alimentos
Seguros (PAS), desenvolvido pelas
entidades do Sistema “S” (Sebrae,
Senai, Sesi, Sesc, Senac, Senar, Se-
nat e Sest) e que tem por objetivo
reduzir os riscos de contaminação
dos alimentos.
Frango Americano BrasilFugindo do conceito de gastrono-
mia brasileira e enveredando pela
culinária americana – inspirada na
Ficha técnica – Água DoceNúmero de unidades: 108
Investimento inicial para mon-
tar uma unidade franqueada
(incluindo taxa de franquia e
demais despesas): a partir de
R$ 365 mil
Taxa de franquia: R$ 60 mil
Capital de giro: R$ 50 mil
Royalties: 4% (faturamento
bruto)
Taxa de publicidade: 2% (fatu-
ramento bruto)
Área mínima: 400m²
Número de funcionários: 13
(treinados por 30 dias)
Faturamento bruto: R$ 90 mil
Lucro líquido: 15% a 20%
Prazo de retorno do investi-
mento: de 36 a 60 meses
Prazo de contrato: cinco anos
Site: www.aguadoce.com.br
Ficha técnica – Frango
Americano Brasil
Número de unidades: 27
Investimento inicial para mon-
tar uma unidade franqueada
(incluindo taxa de franquia e
demais despesas): R$ 390 mil
Taxa de franquia: R$ 60 mil
Capital de giro: R$ 15 mil
Royalties: 6,5%
Faturamento bruto: entre R$
100 mil e R$ 150 mil
Lucro líquido: 18%
Prazo de retorno do investi-
mento: de 14 a 27 meses
Site: www.frangoamericano-
brasil.com.br
famosa rede KFC – a Frango Ame-
ricano Brasil tem como carro chefe
os frangos fritos servidos em bal-
des. A rede foi criada em 2012, em
Pinhais (PR), e possui 39 lojas es-
palhadas por oito estados brasilei-
ros e no Distrito Federal. A Bahia
já conta com sete lojas, o que
coloca o estado como o segundo
mais importante para a rede no
País, atrás apenas do Paraná.
O franqueador na Bahia, Ronald
Fontes, comemora os bons resulta-
dos obtidos pela Frango Americano
Brasil no estado. “Apostei na marca
por causa da elevada margem de
retorno do negócio, em torno de 15
a 20%. O retorno de meu investi-
mento deve acontecer em 12 meses.
Pesquisei inúmeras franquias, tais
como Subway, Chocolates Brasil,
Cacau Show e Boticário, mas ne-
nhuma oferecia um retorno tão ele-
vado”, explica à Primeira Página.
É importante esclarecer que o su-
porte ao franqueado se dá desde o
momento da escolha do ponto até o
treinamento de sua equipe.
Cachaçaria Água Doce em Naviraí (MS), uma das 108 unidades da rede
Foto
: D
ivul
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o
34 Primeira Página
FRANQUIA II
Divetro aproveita crescimento do setor e busca expansão
O segmento de produtos de be-
leza deve faturar em 2015 cerca
de R$ 50 bilhões, alavancando o
Brasil à posição de maior merca-
do consumidor desses produtos
no mundo. Por isso, os empreen-
dedores que pretendem investir
em franquias devem ficar atentos
às oportunidades que estão sur-
gindo na área. Uma das opões é a
Di Vetro, loja de perfumes impor-
tados e cosméticos com sede em
Curitiba e mais 19 unidades em
cidades brasileiras.
A franqueadora da rede, Celi Sil-
va, defende que um dos diferen-
ciais da empresa é sua capacidade
de negociação com fornecedores.
“As lojas individuais do segmen-
to não conseguem comprar direto
das importadoras e dependem de
intermediários para suas compras.
Por isso, os lançamentos demo-
ram a chegar até elas e os preços
praticados são altos. A Di Vetro,
ao contrário, por ter um giro gran-
de de estoque, compra direto das
importadoras e consegue excelen-
tes negociações, podendo levar so-
mente produtos originais a preços
altamente competitivos ao consu-
midor final”, explica.
Há 20 anos no mercado de beleza,
Celi Silva decidiu expandir a mar-
Com sede em Curitiba, a Di Vetro possui atualmente 19 lojas no Brasil
Foto
: D
ivul
gaçã
o
35Primeira Página
ca Di Vetro por meio do sistema
de franquias. Das 19 lojas em ope-
ração atualmente, 14 são franque-
adas, sendo uma delas na capital
paulista, duas em Ponta Grossa
(PR), duas em Rio Verde (GO) e as
demais em Curitiba. Também foi
negociada uma loja em São Luís
(MA), que será inaugurada nos
próximos meses. “Temos interesse
em nos expandir por todo o Bra-
sil”, comunica a franqueadora.
A empresária acredita que a Bahia
tem grande potencial para rece-
ber um estabelecimento da mar-
ca. “Nossos estudos mostram que
municípios com população acima
de 100 mil habitantes comportam
uma Di Vetro”, comenta Celi.
O franqueado Di Vetro trabalhará
num segmento supostamente de
luxo, mas voltado para o consu-
midor das classes B, C e D, por
meio da facilitação da compra –
em parcelamentos de até seis ve-
zes no cartão de crédito – e pre-
ços bastante convidativos. “Temos
perfumes importados de grandes
marcas com preços a partir de R$
39,90”, explica.
O investimento em uma loja Di
Vetro varia entre R$ 350 mil e R$
750 mil, dependendo do formato
da loja: há opções em shoppings,
com metragens de 25 a 40 metros
quadrados, exclusivamente com
perfumaria, e a partir de 40 me-
tros quadrados, com perfumaria e
cosméticos. Já as lojas de rua de-
vem ter necessariamente mais de
40 metros quadrados, para com-
portar tanto perfumaria quanto
cosméticos. Essa flexibilidade na
montagem do mix permite que a
Di Vetro seja adequada aos mais
variados pontos comerciais.
O franqueado recebe da franquea-
dora todo o suporte desde o come-
ço do seu negócio: aprovação do
ponto comercial, ajuda na compra
do mobiliário e demais itens que
irão compor a loja; projeto arqui-
tetônico; instalação da loja; trei-
namentos; transferência de know-
-how comercial e de gestão, apoio
na pré-inauguração, inauguração
e pós-inauguração; publicidade
cooperada; sistema de gestão in-
formatizado; controles que permi-
tem administração a distância; de-
senvolvimento constante de novos
fornecedores e produtos, assesso-
ria de imprensa e muitos outros
itens, desde a manualização até a
consultoria de campo.
Perfil Di VetroData de fundação do grupo:
1994
Início da franquia: 2013
Investimento inicial (sem taxa
de franquia): R$ 350 mil a
R$ 750 mil. Os valores não
incluem o ponto comercial
Taxa de franquia: R$ 50 mil
Royalties: 5% do faturamento
bruto
Capital de giro: R$ 50 mil
(não inclusos no investimento
inicial)
Taxa de publicidade: O fran-
queado investirá um valor
anual de R$ 10.000,00 (dez
mil reais).
Faturamento médio mensal do
franqueado: R$ 80 mil
Lucro médio mensal do fran-
queado: Entre 18% e 27%
Prazo médio de retorno do in-
vestimento: de 18 a 30 meses
Prazo de contrato: 10 anos
Área mínima da unidade:
25 m2
Email: [email protected]
Telefone: (41) 3016-9522
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Inauguração da unidade paulistana da Di Vetro
36 Primeira Página
HOTELARIA
Salvador Destination tenta recolocar Salvador na rota do turismo de eventosDe olho no reaquecimento do tra-de turístico, foi lançada em no-vembro do ano passado a Salvador Destination, entidade que reúne 21 hotéis e duas empresas da capital baiana com a finalidade de cap-tar eventos para a cidade. A meta inicial do grupo é trazer para Sal-vador dez eventos de pequeno e médio portes, já no ano que vem, o que demandará um trabalho in-tenso, segundo o presidente Paulo Gaudenzi. “Nossa meta é elevar a ocupação hoteleira da cidade. Para isso, vamos trabalhar junto às entidades de classe, motivando--as a trazer seus eventos para cá. Também vamos promover a ca-pital baiana em outros estados e realizar workshops com potenciais
organizadores de eventos, princi-palmente no eixo Centro-Sul do Brasil”, conta.
A nova entidade é fruto de uma dissidência no Salvador Conven-tion Bureau, escritório de fomento do trade turístico que até outubro do ano passado tinha como afi-liadas as empresas que hoje com-põem o Salvador Destination. De acordo com Gaudenzi, os hotéis abandonaram o Convention Bure-au para “criar uma entidade com-posta de empresas com visão do negócio de eventos, exclusivamen-te para a cidade de Salvador. Uma associação sem representantes de entidades e suprapartidária”. Atu-almente, o Salvador Convention
Bureau abrange também o Litoral Norte baiano.
Salvador conta com 39 mil leitos e possui uma média mensal de ocu-pação hoteleira de 55%. No seg-mento de eventos, a cidade per-deu espaço nos últimos anos. A fundação da Salvador Destination tenta dar um novo fôlego ao se-tor, que passa por um momento de quedas consecutivas. “Estamos lutando muito para conseguir re-solver nossas dificuldades de ocu-pação hoteleira e da baixa diária média, que em 2014, mesmo com a Copa do Mundo, foi menor do que a de 2013 e que, por sua vez, foi menor que a de 2012”, explica Gaudenzi.
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A Salvador Destination foi criada com a finalidade de captar eventos para a capital baiana
37Primeira Página
Há 22 anos na busca de novos desafiosfocando a Excelência e a Qualidade na
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38 Primeira Página
SAÚDE
Pior surto mundial de Ebola não apresenta riscos para o Brasil, afirma especialista
Desde a sua descoberta, em 1976,
o vírus Ebola desperta o temor de
uma pandemia, sentimento bem
retratado pelo filme Epidemia, de
1995, no qual um vírus letal dizi-
ma um acampamento militar nor-
te-americano na África e chega a
uma pequena cidade dos Estados
Unidos. Em 2014, quase 20 anos
após o drama hollywoodiano, o
vírus atingiu seu pior surto na his-
tória: de acordo com a Organiza-
ção Mundial de Saúde (OMS), já
são mais de 14 mil infectados e
5 mil mortos, além dos primeiros
casos da doença fora do continen-
te africano.
Segundo o diretor do Departa-
mento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis, do Ministério da
Saúde, Cláudio Maierovitch, o
surto atual se diferencia por sua
maior extensão e pela demora em
controlar a doença devido à preca-
riedade dos serviços de saúde nas
regiões afetadas. Apesar da gravi-
dade, o especialista acredita que
o risco de uma epidemia mundial
seja pequeno. “A possibilidade de
ocorrer uma disseminação global
do vírus é muito baixa. Desde que
foi descoberto, o vírus tem produ-
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Equipe dos Médicos sem Fronteiras combate o Ebola em Serra Leoa
39Primeira Página
zido, ocasionalmente, surtos em
um ou mais países africanos, sem-
pre muito graves pela alta letalida-
de, mas autolimitados”, esclarece.
Medidas preventivasApesar do baixo risco de ocorrên-
cias de Ebola no Brasil, as auto-
ridades nacionais implantaram
medidas para evitar que a doen-
ça se espalhe entre a população,
caso um viajante infectado che-
gue ao País. Um exemplo dessas
ações foram os treinamentos de
comunicação de um caso de Ebola
nos aeroportos internacionais do
Rio de Janeiro e São Paulo. “As si-
mulações contemplaram todos os
passos a serem adotados, a partir
de uma comunicação do caso sus-
peito feito pela aeronave ao aero-
porto internacional, envolvendo o
transporte do paciente, a triagem
de contactantes e o atendimento
no hospital de referência”, conta
Maierovitch.
Medidas informativas também fo-
ram tomadas por meio de mensa-
gens sonoras que estão sendo vei-
culadas nos aeroportos brasileiros,
com recomendações dirigidas aos
passageiros de voos internacio-
nais. Os comunicados aconselham
que, caso tais passageiros desem-
barquem no Brasil com sintomas
da doença, devem procurar aten-
dimento médico e informar ao
profissional de saúde por quais
países passaram. Até o momento,
nem a OMS nem o Ministério da
Saúde recomendam restrições de
viagens aos três países afetados
pelo Ebola: Libéria, Serra Leoa e
Guiné.
A Bahia também tem tomado suas
precauções. De acordo com o co-
ordenador do Centro Estadual de
Vigilância das Emergências em
Saúde Pública (Cevesp), Juarez
Dias, o órgão, em parceria com
a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), tem monitora-
do as embarcações que passaram
por países afetados. “Nesse caso,
se for identificado algum indiví-
duo que apresente febre, imedia-
tamente o SAMU será acionado
para o primeiro atendimento. O
paciente será levado ao hospital
de referência, onde, caso seja ne-
cessário, será estabilizado hemo-
dinamicamente até sua remoção
para o Hospital Evandro Chagas,
no Rio de Janeiro, que é referên-
cia nacional para casos de Ebola”,
afirma.
O que é o Ebola.O Ebola mata entre 25% e 90%
dos infectados e pode ser trans-
mitido por animais ou humanos,
através do contato com sangue,
secreções e fluidos corporais. O
vírus não é transmitido pelo ar.
Os sintomas demoram entre dois e
21 dias, após a exposição, para se
manifestar. Entre os sinais iniciais
estão febre, fraqueza, dor muscu-
lar, dor de cabeça e inflamação na
garganta. O quadro pode evoluir
para vômito, diarreia, coceira, de-
ficiência nas funções hepáticas e
renais, além de sangramento in-
terno e externo. Ainda não existe
uma vacina para o Ebola e o trata-
mento se limita à terapia de apoio,
no intuito de aumentar as chances
de sobrevivência do paciente.
O Ebola mata entre 25% e 90% dos
infectados e pode ser transmitido por animais ou
humanos, através do contato com
sangue, secreções e fluidos corporais
Ministro Alexandre Padilha e Cláudio Maierovitch
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40 Primeira Página
ÔNIBUS
Transporte público de Salvador começa 2015 sob nova direção
Desde o dia 1º. de janeiro que o
sistema de ônibus de Salvador
passou a ser gerido por três con-
sórcios vencedores da licitação do
Sistema de Transporte Coletivo
(STCO). Os grupos Plataforma,
Jaguaribe e Salvador Norte foram
os únicos a entregar proposta no
processo e serão responsáveis
por administrar os ônibus da ca-
pital baiana pelos próximos 25
anos. De acordo com o secretário
Municipal de Urbanismo e Trans-
portes, Fábio Mota, o novo mode-
lo facilita a fiscalização dos ser-
viços. “Atualmente, se recebemos
uma denúncia de um ônibus, pre-
cisamos descobrir a qual empre-
sa ele pertence, entre dezenas. É
muito mais fácil realizar esse con-
trole com apenas três companhias
e que serão sinalizadas por cores
diferentes”, exemplifica.
A licitação foi feita pelo sistema de
outorga onerosa (em que as em-
presas interessadas pagam um va-
Veículos da nova frota de ônibus de Salvador
Foto
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41Primeira Página
lor para ter direito à exploração do
serviço). O consórcio Jaguaribe,
responsável por explorar o trans-
porte público no centro da cidade,
ofereceu o maior montante, de R$
86 milhões. Já o grupo Salvador
Norte ofereceu R$ 58 milhões para
administrar a orla da capital. A
empresa Plataforma, por sua vez,
pagará o valor de R$ 35 milhões
para assumir os ônibus do su-
búrbio. Ao ser questionado sobre
a escolha do critério de outorga
onerosa em detrimento do modelo
de menor tarifa, Mota justifica que
“Salvador não dispõe de recursos
públicos para subsidiar o siste-
ma, por isso, adotamos o critério
de maior outorga, no que fomos
bem-sucedidos, com a obtenção
de recursos da ordem de R$ 180
milhões, que serão investidos na
mobilidade da nossa cidade”.
Além da mudança das empresas
que administram o transporte co-
letivo, o modelo de reajuste da
tarifa dos ônibus também será di-
ferente a partir de 2015. Os preços
serão reajustados anualmente, de
acordo com o Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA). Ao ser
questionado pela Primeira Página
quanto à possibilidade de novas
manifestações populares contra
o aumento das passagens, como
as de junho de 2013, Mota afirma
que “os critérios para reajuste do
valor da tarifa são os mesmos ado-
tados em outras capitais e compa-
tíveis com o poder aquisitivo da
população”, acrescentando que
“as manifestações demonstraram
claramente que o problema cen-
tral da mobilidade não está no va-
lor da tarifa, mas na qualidade do
serviço ofertado”.
Mudanças nos serviçosCom a chegada das novas con-
cessionárias, estão previstas me-
lhorias no sistema de transporte
público soteropolitano. Segundo
Mota, a mudança mais relevan-
te se refere ao reordenamento e
à otimização das linhas, permi-
tindo viagens mais rápidas e me-
nor tempo de espera nos pontos.
A idade média da frota, de oito
anos de uso, deverá chegar a 3,5
anos até 2016. Todos os novos
veículos deverão ter ventilação,
ser adaptados para pessoas com
deficiência ou mobilidade redu-
zida e contar com motorização
padrão Euro V, que reduz a emis-
são de gases poluentes. “A frota
será monitorada em tempo real,
por GPS, o que permitirá fisca-
lizar com mais rigor a oferta de
linhas, de acordo com a deman-
da de passageiros, eliminando,
assim, a falta de ônibus”, explica
o secretário.
De acordo com o superintendente
executivo do Sindicato das Em-
presas de Transporte Público de
Salvador (Setps), Horácio Brasil, a
perspectiva é de que as mudanças
no sistema viário resultem no au-
mento da velocidade operacional
e na melhoria da qualidade dos
serviços prestados à população. As
empresas vencedoras da licitação,
no entanto, ainda não se filiaram
ao sindicato patronal. “Esse pro-
cesso deverá ocorrer até o mês de
abril, quando as concessionárias
deverão estar operando plenamen-
te, segundo o cronograma da pre-
feitura”, esclarece o executivo.
Os critérios para reajuste do valor da tarifa são os
mesmos adotados em outras capitais e compatíveis com o poder aquisitivo
da população
Foto
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42 Primeira Página
TRANSPORTES
Licitação da Estação da Lapa tem resultado polêmico
A Estação da Lapa terá uma nova administração. O consórcio Nova Lapa, formado pela baiana Axxo e as paulistas Socicam e Participa, venceu a licitação para gerir e explorar co-mercialmente o terminal pelos próximos 35 anos. O critério de seleção foi a outorga onerosa (em que as empresas interessadas pegam um valor para ter direito a explorar o local), com oferta mínima de R$ 13 milhões, e o consórcio foi o único a apresentar proposta entre as dez empresas que retiraram o edital. “Do ponto de vista empresarial, a modelagem da concessão da estação inclui riscos elevados. Além disso, o momento econômico vivido no País tem le-vado ao adiamento de investimentos por muitos grupos empresariais. Consideramos que o número de interessados foi satisfatório”, justifica à Primeira Página o secretário municipal de Urbanismo e Transporte (Semut), Fábio Mota.
Foto
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Projeção da nova Estação da Lapa após o término das obras
43Primeira Página
O resultado da licitação foi alvo
de suspeita e críticas por parte da
vereadora Vânia Galvão (PT), que
acusou o processo de ter favore-
cido a família do prefeito de Sal-
vador, ACM Neto. Segundo a ve-
readora, causa preocupação o fato
de uma das empresas que consti-
tui o consórcio Nova Lapa (Axxo)
ter como proprietário Arnaldo de
Melo Gusmão, que é casado com
Paula Magalhães, prima do pre-
feito. “Solicitarei esclarecimentos
à Prefeitura e tomarei as medidas
cabíveis junto ao Ministério Públi-
co, a fim de pedir que se investi-
gue e anule essa licitação, por se
tratar de favorecimento explícito”,
declarou a vereadora.
A construtora Axxo foi procurada
pela Primeira Página para comen-
tar a declaração da vereadora, mas
não se posicionou a respeito. Já o
diretor da divisão Norte/Nordeste
da Socicam, Gilberto de Menezes
Jr., afirmou que “não cabe ao con-
sórcio nenhuma avaliação sobre
essa questão”.
Obras de requalificaçãoDe acordo com o secretário da Se-
mut, o consórcio Nova Lapa deve-
rá desenvolver um “projeto ino-
vador” para a reforma da estação,
que nunca passou por uma requa-
lificação total desde a sua implan-
tação, em 1980. Também será res-
ponsabilidade da concessionária
gerir a manutenção, limpeza e se-
gurança da estação, além da mo-
dernização da gestão ao longo de
todo o período da concessão, sem
ônus para o Município. Por isso,
um dos critérios do edital de lici-
tação foi que a concessionária de-
veria ter experiência na operação
de estações. “Somos a maior ope-
radora de terminais de passageiros
do Brasil, com mais de 40 anos de
experiência no setor, e atendemos
mais de 210 milhões de passagei-
ros por ano”, defende o executivo
da Socicam.
A reforma ainda está em fase de
projeto e as obras na estação de-
vem começar em março de 2015,
com um prazo de 12 meses para
sua conclusão. Nesse período, a
Estação da Lapa poderá ser fecha-
da e os ônibus serão remanejados
para as estações Aquidabã e Bar-
roquinha. Caso isso ocorra, a in-
terrupção afetará cerca de 460 mil
pessoas que utilizam o terminal
diariamente, mas, segundo Mota,
refletirá em ganhos futuros. “Após
um período de certos transtornos,
decorrentes das obras, teremos
um terminal totalmente renovado,
modernizado e com a garantia de
uma manutenção em elevados pa-
drões de qualidade durante todo o
período da concessão”, afirma.
Como contrapartida à reforma e
gestão do terminal, o consórcio
Nova Lapa terá o direito de explo-
rar comercialmente todo o espaço,
durante o tempo da concessão.
Questionado sobre como será o
modelo de exploração, o represen-
tante da Socicam foi evasivo: “O
modelo de exploração comercial do
espaço está em processo de desen-
volvimento, mas em breve poderá
ser apresentado com detalhes”. Fo
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Maquete das obras de requalificação da Estação da Lapa
Secretário municipal de Urbanismo e Transporte (Semut), Fábio Mota
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Após um período de certos transtornos,
decorrentes das obras, teremos um
terminal totalmente renovado
44 Primeira Página
ENERGIA II
Miniapagões atingem três regiões brasileirasNem só de carnaval se faz o ve-rão brasileiro. A estação mais quente do ano tem uma nova tradição: os apagões. Desta vez o blecaute aconteceu no dia 19 de dezembro, em dez estados (MT, GO, MG, ES, RJ, SP, MS, PR, SC e RS) e também no Distrito Fe-deral, mas não chegou a ser ge-neralizado. Alguns bairros foram selecionados pelas concessioná-rias e ficaram sem energia, o que provocou falhas, por exemplo, em uma linha do metrô de São Paulo.
Sim, o blecaute foi programado: O Operador Nacional do Sistema en-trou em contato com as concessio-nárias e solicitou os cortes de ener-gia, em média, de 5% da oferta.
O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Reive Barros, disse que o desligamento da carga evitou que o abasteci-mento de energia entrasse em ris-co no País. Segundo ele, a opera-ção de cortar o repasse de energia foi preventiva, a fim de equilibrar a produção e o consumo. “Uma coisa é você desligar com contro-le, outra coisa é perder o controle e perder todas as usinas. Aí, sim, o desastre é maior. Então, quando se percebe que a carga é superior à capacidade de produção, corta--se carga para que ela fique equi-valente à capacidade de produção. Do contrário, coloca-se o sistema em risco”, disse Barros.
Para outro diretor da ANEEL, An-
dré Pepitone, é importante ressal-tar que o fornecimento de energia foi restabelecido em uma hora, o que, segundo ele, prova a robustez do Sistema Interligado Nacional e que todos os equipamentos de con-trole do sistema funcionaram. “Ao baixar a frequência, o ONS tomou as medidas corretas, diminuiu a carga, recuperou a frequência e imediatamente o sistema voltou a operar”, disse. Para Pepitone, o setor está sujeito a falhas e exige atenção. “Com certeza, este é um ano que exige atenção. Tem que torcer para chover, não é?"
A julgar pelo comentário do exe-cutivo, baianos e turistas devem fazer seus pedidos de graças – e chuvas – aos santos e orixás.
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46 Primeira Página
Torneio de robóticaArmando Costa Neto, Superintendente do Serviço
Social da Indústria, até que tentou disfarçar, mas
não adiantou. Era visível a sua torcida pelas equi-
pes baianas durante o Torneio de Robótica da First
Lego League (FLL), que aconteceu nos dias 12 e 13
de dezembro de 2014, no Sesi Piatã, em Salvador. O
dirigente é pé quente: duas equipes do Sesi Bahia e
uma do IFBA se classificaram para a etapa nacional,
que acontecerá em Brasília, de 13 a 15 de março de
2015.
Casa Cor 2014A Sala de Jantar da Casa Cor Bahia 2014, ambiente
assinado pelo talentoso arquiteto sergipano Wesley
Lemos, foi decorada com móveis da Alfaiataria da
Madeira – marcenaria de móveis de alto nível, ex-
clusivos e sob medida, que tem à frente a dupla de
arquitetos André Figueredo e Alex Galletti. A ba-
dalada marcenaria foi responsável pela produção
dos armários e outros objetos de madeira da dining
room presentes na mostra, finalizada em novembro.
Um luxo.
Mais cultura na capitalPor falar em Serviço Social da Indústria, uma
boa notícia para a cultura baiana: o Teatro Sesi
Rio Vermelho foi reinaugurado em novembro do
ano passado. Rosa Villas Boas, gerente do espa-
ço, estava radiante no evento de apresentação da
tradicional casa. Inaugurado em 1997, o teatro
ficou fechado para reforma durante 14 meses,
período em que foram investidos dois milhões
de reais em melhorias para o público.
NOTAS SOCIAIS
47Primeira Página
Incentivos FiscaisConsultoria FinanceiraProjetos Econômicos para Captação de RecursosAvaliações PatrimoniaisInspeção PredialPerícias em Ações Judiciais e Extra-JudiciaisProjetos Arquitetônicos e de EngenhariaLicenças Ambientais
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48 Primeira Página
Lembra-se do Bahianode Tênis?Já imaginou um edifício projetado conjuntamen-
te por Antônio Caramelo e Benedito Abbud? Pois
bem, se você tem muita bala na agulha, não precisa
mais imaginar. A Moura Dubeux uniu os renoma-
dos profissionais para o projeto do Mansão Bahiano
de Tênis, residencial de alto padrão que será ergui-
do no bairro da Graça, em Salvador. A Moura, por
sinal, pagou R$ 24 milhões para comprar o terreno
onde será erguido o edifício. Hora de quebrar o co-
frinho...
Jogos da Construção
Já Carlos Henrique Passos, presidente do Sindicato
da Indústria da Construção do Estado da Bahia, não
revelou de jeito nenhum para quem estava torcen-
do na 8a edição dos Jogos da Construção, realizada
pelo Sinduscon-BA e que teve um número recorde
de participantes. Mais de dois mil trabalhadores de
13 empresas associadas ao Sindicato participaram
do evento, que aconteceu nos dias 29 e 30 de no-
vembro de 2014.
Novos ventos para a BahiaO dia 30 de janeiro entrou para a história de
Jacobina, a 350 km de Salvador. Naquela data,
os nomes mais importantes do business nordes-
tino se reuniram na cidade para acompanhar a
inauguração da TEN – Torres Eólicas do Nordes-
te, joint venture industrial dedicada à produção
de torres de aço para aerogeradores. O governa-
dor Rui Costa e os principais responsáveis pela
empreitada, Flávio Barra (Andrade Gutierrez),
e Marcos Costa (Alstom Brasil), compareceram
ao badalado evento, que reafirmou a força do
Estado da Bahia no que tange às energias reno-
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Já anotou os nomes dos secretários do Governo da
Bahia? Pois bem, antes mesmo que eles tivessem
tomado posse, a romaria aos seus escritórios já ha-
via começado, com empresários pedindo algumas
“providências políticas”, como empregos para apa-
drinhados.
Novos e antigos secretários
O vice-governador diplomado, João Leão, será o pró-
ximo secretário do Planejamento. Permanecem secre-
tários Maurício Barbosa, na Segurança Pública (SSP);
Marcus Cavalcanti, na Infraestrutura (Seinfra); Eugê-
nio Spengler no Meio Ambiente (Sema); Osvaldo Bar-
reto, na Educação (Sec); Nestor Duarte, na Administra-
ção Penitenciária e Ressocialização (Seap); e Manoel
Vitório, na Fazenda. Também o atual secretário de In-
dústria, Comércio e Mineração, James Correia, perma-
necerá na pasta, que passa a se chamar Secretaria de
Desenvolvimento Econômico. À frente da Secretaria da
Administração (Saeb), continuará Edelvino Góes.
Seguem poderosos
Tomam posse também Carlos Martins, na Secreta-
ria do Desenvolvimento Urbano (Sedur); Manoel
Gomes de Mendonça, na Secretaria de Ciência, Tec-
nologia e Inovação (Secti); Jerônimo Rodrigues, na
Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR);Paulo
Câmara, na Secretaria da Agricultura, Pecuária e
Irrigação; Nelson Pelegrino, na Secretaria do Tu-
rismo (Setur); e Jorge Portugal, na Secretaria da
Cultura (Secult). Assumem ainda Vera Lúcia Bar-
bosa, na Secretaria de Promoção da Igualdade Ra-
cial (Sepromi); e Olívia Santana, na Secretaria de
Políticas para as Mulheres (SPM).
Alguns dos novospoderosos
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