Revista ICICT > 200844444[ ] 21an
os
ICICT
Diretora do Icict:Ilma Horsth Noronha
Vice-diretor de Pesquisa, Ensino eDesenvolvimento Tecnológico:
Francisco Inácio Bastos
Vice-diretor de Comunicação e Informação:Umberto Trigueiros
Vice-diretor de Desenvolvimento Institucional:Antônio Marinho
Ministro da Saúde: José Gomes Temporão
Presidente da Fiocruz: Paulo Marchiori Buss
Vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação:Maria do Carmo Leal
Vice-presidente de Desenvolvimento Institucional e Gestãodo Trabalho:
Paulo Ernani Gadelha Vieira
Vice-presidente de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico:José da Rocha Carvalheiro
Vice-presidente de Serviços de Referência e Ambiente:Ary Carvalho de Miranda
Vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde:Carlos Augusto Grabois Gadelha
EDITORIA E COMUNICAÇÃO
Conselho Editorial:Ilma Horsth NoronhaCristina Guimarães
Conceição Carvalho
Redação e reportagem:Carla Sena MTB: 18.724
Rafael Cavadas MTB: 27.333
Edição e revisão:Rafael Cavadas MTB: 27.333
Projeto Gráfico, Diagramação e Capa:Vera Fernandes
Colaboradora:Luiza Silva
Papel RecicladoO Instituto de Comunicação e Informação Científica e
Tecnológica em Saúde da Fiocruz também se preocupa
com as questões sociais e ecológicas.
Agradecimento:
Alberto Pellegrini
Carlos Estellita
Carlos Saldanha
Célia Landmann
Claudia Travassos
Cícera Henrique
Cristina Guimarães
Christóvam Barcellos
Dália Romero
Francisco Viacava
Homero Teixeira
João Aprígio
2008 > Revista ICICT 55555[ ]21an
os
ICICT
>> EDITORIAL>> EDITORIAL>> EDITORIAL>> EDITORIAL>> EDITORIAL
o ano em que o Sistema Único de Saúde (SUS) co-memora duas décadas (2008), lançamos a terceira edição da Revista doInstituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saú-de da Fiocruz. E é com orgulho que o Icict participa dos 20 anos dehistória de um dos sistemas de saúde mais inclusivos e democráticosdo mundo.
A publicação reflete as principais atividades desenvolvidas, na unidade,ao longo de 2007, ano que deve ser intensamente comemorado pelainclusão de quarenta novos servidores concursados, pela reestruturaçãoorganizacional da unidade pela aprovação do status de unidade técnico-científica conferido pelo Congresso Interno da Fiocruz ao antigo Centrode Informação Científica e Tecnológica (Cict). Hoje, como Instituto deComunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict),comemoramos seus 21 anos de criação.
O caráter interdisciplinar das atividades desenvolvidas pelo Icict potencializaum vasto campo de investigação e desenvolvimento tecnológico, fortaleceos conceitos de trabalho em rede e tenciona à formação de um novo perfilprofissional apto para buscar alternativas e soluções dos problemas edesafios postos ao complexo produtivo da saúde.
Em 2007, o fortalecimento da cooperação com a Organização Pan-ame-ricana de Saúde resultou no projeto Ripsa Internacional que deve seexpandir para a América Latina. A vocação para o trabalho em rede propi-ciou a criação do Centro Latino Americano de Tecnologia e Informação –o Clati –, que fortalece e amplia a Rede BLH.
A inclusão de novas e estratégicas áreas temáticas da Biblioteca Virtualem Saúde, dentre as quais destacamos os Determinantes Sociais emSaúde, contribuiu para ampliar a política de acesso livre à informaçãocientífica e tecnológica, indispensável para o avanço da ciência. A Reciisé mais uma iniciativa nesse sentido, equilibrando o número publicaçõesnacionais e internacionais.
A V Mostra VideoSaúde e os lançamentos do Selo Fiocruz Vídeo coroamas duas décadas de investimento do Icict para a produção e preservaçãodo audiovisual em saúde. Os 20 anos comemorados em 2008 reforçamo projeto de Comunicação da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz, pe-dra fundamental para a criação do Laboratório de Pesquisa em Comuni-cação e Saúde.
O terceiro Edital PIPDT foi mais um incentivo institucional para a pesqui-sa, aprovando seis novos projetos que se somam a outros de alta rele-vância para a saúde, dentre os quais destacamos o Projeto Água, queresultou em um Atlas Brasileiro da Água, e o Monitorimi, que reúne indi-cadores sobre mortalidade infantil.
No Ensino, 2007 foi o ano de consolidação de um programa inéditopara formação de profissionais nas áreas de competência do Icict, tantono Lato Senso como na Especialização Técnica em Informação e Saúde.O sucesso desse Programa desenvolvido em rede em diversas Regiõesestimulou a construção do projeto Stricto Sensu que atraiu pesquisa-dores da Unidade e estimulou a incorporação de renomadospesquisadores externos.
No Icict, o compromisso com a ampliação do acesso à informação e àcomunicação científica é o princípio que norteia nossas ações. Tal ên-fase acompanha o movimento internacional em favor do acesso livre eé estratégia fundamental para diminuição das iniqüidades em saúde.Os principais projetos de 2007 podem ser conferidos nesta Revista.
Boa leitura!
N
I lma Horsth NoronhaIlma Horsth NoronhaIlma Horsth NoronhaIlma Horsth NoronhaIlma Horsth NoronhaDiretora do Icict
Revista ICICT > 200866666[ ] 21an
os
ICICT
>> SUMÁRIO>> SUMÁRIO>> SUMÁRIO>> SUMÁRIO>> SUMÁRIO
INFORMAÇÃO ECOMUNICAÇÃOEM SAÚDE
16
Fiocruz legitima Icict como coorde-
nador e a Rede de Bibliotecas tem
novos desafios para 2008.
Nova coordenação para
a Rede de Bibliotecas
da Fiocruz
>
Experiências com tecnologias e meto-
dologias de informação intensificam
parceria que já dura mais de 20 anos.
Centro de Tecnologia
e Informação do Icict
aprimora Rede de Ban-
co de Leite Humano
>
Distribuidora da Fiocruz lança novos
títulos do Selo, avança na descen-
tralização do seu acervo audiovisual
e premia novas produções.
Vinte anos da VideoSaú-
de comemorados com
mostra em Porto Alegre
>
Projeto Água, desenvolvido pelo Icict,
analisa relação entre a água, os es-
paços geográficos e a saúde.
Instituto lança Atlas
para acompanhar qua-
lidade da água em todo
o Brasil
>
[ 8
pá
gin
as ]
[ 8
pá
gin
as ]
ACESSO LIVRE 8
Icict luta para implantar política de
acesso livre no Brasil.
O ano da maturidade,
o ano do acesso livre
>
Portal foi lançado em 2007 e é mais
uma experiência em acesso livre.
Fiocruz ganha bibliote-
ca virtual para reunir
principais projetos de
informação em saúde
>
Instituto da Fiocruz encampa proje-
to sobre determinantes sociais e in-
veste na informação para superar
desigualdades no acesso à saúde.
Informação para o fim
das iniqüidades
>
Bilíngüe e em acesso livre, Reciis
representa inovação na editoração
científica.
Icict lança primeira
revista eletrônica da
Fiocruz
>
168
11
12
14
19
21
22
2008 > Revista ICICT 77777[ ]21an
os
ICICT
Instituto encabeça seminário e con-
vida ministro da Saúde para assinar a
Carta do Rio de Janeiro.
Direitos Reprodutivos
e Sexuais
>
Metodologia desenvolvida no Icict visa
avaliar atendimento a infarto agudo
do miocárdio.
Metodologia subsidia
a avaliação do desem-
penho hospitalar
>
Ocorrência de erro médico nos hospi-
tais brasileiros ainda é um fenômeno
pouco conhecido no Brasil.
Desempenho hospita-
lar pode ser avaliado
>
SINAPSES 36
[ 2
pá
gin
as ]
[ 1
0 p
ág
ina
s ]
[ 2
pá
gin
as ]
A seção Sinapses é um espaço pensado para
apresentar novas interfaces entre os profissionais
do Icict, a Ciência & Tecnologia e a Saúde. Os
textos aqui publ icados propiciam, de forma
despretensiosa, o surgimento de outras visões
sobre temas diversos relacionados ao setor
saúde. Assim como acontece com as sinapses
nervosas, que são pontos de contato entre
neurônios que permitem a passagem do estímulo,
essa seção deseja ser um ponto de encontro de
idéias para est imular novos olhares para a
pesquisa e o ensino em saúde. Na primeira edição
das Sinapses, a seção apresenta resenhas de
dois livros escritos por pesquisadores do Icict e
lançados pela Editora Fiocruz.
O Editor Aids na Terceira Idade>
Comunicação e Saúde>
Araújo, I. S. D. e Cardoso, J. M.
Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, V.1.
2007.
Bastos, Francisco Inácio.
Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, V.1.
2007.
Parceria entre o Instituto e a Organiza-
ção Pan-americana de Saúde se for-
talece com projeto de comunicação e
informação científica em saúde.
Rede interagencial se
une ao Icict para se
expandir pela América
Latina
>
ENSINO 24
Novas instalações, participação de
egressos e curso técnico em infor-
mação consolidam programa de pós-
graduação do Icict.
Ensino do Icict amadu-
rece com os 21 anos e
se prepara para novos
desafios
>
� � � � � � � �26
O programa é um mecanismo de indu-
ção e incentivo ao desenvolvimento
de novos projetos de pesquisas.
Programa de Indução à
Pesquisa e Desenvolvi-
mento Tecnológico che-
ga à terceira edição
>
A pesquisa é pioneira ao permitir aces-
so ao número de óbitos, além de apon-
tar a taxa de natalidade de cada municí-
pio e o número de leitos por habitante.
Sistema de monitora-
mento lança novos indi-
cadores sobre mortali-
dade infantil
>
23
24
26
28
29
32
34
36 37
Revista ICICT > 200888888[ ] 21an
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ICICT
>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE
o completar sua maioridade, o Instituto de Comunicação e Informação
Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da Fiocruz dedica o ano de 2007 a debater
possibilidades para impulsionar a consolidação de uma política de acesso livre no
Brasil. As pesquisas, os cursos e seminários, o desenvolvimento de tecnologia e
metodologias de informação todos pautados pelo livre acesso ao conhecimento
científico em saúde repercutiram durante o ano, trazendo para a Fiocruz uma dis-
cussão que ocorre em nível mundial. Países como Estados Unidos e a Inglaterra já
formularam políticas para que os resultados de pesquisas financiadas com recursos
públicos fiquem disponíveis aos pesquisadores. No Brasil, institutos como o Icict e
o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia estão trabalhando para
implementar uma nova forma de comunicação científica mais acessível.
A
O O O O O ANOANOANOANOANO DADADADADA MATURIDADEMATURIDADEMATURIDADEMATURIDADEMATURIDADE,,,,,OOOOO ANOANOANOANOANO DODODODODO ACESSOACESSOACESSOACESSOACESSO LIVRELIVRELIVRELIVRELIVRE
Icict luta para implantar políticaIcict luta para implantar políticaIcict luta para implantar políticaIcict luta para implantar políticaIcict luta para implantar políticade acesso livre no Brasilde acesso livre no Brasilde acesso livre no Brasilde acesso livre no Brasilde acesso livre no Brasil
O O O O O ANOANOANOANOANO DADADADADA MATURIDADEMATURIDADEMATURIDADEMATURIDADEMATURIDADE,,,,,OOOOO ANOANOANOANOANO DODODODODO ACESSOACESSOACESSOACESSOACESSO LIVRELIVRELIVRELIVRELIVRE
2008 > Revista ICICT 99999[ ]21an
os
ICICT
Atualmente, quando uma pes-quisa financiada com recursopúblico é finalizada, a tendência éque seu resultado seja convertidoem artigos científicos submetidosa editoras de capital privado. Casoo artigo seja aprovado, o autor e suarespectiva instituição só poderão teracesso à produção mediante o pa-gamento da assinatura. Levandoem consideração que as grandeseditoras exigem o pagamento deuma taxa para a submissão dosartigos e que essa verba é proveni-ente dos fundos públicos, o que
está acontecendo é a duplicidadedo pagamento. Primeiro, a institui-ção paga para submeter, depois,a instituição paga para ter acessoaos resultados, sem considerarque os resultados são proprieda-de da instituição financiadora.
Por que os pesquisadores
submetem artigos a edito-
ras privadas?
Atualmente, as agências finan-ciadoras de pesquisas em saúdevinculam seus editais ao currículodo pesquisador, o que envolve o
número de publicações em revis-tas especializadas nacionais e,principalmente, internacionais. Talrestrição favorece as editoras apressionar a submissão de artigoscom cessão de direitos e longosprazos de propriedade às publi-cações. Com isso, para que pes-quisadores possam se atualizarsobre pesquisas afins, é necessáriocomprar assinaturas das revistascientíficas e quem arca com essecusto, geralmente, é o Estado.
As conseqüências para essemodelo de comunicação científica
ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >Ilustração Vera Fernandes
sobre foto de Ana Limp/CCS
Revista ICICT > 20081010101010[ ] 21an
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ICICT
>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE
podem representar um entrave anovas pesquisas em saúde, umavez que limitam o acesso a conhe-cimento especializado disponívelem cada instituição de pesquisa. E,pensando nos contextos sociais,culturais, políticos e econômicos
que envolvem os financiamentos depesquisa, isso pode limitar a atua-ção de pesquisadores de paísesem desenvolvimento, como ospaíses latinos, para desenvolveremexperimentos fundamentais àsnecessidades dessas populações.
As ações do Icict em acesso livre.As ações do Icict em acesso livre.As ações do Icict em acesso livre.As ações do Icict em acesso livre.As ações do Icict em acesso livre.
Ao longo de seus 21 anos, o Icict vem atuando para gerartecnologias de informação científica e tecnológica em saúde quesuperem as iniqüidades no acesso ao conhecimento. As Biblio-tecas Virtuais em Saúde; o Portal de Teses e Dissertações, quetraz textos completos das produções em saúde dos brasileiros;a Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovaçãoem Saúde (Reciis) são exemplos de experiências bem sucedidaspara acessar a produção científica do país e do mundo gratuita-mente. Todos esses produtos podem ser reproduzidos, distribuí-dos e acessados livremente.
Acesso livre viraAcesso livre viraAcesso livre viraAcesso livre viraAcesso livre viraProjeto de Lei naProjeto de Lei naProjeto de Lei naProjeto de Lei naProjeto de Lei na
Câmara.Câmara.Câmara.Câmara.Câmara.
O Projeto de Lei nº 1120/2007,
do deputado federal Rodrigo
Rollemberg, foi submetido a apro-
vação da Câmara dos Deputados.
Se aprovado, as instituições de
ensino superior de caráter públi-
co, assim como as unidades de
pesquisa, serão obrigadas a cons-
truir os seus repositórios insti-
tucionais, nos quais deverá ser
depositada a produção técnico-
científica, resultado das pesquisas
realizadas pelos seus pesquisa-
dores e professores, financiadas
com recursos públicos, para
acesso livre na rede mundial de
computadores – Internet.
O Icict recomenda alguns sítios virtuais em acessoO Icict recomenda alguns sítios virtuais em acessoO Icict recomenda alguns sítios virtuais em acessoO Icict recomenda alguns sítios virtuais em acessoO Icict recomenda alguns sítios virtuais em acessolivre à informação científica e tecnológica em saúde:livre à informação científica e tecnológica em saúde:livre à informação científica e tecnológica em saúde:livre à informação científica e tecnológica em saúde:livre à informação científica e tecnológica em saúde:
Universidade do Minho
http://www.uminho.pt/http://www.scielo.br
Scielo
http://www.wellcome.ac.uk
Wellcome Trust
http://www.ibict.br/cienciadainformacao
Instituto Brasileiro de Infor-mação em Ciências da Saúde
http://www.pubmedcentral.nih.gov
PubMed
http://livre.cnen.gov.br
Livre
2008 > Revista ICICT 1111111111[ ]21an
os
ICICT
A
FFFFFIOCRUZIOCRUZIOCRUZIOCRUZIOCRUZ GANHAGANHAGANHAGANHAGANHA BIBLIOTECABIBLIOTECABIBLIOTECABIBLIOTECABIBLIOTECA VIRTUALVIRTUALVIRTUALVIRTUALVIRTUAL
PARAPARAPARAPARAPARA REUNIRREUNIRREUNIRREUNIRREUNIR PRINCIPAISPRINCIPAISPRINCIPAISPRINCIPAISPRINCIPAIS PROJETOSPROJETOSPROJETOSPROJETOSPROJETOS DEDEDEDEDE
INFORMAÇÃOINFORMAÇÃOINFORMAÇÃOINFORMAÇÃOINFORMAÇÃO EMEMEMEMEM SAÚDESAÚDESAÚDESAÚDESAÚDE
vançar no investimen-to de metodologias e tecnologiasda informação. Esse foi o desafiolançado pelo Icict para as Biblio-tecas Virtuais em Saúde (BVS) noano de 2007. O Instituto, que jáhavia se destacado no desenvol-vimento de cinco BVS’s temáticasnos últimos anos, apostou emcriar um Portal reunindo todas asbibliotecas virtuais da Fiocruz. Omérito do projeto é oferecer paracientistas, professores, alunos depós-graduação e a sociedade emgeral um espaço virtual complexo,com riqueza de possibilidades depesquisa na interseção entre oscampos da Saúde e da Ciência &Tecnologia.
O aleitamento materno, as doen-ças infecciosas e parasitárias, asaúde pública, a integralidade e aviolência já eram temas trabalha-dos pelo Icict nos últimos anos edisponibilizados em formato BVS,só que em sítios virtuais separa-dos. Acontece que a transver-salidade dos assuntos como, porexemplo, a Aids – que requer aten-ção especial durante o aleita-mento, e é uma doença infecciosa,ao mesmo tempo em que se tornouum problema de saúde pública eque deve ser tratada de formaintegral pelo Sistema Único de
Saúde –, indicaram a necessida-de de agrupar essas e outrastemáticas desenvolvidas pelaFiocruz em um único espaço,favorecendo o processo de pes-quisa. Assim nasceu a BVS Fiocruz.
Por outro lado, as pesquisas doIcict para inovar na área dainformação científica e tecnológicaem saúde ampliaram o projetoBVS. Agora, ele reúne as BVS’scomo também garante acesso aportais de periódicos (como aCapes e o Scielo) a revistascientíficas como a Reciis e asMemórias de Oswaldo Cruz, àagenda de eventos acadêmicos enotícias dos principais veículosde comunicação científica, entreoutras vantagens.
A Biblioteca VirtualA Biblioteca VirtualA Biblioteca VirtualA Biblioteca VirtualA Biblioteca Virtualem Saúdeem Saúdeem Saúdeem Saúdeem Saúde
A confiabilidade da informaçãodisponível é um dos principaisatrativos do projeto de bibliotecasvirtuais. Por ser aval iada porcomitês formados por represen-tantes das instituições de pesqui-sa e de ensino mais relevantesdo país, a biblioteca virtual cre-dencia-se como celeiro para ainformação qualificada em saúde,
uma vantagem para a pesquisaquando a Internet está saturadade todo o tipo de informação.
Outra vantagem do projeto BVSé que, por ser desenvolvido para aAmérica Latina e Caribe, suasfontes de informação e bases dedados abrigam o conhecimentointernacional de grandes centrosde pesquisa e, mais que isso,ampliam a possibilidade de pes-quisadores latinos terem acesso apublicações de seus co-irmãos.Isso significa investir para aumen-tar o número de publicações depesquisadores residentes empaíses em desenvolvimento, o quefavorece inclusive à pesquisa adoenças negligenciadas, como éo caso da malária.
O acesso livre ao conteúdo daBVS Fiocruz, assim como de todasas outras BVS’s, é outra vantagemdo projeto idealizado pelo CentroLatino-americano e do Caribe deCiências da Informação da Saúde(Bireme) em parceria com oInstituto de Comunicação e Infor-mação Científica e Tecnológica emSaúde da Fiocruz.
A
ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >
Acesse e conheça mais sobre
a BVS Fiocruz:http://bvsfiocruz.fiocruz.br
21an
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ICICT
Ilustração Vera Fernandessobre foto de Peter Ilicciev
2008 > Revista ICICT 1111111111[ ]
Revista ICICT > 20081212121212[ ] 21an
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ICICT
>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE
IIIIINFORMAÇÃONFORMAÇÃONFORMAÇÃONFORMAÇÃONFORMAÇÃO PARAPARAPARAPARAPARA OOOOO FIMFIMFIMFIMFIM
DASDASDASDASDAS INIQÜIDADESINIQÜIDADESINIQÜIDADESINIQÜIDADESINIQÜIDADES
Instituto da Fiocruz encampa projeto sobre
determinantes sociais e investe na informação
para superar desigualdades no acesso à saúde
número de conta-minados por HIV no continenteafricano é maior do que na Euro-pa. A probabilidade de uma crian-ça morrer antes de alcançar oprimeiro ano de vida é cinco vezesmaior no nordeste do que nosudeste do Brasi l . O uso demétodos contraceptivos é maisfreqüente entre famíl ias commaior recursos financeiros e nívelde escolaridade. Tais afirmaçõesainda persistem em diferentespartes do mundo e suas causaspodem determinar o estado desaúde dos indivíduos.
Para diminuir essas iniqüi-dades no Brasi l , foi criada aComissão Nacional sobre Deter-minantes Sociais da Saúde(CNDSS), formada por diferentesatores da sociedade e da qual oInsti tuto de Comunicação eInformação Científica e Tecnoló-gica em Saúde da Fiocruz participaativamente desde sua criação emmarço de 2006.
A contribuição do Instituto paraestabelecer os determinantessociais da saúde começa antesmesmo da Comissão. Desde asua criação, o Icict investe napesquisa para subsidiar a redu-
O ção de desigualdades em saúde.Seus sistemas de informação queversam sobre a mortalidade infan-til, sobre a Aids, sobre a atençãobásica em saúde, entre outros,apontam para a necessidade deidentificar e informar sobre as si-tuações mais críticas do sistemade saúde brasileiro. Foi dessamaneira que as pesquisas forja-ram a participação do Institutono que se tornaria a ComissãoNacional sobre DeterminantesSociais da Saúde (CNDSS).
Instituída por meio de decretoassinado pelo Presidente daRepública Luis Inácio Lula daSilva, a CNDSS tem por missãoo comprometimento com a pro-dução de conhecimento e deinformação sobre as relaçõesentre os determinantes sociaise a situação de saúde. Os pro-fissionais do Icict sentiram-seconvocados a participar do de-saf io dada a competência doInstituto nos campos da comu-nicação e da in fo rmação emsaúde. Na Comissão, o Ic ic tcont r ibu i para a tomada deconsciência da sociedade sobrea importância das relações entresaúde e condições de vida.
Para ampliar o acesso a in-formação sobre determinantessociais da saúde, no ano de 2007,o Icict avançou no projeto paracriar uma nova biblioteca virtualem saúde, dedicada a essa te-mática. A empreitada reflete oenvolvimento de pesquisadores,gestores e tecnologistas doInstituto para desenvolver me-todologias e tecnologias quepermitam a difusão da informaçãoem saúde a fim de diminuir asdesigualdades na qualidade devida dos brasileiros.
2008 > Revista ICICT 1313131313[ ]21an
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ICICT
ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >
O que é Determinante Social da Saúde?
Para a Comissão, os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) incluemas condições mais gerais socioeconômicas, culturais e ambientaisde uma sociedade, e relacionam-se com as condições de vida e tra-balho de seus membros, como habitação, saneamento, ambiente detrabalho, serviços de saúde e educação, incluindo também a tramade redes sociais e comunitárias.
Ilustração Luiza Silva
www.determinantes.fiocruz.br
A BVS Determinantes Sociais daSaúde reunirá os indicadorescoletados pelo grupo em todo oBrasil nos últimos dois anos eincluirá ainda um relatório final emfascículos, dividido em áreastemáticas. Ao investir na criaçãodessa BVS, o Icict criará umespaço de interação para inter-câmbio e discussão de gruposestratégicos relacionados aosDSS, envolvendo pesquisadores,tomadores de decisão, profissio-nais de saúde e outros.
Sobre o projeto, BVS DSS, omédico Alberto Pellegrini, pes-quisador da Fiocruz e coorde-nador da Secretaria Técnica daCNDSS, afirma: “Estamos con-vencidos de que informar sobreas atividades da CNDSS e seus
desdobramentos futuros é umavaliosa contribuição para o avan-ço do processo de reforma sani-tária brasileira e para a constru-ção de uma sociedade mais hu-mana e justa”.
Revista ICICT > 20081414141414[ ] 21an
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ICICT
� � � � � � � � � >> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE>> ACESSO LIVRE
IIIIICICTCICTCICTCICTCICT LANÇALANÇALANÇALANÇALANÇA PRIMEIRAPRIMEIRAPRIMEIRAPRIMEIRAPRIMEIRA REVISTAREVISTAREVISTAREVISTAREVISTA
ELETRÔNICAELETRÔNICAELETRÔNICAELETRÔNICAELETRÔNICA DADADADADA F F F F FIOCRUZIOCRUZIOCRUZIOCRUZIOCRUZ
ma revista 100% eletrônica, bilíngüe e com livre acesso. Essa é a Reciis –
Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde é uma
proposta inédita da Fiocruz para as publicações científicas brasileiras. Editada
pelo Icict, a publicação é parte da estratégia da unidade de investir cada vez
mais em produtos de acesso livre, ajudando a democratização da comunicação e
informação científica e tecnológica em saúde. O Icict vem dar forte apoio à
tendência pelo acesso livre para publicações científicas e tecnológicas, com um
produto de excelência, democrático e de elevado nível acadêmico.
U
2008 > Revista ICICT 1515151515[ ]21an
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ICICT
ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >ACESSO LIVRE >
Lançamento da ReciisLançamento da ReciisLançamento da ReciisLançamento da ReciisLançamento da Reciis
Na manhã do dia 29 de junho, a Fiocruz lançou sua
quarta revista científica, a Reciis – Revista Eletrônica de
Comunicação, Informação e Inovação Científ ica e
Tecnológica em Saúde. O lançamento foi no salão de lei-
tura da Biblioteca de Ciências Biomédicas e contou com
a participação do Coordenador geral do Centro de De-
senvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz, Carlos
Morel, que aproveitou a oportunidade para fazer uma re-
trospectiva da informação na Fiocruz.
De acordo com o coordenador, desde sua criação a
Fiocruz mantém o compromisso com a disseminação do
conhecimento científico. A primeira publicação data de
1909. Trata-se das Memórias de Oswaldo Cruz que estão
prestes a comemorar cem anos. Tempos depois, a Fiocruz
investiu em mais duas outras publicações: os Cadernos
de Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública
Sérgio Arouca, e História, Ciências, Saúde – Manguinhos,
da Casa de Oswaldo Cruz, até chegar em 2007 com a
Reciis, que já nasce em formato eletrônico e disponível
para o acesso de todos.
“A Reciis tem, por missão, um posicionamento político
que amplia a divulgação das pesquisas realizadas pelos
países em desenvolvimento”, elogia o coordenador geral
e um dos principais atores do avanço do campo da infor-
mação científica na Fiocruz.
Para conhecer a Reciis basta acessar o endereço
www.reciis.cict.fiocruz.br. Lá o autor pode encontrar todas
as informações para submeter seus artigos, bem como
as experiências profissionais, as pesquisas em desen-
volvimento e outros temas.
Mapa com referência geográfica de países que já acessaram a Reciis.
Mapa de acesso Reciis no MundoMapa de acesso Reciis no MundoMapa de acesso Reciis no MundoMapa de acesso Reciis no MundoMapa de acesso Reciis no Mundo
Ilustração Vera Fernandes
Revista ICICT > 20081616161616[ ] 21an
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NNNNNOVAOVAOVAOVAOVA COORDENAÇÃOCOORDENAÇÃOCOORDENAÇÃOCOORDENAÇÃOCOORDENAÇÃO PARAPARAPARAPARAPARA AAAAA R R R R REDEEDEEDEEDEEDE
DEDEDEDEDE B B B B BIBLIOTECASIBLIOTECASIBLIOTECASIBLIOTECASIBLIOTECAS DADADADADA F F F F FIOCRUZIOCRUZIOCRUZIOCRUZIOCRUZ
Rede de Bibliotecas da Fiocruz, em 2007, reafirmou seu compromisso e
responsabilidade social com a ampliação do acesso à informação científica e
tecnológica em saúde, fortalecendo a integração interna para desenvolver novos pro-
dutos e serviços universalmente acessíveis. Criada em 2002, a Rede é composta
por dez bibliotecas e diversos centros de documentação da Fundação e busca cons-
truir coletivamente novas formas de comunicação científica, convocando para o cen-
tro das discussões, especialmente, seus bibliotecários e demais profissionais de
informação, coordenadores de pós-graduação e usuários. Tal avanço foi conquista-
do com a legitimação do Instituto de Comunicação e Informação Científica e
Tecnológica em Saúde (Icict) como coordenador técnico das bibliotecas, durante a
quinta edição do Congresso Interno da Fiocruz, realizado no final de 2006.
A
Fiocruz legitima Icict como coordenador e a Rede deFiocruz legitima Icict como coordenador e a Rede deFiocruz legitima Icict como coordenador e a Rede deFiocruz legitima Icict como coordenador e a Rede deFiocruz legitima Icict como coordenador e a Rede deBibliotecas tem novos desafios para 2008Bibliotecas tem novos desafios para 2008Bibliotecas tem novos desafios para 2008Bibliotecas tem novos desafios para 2008Bibliotecas tem novos desafios para 2008
>> INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE>> INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE>> INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE>> INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE>> INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE>> INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE>> INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE>> INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE>> INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE>> INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE
2008 > Revista ICICT 1717171717[ ]21an
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ICICT
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE >INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE >INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE >INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE >INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE >
ção científica e tecnológica emsaúde. Para a Rede, tal referen-cial potencializa as possibilida-des de crescimento das bibliote-cas e de seus integrantes que,durante o encontro, elaboraramnovas propostas envolvendointensa colaboração interna earticulação externa, o que forta-lece o conceito de Rede para asbibliotecas da Fiocruz.
O encontro apontou a necessi-dade de investimento e envol-vimento de todas as unidades daRede no desenvolvimento das Bi-bliotecas Virtuais em Saúde e aimplantação, em cada biblioteca,de um programa de inclusão socialem saúde e de educação digital.Também foi prevista a realizaçãode um estudo do usuário das bi-bliotecas da Fiocruz, que deveajudar na reestruturação dos es-
paços na Internet. Outras açõesprevistas são a política de desen-volvimento de coleções da Fiocruze a capacitação de usuários paraacesso às fontes de informaçãocientífica em saúde.
Como se pode notar, trabalhonão falta para a Rede. Já para oano de 2008, o Icict anunciou acoordenação do oitavo Congres-so Regional de Informação emCiências da Saúde, o Crics 8. Oevento, de repercussão interna-cional, acontece em setembro, noRio de Janeiro. A unidade de co-municação e informação científi-ca da Fiocruz trabalha para que aRede tenha participação expressi-va, mostrando seu investimentoem tecnologias e metodologiasde informação para a ampliaçãodo acesso ao conhecimento e ainovação em saúde.
Rede ganha CentroRede ganha CentroRede ganha CentroRede ganha CentroRede ganha Centrode Documentaçãode Documentaçãode Documentaçãode Documentaçãode Documentaçãoem Inovação eem Inovação eem Inovação eem Inovação eem Inovação ePropriedadePropriedadePropriedadePropriedadePropriedadeIntelectual daIntelectual daIntelectual daIntelectual daIntelectual daFiocruzFiocruzFiocruzFiocruzFiocruz
O Centro de Documentação em Inovação e Propriedade
Intelectual da Fundação Oswaldo Cruz é um dos novos desa-
fios da Biblioteca de Ciências Biomédicas, que difunde um
acervo de livros, periódicos, teses, dissertações, monografias,
documentos governamentais e outros textos relacionados à
inovação e à propriedade intelectual em saúde. O projeto
apresenta novas possibilidades para difundir informação C&T
em saúde e está sendo desenvolvido em parceria com a
Assessoria de Gestão Tecnológica da Fiocruz, e com a
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A intenção do projeto é criar um espaço para a pesquisa, a
preservação e difusão do patrimônio documental da Fiocruz,
bem como identificar possibilidades de proteção do fruto das
pesquisas e suas patentes. A expectativa é que o Centro se
consolide como um avanço para reduzir a carência de acervos
sobre propriedade intelectual na América Latina.
Já no primeiro encontro da redesob a coordenação do Icict, sepercebeu o acerto de delegar aoInstituto as responsabilidades queenvolvem uma coordenação. Essadecisão dialoga com a missão evocação da unidade para gerenciaras bibliotecas. Com equipes de-dicadas ao desenvolvimento debibliotecas virtuais em saúde, àsaquisições de periódicos e à pre-servação e conservação de acer-vos, o Instituto se confirma comolocus institucional de reflexão eformação no campo da informa-
Ilustração Vera Fernandessobre foto de Paulo Rodino
Revista ICICT > 20081818181818[ ] 21an
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Localização das bibliotecas e outras informações
consultar http://bvsfiocruz.fiocruz.br ou ligar para 3865-3131
Conheça a Rede de Bibliotecas:Conheça a Rede de Bibliotecas:Conheça a Rede de Bibliotecas:Conheça a Rede de Bibliotecas:Conheça a Rede de Bibliotecas:
Instituto Nacional de Controle de Qualidadeem Saúde
Abriga obras de referência relacionadas às suasáreas de atuação como Controle de Qualidade deProdutos sujeitos a Vigilância Sanitária, Farma-cologia, Microbiologia, Toxicologia, Imunologia eQuímica Analítica.
Casa de Oswaldo Cruz
Reúne obras clássicas no campo das CiênciasBiomédicas e da Saúde Pública, além de materialpertencente a coleções de profissionais da áreada saúde e produção acadêmica da Casa deOswaldo Cruz.
Instituto de Pesquisas Aggeu Magalhães
Abriga acervo especializado nas áreas de SaúdePública, Doenças Infecciosas e Parasitárias,Ciências Biológicas e Ciências Sociais.
Instituto de Pesquisas Gonçalo Moniz
A Biblioteca Interinstitucional Eurydice Pires deSant’Anna – BIEPS reúne acervo nas áreas deBio log ia Ce lu lar e Molecu lar, Entomolog ia ,Imunologia, Medicina Experimental, Microbiologia,Parasitologia, Patologia e Virologia.
Instituto de Pesquisas Leônidas & MariaDeane
Sua missão é garantir o desenvolvimento científico,tecnológico e da inovação em saúde na Amazônia.Especializada em Biodiversidade (Entomologia,Micologia, Virologia) e Sóciodiversidade (SaúdePública na Amazônia, Epidemiologia).
Instituto de Pesquisa René Rachou
A Biblioteca do Centro de Pesquisa René Rachouoferece acervo para as áreas de Educação em Saúde,Doença de Chagas, Helmintoses Intestinais, Imu-nopatologia, Leishmanioses, Malária, Triatomíneos eEpidemiologia da Doença de Chagas, entre outros.
Ciências Biomédicas
A Biblioteca, com 5.600m2 de área útil, é especi-alizada em Bacteriologia, Biologia, Biologia Molecular,Bioquímica, Biotecnologia, Entomologia, Farmacolo-gia, Genética, História Natural, Imunologia e MedicinaTropical, entre outras.
Obras raras: Situada no Pavilhão Mourisco, a Seçãode Obras Raras A. Overmeer, possui uma documen-tação que se estende do século 17 ao século 20 eapresenta trabalhos nas áreas de CiênciasBiológicas, Medicina e História Natural.
Escola Politécnica de Saúde JoaquimVenâncio
Acervo com 10 mil títulos atualmente à disposição deseus usuários nas áreas de Educação, FormaçãoGeral (Biologia, Educação Artística, Filosofia, Física,Geografia, História, Literatura, Matemática, Português,Química e Teatro) e Saúde.
Saúde da Mulher e da Criança
Atende às demandas na área da Saúde da Mulher, doAdolescente e da Criança, afinada com as atividadesde ensino, pesquisa e assistência do InstitutoFernandes Figueira, referência materno-infantil.
Saúde Pública
Destaca-se a coleção de teses em saúde pública,com mais 2.000 títulos, além de vasto acervo queatende ao corpo de docentes, pesquisadores e alunosde pós-graduação da Escola Nacional de SaúdePública, e é aberta também à comunidade em geral.
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História do CentroLatino Americano de Tecnologia eInformação em Bancos de LeiteHumano (Clati-BLH) se confundecom a do Instituto de Comunicaçãoe Informação Científica e Tecno-lógica em Saúde (Icict) da Fiocruz ecom a da Rede Brasileira de Bancode Leite Humano (Rede BLH).Acontece que esses três grandesinvestimentos para o benefício dasaúde dos brasileiros começaramno mesmo ano, 1986, e no mesmolugar, a Fundação Oswaldo Cruz.Antes como Cict, hoje como Icict,a unidade de informação e comu-nicação da Fiocruz apoiou desdeo início a construção de uma redepara banco de leite humano einvestiu no desenvolvimento denovas tecnologias de informaçãopara consol idar esse projeto.Assim, nasceu, no Instituto, oClati-BLH.
A piciando articulações com aVenezuela, Argentina, Uruguai,Equador, República Dominicana,Colômbia e Cuba. Tal exposiçãoimplica investir em ações de ensi-no, capacitação e treinamento derecursos humanos para bancos deleite humano e ampliação do Sis-tema de Informações e Vigilância,todos prioritários para o projeto. Ea Rede conquista tal projeçãoapoiada nas ações do Clati quereúne competências fundamentaispara inovar em metodologias deinformação e desenvolver novastecnologias para essa finalidade.
Um bom exemplo dessa trian-gulação é a possibi l idade deacessar gratuitamente bases dedados e fontes de informaçãonacionais e internacionais natemática amamentação, atravésda Biblioteca Virtual em Saúde.Trata-se então da tecnologia da
Atualmente, a Rede BLH-BRarrecada por ano cerca de 114 millitros de leite humano, que pas-sam pelo processo de pasteuriza-ção e são distribuídos a mais de130 mil recém-nascidos. Alémdisso, a Rede conta com a partici-pação de 90 mil mães que contri-buem voluntariamente com oprograma de doação de leite hu-mano. O crescimento sugere anecessidade de avançar em novastecnologias que potencializem aação dos bancos de leite huma-no. É nesse segmento que o Clati,por meio do Icict, se torna peçachave para a Rede BLH por fazer ainterseção entre a comunicação, ainformação e a nutrição para adifusão do conhecimento geradoa partir das ações da rede BLH.
O sucesso da experiência bra-sileira impulsionou iniciativas empaíses latino-americanos, pro-
Ilustrações de Luiza Silvasobre fotos de divulgação
Revista ICICT > 20082020202020[ ] 21an
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informação a serviço do projeto debancos de leite humano. Esse é otrabalho desenvolvido pelo Clati epelo Icict. Uma metodologia pare-cida foi utilizada pelo Instituto paradesenvolver o portal da Rede BLH,em 2006. Hoje, com o investimentodo Icict no seu centro de tecnologiae informação para bancos de leite,a parceria entre o instituto e a redetorna-se quase que indissociável.
“A contribuição do Icict é funda-mental para o enriquecimento doprojeto, principalmente ao ampliar ainfra-estrutura tecnológica, quesustenta as ações sociais, políticase assistenciais da Rede BLH. Im-plantar uma única tecnologia paratoda a Rede de Bancos de Leitepropicia uma construção coletiva queopera com metodologia capaz de ge-rar indicadores. Ações como essassão primordiais para a consolidaçãodo projeto”, afirma João Aprígio, co-ordenador da Rede Brasileira deBancos de Leite Humano.
Confira as principais ações previstasConfira as principais ações previstasConfira as principais ações previstasConfira as principais ações previstasConfira as principais ações previstaspelo Icict para o Clati:pelo Icict para o Clati:pelo Icict para o Clati:pelo Icict para o Clati:pelo Icict para o Clati:
• Habilitar recursos humanos para Bancos de Leite Humano emdiferentes graus de complexidade;
• Estabelecer critérios para incorporação de tecnologias deinteresse para a saúde;
• Difundir conhecimento científico, tecnologias e produtos, emespecial as tecnologias do Ensino à Distância (EAD) comoforma de garantir sua apropriação para a melhoria do padrãode serviços e o desenvolvimento da consciência sanitária dapopulação;
• Promover a estruturação e operacionalização de SistemasNacionais de Informações em Saúde responsáveis pela coletae análise de dados, geração e divulgação de informaçãoconsistente, sistematizada e de oportunidade crescente parao Setor;
• Qualificar profissionais de saúde promovendo cursos e eventostécnico-científicos, treinamento em serviço, residência e estágios,em nível técnico e de pós-graduação,visando à produção deconhecimento e ao desenvolvimento da capacidade técnica naárea do aleitamento materno;
• Realizar estudos e pesquisas com a finalidade de desenvolvernovas tecnologias que possibilitem a avaliação das ações emsaúde pública e o estabelecimento de modelos de interferência.
Acesse e conheça mais sobre:
• Instituto de Comunicação e
Informação Científica e Tecno-lógica em Saúde
www.cict.fiocruz.br
• Rede Brasileira de Bancos deLeite Humano
www.redeblh.fiocruz.br
2008 > Revista ICICT 2121212121[ ]21an
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ICICT
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informação audio-visual em saúde no Icict estácompletando 20 anos. E motivospara comemorar não faltam: criadaem 1988, a VideoSaúde Dis-tribuidora da Fiocruz continuacontribuindo para ampliar açõesde acesso à produção audiovisualem saúde do Brasil. Através demostras e concursos de produçãode vídeos, o Icict ajuda a construira memória do audiovisual emsaúde do país. Com produçõespróprias e de outros parceiros, oacervo está disponível para con-sulta ou mesmo obtenção decópias úteis para as atividades deensino e capacitação profissionalem saúde.
Para 2008, o investimento daDistribuidora é a quinta Mostra deVídeos, em que as três melhoresproduções sobre temas geraisem saúde serão premiadas. A 5ªVideoSaúde é aberta a partici-pantes de instituições públicas eprivadas, produtoras, organiza-ções não-governamentais, outrasentidades da sociedade civil eprodutores independentes. Osvídeos selecionados serão exibi-dos durante o 7º CongressoBrasileiro de Epidemiologia, queacontece de 20 a 24 de setembroem Porto Alegre.
A criação do Selo Fiocruz Vídeo,a mais recente empreitada da
Distr ibuidora, visa otimizar oacesso às produções em saúde,vendidas a preço de custo emlivrarias, locadoras e bancas dejornal. O projeto é resultado daparceria entre o Icict, a EditoraFiocruz e o Canal Saúde e contacom o apoio da Vice-Presidênciade Ensino, Informação e Comuni-cação, Os Melhores Anos deNossas Vidas ; Chagas: umadoença escondida; e O MundoMacro e Micro do Mosquito Aedesaegypti – para combatê-lo é pre-ciso conhecê-lo são os primeirostítulos a serem comercializados.
Os vídeos on line são alternativapara ampliar o acesso à produçãoaudiovisual em saúde do Brasil.Dos quatro mil títulos depositadosno acervo, a VideoSaúde Distri-buidora disponibiliza, na Inter-net, alguns trechos que podem serassistidos pelo internauta.
O projeto Rede de VideotecasDescentralizadas oferece materialvideográfico para públicos de re-giões distantes dos grandes cen-tros produtores, facilitando o aces-so ao conhecimento e dinamizan-do o intercâmbio de experiências.Além das fitas audiovisuais paraimplantação da videoteca des-centralizada, é oferecido treina-mento técnico em áudio e vídeopara realização de serviços decopiagem, operação de câmeras,
A iluminação e sonorização. Os in-teressados em adquirir o acervocontam ainda com treinamentonos procedimentos de cataloga-ção, montagem, consulta e con-servação das fitas.
Estão em funcionamento as vi-deotecas na Biblioteca de CiênciasBiomédicas e na Biblioteca de Saú-de Pública, ambas situadas noCampus da Fiocruz, no Rio deJaneiro; no Centro de PesquisasAggeu Magalhães (Unidade daFiocruz em Recife, Pernambuco),na Secretaria Municipal de Saúdede Uberlândia e junto ao Corpo deBombeiros do Estado do Rio deJaneiro. Estão já em fase deimplantação as videotecas do Cen-tro de Educação a Distância doEstado do Rio de Janeiro (CEDERJ– Rio de Janeiro), Prefeitura Muni-cipal de Petrópolis (RJ), SecretariaMunicipal de Saúde de CampoGrande (MS) e Secretaria de Es-tado de Saúde do Mato Grosso(Cuiabá).
A VideoSaúde Distribuidoratambém coordena a pa r t i c i -pação da Fiocruz na TV Univer-sitária do Rio de Janeiro (UTV),no canal 16 da NET, que exibeprogramas na NBR – Radiobrás,no canal 4 da NET, e em outrasemissoras públicas, educativase comunitárias.
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Ilustração Vera Fernandes
Revista ICICT > 20082222222222[ ] 21an
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qualidade da águanos municípios de todo o país,agora, pode ser acompanhadapelos brasileiros via Internet. Trata-se do Atlas Digital de Indicadoresde Saneamento e Qualidade daÁgua, um projeto inédito que reúnee analisa um conjunto de in-dicadores sobre saneamento,saúde e qualidade da água numapublicação disponibilizada on line.A inovação é mais uma empreita-da do Instituto de Comunicação eInformação Científica e Tecno-lógica em Saúde para a gestão epesquisa em saúde, a fim de me-lhorar a qualidade de vida dos bra-sileiros. A relevância do projetopara a sociedade é traçar umpainel da água no país, estimu-lando o debate da qualidade doproduto consumido pelo cidadão.
O Icict, que reúne pesquisado-res com formação multidisciplinar,foi o escolhido pela CoordenaçãoGeral de Vigilância em SaúdeAmbiental (CGVAM), do Ministérioda Saúde, para estar à frente doprojeto. O estudo está acessívelpara sociedade civil, técnicos devigilância em saúde e gestoresinteressados no tema, que é umdos desafios do século 21. Esta éa primeira vez no país que dadostão relevantes sobre a água
podem ser acessados sem res-trições pela Internet.
O g rupo , coo rdenado po rChristovam Barcellos, pesquisadore chefe do Laboratório de Informa-ção em Saúde do Icict, usou essescomponentes combinados para aelaboração de uma estratégia deprevenção ou redução do impactodos problemas ambientais no país.A equipe do Icict usou três gruposde indicadores – saneamento,qualidade da água e incidência dedoenças causadas pela qualidadeda água – para verificar a situaçãode todos os municípios brasileiros.As informações foram obtidasatravés das companhias de sa-neamento ou do cadastro dossistemas de abastecimento, reali-zado pelo Sistema de Informaçãode Vigilância da Qualidade da Águapara Consumo Humano (Sisagua),do Ministério da Saúde. Outras fon-tes de informação para a equipeforam os programas de moni-toramento de qualidade da águados rios do país, feito pela AgênciaNacional de Águas (Ana) e a Pes-quisa Nacional de SaneamentoBásico (PNSB).
Os dados fornecidos pelos pro-gramas ligados à qualidade daágua foram confrontados com sis-temas de informação em saúde
A como o Sistema de InformaçõesHospitalares (SIH-SUS), Sistemade Notificação de Agravos (Sinan)e o Sistema de Informação deMortalidade (SIM). O cruzamentodas informações permitiu traçar umpanorama completo da relaçãoentre os três indicadores propostosno projeto.
A idéia é produzir relatórios tex-tuais e em forma de mapas quedisponibilizem indicadores em di-ferentes níveis de acesso parasociedade civil, técnicos de vigi-lância em saúde e gestores. OAtlas digital permite recuperar in-formações sobre saneamento,condições sócio-econômicas equalidade da água. Planilhas deindicadores, bases cartográficasatualizadas, mapas, relatóriossobre condições de saneamentoe saúde no Brasil estão no Atlas.Segundo Barcellos, a pesquisanão deseja comprovar a relaçãoentre o saneamento e agravos àsaúde, mas analisar o cenário demunicípios nesta situação, contri-buindo para a elaboração de polí-ticas públicas.
Acesse:www.aguabrasil.fiocruz.br
Ilustração Luiza Silva
2008 > Revista ICICT 2323232323[ ]21an
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pós 12 anos de ex-
per iências bem sucedidas, aOrganização Pan-americana deSaúde se alia ao Instituto de Co-
municação e Informação Cientí-f ica e Tecnológica em Saúde(Icict) da Fiocruz, para apoiar adivulgação da Rede Interagencial
de Informações para a Saúde(Ripsa) no momento de expansãoda in ic iat iva para a Amér ica
Latina. A Rede mantém relaçãopróxima com o Instituto desdesua criação por meio de seus
pesquisadores, que atuam pro-pondo avaliações para o sistemade saúde e desenvolvendo sis-
temas de informação.A metodologia da Ripsa pre-
cisa ser adaptada para a realidade
dos países latinos e o Icict irápropor um modelo para nortearas ações que visam difundir o tra-
balho da Rede. Cerca de 21 insti-tuições nacionais representativasdos segmentos de produção de
informações Stricto Sensu, degestão do sistema de saúde e dedesenvolvimento científico e tec-
nológico integram a iniciativa.Com a experiência nos campos
da comunicação e da informação
científica e tecnológica em saúde,
o Icict visa atender aos interes-
ses públicos de transparência eatualização da informação paraa saúde e estimular cada vez
mais a pesquisa das instituiçõesenvolvidas. Durante a XVI Oficinade Trabalho Interagencial (OTI),em novembro, a d i retora do
Instituto, Ilma Noronha, expôs osdesafios de pensar em produtose est ratégias que ref l i tam o
trabalho da Ripsa.Um vídeo institucional nas
versões documentário e clip e um
folder em três idiomas foramalgumas das propostas apre-sentadas pelo Icict. O documentário
será disponibilizado no sítio daRipsa e outros espaços institu-cionais como a Rede de Bibliotecas
Fiocruz e portais de pesquisa. Alémdisso, ele será integrado ao catálogoda VideoSaúde Distribuidora da
Fiocruz, servindo de fonte de con-sulta gratuita para as diversasinstituições cadastradas. O folder
em espanhol, português e inglêspermitirá a divulgação em eventosinternacionais em geral. Também
será editado um livro-catálogo quereunirá textos referentes a eventosrealizados pela Ripsa. Estas ações
foram aprovadas pelos membros
A da Rede e serão implementadas
em 2008.Aproveitando a oportunidade de
que o Icict coordena a oitava
edição do Congresso Regional deInformação em Ciências da Saú-de (CRICS8), a Ripsa participarádo evento apresentando os proje-
tos estratégicos da Rede e suavocação para a expanção pelaAmérica Latina. O Crics 8 aconte-
ce durante o mês de setembro, noRio de Janeiro.
A Ripsa tem o propósito de
promover a disponibilidade ade-quada e oportuna de dados bá-sicos, indicadores e anál ises
sobre as condições de saúde esuas tendências no país, visandoaperfeiçoar a capacidade de
formulação, gestão e avaliação depolít icas e ações públ icas di-rigidas à melhoria da qualidade
de vida e saúde da população. Aatuação da Rede é balizada porum conjunto de indicadores e
dados básicos, periodicamenteatualizado e aperfeiçoado, sobreaspectos demográficos, socio-
econômicos, de mortalidade, demorbidade e fatores de risco, derecursos e de cobertura de ações
e serviços.
Ilustração Luiza Silva
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s 21 anos de investimento na área de informação científica e tecnológica
em saúde coroaram o Icict, em 2006, como uma unidade tecno-científica da Fiocruz.
Tal avanço apresenta novos desafios para o Instituto. A qualificação ascendente das
pesquisas, das metodologias e do desenvolvimento de tecnologias para a informação
provocaram a necessidade de consolidar o programa de pós-graduação, entendido
como um processo de ensino e não por projetos de aprendizagem. Essa percepção
é refletida na articulação entre a pesquisa e os cursos e eleva a pós-graduação ao
foco de interesse da unidade, alavancando novas interseções entre alunos, ex-alunos,
professores, pesquisadores e instituições parceiras.
O
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ENSINO >ENSINO >ENSINO >ENSINO >ENSINO >
As novas acomodações para osalunos são uma das novidades doIcict, concretizadas no ano de 2007.Ter um espaço exclusivo paraaulas, palestras e seminários, comsala de informática, materialmultimídia e outros confortos parao aluno, repercutiram no maiorenvolvimento dos estudantes como Instituto e com o aprendizado. Nacomemoração dos 21 anos daunidade de comunicação e infor-mação da Fiocruz, essa novidaderepresenta o avanço e o destaqueque a área de ensino do Icict vemadquirindo ao longo dos anos.
Outra inovação comemoradapela equipe de Ensino do Icict é aconquista de manter a interlocuçãocom os egressos de suas turmas.O Curso de Especialização emInformação Cientifica e Tecnológicaem Saúde, por exemplo, realizareuniões regulares com seus ex-alunos, que trocam experiênciassobre os resultados alcançadoscom a pós-graduação e sobre seusnovos desafios profissionais.
E os investimentos do Institutonos egressos dos cursos de pós-graduação não param por aí. Umprograma para induzir pesquisase desenvolver novas tecnologiasem saúde, destinado a promovernovas pesquisas na unidade,passou por uma reformulação e,agora, inclui ex-alunos da pós-graduação. No último edital doprograma, dois dos seis projetosselecionados para receberamfinanciamento foram desenvolvidospor ex-alunos. (ver matéria PIPDT).
O programa de pós-graduaçãoO programa de pós-graduaçãoO programa de pós-graduaçãoO programa de pós-graduaçãoO programa de pós-graduação
Atualmente, o programa de pós-graduação Lato Sensu contacom cursos de especialização e atualização em três temáticas:Comunicação e Saúde; Informação Científica e Tecnológicaem Saúde; e Análise Espacial e Geoprocessamento. Os cursosde menor duração, como as oficinas de vídeo e os treinamentosem bibliotecas virtuais, são outras opções para os profissionaisda área de saúde que desejam aprimorar suas capacidades.
A proposta de um ensino em rede, reunindo parceirosinstitucionais, prevê ainda a disseminação dos cursos pordiferentes regiões do país e até no exterior. Os cursos do Icictjá foram ministrados nas regiões sul, sudeste, norte e nordestedo Brasil. A equipe de ensino já se prepara para levar um novocurso de informação, destinado a profissionais de nível médio,para Salvador ainda em 2008.
A troca de experiências com países co-irmãos e de línguaportuguesa é um mais um desejo da equipe do Icict. Algumasexperiências como a da Universidade do Porto, em Portugal, ea da Universidade de Havana, em Cuba, que recebeu o cursode Atualização em Análise Espacial e Geoprocessamento, e acooperação com o ministério da saúde angolano, que trouxeuma representante de seu país para se especializar no Icict,indicam a tendência do Instituto para articular parceriasinternacionais no âmbito do ensino.
Outro grande parceiro do Icict é o Grupo Hospitalar Conceição(GHC), de Porto Alegre, que mantém edições anuais daEspecialização em Informação Científica e Tecnológica emSaúde, onde foram apresentados excelentes trabalhos deconclusão, de acordo com a pesquisadora Cristina Guimarães,coordenadora do curso. No GHC, profissionais graduados e denível médio tiveram turmas exclusivas.
Segundo a coordenação de ensino, a experiência com turmasno Rio de Janeiro, em outros estados e países reforça ointeresse por esses cursos e enfatiza o ineditismo do programade pós-graduação na América Latina com a necessidade deampliação. O próximo desafio da equipe é consolidar o programade pós-graduação Stricto Sensu, abrindo um novo campo deensino e pesquisa do tema no Brasil.
Ilustração e infográfico Vera FernandesFoto Paulo Rodino
Revista ICICT > 20082626262626[ ] 21an
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>> PESQUISA>> PESQUISA>> PESQUISA>> PESQUISA>> PESQUISA
Programa de Indução à Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico
(PIPDT) chegou à terceira edição ampliando a participação de pesquisadores
do Icict. O PIPDT, criado em 2002, é um mecanismo de indução e incentivo
ao desenvolvimento de pesquisas, que financia, com recursos próprios,
projetos de novos pesquisadores contribuindo para o avanço científico no
campo da Informação e da Comunicação em Saúde. O destaque dos projetos
aprovados esse ano é a significativa participação de estudantes egressos
dos cursos de pós-graduação da unidade, fato que reforça a parceria crescente
entre ensino e pesquisa no Icict.
PPPPPROGRAMAROGRAMAROGRAMAROGRAMAROGRAMA DEDEDEDEDE I I I I INDUÇÃONDUÇÃONDUÇÃONDUÇÃONDUÇÃO ÀÀÀÀÀ P P P P PESQUISAESQUISAESQUISAESQUISAESQUISA
EEEEE D D D D DESENVOLVIMENTOESENVOLVIMENTOESENVOLVIMENTOESENVOLVIMENTOESENVOLVIMENTO T T T T TECNOLÓGICOECNOLÓGICOECNOLÓGICOECNOLÓGICOECNOLÓGICO
CHEGACHEGACHEGACHEGACHEGA ÀÀÀÀÀ TERCEIRATERCEIRATERCEIRATERCEIRATERCEIRA EDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃOEDIÇÃO
OO
2008 > Revista ICICT 2727272727[ ]21an
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ICICT
PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >
revela a característica da pós-graduação do Instituto de formar futurospesquisadores. Tal característica resulta da concepção dos cursos,que investem em trabalhos de conclusão para gerar intervenções no
ambiente de trabalho do aluno ou projeto para serem explorados emfuturas pesquisas.
Nas edições anteriores, as pesquisas financiadas resultaram em
projetos relacionados a sistemas de informação desenvolvidos pelaunidade, projetos de informação em saúde e de comunicação virtual.
Conheça os projetos aprovados no edital do Pipdt:
PIPDT A – DOUTORPIPDT A – DOUTORPIPDT A – DOUTORPIPDT A – DOUTORPIPDT A – DOUTOR
PIPDT B – MESTREPIPDT B – MESTREPIPDT B – MESTREPIPDT B – MESTREPIPDT B – MESTRE
A demanda e a relevância dosprojetos levaram a Comissão deAvaliação e Seleção a um total
de seis f inal istas, sendo trêspara as ca tegor ias Doutor(PIPDT A) e Mestre (PIPDT B). Os
projetos aprovados foram apre-sentados durante seminár iointerno, em maio, como parte
dos eventos comemorativos dos21 anos do Icict.
A novidade de contar com a
colaboração de ex-alunos noprograma de indução à pesquisa
• MONITORAMENTO DE INFORMAÇÃO NASOCIEDADE DE RISCO: O CASO DA GRIPEAVIÁRIA
Coordenador: Cícera Henrique da Silva
• MONITOR-IDOSO SISTEMA DE MONI-TORAMENTO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDADOS IDOSOS A NÍVEL FEDERAL E MUNICIPAL
Coordenador: Dalia Elena Romero Montilla
• MEMÓRIA DE ENSINO DO ICICT: MA-PEANDO REDES DE CONHECIMENTO EMINFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE
Coordenador: Kátia Lerner
• MAPEAMENTO DE POLÍTICAS, PRÁTICAS EMODELOS DE COMUNICAÇÃO NO SISTEMAÚNICO DE SAÚDE
Coordenador: Janine Miranda Cardoso
• A IMAGEM DA SAÚDE NO DISCURSO OFICIALDO ESTADO NOVO – RECUPERAÇÃO DOACERVO CINEMATOGRÁFICO DA FUNDAÇÃONACIONAL DE SAÚDE
Coordenador: Rosinalva Alves de Souza
• ANÁLISE DO USO DAS TECNOLOGIAS DEINFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO SETORSAÚDE: ESTUDO DE CASOS DE AMBIENTESVIRTUAIS DE APRENDIZAGEM NO ESTADO DORIO DE JANEIRO
Coordenador: Josué Laguardia
Ilustrações Luiza Silvasobre foto de divulgação
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SSSSSISTEMAISTEMAISTEMAISTEMAISTEMA DEDEDEDEDE MONITORAMENTOMONITORAMENTOMONITORAMENTOMONITORAMENTOMONITORAMENTO
LANÇALANÇALANÇALANÇALANÇA NOVOSNOVOSNOVOSNOVOSNOVOS INDICADORESINDICADORESINDICADORESINDICADORESINDICADORES SOBRESOBRESOBRESOBRESOBRE
MORTALIDADEMORTALIDADEMORTALIDADEMORTALIDADEMORTALIDADE INFANTILINFANTILINFANTILINFANTILINFANTIL
MonitorIMI, responsá-vel por monitorar a mortalidadeinfantil no Brasil, já disponibilizaindicadores atualizados. A pesquisaé pioneira ao permitir acesso aonúmero de óbitos por determinadadoença além de apontar a taxa denatalidade de cada município e onúmero de leitos por habitante. Osprimeiros resultados coletadospelo projeto mostram avanços nadivulgação e acesso aos dados demortalidade infantil no país, maslevam a desigualdades na ade-quação dos sistemas de informaçãode alguns estados brasileiros. OIcict é um dos parceiros maisatuantes do Ministério da Saúde naformulação de políticas públicasvoltadas para a questão damortalidade infantil.
O Sistema de Informaçõessobre Mortalidade do Ministério daSaúde (SIM) e o Sistema deInformação sobre os NascidosVivos (Sinasc) servem de fonte dedados para o projeto. Por meio docruzamento entre o número deóbitos e o número de nascidosvivos é possível estimar a situaçãoda saúde dos recém-nascidos noBrasil. A equipe tabulou dados demunicípios brasileiros no período
de 2003 a 2005 a part ir dasinformações consideradas ade-quadas pela Rede Integrada deInformações para a Saúde (Ripsa).A análise foi realizada de acordocom categoria de porte popu-lacional do município: menos de50 mil habitantes ou 50 milhabitantes ou mais.
A definição na causa básica deóbito é o maior contraste regionalencontrado pela equipe do Moni-torIMI. Os dados apontam que77% dos municípios de pequenoporte da região Nordeste não têminformações adequadas quantoao percentual de causas de óbito.No Brasil, apenas um terço dosmunicípios com menos de 50 milhabitantes têm grau “satisfatório”na informação de dados vitais. Osdados refletem a falta de inte-resse em monitorar a situaçãodas crianças menores de um anoe o comprometimento do acessoda população aos programas eserviços de saúde.
O estudo avaliou aspectoscomo mortalidade, natalidade ecausas mal definidas para chegaraos critérios de satisfatório ou nãosatisfatório. Segundo a equipe, oSinasc foi o sistema com a melhor
O avaliação já que apresentouavanços na quantidade de óbitosinformados. Falta, ainda, segundoo projeto, a melhora no preen-chimento da causa básica demortalidade dos recém-nascidos,o que impossibilita estabeleceradequadamente o perfil de morta-l idade para grande parte dosmunicípios do país.
O município de Carauari (AM),por exemplo, registra quase 50%de óbitos infantis como causas maldefinidas. “O problema das causasmal definidas é que elas nãopermitem que os gestores tracemum perfil das principais doençasque acometem os bebês”, afirma apesquisadora do Icict, CéliaLandmann Szwarcwald, coordena-dora do sistema. Em Manaus,26,9% das crianças nascidas vivassão filhas de mães adolescentes.Em Fortaleza, 52,9% da populaçãocom idade igual ou superior a 25anos não completou o ensinofundamental. No município do Riode Janeiro, 60,6% dos óbitosinfantis estão relacionados aafecções perinatais.
http://www.monitorimi.cict.fiocruz.br
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Ilustração Vera Fernandessobre fotos de Peter Ilicciev e de divulgação
2008 > Revista ICICT 2929292929[ ]21an
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PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >
PPPPPESQUISADORESESQUISADORESESQUISADORESESQUISADORESESQUISADORES DODODODODO I I I I ICICTCICTCICTCICTCICT SESESESESE
MOBILIZAMMOBILIZAMMOBILIZAMMOBILIZAMMOBILIZAM PARAPARAPARAPARAPARA DEBATERDEBATERDEBATERDEBATERDEBATER
DIREITOSDIREITOSDIREITOSDIREITOSDIREITOS REPRODUTIVOSREPRODUTIVOSREPRODUTIVOSREPRODUTIVOSREPRODUTIVOS EEEEE SEXUAISSEXUAISSEXUAISSEXUAISSEXUAIS
informação em saúde é um dos principais focos de ação do Icict, por
acreditar que essa é a peça chave para avançar na melhoria do Sistema Único de
Saúde e, por finalidade, na melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Sistemas
de informação em saúde que apontam para a mortalidade infantil, para a atenção
básica ou à Aids são desenvolvidos pelo Icict a fim de auxiliar pesquisas e gestão
em saúde. Para além disso, os indicadores gerados por esses sistemas sugerem
outros desdobramentos ao revelarem pontos críticos da saúde dos brasileiros. Foi
nesse sentido que o Icict se engajou na luta pelos direitos sexuais e reprodutivos da
população, no ano de 2007.
A
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ICICT 2008 > Revista ICICT
Ilustração Luiza Silvasobre foto de Paulo Rodino
Revista ICICT > 20083030303030[ ] 21an
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A mobilização dos pesquisado-
res do Icict para defender os direi-
tos sexuais e reprodutivos da po-
pulação reflete a sintonia do Insti-
tuto com organizações internacio-
nais. O Projeto Milênio, da Organi-
zação das Nações Unidas, que
prevê objetivos para o desenvolvi-
mento dos países, tem entre seus
eixos principais o “acesso univer-
sal a serviços de saúde sexual e
reprodutiva, informação e educação”,
que devem ser garantidos como
parte intrínseca das estratégias de
redução das mortes de crianças e
de melhoramento da saúde materna.
A prevenção de doenças sexual-
mente transmissíveis, a inclusão
dos homens na discussão sobre
a responsabilidade na gravidez, a
polêmica em torno do aborto e os
novos arranjos familiares foram
temas que preocuparam os pes-
quisadores do Icict. O grupo aliado
a outras instituições promoveu o
seminário: Saúde, Direitos Sexuais
e Reprodutivos – subsídios para
políticas públicas, realizado no
Campus da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), em
agosto de 2007.
O ministro da Saúde, José Go-
mes Temporão, e a ministra-chefe
da Secretaria Especial de Políti-
cas para as Mulheres, Ni lcéa
Freire, foram os convidados do
seminário organizado por pesqui-
sadores do Icict e por represen-
tantes de várias instituições, pre-
ocupados em fomentar o debate
sobre a elaboração de políticas
públicas que garantam os direi-
tos sexuais e reprodutivos dos
brasileiros.
Um dos saldos positivos do
evento foi o lançamento da Carta
do Rio de Janeiro, que está cor-
rendo todo o país desde agosto de
2007 para recolher assinaturas em
apoio à discussão. O documento
reúne recomendações para a saú-
de reprodutiva da população,
defende os direitos sexuais e
reprodutivos, a eqüidade de gê-
nero e o Estado laico.
A Carta afirma que a “iniqüi-
dade de acesso aos métodos
contraceptivos e a ilegalidade do
aborto trazem conseqüências
nefastas para a saúde física e
mental das mulheres, além de ser
uma grave infração de direitos hu-
manos”. Segundo Dália Romero,
pesquisadora do Icict, o docu-
mento já conta com assinatura de
mais de 2 mil personalidades do
mundo acadêmico, fato que refor-
ça o caráter comprometido do
movimento pela revisão das po-
líticas públicas em saúde.
Ao final do encontro, Temporão
destacou o Programa Nacional de
Planejamento Familiar, lançado
em maio, e defendeu a ampliação
da licença-maternidade. O minis-
tro ressaltou que a informação é
fundamental para enfrentar ques-
tões como a gravidez na adoles-
cência. Já Nilcéa traçou um ba-
lanço da 2ª Conferência Nacional
de Políticas para as Mulheres, que
aconteceu em agosto, Brasília, e
discutiu, entre outros temas, a re-
visão da legislação punitiva do
aborto e a feminização da Aids.
O presidente da Fiocruz, Paulo Buss (esq.) e o Ministro da Saúde, JoséTemporão (dir.).
Participaram também do debate: (da esq. para a dir.) Nilcéa Freire, Aloisio Teixeira, Jandira Feghali, além doMinistro da Saúde.
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ICICTRevista ICICT > 20083030303030[ ]
2008 > Revista ICICT 3131313131[ ]21an
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Vice-diretor deVice-diretor deVice-diretor deVice-diretor deVice-diretor dePesquisa do IcictPesquisa do IcictPesquisa do IcictPesquisa do IcictPesquisa do Icict
participa do debateparticipa do debateparticipa do debateparticipa do debateparticipa do debate
A situação da Aids no Brasil foi
o tema trazido pelo Vice-diretor de
Pesquisa, Ensino e Desenvol-
vimento Tecnológico e pesquisa-
dor do Icict, Francisco Inácio Bas-
tos, autor do livro Aids na Terceira
Década. Médico com doutorado
em saúde pública, Bastos desta-
cou o programa de redução de
danos, a priorização do trabalho
com os jovens, o sucesso da tera-
pia anti-retroviral e a produção lo-
cal de genéricos como importan-
tes ações de saúde pública. O
pesquisador do Icict também abor-
dou alguns dos temas que mais
marcaram a Aids, como a constru-
ção do mito da “peste gay” e o
novo perfil da doença que, hoje em
dia, está disseminada por todos
os grupos sociais. (Leia mais
sobre os livros de Francisco Inácio
Bastos na página 37).
Mesa de abertura com representantes das instituições.
Bastos, vice-diretor do Icict, falou sobre a Aids.
Instituições parceiras debatem direitos sexuaisInstituições parceiras debatem direitos sexuaisInstituições parceiras debatem direitos sexuaisInstituições parceiras debatem direitos sexuaisInstituições parceiras debatem direitos sexuaisA inclusão dos homens na discussão sobre a responsabilidade com a gravidez e a prevenção
de doenças sexualmente transmissíveis foi tema de Margareth Arilha, da Comissão de Cidadaniae Reprodução (CCR). Para a especialista, é preciso conscientizar, também, os adolescentes dosexo masculino a se precaverem contra a gravidez indesejada e a infecção por doenças relaciona-das à prática sexual.
Outro destaque do encontro foi a fecundidade dos brasileiros, tema defendido por SuzanaCavenaghi, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Associação Brasileira deEstudos Populacionais (Abep). Cavenaghi constatou que a taxa de fecundidade, no Brasil, estácaindo. O número médio de filhos por mulher, em 2004, foi igual a 2,1 – o que representa queda de12,5% em relação ao censo 2000. Como comparação, a fecundidade média já foi de 4,4 filhos noinício dos anos 80 e de 6,3 filhos nas décadas de 50 e 60.
O encontro contou com as presenças do presidente da Fiocruz, Paulo Buss, dos reitores daUFRJ e da Uni-Rio, da diretora do Icict, Ilma Noronha, da secretária de Desenvolvimento, Ciênciae Tecnologia de Niterói, Jandira Feghali, e de representantes das entidades organizadoras: Fiocruz;Comissão Nacional de População e Desenvolvimento (CNPD); Escola Nacional de Ciências Esta-tísticas (Ence/IBGE); Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ);o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa); a Associação Brasileira de Pós-Graduação emSaúde Coletiva (Abrasco) e a Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep). O evento foitransmitido via Internet, em tempo real, através de uma parceria entre o Icict e a UFRJ. Os arquivosde vídeo com o registro do evento também já estão disponíveis no sítio da unidade.
PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >
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Fotos Paulo Rodino
Revista ICICT > 20083232323232[ ] 21an
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) ) * + , - . / , 0>> PESQUISA>> PESQUISA>> PESQUISA>> PESQUISA
ma metodologia desenvolvida pelo Icict em colaboração com a Escola
Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), através do Programa de
Desenvolvimento Tecnológico em Saúde Pública (PDTSP/Fiocruz), permite monitorar
a qualidade do tratamento hospitalar do infarto agudo do miocárdio (IAM). O projeto
piloto foi realizado no Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), em Niterói, e os
primeiros resultados foram apresentados na pós-graduação de medicina da
Universidade Federal Fluminense (UFF).
U
MMMMMETODOLOGIAETODOLOGIAETODOLOGIAETODOLOGIAETODOLOGIA
SUBSIDIASUBSIDIASUBSIDIASUBSIDIASUBSIDIA AAAAA
AVALIAÇÃOAVALIAÇÃOAVALIAÇÃOAVALIAÇÃOAVALIAÇÃO DODODODODO
DESEMPENHODESEMPENHODESEMPENHODESEMPENHODESEMPENHO
HOSPITALARHOSPITALARHOSPITALARHOSPITALARHOSPITALAR
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PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >
De acordo com o coordenadordo projeto e pesquisador do Icict,Francisco Viacava, as falhas nopreenchimento dos prontuários –como o horário de prescrição dosmedicamentos e a indicação depresença ou ausência de contra-indicações aos medicamentos -limitam a obtenção de dados paraa construção dos indicadores paramonitorar o desempenho dosserviços e o cálculo mais precisodos indicadores.
O Huap foi elogiado peloscardiologistas que acompa-nharam o desenvolvimento doprojeto. Em comparação com osresultados obtidos com dados dehospitais dos Estados Unidos e daInglaterra, o Huap apresenta umaperformance bastante consistenteno que se refere aos processosterapêuticos preconizados pelosprotocolos brasileiro e americano.
Como foiComo foiComo foiComo foiComo foidesenvolvida adesenvolvida adesenvolvida adesenvolvida adesenvolvida ametodologiametodologiametodologiametodologiametodologia
O primeiro passo da meto-dologia proposta foi identificar asrecomendações baseadas emevidência científica sobre o trata-mento hospitalar do infarto agudodo miocárdio pelos protocolosclínicos nacionais e americanos.Esses protocolos definem cincoprocedimentos terapêuticos quedevem ser realizados quando opaciente chega ao hospital: admi-nistração de ácido acetilsalicílico,beta-bloqueadores, bloqueadoresde canais de cálcio, e inibidores daenzima conversora de angiotensina(IECA) de fibrinolíticos.
O segundo passo consistiu naelaboração de fluxogramas deta-lhados para cada procedimentoterapêutico, que levavam em contao grau de evidência científica paraos procedimentos sugeridos pelosprotocolos clínicos. A análise dosfluxos foi apresentada a um painelde cardiologistas de hospitais
públicos e privados ao longo e nofinal do projeto.
Na ocasião, dúvidas e contra-dições entre os protocolospuderam ser esclarecidas. Parti-ciparam profissionais dos hos-pitais universitários ClementinoFraga Filho (UFRJ) e Antonio Pedro,do Instituto Nacional de Cardiologiade Laranjeiras e dos hospitaisCopa D’Or e Pró-Cardíaco.
Os indicadores propostos par-tiram de uma matriz que combinaas dimensões de qualidade (efe-
tividade, eficiência, segurança,entre outras) com as etapas doprocesso terapêutico envolvidas.As duas etapas possibilitarão omonitoramento do desempenhohospitalar. Os indicadores rela-cionados ao uso de ácido ace-tilsalicílico, por exemplo, incluem,entre outros, a porcentagem depacientes sem contra-indicaçãoao AAS que receberam a drogadentro de 24 horas após a che-gada ao hospital.
Projeto pilotoProjeto pilotoProjeto pilotoProjeto pilotoProjeto piloto
Para avaliar a possibilidade de obtenção dos indicadores a
partir de prontuários hospitalares os pesquisadores investiga-
ram mais de 400 prontuários de casos de IAM atendidos no
Hospital Universitário Antonio Pedro da UFF.
A análise de alguns aspectos relacionados ao fluxo de do-
cumentos no Huap deverá contribuir para melhorar a coleta de
informações a partir dos prontuários e a conscientização dos
profissionais de saúde quanto ao seu preenchimento. A pes-
quisa identificou as boas práticas que merecem análise mais
aprofundada para utilização como exemplos de rotinas que
podem ser seguidas por todos os profissionais.
Um resultado importante do projeto piloto foi alta freqüência
de pacientes que chegaram ao hospital depois de mais de
seis horas do início dos sintomas, principal causa da não pres-
crição da terapia fibrinolítica. Neste caso, o fraco desempenho
verificado estaria associado a falhas no funcionamento da rede
de atenção pré-hospitalar e ao desconhecimento da popula-
ção sobre a necessidade de procurar os serviços logo no início
dos sintomas.
Com relação ao atendimento pré-hospitalar, constatou-se
que em 30% dos casos analisados houve algum tipo de inter-
venção. Esse fato aponta para a importância de recuperar es-
sas informações.
O maior desafio da equipe foi elaborar indicadores a par-
tir de prontuários médicos, que ainda apresentam falhas no
seu preenchimento. A idéia da pesquisa é constituir uma
rede de hospitais que deverão gerar os indicadores de de-
sempenho satisfatórios para a elaboração de uma política
de melhor atendimento.
Ilustração Vera Fernandessobre fotos de divulgação
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>> PESQUISA>> PESQUISA>> PESQUISA>> PESQUISA>> PESQUISA
DDDDDESEMPENHOESEMPENHOESEMPENHOESEMPENHOESEMPENHO HOSPITALARHOSPITALARHOSPITALARHOSPITALARHOSPITALAR
PODEPODEPODEPODEPODE SERSERSERSERSER AVALIADOAVALIADOAVALIADOAVALIADOAVALIADO
ocorrência de erro médico nos hospitais
brasileiros ainda é um fenômeno pouco conhecido no
Brasil. O tema foi alvo do grupo formado pelos
pesquisadores do Icict José Carvalho de Noronha, sob
a coordenação de Claudia Travassos, e por Walter
Mendes e Mônica Martins, da Ensp. No estudo, o termo
popularmente conhecido como erro médico é substituído
por eventos adversos, que podem ser causados por
diferentes profissionais de saúde ou pela maneira como
o serviço é organizado, e não apenas por médicos.
A
O trabalho do Icict propôs uma
revisão da literatura científica sobre
a avaliação da ocorrência de
evento adverso em hospitais em
busca de metodologia que permita
traçar um retrato do tema no país.
A intenção é ajudar na formu-
lação de políticas que permitam
a melhor ia da segurança do
paciente no Sistema Único de
Saúde. De acordo com o projeto
de aval iação desenvolvido no
Icict, além dos danos aos pa-
cientes, os eventos adversos
também oneram o serviço de
saúde. No Reino Unido e na
Irlanda do Norte, por exemplo, o
prolongamento das internações
nos hospitais custa cerca de dois
bi lhões de l ibras ao ano. Se-
gundo publicação do Institute of
Medic ine , os Estados Unidos
gastam entre 17 e 29 bilhões de
dólares por ano com erro médico
e, a cada ano, morrem entre 44 e
98 mil norte-americanos.
Um dos objetivos da pesquisa
foi adaptar os instrumentos de
avaliação estrangeiros à realida-
de brasi leira para traçar um
panorama real do problema no
país. Para isso, o grupo examinou
prontuários de 1404 pacientes
de três hospi ta is públ icos de
ens ino no es tado do Rio de
Janeiro e avaliou a ocorrência de
eventos adversos.
O mapeamento dos eventos ad-
versos nos hospitais começou com
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PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >PESQUISA >
um rastreamento dos possíveis ca-
sos. Uma vez atestado o evento
adverso, era aplicado um formulário
estruturado e adaptado para a rea-
lidade brasileira. A confiabilidade das
avaliações foi testada, previamente ao
início das avaliações, pela concor-
dância entre avaliadores no grupo dos
enfermeiros e dos médicos. Vale
lembrar que o estudo de confia-
bilidade é um método que permite
verificar se os avaliadores avaliam de
forma semelhante.
A metodologia empregada pelos
estudos estrangeiros, que inspirou
o modelo brasileiro, propõe um
mapeamento completo do evento
adverso desde a área clínica onde
ele ocorreu, além de dados como
gravidade da lesão e especialidade
do profissional envolvido no inci-
dente. A partir destes dados, é pos-
sível traçar políticas de atendimento
e melhorar o serviço.
O critério de avaliação do evento
adverso foi traçado a partir de nove
estudos publicados nos Estados
Unidos, Austrália, Nova Zelândia,
França, Inglaterra, Dinamarca e
Canadá, que avaliaram, no total,
92.063 prontuários. As pesquisas
estrangeiras apontam o evento
adverso no hospital, mas a melhoria
na qualidade de atendimento pas-
sou a ser o foco principal. O grupo
conclui que a incidência de eventos
adversos variou de 2,9 a 16,6 por
100 pacientes admitidos em hospi-
tais estrangeiros.
Ilustração Vera Fernandessobre foto de divulgação
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>> SINAPSES>> SINAPSES>> SINAPSES>> SINAPSES>> SINAPSES
O estudo de Janine Cardoso e Inesita de Araújo
intitulado Comunicação e Saúde, publicado em 2007
na coleção Temas em Saúde pela editora FIOCRUZ
revela-se pertinente, oportuno e esclarecedor para
todos que pretendem refletir sobre este campo. Pode-
se inclusive saudá-lo como contribuição que busca a
saúde no domínio interdisciplinar que articula filosofia
política, teoria da argumentação, ética do discurso,
lingüística e teoria/ciência da informação. A natureza
da parceria entre autoras com perfil complementar
(governo e não-governamental; comunicação e
ciências sociais, etc.) reforça o caráter oportuno do
trabalho. Este volume integra uma coleção inte-
ressante, inteligente e didática, com livros de bolso
curtos, porém consistentes, ocupando um nicho
especial que é a literatura sobre saúde. Esperamos
encontrá-los em breve naquelas prateleiras de livraria
que oferecem vistosos volumes de bolso ao alcance
do bolso.
O ICICT, através de suas pesquisadoras, mostrou-
se capaz de integrar este amplo debate a partir de sua
vocação maior: refletir crit icamente sobre a
comunicação no âmbito do SUS e da sociedade
brasileira, cuja cidadania encontra-se em construção
permanente. Emergem três domínios entrelaçados:
informação em saúde, comunicação e educação. A
distinção entre informação e comunicação, escolha
axiomática do texto, mostra-se estratégica, política e
corajosa. Pode-se reconhecer nisto uma leitura da
história destes domínios no Brasil, que não somente
evita modismos ou novidades como preocupa-se em
resgatar a tradição institucional. O problema da
educação em saúde, em suas relações com o
legislado e o não-formal, revela-se sempre mais
complexo, como fica assinalado no texto.
Saúde pública e informação em saúde formam
um par indissociável. A arte de governar e a lógica
das populações jamais cessaram de contar seus
carneirinhos no Ocidente. O desenvolvimento da
epidemiologia clínica e da evidence based medicine
elevam à enésima potência a necessidade de medir
eventos-saúde. Um exemplo simples que todo
pesquisador ou administrador sabe: conhecer a
prevalência de uma doença é o grau zero in-
dispensável para prevenir, promover ações,
estabelecer o poder preditivo de um exame/teste,
montar um ensaio clínico, etc... Na base de uma
comunidade de informação em saúde, como seu
padrão ouro, situam-se procedimentos centenários
de registro, armazenamento e distribuição de dados
sobre morbo-mortalidade que sequer se conso-
lidaram em território nacional...
Os capítulos do livro percorrem uma orientação
clara onde se parte da articulação de saúde e
comunicação (considerando forma e conteúdo) para
apresentar a pertinência de uma reflexão sobre o poder
(aqui Bourdieu é tratado com mais carinho que
Foucault em função da ótica adotada). A seguir
desembocamos na simples e por isso mesmo
retumbante fórmula que aproxima os princípios do SUS
das questões centrais da comunicação enquanto ação
política. Moral da fábula: poder é uma discussão que
deve ser bem recebida na teoria e na prática da
comunicação em saúde. Para enfatizar a linha de fuga
habermasiana (Aladjem, 1995; Habermas, 1991) ou
appeliana (Apel, 1994), insinuada no livro sob o termo
“teoria crítica”, talvez possamos receber o projeto
inacabado da modernidade construindo trincheiras
engenhosas no território da saúde. Ainda dispomos
de corpos, ainda nos reconhecemos sob o conceito
de organismo, ainda existe o direito à saúde – isto é o
bastante para nos convocar para ações coletivas
(enpowerment). No processo de produção de
consenso pela razão comunicativa, esperamos que
argumentação e convencimento operem no lugar de
simples persuasão. Desenha-se assim o pres-
suposto do capítulo final do livro, admitindo a tarefa
maior da comunicação em saúde – resgatar uma
retórica que não se limite à lógica da mercadoria, mas
que também não a ignore.
Araújo, I. S. D. e Cardo-so, J. M. Comunicaçãoe Saúde. Rio de Janeiro:Editora Fiocruz, v.1.2007.
>
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Aladjem, T. K. (1995). Of Truth and Disagreement -Habermas, Foucault and Democratic Discourse. Historyof European Ideas, 20 (4-6), 909-914.
Apel, K.-O. (1994). Estudos de Moral Moderna (B.Dischinger, Trans. 1a ed. Vol. 1). Petrópolis: Vozes.
Habermas, J. (1991). The structural transformationof the Public Sphere. An inquiry into a category ofbourgeois society (T. Burger, Trans. 1st ed. Vol. 1).NY: MIT Press.
Carlos Stel l itaCarlos Stel l itaCarlos Stel l itaCarlos Stel l itaCarlos Stel l ita
Revista ICICT > 2008
2008 > Revista ICICT 3737373737[ ]21an
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SINAPSES >SINAPSES >SINAPSES >SINAPSES >SINAPSES >
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Bastos, Francisco Inácio.Aids na Terceira Déca-da. Rio de Janeiro: Edi-tora Fiocruz, v.1. 2007.
>
“Aids na Terceira Década” deveria ser um pequeno
(grande) livro, um panorama sobre uma epidemia já
quase balzaquiana, em linguagem acessível,
especialmente dirigida a estudantes e ao público em
geral. Pelo menos é assim que se apresenta a coleção
Temas em Saúde, da Editora Fiocruz, que publicou a
obra de Francisco Bastos, o nosso Chico Ignácio.
Deveria ser um pequeno (grande) livro. Poderia ser,
mas não é. É muito mais...
Minha leitura, que começou como “necessidade de
ofício”, com pitadas de curiosidade (insuspeita, é fato)
sobre mais uma publicação sobre Aids, conduziu-me
a uma armadilha. O que esperar de um texto que
começa com uma citação de Borges, termina com
Manuel Bandeira, dialoga com inusitada facilidade
com inúmeros outros pesos pesados da literatura e
da filosofia nacional e mundial, e ressoa Deus sem
nenhum viés de religiosidade? A primeira leitura, seis
meses atrás, deu lugar à segunda, e mais
recentemente, à terceira. Em cada uma delas, um novo
encontro. Em todas, ecoa Espinoza, Benedictus,
Baruch ou Bento, “o príncipe dos filósofos”. E só
mesmo em Espinoza, e por meio de Espinoza, seria
possível contar uma história sobre homens e vírus
não como uma luta entre opositores mas, surpreen-
dentemente, entre iguais. Vírus e homens são modos
que emanam de uma mesma e única Natureza, e
compartilham de um único e supremo objetivo: “o ser
almeja antes de tudo persistir”.
Soa estranho? Parece difícil? Longe disso. Tomo
emprestado de Deleuze minha melhor expressão para
falar sobre o livro: “um grande vento calmo”. Espinoza
defendia que não é possível separar corpo e alma,
humano e não-humano. Tudo o que existe está
necessariamente em relação com outros seres e deve
ser pensado em termos de agenciamentos. Em
essência, que não existe o Bem e o Mal, mas que são
os encontros que produzem o bom e o mau. Direta e/
ou indiretamente, Espinoza fez escola. Giles Deleuze
bebeu daí para falar de afetos e afecções, da potência
dos bons encontros e da Ética da Alegria; Bruno Latour,
para seu “construtivismo” pensado em uma rede de
atores humanos e não-humanos, e descrever a saga
de Pasteur e de Aramis. Antônio Damásio buscou e
encontrou em Espinoza a base para sua neurobiologia
dos sentimentos. Edgard Morin fala de Espinoza como
o defensor da idéia de autoprodução do mundo por
ele mesmo; Maturana e Varela falam de autopoiesis.
E o nosso Chico Inácio descreve a epidemia da Aids
como um fenômeno para lá de biológico. Antes, social,
coletivo e, principalmente, ecológico. Mais do que uma
condição humana e individual, a Aids é uma condição
social que tanto une os humanos no sofrimento
comum como também os separa em termos de
exposição ao risco e acesso ao tratamento, a
capacidade de enfrentar o problema e a oportunidade
de morrer com dignidade.
Para a epidemia da Aids não há respostas,
tampouco milagres à vista. Só lhe cabe uma ética: a
da solidariedade. Volto à Espinoza: nihil mirari, nihil
lacrimari, sed intelligere: “nada admirar, por nada
chorar, mas empenhar-se em (a) tudo compreender.”
Com- preender que significa incluir. Já disse o poeta
Renato Russo: “Ainda que eu falasse a língua dos
homens. E falasse a língua dos anjos, sem amor eu
nada seria”.
Prazer em te conhecer, Chico!
Cristina GuimarãesCristina GuimarãesCristina GuimarãesCristina GuimarãesCristina Guimarães
2008 > Revista ICICT
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Revista ICICT > 20083838383838[ ] 21an
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