Educação Ambiental
Turismo Ecológico
Agroecologia
Dezembro/2013 a Maio/2016
Um registro de 2 anos e meio de ações em
Gestão agroecológica do camping do Parque Estadual do rio vermelhoGestão agroecológica do camping
do Parque Estadual do rio vermelho
ÍNDICE
Educação Ambiental
Turismo Ecológico
Agroecologia
14
5 25
Financiamento
Financiaram este projeto recursos oriundos da arrecadação do Camping e provenientes de compensação
ambiental através dos Termos de Compromisso de Compensação Ambiental firmados pelas empresas
HUISMAN LTDA., BOM JARDIM ENERGIA EÓLICA S.A. e OCEANA ESTALEIRO S.A., aprovados pela
CTCA/FATMA - Câmara Técnica de Compensação Ambiental da FATMA.
CEPAGRO – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo
Diretor Presidente: Eduardo Daniel da Rocha
Vice Diretora Geral: Erika Sagae
Diretora Administrativa: Maria Dênis Schneider
Diretor Financeiro: Rafael Beghini Ruas
Coordenador de Projetos Rurais: Charles Onassis Peres Lamb
Coordenador de Projetos Urbanos: Marcos José de Abreu
Coordenador de Comunicação: Fernando Angeoletto
Revista Gestão Agroecológica do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho –
Dezembro de 2013 a Maio de 2016
Texto e fotos: Equipe Cepagro
Projeto Gráfico e edição: Fernando Angeoletto
Arte e Editoração Eletrônica : Juliana Duclós
Coordenação Editorial: André Ganzarolli Martins
REALIZAÇÃO
Fizeram parte da equipe Cepagro, trabalhando ou auxiliando no projeto Camping:
Alexandre Felipe Cordeiro - Engenheiro Agrônomo; André Ganzarolli Martins - Biólogo; Audrey de
Fraga– Auxiliar de Manutenção; Bruna Lunardi Taffe - Engenheira Agrônoma; Eduardo Rocha -
Administrador; Camilo Teixeira - Engenheiro Agrônomo, Historiador, Mestre em Agroecossistemas;
Carlos Javier Bartaburu Vignolo - Engenheiro Agrônomo; Charles Lamb - Técnico Agrícola; Érika
Sagae – Educadora do Campo; Flora de Oliveira Castellano – Engenheira Agrônoma; Fernando
Angeoletto - Jornalista; Francys Pacheco – Eng. Agrônomo; Gisa Garcia, Eng. Agrônoma; Guilherme
Angelo Bottan - Engenheiro Ambiental; Henrique Martini Romano – Administrador, Especialista em
Agroecossistemas; Ícaro Christovam de Souza Pereira - Engenheiro Agrônomo; Jeferson Severo -
Auxiliar de Manutenção; Júlio César Maestri - Eng. Agrônomo; Júlio Rafael Cançado Cogo - Educador
Popular; Karina Smania De Lorenzi - Engenheira Agrônoma; Luana Jamayna Gellert - Cientista Social;
Luciano Tommasi - Engenheiro Mecânico; Marcos J. de Abreu – Eng. Agrônomo; Marina Ferreira
Campos Pinto - Bióloga, Mestre em Recursos Genéticos Vegetais; Mônica Auga – Eng. Agrônoma;
Pedro Rodolfo Ocampos Palermo - Engenheiro Ambiental; Rafael Beghini - Engenheiro Mecatrônico;
Renato Barreto Barbosa Trivella – Estudante de Agronomia/UFSC; Stephanye Oliveira Cardoso – Bióloga.
Apresentação
É com grande alegria que divulgamos, através desta revista, uma síntese dos resultados positivos alcança-
dos em pouco mais de 2 anos de gestão agroecológica do Camping do Parque Es-tadual do Rio Vermelho. Neste período, nosso trabalho dentro desta Unidade de Conservação está sendo pautado pelo respeito à natureza através da adoção de diversas práticas ecológicas, com ênfase na educação ambiental.
Em dezembro de 2013 o Camping reabriu ao público, depois de dois anos fechado, sendo gerido desde então pelo Centro de Estudos e Promoção da Agri-cultura de Grupo (Cepagro) uma Orga-nização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) cujo trabalho em prol do ambiente, da ecologia e da saúde remonta a uma história de mais de 25 anos cons-truídos no meio rural e urbano de Santa Catarina. O Cepagro tem como uma de suas principais missões a promoção da Agroecologia, ciência inovadora que alia conhecimentos acadêmicos e populares pela construção de uma sociedade verda-deiramente sustentável.
Com uma visão pioneira de gestão de espaços em Unidades de Conservação, o
Camping é entendido não apenas como um local para lazer, mas também como um centro de visitação e referência em educa-ção ambiental. Com o objetivo maior de promover a conservação da natureza, o trabalho desenvolvido vem demonstrando ser possível realizar dentro de uma Unida-de de Conservação de Proteção Integral práticas conservacionistas que podem ser propagadas para além do próprio espaço, potencializando o impacto positivo das ações na sociedade e no ambiente.
No dia-a-dia do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho, tais práticas se traduziram em inúmeras atividades edu-cativas (desde oficinas até painéis infor-mativos), na coleta seletiva dos resíduos sólidos, no tratamento dos resíduos or-gânicos localmente através da compos-tagem, na valorização da biodiversidade local com o plantio de plantas nativas, na horta agroecológica de plantas alimentí-cias e medicinais, na produção e doação de mudas de plantas nativas através do viveiro e no controle de espécies exóticas invasoras, entre outras ações. Nas pági-nas seguintes, apresentamos amostras e dados das atividades de gestão agroeco-lógicas aqui elencadas.
Equipe do Camping
da alta temporada de
verão 2015-2016.
Para propiciar a manutenção desse convívio entre as pessoas e o meio ambiente, é fundamental a exis-
tência das Unidades de Conservação, espaços públicos reservados para a proteção da natureza. Nestas áreas pro-tegidas o turismo ecológico tem poten-cial para realização de ações positivas na vida das pessoas, enquanto ocorra de forma controlada e sustentável. Re-verter impactos negativos causados pela presença humana e transformá-los em resultados positivos através da Agroe-cologia tem sido a missão principal da gestão do Cepagro nesta área pública que é o Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho.
Diante de tantas problemáticas associadas à vida moderna, como a poluição e as desigualdades sócio-ambientais que enfrentamos no dia-a-dia, seja no campo, seja na cidade, é cada vez mais necessária a adoção de práticas e pensamentos ecológicos. É nesse sentido que o turismo ecológico se destaca como uma forma essencial de geração de bem-estar e saúde para a população, sendo dever da sociedade e dos órgãos públicos promovê-la.
Tur ismo eco lógico
Gestão Agroecológica
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O Parque Estadual do Rio Vermelho
O Camping do Rio Vermelho, apresenta condições ideais para pessoas que queiram apreciar e desfrutar de momentos em meio à natureza. Ele faz parte do Parque Estadual do Rio Vermelho (PAERVE), que ocupa
uma área de 1.532 hectares e está localizado na costa leste da Ilha de Santa Catarina, em um local privilegiado, com natureza exuberante e acesso tanto à praia do Moçambique quanto à Lagoa da Conceição.
6Gestão
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Os diversos ecossistemas do Parque pertencem ao bioma Mata Atlântica, considerado um dos mais ricos em
biodiversidade do mundo, sendo também um dos mais ameaçados pela degrada-ção ambiental. Atualmente, restam apenas 12,5% da área coberta originalmente e, por isso, existe a grande necessidade de conservação desses remanescentes (SOS Mata Atlântica, 2016).
A criação do Parque Estadual do Rio Vermelho ocorreu em 24 de maio de 2007, pelo Decreto Estadual nº 308, visando a pre-servação dessa importante área de relevância ecológica, histórica, turística, cultural e pai-sagística. Desde então, o Camping situa-se dentro de uma Unidade de Conservação de Proteção Integral regida pela lei 9985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Mas a história do Parque começou muito an-tes, em 1962, com a criação da Esta-ção Florestal do Rio Vermelho, que tinha por objetivo experi-mentar o plantio de diversas espécies de pinheiros (também co-nhecidos como Pinus), eucaliptos, ciprestes, entre outras, para saber quais delas melhor se adaptavam à região e a viabilidade da produção florestal destas espécies.
O idealizador e coordenador desta estação foi Henrique Berenhauser e as se-mentes utilizadas foram provenientes de diversos países. Em 1974, após 12 anos, atingiu-se a área de 800 hectares basica-mente de Pinus e eucalipto, materializando então aquele projeto e modificando drasti-camente a paisagem local. Até a década de 1970 foram introduzidas cerca de 25 espé-cies de Pinus na área, fato que acarretou na descaracterização de grande parte do
ecossistema original. Nesta época, a ges-tão da área era feita através de um convê-nio entre o governo do estado, a Secretaria de Agricultura e a Associação Rural Regio-nal de Florianópolis.
Em 1974, a Estação Florestal foi trans-formada no Parque Florestal do Rio Verme-lho, mantendo os mesmos objetivos da Es-tação e incluindo a restauração, proteção e conservação do ecossistema local. A partir disto, a gestão da área foi entregue à Se-cretaria Estadual de Agricultura. Em 1983, a administração foi repassada à Compa-nhia Integrada de Desenvolvimento Agríco-la de Santa Catarina (CIDASC), cuja ges-tão estendeu-se até 2007, quando a área tornou-se Parque Estadual, passando a ser administrada pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FATMA). (Ferreira, 2010).
Apesar da intensa mudança sofrida pela paisagem, estudos recentes reve-lam que ainda há uma imensa riqueza de espécies de animais e plantas nati-vas. Já foram registradas 169 espécies de plantas, distribuídas em diferentes ti-pos de vegetação do Parque, que são: restinga herbácea, restinga arbustiva, restinga arbórea, vegetação de banhado e a mata-atlântica “clássica”, conheci-da também por floresta ombrófila densa (Ferreira, 2010).
É o nome que pode ser dado aos vários tipos de vegetação da Mata-Atântica que crescem próximas do mar, em solos basicamente arenosos, apresentando uma série de adaptações à este ambiente, como
a resistência ao solo pobre em nutrientes, sol forte e à salinidade vinda do mar, entre outras características. As restingas abrigam muita riqueza de animais e plantas e são protegidas por Lei, também são lugares muito bonitos e importantes para a preservação das praias. Apesar disso, continuam muito ameaçadas, pois estão em lugares frágeis e muito atrativos para a construção imobiliária.
>> No trabalho desenvolvido no Camping toda essa biodiversidade é valorizada através da educação ambiental, com o objetivo de que os visitantes conheçam mais sobre os habitantes nativos do Parque e passem a respeitá-los e admirá-los. Neste sentido, existe também um esforço por parte da equipe técnica, em registrar os animais e plantas encontrados no Camping e seu entorno, para que o conhecimento sobre a natureza local seja cada vez maior.
Essa diversidade de espécies vegetais
é responsável pelo sustento e abrigo de
muitas espécies de animais silvestres que
habitam o parque. Somente de aves os re-
gistros apontam pelo menos 106 espécies,
sendo algumas delas migratórias, que apa-
recem em apenas algumas épocas do ano
na região. Também existem diversas espé-
cies de répteis, como lagartos e cobras, e
mamíferos, como macaco-prego, cachorro-
-do-mato e gambás, além de fungos, inse-
tos e a microfauna do solo, que são seres
fundamentais para as dinâmicas ecológicas
dos ambientes. (Ferreira, 2010).
8Gestão
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Um camping em O Camping do Rio Vermelho é con-
siderado um dos campings mais tradicionais do sul do Brasil, com
mais de 35 anos de história envolvendo gerações de campistas.
Após o início da gestão do Cepagro, o Camping foi considerado um dos melhores do Brasil em 2015 e 2016, segundo o guia de campismo Ma-Camp, referência internacional nesta área. Tanto o guia quan-to as avaliações realizadas com os campistas apontam como sendo a maior quali-dade do Camping o aten-dimento da equipe, as estruturas bem cuidadas e as atividades educati-vas e sócio-culturais em meio à natureza.
Desde a reabertura do camping em dezembro de 2013, foram registra-das mais de 25 mil pes-soas entre campistas, visi-tantes, comunidade escolar e participantes de eventos.
Em relação ao atendi-mento, ao chegar no Cam-ping, os visitantes são recebi-dos por profissionais qualificados, com formação especializada, à dis-posição para tirar duvidas sobre rotei-ros de ecoturismo, passeios e também sobre a ecologia do local. São também orientados sobre o modelo de gestão de resíduos adotado, e recebem uma breve introdução sobre o Parque e as atividades educativas e sócio-culturais realizadas.
O Camping apresenta uma extensa área com aproximadamente 3 hectares, que oferece aos campistas banheiros
limpos e com água quente, mais de 70 pontos de energia para utilização de apa-relhos elétricos, áreas destinadas para a lavagem de roupas e utensílios de cozi-nha, quatro espaços coletivos com chur-rasqueiras e pias, cozinha coletiva com fogão à gás e à lenha.
Na área de entretenimento, o Cam-ping conta com um salão de jogos com mesas de ping-pong, sinuca e pebolim, além de campo de futebol, quadra de vô-lei, parque infantil e galpão para eventos.
Também contamos com uma pequena biblioteca coletiva, brinquedoteca e
acesso à internet wi-fi para comu-nicação dos campistas em um
espaço confortável. Em alguns períodos do
ano, especialmente na alta temporada de verão, o Camping contou com a co-modidade de um restau-rante servindo café-da--manhã, almoço e jantar, bem como lanches diver-sos. No local também são comercializados artigos de primeira necessidade, como mantimentos e mate-rial de limpeza e higiene.
Entre 22 de Dezembro de 2013 à 10 de março de
2016, o Camping abrigou apro-ximadamente 9.150 campistas,
sendo a maioria adultos e jovens. Também tivemos cerca de 7.000 re-
gistros de pessoas que passaram pelo Camping para visita, acesso à praia, fa-
zer trilhas e praticar esportes.
meio a natureza10Gestão
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Arte & Cultura
Outro diferencial da gestão do Cam-ping pelo Cepagro é o estímulo às atividades culturais e artísticas.
Durante a temporada, foram diversos momentos de cultura para visitantes e campistas, todos gratuitos. Os artistas e oficineiros são em sua maioria campistas que vem desfrutar do Camping e trocam seu talento por alguns dias de estadia. A riqueza da programação cultural e en-tretenimento durante as temporadas foi enorme. Foram muitas apresentações de música, circo, teatro, aulas de dança, canto, artes marciais e até fabricação de fantoches.
>> Durante a baixa temporada, o Camping também tem se tornado sede de eventos diversos, tais como: acampamentos de grupos escolares e de escoteiros, acampamentos religiosos, gincanas escolares, convenções culturais de circo, encontros de dança e cultura africana e afro-brasileira, entre outros. Nesses dois anos de co-gestão, sediamos 90 eventos, entre os quais a maioria teve parte de sua programação aberta ao público.
Para valorizar a comuni-dade local durante as tempora-das também foram convidados pessoas e grupos do bairro Rio Vermelho, vizinho ao Camping, para darem oficinas de yoga, ca-poeira e recreação para crianças.
Além disso, os campistas-artistas deixaram o Camping mais bonito e colorido com suas pinturas inspiradas na vida e ecologia do Parque. Até o momento, foram sete murais pintados, que têm tornado o espaço do Camping uma galeria de arte a céu aberto.
>> No dia 24 de maio de 2015 o Camping sediou a quarta edição do evento “Domingo no Parque” organizado em parceria com a FATMA e a Casa de Cultura do Rio Vermelho. Neste dia o Camping recebeu aproximadamente 3000 visitantes.
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Focar nos conhecimentos práticos e teóricos sem deixar de lado a magia e encantamento gerados por experiências lúdicas, sensoriais e emocionais é uma das chaves para a educação ambiental desenvolvida pelo Cepagro. Ouvir na floresta as histórias de um duende, conhecer a plantação de um “pirata”, ou simplesmente fazer uma brincadeira divertida antes de começar uma caminhada, são alguns dos momentos de prazer e de integração com o público envolvido nas atividades educativas.
Educação e interpre tação ambienta l
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Como princípio, nosso grande in-teresse com a educação e inter-pretação ambiental é desenvolver
pensamentos e práticas que contem-plem a variável social na conservação dos ecossistemas, buscando tornar o público atuante na preservação das Uni-dades de Conservação e do ambiente como um todo, de forma que multiplique também na sua comunidade os aprendi-zados vivenciados.
Entre os muitos temas abordados, destacam-se a importância da preserva-ção da biodiversidade e dos recursos na-turais de forma sustentável e integradora, além da adoção de hábitos de vida sau-dáveis. Dessa forma, diversos valores, práticas e conhecimentos tem sido di-fundidos entre as atividades didáticas no Camping, demonstrando que a valoriza-ção e o cuidado com as diversas formas
de vida, comunidade e natureza é a base para um desenvolvimento em harmonia e de fato sustentável.
De forma geral, as ações educativas ocorreram de maneira contínua dentro do Camping em três grandes grupos:
1) Oferta gratuita de cursos e oficinas para comunidade, atendimento para ins-tituições de ensino de todo o estado de Santa Catarina e acampamentos coleti-vos;
2) Orientação da comunidade campista e visitantes quanto à gestão do Camping, com foco na separação de resíduos só-lidos, consumo consciente de recursos como água e energia, regramento e ca-racterização da Unidade de Conservação Ambiental;
3) Estágios Voluntários e Curriculares.
No primeiro ano de gestão, em 2014, contabilizamos mais de 1000 pessoas atendidas de Unidades Escolares e grupos universitários de diversos bairros da cidade de Florianópolis e de outros municípios. As atividades realizadas basicamente abordaram as seguintes temáticas: a) Conhecendo os Ecossistemas do Parque através de Trilhas Ecológicas; b) Ecologia e Reprodução de Espécies de Plantas Nativas (Viveiro Educativo); c) Horta Agroecológica (consumo consciente e alimentação saudável, produção orgânica de alimentos); d) Gestão de Resíduos Sólidos (separação,
coleta seletiva e destinação correta dos resíduos sólidos).
Em 2014, realizamos um curso gratuito sobre “Hortas Escolares Agroecológicas” através de parceria com a ESAG/UDESC, que teve a participação de pessoas de diversos municípios de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Seguindo essa mesma linha realizamos em 2015, mais dois cursos para 200 professores da rede municipal de ensino de Florianópolis ligados ao Projeto Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia da Prefeitura Municipal de Florianópolis (PEHEG/PMF).
Resultados alcançados
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Fauna e Flora do PAERVE;
Viveiro Agroflorestal;
Trilha Ecológica na Bacia Hidrográfica da Lagoa da Conceição;
Práticas de Compostagem;
Horta Agroecológica;
Bioconstrução;
Observação de Aves Da Restinga;
Produção de Mudas
de Plantas Nativas;
Planta Medicinais Nativas Roça Agroecológica e Agroflorestal;
Nesse mesmo ano (2015), contabilizamos 1099 pessoas em atendimentos de 42 visitas guiadas. Além disso realizamos a Formação em Gestão Comunitária de Resíduos Sólidos Orgânicos e a Formação em Agroecologia para agentes do CRAS (Centro de Referência em Assistência Social de Florianópolis) para trabalharem os conceitos, ensinamentos e práticas de agroecologia na recuperação de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Também realizamos a Formação em Agroecologia para Agentes
da Rede Municipal de Saúde, com o objetivo de incentivar o uso de fitoterápicos no tratamento de enfermidades e aprender a elaborar e manter hortas agroecológicas dentro das unidades de saúde.
Ainda em 2015, iniciamos uma nova fase de oficinas abertas e gratuitas a população, denominada Saber na Prática. De abril a novembro de 2015 foram ofertadas 24 oficinas, alcançando um total de 442 participantes durante aquele ano. Em algumas edições contamos com a participação de convidados especiais.
Os temas das oficinas foram:Reaproveitamento Integral
de Alimentos Orgânicos;
Alimento Vivo;
Biodiversidade de Sementes;
Telhado Verde;
Despolpa de Juçara (Açaí Da Mata Atlântica);
Astronomia e Agricultura;
Gastronomia com Plantas Alimentícias não Convencionais;
Musicalidade;
Produção de Sabão Com Óleo Usado e Plantas Medicinais.
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Dentro de sua proposta de atrair para o ambiente do Camping e do Parque os anseios de comunida-
des, organizações e escolas, o Cepagro ampliou as relações no âmbito acadê-mico, servindo de base para estágios curriculares de nível médio e superior, e abrindo-se também ao voluntariado. Na baixa temporada de 2015 foram acolhi-dos e orientados 2 estagiários, através de parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, e 4 voluntários que atuaram em frentes de pesquisa e tra-balho sincronizadas com as agendas da equipe técnica do Camping.
A partir de 2015, acolhemos ainda
estágios curriculares através da parce-ria entre o Cepagro e o Instituto Federal Catarinense (IFC) de Rio do Sul (SC). Ao todo vieram 8 jovens formandos execu-tar seu estágio curricular obrigatório em Ensino Médio Técnico, cumprindo um período de 45 dias durante o verão.
Em relação ao voluntariado, conta-bilizamos 25 voluntários durante o verão da temporada 2014/2015. Na tempora-da seguinte (2015/2016) este número foi maior ainda, totalizando 63 pessoas, que contribuíam com as ações do Camping e ao mesmo tempo aprenderam mais sobre as temáticas ligadas a educação ambiental junto à equipe.
Articulando saberes com a comunidade
O Trabalho Externo
As ações de educação ambiental desenvolvidas no Camping foram estendidas por meio da participação em importantes eventos e atividades
externas, através da montagem de stands, realização de oficinas e divulgação das ações do Camping do PAERVE em: escolas, grupos comunitários de bairros de Florianópolis, eventos comunitários de bairros do entorno do Parque, eventos institucionais (do SESC, FATMA e Prefeitura Municipal), conferências, simpósios, encontros de agroecologia, grupos de agricultores,
aldeias indígenas, comunidades quilombolas e até um Centro de Atenção Psicossocial.
É dada uma atenção especial a comunidade do bairro do Rio Vermelho, considerando que é fundamental a aproximação da Unidade de Conservação com a população do entorno. A relação se deu através de apoio técnico, realização de oficinas de educação ambiental e capacitação em torno da agroecologia e conservação dos recursos naturais, com o Núcleo de Educação Infantil São João Batista, Coletivo Pátios Amigos do Rio Vermelho e Comunidade Quilombola Vidal Martins do Rio Vermelho. De maio à novembro de 2015, foram realizadas um total de 15 oficinas com estes coletivos, repercutindo positivamente no desenvolvimento sustentável da região.
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Estagiários do verão
2013-2014
Bolsistas da UFSC - verão 2015
ESTAÇÕES DIDÁTICAS Palco das atividades de educação ambiental, foram determinados 4 espaços didáticos principais, integrados à gestão agroecológica do Camping:
VIVEIRO DE PLANTAS NATIVASProporciona ao visitante
tanto conhecer as técnicas de produção de mudas, quando aprender sobre os ecossistemas nativos, desde sua composição até suas interações ecológicas, sobre sucessão ecológica e outras questões ambientais observadas no entorno, como a presença de espécies exóticas invasoras e sistemas agroforestais.
HORTA AGROFLORESTALUtiliza como insumo principal
o adubo produzido na compostagem. A horta permite a interação das crianças, jovens e adultos com toda a riqueza e as dinâmicas da vida que se desenvolve neste espaço. Além da produção de alimentos, a horta é conectada à restauração ambiental e gera um universo de atividades lúdicas, brincadeiras e conhecimentos.
TRILHAS ECOLÓGICASNesse roteiro o público
pratica a caminhada ao ar livre, conhecendo mais sobre a biodiversidade nativa, as histórias e importância da Unidade de Conservação, além de outros temas, como princípios que regem a Ecologia. No caminho pela Mata-Atlântica, belas paisagens são visitadas, como a Lagoa da Conceição e a Praia do Moçambique.
ÁREAS DE COMPOSTAGEMNestes locais o visitante conhece a técnica de transformação de resíduos orgânicos em adubo, refletindo sobre seus hábitos de consumo e os problemas advindos da destinação incorreta do lixo. São abordados tanto aspectos técnicos como os fundamentos teóricos da compostagem.
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As trilhas do Camping levam a diferentes paisagens e propor-cionam aos visitantes percorrer
e conhecer os ecossistemas do Parque. Um exemplo é o caminho até a Lagoa da Conceição, no qual passamos por uma floresta, a restinga arbórea, e chegamos numa área de banhado e na lagoa, onde podem ser avistadas aves aquáticas e migratórias, peixes, plantas nativas e
muito mais. Existem ainda trilhas em ambiente
florestal, onde podemos perceber o im-pacto dos Pinus e eucaliptos na vegeta-ção nativa, e seu processo de regenera-ção. Na trilha principal, que liga a área de camping até o mar, podemos perceber as mudanças na vegetação ao longo do caminho, saindo de um ambiente florestal para o ecossistema de beira de praia.
VOCÊ SABIA que atualmente a Agroecologia já é tema de vários cursos de ensino médio (técnicos), graduação e de pós-graduação, em todas as regiões do Brasil?
A presença humana nas Unidades de Conservação, sem gerar impactos negativos, só é possível através da Agroecologia. Esta ciência inovadora, que tem se desenvolvido significativamente nos últimos anos, trabalha com a união de conhecimentos acadêmicos e populares, criando técnicas e saberes que façam a sociedade se desenvolver sem agredir o meio ambiente, de forma verdadeiramente sustentável. Na prática, são muitos saberes e técnicas desenvolvidas com a Agroecologia, muitas destas implementados pelo Cepagro no Camping do Rio Vermelho, seguindo princípios como:
Agroeco logia
Nas próximas seções convidamos você a conhecer melhor cada uma das práticas agroecológicas desenvolvidas no Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho!
Trilhas ecológicas
24Gestão
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Relatóriode gestão
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Atualmente, são raras as Unida-des de Conservação, bem como espaços públicos em geral, que
assumem práticas agroecológicas na sua gestão. Normalmente, nestes espaços, de forma contraditória, vemos ações con-trárias aos princípios da conservação da natureza, como gestão incorreta dos resí-duos, consumo irracional dos recursos, au-sência de saneamento ecológico, falta de atividades educativas e integradoras com a comunidade, entre outros sintomas que reforçam a necessidade de mudança
dessa realidade.Portanto, através desta publicação es-
peramos contribuir e inspirar mais o desen-volvimento da Agroecologia no âmbito da gestão dos espaços públicos e Unidades de Conservação, enxergando nela a forma mais correta e adequada de desenvolver a sociedade. Através de seus princípios e práticas, temos buscado gerar um funcio-namento ecológico e saudável deste espa-ço público que é o Camping do Rio Verme-lho, com todas as ações permeadas pela educação ambiental.
Agroeco logia: Uma mudança nece ssár ia na ge s tão dos e spaços
INTEGRANDO A GESTÃO DO ESPAÇO ATRAVÉS DA AGROECOLOGIA
USO PÚBLICO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
REFLORESTAMENTO E HORTAS
AGROFLORESTAIS
ALIMENTOS
COLETA SELETIVA
RESÍDUO ORGÂNICO SEPARADO
COMPOSTAGEM
PRODUÇÃO DE MUDAS
VIVEIRO
ADUBO
Gerenciamento de resíduos sólidosO Gerenciamento de Resíduos Sóli-
dos, conhecido pela sigla “GRS”, foi estratégia e instrumento de gestão
fundamental no Camping do Rio Vermelho, representando uma ferramenta capaz de minimizar os efeitos negativos dos resíduos gerados pelas atividades humanas e ser-vindo como base para uma série de outras ações agroecológicas e educativas.
Entre estas ações resultantes da gestão de resíduos, podemos destacar a produção de adubo, que é responsável tanto por subsidiar a produção de mu-das do viveiro, quanto pela restauração de áreas degradadas do Parque. Em dois anos foram coletados, triados e pesa-dos 49 toneladas de resíduos sólidos no Camping.
Compreendendo que a maior parte do “lixo” na verdade é algo muito útil, que ainda pode ser transformado através da reciclagem, optamos por mudar o nome do “lixo” para “resíduo”.
Dessa forma, a gestão de todo resíduo gerado no Camping se baseou em priorizar sua separação inicial pelo próprio público que o gerou, resultando em três grupos principais: orgânicos compostáveis, recicláveis secos e rejeitos. Através desta coleta seletiva, torna-se muito mais fácil a destinação posterior dos materiais para a reciclagem.
O “LIXO” QUE NÃO É LIXO. . .26
Gestão Agroecológica
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Relatóriode gestão
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28
50%30%
20%
COMO FUNCIONARAM AS ETAPAS DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO CAMPING DO RIO VERMELHO:
>> Os resíduos gerados pelo público são depositados em recipientes específicos, separados em três grupos principais de resíduos: orgânico compostável, reciclável seco e rejeito. Materiais perigosos e óleo de cozinha são depositados em locais particulares.
>> Uma coleta bastante qualificada dos resíduos é desenvolvida. Os resíduos encontrados em cada recipiente são inspecionados e separados corretamente pelos coletores, corrigindo eventuais erros que podem aparecer na separação dos resíduos feita pelo público.
>> Após coletados, os resíduos são pesados e os dados registrados, gerando parâmetros usados nas atividades de educação ambiental e monitoramento da gestão.
ReciclagemOs recicláveis secos (30%) são encaminhados para associações de catadores que os venderão para empresas de reciclagem.
Aterro sanitárioA menor parte constituída pelos rejeitos (20%), vai para o aterro sanitário através da coleta convencional de lixo do município.
CompostagemA maior parte
(50%), representada pelos orgânicos, são levados para a compostagem.
SEPARAÇÃO NA FONTE
COLETA E TRIAGEM
PESAGEM
DESTINAÇÃO
Cabe destacar que o investimento em infraestrutura (boa quantidade e qualidade de recipientes coletores) e geração de ma-teriais educativos (placas informativas e ofi-cinas) foi fundamental para o sucesso desta metodologia. Outra estratégia adotada foi
agrupar os recipientes para cada categoria de resíduo nos PEVs (Pontos de Entrega Vo-luntária), distribuídos por todo o Camping, trazendo o ponto de descarte mais perto dos campistas e dessa forma impedindo o acúmulo de resíduo em locais inapropriados.
>> Cada grupo de resíduo é então destinado corretamente.
Separe seus resíduosDeposite nos contentores adequados
Uma percepção interessante foi que a
cultura da separação dos resíduos sólidos
transformou-se numa política interna da equipe
do Camping, sendo muito bem avaliada pelos
campistas e visitantes, além de contribuir para
a formação de professores, estudantes e a po-
pulação através de cursos e oficinas com essa
temática.
Portanto, podemos dizer que o Gerencia-
mento dos Resíduos Sólidos foi um instrumento
de gestão que de fato contribuiu para diminuir o
impacto do resíduo sólido gerado pelas ações
humanas no Camping do PAERVE, sendo, por-
tanto, de extrema necessidade enquanto hou-
ver atividades no espaço.
Quer saber uma coisa legal que descobrimos com a GRS?Na alta temporada, período entre o Natal
até o fim do carnaval, são gerados em
média 14.000 Kg de lixo ou “Resíduos
Sólidos”, deixados por campistas de
vários países e estados brasileiros.
Ao longo do verão, duas vezes ao dia,
realizamos a coleta seletiva, triagem e
pesagem de todo material recolhido.
E sabe o que mais descobrimos?Que a quantidade de materiais recicláveis
coletados somou aproximadamente 4200
Kg e entre estes o vidro somou 1.800Kg
(43%), Garrafas PET 504 Kg (12%),
embalagens 1.300 Kg (31%), alumínio
378 Kg (9%) e papelão 105Kg (2,5%)
e outros (2,5%). Mesmo assim, alguns
materiais recicláveis são considerados
rejeitos ou por estarem sujos ou por
não ser reconhecido comercialmente
o valor econômico do material.
Por isso, quando vier ao Camping,
já sabe. Contribua com a separação
do resíduo sólido.O Planeta
agradece e nós também!
VOCÊ SABIA que boa parte do resíduo jogado no chão é causado por duas razões? Em primeiro lugar, a falta de educação, e em segundo, a falta de locais adequados para armazenamento do resíduo. Observamos no Camping que a destinação correto do resíduo pelo público melhora sempre quanto mais ofertamos atividades de educação ambiental e quanto mais disponibilizamos recipientes adequados para colocar o resíduo.
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Relatóriode gestão
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Relatóriode gestãodez/2013 a mar/16
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O composto produzido tem gerado muitos benefícios, tornando-se um símbolo contundente que expressa como um problema (“lixo”) pode virar solução (adubo). A compostagem também tem se conectado com outras ações importantes dentro da Unidade de Conservação, como o viveiro e a restauração ambiental, ações essas detalhadas nas próximas seções.
Transformando um grande impacto negativo em positivo, a equipe do Cepagro, através da metodologia
de compostagem, conseguiu transformar em adubo orgânico 100% dos resíduos sólidos orgânicos gerados no Camping, representando mais de 23.630 kilos de restos de alimentos que seriam descarta-dos, mas foram processados adequada-mente, de forma ecológica.
Dessa maneira, aproximadamen-te metade de todo o “lixo” produzido no Camping nesses dois anos transformou--se em vida através do adubo (também chamado de composto), sendo utilizado principalmente para a produção de mu-das do Viveiro e adubação de hortas e jar-dins do Camping, entre outras ações de educação ambiental.
A técnica de compostagem adotada no Camping, conhecida como compos-tagem termofílica, baseia-se em facilitar as condições para que os resíduos or-gânicos sejam transformados em adubo através da ação de bactérias e fungos, dentro de condições controladas, e com proporções adequadas de mistura com outros materiais.
A atividade decompositora dos microorganismos
produz calor (chegando a 65 graus), destruindo seres
nocivos e seus esporors
CAMADAS SECAS
Depois de passar por um período de maturação, o resultado do processo é um excelente composto orgânico, pronto para adubar a terra.
A palhada de cobertura reduz a perda de calor e umidade da pilha de compostagem
CAMADAS ÚMIDAS
Macroorganismos como as minhocas estão presentes na pilha e ajudarão a arejá-la e decompor os materiais orgânicos
No Camping do Rio Vermelho, o adubo é usado para produção de mudas e o plantio de árvores nativas, além de alimentar a nossa Horta Agroecológica
HORTA AGROECOLÓGICA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
CompostagemA atividade decompositora
dos microorganismos produz calor (chegando a
65 graus), destruindo seres nocivos e seus esporors
CAMADAS SECAS
Depois de passar por um período de maturação, o resultado do processo é um excelente composto orgânico, pronto para adubar a terra.
CONHEÇA O CICLO DA
COMPOSTAGEM TERMOFÍLICA
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O desenvolvimento do Viveiro de Plantas Nativas é uma atividade integrada às demais que ocorrem na co-gestão do Camping, como:
A Compostagem, em que os resíduos orgânicos foram transformados em adubo, agora disponível para a produção de mudas;
A coleta seletiva, em que embalagens foram transformadas em vasos para as plantas;
A educação ambiental, servindo de estrutura para práticas e informações ligadas à biodiversidade do PAERVE;
A pesquisa, com o registro de mais de 170 espécies vegetais nos arredores do Camping, observando seus períodos de floração e frutificação, na coleta de sementes e na observação de sua germinação;
O estímulo ao plantio de árvores nativas nas áreas de entorno com a doação de mais de 4.000 mudas;
A ornamentação e planejamento dos espaços do Camping;
A restauração ambiental do PAERVE, com o enriquecimento de ecossistemas através de plantios de espécies-chave, e salvando das roçadas aquelas plantas que nascem ou já estão na área de camping.
O viveiro de plantas nativas
O viveiro de mudas brotou da motiva-ção de criar um espaço de aprendi-zados e trabalhos a favor da natu-
reza. O PAERVE já teve um viveiro anterior, que foi desativado. Muitas pessoas da co-munidade procuravam o Camping no início do projeto querendo saber desse viveiro desativado, sendo esta outra motivação para iniciar o movimento.
No viveiro, podemos conhecer 60 es-pécies de plantas nativas do ameaçado bioma Floresta Atlântica. A maior parte destas espécies compõe a vegetação do PAERVE, formada por floresta de encosta, restinga, dunas, banhados, laguna e toda vegetação que permeia estes ambientes.
Comple tando C ic los
Reflorestamento
Alimentos
Coleta seletiva
Resíduo orgânico separado
Compostagem
Produção de mudas
Viveiro
Adubo
ATRAVÉS DO VIVEIRO, em um período de 2 anos:Foram produzidas mais de 15 mil mudas.Foram plantadas no Camping e seus arredores em torno de 1000 mudas, de 60 espécies vegetais nativas do Parque.Doação de mais de 4.000 mudas.
RESTINGA ARBUSTIVA:
Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), Pitanga (Eugenia uniflora), Erva-baleeira (Varronia curassavica ), Capororoquinha (Myrsine parvifolia), entre muitas outras.
Um dos objetivos do viveiro é servir como uma estrutura educadora possibi-litando desde a auto-interpretação quan-to a sensibilização de visitantes. O vivei-ro tem atuado como um local didático onde grupos de estudantes, visitantes e campistas tem acesso à informação qua-lificada sobre a biodiversidade nativa e diversos temas relacionados à ecologia, biologia e restauração.
A operacionalização do Viveiro de Plantas Nativas mostrou-se uma ativida-de fundamental para a gestão agroeco-lógica do Camping dentro desta Unidade de Conservação. As pessoas são atraídas pelas mudas e aproveitam para interagir com o ecossistema do parque.
Através do plantio e doação de mu-das, a comunidade tem se beneficiado com o enriquecimento ambiental e a res-tauração de áreas degradadas do Parque, além de revitalizar diversos quintais, ruas e praças da própria cidade de Florianópo-lis e outras regiões do estado.
Espécies de plantas cultivadas no viveiro, nativas do Parque Estadual do Rio Vermelho, de acordo com cada tipo de restinga:
RESTINGA ARBÓREA:
Araçá (Psidium cattleyanum), Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius), Guamirim-da-folha-fina (Myrcia splendens), Baguaçu (Eugenia umbelliflora), Camboatá-vermelho (Cupania vernalis), Maria-mole (Guapira opposita), entre muitas outras.
RESTINGA HERBÁCEA:
Macela (Achyrocline satureioides), Tansagem (Plantago sp.), Feijãozinho-da-praia (Sophora tomentosa), Batateira-da-praia (Ipomea pes-caprae e Ipomea imperati), entre muitas outras.
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Identificação e valorização da biodiversidade
A equipe do Cepagro, formada por especialistas como biólogos e agrônomos, têm catalogado a fauna e a flora dentro e ao redor do Camping, contabilizando a existência de pelo menos 174 espécies de plantas, 55 espécies de aves, 6 espécies de répteis, 6 espécies de mamíferos e muitos outros animais, como anfíbios e insetos ao redor do Camping.
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SAÍRA-AZUL Dacnis cayana
BEM-TE-VI-RAJADO Myiodynastes maculatusTUCANO-DO-BICO-PRETO Rhamphastos vitellinus
GRALHA-AZUL Cyanocorax caeruleus
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Tais registros têm sido preciosos, dando vida às pesquisas realizadas no Parque e se transformando em conhecimento e cultura para os visitantes, através de placas informativas e atividades de educação ambiental.
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ORQUÍDEA Epidendrum fulgens CIPÓ-DE-SÃO-JOÃO Pyrostegia venusta
LÍRIO Habranthus robustus
QUARESMEIRA Tibouchina urvilleana ÍRIS-DA-PRAIA Neomarica candida
GUABIROBA Campomanesia xanthocarpa
Gestão Agroecológica
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Com objetivo de servir como espaço educativo complementar às demais trilhas do Parque, a partir de 2014
foi desenvolvida uma horta agroecológi-
ca e agroflorestal no Camping, para que
demonstrasse, de maneira concreta e in-
terativa, como as ações humanas, como
a produção de alimentos, podem existir
cooperando com a natureza e não indo
contrária a ela.
Através do conceito de agrofloresta,
onde uma horta ou roça dá lugar aos pou-
cos a uma floresta, além dos usos educa-
tivos, temos contribuído diretamente para
a conservação da natureza do Parque. Se-
guindo este princípio, a horta agroflorestal
serve como espaço que atrai e promove
a biodiversidade e culmina, ao longos dos
anos, na restauração da vegetação nativa.
Paralelamente, também promove a qua-
lidade de vida dos campistas e visitantes
através do cultivo orgânico de alimentos e
plantas medicinais que são consumidos e
utilizados localmente pela população, além
das trocas de saberes proporcionadas pelas
plantas ali cultivadas.
A horta agroflorestal A horta agroflorestal implementada no Camping baseia-se na Agroecologia, seguindo um modelo de agricultura que respeita a natureza, não utiliza agrotóxicos e adubos químicos, nem outras práticas agrícolas que envenenam e destroem o solo. Ao contrário, baseia-se em conhecimentos científicos da ecologia, biologia, entre outras áreas, focando uma produção saudável de alimentos, através de diversas técnicas ecológicas.
Entre estas técnicas, estão diferentes maneiras de restauração e preservação do solo, cultivo consorciado de diversas espécies
vegetais com funções ecológicas, uso de fertilizantes naturais, uso de materiais locais, dentre muitas outras práticas sustentáveis. Além disso, tomamos o cuidado de não introduzir plantas exóticas invasoras, que tem o potencial de se reproduzir e prejudicar os ecossistemas naturais do Parque.
Paralelamente ao cultivo das plantas alimentícias e medicinais, que apresentam ciclo de vida curto, são plantadas espécies nativas de vida média a longa, produzidas no Viveiro de Plantas Nativas, e que gradualmente transformarão o local da antiga horta em floresta, como é detalhado na seção a seguir.
A agroecologia como princípio
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Horta/Roça agrof lore s tal
Entre 3 a 5 meses após o início da composteira, o composto pronto é coletado e as composteiras são desmanchadas. No local são plantados vegetais comestiveis de ciclo curto, como milho e hortaliças, junto com plantas nativas de ciclo médio e longo: as árvores, arbustos e ervas nativas produzidas no viveiro com o adubo das composteiras.
Re t irada de e spéc ie s e xót icas
Nesta etapa é feito o corte ou roçada das plantas invasoras. Com os galhos das podas são feitos “poleiros”, que servirão de abrigo para animais, que enriquecerão o local com as sementes que trazem. A retirada, aliada ao controle posterior das invasoras, favorece o desenvolvimento de plantas nativas.
Com a perspectiva de contribuir com a restauração e recuperação dos ecos-sistemas naturais do Parque, uma
série de ações integradas ao dia-a-dia do Camping tem sido desenvolvidas e geram cada vez mais frutos.
Um dos maiores dilemas do Parque é o controle do pinheiro americano (Pinus elliotii), uma árvore que, apesar de trazer benefícios como sombra e madeira de boa qualidade, entre outros, tem prejudicado a natureza local.
O pinus, com seu crescimento rápi-
do, principalmente em áreas abertas com vegetação rasteira, acaba dominando e impedindo a vegetação nativa de crescer naturalmente. Os animais nativos também interagem pouco com a árvore, pois é uma planta que não dá frutos comestíveis, nem suas folhas são apreciadas. Além disso, seu formato oferece pouco abrigo para animais e plantas que vivem em árvores, e suas folhas finas (chamadas de acículas) quando caem no chão formam uma grossa camada que também dificulta a germina-ção da floresta nativa.
Recuperando ecossistemasAssim, o controle das espécies exó-
ticas invasoras, tais como o pinus e grama braquiária, é tratado como uma atividade fundamental na área do Camping, que se desenvolve numa série de etapas in-tegradas até chegar no objetivo final, que é o retorno da floresta e vegetação nativa compostas por uma riqueza de espécies diversificadas e saudáveis.
Baseado nos princípios ecológicos de manejo de recursos naturais, utilizamos os galhos que caem pelo camping tanto para jardinagem e ornamentação dos espaços,
quanto para formar núcleos de biodiverdade através das técnicas de nucleação, como a transposição de galharia e poleiros. Com as palhas alimentamos a compostagem e aba-famos espécies exóticas agressivas como a braquiária, e as composteiras também pro-movem a fertilidade do solo e proporcionam interações ecológicas que favorecem a re-generação espontânea de espécies da flora local. Antes de roçar as áreas verdes, verifi-camos rotineiramente se há alguma plântula para ser resgatada por ali, o que chamamos de “roçada seletiva”.
através da agroecologia
Flore s ta nat i va (e s tágio in ic ia l )
A partir do segundo ano, a contar da retirada das espécies exóticas, uma “tímida” floresta começa então a surgir. A sombra das árvores pioneiras dificulta a germinação das espécies exóticas invasoras, como o Pinus e Braquiária, e a vegetação nativa presente já tem força para continuar seu ciclo.
Flore s ta nat i va (e s tágio de senvol v ido)
Algum tempo depois, as árvores nativas começam a frutificar, espalhando e catalizando a restauração das áreas próximas num processo virtuoso. A partir daí a floresta volta a seguir seu ritmo natural de riqueza e biodiversidade.
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Durante o desenvolvimento da horta ou roça, além dos vegetais nativos plantados, igualmente são preservados as espécies nativas que nascem espontaneamente, enriquecendo ainda mais o sistema. Também é feito o controle de plantas invasoras que podem voltar a aparecer no local.
Compostagem Em seguida, se
utiliza o local para a construção de composteiras, que acabam abafando as plantas invasoras remanescentes e gerando fertilidade no solo.
Agrof lore s ta de Nat i vas
Gestão Agroecológica
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Nesses dois anos e 6 meses de co-gestão do Cepagro no Cam-ping do Parque Estadual do Rio
Vermelho, observa-se claramente que
este local nunca mais será visto da mesma
forma. O Camping deixou de ser apenas
lembrado pela natureza exuberante que o
cerca, e passou a ser referência, como um
verdadeiro centro educativo de práticas
sustentáveis, ecológicas e socio-culturais.
Nesse período, graças a ação inte-
grada entre FATMA e Cepagro, o Camping
tornou-se um espaço público múltiplo,
apto para o campismo, lazer, educação
ambiental, prática de esportes, piqueni-
que, eventos sócio-ambientais e culturais,
trilhas, viveiro, doação de mudas, contato
com a natureza, cursos, oficinas e tantas
outras atividades.
Vale ressaltar que houve uma grande
contribuição para a conservação am-
biental, objetivo maior das Unidades de
Conservação, através de ações integra-
das de educação, interpretação e restau-
ração ambiental, uma vez que crianças,
jovens e adultos de diversas culturas e
nacionalidades puderam aumentar seu
conhecimento e refletir sobre o seu com-
portamento, quer seja dividindo e con-
vivendo em espaços públicos coletivos,
plantando uma árvore, colhendo um fru-
to, apreciando a paisagem, admirando
um animal, separando seu resíduo, fa-
zendo a compostagem.
Também foi marcante o sentimento
de bem-estar da população que conheceu
o Camping do PAERVE, pois a quantida-
de e a qualidade de atrativos foram mui-
tas. Mais de 25.000 pessoas passaram
pelo Camping para conhecer o projeto,
as ações, o lugar, pessoas de diversas
partes do mundo que levam a mensagem
da Ecologia e da Agroecolgia para seus
lares. Mensagens estas que traduzem a
vontade de fazermos um mundo melhor
a cada dia, buscando a harmonia entre
o ambiente e o ser humano, orientando
as pessoas a adquirirem uma cidadania
sócio-ambiental.
Portanto, através deste universo de
atividades desenvolvidas, o legado destes
anos de gestão agroecológica do Camping
certamente se perpetuará, servindo como
referência e inspiração não somente para a
gestão diferenciada dentro de Unidades de
Conservação, mas também para gestão
ecológica de muitos outros espaços públi-
cos utilizados pela sociedade.
Certamente a mudança individual e
coletiva continuará frutificando através de
todos aqueles que tem passado por aqui.
Com gratidão, agradecemos a todos estes
que tem contribuído para a transformação
do Camping do Rio Vermelho. Cabe ago-
ra à sociedade dar continuidade ao uso e
defesa deste lindo espaço conquistado e
que multiplique a Agroecologia por muitos
outros lugares.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMCAP. Considerando mais o lixo Considerando mais o lixo. 2ª Ed. Florianópolis: Copiart. 2009. 90p.
Disponível em: http://www.pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/29_02_2012_18.45.04.7077a606f3fda0d488e445bd509fb45b.pdf
BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza – SNUC. 6ª Ed. Brasília: MMA/SBF, 2006. 56p. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/sbs_dap/_arquivos/snuc_lei_decreto.pdf
FERREIRA, F.A.C. Projeto Parque Estadual do Rio Vermelho: Subsidios ao plano de manejo. Florianópolis: Insular, 2010.196p. Disponível em: http://docslide.com.br/docu-ments/projeto-parque-est-rio-vermelho-subsidio-plano-manejo.html
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Disponível em: https://www.sosma.org.br/wp-content/uploads/2013/06/atlas_2011-2012_relatorio_tecnico_2013final.pdf
Links que se referem a Gestão Agroecológica do Camping do Paerve:Vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=sRftwtZ6q0M
https://www.youtube.com/watch?v=gEs11Egl_CA
https://www.youtube.com/watch?v=Wo2kzO3zuYs
http://www.youtube.com/watch?v=96-8p_vlhRc
Reportagens:
http://www.campingriovermelho.wordpress.com/
http://macamp.com.br/camping_do_rio_vermelho_da_show_de_gestao/
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/verao/2015/noticia/2015/01/camping-no-par-que-do-rio-vermelho-e-opcao-de-ferias-para-turistas-em-sc.html
http://ecohospedagem.com/narotadasustentabilidade/parque-do-rio-vermelho-trilha--ecologica-e-camping/
http://www.ecovida.org.br/a-rede/nucleos/litoral-catarinense/compostagem-e-aborda-da-na-teoria-e-na-pratica-em-curso-organizado-pelo-/
http://portal.macamp.com.br/guia-conteudo.php?varId=14
http://noticias.ufsc.br/2015/03/compostagem-em-tratamento-de-residuos-solidos-sera--discutida-em-encontro/
http://educares.mma.gov.br/index.php/reports/view/214
http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/dc-na-sala-de-aula/noticia/2014/07/parque-estadual-do-rio-vermelho-oferece-atividades-de-educacao-ambiental-para-
44Gestão
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-escolas-4552490.html
http://crecheidalinaochoa.blogspot.com.br/2014/09/passeio-ao-camping-do-rio-ver-melho.html
http://depaesmeflorianopolis.blogspot.com.br/2014/11/formacao-hortas-escolares.html
http://www.guiafloripa.com.br/agenda/infantil/um-dia-de-camping.php
https://agroecologia.wordpress.com/camping-do-rio-vermelho/
https://campingriovermelho.wordpress.com/category/educacao-ambiental/
https://www.facebook.com/parqueestadualdoriovermelho/posts/515605168580509
Demais Bibliografias relacionadas a Gestão Agroecológica do Camping:
Abreu, M.J.; Palermo, P.R.O., Trivella,R; Teixeira, C.; Bottan, G.A.; Pereira, I.C., . A Compostagem Termofilica como metodologia para restauração de áreas degradadas dentro de uma Unidade de Conservação, Florianópolis (SC). Relato de Experiência. Congresso Brasileiro de Agroecologia. Anais. 2015.
Abreu, M.J.; Palermo, P.R.O., Bottan, G.A.; Pereira, I.C., Trivella,R; Teixeira, C.;
Cardoso, S,; Gellert, L.; Taffe, B.; Lorenzi, K.; Martins, A. G.; Angeolloto, F.. “Educação Para a Cidadania: Experiências e Desafios do Cepagro na Co-Gestão do Camping do Parque Estadual do Rio Vermelho, Florianópolis (SC). Relato de Experiência e apre-sentado na forma oral no VII Seminário Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social – SAPIS e II Encontro Latino Americano sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social – ELAPIS, realizado de 3 a 6 de novembro de 2015 na Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC.
Bartaburu, C. J. A horta escolar agroecológica: promovendo a agroecología, edu-cação ambiental e educação alimentar nutricional no camping parque estadual do rio vermelho, Florianópolis (SC). Relato de Experiência. Congresso Brasileiro de Agroecolo-gia. Anais. 2015.
Curado, Annaline; Argenta, Camila; Scapinelli, Gabriel; Orofino, Grabriela; Locatelli,
Julia. Prêmio Elisabeth Anderle de Estimulo a Cultura – Fundação Catarinense de Cul-tura. Governo de Santa Catarina – Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte. Projeto de Pesquisa em Artes Visuais. Revista Caramanchão. 2014. Disponível em maio de 2016: https://issuu.com/grupofora/docs/caramancha__odigital1
Trivella,R; Abreu, M.J.; Palermo, P.R.O., Teixeira, C.; Bottan, G.A.; Pereira, I.C., A Compostagem de resíduos sólidos orgânicos como estratégia de gestão agroecológi-ca dentro de uma unidade de conservação, Florianópolis (SC). Relato de Experiência. Congresso Brasileiro de Agroecologia. Anais. 2015.
Tonet, Jordi Arnon. – Parque Estadual do Rio Vermelho – Camping. Relatório de Estágio Supervisionado. IFSC. Rio do Sul. Ministério da Educação. 2015.
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